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É impressão ou Bolsonaro já sofreu um impeachment cordial e virou peça decorativa?

Ficou nítida a distância que o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta manter de Bolsonaro nas coletivas que deu sobre o coronavírus.

Hora nenhuma se viu citando o “presidente” para justificar as ações da pasta. É como se o ministério da Saúde fosse um governo independente ou que Bolsonaro nem existisse.

Curiosa também foi a fala de Mourão assumindo uma outra postura em relação a que vinha adotado mais reservada e monossilábica.

A impressão que deu na fala de Mourão é que ele assumiu as rédeas do governo em acordo com o mercado que, como sabemos, é quem manda na birosca, tanto que Mourão fez questão de se posicionar contra, de forma oposta a Bolsonaro, sobre a participação do governo na manifestação contra o Congresso e o STF no dia de março. Mourão termina sua fala com uma frase nitidamente escrita pelo mercado, que o Brasil vive uma democracia liberal.

O mesmo pode se dizer do comportamento do Congresso sobre as reformas administrativa e tributária que Maia e Alcolumbre resolveram tocar independente de Bolsonaro, no momento em que Bolsonaro faz coro com seus devotos contra o Congresso.

O tom de Maia e Alcolumbre é de quem tem, não a autorização de Bolsonaro, mas do mercado, ignorando por completo a agenda da Presidência da República perante o Congresso.

Normalmente, em uma crise como essa, instalada por um presidente contra o Congresso, as pautas supostamente propostas pelo governo seriam travadas até que a turma do deixa disso organizasse as pazes entre o executivo e o legislativo, já que o STF deu uma resposta cheia de efeitos e afetações eruditas de Celso de Mello, mas não moveu um passo além do velho trololó do decano, com seu velho pedantismo linguístico.

Na verdade, Bolsonaro também se fez de morto e, com isso, a coisa ficou no ar, até porque o STF não tem qualquer ingerência sobre as pautas do governo, ao contrário do Congresso.

Guedes saiu de cena, possivelmente para que o legislativo avançasse na agenda sem parecer que estaria atropelando o inexistente presidente que, provavelmente sabe de tudo o que está acontecendo, mas faz ouvidos moucos, porque sua situação política nunca esteve tão deteriorada e, como se sabe, ele precisa da cadeira e de seu guarda-costas, Sergio Moro, para tentar o máximo possível afastar as denúncias ou ao menos adiar os efeitos delas de sua relação e de sua família  com a milícia e, consequentemente Queiroz, Adriano da Nóbrega, Ronnie Lessa e Marielle Franco.

Isso, sem falar do motim dos milicianos do Ceará que ele apoiou, colocando-se frontalmente contra a Constituição. E Moro, como uma espécie de Calunga de seu chefe Bento Carneiro, seguiu o mesmo comportamento.

Por falar em amotinados, Bolsonaro, em sua live, havia decidido tirar do Ceará as Forças Armadas, mas como governadores de estados do Ceará, como forma de pressão ao governo, ofereceram enviar parte de suas PMs para auxiliar na segurança do Ceará, Bolsonaro imediatamente recuou e decidiu atender ao pedido do governador Camilo Santana estendeu o prazo até o dia 06 de março.

O fato é que Bolsonaro já não fala mais como um presidente da República, fala como Bolsonaro, o de sempre, o deputado que usa de retóricas beligerante, ataques a jornalistas para animar seu gado, principalmente, o corporativista. Mas dali não sai.

Na verdade, ele se protege naquele cercadinho em frente ao Palácio da Alvorada para falar com a imprensa e ser fotografado com fãs, mostrando a mediocridade de um sujeito que não tem o menor cacoete para ser chefe de estado num país como o Brasil.

Por isso mesmo tudo indica que Bolsonaro já foi destituído e se transformou numa espécie de Quincas Berro D’água.

Para fechar a desconfiança de que ele não governa mais, os editoriais dos jornalões, praticamente, o destituíram do cargo, para mantê-lo como presidente de honra dos bolsominions, uma rainha da Inglaterra tropical.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

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Dia de cão: Moro sofreu várias derrotas no mesmo dia

Ontem, decididamente, não foi um bom dia para Moro. Tudo que ele armou, deu errado, a começar pela pesquisa Datafolha que vê desinteresse de sua gestão no Ministério da Justiça em combater corrupção. Lógico que isso reflete o abraço de afogado que o clã Bolsonaro está lhe dando com os casos de Queiroz e Marielle.

Para azedar ainda mais seu humor, Moro viu a proporção de pessoas no Datafolha inverter os números da última pesquisa sobre a liberdade de Lula. Antes 54% achavam que Lula não deveria ser solto contra 42% que achavam sua liberdade justa. Agora, os números se inverteram e 54% acham justa a liberdade de Lula, enquanto 42% acham que não.

A pesquisa ainda aponta um tombo de 10% na aprovação do ex-herói dos tolos.

Já no lado da operação Lava Jato contra o Lulinha, para atingir Lula, a coisa foi ainda pior, pois mostrou que a condenação de Lula também no caso do sítio foi armada pela milícia de Curitiba, comandada até hoje por Moro.

A gororoba, além de ser desmascarada porque era requentada de uma investigação de 2004, que não deu em nada, a OI-Telemar não tem qualquer ligação com a Petrobras. Ou seja, não tem nada a ver com contratos da Petrobras que a Lava Jato foi criada para investigar. Trocando em miúdos, Oi-Telemar não é da alçada da Lava Jato, escancarando como Lula foi condenado por um bando de picaretas comandados por Moro.

Mas as derrotas de Moro não param aí.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deu uma chinelada no farsante que quis atropelar o congresso para que fosse votado depois da CCJ, presidida por Simone Tebet a lei “prende Lula” que o candidato Moro não tivesse que enfrentar e perder para Lula a eleição de 2022. Alcolumbre simplesmente ignorou o circo armado na CCJ por Moro, Tebet, Alvaro Dias e Globo, acabando com a festa dos espertos.

Ontem Moro passou o dia inteiro andando de escada rolante de subida, na de descida. Foi muita pancada no pretensioso que vive com o figurino puído do “juiz herói”

Até um camarada xucro como Olavo de Carvalho bateu no bocó de Curitiba chamando o pretensioso de boboca ingênuo.

 

Carlos Henrique Machado Freitas

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O exemplo que veio da cultura revertendo uma decisão de Bolsonaro em poucas horas de mobilização

Foi exemplar e surpreendente a mobilização relâmpago do setor cultural que reverteu, em menos de 24 horas, a retirada da atividade cultural do MEI.

Poucas horas depois do governo Bolsonaro anunciar a retirada do setor cultural do MEI, formou-se uma corrente nas redes sociais que foi engrossando com sindicatos e outras entidades representativas do setor, fazendo parlamentares enxergarem o desastre que seria marginalizar, da noite para o dia, mais de 2 milhões de pessoas ligadas à atividade cultural e o custo para a economia que essa decisão desastrosa e irresponsável demandaria.

Os parlamentares também se mobilizaram rápido, é verdade, mas tudo se deu pela orientação do setor. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, posicionou-se imediatamente contrário à medida do governo.

Alcolumbre foi alcançado na Espanha e sublinhou as palavras de Maia que garantiram que pautariam a questão na primeira sessão da Câmara e do Senado para que a medida fosse revogada.

Esse fato obrigou o governo a reunir os técnicos da Fazenda, mesmo virtualmente, em pleno sábado para reverem essa absurda decisão. Assim foi feito e, em praticamente, poucas horas após os jornais anunciarem a retirada da cultura do MEI, foi anunciada a revogação da medida pelo governo.

Isso traz lições importantes, sobretudo para a apatia a que assistimos de setores organizados hoje no Brasil com os desmandos do governo e as perdas de direitos dos trabalhadores, até porque a cultura nem é tão organizada assim e, muito menos reza pela mesma cartilha partidária, mas soube focar cirurgicamente na questão e pautar o que interessava a todos e, de maneira relâmpago e de forma vigorosa, enriqueceram o movimento com gente do setor com íntima harmonia com que estava sendo pautado, mal dando tempo do governo respirar. Paulo Guedes só teve tempo de balbuciar, apoplético, diante de um tsunami que cresceu em cima do governo, que ele não sabia da medida.

Fica o exemplo para o próprio setor cultural tão massacrado pelo governo fascista. Se agir assim sempre nas reivindicações, o setor recuperará tudo o que foi retirado da cultura e ainda avançará muito mais.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas