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Não existe gado de Bolsonaro, a legião de imbecis que o tem como mito, é gado da Globo

Há uma parcela da sociedade brasileira condenada a uma sentença eterna de ser gado premiado da Globo. A legião atual de imbecis que tem Bolsonaro como mito é uma caricatura de si mesma. Na verdade, é o resumo do que a Globo é capaz de fazer com a cabeça de alguém que ela maneja de dentro das redações para servir de porta-voz dos Marinho.

A imbecilidade é tanta que, mesmo repetindo de cor e salteado todos os bordões da Globo contra o PT, o bolsonarista acredita mesmo que ele é contra a Globo, pior, trouxa por natureza e imbecilizado pela indústria da cultura de massa em que a Globo é a grande potência no Brasil, esse zumbi da era moderna tropical cumpre toda a agenda construída pela Globo durante toda a sua história, desde a ditadura até os tempos atuais.

Isso seria fatal, a Globo nasceu para fazer uma higiene cultural na cabeça do cidadão médio, que tem por natureza um vácuo intelectual, já que é herdeiro do pensamento colonialista somado ao imperialista, tendo o consumo como matriz de suas lógicas. Ou seja, é literalmente um gado globalizado. Por isso repete por aí que é cidadão do mundo e outras balelas de quem não sabe de sua própria missa a metade.

Essa atitude agressiva a que assistimos de bolsonaristas em estado de cólera, agredindo repórteres da Globo, é de cães raivosos que, de tão irados, mordem o próprio rabo, cena comum no mundo canino.

Bolsonaro e Globo sempre estiveram do mesmo lado. E qual é o lado da Globo? É o lado oposto ao dos pobres. Na verdade, é o lado de qualquer um que esteja contra os pobres e do lado dos ricos, não existe nada mais anti pobre do que a Globo. Seu objetivo central sempre foi segregar as camadas menos favorecidas da população, está no DNA dos Marinho ou não teria sido escolhido pela ditadura militar, que produziu a maior desigualdade da história do Brasil, como sua máquina de propaganda. Ditadura essa que produziu uma desigualdade gigantesca com expansão de favelas e da miséria no país.

O Brasil nem liberal tem e nem burguesia essa gente é, é uma aristocracia decadente que quer o Estado lhe servindo de forma completa, e isso só pode ser feito com a segregação dos pobres. Não foi a isso que acabamos de assistir com Bolsonaro entregando R$ 1,2 trilhão para os banqueiros? Alguém viu a Globo ou bolsonarista fazendo qualquer crítica a isso?

O ódio que a Globo tem de Lula e Dilma, ela também teve na mesma intensidade contra Brizola. A esquerda ainda não aprendeu a lidar com isso, mesmo em tempos em que a internet se transforma cada vez mais em aliada dos progressistas, a Globo ainda é hegemônica. Ela tem uma capacidade pressionar qualquer um que ocupe lugar de comando nas instituições brasileiras.

Hoje, quando se fala da ridicularização dos bolsonaristas com a ciência, com o estudo, com a pesquisa, tem que se perguntar, de que lado estava a Globo quando Temer e Bolsonaro cortaram recursos dessa área? Ela estava do lado deles, é claro. São ratos do mercado, ratos da plutocracia que servem de cobaia para os ricos em troca de proteção.

Aqui não serão listados os aliados de ocasião dos Marinho, como Cunha, Roberto Jefferson e o próprio Bolsonaro, a quem a Globo aplaudiu quando discursou, no dia da votação do golpe dado em Dilma, elogiando Ustra, o torturado pedófilo. A mente assassina de Bolsonaro teve todo o aparato midiático que a Globo poderia conceder a um candidato, inclusive cedendo a Bolsonaro parte do seu gado mais fiel, esse mesmo que se acha bolsonarista e contra ela.

