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Cotidiano

Lula sobrevoa áreas alagadas no Maranhão; 64 municípios estão em situação de emergência

O presidente desembarcou nesta manhã no estado, onde fez um sobrevoo pelas áreas atingidas por chuvas; ao menos 6 pessoas morreram.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou, na manhã deste domingo de Páscoa (9/4), em Bacabal, no Maranhão. O petista fez um sobrevoo pela região do Mearim, fortemente atingida por chuvas e enchentes. De acordo com levantamento do estado, 64 municípios estão em situação de emergência em razão da temporada de chuvas que está intensa no estado e afeta diretamente mais de 35 mil famílias, das quais 7,7 mil estão desabrigadas ou desalojadas, informa o Metrópoles.

Lula sobrevoou as regiões atingidas de Trizidela do Vale e Pedreira, acompanhado do governador do estado, Carlos Brandão (PSB). Em seguida, o presidente se reuniu com prefeitos e autoridades locais. Após o encontro, em pronunciamento à imprensa, o petista lembrou que, em sua juventude, morou em bairros que enchiam d’água em temporadas de chuva e chamou atenção para a construção de moradias em áreas muito próximas a rios.

“Precisamos aprender primeiro a tentar convencer essas pessoas que, no processo de construção de novas casas, não é possível construir nos mesmos lugares”, disse o presidente.

“Nos processos de construção de novas casas nós precisamos convencer as pessoas que não é possível construir uma casa em lugar que a gente sabe que vai dar enchente. (…) Quando a gente mora perto do rio não tem jeito, não tem jeito. A gente vai sofrer enchente quando a chuva for demais”, prosseguiu.

Em seguida, ele afirmou que o governo federal não deixará de prestar apoio ao estado, e mencionou a perda de móveis, como geladeira, fogão e colchão:

“Quero dizer ao povo do Maranhão, ao querido governador, que o governo federal não faltará, em nenhuma hipótese, às necessidades do governo do Maranhão para cuidar do povo desse estado e, sobretudo, cuidar das pessoas que estão vivendo em situação muito desagradável, como as pessoas que tiveram suas casas alagadas”.

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Cotidiano

Vídeo: de drone mostra cidade do Maranhão que corre risco de desaparecer por causa de crateras

Buriticupu é a cidade maranhense com a maior concentração de crateras. São 26 buracos gigantes que avançam sobre a cidade e tiram o sono dos moradores.

Imagens de drone (veja acima) mostram que o município do Maranhão corre o risco de desaparecer por causa de crateras. São 26 buracos gigantes que avançam sobre a cidade e tiram o sono dos moradores.

Por meio do vídeo é possível observar várias imagens da cratera que ameaça engolir casas que estão ao seu redor. Durante o período chuvoso a situação só piora na região.

Esses enormes abismos são provocados por um fenômeno geológico chamado de ‘voçoroca’, que acontece em áreas onde a vegetação é escassa e não mais protege o solo. Com isso, fortes chuvas deixam os terrenos ainda mais suscetíveis a desmoronamentos.

Crateras ameaçam centenas de moradores em Buriticupu, no Maranhão — Foto: Reprodução/Marinho Drones

Cratera engole casas

Nos últimos dez anos, só uma voçoroca engoliu três ruas e mais de 50 casas em Buriticupu. Parte da Vila Santos Dumont despareceu completamente e as casas que ainda não desabaram, estão próximas aos barrancos e foram abandonadas. A família do serralheiro João Otávio Farias perdeu 14 casas de aluguel.

“Em 2001, meu pai comprou esse terreno, construiu a casa de moradia dele, o local de trabalho dele que era uma marcenaria, ele mexia com madeira e no decorrer do trabalho dele, ele foi comprando um terreno aqui, construindo uma casinha ali e fazer como se fosse aposentadoria dele. Essas casas aqui eram todas alugadas. Chegou um ponto que ninguém alugaria mais por conta do perigo”, diz o serralheiro.

