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Política

Dilma sendo Dilma: Folha comete mais um crime de falsificação da história

A ex-presidente Dilma Rousseff faz uma dura crítica ao editorial da Folha de S.Paulo que, nesta quinta-feira (11), pediu pressa nos demais julgamentos contra o ex-presidente Lula. Em nota, ela afirmou que a Folha “falsifica a história”, “ansiosa para tentar manter de pé algo que possa servir à sua obsessão antipetista”.

Dilma ressalta que o jornal faz uma “falsa simetria” ao comparar a declaração de Romero Jucá em março de 2016, relacionada ao seu impeachment e à Operação Lava Jato – “estancar essa sangria, com o Supremo, com tudo” – com os julgamentos de hoje que tentam reparar as injustiças contra o ex-presidente Lula, fazendo uma reparação do Estado Democrático de Direito.

Leia a íntegra:

EDITORIAL DA FOLHA FALSIFICA A HISTÓRIA

Ansiosa para tentar manter de pé algo que possa servir à sua obsessão antipetista, mesmo diante do extenso rol de crimes cometidos por Sérgio Moro e pela Lava Jato, hoje em processo de identificação e condenação pelo Supremo, a Folha produz mais um de seus editoriais falsificadores da história – uma especialidade que cultua e preserva com afinco.

A certa altura, expõe uma de suas típicas pérolas de desonestidade intelectual e de impostura histórica, comparável à famosa e infame ficha falsa do Dops, ao afirmar:

“Os casos em que juízes e procuradores tenham agido contra a lei devem obviamente ser anulados, uma exigência básica do Estado de Direito. Mas é preciso cuidado para não transformar os reparos necessários no célebre plano do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) —’estancar essa sangria, com o Supremo, com tudo'” [grifo meu].

É um argumento fraudulento, para dizer o mínimo. A Folha sabe, e tinha o dever de lembrar seus leitores, que a frase do então senador Jucá, gravada com autorização judicial, fazia parte de um diálogo no qual defendiam a destituição de uma presidenta da República eleita democraticamente e avessa à corrupção, justamente para que, uma vez que me tivessem destituído, pudessem conter as investigações sobre os malfeitos por meio dos quais eles e seus parceiros continuariam enriquecendo indevidamente. Essa frase é a senha do impeachment sem crime de responsabilidade, que resultará, ao final, na prisão de Lula e na eleição de Bolsonaro. A Folha tentou até se antecipar ao processo de impeachment, cobrando minha renúncia, antes mesmo da votação ser pautada. Não pode, hoje, esconder que sabia que seriam “os estancadores de sangria” que me sucederiam, com o governo Temer.

A Folha confia na suposta falta de memória de seus leitores. Por isto, acredita que pode publicar, mais uma vez, um editorial que tenta reler a história e reescrevê-la ao seu bel prazer e segundo seus interesses – mesmo uma história tão recente. Fabrica, no editorial de hoje, uma inversão da verdade.

ão há absolutamente nenhuma similaridade entre a frase de março de 2016, que propôs “estancar a sangria” para proteger os corruptos que, para isto, conspiravam para derrubar uma presidente honesta, e os julgamentos deste momento, que são rigorosamente legítimos e constitucionais e pelos quais o STF submete ao escrutínio de seus ministros as ilegalidades, os abusos e os crimes cometidos pela Lava Jato. O que o STF julga hoje, na prática, é o conluio firmado entre um juiz e um grupo de procuradores para fraudar o estado democrático de direito, manipular investigações e condenar um inocente sem provas, causando a destruição da normalidade institucional e a degradação da democracia. O que está para ser contido, na verdade, é um dos maiores escândalos judiciais da história brasileira. Não se trata de meros “reparos necessários”, trata-se de restaurar a imparcialidade da justiça, de preservar o devido processo legal, de proibir o uso do sistema judiciário para condenar e prender um líder político para viabilizar a eleição de um genocida. Enfim, está em questão o Estado Democrático de Direito.

A Folha prova, e não é a primeira vez que o faz, assim como uma parte poderosa da imprensa brasileira, que falsas simetrias podem ser usadas para falsificar a história, esconder a verdade e enganar a opinião pública.

Felizmente, a verdade acaba prevalecendo e os falsificadores da história não passarão.

DILMA ROUSSEFF

*Com informações do 247

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Opinião

No seu ataque a Haddad, Folha escancara seu slogan: “antipetismo acima de tudo e antilulismo acima de todos”

Cantanhêde, Haddad e a Folha.

É surreal o que Cantanhêde, que anda falando pelos cotovelos na GloboNews, diz sobre a tentativa de golpe de Trump, vestir a casaca tucana pra defender sorrateiramente a impunidade de Moro por um “bem maior”.

Sua tese muito bem rebatida por Haddad, dá conta que seria melhor, aliviar pra Moro, manter a condenação mesmo sem provas contra Lula ou Bolsonaro venceria a eleição em 2022.

A peçonhenta é uma portenta no quesito canalhice.

Na verdade, a Folha atacou Haddad, por ter a mesma fórmula cretina de Cantanhêde na cabeça dos donos do jornalão: antipetismo acima de tudo e antilulismo acima de todos!

Haddad deixa de escrever na Folha após ser atacado em editorial com discurso “bolsonarista”

“Em editorial, segunda-feira (4/1), este jornal resolveu me atacar de maneira rebaixada. Incapaz de perceber na minha atitude a defesa do Estado de Direito, interpretou-a como tentativa oportunista de eu próprio obter nova chance de disputar a eleição presidencial, ou seja, que seria um gesto motivado por interesse pessoal mesquinho. Simplesmente desconsiderou que, nos últimos dois anos, em todas as oportunidades, inclusive em entrevista recente ao jornal, defendi sempre a mesma posição, qual seja, a precedência da candidatura de Lula”, diz Haddad, criticando o tom “bolsonarista” do texto opinativo da Folha em seguida.

*Da redação

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Folha, em sabatina com Boulos, usa o tempo do candidato com a pergunta e não o deixa responder

O inacreditável jornalismo paulista, quando o assunto é blindar o tucanistão, é algo realmente formidável.

A situação, protagonizada pela jornalista Thais Oyama, da Folha, em que ela usa 38s dos 45 segundos do tempo de resposta de Boulos, deixando para ele somente 7 segundos para as considerações finais, escancara a diferença entre jornalismo e ativismo tucano.

Nesses anos todos de disputa eleitoral pós-ditadura, já se viu de tudo no jornalismo bandeirante em prol dos interesses da elite paulistana, mas as moça se superou nessa, deixando constrangida até a colega, Luciana Coelho, que participava com ela da suposta sabatina da Folha com Boulos.

É esta a ética do jornalismo da Folha, que sequer teve a preocupação de se retratar e dar o devido tempo de resposta a Boulos, deixando o candidato no vácuo e os que assistiam à live formar uma opinião sobre o que ele responderia.

Isso tem nome, informação de negócios em que a ética e a verdade não têm qualquer importância.

https://twitter.com/Bruno_Moreno_/status/1331993164647895042?s=20

*Da redação

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Em editorial, Folha mostra seu alinhamento com governo Bolsonaro

No editorial de hoje, a Folha mostra seu alinhamento ao governo Bolsonaro. Destacada já na capa da edição, a peça é uma propaganda da reforma administrativa. A destruição do serviço público é, para o jornal paulistano, a prioridade nº 1 do Brasil.

O editorial deixa claro que o objetivo é abrir caminho para a demissão de funcionários públicos e cortar despesas, em benefício dos “brasileiros, hoje onerados por uma das maiores cargas tributárias do mundo”.

Já se sabe que essa ladainha sobre a carga tributária brasileira é balela. Ainda mais importante é lembrar que o serviço público é o meio fundamental pelo qual a cobrança de impostos pode se tornar instrumento de justiça social: os mais ricos pagam e o Estado provê serviços universais, que beneficiam em primeiro lugar os mais pobres, que teriam dificuldade para comprá-los no mercado.

O problema, no Brasil, não é a carga tributária elevada, mas sua progressividade insuficiente e os múltiplos mecanismos de evasão fiscal à disposição dos mais ricos (de manobras legais à sonegação pura e simples). Seria interessante saber, por exemplo, em quanto anda a taxação sobre os ganhos da família Frias.

Fora isso, o editorial traz sobretudo adjetivação sem argumentos – a estabilidade é “anacrônica”, “ultrapassada”, “do século 19” etc. Em suma, mais uma instituição votada ao museu neoliberal, junto com os direitos trabalhistas, as políticas sociais, o ideal de igualdade e tantas outras.

O subtexto do discurso é: “modernidade é uberização”.

Com isso, somos levados a ver os retrocessos em curso como o resultado inevitável do “progresso” incorpóreo em ação, não como produto de uma ofensiva da classe burguesa, vitoriosa até o momento, mas contra a qual é possível opor resistência, impor derrotas e, assim espero, um dia desfazer por completo.

A alturas tantas, o editorialista da Folha não se controla e aponta que a estabilidade “inexiste em países como os EUA”. Assim, aliás, como férias, licença maternidade remunerada, direito de sindicalização, sistema universal de saúde etc. Esse é o modelo que devemos seguir? Se a ausência de direitos trabalhistas e a precariedade das políticas de bem-estar já são uma tragédia em um país rico como os Estados Unidos, qual seria o efeito no Brasil?

A peça de propaganda publicada hoje na Folha foge das discussões centrais. Nem toca, por exemplo, no fato de que a perda da estabilidade deixaria o funcionalismo à mercê dos interesses do governante de plantão. Seria difícil responder a esse ponto, quando o jornal mantém sua fachada de “crítico” batendo na tecla da falta de virtude cívica da nossa elite política.

A Folha fez a opção acertada: a melhor maneira de defender a reforma administrativa é por meio da má fé.

 

*Luis Felipe Miguel/DCM

 

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Notícias e Parceiros Política e Poder

As redes, querendo resposta de Bolsonaro sobre depósitos de Queiroz a Michelle, foi uma porrada no editorial da Folha

É preciso dar a dimensão exata ao ato espetacular que se viu logo após o episódio que envolveu a pergunta do jornalista do Globo, Daniel Gullino, que deixou Bolsonaro nu e sua resposta estúpida como arma para fugir da pergunta, de forma agressiva.

A partir de então, os brasileiros que estão com a pergunta do jornalista entalada há muito tempo na goela, “Presidente, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”, jogaram para o topo do twitter, asfixiando por completo a tentativa dos robôs bolsonaristas de transformarem a resposta imbecil de Bolsonaro em ato heroico. Mas não só isso, ali também houve uma forma de denunciar o cretino editorial da Folha, que teve a intenção de atingir Dilma gratuitamente para defender o teto de gastos que ocorreu com Temer logo após o golpe na presidenta apoiado pela Folha.

Teto este enfeitado de retóricas que tem um único objetivo, usar os recursos extraídos da sociedade, não para beneficiá-la, mas sim o sistema financeiro, os banqueiros, os rentistas, os mesmos que patrocinaram o golpe, para que, entre outras aberrações, incluíssem também o absurdo que só existe no Brasil.

Quando, de forma leviana, os donos da Folha quiseram fazer um comparação esdrúxula entre Dilma e Bolsonaro, como se estivesse lidando com um picuinha brejeira entre correntes opostas de pensamento, produziu aquele horror que foi repudiado até pelo ombudsman do próprio jornal.

Então, fica aí uma lição para a mídia sobre a diferença da opinião pública que Daniel Gullino soube captar e sintetizar no momento e hora certos e a opinião publicada tão comum na nossa mídia industrial que ainda crê que, em pleno século XXI, numa revolução informacional, diante de uma enorme parcela da sociedade extremamente crítica, querer conduzir a sociedade como uma manada.

Pois bem, além do repúdio direto da mesma sociedade que o editorial produziu contra si, a tenacidade e o fato de se formar um verdadeiro tsunami nas redes contra Bolsonaro, reproduzindo milhões de vezes a mesma pergunta do jornalista do Globo, foi uma porrada ainda mais dura no infame editorial da Folha “Jair Roussef”.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Vídeo: Mostrando desespero, Bolsonaro manda jornalista calar a boca e ataca a Folha ‘canalha, patife e mentiroso’

Jornal Folha de S. Paulo, que ainda não fez sua autocrítica por ter apoiado o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão política de Lula, foi mais uma vez agredido por Jair Bolsonaro, que questionou a manchete sobre a mudança promovida na Polícia Federal.

Demonstrando novamente falta de traquejo na comunicação, Jair Bolsonaro voltou a agredir a imprensa e, por duas vezes, Bolsonaro dirigiu-se aos jornalistas com o grito de “cala a boca”, ao negar interesse na troca da Polícia Federal do Rio de Janeiro.