Isso dá a medida da demência dessa gente que, quanto mais feroz e fascista se apresenta, mais vincadas as suas mandíbulas estão com o lado mais truculento dos Marinho.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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“A culpa é do PT” venceu o prazo e a política econômica Pinochet-FHC de Guedes virou sua guilhotina

Cultuado por dez em cada dez colunistas de economia da mídia industrial, Paulo Guedes, o João ratão da política econômica, que mistura Pinochet com FHC, caiu na panela de feijão, sendo triturado pelos mesmos que viviam lhe dando tapinhas nas costas.

Para a totalidade da população Guedes é um cancro, assim como todos os economistas de FHC, Collor, Sarney, Temer e os anos da ditadura militar. Todos com a gororoba neoliberal debaixo do braço promovendo riqueza aos ricos e pobreza aos pobres e, consequentemente, tirando direitos destes para produzir privilégios aos ricos, porque é assim que a central do neoliberalismo funciona. A matriz é a mesma, mesmo que as sucursais apresentem paisagens diferentes, o arrocho pelo lucro é condição primeira.

Agora, Guedes, de filé, virou carniça para o colunismo abutre da Globo.

Olhando hoje os comentários dos nossos valorosos colunistas econômicos, parece até que não apoiaram em massa o congelamento e as fiscais do Sarney. Pior, falam mal de Collor hoje pela tragédia que provocou no país quando sequestrou a poupança do povo. Só que, na época, ovacionaram Zélia Cardoso. Agora é Paulo Guedes, elevado a suprassumo da economia até dias atrás, sendo mastigado e moído pelo maxilar dos marinho e virando chacota até do Guga Chacra, que disse:

“Paulo Guedes falou que há 26 mil bancos nos EUA. Na verdade, este é um valor próximo do existente no país quando o atual ministro fazia PhD em Chicago. Em 2017, havia cerca de 6 mil. Redução se acentuou nos anos 1990. Sempre é bom se atualizar”.

O jornalismo de frete, que magnificou as reformas que tiraram direitos e a aposentadoria dos trabalhadores, agora faz de conta que não tem nada com o monstro que acariciou e prometeu adestrar. Está aí o resultado, barata voa no governo, bate-cabeça nas redações industriais servis aos abutres do mercado.

Até feder o peidinho do PIB de Paulo Guedes, pesquisa dava conta nas redações do jornalismo neoliberal, que Guedes vencia Deus nas pesquisas de intenção de voto entre os colunistas econômicos pinçados pela mídia de aluguel para elogiar a tragédia pauloguedista.

O que nos resta é a pergunta do sempre cirúrgico Saul Leblon, no twitter da Carta Maior:

“A aliança da mídia com a escória, o dinheiro e o judiciário que optou pela barbárie pra destruir o PT e revogar a Carta de 1988 agora quer devolver o cachorro louco ao canil. ‘Liberais’ do PSDB farão autocrítica do sinistro econômico ou só querem trocar a mandíbula que mastiga o povo?” (Saul Leblon – Carta Maior)

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Veríssimo: Apatifam-nos

“Apatifar”, nos diz o Aurélio, significa tornar desprezível, aviltar, envilecer. Pessoas se apatifam, nações inteiras podem se apatifar, ou serem apatifadas. O mundo hoje vive uma assustadora onda de contágio viral que, espera-se, acabará controlada ou, eventualmente, desaparecerá. Já patifaria não mata, mas também contagia, com a diferença de que não tem nem perspectiva de cura.

É impossível observar o Brasil de hoje sem a sensação de estar assistindo a uma pantomima tragicômica, à decomposição de um Estado que, dissessem o que dissessem de governos anteriores – inclusive os lamentáveis -, mantinha, pelo menos, a linha, o que é mais do que se pode dizer da atuação de Bolsonaro & Filhos no palco do poder.

Agora se entende por que Bolsonaro insistia em dizer que não houve um golpe em 64 nem uma ditadura militar nos 20 anos seguintes: ele queria montar o seu próprio regime militar, enchendo o Planalto de generais de fatiota que deixam seus tanques no estacionamento e entram pela rampa principal, rindo da gente. Implícita nessa original tomada do poder está a ideia imorredoura de que só uma casta iluminada, os militares, sabe governar um país.

