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Inspiração para o STF que, no dia 12, julgará Bolsonaro

Tribunal dos EUA confirma sentença de mais de R$ 450 milhões contra Trump em caso de difamação de escritora

Um Tribunal Federal de Apelações dos EUA confirmou, em 8 de setembro de 2025, a condenação de Trump a pagar US$ 83,3 milhões (cerca de R$ 450 milhões) por difamar a escritora E. Jean Carroll.

A decisão refere-se a comentários feitos por Trump em 2019, quando ele negou as acusações de Carroll de que a teria agredido sexualmente em 1996, dizendo que ela “não era seu tipo” e que inventou a história para promover seu livro.

O tribunal rejeitou os argumentos de Trump, incluindo a alegação de imunidade presidencial, afirmando que as indenizações foram razoáveis devido à gravidade do caso.

A sentença inclui US$ 18,3 milhões por danos emocionais e à reputação, além de US$ 65 milhões em danos punitivos.


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Resposta de Gilmar Mendes às críticas de Tarcísio de Freitas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, respondeu às críticas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em 7 de setembro de 2025, por meio de uma publicação nas redes sociais.

Tarcísio, durante um ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista, acusou o ministro Alexandre de Moraes de exercer “tirania” e criticou o STF, defendendo a anistia para Jair Bolsonaro e questionando a validade de um julgamento por tentativa de golpe de Estado.

Sem citar Tarcísio diretamente, Gilmar Mendes rebateu as acusações, afirmando que “não há no Brasil ‘ditadura da toga’, tampouco ministros agindo como tiranos”.

Ele defendeu o papel do STF como “guardião da Constituição e do Estado de Direito” e destacou que “o que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe” que ameaçam a democracia.

Mendes também reforçou que crimes contra o Estado Democrático de Direito são “insuscetíveis de perdão” e devem ser punidos com rigor, citando eventos como negligência na pandemia, ameaças ao sistema eleitoral e tentativas de golpe.


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Política

A bandeira norte-americana na Paulista é a síntese da alma bolsonarista

A capital do estado mais afetado do Brasil pelas tarifas do presidente dos EUA, Trump, exibindo a maior bandeira norte-americana já vista no país.

Pior, quem estava mais inflamado em defesa dessa lógica bolsonarista era justamente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Aquele que comemorou a vitória de Trump, com boné MAGA, com tudo e ainda tentou jogar no colo de Lula as tarifas que ele aplaudiu.

Tudo isso em nome de seus cálculos políticos na busca dos votos dos traidores da pátria que exibiram aquele bandeirão americano neste 7 de setembro na maior capital brasileira.

Aquilo é fruto do bolsonarismo oficial de Bolsonaro, Eduardo, Carluxo e Flavio, tanto que Eduardo comemorou dizendo que era uma homenagem a quem presenteou o Brasil com uma tarifa de 50%.

Pior, nenhum desses que estiveram na Paulista neste domingo pode sequer botar os pés nos EUA, tal a segregação com imigrantes que Trump adotou no pais.

Fazer o quê, a concepção de patriotismo dos bolsonaristas é essa.

Deus Trump, Patria EUA, e família, a do Bolsonaro.


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Política

O lar dos esquecidos

Desculpem o termo, mas não tem outro.

Se depender da memória dos bolsonaristas, Bolsonaro está fodido. Foi exatamente isso que as manifestações de hoje pela sua anistia revelaram.

Se comparar as de hoje com as manifestações de Bolsonaro ainda presidente, sobretudo em 7 de setembro de 2021, são um gigantesco fiasco.

O tombo desse apoio dentro da própria base bolsonarista, foi duro.

Às vésperas de uma cana dura, após julgamento, quando a escória do Congresso arrota anistia ampla, é a prova concreta que permite enjaular o marginal hoje.

A tendência do STF, que já era a de depenar esse criminoso golpista, agora, com esse troço miado, Bolsonaro será trucidado, preso e nunca mais será lembrado.