“Vai sair da superintendência para ser diretor-executivo da PF. Eu não to trocando ele, isso é uma patifaria, cala a boca não perguntei nada, jornal patife e mentirosa, cala a boca. Se eu tivesse ingerência para a PF ele não iria para lá”, disse ele, após se reunir com apoiadores. “Canalha é elogio para a Folha de S.Paulo”, disse.

Bolsonaro fez referência ao fato de que o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Souza, trocou a chefia da superintendência do Rio de Janeiro. Carlos Henrique Oliveira, atual comandante do estado, foi convidado para ser o diretor-executivo, número dois na hierarquia da PF (em nível nacional).

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Enfim, Folha resolve agir contra Eduardo Bolsonaro pelos ataques baixos sofridos por Patrícia Mello

Desde o ataque baixo contra a jornalista da Folha, Patrícia Campos Mello desferidos por Hans River e Eduardo Bolsonaro, em tabelinha, durante a sessão da CPMI das fake news, que corro os olhos pela Folha para ver se o jornal havia repudiado o contraventor da família miliciana, Eduardo Bolsonaro, o mesmo que estava na Bahia no dia da queima de arquivo de Adriano da Nóbrega.

Num teatrinho mal-ajambrado entre Hans River e Eduardo. O miliciano 03 teve uma atitude muito mais pueril do que o próprio picareta que fez as acusações baixas e infundadas contra a jornalista Patrícia Mello. A Folha não tinha dado uma linha sequer sobre o comportamento do marginal que está deputado federal.

Não sei se, vendo que houve uma enorme mobilização em apoio à jornalista pela sociedade ou se os próprios colegas do jornal cobraram uma posição firme da direção, hoje, a Folha resolveu fazer o que já deveria ter feito, cobrar uma punição severa do parlamento contra um déspota que utilizou os termos mais abjetos para atacar uma jornalista que fez um trabalho sério, mostrando toda a trama que envolve a indústria das fake news montada pela campanha de Bolsonaro.

O trabalho de Patrícia Mello foi tão primoroso, e diga-se de passagem, não foi levado em conta pelo TSE, porque se fosse, Bolsonaro já teria perdido o mandato. Por esse mesmo motivo os capatazes digitais de Bolsonaro, comandados por Allan dos Santos, do escritório do ódio, não param de perseguir a jornalista.

Nesse dia, em especial, do depoimento de Hans River na CPMI, foi montada uma verdadeira campana digital por Allan dos Santos para repercutir na rede, com robôs e bolsonaristas mais fieis do governo miliciano, a “lacração” de Hans e Eduardo Bolsonaro, com o intuito de criar uma cortina de fumaça em torno das contradições gritantes do depoimento que não parou de pé.

Nessa tática em que se pretendia produzir mugidos do gado premiado nas redes, Patrícia Mello passou a ser o alvo principal da produção do escritório do ódio baseado nas baixarias de Hans e Eduardo Bolsonaro, um verdadeiro festival de podridão contra a jornalista, sem freios ou qualquer limite para atacá-la.

Mas o tiro saiu pela culatra e Hans River que corre o risco de ser preso por mentir descaradamente em seu depoimento na CPMI. Mas Eduardo Bolsonaro não sofreu até o presente momento qualquer tipo de punição e é justamente essa punição que a Folha, corretamente, cobra do Conselho de Ética da Câmara e da própria CPMI das fake news.

Mas a coisa não pode parar aí, tem que haver uma punição também para quem trabalha e comanda o escritório do ódio, que é a própria estética oficial da campanha e do governo Bolsonaro, ou seja, Allan dos Santos e seus comandados, uma gente podre que sobrevive do esgoto, alimentando e se alimentando de dejetos produzidos nessa verdadeira usina de crimes virtuais.

Abaixo o vídeo que demonstra o nível do escritório do ódio. É esse tipo de vídeo que eles disseminam nas redes.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Dilma sendo Dilma: O que a Folha publica é uma monstruosa falsidade. Confessa sua cumplicidade com o golpe

A FOLHA FALSIFICA OS FATOS
Em matéria feita para atacar Lula, o jornal também distorce a verdade sobre o golpe de estado que me destituiu sob o disfarce de impeachment

A Folha publica hoje uma reportagem cujo objetivo é atacar Luiz Inácio Lula da Silva. Baseia essa matéria em manipulações e falsificação de fatos.