O apatifamento de uma nação começa pela degradação do discurso público e pela baixaria como linguagem corriqueira, adotadas nos mais altos níveis de uma sociedade embrutecida. Apatifam-nos pelo exemplo. Milícias armadas impõem sua lei do mais forte e mais assassinos com licença tácita para matar. Há uma guerra aberta com a área de cultura e a ameaça de um retrocesso obscurantista nas prioridades de um governo que ainda não aceitou Copérnico, o que dirá Darwin. Aumentam os cortes de gastos sociais, além de cortes em direitos históricos dos trabalhadores. Aumenta a defloração da Amazônia. Aumentam as ameaças à imprensa.

E aumenta a suspeita de que, na Universidade de Chicago, o Paulo Guedes só assistiu às aulas de bobagens para dizer, caso a economia não deslanche.

 

*Luis Fernando Veríssimo/Estadão

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Vídeo: Com o samba mais bonito do ano, setores religiosos conservadores querem censurar a Mangueira

A cidade do Rio de Janeiro está à espera de dois milhões de turistas no carnaval, mostrando que o grande cartão postal cultural do Rio são as escolas de samba. A Mangueira, a escola mais querida no Brasil, é responsável por atrair milhares desses turistas que invadirão a cidade durante o carnaval.

Os hotéis da orla da zona sul estão com lotação completa para o período. Bares, restaurantes lotados e a própria geração de empregos no setor de serviços mostram que o carnaval no Rio é uma fonte riquíssima de emprego e renda.

A questão central é que o carnaval é o que é e, por isso mesmo, atrai tantas pessoas de tantos lugares do Brasil e do exterior.

Por mais que tenha em seu simbolismo algumas distorções promovidas pelo interesse comercial da Globo, o desfile das escolas de samba, transmitido para mais de 100 países, é o ponto alto da maior festa popular do planeta ou do maior evento cultural da terra.

Mas este ano, seguindo a linha dos terraplanistas, nazistas, fascistas, bolsonaristas, setores religiosos conservadores cismaram de censurar o espírito carnavalesco da Mangueira, que é, como sempre foi, crítico em seus enredos.

Segundo Ancelmo Gois, no Globo, uma carta assinada por 21 entidades religiosas, lideradas pela arquidiocese do Rio, direcionada a Jorge Castanheira, presidente da Liesa que, mesmo sem citar nominalmente a Mangueira, pedem, de forma absurda, que eles sejam consultados pelos enredos, numa clara comissão de censores religiosos que querem agora nos devolver ao período da ditadura militar e dizer o que pode ou não ser cantado nas ruas do país. Era só o que faltava!

Em nome de um suposto princípio da boa fé, tolerância, imagina isso, e respeito, pedem que sejam ouvidos com o intuito de instá-los a observar atenciosamente o próximo desfile para que seja realizado de modo a não ofender, chocar, agredir ou encarnecer a fé de centenas de milhões de brasileiros.

Isso porque o samba da Mangueira começa com uma frase lindamente poética que diz:

Mangueira Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Basta esse poema carregado de verdade história para detonar a hipocrisia de conservadores que usam a religião como biombo para reprimir a liberdade de expressão do povo, dizendo logicamente que não é esta a intenção.

Entre os tais religiosos, estão, entre outros, a Associação Nacional de Juristas Islâmicos, Federação Israelita do Rio, Budismo Primordial e etc.

O fato é que escola de samba nenhuma enfia o bedelho na crença de ninguém, não pede a entidade nenhuma que conduza seus sermões a partir dos conceitos do samba. Por que o samba deveria abdicar da liberdade poética para atender aos bisbilhoteiros da fé alheia em nome de um respeito que os próprios não têm pela liberdade de expressão?

Que esse absurdo seja repudiado por todos. Já não basta a Damares, Bolsonaro e o pirado da Funarte que disse que o rock é satânico? Ou esses senhores, que se acham o oráculo da fé, são parceiros do texto nazista lido Roberto Alvim que lhe custou a cabeça falando na grande arte, na arte nobre?

*Carlos Henrique Machado Freitas

Assista ao vídeo:

[Enredo: A Verdade Vos Fará Livre]

Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade
Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra no buraco quente
Meu nome é Jesus da Gente

Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro, desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão

Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão

Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E ressurgi pro cordão da liberdade

 

Composição: Luiz Carlos Máximo / Manu da Cuíca · Esse não é o compositor?

 

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Temer mata a fatura: “Governo Bolsonaro é a continuidade do meu”

Cara de um, focinho do outro.

Em última análise, Temer é Bolsonaro e Bolsonaro é Temer.

Não só porque Sérgio Etchegoyen, o mais golpista dos generais, é o garante ou o cartola dos dois, como também sempre fez vista grossa para o mar de corrupção que cerca a biografia de Temer e Bolsonaro.

Temer assumiu o programa econômico do golpista candidato derrotado por Dilma, Aécio Neves e Bolsonaro dá continuidade à máquina de aniquilar as estatais, a indústria nacional, empregos e a economia.

Não foi isso que assistimos nos anos FHC?

Então, o que temos nessa tríade corporativa é um filarmônica neoliberal e o resultado totalmente desafinado e descompassado com a realidade social do país, não poderia ser outro.

Temer repetiu o fracasso de FHC e Bolsonaro repete o de Temer.

Os três se alimentaram da mesma alfafa para alavancar o progresso dos ricos, do lado luxuoso do país.

Digamos que FHC seja um preposto de Collor que, não obstante, seguiu o mesmo curso do rio neoliberal do caçador de poupança, mas também de Menem, na Argentina. Deu no que deu, nos três falidos governos.

A diferença é que FHC era um festejado homem das letras.

Bolsonaro é o último capítulo da ditadura militar que entregou o país em frangalhos a Sarney que, por sua vez, entregou o país ainda pior nas mãos de Collor.

Essa corrente, que sofreu um intervalo nos governos Lula e Dilma, é uma coisa só. De Figueiredo a Bolsonaro passando por Sarney, Collor, FHC, Temer e agora Bolsonaro é uma massa falida que insiste em destruir o Brasil na base de golpes e fraudes.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Brasil 2019: De Bolsonaro a Lula

Para o sociólogo Emir Sader, o cenário com que o Brasil termina 2019 é muito diferente do que começou. “O presidente perdeu pelo menos 2/3 dos apoios que tinha, enquanto que Lula, que havia começado o ano sem perspectivas de sair da prisão, termina o ano em situação radicalmente diferente: livre e circulando pelo Brasil”.

O Brasil começou 2019 vivendo a terceira grande derrota da esquerda na sua história. Depois do golpe e da ditadura militar de 1964, dos triunfos neoliberais dos anos 1990, veio a guerra híbrida, que derrubou Dilma Rousseff da presidência do país, que prendeu Lula e lhe impediu de ser eleito de novo presidente do Brasil e elegeu de forma fraudulenta Jair Bolsonaro. O ano parecia como mais um ano terrível para o Brasil.

E de fato foi. O país sofreu a continuação e intensificação do desmonte do Estado, com a intensificação da privatização das empresas públicas, a radicalização das desregulamentações favorecendo ao grande empresariado e a expropriação dos direitos dos trabalhadores, assim como o congelamento das políticas sociais. Ao mesmo tempo que o país projetava a pior imagem possível no plano internacional, fazendo que o presidente do Brasil tenha se tornado o representante do que de pior existe no mundo de hoje.

O governo se iniciava em plena euforia da direita, livrada do susto de ter que conviver de novo com um governo do PT. As elites aceitavam tudo, até Bolsonaro, menos o PT. O país estava em boas mãos, guiado pelo Guedes e supervisionado pelo Moro. Por qualquer dúvida, estavam ali os militares, preenchendo tudo quanto é cargo vago. A extrema direita dava a impressão que vinha para ficar.