A maioria dos bolsonaristas de hoje votou em Aécio em 2014.

Mesmo livre, hoje, pesquisa mostra que Aécio não teria nem 6% das intenções de votos para o governo de Minas.

É disso que se trata o resultado desastroso das manifestações bolsonaristas.

Deram um “até nunca mais” ao ogro genocida.


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Política

Tarcísio levanta a crista, cobra anistia, pressiona Motta, ataca STF e chama Moraes de ditador e tirano

Governador está na linha de frente das articulações pela anistia aos golpistas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou neste domingo (7), durante ato bolsonarista na avenida Paulista, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ser condenado nesta semana sem nenhuma prova. Disse ainda que a delação de Mauro Cid ocorreu sob coação.

Tarcísio defendeu a anistia geral, pressionou o presidente da Câmara, Hugo Motta, a pautar o tema e disse que o julgamento que ocorre no STF é sobre “um crime que não existiu”. O governador paulista disse que o julgamento não é justo, voltou a falar em “narrativas” e mandou indiretas a Alexandre de Moraes.

“Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega”, disse em recado ao Supremo. “Não vamos aceitar que nenhum ditador diga o que temos que fazer.” Em certo momento chamou Moraes de ditador e de tirano. “Ninguém aguenta mais tirania de um ministro como Moraes.”

“Nós não vamos mais aceitar que nenhum ditador diga o que a gente tem que fazer.”

O bolsonarista disse que “não existe Independência sem liberdade”. Lamentou a ausência de Bolsonaro no protesto em São Paulo e disse que a população não pode ser mais “tímida” para defender o que chama de “liberdade, estado de direito e democracia representativa”.

Tarcísio articula anistia aos golpistas
Tarcísio esteve em Brasília durante a primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF (Supremo Tribunal Federal) e embarcou nas articulações da direita por uma anistia que beneficie o padrinho político, deixando o clima mais favorável à aprovação da proposta.

Essa movimentação se deu em meio ao anúncio de desembarque do Progressistas (PP) e do União Brasil do governo Lula —os partidos decidiram entregar cargos ocupados por filiados na gestão federal e aderir à proposta de anistia.

A aprovação de um projeto do tipo ainda esbarra na falta de um texto consolidado e em divergências entre parlamentares sobre incluir ou não Bolsonaro, mas lideranças da direita e do centrão afirmam que a proposta tem o apoio de 300 deputados (de um total de 513).

A proposta do centrão é perdoar Bolsonaro no âmbito das ações penais agora julgadas no STF, sem reverter a inelegibilidade do ex-presidente. Desta forma, abririam caminho para a candidatura de Tarcísio.

A adesão do governador às movimentações no Legislativo também pode ser enxergada como uma maneira de reduzir a resistência de bolsonaristas mais radicais a sua candidatura no ano que vem. Os filhos do ex-presidente, por exemplo, criticam governadores de direita que tentam capturar o espólio eleitoral de Bolsonaro.

Antes do início do julgamento no Supremo, Tarcísio afirmou em entrevista ao jornal Diário do Grande ABC que, caso seja eleito presidente, seu primeiro ato seria conceder um indulto a Bolsonaro. Também criticou o STF, algo que vinha evitando até então: “Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto”, disse.

*Por Arthur Guimarães de Oliveira e Gustavo Zeitel/ICL

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Política

O livramento que a direita deu de mão beijada a Lula

Podemos adicionar a debandada do Centrão do governo como mais um livramento, entre tantos que a direita presenteou Lula.

A debandada de partidos do Centrão (PP, União Brasil,  e Republicanos) do governo Lula, articulada por figuras como Ciro Nogueira, é um movimento real e amplamente reportado.

Esses partidos, que controlam ministérios estratégicos, sinalizam um afastamento do governo, mirando as eleições de 2026 e uma possível aliança com a oposição de “centro-direita.”

Isso é tão importante quanto a via de mão trocada que Tarcísio, pressionado pelos bolsonaristas, pegou.