A certa altura, o jornal diz que Lula distorce a verdade ao reclamar que até hoje o meu recurso contra o impeachment ilegal não foi julgado no STF. Lula tem razão e o que disse é a mais pura verdade.

O jornal afirma que, em 2015, “Dilma atrasou repasses a bancos estatais para o pagamento de programas como o Bolsa Família e subsídios agrícolas, manobra conhecida como pedalada fiscal. O artifício, que permitiu ao governo gastar mais do que poderia com seus próprios recursos, é um crime de responsabilidade. Desde 2016, ano de seu impeachment, a ex-presidente move um processo no STF para anular o seu afastamento.”

O que a Folha publica é uma monstruosa falsidade. Confessa sua cumplicidade com o golpe de estado de 2016. Vamos à verdade: impeachment sem crime de responsabilidade é golpe.

As alegações que embasaram meu julgamento no Senado carecem de base jurídica e administrativa. Possivelmente, essa é uma das razões para o STF não ter dado sequência a meu julgamento. Importante ponto, solenemente ignorado pela Folha, e destacado por Lula, é que o processo persiste sem ter sido analisado e, portanto, não há veredito jurídico para o caso, e a Folha não pode se arvorar a emiti-lo, se erigindo em 4ª instância do judiciário.

Quanto às alegações que embasam o suposto crime de responsabilidade, repito o que temos dito desde que este inconsistente e manipulado processo golpista foi iniciado:

1 – Os decretos de crédito no meu Governo seguiram procedimentos adotados desde a entrada em vigor da Lei de Responsabilidade Fiscal, em 2001. Somados, estes decretos não implicaram, como provado nos autos, em nenhum centavo de gastos a mais para prejudicar a meta fiscal. O meu governo agiu como todos os governos antes dele, inclusive o meu, no primeiro mandato. Mais importante, ao final do ano fiscal, que é a referência correta para julgar o desempenho fiscal, todas as contas, inclusive os créditos, haviam sido autorizados pelo Congresso Nacional.

2 – O alegado atraso nos pagamentos das subvenções econômicas devidas ao Banco do Brasil, no âmbito da execução do programa de crédito rural Plano Safra, não equivalia a uma “operação de crédito”, o que estaria vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Isto não procede porque a execução do Plano Safra era regida por uma lei de 1992, que atribui ao Ministério da Fazenda a competência de sua normatização, inclusive em relação à atuação do Banco do Brasil. A Presidência da República não pratica nenhum ato em relação à execução do Plano Safra. Ou seja, eu não poderia ser acusada e condenada por um ato que não cometi.

3 – A controvérsia quanto à existência de operação de crédito surgiu de uma mudança de interpretação do TCU, cuja decisão definitiva foi emitida em dezembro de 2015, meses depois de as operações terem sido realizadas. Ou seja: depois dos fatos analisados. Houve, assim, uma tentativa de me atribuir, e ao meu governo, um crime antes da definição de que o ato praticado seria um crime. O Ministério Público Federal já havia arquivado inquérito sobre esta questão, afirmando não caber falar em ofensa à lei de responsabilidade fiscal, porque eventuais atrasos de pagamento em contratos de prestação de serviços entre a União e instituições financeiras públicas não se constituem em operações de crédito.

4 – Vale destacar que, diante da mudança de interpretação do TCU, agi de forma preventiva e, ainda antes do pronunciamento final do Ministério Público, solicitei ao Congresso Nacional a autorização para pagamento dos passivos, e defini em decreto prazos de pagamento para as subvenções devidas. Em dezembro de 2015, após a decisão definitiva do TCU, e com a autorização do Congresso, saldamos todos os débitos existentes.

Fui julgada e condenada sem crime, verdadeiro lawfare. Daí porque, repito, este processo deve ser caracterizado como um golpe, pois impeachment sem crime de responsabilidade é golpe. É que objetivo era tirar uma presidenta eleita com 54 milhões e meio de votos, colocando em seu lugar um títere ilegítimo, para “estancar a sangria” e executar uma agenda de pseudo reformas anti-populares e contra a soberania nacional, e que jamais seriam aprovadas na vigência do Estado Democrático de Direito.

 

*DILMA ROUSSEFF

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Os três poderes da República viraram escarradeira: STF é rejeitado por 39% da população; Bolsonaro 36% e o Congresso, 45%

Se o assunto é o mesmo nas três instituições que apontam uma grande rejeição da população no executivo, legislativo e judiciário, é porque as instituições faliram.