Ao mesmo tempo que Lula seguia sendo vítima da mais brutal perseguição jurídica que o Brasil jamais conheceu. O cerco jurídico fazia com que não havia horizonte para a liberdade do Lula.

O cenário com que o Brasil termina 2019 é muito diferente. A incapacidade do presidente, as arbitrariedades cometidas por ele e por seus filhos, as declarações estapafúrdias e os conflitos internos e externos gerados, assim como a inviabilidade de que a política econômica ultra neoliberal promova o crescimento da economia, mudaram profundamente a imagem pública do governo. O presidente perdeu pelo menos 2/3 dos apoios que tinha, termina o ano com noticiário completamente tomado pelas denúncia contra ele e seus filhos por escândalos econômicos e por comprometimento direto na morte da Marielle.

Enquanto que Lula, que havia começado o ano sem perspectivas de sair da prisão, proibido de falar, impedido de ser eleito no primeiro turno presidente do Brasil, sofrendo não somente as imensas injustiças, como também sofrendo de ver o país que ele havia construído ser desmontado, termina o ano em situação radicalmente diferente. Livre – mesmo sem ainda recuperar seus direitos políticos -, circulando pelo Brasil com seus discursos. reencontrando o povo na ruas, termina o ano sendo a grande referência política do país, o grande dirigente da oposição ao governo, aquele em que os brasileiros depositam a esperança de superar o pesadelo atual.

Lula termina o ano político, com o grande ato com artistas e intelectuais no Rio, em grande estilo proclamando manifesto sobre a cultura brasileira, aclamado por milhares de pessoas. E se faltasse algo, fecha definitivamente o ano com o tradicional jogo de futebol, no campo Sócrates, da Escola Florestan Fernandes, do MST, domingo 22, com o Chico Buarque, comigo e com muita gente mais.

Assim Lula chega ao fim de 2019, depois de ter começado da pior forma possível. Projetando um grande protagonismo seu, não somente no Brasil, para 2020.

 

 

*Emir Sader/247

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Paraisópolis: racismo, demofobia, aporofobia! E Moro quer licença pra matar

Reinaldo Azevedo

A tragédia havida na favela de Paraisópolis, em São Paulo, com nove mortos, tem de ser chamada por aquilo que é: um massacre. E com autoria definida: a Polícia Militar. Até que não venham a público os responsáveis por aquele desastre, com a punição cabível, as mortes têm de ser postas, sim, na conta da instituição — e, por consequência, do governo do Estado, cujo titular é João Doria, do PSDB. E que se note: isso é o que pode fazer um destacamento despreparado da Polícia sem ter a excludente de ilicitude defendida por Sergio Moro, o santo. Imaginem se ou quando houver licença clara para matar.

Ainda que fosse verdade que policiais militares perseguiam bandidos que os teriam recebido a tiros, nada justifica a forma como se deu a operação. Não é preciso ser um grande especialista para perceber que a reação estaria estupidamente errada. E isso me leva a afirmar sem receio de ser apressado: é tal o disparate que qualquer pessoa razoável tem o dever de desconfiar da versão. A PM de São Paulo não é assim tão primitiva do ponto de vista técnico. Ocorre que é preciso tomar cuidado com o primitivismo moral e ético destes dias.

A forma como se deu o cerco aos participantes do baile funk, o fato de os PMs encurralarem os presentes ao evento, o acantonamento de vítimas em becos e vielas, debaixo do porrete… Tudo aponta para uma operação deliberada contra o baile funk. Esses bailes estão longe de ser eventos de adoração da lei, da ordem e do estado de direito. Mas cabe a pergunta: se as autoridades acham que crimes se cometem ali, estes devem ser combatidos por um Estado criminoso, assassino?

