Militares que integraram o Gabinete da Intervenção Federal (GIF) no Rio de Janeiro, em 2018, são alvo nesta terça-feira (12) da Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para investigar supostas fraudes na verba do programa, que custou R$ 1,2 bilhão. O general Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor, é investigado e teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.
Agentes saíram para cumprir 16 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em São Paulo e no Distrito Federal. Não há mandados de prisão, e Braga Netto não é alvo de mandados.
A PF investiga crimes de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção e organização criminosa na contratação da empresa americana CTU Security LLC para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço de R$ 4,6 milhões.
Durante quase todo o ano de 2018, a segurança pública do RJ ficou a cargo das Forças Armadas, após um decreto do então presidente Michel Temer. A medida foi tomada depois de um carnaval marcado por arrastões e ataques em blocos.
O general Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do Leste, foi nomeado interventor. Antes, ele coordenou a segurança durante a Olimpíada do Rio, em 2016, e ocupou o serviço de inteligência do Exército. Braga Netto escolheu como auxiliares os também generais Richard Fernandez Nunes, como secretário de segurança, e Mauro Sinott, para o operacional.
Na cerimônia de encerramento da intervenção, em 27 de dezembro de 2018, as Forças Armadas informaram que tinham empenhado até então R$ 890 milhões do R$ 1,2 bilhão reservado para a iniciativa e que havia a previsão de devolver R$ 120 milhões.
Após as prisões de auxiliares de Jair Bolsonaro no âmbito da operação que apura fraudes em cartões de vacina, a Polícia Federal (PF) descobriu, ao apreender os celulares dos investigados, que um golpe de Estado foi tramado por essas figuras extremamente próximas ao ex-presidente. Agora, a corporação avança nas investigações e mira o ex-ministro da Defesa e Casa Civil do último governo, general Walter Braga Netto, diz a Forum.
Isso porque Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro no último pleito eleitoral, tinha como conselheiro e “braço direito” o ex-assessor do Ministério da Casa Civil e do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco, que foi flagrado em conversas de teor golpista com Ailton Barros, também auxiliar de Bolsonaro, considerado o “segundo irmão” do ex-presidente, e que foi preso recentemente.
Barros, por sua vez, também travou conspiração golpista, através de áudios no WhatsApp, com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e que também está preso.
A PF, segundo apuração da jornalista Andreia Sadi, da GloboNews, quer saber se Braga Netto esteve envolvido nessas conversas.
Até o momento, Braga Netto não se pronunciou sobre os diálogos golpistas de seu ex-assessor. Em entrevista ao jornal O Tempo nesta terça-feira (9), o ex-ministro saiu em defesa de Bolsonaro e disse que não houve tentativa de golpe de Estado.
“Não houve tentativa de golpe. Nem se pensou em golpe. Eu nunca ouvi, na época em que eu estava dentro do Palácio ou depois, nada que fosse contra o que está previsto na Constituição e na lei”, declarou.
Em novembro de 2022, pouco antes dos primeiros registros da conspiração por um golpe de Estado que foi travada por auxiliares próximos de Bolsonaro, Braga Netto compareceu a uma movimentação golpista formado por apoiadores do ex-presidente que não aceitavam o resultado das eleições e disse para que eles não “perdessem a fé”.
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O contra-almirante Bento Albuquerque, ex-ministro das Minas e Energia, pivô do escândalo dos Bolsonaros com os diamantes contrabandeados das arábias, não apoiou o ex-presidente de graça.
No auge da pandemia de covid-19, em 2020, ele faturou em ganhos brutos R$ 1.037.015 nos meses de maio e junho somados.
A saber:
Remuneração básica bruta: R$ 709.041,47
Férias: R$ 59.631,63
Verbas indenizatórias registradas em sistemas de pessoal militar: R$ 268.342, 32
Bento Albuquerque não foi o único militar contemplado com a folha de pagamentos turbinada naquele ano com vencimentos de marajá.
Estão na lista os generais palacianos Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, e Walter Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil e ex-ministro da Defesa, candidato a vice na chapa derrotada de Bolsonaro em 2022.
Segundo levantamento do Portal da Transparência do Governo Federal, que identificou o pagamento de supersalários a um grupo das Forças Armadas, Albuquerque foi o campeão, mas os generais também se deram bem.
Ramos recebeu naqueles meses vencimentos de R$ 731.879,43 assim distribuídos:
R$ 101.572,05 de remuneração básica
R$ 92.508,64 em férias
R$ 537.798, 74 em verbas indenizatórias em sistemas de pessoal militar, seja lá o que isso quer dizer.
Braga Netto, que hoje assessora Michelle Bolsonaro na crise dos diamantes, em seu gabinete montado pelo PL, o partido do presidente, recebeu naquela época R$ 926 mil durante dois meses.
Nenhum outro funcionário público, civil ou militar, chegou perto disso, o que só foi possível porque Bolsonaro permitiu aos ministros fardados o acúmulo de ganhos de soldos militares com os salários do governo civil, além de uma infinidade de penduricalhos e benefícios que vão se acumulando com os anos de serviço.
Antes de deixar o governo para o autoexilio nos Estados Unidos, onde se encontra até hoje, sem data para voltar, o capitão pensou em todos os que o serviram com muita dedicação e lealdade.
Hoje, ficamos sabendo, em reportagem de Nicolas Iory, no Globo, que outro contra-almirante, José Roberto Bueno Júnior, chefe de gabinete na gestão Bento Albuquerque no MME, foi nomeado, poucos dias depois do segundo turno da eleição, para a diretoria executiva da ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), criada no governo do capitão, com o cargo de diretor de Gestão Corporativa e Sustentabilidade, onde recebe salário mensal de R$ 37.802, fora os soldos militares. Seu mandato na estatal vai até 3 de janeiro de 2024.
Bueno Junior havia sido, ainda em 2021, um dos primeiros servidores do presidente que enviou esforços para tentar reaver as joias no valor de R$ 16,5 milhões, que a ditadura saudita enviou para o casal Bolsonaro, trazida escondida na mochila de um ajudante de ordens do ministro Albuquerque, que não declarou o mimo na alfândega e tentou dar uma “carteirada” no agente da Receita.
A ENBPar é a acionista controladora da Eletronuclear, que elegeu o contra-almirante para presidir seu Conselho de Administração, em dezembro de 2022.
Acho que nunca iremos saber quantos outros militares de alta patente que se aliaram a Bolsonaro foram contemplados com sinecuras em cargos civis, no apagar das luzes do seu governo, naqueles frenéticos dias e noites no Palácio da Alvorada em que o ex-presidente moveu céus e terras para finalmente botar as mãos nas joias enviadas pelos monarcas da Arábia Saudita, que ele chamava de “irmãos”.
Pelos seus antecedentes, não é difícil imaginar que Bolsonaro jogará ao mar, sem salva-vidas, os contra-almirantes e outros militares envolvidos na operação fracassada para trazer e resgatar o tesouro presidencial, que virou um símbolo da era bolsonarista.
*Ricardo Kotscho/Uol
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A Agência Pública, uma iniciativa de jornalistas independentes, liderada por Natália Viana e Marina Amaral, de cujo conselho editorial faço parte desde a fundação, iniciou esta semana a publicação de uma série de reportagens sobre a caixa preta da covid no governo Bolsonaro, só agora liberada pela LAI (Lei de Acesso à Informação), após a posse do presidente Lula.
Uma força-tarefa de repórteres montada pela agência está analisando as mais de 800 páginas das atas de 233 reuniões organizadas pelo CCOP (Centro de Coordenação das Operações do Comitê de crise da Covid-19), comandado pelo general Braga Netto, então ministro da Casa Civil, entre março de 2020 e setembro de 2021.
Com base nas reportagens da Agência Pública, membros da CPI da Covid vão pedir ao Supremo Tribunal Federal a reabertura de algumas investigações que foram arquivadas pela PGR, mas só depois que o engavetador-geral Augusto Aras deixar o cargo, em setembro.
Do incentivo ao “tratamento precoce” com cloroquina e outros remédios ineficazes ao abandono dos pacientes sem oxigênio em Manaus, está tudo documentado. Até agora, as atas inéditas já revelaram:
* A centralidade do Ministério da Defesa e do general Braga Netto na crise.
* A centralidade do Ministério da Defesa e do general Braga Netto na crise. * O governo pretendia criar o Dia Nacional do Cuidado Precoce, incentivando tratamento não recomendado pela OMS.
* Governo tentou usar Manaus em plena crise sanitária para testar aplicativo TrateCov, que indicava o “kit Covid”.
* O governo pretendia criar o Dia Nacional do Cuidado Precoce, incentivando tratamento não recomendado pela OMS.
* Governo tentou usar Manaus em plena crise sanitária para testar aplicativo TrateCov, que indicava o “kit Covid”.
* Os ministros da Defesa Fernando Azevedo e depois Braga Neto se empenharam na produção de cloroquina nos laboratórios do Exército.
* A Defesa apoiava uma indústria que pretendia tornar a Bahia um “case” no uso da cloroquina.