Primeiro, exaltando a vitória de Trump, o uso do boné trumpista e as comemorações do governador em apoio às tarifas que atingiram o Brasil, mas sobretudo o estado de SP que o próprio governa.

Nem assim Tarcísio conquistou simpatias ou confiança no mundo animal do bolsonarismo, incluindo o clã.

Mas para implodir a sua imagem dentro das quatro linhas da grande mídia que o tinha como queridinho para a Presidência da República em 2026, o desavisado Tarcísio declarou, em rede nacional, que não confia na justiça brasileira.

Tudo para apoiar o golpe da anistia de Bolsonaro, exigida pelos golpistas. Lambança maior, impossível, que acabou se tornando uma decisiva benção para Lula.

Isso ficou ainda pior para Bolsonaro, porque sabe-se que os Ministros do STF darão seus votos e penas a Bolsonaro, permeados, principalmente, pela defesa da democracia.

Sem falar no gol contra de placa do clã Bolsonaro de fazer lobby na Casa Branca para Trump punir o Brasil com tarifas de 50% e as sanções a Alexandre de Moraes, a pedido de Bolsonaro via Eduardo.

Isso tudo só fortaleceu a candidatura de Lula à reeleição, as pesquisas mostram isso de forma inconteste.


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Política

Carla Zambelli negocia delação premiada e pode implodir a família Bolsonaro

A ex-deputada federal Joice Hasselmann afirmou em vídeo publicado nas redes sociais que a também ex-parlamentar Carla Zambelli (PL-SP) estaria negociando um acordo de delação premiada. Segundo Joice, Zambelli estaria em desespero e se sentindo abandonada durante o período em que permanece na Itália, motivo que a teria levado a ameaçar entregar aliados do bolsonarismo, incluindo Jair Bolsonaro e seus filhos.

De acordo com Joice, Zambelli já teria sinalizado que pretende relatar detalhes de bastidores, incluindo a suposta articulação com Bolsonaro para contratar o hacker Walter Delgatti, conhecido como “hacker da Vaza Jato”. O objetivo seria a invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), episódio que já rendeu processos e investigações à ex-deputada.

Entre os nomes que estariam no alvo da possível delação, Joice citou Carlos Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro. Ela afirmou que Zambelli ameaça “abrir a caixa de ferramentas” e revelar segredos comprometedores da família. “Se ela fizer isso, será a primeira vez na vida que fará algo certo, que merece aplausos”, disse Joice no vídeo.

Carla Zambelli enfrenta processos na Justiça brasileira por suspeitas de envolvimento em ataques à democracia e por sua ligação com Delgatti. A ex-deputada foi apontada como financiadora da invasão ao sistema do CNJ em 2022, o que teria ocorrido a mando de Jair Bolsonaro, segundo a fala de Joice. Até o momento, a defesa de Zambelli não se pronunciou sobre a acusação de que ela estaria negociando delação.

A fala de Joice circula nas redes em meio ao clima de tensão provocado pelo julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa a tentativa de golpe de Estado de 2022. Uma eventual delação de Zambelli poderia reforçar acusações contra o ex-presidente e ampliar o desgaste político de seus filhos, todos investigados em diferentes frentes.

O vídeo foi compartilhado pelo influenciador Vinicios Betiol no X (antigo Twitter), onde reforçou a versão de que Zambelli já estaria negociando a colaboração premiada.


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Mundo

O “novo e violento sionismo” de Israel como prenúncio da geopolítica imperial de submissão e obediência

A estratégia israelense das últimas décadas continua a se basear na esperança de alcançar uma quimera literal e transformadora “desradicalização” tanto dos palestinos quanto da região, em sentido amplo – uma desradicalização que tornará “Israel seguro”. Este tem sido o objetivo “santo graal” dos sionistas desde a fundação de Israel. A palavra-chave para essa quimera hoje é “Acordos de Abraão”.