Essa é a lógica que tem justificado desde sempre a tortura no Brasil — que nunca cessou contra os pobres e os presos comuns — e que levou a República, em dois períodos, a mandar para o pau de arara os desafetos do regime: refiro-me, claro, ao Estado Novo e à ditadura militar.

É asqueroso. Aqui e no mundo, vídeos são exibidos com cenas explícitas de espancamento, antecedidos de uma advertência: “Atenção! O vídeo a seguir contém imagens agressivas”. E quem protagoniza a agressividade não são traficantes, assaltantes, bandidos… Não! Os atores da barbárie são homens que vestem o uniforme da PM e que deveriam ser reconhecidos pelos pobres como a “democracia de farda”. Afinal, “policial também é povo”, não é mesmo?

Não se trata de tomar a ação criminosa de um destacamento da PM como sinônimo do trabalho da corporação. Policiais salvam centenas de vidas todos os dias. A seu modo, também trazem à vida. São muitos os partos — sim, partos! — realizados por policiais. Há quase 100 mil homens e mulheres nas ruas se expondo a riscos variados. É verdade: atos que poderiam ser chamados de heroicos não chegam à imprensa.

Mas essa é a natureza de um dos entes que detêm o “monopólio do uso legítimo da violência”, para citar não um troglodita, mas Max Weber. Essa violência só é aceitável se dirigida contra aqueles que solapam, então, as bases desse Estado. E, ainda assim, há de ser exercida segundo critérios. E o uso proporcional dessa força é um dos pilares da legitimidade.

Cabe a pergunta: que crimes cometeram moças e rapazes, encurralados, que imploravam para não apanhar? Ou a PM pune exemplarmente aqueles que mancham a reputação da corporação ou estará sendo mais do que conivente com a barbárie: as nove mortes levarão a sua assinatura.

É uma obrigação moral chamar as coisas pelo nome que têm. Sérgio Nascimento de Camargo, o novo presidente da Fundação Palmares, certamente tachará de “mimimi” de militante esquerdista a lembrança de que a esmagadora maioria da população de Paraisópolis é negra. O homem que, sendo negro, vê aspectos positivos na escravidão não consegue estabelecer um nexo entre a servidão e a cor da pele dos que moram em favelas, habitam os presídios e povoam as covas rasas dos cemitérios.

Camargo não entendeu o que quis dizer o branco e abolicionista Joaquim Nabuco quando escreveu em “Minha Formação” que “a escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil”. Mais terrivelmente triste e patético: se e quando conhecermos os policiais que protagonizaram a barbárie, é grande a chance de que sejam eles também não-brancos.

Uma onda de demofobia e aporofobia — repulsa ao povo e aos pobres — tomou o país. E ameaça virar política de Estado. Quando Sérgio Moro e Jair Bolsonaro falam em “excludente de ilicitude”, pedem licença para que as forças de segurança possam matar sem receio nem perigo. Matar quem? Os pobres de tão pretos e os pretos de tão pobres.

 

 

*Reinaldo Azevedo/Uol

 

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Globo admite que a economia brasileira ainda não implodiu em função das reservas deixadas pelo PT

Esse país não vai tomar jeito enquanto a mídia estiver capturada pelo mercado. Essa mesma gente, que dizia que a Petrobras estava liquidada com uma dívida impagável, promovida pela corrupção do PT, fez cara de paisagem quando a Petrobras sacou mais de R$ 60 bilhões para comprar parte importante do pré-sal.

A mídia também ficou muda nesta terça-feira (19) sobre o anúncio de que a Petrobras será a maior empresa petrolífera do mundo em 2030. Isso porque a mesma mídia dizia que o pré-sal só existia na publicidade do PT.

Durante o golpe contra Dilma e a eleição de 2018, o ataque cotidiano à Petrobras culpando o PT pela suposta quebra da empresa, foi o mote principal das manchetes dos jornalões e do Jornal Nacional.

Como o cinismo não custa nada e no Brasil ele é abundante nas redações da grande mídia, uma mentira a mais ou a menos não faz a menor diferença. No dia seguinte esquecem o que disseram no dia anterior de acordo com os interesses que movem as grandes empresas de comunicação. O importante é iludir as massas, fabricar fatos e escândalos para tirar diariamente o sangue do povo e entregar nas mãos dos grandes patrões da mídia nativa.

Não há qualquer responsabilidade e nem um órgão regulador que cobre a total falta de ética dessa gente. É o tudo por dinheiro, tudo para agradar os rentistas e banqueiros e uma parcela do grande empresariado brasileiro.

Num país que, em plena ditadura militar, a mesma Globo martelou junto com os generais que a culpa da crise do Brasil na época era o subsídio do pãozinho francês, inventar que a Petrobras tinha sido destruída pelo PT, que a previdência estava quebrada e que a reforma trabalhista traria múltiplos empregos, parece brincadeira de criança.

Esta terça feira foi mais um dia em que, pela garganta de Sardenberg, que martelava a quebra do Brasil quando o dólar chegou a R$ 4,05 no governo Dilma, ouviu-se que o dólar a R$ 4,20 não tem qualquer importância já que o governo Bolsonaro dispõe de uma reserva de, aproximadamente, US$ 380 bilhões herdada dos governos Lula e Dilma.

Esse tipo de canalhice que levou, primeiro um golpista e, depois, um fascista ao poder e que os dois produziram a fuga em massa de investimentos no país, para a Globo, é coisa normal, faz parte da disputa política. E ela sempre teve lado nessa disputa e nunca escondeu de ninguém. Mesmo sendo uma concessão pública, o lado da Globo sempre foi o dos ricos, dos grandes banqueiros e rentistas contra os pobres, contra os miseráveis que voltaram a ser a principal paisagem do Brasil pós golpe e eleição de Bolsonaro.

Para a Globo isso não muda nada, basta que não mostre na sua telinha a pobreza e miséria no Brasil produzidas por essa escória que tomou o país a partir do golpe em Dilma, que está tudo certo. Para ela, vale a máxima de que o que os olhos não veem, o coração não sente.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Instituto pede impeachment de Bolsonaro por interferências em caso Marielle

O Instituto Anjos da Liberdade apresentou, nesta segunda-feira (4/11), ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para a entidade, Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade ao pegar as gravações da portaria de seu condomínio no Rio de Janeiro “antes que fossem adulteradas”, ao ordenar que o ministro da Justiça, Sergio Moro, agisse para protegê-lo, ao atacar os delegados que cuidam das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e ao ameaçar não renovar a concessão de televisão da Rede Globo e cancelar as assinaturas do jornal Folha de S.Paulo.

Na petição, assinada pela presidente do Instituto Anjos da Liberdade, Flávia Pinheiro Fróes, a entidade argumenta que o militar reformado, ao ordenar que Moro tomasse medidas para protegê-lo nas investigações da morte de Marielle, praticou delitos contra a probidade na administração pública. A saber: “expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições expressas da Constituição”, “infringir no provimento dos cargos públicos, as normas legais” e “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”, previstos, respectivamente, nos incisos 4, 5 e 7 do artigo 9º da Lei de Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/1950).

Quando sugeriu que o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), está manipulando as apurações do homicídio da parlamentar para tentar incriminá-lo e disse que o delegado que conduz o caso é “amiguinho” do líder fluminense, Bolsonaro cometeu os delitos previstos nos incisos 4, 6 (“usar de violência ou ameaça contra funcionário público para coagi-lo a proceder ilegalmente, bem como utilizar-se de suborno ou de qualquer outra forma de corrupção para o mesmo fim”) e 7 do artigo 9º da Lei de Crimes de Responsabilidade, sustenta a entidade.

Já ao contar que pegou as gravações da portaria de seu condomínio “antes que fossem adulteradas”, o presidente, conforme o Anjos da Liberdade, alterou a cadeia de custódia da prova penal e praticou as infrações contra a segurança interna do país estabelecidas no artigo 8º, incisos 4 (“praticar ou concorrer para que se perpetre qualquer dos crimes contra a segurança interna, definidos na legislação penal”) e 7 (“permitir, de forma expressa ou tácita, a infração de lei federal de ordem pública”), da Lei dos Crimes de Responsabilidade.

A ameaça de não renovar a concessão de televisão da Rede Globo e o cancelamento da assinatura da Folha em todos os órgãos federais são ataques à liberdade de imprensa, afirma a ONG. Logo, delito contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais de “violar patentemente qualquer direito ou garantia individual” previsto na Constituição.

Rito do impeachment
Se Rodrigo Maia aceitar o pedido de impeachment do Anjos da Liberdade, será formada uma comissão na Câmara dos Deputados para emitir parecer sobre a possibilidade de a denúncia ser julgada.

O parecer deve ser submetido a uma votação nominal. Caso a denúncia não seja seja considerada procedente, ela será arquivada. Caso contrário, a denúncia segue e é submetida ao Plenário. Se dois terços (342) dos 513 deputados votarem a favor, o processo de impeachment tem continuidade.

Em seguida o Senado decide se abre ou não o processo de impeachment. Caso a maioria dos parlamentares seja favorável ao pedido, o procedimento é instaurado, e Bolsonaro é afastado do cargo por até 180 dias. Nesse cenário, o vice, Hamilton Mourão, assume a Presidência.
Após manifestações da acusação e da defesa, os senadores devem decidir se o presidente cometeu ou não crime de responsabilidade. Se dois terços dos parlamentares considerarem-no culpado, Bolsonaro perde o mandato, e Mourão assume definitivamente.

Dos cinco presidentes eleitos diretamente após o fim da ditadura militar, em 1985, Fernando Collor e Dilma Rousseff sofreram impeachment.

 

 

*Com informações do Conjur

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Porteiro está sumido há 27 dias

Com os antecedentes que Bolsonaro seus filhos têm e tentam descaracterizar, inclusive a cena do crime, numa clara violação para obstruir a justiça, como confessou Bolsonaro sobre a secretária eletrônica da portaria do seu condomínio, saber que o porteiro está sumido há 27 dias, dá um frio na espinha, principalmente porque se trata de uma história que envolve assassinos frios que mataram Marielle.

A coluna de Lauro Jardim desta segunda-feira (4) deu o alerta:

“Há 27 dias o porteiro — personagem relevante, mas ainda sem nome — do condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro morou até 31 de dezembro e onde mora um dos filhos do presidente — deu o primeiro de dois depoimentos polêmicos no caso Marielle.

Em seguida, o porteiro entrou de férias. E, sabe-se lá o porquê, ainda não prestou um novo depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Cadê o porteiro?”

O que mais assombra nisso é que na semana passada, Bolsonaro citou a “ponta da praia” para se referir aos servidores públicos de órgãos federais ambientais:

“Eu tenho ascendência, porque os diretores, o presidente têm mandato, porque se não tivessem, eu cortava a cabeça mesmo. Quem quer atrapalhar o progresso vai atrapalhar na ponta da praia, aqui não”, disse o presidente durante transmissão feita em suas redes sociais.

Ponta da praia, para quem não sabe, era um local de execução da ditadura militar no Rio de Janeiro.

E quem não sente calafrios pensando no porteiro, sumido há 27 dias, depois dessa declaração de Bolsonaro, se o sujeito se mostra um fanático por torturas e assassinatos durante a ditadura militar.

Não vamos apressar os passos para chegar a conclusões ou mesmo acender fogueira para queimar as bruxas, mas o tom agressivo de Bolsonaro faz temer pela vida do porteiro.

Bolsonaro vem de uma cultura perturbada que produziu muito sangue nesse país. Vai que ele acha que o porteiro quis atrapalhar o progresso do Brasil.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

*Foto: DepositPhotos