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Vídeo: Zambelli, condenada a 10 anos de prisão já debochou de Lula preso

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que, após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tem se vitimizado e afirmado que “não sobreviveria na prisão”, já debochou do presidente Lula (PT) quando ele esteve preso.

Internautas resgataram vídeo em que Carla Zambelli tira sarro de Lula durante sua prisão. “Eu venho aqui pedir para a Polícia Federal, para o Ministério Público, para o judiciário: ajudem o Lula, está chegando o Natal, deixa o Lula passar o Natal com a família dele, os filhos… bota eles na cadeia junto”, dispara, entre risos, Carla Zambelli.

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Nunca houve cisco de prova de crime contra Lula na Lava Jato

Eu estou absolutamente correto em dizer que Moro jamais teve provas diretas e inequívocas contra Lula.

As acusações dependiam de ilações fundamentadas em delações e acusações circunstanciais, muitas das quais foram questionadas pela fragilidade e pela conduta parcial de Moro e do Ministério Público Federal.

A minha narrativa desde sempre de que os processos foram sem prova alguma é fortalecida pelas revelações da Vaza Jato e pela anulação das condenações.

Além disso, até para mentir, Sergio Moro é patético. De um lado, para causar, diz que Lula comandou o maior esquema de corrupção do planeta.

Na hora de apresentar o fruto desse monumental roubo, aparece com uma porcaria de pardieiro de 20ª categoria no Guarujá.

Enfim, a acusação de Moro é um borralho tão criminoso quanto, aí sim, a sua tentativa de subtrair 2,5 bilhões da Petrobras, em parceria com o vigarista confesso, Deltan Dallagnol, para criar uma “fundação” privada da qual os dois seriam os donos.

Até o mais bocô dos bandidos queria uma barbada dessas.

O resto é pum sem cheiro e fumaça de extintor.

A mídia mantém essa história distorcida porque não tem assunto para, de fato, fazer oposição ao governo Lula.

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Vídeo – Lula sobre Mujica: “Espero que a carne se vá, mas que as ideias fiquem”

O presidente Lula (PT) lamentou novamente, nesta terça-feira (13), a morte do ex-presidente do Uruguai José Mujica, aos 89 anos, durante entrevista coletiva ao final da visita à China, em Pequim. Ele disse que conhece muitos políticos, mas nenhum tem a grandeza de alma de Mujica.

Lula expressou seu pesar pela morte do aliado político e afirmou que o mínimo que pode fazer é se “despedir das pessoas que serviram de exemplo para a gente”. Ele ainda comentou que, ao retornar de viagem à China para Brasília, fará uma visita a Montevidéu para o enterro de Mujica.

O petista descreveu Mujica como um exemplo de dignidade e coragem. “Era um ser humano muito importante para a democracia, para os setores progressistas, para a esquerda”, afirmou Lula. “Ele era efetivamente uma figura excepcional.”

Lula também falou sobre o último encontro entre eles, em março, durante a posse do presidente Yamandú Orsi, e disse ter a certeza de que era a última vez que se encontravam em vida. “Ele mesmo dizia que estava no fim. Ele não escondeu nenhuma vez a gravidade da evolução da doença”, contou.

“Ele me disse ‘Lula, estou indo embora’. Com a maior tranquilidade que ele me disse isso, era o jeito que ele governava o Uruguai. A carne se vai, mas as ideias ficam. Espero que as pessoas tirem proveito das ideias e do ensinamento do Pepe Mujica.”

Lula também publicou em suas redes sociais uma homenagem, dizendo que a trajetória de Mujica “foi um exemplo de que a luta política e a doçura podem andar juntas”. “E de que a coragem e a força podem vir acompanhadas da humildade e do desapego.”

“Em seus quase 90 anos de vida, Mujica combateu fervorosamente a ditadura que um dia existiu em seu país. Defendeu, como poucos, a democracia. E nunca deixou de militar pela justiça social e o fim de todas as desigualdades”, escreveu o presidente.

*DCM

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O resultado da visita de Lula à China

Em visita de Estado à China, o presidente Lula (PT) e sua comitiva firmaram, nesta terça-feira (13), um conjunto de 20 atos bilaterais com o governo chinês. Os acordos abrangem áreas estratégicas como infraestrutura, ciência e tecnologia, agricultura, energia, meio ambiente, finanças, inteligência artificial, saúde, cultura e comércio internacional.

A assinatura dos documentos ocorreu paralelamente à 4ª Reunião Ministerial do Fórum China-CELAC, da qual Lula participou como convidado especial, ao lado de outros chefes de Estado e ministros da América Latina e do Caribe. Em declaração conjunta emitida pelas duas partes, Brasil e China se comprometeram a fortalecer a chamada “Comunidade de Futuro Compartilhado” e defender um mundo mais justo, sustentável e multilateral.

VEJA A LISTA COMPLETA DOS ATOS ASSINADOS ABAIXO:

  1. 1) Memorando de Entendimento entre a Casa Civil da Presidência da República Federativa do Brasil e a Comissão de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China sobre a Cooperação para a Primeira Etapa do Plano de Cooperação para o Estabelecimento de Sinergias entre o Programa de Aceleração do Crescimento, o Plano Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica, o Programa Rotas da Integração Sul-Americana; e a Iniciativa Cinturão e Rota
  2. 2) Declaração Conjunta de Intenções entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil e a Administração Espacial Nacional da China sobre o Compartilhamento de Dados Espaciais om os Países da América Latina e do Caribe
  3. 3) Memorando de Entendimento entre Banco Central do Brasil e Banco Popular da China sobre Cooperação Estratégica no Campo Financeiro
  4. 4) Memorando de Entendimento entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Florestas e Pastagens da República Popular da China sobre Cooperação em Restauração de Vegetações e Sumidouros de Carbono
  5. 5) Memorando de Entendimento para o Estabelecimento Conjunto de um Centro de Transferência de Tecnologia entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China
  6. 6) Memorando de Entendimento sobre o Reforço da Cooperação em Inteligência Artificial entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China
  7. 7) Memorando de Entendimento (2025–2030) sobre Cooperação em Agricultura Familiar Moderna e Mecanização Agrícola entre o Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais da República Popular da China e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar da República Federativa do Brasil
  8. 8) Carta de Intenções sobre a Promoção do Desenvolvimento de Alta Qualidade da Cooperação em Investimentos na Economia Digital entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China
  9. 9) Plano de Ação de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável da Mineração (2025–2026) entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China
  10. 10) Acordo de Swap de Moedas Locais entre o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China
  11. 11) Memorando de Entendimento entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração-Geral de Aduanas da República Popular da China na Área de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
  12. 12) Protocolo de Requisitos Sanitários e Fitossanitários para a Exportação de Proteínas e Grãos Derivados da Indústria do Etanol de Milho e Farelo de Amendoim, da República Federativa do Brasil para a República Popular da China, entre a Administração-Geral de Aduanas da República Popular da China e o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil
  13. 13) Protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China sobre Inspeção, Quarentena e Requisitos de Segurança de Alimentos para a Exportação de Carne de Aves do Brasil para a China
  14. 14) Memorando de Entendimento entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear e a Autoridade de Energia Atômica da China para Cooperação no Desenvolvimento Sustentável da Energia Nuclear
  15. 15) Memorando de Entendimento no Campo da Comunicação em Saúde entre o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil e a Agência de Notícias Xinhua da República Popular da China
  16. 16) Memorando de Entendimento entre a ApexBrasil e o China Media Group
  17. 17) Protocolo de Intenções de Cooperação entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Energia da República Popular da China
  18. 18) Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Energia da República Popular da China sobre Cooperação em Etanol e Mobilidade Sustentável
  19. 19) Memorando de Entendimento para a Cooperação no Setor Postal entre o Ministério das Comunicações da República Federativa do Brasil e o State Post Bureau da República Popular da China
  20. 20) Memorando de Entendimento entre a ApexBrasil e o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional.

*Com informações de Guilherme Paladino/247

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Scania incluiu trabalhadores de greve liderada por Lula na ‘lista suja’ e colocou espião em assembleias

Greve de 12 de maio de 1978 na empresa sueca foi estopim de um ciclo de outros movimentos que marcariam definitivamente o curso do país.

A Scania será sempre lembrada pela greve de 12 de maio de 1978, quando os metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema iniciaram uma greve em plena ditadura militar (1964-1985) por reajuste salarial e melhores condições de trabalho que mudaria para sempre o rumo da história brasileira. A paralisação na empresa sueca foi o estopim de um ciclo de outros movimentos que marcariam definitivamente o curso do país e, para além da reivindicação salarial, abriria caminho para uma longa jornada rumo à volta da democracia. E escancarou também a colaboração da empresa para com a repressão militar e a perseguição aos trabalhadores.

A empresa, que desde 1964 apoiara a ditadura, oferecendo seus caminhões para a campanha “Ouro para o Bem do Brasil” e teve em sua presidência um dos fundadores do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS), entidade articuladora do movimento que culminou no golpe de 1964. Era João Baptista Leopoldo de Figueiredo, irmão do último presidente da República durante a ditadura civil-militar, João Baptista de Figueiredo, e conhecido como “Primo Rico”, conforme detalha o livro reportagem Repressão Sociedade Anônima, que mostra a estreita colaboração de empresas metalúrgicas multinacionais e bancos com a ditadura civil-militar. A obra de Eduardo Reina e Maria Angélica Ferrasoli será lançada nas próximas semanas pela Alameda Editorial.

Naquele ano de 1978, a empresa era vista como vanguarda do movimento operário e considerada elite da indústria automobilística. A categoria registrava média de 25% de trabalhadores sindicalizados, mas a Scania, com aproximadamente 3 mil pessoas, ostentava uma taxa de sindicalização de 50%. Com a inflação do ano a 39,9%, o Sindicato dos Metalúrgicos articulava com os operários um movimento interno para exigir aumento real no salário. Pediam 3% a mais do que a reposição da inflação.

Chegou haver um acerto entre os trabalhadores e a direção da empresa, com o sueco Inge Lunnerdal à frente, que pagaria os 3%, além dos 39,9% da inflação. Mas quando foi feito o pagamento, os 3% não estavam incluídos. Insatisfeitos, os trabalhadores na Scania cruzaram os braços no dia 12 de maio de 1978.

Greve deflagrada
A notícia que correu na fábrica foi a de que Lennerdal levara uma dura do delegado regional do trabalho: se desse um tostão de aumento acima dos 39,9% oficiais, a Scania seria submetida a pesadas multas e punições pelo governo, de acordo com o escritor Fernando Morais, no livro Lula – Biografia, Volume 1.

“[A greve na Scania] Foi a certidão de batismo [da redemocratização brasileira]. Somos de uma geração vitoriosa porque a volta da democracia foi um fruto daquele movimento”, afirmou Paulo Vannuchi, ex-ministro dos Direitos Humanos (2005 a 2010) e preso político entre 1971 e 1976 por seu envolvimento na resistência ao governo militar, durante solenidade que celebrou os 30 anos da paralisação.

Quem doava para campanha ‘Ouro para o Bem do Brasil’ recebia uma aliança de latão com a inscrição ‘Dei ouro para o bem do Brasil’
Reprodução

Com a greve deflagrada em maio de 1978, a Scania recorreu à Delegacia Regional do Trabalho. Mas paralelamente havia fechado um acordo verbal com os metalúrgicos, o que levou à suspensão da paralisação.

Entre os representantes da Delegacia Regional do Trabalho de São Bernardo presentes à reunião que instaurou o dissídio pedido pela empresa, segundo processo do Tribunal Regional do Trabalho, estavam Guaraci Horta (que seria interventor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo em março de 1979, na gestão do ministro do Trabalho Murillo Macêdo) e Guaracy Sousa Sampaio (interventor no sindicato dos Metalúrgicos de Santo André em 1981, também no período de Macedo no ministério).

O processo, que foi às instâncias superiores da Justiça do Trabalho, tem 201 páginas e pode ser consultado na íntegra no Centro de Memória Virtual da Justiça do Trabalho da 2ª Região. O direito irrestrito de greve só viria 10 anos depois, quando a Constituição Federal sacramentou a conquista em agosto de 1988.

Imprensa censurada
Por outro lado, a própria empresa desenvolveu uma ação para evitar que repórteres brasileiros pudessem cobrir o movimento e expusessem a situação dentro da fábrica. Mas para a imprensa sueca não houve censura.

Gunnar Lindquist, diretor-superintendente da empresa, disse em entrevista ao jornalista sueco Bjorn Kumm que a greve era ilegal e “surpreendeu” [a direção da fábrica]. “O Sr Lindquist lembrou que ‘o salário médio do metalúrgico da Scania é de Cr$ 6 mil 200 por mês’, incluindo o 13º salário. Acrescentou que a empresa paga ‘melhor que as outras fábricas do setor, isso não é segredo’”, relatou Kumm. Este texto foi publicado em 16 de maio de 1978 pelo Jornal do Brasil.

A fúria da empresa sueca também se voltou contra os jornalistas brasileiros. Lindquist foi acusado de “discriminação étnica” pelo Jornal do Brasil, pois “expulsou os jornalistas brasileiros das instalações de sua empresa e só deixou entrar um jornalista sueco”. Eles foram expulsos pelo segurança da empresa, de nome David, segundo outra reportagem, do jornal Última Hora, da mesma data.

“Eu não quero nem aventar a hipótese de que o movimento deflagrado na última sexta-feira tenha alguma relação com o fato de o futuro presidente da República ser meu primo”, desconversava Leopoldo de Figueiredo, presidente brasileiro da fabricante sueca de veículos, na mesma edição do jornal Última Hora, de acordo com o livro Repressão Sociedade Anônima. Ele evitava o uso da palavra greve e alegava desconhecer “o motivo ou motivos” da “suspensão de atividades”.

Repressão e perseguição
Dentro da Scania, João Baptista Leopoldo de Figueiredo reagiu com mais vigilância, repressão e perseguição a seus trabalhadores em greve.

“Por ocasião da greve dos metalúrgicos na região do ABC, iniciada dia 15 de maio último pela SAAR SCANIA-VABIS (sic), foi desenvolvida uma ação em conjunto com o setor de Segurança da fábrica visando identificar possíveis elementos ligados a causas estranhas”, relata o informe 014 do Serviço Nacional de Informações (SNI) de 8 de junho de 1978. O documento não esclarece o que seriam essas causas estranhas. A ação implementada pelos seguranças da montadora de veículos incluiu a violação aos bens pessoais dos trabalhadores, a partir da vistoria nos armários de cada um dentro das dependências onde trabalhavam. A violação dos armários foi autorizada pela chefia das seções.scania – sni documento com timbre da montadora e indicação de vigilante espião 1

Gilson Menezes, à época diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e funcionário da firma sueca, era uma das lideranças da greve de 1978. Relatou que antes mesmo de se reunir com os representantes da empresa para tentar negociar “eles perguntavam se eu não tinha medo de ser jogado em alto mar, assassinado, porque vivíamos na ditadura militar. Depois do encontro, vieram diretores da Secretaria de Estado do Trabalho e diretores do DOPS [a polícia política] para perguntar sobre lideranças. Mantive minha posição e não apontei ninguém”, contou, anos depois. Gilson, que faleceu em 2020, foi o primeiro prefeito eleito pelo Partido dos Trabalhadores, na cidade de Diadema, em 1982.

Em depoimento à Comissão da Verdade de Diadema, no ano de 2014, Gilson contou que a repressão era intensa dentro da fábrica: “naquele tempo não se podia nem falar a palavra ‘greve’. Se um grupo de pessoas se reunisse na rua para conversar, já era motivo de perseguição”, lembrou.

Ele chegou a ser preso em 1980, quando passou um mês no DOPS na capital paulista, mas não foi torturado, ao contrário de tantos outros opositores aos militares. “Fui convocado para me apresentar [ao DOPS] porque era presidente do fundo de greve do Sindicato dos Metalúrgicos [de São Bernardo e Diadema]”, ressaltou.

Um bilhete manuscrito pelo então chefe do SNI, o general João Baptista Figueiredo, enviado a Heitor Aquino Ferreira, capitão da cavalaria em 1964, e que foi secretário particular de Golbery do Couto e Silva, de Ernesto Geisel e do próprio Figueiredo, informava que a “greve é super organizada, sem violência”, registrou Elio Gasparii no livro A ditadura acabada.

O bilhete data de 19 de maio de 1978 e consta de relatório do SNI classificado como secreto e rubricado pelo general Sebastião Ramos de Castro, de acordo com Gaspari. A informação contida no bilhete viera do “Primo Rico” de Figueiredo, João Baptista Leopoldo de Figueiredo, presidente do Conselho Administrativo da Scania.

Lista Suja
De acordo com levantamento apresentado no livro A Ditadura Acabada, de Elio Gaspari, a Scania demitiu 450 operários nos dois meses seguintes à greve e entregou ao DOPS uma lista de 344 nomes. Na “Lista Suja” cadastrada no DOPS em 21 de janeiro de 1981, produzida pelo Setor de Análise, Operações e Informações (SOI), inclui 17 de seus trabalhadores. Uma vez nessa lista, distribuída aos setores de relações humanas (RH) de outras empresas, o trabalhador não conseguia mais emprego.

Documentos do DOPS consultados no Arquivo Nacional mostram também a perseguição a metalúrgicos como João Bosco Arcanjo e José Henrique Mendes, trabalhadores da montadora e dirigentes sindicais. Há registros entre 1982 e 1985 relacionados a ações naquela ou em outras montadoras.

Outras comunicações, dentro dos arquivos do DOPS, comprovam a cooperação da direção da Scania com a polícia política. Um deles, que cita Mendes, foi feito em 1984, período em que ele já não trabalhava na fábrica: “Ref ao relatório fornecido pela Scania do Brasil S/A, anexo ao of 188/84 da DEL.SEC.POL ABCD, no qual consta que o epigrafado esteve presente nesta data, C/demais membros da ex-diretoria do Sind. dos Metalúrgicos de SBCampo e pediu que todos fizessem Operação Tartaruga, falando dos resultados do movimento da Ford”, registra a ficha nos itens 13-S-2-16/ 13-S-2-.185. Falecido em 1999, Mendes nem era mais operário nessa época do relatório da polícia política. Ele já atuava como assessor da Secretaria de Governo da Prefeitura de Diadema.

Outro documento a destacar é o acordo coletivo firmado entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos, reproduzido no informe 1546 do Serviço Nacional de Informações de 4 de julho de 1983. Ele registra a implantação de uma comissão de representantes dos empregados, a comissão de fábrica. Segundo o informe, o acordo celebrado seria “decorrente da interferência da Svenska

Metallindustriarbetareförbundet”, o sindicato dos metalúrgicos da Suécia. Outra montadora representada pelo Sindicato dos Metalúrgicos no ABC, a Ford, já havia conquistado sua comissão de fábrica em 1981.

Espiões
No ano de 1985, no informe 172 da Divisão de Segurança e Informações do Ministério do Trabalho, um documento com o carimbo da própria Scania – “Confidencial – Saab-Scania – Seção de Vig. e Segurança” – relata que a empresa mandava espiões às assembleias do Sindicato dos Metalúrgicos.

“Na data de hoje, por volta das 14h30min., designamos o vigilante Antonio Carlos Lemos Martins para acompanhar a assembleia que seria realizada no Sindicato dos Metalúrgicos do São Bernardo do Campo às 15h00 (…) Chegando ao sindicato, o vigilante entrou no auditório de palestras, onde seria realizada a primeira assembleia”. A data dessa assembleia é 22 de março de 1985, e estão nominados no relatório do araponga todos os participantes que se pronunciaram e os temas em debates.

O relato é apenas uma pequena parte de um amplo material de espionagem do período, incluindo nomes de trabalhadores e atividades de mobilização na fábrica, no sindicato, no Paço Municipal de São Bernardo, entre outros locais.

A Scania informou através de nota enviada por sua assessoria de comunicação que “a empresa repudia qualquer tipo de violação aos Direitos Humanos e reforça que atua alinhada às melhores práticas globais de governança corporativa”

*Opera Mundi

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Lula, lá na China, fazendo gol de placa e mídia vira-lata ignora destacando acordo entre Trump e Xi Jinping

Na China, Lula anuncia investimento bilionário em carros, semicondutores e muito mais.

Lula também participou de quatro audiências com executivos de empresas chinesas e discursou no Fórum Empresarial Brasil-China.

O governo também anunciou investimentos chineses no Brasil na casa dos R$ 27 bilhões.

Entre as áreas de aplicação do aporte, estão os setores de comércio, com redes de fast food e delivery, semicondutores, carros e saúde.

É natural o destaque que a mídia dá a uma trégua na guerra comercial entre EUA e  China, até porque dá um respiro para o sufocado dilema que os EUA enfrentam com a pirotecnia tarifária de Trump que só deu errado.

Mas a mídia brasileira, tradicionalmente antilulista, não dá qualquer pio sobre essa importante parceria do Brasil com a China que está cada vez mais consolidada e vantajosa para o Brasil

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Presidente Lula se reune com empresários chineses nesta segunda-feira

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se reunirá com empresários em Pequim nesta segunda-feira (12/5). Segundo o Palácio do Planalto, o presidente se reunirá com os diretores executivos de duas grandes empresas chinesas. Lula segue em visita oficial à China pelos próximos dias.

O primeiro encontro será com Lei Zhang, CEO da Envision Energy, produtora de turbinas eólicas, e a depois será com Cheng Fubo, CEO da Norinco, uma corporação industrial que atua em setores como defesa, automotivo, fabricação de máquinas, produtos químicos, eletrônicos.

As reuniões serão realizadas no hotel em que Lula está hospedado ao longo da manhã de segunda-feira (no horário da China). Pela tarde, o presidente se reúne com empresários da saúde e assinará acordos. Por fim, Lula marcará presença no encerramento do seminário Brasil-China, evento que reune empresários brasileiros e chineses.

Na terça-feira (13/4), a agenda oficial continua com Lula participando da cúpula de chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) com o governo da China. Então, se encontrar com demais autoridades chinesas, como o presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, Zhao Leji, e o primeiro-ministro da China, Li Qiang.

E no fim da terça, Lula e o presidente da China, Xi Jinping, se reunirão no Palácio do povo. É esperado que, pelo menos, 16 acordos sejam assinados entre Brasil e China nesse encontro.

*Com informação da Agência Brasil

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Não demora a mídia dirá que o miliciano Queiroz era gerente da quadrilha de peculato de Lula e depositava na conta

Queiroz foi investigado, principalmente por práticas de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro, o 01, que já já a mídia dirá que é o filho mais velho de Lula e que é sua cara.

O fato concreto é que o esquema de fraudes no INSS, durante o governo Bolsonaro, foi marcado por falhas normativas, falta de fiscalização e restrições políticas que facilitaram a ação de quadrilhas.

Dito isso, fica claro o esquema montado no INSS foi feito pela tropa de Bolsonaro.

Quando a mídia tenta jogar essa sujeira no colo de Lula, mostra que os jornalões e congêneres são tão ou mais pilantras que os cangaceiros bolsonaristas de seu governo.

Trocando em miúdos, as raízes do problema estão no período anterior, justo no governo Bolsonaro com convênios fraudulentos, vazamentos de dados e ausência de investigações.

No governo Lula, as investigações seguem para apurar a totalidade dos desvios e garantir a devolução dos valores aos aposentados prejudicados.

Durante o governo Bolsonaro não houve operações para desmantelar o esquema. A falta de prioridade no combate à corrupção, aliada ao pareamento de órgãos como a PF e o INSS, criou um ambiente propício à pratica de fraudes.

Mas a mídia ignora tudo para atacar, de maneira criminosa, o governo Lula.

A base foi estabelecida no governo Bolsonaro, com R$ 706,2 milhões descontados em 2022, um aumento de 32% em relação a 2021.

As investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) indicam que os descontos ilegais foram realizados em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro.

Associações e sindicatos, muitas vezes de fachada, firmaram Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS para descontar mensalidades diretamente dos benefícios, sob a justificativa de oferecer serviços como assistência jurídica ou descontos em planos de saúde.

No entanto, 97% dos beneficiários entrevistados pela CGU afirmaram nunca ter autorizado esses descontos.

Tentar jogar isso no colo do Lula é aquele malabarismo clássico de narrativa da direita.

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Vídeo: Lula destaca desmonte de quadrilha criada em 2019 para explorar aposentados

“Tanto a CGU [Controladoria Geral da União] como a Polícia Federal foram a fundo na investigação para chegar no coração da quadrilha. Se tivesse feito um carnaval um ano atrás, possivelmente tivesse parado no carnaval, como acontece em todas as denúncias. Você faz um show de pirotecnia numa semana, na outra semana esquece. Não! Resolvemos desmontar uma quadrilha que foi criada em 2019. E vocês sabem quem governava o Brasil em 2019. Vocês sabem quem era ministro da Previdência e quem era chefe da Casa Civil em 2019. Poderíamos ter feito um show de pirotecnia, mas a gente não quer uma manchete de jornal. A gente quer apurar e aquelas entidades que roubaram vão ter seus bens congelados e vamos repatriar o dinheiro para que a gente possa pagar as pessoas”, diz o presidente Lula ao explicar que a apuração tem sido feita com seriedade e sem pular etapas.

Com isso, o líder brasileiro mostrou firmeza ao dizer que o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) criado na gestão anterior à sua [Bolsonaro] foi desbaratado.

“As vítimas não serão prejudicadas. Quem vai ser prejudicado são aqueles que um dia ousaram explorar o aposentado e o pensionista brasileiro, criando entidades e fazendo promessas possivelmente nunca cumpridas para esse povo”, completa.

Leia mais: Líderes da base provam que fraude no INSS começou no governo Bolsonaro

As afirmações aconteceram em coletiva de imprensa ainda na Rússia antes de o presidente e comitiva seguirem viagem rumo à China.

O presidente também fez questão de mostrar sua indignação com o caso ao ressaltar que os envolvidos serão descobertos. Com Vermelho.

“Eles [os fraudadores] não foram no cofre do INSS, foram no bolso do povo. É isso que nos deixa revoltados. É por isso que vamos a fundo para saber quem é quem nesse jogo. E se tinha alguém do governo passado envolvido nisso. Eu não tenho pressa. O que eu quero é que a gente consiga apurar para apresentar ao povo brasileiro a verdade e somente a verdade. Porque eu não estou atrás de um show de pirotecnia. Eu estou atrás de apurar a verdade. Quem foi que assaltou o bolso dos aposentados e pensionistas? O que eu sei é que eles não terão prejuízo”, sentencia.

Repercussão

A fala do presidente foi destaca em suas redes sociais: “Os responsáveis pelas fraudes no INSS serão identificados e punidos.”

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Sob Lula, renda das famílias é recorde e desigualdades caem ao menor nível

Presidente afirma “compromisso do nosso governo”. Luciana Santos, ministra do MCTI e presidenta do PCdoB, também celebra: “prova de que estamos no caminho certo”

Em apenas dois anos o governo Lula conseguiu elevar a renda das famílias brasileiras de forma recorde e reduzir a desigualdade ao menor nível registrado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) sobre Rendimento de Todas as Fontes, divulgada na quinta (08) pelo IBGE.

A notícia foi comemorada pelo presidente Lula, que cumpre agenda na Rússia, nas redes sociais:

“Os dados da PNAD mostram que estamos no caminho certo do crescimento econômico com inclusão social no Brasil. Cresceram a renda do trabalho e a renda das famílias. E, o que é muito importante, com a redução significativa da desigualdade. Seguiremos trabalhando para fortalecer a economia brasileira, garantindo políticas de proteção e também de estímulo ao desenvolvimento para todos os brasileiros e brasileiras. Esse é o compromisso do nosso governo.”

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De acordo com os dados, em 2024 a massa de rendimento mensal domiciliar per capita (soma de todos os rendimentos da população) atingiu R$ 438,3 bilhões. O resultado é o melhor já obtido desde quando a apuração é feita, 2012. Em comparação com 2023, o aumento é de 5,4%.

O rendimento mensal real domiciliar per capita também alcançou nível recorde no ano passado ao ficar em R$ 2.020, aumento de 4,7% em relação a 2023. Em comparação com 2022, quando ficou em R$ 1.696, o aumento é de 19,1%.

Quando é considerado o rendimento de todas as fontes (população residente com rendimento) o aumento é de 2,9% frente a 2023, ao marcar R$ 3.057 em 2024, recorde da série histórica.

Menor desigualdade

A PNAD Contínua ainda revela que três indicadores de avaliação de desigualdade atingiram os menores níveis de série histórica, iniciada em 2012.

O primeiro deles mostra que “10% da população com os rendimentos mais elevados recebia o equivalente a 13,4 vezes o rendimento dos 40% da população com os menores rendimentos”. De acordo com o Vermelho, esta é a menor razão de desigualdade captado na série, sendo que o pico foi atingido em 2018, com 17,1 vezes.

O segundo indicador mostra que o “1% da população com maiores rendimentos recebia o equivalente a 36,2 vezes o rendimento dos 40% com a menor renda”. Resultado que também alcança a menor razão em toda a série da pesquisa que chegou no auge negativo em 2019, com 48,9 vezes.