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Política

Difusão instantânea e milhares de views: levantamento mostra como ‘milícia digital’ obedeceu ordem de ataque a generais

Alvos de operação da Polícia Federal miraram militares como o general Tomás Paiva, escolhido por Lula para comandar o Exército.

A investigação da Polícia Federal sobre a suposta participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados em uma tentativa de golpe de Estado revela uma teia de atuação que, segundo o inquérito, caracteriza uma “milícia digital”. O núcleo disseminava notícias falsas para desacreditar o processo eleitoral, distribuía nas redes relatórios com fake news sobre urnas e se valeu de informações oriundas de hackers. Um dos caminhos usados foi impulsionar ataques contra militares da cúpula que resistiram à trama golpista. As mensagens destinadas a desgastá-los tiveram ampla adesão entre perfis bolsonaristas, segundo levantamento do Globo.

Um dos alvos desses ataques, segundo a PF, foi o general Tomás Paiva, escolhido por Lula para comandar o Exército em fevereiro do ano passado. Mensagens revelaram que, em 17 de dezembro de 2022, o ex-ministro Braga Netto orientou que ataques a Paiva “viralizassem”. Na conversa obtida pelos policiais, Braga Netto narra ao ex-capitão Ailton Barros uma suposta visita em que Paiva teria repreendido Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, pela postura em relação à vitória de Lula. A conversa termina com uma ordem de Braga Netto para que o assunto seja compartilhado — segundo o ex-ministro, o atual comandante do Exército “nunca valeu nada” e é “PT desde pequeninho”.

Na noite da mesma data, o youtuber bolsonarista Allan Frutuozo da Silva compartilhou um vídeo intitulado “general melancia entra em desespero”. A expressão é utilizada com frequência pela direita para se referir a oficiais supostamente vinculados à esquerda, que seriam “verdes por fora e vermelhos por dentro”. Na postagem, o bolsonarista fez relato semelhante ao de Braga Netto, ao detalhar a suposta visita a Villas Bôas, e fez ataques a Tomás Paiva. A publicação teve mais de 600 mil visualizações no YouTube e foi localizada pelo Globo partir de uma base de dados da empresa Novelo Data com vídeos de teor golpista. A reportagem não conseguiu contato com Frutuozo.

Na manhã do dia seguinte à conversa de Braga Netto, o influenciador bolsonarista Ed Raposo encampou a mesma narrativa, chamando Paiva de “vergonha” que “merece desprezo eterno da tropa”. Dois minutos depois do conteúdo compartilhado por ele, outro perfil trouxe relato similar acompanhado de uma foto de Tomás Paiva com os dizeres “ele está fazendo pressão contra o presidente (Bolsonaro)” e “ele quer ser subordinado a um ladrão condenado”. Procurado, Braga Netto não se manifestou.

Estratégias de ataque de bolsonaristas nas redes — Foto: Editoria de Arte

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PF cita atuação de Bolsonaro e afirma ao STF que milícia digital usa gabinete do ódio

Delegada, que entrará em licença maternidade, indica necessidade de aprofundamento em apuração.

A delegada Denisse Ribeiro afirma em despacho ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que coletou no inquérito das milícias digitais elementos de uma ação orquestrada de bolsonaristas na difusão de desinformação e ataques às instituições, informa a Folha.

A atuação, diz a PF, seria por meio do “autodenominado gabinete do ódio”, que produz conteúdos para atacar pessoas previamente escolhidas pelo grupo.

O modelo orquestrado teria como finalidade criar e deturpar dados para “obter vantagens para o próprio grupo ideológico e auferir lucros diretos ou indiretos por canais diversos”.

O documento enviado a Moraes faz um um resumo da investigação e foi feito para informar sobre o início da licença-maternidade da delegada. Ela indica a necessidade de continuidade nas investigações e sugere um investigador substituto.

No entendimento de Denisse, há “lacunas que precisam ser preenchidas, indicadoras da necessidade de realização de novas diligências voltadas à individualização dos fatos praticados, com indicação de autores e partícipes”.

Entre as diligências estão a oitivas de pessoas, cruzamentos de dados, indiciamentos e interrogatórios, diz a delegada.