Ron Dermer, Ministro de Assuntos Estratégicos de Netanyahu, ex-embaixador israelense em Washington e principal “sussurrador” de Trump – escreve Anna Barsky no Ma’ariv (hebraico) em 24 de agosto – “vê a realidade com olhos políticos frios. Ele está convencido de que um acordo real [sobre Gaza] jamais será concluído com o Hamas, mas [apenas] com os Estados Unidos. O que é necessário, diz Dermer, é a adoção pelos americanos dos princípios de Israel: os mesmos cinco pontos aprovados pelo Gabinete: desarmamento do Hamas, devolução de todos os reféns, desmilitarização completa de Gaza, controle da segurança israelense na Faixa de Gaza – e um governo civil alternativo que não seja o Hamas nem a Autoridade Palestina”.

Da perspectiva de Dermer, um acordo parcial de libertação de reféns – que o Hamas aceitou – seria um desastre político. Em contraste, se Washington endossasse o resultado de Dermer – como um “plano americano” – Barsky infere que Dermer sugeriu: ” teríamos uma situação em que todos se beneficiariam“.

Além disso, na lógica de Dermer, “a mera abertura de um acordo parcial dá ao Hamas uma janela de dois a três meses, durante a qual pode se fortalecer e até mesmo tentar obter um ‘cenário final’ diferente daquele dos americanos – um que seja mais conveniente [ao Hamas] “. “Este, segundo Dermer, é o cenário verdadeiramente perigoso “, escreve Barsky.

Dermer insiste há anos que Israel não pode ter paz sem a prévia “desradicalização transformadora” de todos os palestinos. “Se fizermos isso direito “, diz Ron Dermer, “tornaremos Israel mais forte — e os EUA também!”

Alguns anos antes, quando Dermer foi questionado sobre qual seria a solução para o conflito palestino, ele respondeu que tanto a Cisjordânia quanto Gaza deveriam ser totalmente desarmadas. No entanto, mais importante do que o desarmamento, porém, era a absoluta necessidade de que todos os palestinos fossem mutacionalmente “desradicalizados”.

Quando solicitado a expandir, Dermer apontou com aprovação para o resultado da Segunda Guerra Mundial: os alemães foram derrotados, mas, mais significativamente, os japoneses foram totalmente “desradicalizados” e se tornaram dóceis ao final da guerra:

O Japão teve forças americanas por 75 anos. A Alemanha teve forças americanas por 75 anos. E se alguém pensa que isso foi um acordo no início, está se enganando. Foi imposto, e depois entenderam que era bom para eles. E, com o tempo, houve um interesse mútuo em mantê-lo.

“Um acordo parcial [com o Hamas] quase certamente levará à renúncia de Smotrich e Ben Gvir [do governo]… O governo se desintegrará… Um acordo parcial significa o fim do governo de direita-direita… Netanyahu sabe disso muito bem, e é por isso que sua hesitação é tão difícil. E, no entanto, há um limite para o tempo que se pode segurar a corda pelas duas pontas.”

Trump aparentemente aceita a “Tese de Dermer”:

“Acho que eles querem morrer, e isso é muito, muito ruim”, disse Trump sobre o Hamas antes de partir para sua recente viagem de fim de semana à Escócia. “Chegou a um ponto em que você [ou seja, Israel] vai ter que terminar o serviço”.

Mas a ideia de Dermer de ter a consciência dos adversários marcada pela derrota nunca se referiu apenas ao Hamas. Estendeu-se a todos os palestinos e à região como um todo – e, claro, ao Irã em particular.

Gideon Levy escreve que devemos agradecer ao ex-chefe da Inteligência Militar, Aharon Haliva, por admitir no Canal 12:

“Precisamos de genocídio a cada poucos anos; o assassinato do povo palestino é um ato legítimo, até mesmo essencial”. É assim que um general “moderado” das Forças de Defesa de Israel (IDF) fala… matar 50.000 pessoas é “necessário” .

Essa “necessidade” não é mais “racional”. Transformou -se em sede de sangue. Benny Barbash, um dramaturgo israelense, escreve sobre os muitos israelenses que encontra, inclusive nas manifestações a favor de um acordo entre reféns e prisioneiros, que admitem francamente:

Escute, sinto muito dizer isso, mas as crianças morrendo em Gaza realmente não me incomodam nem um pouco. Nem a fome que existe lá, ou não. Realmente não me interessa. Vou ser franco: no que me diz respeito, todos eles podem cair mortos lá.

“Genocídio como legado das FDI, em prol das gerações futuras”; “Para cada [israelense] em 7 de outubro, 50 palestinos têm que morrer. Não importa agora, crianças. Não estou falando por vingança; é uma mensagem para as gerações futuras. Não há nada a ser feito, eles precisam de uma Nakba de vez em quando para sentir o preço”, Gideon Levy cita sobriamente a frase do General Haliva (ênfase adicionada).

Isso deve ser entendido como uma mudança profunda no cerne do pensamento sionista (de Ben Gurion a Kahane). Yossi Klein escreve (em hebraico, no Haaretz ) que:

Estamos de fato na fase da barbárie, mas este não é o fim do sionismo… [Esta barbárie] não matou o sionismo. Pelo contrário, tornou-o relevante. O sionismo teve várias versões, mas nenhuma se assemelhava ao novo, atualizado e violento sionismo: o sionismo de Smotrich e Ben-Gvir…

O antigo sionismo não é mais relevante. Estabeleceu um Estado e reviveu sua linguagem. Não tem mais objetivos… Se você perguntar a um sionista hoje qual é o seu sionismo, ele não saberá como responder. ‘Sionismo’ se tornou uma palavra vazia… Até que Meir Kahane apareceu. Ele veio com um sionismo atualizado, cujos objetivos são claros: expulsar árabes e colonizar judeus. Este é um sionismo que não se esconde atrás de palavras bonitas. “Evacuação voluntária” o faz rir. “Transferência” o encanta. Ele se orgulha do “apartheid”… Ser sionista hoje é ser Ben-Gvir. Ser não sionista é ser antissemita. Um antissemita [hoje] é alguém que lê o Haaretz…

Smotrich declarou esta semana que o povo judeu está vivenciando ‘fisicamente’, “ o processo de redenção e o retorno da presença divina a Sião – enquanto eles se envolvem na ‘conquista da terra’ ”.

É essa linha de pensamento apocalíptico que está se infiltrando no governo Trump em seus vários formatos: está metamorfoseando a postura ética do governo para uma de “guerra é guerra e deve ser absoluta”. Qualquer coisa menos que isso deve ser vista como mera postura moral. (Este é o entendimento talmúdico que surge da história da exterminação dos amalequitas (ver Jonathan Muskat em Times of Israel).

Assim, podemos ver o novo fascínio de Washington pela decapitação de lideranças intransigentes (Iêmen, Síria e Irã); o apoio à neutralização política do Hezbollah e dos xiitas no Líbano; a normalização do assassinato de chefes de estado recalcitrantes (como foi proposto para o Imam Kamenei); e pela derrubada de estruturas estatais (como planejado para o Irã em 13 de junho).

A transformação de Israel neste sionismo revisionista – e seu domínio sobre facções-chave do pensamento dos EUA – é precisamente a razão pela qual a guerra entre o Irã e Israel passou a ser percebida como inevitável.

O Líder Supremo do Irã articulou sua compreensão das implicações explicitamente em seu discurso público no início desta semana:

Essa hostilidade [americana] persiste há 45 anos, em diferentes governos, partidos e presidentes dos EUA. Sempre a mesma hostilidade, sanções e ameaças contra a República Islâmica e o povo iraniano. A questão é: por quê?

No passado, eles escondiam o verdadeiro motivo por trás de rótulos como terrorismo, direitos humanos, direitos das mulheres ou democracia. Se o declaravam, o faziam de forma mais educada, dizendo: ‘Queremos que o comportamento do Irã mude’.

Mas o homem que hoje ocupa o cargo nos Estados Unidos revelou tudo. Ele revelou o verdadeiro objetivo: ‘Nosso conflito com o Irã, com o povo iraniano, é porque o Irã deve obedecer aos Estados Unidos’. É isso que nós, a nação iraniana, devemos entender claramente. Em outras palavras: uma potência mundial espera que o Irã — com toda a sua história, dignidade e seu legado como uma grande nação — seja simplesmente submisso. Essa é a verdadeira razão de toda essa inimizade.

Aqueles que argumentam: “Por que não negociar diretamente com os Estados Unidos para resolver seus problemas?” também estão olhando apenas para a superfície. Essa não é a verdadeira questão. O verdadeiro problema é que os EUA querem que o Irã seja obediente às suas ordens. O povo iraniano está profundamente ofendido por um insulto tão grande e se posicionará com todas as suas forças contra qualquer um que alimente uma expectativa tão falsa sobre eles… o verdadeiro objetivo dos EUA é a submissão do Irã. Os iranianos jamais aceitarão esse ‘grande insulto’.

“Desradicalização”, no sentido da tese de Dermer, significa instalar um despotismo Leviatânico que reduz a região a uma impotência total – incluindo a impotência espiritual, intelectual e moral. O Leviatã total é um poder único, absoluto e ilimitado, espiritual e temporal, sobre outros humanos “, como observou o Dr. Henri Hude, ex-chefe do Departamento de Ética e Direito da prestigiosa Academia Militar de Saint-Cyr , na França .

O ex-Ombudsman das FDI, Major-General (Res.), Itzhak Brik também alertou que a liderança política de Israel está “jogando com a própria existência de Israel”:

Eles querem realizar tudo por meio de pressão militar, mas, no final, não conseguirão nada. Eles colocaram Israel à beira de duas situações impossíveis [–] a eclosão de uma guerra total no Oriente Médio [e, ou, em segundo lugar] a continuação da guerra de atrito. Em qualquer uma das situações, Israel não conseguirá sobreviver por muito tempo.

Assim, à medida que o sionismo se transforma no que Yossi Klein definiu como “barbárie em estágio avançado”, surge a pergunta: poderia a “guerra sem limites” funcionar, apesar do profundo ceticismo de Hude e Brik? Poderia tal “terror” israelense impor ao Oriente Médio uma rendição incondicional “que lhe permitiria mudar profundamente, militar, política e culturalmente, e se transformar em satélites israelenses dentro de uma Pax Americana geral?”

A resposta clara que o Dr. Hude dá em seu livro Philosophie de la Guerre é que a guerra sem limites não pode ser a solução, porque não pode proporcionar “dissuasão” duradoura ou desradicalização:

Pelo contrário, é a causa mais certa da guerra. Deixando de ser racional, desprezando oponentes mais racionais do que ele, despertando oponentes ainda menos racionais do que ele, o Leviatã cairá; e mesmo antes de sua queda, nenhuma segurança estará garantida.

Hude também identifica essa extrema “vontade de poder” sem limites como contendo necessariamente a psique da autodestruição dentro dela.

Para que um Leviatã funcione, ele deve permanecer racional e poderoso. Deixando de ser racional, desprezando oponentes mais racionais e irritando oponentes menos racionais do que ele, o Leviatã deve – e irá – cair.

É precisamente por isso que o Irã, mesmo agora, sabe que precisa se preparar para a Grande Guerra com a “surgência” do Leviatã. E a Rússia também precisa se preparar – pois se trata de uma única guerra travada contra os recalcitrantes da nova ordem americana.

*Por Alastair Crooke*, em Strategic Culture/Viomundo

*Alastair Crooke é ex-diplomata britânico, fundador e diretor do Fórum de Conflitos, sediado em Beirute.


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Vídeo: Com o mote “Brasil Soberano”, Lula participa do desfile de 7 de setembro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do desfile cívico-militar de 7 de Setembro de 2025, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, que celebrou os 203 anos da Independência do Brasil. O evento, iniciado por volta das 9h, teve como tema central “Brasil Soberano”, estruturado em três eixos temáticos: “Brasil dos Brasileiros”, “COP30 e Novo PAC” e “Brasil do Futuro”.

O mote reflete a resposta do governo às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, além de reforçar pautas como democracia, patriotismo e sustentabilidade.

Lula chegou em carro aberto, acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, e foi recebido por autoridades como o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente da Câmara, Hugo Motta, e ministros como Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Marina Silva (Meio Ambiente).

O desfile incluiu apresentações das Forças Armadas, com tanques, cavalaria, a Esquadrilha da Fumaça e a pirâmide humana, além de blocos temáticos. No eixo “Brasil dos Brasileiros”, crianças e adultos formaram a palavra “soberania” com camisetas amarelas, e bandeiras de 70 m² e 140 m² com a frase “Brasil Soberano” foram exibidas. Estudantes do Distrito Federal carregaram faixas como “País Sem Fome”.

O eixo da COP30 destacou a conferência climática da ONU, a ser realizada em Belém, com o mascote Curupira e brigadistas do Ibama. O Novo PAC foi representado por trabalhadores e faixas exaltando investimentos em infraestrutura, enquanto o “Brasil do Futuro” incluiu estudantes do programa Pé-de-Meia, que beneficia 4 milhões de jovens contra a evasão escolar.

O governo distribuiu bonés com o slogan “Brasil Soberano” e “Brasil é dos brasileiros”, em uma tentativa de resgatar símbolos nacionais associados ao bolsonarismo. Parte do público gritou “sem anistia”, em referência ao julgamento de Jair Bolsonaro e outros réus por tentativa de golpe de Estado, em curso no STF.

O evento teve segurança reforçada, com monitoramento do GSI, PF, Forças Armadas e órgãos do Distrito Federal, sem registro de incidentes até o momento.

O desfile também serviu como vitrine política, destacando programas como a isenção de Imposto de Renda até R$ 5.000 e o plano Brasil Soberano, criado para mitigar os impactos do tarifaço norte-americano. Lula não discursou no evento, mas em pronunciamento na véspera, em cadeia nacional, defendeu a soberania e criticou “traidores da pátria”, em recado indireto a Bolsonaro e aliados, além de responder às pressões de Donald Trump.


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Política

Vídeo: Em pronunciamento, Lula manda recado a Trump e exalta soberania

“Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém”, afirmou o presidente Lula

Em pronunciamento nacional veiculado na véspera do 7 de Setembro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a soberania nacional e enviou mensagens diretas ao presidente dos EUA, Donald Trump, e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula afirmou que o Brasil não aceita interferências externas, enfatizando:

“Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e de cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro”. Ele reforçou que o Brasil mantém relações amigáveis com outros países, mas “não aceitamos ordem de quem quer que seja”, destacando que o único dono do país é o povo brasileiro.

O discurso foi motivado pelas recentes tensões com os EUA, após Trump impor uma sobretaxa de 50% a produtos brasileiros, usando como justificativa o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Lula criticou a tentativa de interferência no Judiciário brasileiro, afirmando que a Constituição garante a independência dos Três Poderes e que o presidente não interfere nas decisões judiciais. Ele também acusou políticos brasileiros, em referência indireta a Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de estimularem ataques ao Brasil por interesses pessoais, chamando-os de “traidores da pátria”.

O pronunciamento, gravado no Palácio do Planalto, integrou a campanha “Brasil Soberano” e foi ao ar em rede nacional de TV e rádio, com foco em temas como democracia, independência e políticas públicas. No mesmo contexto, Lula participou do desfile de 7 de Setembro em Brasília, que destacou a soberania, a COP-30 e o Novo PAC, reforçando a narrativa de um Brasil autônomo.


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