Não por acaso, os presidentes das três casas estiveram diretamente envolvidos no golpe contra Dilma, o que se mostrou, depois, um golpe ainda maior contra os trabalhadores, contra os pobres, contra o próprio país submetido, dia após dia, aos interesses do grande capital.

Mas essa gente parece que não entendeu o significado da revolução digital, achando que, expelindo um governo popular e arrotando projetos de “modernização”, faria o povo ingerir os remédios que não são simplesmente amargos, são venenos que matam a sociedade como um todo.

O Datafolha traz esses dados: STF é reprovado tanto quanto Bolsonaro, mas menos que Congresso, diz Datafolha. Para 39% da população, atuação do Supremo é ruim ou péssima; presidente tem 36% de reprovação, e Legislativo, 45%.

Fala-se aqui do STF, que vem se desgastando desde a farsa do mensalão, mas o governo Bolsonaro e esse congresso tão servil aos interesses das grandes corporações estão apenas há um ano no poder. Os dois, depois da xaropada de que seriam a renovação, mostram-se o mais retumbante fracasso institucional da história do país no período de um ano. Isso não é pouca coisa, é fumo e forte que mela qualquer tentativa de manobra conceitual, mesmo tendo a mídia como principal aliada na destruição da economia brasileira, a ponto de receber elogios e agradecimentos do charlatão Paulo Guedes.

Aliás, charlatanismo é o forte desse quadro político porque passa o Brasil. Um Ministro da Justiça que mais se parece um capanga da milícia, vendido como herói nacional e apenas um caso de sua omissão já o desmoraliza por completo, que é o caso Queiroz/Flávio Bolsonaro.

O guru conceitual desse governo não é ninguém menos que Olavo de Carvalho, uma das figuras mais explicitamente mau-caráter que já se ouviu falar. Ele sempre se valeu de teorias ridículas, típicas dos charlatães que combatem uma ordem secreta de globalistas e outros inimigos imaginários para se criar uma narrativa estúpida até mesmo para os estúpidos.

O resultado é essa escarradeira em que se transformaram as instituições brasileiras. E todos agora têm vontade de cuspir nas Vossas Excelências.

Está aí Bolsonaro que não deixa mentir, desapontando até os mais bobalhões do frenesi homofóbico, racista, misógino e assassino.

As Forças Armadas, por mais que queiram negar, foram colocadas em um plano de submissão nunca visto dentro e fora do governo. Elas se transformaram numa espécie de criado mudo de Bolsonaro, o mesmo capitão expulso do exército, por ambição, picaretagem, garimpo e outras agiotagens características do presidente miliciano.

O que sobrou do Brasil, além do crescimento das milícias e a perpetuação da fome e da miséria?

Essa gente pensa o quê, que estamos em 1964 em que o monopólio da comunicação estava a serviço da ditadura?

Os veículos são os mesmos, Globo, Folha, Estadão e etc., só que, do outro lado tem uma sociedade que ainda se choca com embates dentro de seus próprios espaços de discussão em redes sociais. Mas já caminha de forma acelerada na identificação de seus inimigos, mesmo que por vias tortas e cada vez mais vai se opondo ao sistema imposto pelo 1% formado pelos “donos da terra” que comandam o executivo, o legislativo e o judiciário e que desemboca nessa desastrosa avaliação que a sociedade faz deles.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Folha quer “derrubar” Bolsonaro atacando Lula

Poderia se dizer que a briga entre a Folha e Bolsonaro é como uma briga dessas comuns entre o panfleteiro, contratado em campanha por um candidato a vereador, mas que ambos continuam pensando exatamente da mesma forma, tendo apenas uma desavença sobre o preço a ser pago por sua nova função.

É exatamente isso que ocorre com Bolsonaro e a Folha. Os dois estão rigorosamente do mesmo lado em tudo. Apoiam a mesma agenda econômica, a mesma agenda fascista que coloca o Estado para dizimar negros e pobres nas favelas, calam-se do mesmo modo no envolvimento direto da milícia no governo e se enamoram com paixões ardentes no antilulismo.

É certo que Bolsonaro não tem aquele perfume retórico de um garganta como FHC, o neoliberal dos neoliberais, do qual a Folha sempre foi tiete. Mas a agenda de Paulo Guedes, que tem produzido um desastre social e econômico no país, ganha na Folha editoriais curtos e grossos, como “No caminho certo”.

E o que seria esse caminho certo pelo qual Bolsonaro está conduzindo o país através do seu posto Ipiranga? Caminho este que está colocando o dólar na cotação de R$ 4,27 e afugentando por completo os investidores internacionais. Lucro recorde dos patrões dos dois.

Alguém viu a Folha ao invés de atacar Lula diuturnamente, mesmo ele estando fora da Presidência há quase uma década, criticar as taxas cobradas de cheque especial, até para quem não faz uso do crédito oferecido pelo banco? Não. A Folha não vai falar nada da agiotagem que de fato banca o jornal e, muito menos, Bolsonaro vai exigir de seu gado que retire sua conta de banco A, B ou C nesse picadeiro armado por Bolsonaro e Folha que se transformou num palanque para tucano golpista defender democracia.

Só mesmo sendo muito trouxa para acreditar que um jornal que mantém uma devoção inabalável a um juiz corrupto e ladrão como Moro, atual Ministro da Justiça de Bolsonaro, está contra alguma coisa séria do governo fascista.

Nem poderia. Nesse caso até defendo a coerência da Folha. Por que ela trombaria de frente com Bolsonaro se os dois, na verdade, defendem a mesma tese de que no Brasil não teve ditadura, mas a dita branda?

Durante a eleição de 2010, chamaram igualmente Dilma de guerrilheira terrorista, resgatando sua ficha no exército para tentar impedir a sua candidatura.

Ora, a Folha não está interessada em saber o que Bolsonaro faz com o povo debaixo do seu próprio nariz, como apontou Marcio Pochmann em seu twitter que, a partir do governo Bolsonaro, que é uma continuação neoliberal do golpista Temer, São Paulo vive um drama em que se amplia, a olhos vistos, o bolsão de miséria produzido por Guedes, a quem a Folha rasga seda através de editoriais.

“Com o neoliberalismo (de Guedes) cresceu a miséria, alterando a sua composição, como no caso dos usuários do programa de refeições para pobres em SP, originalmente para pessoas em situação de rua, agora frequentado por aposentados, subocupados e desempregados em longas filas de espera.”

“Em conformidade com dados do governo paulista, a quantidade de usuários que frequentam restaurantes de baixa renda em 2019 cresceu 250% no segmento social de renda zero, 224% para aqueles que recebem até meio salário mínimo mensal e 221% para pessoas com rendimento variável.”

“Tamanho do fosso que separa ricos e pobres no Brasil pode ser contabilizado pelo extremo pobre de 15 milhões de pessoas (7,2% da população) disporem de R$6,60 por dia e pelo extremo rico de 1,2 milhão de pessoas (1% da população) deterem R$1.824,00 diários (276 vezes mais).”

E o que diz a Folha sobre isso? Nada.

O faniquito da Folha contra Bolsonaro é normal na convivência entre pares, é igual a lei Rouanet que Bolsonaro disse que exterminaria, mas que mantém esse excremento neoliberal criado por Collor, do mesmo jeito e nas mesmas condições, utilizando recursos públicos para repassá-los a grandes corporações e elas decidirem, depois de serem usados em suas respectivas lavanderias, aonde alocar o resíduo da bolada.

O que se tem agora como resultado desse teatro armado de Bolsonaro versus Folha é a tentativa de dar vida às múmias tucanas que estão de seus sarcófagos fazendo discursos neoliberais, mas respeitando os direitos individuais, porque este tem sido o grande causador de conflitos a partir do discurso oficial do Planalto e bla, bla, bla.

Na verdade, o que se quer como pano de fundo é a manutenção da velha ordem global do neoliberalismo, tanto que a Folha nem toca nas questões que envolvem o golpe na Bolívia, a insurreição do povo chileno contra o neoliberalismo de Sebastián Piñera do qual Guedes segue cegamente a cartilha, assim como ocorre no Equador e Colômbia, aonde a central da democracia é o mercado. Porque, na realidade, a democracia que a Folha sempre apoiou é a mesma de Bolsonaro, a democracia de mercado.

Então, será sempre assim, Folha, tucanos e Bolsonaro, irmanados em ataques a Lula, que é, na verdade, a especialidade deles.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas