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Matéria Política

A direita, através da mídia, consegue produzir símbolos, mas não sustentá-los

Há uma legião de revoltados com a vida pessoal dando sopa na praça. São pessoas à procura de um Cristo qualquer para malhar, isso nada tem a ver com a condição social, mas com a forma de entender a vida. Então, essas pessoas que não demonstram um pingo de compaixão com as dezenas de milhares de mortos por Covid-19 no Brasil têm que alimentar o seu ódio cotidianamente, como uma horda de fanáticos beligerantes, vão sustentar seu ódio sempre. Antes, eram todos Moro, Cunha, Aécio, Collor, etc. e, hoje, com Bolsonaro, mas também Roberto Jefferson, Centrão e Queiroz.

O estímulo sistemático que mantém um marasmo no ambiente vindo da mídia com sua força de comunicação de massa, não vai se modificar. O mesmo rebanho que gravita como satélite em torno da Globo à caça de uma apoteose trágica e intensa, seguirá sendo organizado pelos barões da comunicação.

Essa pessoas são como boi de corte e sofrem influxos mentais desmensurado. A isso não se pode nomear de direita ou de extrema direita, sequer esse valor histórico negativo e o amargão coletivo podem ser considerados. São ovelhas que vivem de ficções forçadas e se tornam irredutíveis na própria fantasia conspiratória que criam ou compram para moldar seus miolos movediços.

Não é pela concepção ideológica, mas sim pelo ódio que esse bonde caminhará.

O que se tem a fazer é um trabalho bem organizado que mobilize as trincheiras a partir das camadas mais pobres da população, das mulheres, dos jovens, dos negros e de todos os grupos segregados, porque a esquerda já mostrou que não abandona seus sonhos. Sua resiliência depois do golpe em Dilma, de tão cristalizada, comove.

Dá sim para se sonhar com um Brasil muito melhor, para tanto há que se mergulhar cada vez mais num universo que permita que as ideias ganhem as mentes, porque, na outra ponta, não tem ninguém interessado em debater política, mas sim estimular sentimentos de ódio e vingança por pura frustração pessoal.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Bolsonaro dá ao Centrão R$ 53 bilhões em troca de apoio, o mesmo valor que gastou com o combate ao coronavírus

Isso mesmo, o mesmo valor que destinou para o combate ao coronavírus, Bolsonaro usa para comprar base no Centrão.

Isso não é toma lá da cá. Isso é um “vem cá meu bem” para a escória do congresso.

Isso é a nova política.

Nunca uma base cobrou e recebeu tanto por um apoio.

Esse é o orçamento de todos os órgãos em negociação com legendas historicamente associadas às picaretagens mais deslavadas, aos velhacos do Congresso e à mais pura nata da corrupção.

Mas e os bolsonaristas, o que acham?

Não acham nada, passam o pano sem questionar nada do que o mito faz.

Amanhã, Augusto Nunes e Alexandre Garcia, ao lado de Datena, “explicarão”.

Alguma dúvida de que Bolsonaro é o presidente mais pilantra da história da República e faz de tudo com o dinheiro do povo para livrar sua cara e de seus três filhos marginais?

Não né!

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro deu mais um passo ao isolamento. Se quiser dar um golpe, dará sozinho

Com uma mão, Jair Bolsonaro tenta seduzir o Centrão oferecendo cargos do Dnit, no FNDE e em outros órgãos cobiçados. Com a outra, ele saúda manifestantes que pedem intervenção militar e assegura a eles que não vai fazer acordo com o Congresso coisa nenhuma e ataca seus dirigentes. Qual é o verdadeiro Bolsonaro? Nem ele sabe. Só se sabe que deu mais um passo rumo ao isolamento.

No plano político, o presidente da República não oferece confiança a nenhum interlocutor que porventura venha a ser chamado para conversar com ele no Planalto — como foi o caso dos dirigentes do PP, PL, PSD, Republicanos e PTB nos últimos dias. O presidente prometeu mundos e fundos para que essa turma abandone Rodrigo Maia e, na virada do ano, eleja um novo presidente da Câmara alinhado ao governo. Ou, ao menos, uma personagem que garanta não dar seguimento a um eventual — e agora cada vez mais possível — processo de impeachment presidencial.

Bolsonaro pode se achar muito esperto, e no seu entorno havia, até este domingo, alguns generais bem animados com a articulação. Nem o presidente nem seus ministros fardados, porém, estão acostumados a lidar com esse pessoal. Os profissionais do Centrão, porém, já foram e já voltaram — sobretudo depois da aglomeração nossa de cada domingo, desta vez no Setor Militar Urbano.

O Centrão vai pegar todos os cargos que puder e pode até, em algum momento, fingir que está com Bolsonaro. Mas na hora de votar um hipotético impeachment, o fará com a cara mais limpa desse mundo. Não vai peitar o resto do Congresso, os governadores e o STF — que fizeram questão de manifestar seu repúdio à manifestação antidemocrática do presidente. Até porque sabe que um outro grupo, o dos militares, embora mais silencioso, também não ficou nada satisfeito.

Com a rapidez e a prontidão das reações, em on e em off, restou uma única certeza deste domingo: se quiser dar um golpe, Bolsonaro dará sozinho.

 

 

*Helena Chagas, para Os Divergentes e para o Jornalistas pela Democracia

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Sem partido, sem OCDE, sem aliados, Bolsonaro está cada vez mais perdido

“Chegamos ao final de mais uma semana sem nenhum sinal no horizonte de reação da sociedade civil diante de tanto descalabro. Sem governo e sem oposição, o Brasil parece tão perdido como seu presidente. Para onde vamos?”, avalia o jornalista Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia.

De nada adiantou rastejar diante de Donald Trump como um gandula diante do ídolo.

Até agora, Bolsonaro, ou melhor, o Brasil só perdeu com essa paixão pelos Estados Unidos.

Escanteado na prometida entrada do país na OCDE, o capitão-presidente só tem colecionado derrotas em seus nove meses de desgoverno alucinado.

Ao rifar seu próprio partido alugado para fazer a campanha, Bolsonaro corre o risco de ficar isolado no Congresso nas mãos do Centrão de Rodrigo Maia.

Na política exterior, o governo é um completo desastre, errou todas as fichas.

Na Argentina, em Israel e nos Estados Unidos, seus principais aliados estão correndo sério risco de perder o poder e o capitão pode ficar com a brocha na mão.

Festejar o leilão do pré-sal pode ser muito bom para um governo falido, nas mãos do posto Ipiranga, mas é extremamente ruinoso para o país.

Estão entregando tudo de mão beijada para cobrir os rombos e, no final da festa de arromba, sem ter mais o que vender, vão ficar pelados na esquina pedindo esmolas para o FMI, como a Argentina ou o Equador.

Ainda não viramos uma Venezuela, mas não falta muito.

Logo o país cairá na realidade de que a tal reforma da Previdência, assim como a Trabalhista, não só não devolverá os empregos, como vai tornar ainda mais inviável a sobrevivência de trabalhadores e aposentados.

Assim como a Lava Jato não acabou com a corrupção, mas com a economia, a grande farsa da “nova política” da extrema direita selvagem está levando o Brasil bovinamente para o buraco.

Só os especuladores do mercado, as guildas corporativas de fardados e togados e a mídia chapa-branca está se dando bem neste governo.

Em apenas nove meses, caíram todas as máscaras e o brasileiro que acreditou nessa mentira se vê diante do espelho como um trouxa que está vendendo o almoço para comprar o jantar e ainda gritando “Mito!”

Nada mais funciona, um desastre no meio ambiente sucede a outro na mesma semana, o processo de desindustrialização avança, junto com a fome e a miséria que voltaram a grassar por toda parte, milhares de famílias descartadas nas ruas das grandes cidades.

Logo vamos ter que fazer uma horta no quintal para comer e criar umas galinhas, se não venderem também o quintal.

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

Os predadores têm pressa porque sabem que a casa está caindo e não há nada para colocar no lugar.

Os militares já conseguiram tudo o que queriam e se recolheram em obsequioso silêncio para não perder as boquinhas.

Doria, Witzel, Huck e outros do gênero já brigam pelo espólio bolsonariano, que não quer largar o osso diante da cachorrada faminta.

Chegamos ao final de mais uma semana sem nenhum sinal no horizonte de reação da sociedade civil diante de tanto descalabro.

Sem governo e sem oposição, o Brasil parece tão perdido como seu presidente.

Para onde vamos?

Depois de declarar guerra ao mundo na ONU, o inominável resolveu brigar também com o Papa, o Vaticano e a Igreja Católica para agradar a família e seu rebanho neopentecostal, alimentado pela fábrica de fake news nas redes sociais, que o Judiciário se recusa a investigar.

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

Semana após semana, o nosso STF vai adiando decisões importantes para colocar um pouco de ordem na terra arrasada, que coloca em risco a própria democracia e o Estado de Direito.

Gostaria de desejar um bom fim de semana a todos, mas está difícil.

Como hoje é sexta-feira, agora vou almoçar com velhos amigos, tomar uma cerveja e esquecer um pouco essa tragédia que se abate sobre todos nós.

Eu sei, escrever é preciso, mas não basta. Às vezes, acho até inútil.

Todo mundo já sabe o que está acontecendo, mas ninguém reage e vamos nos afundando cada vez mais, leiloando o futuro dos nossos filhos na bacia das almas.

Vida que segue.

 

*Ricardo Kotscho – 247