*Com G1

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Flávio Dino dá show de competência e anuncia início da imunização contra a Covid-19 para jovens com menos de 30 anos e sem comorbidades ainda nesta semana

Com o anúncio do início da vacinação contra a Covid-19 para jovens com menos de 30 anos e sem comorbidades ainda nesta semana, São Luís, no Maranhão, se tornou destino de jovens de outras partes do Brasil em busca da 1ª dose do imunizante.

O chamado “turismo da vacina” tem sido registrado na capital desde o último sábado 12, quando a prefeitura da cidade divulgou o calendário para a vacinação de três grupos, iniciando com jovens de 29 e 28 anos já nesta segunda-feira 14. A previsão é vacinar também quem tem entre 24 e 27 anos até quarta-feira 16.

No Maranhão, além da capital, outras três cidades também já iniciaram a vacinação dos mais jovens, são elas: São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. Já os municípios de Alcântara e Lago da Pedra foram além e anunciaram a vacinação para quem tem mais de 18 anos.

A movimentação dos “turistas” no Maranhão foi registrada pela reportagem do Estadão publicada na edição desta segunda.

O Maranhão já aplicou 2.244.716 de doses da vacina, de acordo com os dados do Painel da Covid-19 no estado. Entre os vacinados no estado estão os profissionais da saúde e da educação, além de engenheiros, profissionais de segurança, da comunicação social, e trabalhadores da indústria, da construção civil, rodoviários, aeroviários e ferroviários.

Em São Luís já foram aplicadas 534.961 doses da vacina, segundo a prefeitura da cidade. O secretário municipal de Saúde de São Luís, Joel Júnior, destacou que a expectativa é vacinar todos os maiores de 18 anos até o dia 10 de agosto com a 1ª dose do imunizante.

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Política

Flávio Dino às ameaças de Bolsonaro: ‘Não tenho medo nem de polícia, nem de milícia’

Bolsonaro chegou a ameaçar usar a Polícia Federal contra a Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), respondeu em sua conta do twitter, na noite desta quinta-feira (11), aos ataques do presidente Jair Bolsonaro. Dino afirmou não ter medo “nem da polícia nem da milícia”.

Bolsonaro decidiu disparar novos ataques contra o governo do Maranhão, durante live presidencial realizada nesta quinta-feira (11). Ele chegou a ameaçar usar a Polícia Federal contra a Secretaria Estadual de Saúde, comandada por Carlos Lula.

“O Maranhão é o estado com menor renda per capta do Brasil. Não é à toa que é governado pelo Partido Comunista do Brasil. Onde o comunismo cresce é exatamente em cima da miséria”, disse o presidente durante live. “Nos estados de renda maior, quase não tem deputado desse partido”, completou.

“Nós fizemos… Foi quase R$ 1 bilhão… Ou melhor R$ 300 milhões, especificamente, para leitos de UTI no estado do Maranhão. Cadê os leitos de UTI? Sumiu tudo? O secretário disse que não estamos ajudando. Pra onde foi essa grana? Acho que vou perguntar para a Polícia Federal”, declarou.

Resposta de Flávio Dino:

“1. Bolsonaro inventou uma conta sobre dinheiro destinado ao governo do Maranhão. Mistura estado, municípios e auxílio emergencial para criar factoide.

2. Bolsonaro confunde a Polícia Federal com uma milícia e milicianos.

3. Não tenho medo nem de polícia nem de milícia.

*Com informações da Forum

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Flávio Dino vai abrir processo contra Bolsonaro

Não bastasse a brincadeira homofóbica de Bolsonaro ao tomar o tradicional refrigerante rosa do Maranhão (guaraná Jesus) em visita ao estado nesta quinta-feira (29), o que causou revolta nos maranhenses e nos brasileiros em geral, o governador Flávio Dino (PCdoB) anuncia que vai abrir uma ação contra Bolsonaro.

“Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda política. Será processado”, anunciou Flávio Dino pelo Twitter.

Em visita à cidade de Imperatriz, no oeste do Maranhão, a cerca de 800 quilômetros da capital São Luís, Bolsonaro participou de solenidade para o anúncio da retomada da construção de 218 moradias rurais no estado e o início da elaboração do projeto do Aeroporto Regional de Balsas, no sul do estado.

A visita do presidente Jair Bolsonaro, junto com o ministro Fábio Faria (Comunicações), também serviu para a inauguração de mais um ponto de internet ilimitada no Maranhão. A iniciativa faz parte do programa Wi-Fi na Praça.

 

*Com informações do 247

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A múmia do Covid 21

Depois que os chineses descobriram que Abraham Weintraub, Ministro da Educação de Bolsonaro, não sabe escrever nem como o Cebolinha, o general Augusto Heleno apresenta ao mundo o Covid 21.

A múmia nunca esteve tão caduca.

Depois de soltar o número do próprio CPF, General Heleno foi às redes sociais falar em um novo vírus que só tem na cabeça dele, é o Covid 21.

E esse cara é o chefe do GSI. Imagina isso!

 

*Da redação

 

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Lula: “O epicentro da crise é o Bolsonaro”

De quarentena há 21 dias em São Bernardo do Campo, desde que voltou da Alemanha, “sem por os pés para fora de casa”, o ex-presidente Lula não reclama da vida.

No final da tarde de segunda-feira, ele falou com o UOL por telefone sobre como está passando estes dias, outra vez confinado, agora por conta da pandemia.

A localização da casa alugada é mantida em sigilo, “para evitar aglomerações”, e respeitar o isolamento social imposto pelo Ministério da Saúde.

“Quando eu cheguei, consultei três médicos. Como eu não tinha nenhum sintoma, eles me falaram que não precisava fazer exames, só ficar em casa. Agora estou aqui, na bela companhia da Janjinha (apelido da namorada Rosângela da Silva, que acompanhou a entrevista por telefone). Não posso reclamar de nada. Aqui tem quintal, tem espaço para andar, bem melhor do que a cela em Curitiba, de 15 metros quadrados, onde passei 580 dias”.

Esta semana ele conversou bastante com Fernando Haddad, candidato do PT que o substituiu na última eleição presidencial, um dos articuladores do manifesto dos partidos de oposição que pede a renúncia do presidente Jair Bolsonaro, divulgado na véspera.

“Eu gostei da iniciativa do manifesto, acho que ficou muito bom. Na ideia inicial, era para ser assinado só pelos candidatos à Presidência da República em 2018 (além de Haddad, Ciro Gomes e Guilherme Boulos) e os governadores. Mas alguém vazou o documento enquanto esperavam as assinaturas dos governadores e só acabou entrando o Flávio Dino, do Maranhão, representando o PCdoB. Foi dado um passo importante pelos partidos de oposição porque, além da pandemia, temos um problema grave no Brasil hoje, que é o comportamento do Bolsonaro. Ele é o epicentro da crise que vivemos”.

Nesse ponto da conversa, Lula vira novamente líder da oposição e parte para o ataque como nos velhos tempos.

“Esse homem não respeita a ciência, os pesquisadores, não respeita nada. Para ele, a orientação científica para combater a epidemia vale muito pouco. O maior problema da crise é a falta de gerenciamento, tem que ter um comando centralizado. Ele tinha que conversar com os governadores e prefeitos, os partidos no Congresso, o movimento social, mas Bolsonaro não ouve ninguém, só os filhos e aquele guru dele lá da Virgínia. A oposição vai ter que encontrar um caminho para ver o que fazer com o Bolsonaro porque ele hoje é um perigo, não só para o Brasil, mas para o mundo”.

Aos que estranharam a ausência do nome dele no manifesto, Lula explica que não foi candidato em 2018, e a decisão coube aos partidos.

“O importante foi o Ciro Gomes ter entrado, não era correto eu assinar. PT, PDT, PSOL, PCdoB e o PSB têm-se reunido toda semana. Quando os partidos entenderem que eu devo participar dessas conversas, não terei problema nenhum, estarei pronto para falar com o Ciro. O importante agora é afastar o Bolsonaro”.

Aos 74 anos, Lula quer casar de novo, mas não tem pressa. Habituado a ajudar nos afazeres domésticos desde quando era casado com Marisa Letícia, Lula gosta de cozinhar e vai para a pia lavar pratos. No caso dele, a quarentena já é uma lua de mel.

“Não marcamos o casamento ainda, mas minha vida agora é uma eterna lua de mel. Eu sou um cara agraciado por Deus. Quando tudo parecia esvair-se na minha vida, surgiu a Janjinha”. Por ter o mesmo sobrenome, Lula brinca que ela “já é minha parente há muito tempo…”.

Vida que segue.

 

 

*Ricardo Kotscho/Uol

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Racismo e covardia em plena pandemia: Bolsonaro admite que removerá quilombolas

No meio da pandemia do novo coronavírus, o governo Bolsonaro publicou uma resolução tomada por sete ministros que anuncia a remoção e o reassentamento de famílias quilombolas no Maranhão.

A medida poderá atingir 800 famílias de 30 comunidades dos descendentes de escravos que habitam a região desde o século 17. Não foi anunciada uma data para as remoções.

O documento, publicado no Diário Oficial de ontem (27), também confirma que o governo federal avançará por mais 12 mil hectares da região de Alcântara além da área já utilizada atualmente pelo CLA (Centro de Lançamentos de Alcântara).

O governo Bolsonaro quer abrir a possibilidade de exploração da base para diversos países, cobrando uma espécie de aluguel pela parceria.

Com os EUA, já assinou um acordo de cooperação no ano passado.

A resolução é assinada pelo general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), na condição de coordenador do CDPEB (Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro), criado em 2018 e remodelado em 2019.

O documento diz refletir o resultado da sétima reunião plenária do comitê, ocorrida no dia 4 de março.

O anúncio da medida causou um choque na comunidade quilombola de Alcântara. “Estamos perplexos com esta medida extremamente autoritária e que pode legar um futuro marcado por mais violações, como ocorreu na ditadura militar nos anos 1980 quando as primeiras famílias foram compulsoriamente deslocadas e a até hoje sofrem os impactos disso”, disse o cientista político Danilo Serejo, assessor jurídico do Mabe (Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara).

Do último ano da ditadura e até 1987, 312 famílias foram removidas de suas casas por ordem do governo.

A nova resolução diz que os quilombolas serão consultados em atendimento à Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Porém, ao mesmo tempo já informa que o governo fará as remoções e indica qual órgão público deverá cuidar de cada aspecto das mudanças.

O Ministério da Defesa, por exemplo, por meio do Comando da Aeronáutica, fará “a execução das mudanças das famílias realocadas, a partir do local onde hoje residem e até o local de suas novas habitações, incluindo o transporte de pessoas e semoventes [animais de criação]”. O Incra fará o “projeto de reassentamento”.

Caberá ao Ministério da Ciência e Tecnologia promover, por meio da Agência Espacial Brasileira e colaboração da área militar, determinadas “ações midiáticas do atual Centro de Lançamento de Alcântara e do futuro Centro Espacial de Alcântara, como forma de fomentar o turismo na região”. A resolução não explica quais são as “ações midiáticas” previstas.

Danilo Serejo disse que a medida é tomada “ao arrepio da lei e à margem de qualquer participação das comunidades”. “A comunidade não participa das discussões e reuniões desse comitê, tampouco foi informada das deliberações ali travadas.

Não temos assento no Comitê. A Resolução já dá o deslocamento de comunidade como certo. Gostaria de destacar isso, é extremamente grave esta postura do governo totalmente na contramão dos documentos internacionais de proteção à vida e aos direitos das comunidades quilombolas”, disse Serejo.

O Brasil é signatário da Convenção 160 da OIT, que prevê uma consulta prévia, livre e informada, e já introduziu a medida no seu ordenamento jurídico. Para os quilombolas, porém, o governo desconsiderou a Convenção. “Neste caso não houve qualquer consulta prévia junto às comunidades. O Brasil jás responde na OIT por uma reclamação que apresentamos em função do AST Brasil-EUA [acordo de salvaguardas]. Quando o governo nos nega o direito de consulta, e decide verticalmente sobre as nossas vidas, na prática nos rouba o direito de decidir sobre o nosso futuro. Reproduz, com isso, uma lógica que só encontra paralelo no Brasil Colônia, disse Serejo.

As medidas previstas na resolução contradizem várias declarações públicas de autoridades civis e militares do governo Bolsonaro nos últimos meses.

Em 10 de abril de 2019, por exemplo, o ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), um militar da Aeronáutica, disse a uma comissão da Câmara dos Deputados: “Quanto à pergunta sobre se haverá a expansão da área, devo dizer que não. A área estabelecida do centro é aquela já definida. Não existe uma questão de expansão”.

Em maio, a bancada do PSOL na Câmara encaminhou um pedido de esclarecimentos ao ministro. Em resposta, ele reafirmou que “não se pode afirmar que populações locais interessadas serão diretamente afetadas por ele [acordo]”.

Depois que foi revelado, em outubro de 2019, que havia todo um plano de comunicação já montado para convencer as famílias a permitirem as remoções, Pontes de novo compareceu a uma audiência no Congresso, em dezembro. Declarou na ocasião que as famílias seriam ouvidas em 2020 no caso de uma eventual remoção.

Em nota divulgada em outubro, o MCT disse que “a área atual do CLA é suficiente para as operações espaciais previstas para acontecerem após as etapas de aprovação do AST [acordo com os EUA]” pelo Congresso e “a estruturação do modelo de negócios do CLA”.

 

 

*Rubens Valente/Uol

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Vídeo: Greta Thunberg denuncia assassinato dos Guajajaras no Brasil de Bolsonaro

A ativista ambiental sueca Greta Thunberg, de 16 anos, denunciou em suas redes sociais neste domingo (7) a morte de dois indígenas do povo Guajajara no Maranhão. Ela mencionou que ataques do tipo são frequentes e criticou o silêncio das autoridades perante tais crimes.

“Os povos indígenas estão literalmente sendo assassinados por tentar proteger a floresta do desmatamento ilegal. Repetidamente. É vergonhoso que o mundo permaneça calado sobre isso”, escreveu a ativista.

Assassinatos aconteceram no sábado (7), quando homens dentro de um carro atiraram contra os indígenas na estrada BR-226, que corta as aldeias El Betel e Boa Vista, no Maranhão. Atentado tirou a vida de Firmino Prexede Guajajara, que morreu na hora, e Raimundo Belnício Guajajara. Nelsi Olímpio Guajajara levou um tiro na perna e está ferido.

De acordo com relatos, os dois voltavam de uma reunião de articulação de povos indígenas para defesa de direitos. No mês passado, Paulo Paulino Guajajara, que trabalhava como guardião da floresta defendendo o território indígena contra exploração ilegal, também foi assassinado por madeireiros próximo ao local do crime deste sábado.

 

 

*Do Sul 21

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Extrema pobreza avança no Brasil e já atinge mais de 13 milhões de pessoas, diz IBGE

A extrema pobreza no Brasil bateu recorde em 2018 com mais de 13 milhões de pessoas vivendo com menos de 2 dólares ao dia, segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira.

O Brasil não tem uma linha explícita de extrema pobreza, mas o Banco Mundial convencionou o parâmetro de 1,90 dólar ao dia como referência. Pelos parâmetros do banco são consideradas pobres as pessoas que vivem com até 5,50 dólares.

Segundo a pesquisa do IBGE, o Brasil tinha cerca de 13,5 milhões de pessoas vivendo com menos de 1,90 dólar ao dia em 2018. O percentual de pessoas na extrema pobreza atingiu no ano passado 6,5% da população brasileira, maior patamar desde o início da pesquisa em 2012.

Em 2017, 6,4% dos brasileiros viviam na extrema pobreza e o menor patamar foi registrado em 2014, de 4,5%.

“Em 2018 tínhamos na extrema pobreza o equivalente a mais que as populações de países como Portugal, Grécia e Bolívia”, destacou o pesquisador do IBGE Leonardo Athias.

O IBGE lembrou ainda que o Bolsa Família, principal programa social do país, tem como foco famílias com renda per capita de até 89 reais ao mês, enquanto para o Banco Mundial uma pessoa se encontra em pobreza extrema com uma renda per capita de 145 reais ao mês.

“Quando ele (Bolsa Família) foi pensado lá atrás, era próximo da linha de extrema pobreza global. Mas não foi atualizado e criou esse gap de 89 para 145 reais”, disse Athias.

O aumento da extrema pobreza no país nos últimos anos, explicou o IBGE, está diretamente ligado à recessão no biênio 2015/2016, que provocou demissões em massa. Parte dessas pessoas só conseguiu retornar ao mercado de trabalho mais tarde, em condições menos favoráveis.

“A crise econômica puxou a pobreza. E para superar isso tem que haver políticas de combate à pobreza, medidas de estímulo ao mercado de trabalho, políticas distributivas para proteger as populações mais vulneráveis desses ciclos econômicas e estimular cada vez mais a educação”, avaliou o gerente do IBGE André Simões.

O maior percentual de população vivendo com menos de 5,50 dólares ao dia foi registrado no Maranhão, de 53%. Na outra ponta está Santa Catarina, onde apenas 8% das pessoas tinham um renda domiciliar inferior a esse valor.

EDUCAÇÃO

Segundo o IBGE, ao longo das últimas gerações houve um aumento considerável no nível de instrução da população brasileira, mas mesmo assim o país está distante do patamar internacional.

A pesquisa mostrou que em 2017 –dado comparável a outros países– 49% dos brasileiros com idade entre 25 e 64 anos não tinham concluído o ensino médio, mais que o dobro da média dos países da OCDE, cujo percentual era de 21,8%.

O Brasil aparece à frente de países como México, Turquia, Costa Rica e Portugal, mas atrás de diversos outros como Colômbia, Argentina, Chile, África do Sul e a maioria dos europeus, além de Nova Zelândia, Austrália e Japão.

“O aumento da escolaridade se deu de forma mais rápida nas gerações mais novas, que se beneficiaram do processo recente de expansão da educação básica e do ensino superior. Mas mesmo assim está abaixo da média da América Latina”, disse a pesquisadora do IBGE Betina Fresneda.

“Temos uma dívida educacional muito grande a ser pagar e uma inércia das nossas políticas públicas que ganharam mais força na década de 1990”, completou a pesquisadora.

No Brasil, apenas 19,7% das pessoas com idade entre 25 e 34 anos tinham ensino superior completo em 2017, ao passo que a média da OCDE era de 36,7%, segundo o IBGE.

Os dados da pesquisa revelaram ainda que o Brasil tinha em 2015 uma das maiores taxas de analfabetismo da América Latina, de 8% das pessoas com 15 anos ou mais. Esse percentual é igual ao da República Dominicana e menor apenas que El Salvador, Honduras e Guatemala.

Por outro lado, a taxa de analfabetismo era de 0,2% em Cuba, 0,8% na Argentina, 1,5% no Uruguai e 3,4% na Venezuela.

 

 

*Com informações do Uol