* O Comitê não tratava com urgência as demandas vindas de governos estaduais. A Secretaria de Governo apresentava as demandas, mas elas ficavam de fora da lista de tarefas e encaminhamentos.
* Ministério da Saúde omitiu dados da falta de oxigênio nos hospitais de Manaus ao comitê de crise.
As atas das reuniões do comitê, uma das caixas pretas do governo Bolsonaro que começam a ser abertas, têm material suficiente não só para a reabertura da CPI da Covid como para a criação de outras frentes de investigação pelo novo governo.
*Do Balaio do Kotscho/Uol
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Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro e de Anderson Torres disseram à CNN que o general liderou reuniões em Brasília em que foram discutidas alternativas para reverter o resultado eleitora.
Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro e de Anderson Torres disseram à CNN que o candidato a vice na chapa e ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto liderou, após a derrota eleitoral, reuniões em Brasília nas quais foram discutidas alternativas para reverter o resultado eleitoral.
Dentre elas, a aplicação do artigo 142 da Constituição Federal, que poderia ser, na prática, uma intervenção militar; e a possibilidade de decretação do Estado de Defesa no país.
Na última quinta-feira (19), uma minuta de um decreto presidencial estabelecendo o Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi encontrada na residência de Anderson Torres, ministro da Justiça de Bolsonaro.
Os advogados de Torres já afirmaram que ele diz não se lembrar a origem do rascunho, uma vez que ele recebia muitos documentos a serem remetidos ao presidente Jair Bolsonaro.
Os relatos de aliados de Bolsonaro são de que o decreto pode ser resultado desses encontros em que se buscou saídas jurídicas para a revisão do resultado eleitoral. Esses interlocutores diretos de Bolsonaro apontam que a fala de Braga Netto a apoiadores do presidente em frente ao Palácio da Alvorada em novembro ocorreu dentro desse contexto de busca por alternativas jurídicas ao resultado eleitoral.
Na ocasião, o então presidente disse: “Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar para vocês agora”.
Braga Netto era um dos aliados mais próximos de Bolsonaro que, assim como o então presidente, passaram a avaliar que a eleição foi fraudada e que era necessário agir.
Uma das teses na mesa era buscar até mesmo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que liderasse esse processo.Também chegou-se a defender a convocação de forças de segurança para tentar ter acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas.
Até mesmo militares que integraram o Comitê de Transparência Eleitoral e que apontaram supostas falhas no sistema eleitoral também passaram a ser cogitados para uma convocatória para auxiliar na contestação eleitoral.
A articulação chegou, segundo fontes militares, às cúpulas das Forças Armadas, que promoveram reuniões para debater essas alternativas, em especial o Exército.
A maioria dos generais, porém, refutou qualquer sugestão e entendeu que o vencedor das eleições, Luiz Inácio Lula da Silva, deveria assumir o cargo sem quaisquer sobressaltos.
Integrantes da Marinha e da Aeronáutica também rejeitaram qualquer questionamento em relação à vitória de Lula. A partir daí, foi constatado um movimento de apoiadores de Bolsonaro, principalmente nas redes sociais, de ataques a generais do Alto Comando do Exército e que foram apontados como responsáveis por liderar internamente o movimento legalista.
Os principais alvos foram os generais Tomás Ribeiro (Comando Militar do Sudeste), Valério Stumpf (Chefe do Estado Maior) e Richard Nunes (Comando Militar do Nordeste).
A CNN tenta desde segunda-feira (16) contato com Braga Netto para que ele se manifeste sobre o assunto mas ele não atendeu a reportagem.
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Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado há três semanas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial, têm dado declarações de apoio às manifestações antidemocráticas que ocorrem desde o resultado do segundo turno e seguem levantando, sem provas, dúvidas sobre a lisura das eleições.
Diferentemente do presidente, em silêncio há dias, integrantes do alto escalão bolsonarista —como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes e o general Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro— vêm empregando esforços publicamente para manter o discurso golpista.
Invalidar votos. Em vídeo divulgado nas redes sociais no fim de semana, Costa Neto afirmou que o PL vai buscar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para tentar invalidar votos registrados em urnas produzidas até 2020. “Pelo estudo que nós fizemos, tem várias urnas que não podem ser consideradas”, disse ele no sábado (19).
Costa Neto garantiu que o PL vai apresentar essa análise à Corte eleitoral até amanhã (22). O dirigente negou, no entanto, que a sigla queira rever o pleito. “Não queremos nova eleição, não queremos agitar a vida do país, mas eles [TSE] têm que decidir o que vão fazer”, alegou.
Até o momento, foi divulgada apenas uma versão preliminar desse relatório. Após o texto vir à tona, o IVL (Instituto Voto Legal), contratado pelo PL para examinar o assunto, informou que a versão publicada até o momento, pelo site O Antagonista, é “obsoleta” e não foi validada pelos autores.
Com base nesse texto, especialistas em tecnologia da informação consultados pelo UOL Notícias afirmam que a queixa do partido não é relevante para determinar o resultado das eleições (leia mais abaixo).
Segundo apuração de Thaís Oyama, colunista do UOL Notícias, Bolsonaro continua inconformado com a derrota nas urnas e telefona praticamente todos os dias para Valdemar pressionando-o para que tome uma medida judicial contestando o resultado da eleição presidencial.
Não há qualquer indício de fraude ou problema técnico no pleito, conforme já atestaram o TCU e as próprias Forças Armadas. Três missões internacionais de observação eleitoral também emitiram relatórios preliminares atestando a segurança das urnas eletrônicas, logo depois do primeiro turno.
Braga Netto enigmático. Na sexta-feira (18), o ex-ministro da Defesa atendeu apoiadores de Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília, e disse que o “presidente está bem, está recebendo gente, não tem problema nenhum”. Em seguida, declarou ao grupo: “vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar para vocês agora”.
*Com Uol
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O endereço alugado no Lago Sul de Brasília para ser usado como comitê da campanha de Jair Bolsonaro em sua tentativa frustrada de ser reeleito transformou-se em uma espécie de central do golpe, de acordo com reportagem de Rodrigo Rangel, do Metrópoles, publicada nesta sexta-feira (18).
Liderados pelo ex-ministro Braga Netto, que tem dado expediente de forma regular no local, conspiradores reúnem-se lá para discutir estratégias visando questionar o resultado das urnas.
Liderados pelo ex-ministro Braga Netto, que tem dado expediente de forma regular no local, conspiradores reúnem-se lá para discutir estratégias visando questionar o resultado das urnas.
De acordo com a apuração do jornalista, que tem acompanhado a movimentação no endereço, o deputado federal Osmar Terra foi um dos frequentadores do “QG do Golpe” nesta última quinta-feira (17).
Questionado, o paranaense reconheceu que foi tratar da auditoria contratada pelo PL que visa por em xeque a credibilidade do sistema eleitoral.
“(A reunião) foi para buscar informações, (saber) se tinha alguma novidade sobre o processo do PL”, disse ele, referindo-se à auditoria. “Queria ter a informação mais adequada”, emendou, acrescentando que segue no aguardo de “novidades”.
Além de Terra, outros parlamentares aliados do presidente têm frequentado a casa, como Marcel Van Hattem, do Partido Novo e o Senador Eduardo Girão, do Podemos. Além deles, o senador Guaracy Silveira, do PP, também participou da reunião.
O ex-tesoureiro da campanha de Bolsonaro, coronel da reserva Marcelo Azevedo, é outro frequentador.
A casa tem um fluxo intenso de pessoas, que inclui manifestantes que participam dos protestos antidemocráticos. Isso acaba por ser uma evidência sobre a cadeia de comando das manifestações que vêm ocupando portas de quartéis e estradas com o objetivo de questionar o sistema eleitoral.
Decorada com uma bandeira do Brasil e dirigida por homem com camiseta com inscrições pedindo intervenção militar, uma camionete Amarok, avaliada em R$ 300 mi e com placa de Luis Eduardo Magalhães, na Bahia, esteve no endereço na tarde desta sexta-feira (18). Indagado pelo jornalista sobre quem o receberia, o ‘patriota’ não respondeu. Braga Netto estava lá.
Outro veículo do mesmo modelo, de um empresário do Mato Grosso, também chegou ao QG pouco antes do general sair de lá.
Camionete Amarok que esteve no QG do golpe. Rafaela Felliciano/Metrópoles
Um terceiro veículo (registrado nas fotos acima e abaixo) que também passou por lá foi visto horas depois em uma manifestação no quartel-general do Exército, no Setor Militar Urbano de Brasília.
Camionete Amarok que esteve no QG do Golpe esteve horas depois na manifestação golpista. Rafaela Felliciano/Metrópoles
Ou seja, há vínculo claro entre as manifestações e o que se planeja no antigo comitê de Bolsonaro.
Braga Netto tem comparecido tanto a esse local quanto ao Palácio do Alvorada, onde tem visitado Jair Bolsonaro.
O general tem sido umas das principais vozes de incentivo aos golpistas, sempre deixando acesa a expectativa de que uma surpresa ainda pode ocorrer. A um prefeito do interior do Mato Grosso, ele disse que “algo muito bom” iria acontecer até o fim desta semana.
O prefeito Carlos Capeletti, do município de Tapurah, havia ido para comprar mantimentos para o acampamento. Logo depois, Capeletti fez um vídeo dizendo o que ouviu e publicou nas redes sociais.
“Eu falei que eu iria embora, que não acreditava em mais nada, e ele (Braga Netto) falou assim: ‘Fica tranquilo que vai acontecer’”, disse o prefeito ao Metrópoles.
O relato demonstra que o general tem gerado expectativas golpistas entre os bolsonaristas que estão na rua.
Em outro vídeo ele saúda militantes bolsonaristas na frente do Alvorada. Ao ouvir apelos do grupo, que diz estar firme nos protestos, ele afirma: “Não percam a fé. É só o que eu posso falar para vocês agora”. Veja o vídeo:
*Com DCM
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Na saída do Alvorada, Braga Netto ainda consolou uma apoiadora de Bolsonaro que reclamara que “a gente está na chuva, no frio”. “Eu sei que vocês estão. Então, fica firme”, disse o militar.
Candidato a vice-presidente na chapa derrotada nas eleições de 30 de outubro, o general Walter Braga Netto (PL), negou que Jair Bolsonaro (PL) tenha sido internado na noite desta quinta-feira (17), como divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo, que atribuiu a informação a fontes do Gabinete de Segurança Institucional.
Na saída do Palácio da Alvorada, após visita ao presidente, Braga Netto conversou com bolsonaristas e apenas respondeu com um grito aos jornalistas que perguntaram sobre a internação.
“Mas quê?”, gritou o militar. “Estão inventando histórias”, emendou, se voltando aos apoiadores de Bolsonaro, entre eles uma mulher que chorava perguntando do presidente.
“O presidente está bem, está recebendo gente, sem problema nenhum. Vocês não percam a fé. É só o que posso falar para vocês agora”, mantendo o suspense sobre o posicionamento de Bolsonaro diante da derrota eleitoral.
Braga Netto, então, consolou a bolsonarista que chorava dizendo que “a gente está na chuva, no frio”, em relação aos acampamentos mantidos por apoiadores radicais.
“Eu sei que vocês estão. Então, fica firme. Dá um tempo”, acrescentou.
Segundo fontes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ouvidas pelo Estadão, Bolsonaro teria dado entrada no Hospital das Forças Armadas na noite desta quinta-feira (17) com fortes dores abdominais.
Bolsonaro estaria passando por exames e os médicos avaliam a possibilidade de uma nova cirurgia.
Enquanto o marido está no hospital, Michelle Bolsonaro publicou uma mensagem enigmática, com um versículo bíblico, nos stories de seu perfil no Instagram.
*Com Forum
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O general aposentado Walter Braga Netto deixou nesta sexta-feira, 1, o cargo de Assessor Especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República. A exoneração “a pedido” foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta, informa o 247.
Jair Bolsonaro (PL) já confirmou Braga Netto como vice na sua chapa. Braga Netto também será um dos coordenadores da campanha do chefe de governo.
Quem fica no lugar do militar é José Vicente Santini, ex-secretário Nacional de Justiça e amigo pessoal dos filhos de Bolsonaro. Ele foi exonerado em janeiro de 2020 do cargo de secretário-adjunto da Casa Civil após ter usado um voo da FAB, não comercial, para acompanhar a comitiva presidencial em viagem oficial à Índia.
A saída de Braga Netto do cargo cumpre o prazo que o permite concorrer a cargo público nas eleições de outubro. Ele deixou o comando do Ministério da Defesa em 31 de março, também para cumprir a legislação eleitoral.
A convenção partidária do PL que deve confirmar a chapa Bolsonaro-Braga Netto está marcada para o dia 23 de julho, em Brasília.
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Para começar a conversa, pergunta a ser feita sobre Braga Netto não é o que ele fala, mas quem se importa com o que ele fala.
Se ele vem com o já exaurido fetiche de golpe, se Bolsonaro não vencer as eleições, sejamos francos, não vale a pena gastar uma banana com ele.
Braga Netto não pode sequer ser chamado de general água e sal pela sustança jurídica que seu extrato apresenta. Ele não é alguém considerado o verde Olavo e, muito menos um Hércules medalhonado que tenha força voz de verdade nas quatro linhas do comando das Forças Armadas.
Se hoje, Bolsonaro utiliza Braga Netto como agente químico para dar algum sentido à campanha, é a de neutralidade, ao melhor estilo “muito ajuda quem não atrapalha”.
Por isso, suas palavras a empresários na última sexta-feira têm valor politicamente nulo, para não dizer inútil e descartável.
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