Não pensem que isso é dito aqui porque os dois apresentadores tucanos receberam de presente, do PSDB, por serviços prestados dois programas da TV Cultura que um dia foram respeitados.
O que interessa é mostrar que a estupidez que produziu o gado verde e amarelo de Bolsonaro, tem método e não se trata apenas do método olavista, mas de uma didática acoplada a figuras medíocres que, através de suas visões mesquinhas de mundo, operam numa faixa mental que não ultrapassa nunca o lugar comum.
Tanto Marcelo Tas quanto Vera Magalhães têm esse dispositivo no cérebro e, por isso jamais ultrapassam essa pobreza intelectual, característica comum em gente carente de criatividade e originalidade e, por isso mesmo, relaciona-se tão bem, diria mais, inspira gente da mesma cepa da classe média brasileira.
Poderia aqui falar daquele sofrível, porém histórico artigo de Vera Magalhães em que a moça confessou viver um dos maiores impasses da vida, escolher entre o intelectual humanista gabaritado, com uma passagem absolutamente virtuosa no Ministério da Educação de Lula, repetindo a mesma eficiência como prefeito de São Paulo, Haddad; e Bolsonaro, um velho monstro conhecido da sociedade que defende milícia, tortura, ditadura, entre outros absurdos e que, como deputado durante 28 anos, não apresentou um mísero projeto.
Hoje, esse mesmo Bolsonaro que Vera, na sua imensa estupidez, quis comparar com Haddad, assombra não só o Brasil com seu genocídio, mas o planeta.
Aqui também não se fala da crítica malandra que Tas fez a Glenn Greenwald sobre os vazamentos que detonaram a figura do herói tanto de Tas quanto de Vera, Sergio Moro. Concentra-se em apenas duas questões, a primeira é quando a jornalista diz que Lula não era player para o Roda Viva e Marcelo Tas dizendo que Lula mentiu ao afirmar que conversou com Obama sobre a crise americana.
Isso nos dá a exata medida de como o caminho a ser percorrido para trazer um mínimo de lucidez para o cidadão médio brasileiro é muito mais complexo do que se imagina, porque, além de ter lidar com a ignorância desse cidadão, temos que nos deparar com a estupidez fecunda de seus “formadores de opinião”.
E aqui não se vai bancar o ridículo de repetir tudo o que Vera Magalhães teve que ouvir depois de soltar a sua pérola contra Lula, inclusive mentindo ao afirmar que era condenado, menos ainda responder a um jeca provinciano como Marcelo Tas que, no auge de seu deslumbramento americanófilo, estava muito mais preocupado em manter uma aura sagrada sobre o presidente americano do que debater o conteúdo do que Lula disse sobre o fato a Reinaldo Azevedo.
Aqui, o ponto a que se quer chegar, é esse, para que se tenha uma anatomia mais precisa da ignorância brejeira, sobretudo do baixo burguês que sempre tem na manga um pensamento vulgar, insignificante, funesto, pífio, quando não torpe, vil, chulé e trazer com mais precisão a infeliz fotografia moca servil da mídia brasileira que fez do bolsonarista sua imagem e semelhança.
*Carlos Henrique Machado Freitas
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