A manifestação da delegada vem na mesma semana em que Moraes autorizou que o presidente Jair Bolsonaro passe a ser investigado no inquérito por causa do vazamento da apuração sobre o hacker do Tribunal Superior Eleitoral.

Ela afirma no despacho que esse caso, assim como o da live em que Bolsonaro atacou sem provas as urnas e os apurados no inquérito das fake new, possui “correlação e revelam semelhança no modo de agir” do grupo investigado no inquérito das milícias digitais.

Segundo a delegada, o material coletado até agora na investigação aponta para “existência de eventos que, embora não caracterizem por si tipos penais específicos, demonstram a preparação e a articulação que antecedem a criação e a repercussão de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas a respeito de pessoas ou temas de interesse”,

“Como exemplo, entre outros, pode-se citar a questão do tratamento precoce contra a Covid-19 com emprego de hidroxicloroquina/cloroquina e azitromicina”, diz trecho do despacho.

Além desses casos, diz o relatório, há menção entre os investigados de “elaboração de dossiês contra antagonistas e dissidentes, inclusive com insinuação de utilização da estrutura de Estado para atuar investigando todos”.

Sobre um caso específico, em uma nota de rodapé do relatório, a delegada cita trechos extraídos pela PF de conversas de Otávio Fakhoury, empresário bolsonarista, e Angela Masília Lopes em que há citação de uma pessoa que era o cão farejador no PSL de São Paulo e que fazia levantamentos e dossiês.

Segundo o diálogo, cuja data não é revelada, a dupla também estaria atrás de informações sobre Sergio Moro (Podemos) e Rosângela, sua esposa, e teria comemorado o fato do delegado Alexandre Ramagem ser colocado no comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência)”.

“Bendito dia em que puseram esse Ramagem na ABIN! Eh o jeito de fazer esse país andar. Investigar todos e pôr todo mundo na parede”, diz trecho da conversa transcrita no relatório.

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Fim de papo: O Globo já dá Bolsonaro como favas contadas e renúncia é dada como certa

Merval Pereira, o porta-voz dos Marinho, chuta o pau da barraca, mostrando que os barões da comunicação da Globo jogaram a toalha seguindo o mesmo caminho dos militares que já não carregam mais o andor de Bolsonaro.

No artigo de Merval, Mandetta vira alvo fácil por ter cedido aos desvarios ensandecidos de Carluxo e o Valor Econômico, também da família global, já anuncia a queda de Bolsonaro que, no momento, encontra-se no balcão de negócios em que Bolsonaro barganha a liberdade dos filhos criminosos.

Na verdade, essa foi sempre a preocupação de Bolsonaro, livrar a cara dos delinquentes que ele produziu.

A saída de Bolsonaro pela renúncia em vez do impeachment é o tema do momento, segundo a jornalista Maria Cristina Fernandes (Valor Econômico): “Ainda que Bolsonaro hoje não tenha nem 10% dos votos em plenário, um processo de impeachment ainda é de difícil de viabilidade. Motivos não faltariam. Os parlamentares dizem que Bolsonaro, assim como a ex-presidente Dilma Rousseff, já não governa. Se uma caiu sob alegação de que teria infringido a Lei de Responsabilidade Fiscal, o outro teria infrações em série contra uma ‘lei de responsabilidade social’. Permanece sem solução, porém, o déficit de legitimidade e um impeachment em plenário virtual.

Vem daí a solução que ganha corpo, até nos meios militares, de uma saída do presidente por renúncia. O problema é convencê-lo. A troco de que entregaria um mandato conquistado nas urnas? O bem mais valioso que o presidente tem hoje é a liberdade dos filhos. Esta é a moeda em jogo. Renúncia em troca de anistia à toda tabuada: 01, 02 e 03. Foi assim que Boris Yeltsin, na Rússia, foi convencido a sair, alegam os defensores da solução”.

“Ao desafiar a unanimidade nacional, no uniforme de vítima de poderes que não lhe deixam agir para salvar a economia, Bolsonaro já sabia que não teria o endosso das Forças Armadas para uma aventura que extrapole a Constituição. Era o que precisaria fazer para flexibilizar as regras de confinamento adotadas nos Estados. Duas horas antes do pronunciamento presidencial, o Exército colocou em suas redes sociais o vídeo do comandante Edson Leal Pujol mostrando que a farda hoje está a serviço da mobilização nacional contra o coronavírus”, diz a jornalista.

No vídeo, o comandante destaca que a maioria de seus recrutas tem origem nas comunidades mais pobres do país, lugares em que o foco de disseminação do coronavírus é a maior preocupação das autoridades sanitárias, o que sequer foi mencionado por Bolsonaro em seu pronunciamento.

O comandante foi claramente na mão contrária à fala absurda e descabida do presidente Bolsonaro, fala que culminou numa avalanche de críticas tanto no Brasil quanto no exterior.

“Talvez seja a missão mais importante de nossas vidas”, completa Pujol. O vídeo, em 24 horas, ultrapassava 500 mil visualizações, mais que o dobro do efetivo do exército.

O distanciamento de Bolsonaro contaminou os ministros militares com assento no Planalto. “Não quero ter minha digital nisso”, disse um deles, ao perceber o peso negativo do pronunciamento de Bolsonaro, e deixou Palácio do Planalto antes da gravação do pronunciamento, conduzida sob o comando dos filhos e da milícia digital do bolsonarismo.

A situação de Bolsonaro vem se agravando a olhos vistos, demonstrada pelos fatos. A pressão por sua saída aumenta a cada dia, começando pelo povo que já se manifesta com panelaços por sua saída, passando pela grande mídia que já dá o seu mandato como favas contadas e já envolve vários outros setores da vida nacional.

A conferir os próximos capítulos.

 

 

*Com informações do Valor Econômico

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Bolsonarismo, uma seita criminosa

É bom não confundir quem votou em Bolsonaro com o bolsonarismo. Mesmo parte do gado tem uma relação muito mais próxima com a história do PSDB do que com Bolsonaro, mas o grupo que a todo momento, desde a eleição, tenta sabotar a democracia, e isso não é hipótese é fato consumado, é criminoso. Pior, é de capital importância para a sobrevivência de Bolsonaro na presidência da República.

Toda a campanha infame que eles produzem contra determinada pessoa, instituição tem um chefe que usa as redes sociais como alto falante, mas é um negócio.

Agora mesmo, o STF acaba de rastrear os empresários que patrocinaram o ataque ao Supremo e ao Congresso. Não se sabe no que vai dar, mas fatalmente isso vai ser desbaratado com consequências imprevisíveis, o que não deixa de ser uma perda no caixa da organização criminosa.

E não se fala aqui no que se refere à relação que a cada dia descobre-se ser mais estreita entre o clã e a milícia. O que está em questão é o gabinete do ódio de Eduardo Bolsonaro linkado com a mansão de Allan dos Santos que terá agora seu sigilo telefônico e fiscal quebrado pela CPMI das fake news.

Este, que é o principal soldado de guarda da milícia digital, funciona como uma espécie de interventor do departamento de espuma do bolsonarismo. É de lá, do QG de Allan dos Santos que partem as ordens de ataques a jornalistas, ministros do STF ou a qualquer um que eles julgam cruzar o caminho do “mito”.

O bolsonarismo também dá apoio ao leão de chácara da família Bolsonaro, Sergio Moro. O capanga da milícia tem sempre apoio em suas ações voltadas a proteger o clã vindas desse mesmo núcleo, o que mostra que Moro é parte ou compadre dessa organização que está sempre ao seu dispor nas horas de catarse.

O fato é que hoje o universo do crime se harmoniza e se universaliza através de um ponto central, que é o bolsonarismo, milícia, Queiroz, indústria de fake news, de assassinato de reputação, de incitação ao ódio e à agressão. Tudo está dentro da lógica de departamento do crime. E é com essa gente que Bolsonaro conta para atravessar as tempestades que se avolumam cada dia mais contra seu governo, sua família, e contra si próprio.

Bolsonaro não vai abrir mão de ampliar o seu braço armado com outras vertentes criminosas para seguir seu projeto de poder cada dia mais ousado e violento.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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Olavo de Carvalho, que indicou Regina Duarte, abre fogo contra a namoradinha do Brasil: comunista!

Guerra é guerra.

E a milícia digital de Olavo de Carvalho, certamente autorizada por Bolsonaro e filhos, parte com tudo pra cima de Regina Duarte.

Tudo indica que essa será a pior viagem ao inferno que Regina Duarte já experimentou.

Se, antes, ela, por afinidade “ideológica”, tinha a simpatia do capeta, agora sente o cheiro de enxofre aumentar por ter demitido seis aspones de Olavo e a baixaria contra ela começou hoje e não tem hora para acabar e nem limite para os insultos e xingamentos baixos.

O furdunço da “guerra cultural” autofágica é porque Regina Duarte demitiu seis mamadores indicados pelo astrólogo punguista. Olavo é um velho vigarista que utiliza o surrado discurso anticomunista como tática para marcar território dentro do Rio das Pedras.

Por outro lado, Regina Duarte se agarrou aos militares, imagina isso, trocando um capeta pelo outro. Se para assumir a pasta, vendeu a alma ao diabo, agora ela rescinde contrato com este e fecha com outro. Ou seja, o mundo no inferno da milícia é movimentado.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Os passos da milícia digital de Bolsonaro contra jornalista da Folha citada em CPI

A “milícia digital” de WhatsApp que compartilha mensagens de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e fake news e ataques contra aqueles vistos como adversários do governo é organizada em fóruns numerados, com pautas coordenadas, agendas e administração centralizada.

Por meio de grupos com rede de administradores trabalhando de maneira integrada, é possível estabelecer ações conjuntas de ataques a adversários ou campanhas em favor de agendas políticas.

Nos últimos dias, a jornalista Patrícia Campos Melo, do jornal “Folha de S.Paulo”, por exemplo, foi alvo de uma orquestração desse tipo. O UOL acompanhou a movimentação nesses grupos.

Na terça-feira (11), uma testemunha depôs na CPI mista das Fake News, no Congresso Nacional, Hans River fez diversas afirmações falsas sobre o trabalho e a conduta da jornalista. O depoente trabalhou em uma empresa de envio em massa de mensagens de WhatsApp durante as eleições de 2018, e foi uma das fontes nas reportagens que ela escreveu sobre esta história.

Desde terça-feira, poucas horas após o depoimento da testemunha, começaram a chegar nos grupos links para notícias falsas, memes e vídeos dessa ação coordenada contra a jornalista.

O passo a passo da campanha difamatória

Primeiro, sites especializados em fake news, notícias distorcidas e hiperpartidárias publicam a “notícia”. No caso, a de que a jornalista havia assediado a fonte em troca de informação e outras sobre o mesmo alvo.

Após as acusações, a Folha publicou trechos das conversas entre a jornalista e a fonte que desmentem as declarações dadas na CPI.

A relatora da comissão parlamentar de inquérito, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), pediu ao MPF que investigue o depoente pelo falso testemunho. O PTB, partido ao qual era filiado desde 2010, anunciou sua expulsão pelas mentiras e ataques à jornalista durante o depoimento.

Até lideranças do PSL ligadas ao presidente Jair Bolsonaro condenaram o depoimento, como o caso do senador Major Olímpio (PSL-SP).

Realidade não faz diferença

Nada disso, no entanto, fez diferença na disseminação de fake news nestes grupos de WhatsApp. Mensagens com calúnias contra a jornalista continuavam a chegar nos grupos de discussão até o final da semana.

Link para canal no Youtube repercute declarações do deputado Eduardo Bolsonaro sobre os ataques contra jornalista da Folha na CPI mista das Fake NEws - Reprodução

Link para canal no Youtube repercute declarações do deputado Eduardo Bolsonaro sobre os ataques contra jornalista da Folha na CPI mista das Fake News.

Após os primeiros links com a notícia, começaram a aparecer nestes fóruns de discussão links para postagens das redes sociais de expoentes bolsonaristas, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), repercutindo a “notícia”.

Em um terceiro momento, aparecem os memes. Nestas peças, o tom costuma subir e os alvos são vítimas de xingamentos, montagens grosseiras e ilações fraudulentas.

Este material recircula por vários dias em diversos grupos de WhatsApp até serem substituídos por um novo assunto do momento.

Chama a atenção que vários dos memes são assinados por pessoas, sites ou grupos de direita com forte atuação nas redes sociais.

 

 

*Com informações do Uol

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Bolsonaro diz que vetará indulto de Natal se policiais não forem contemplados

O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer neste sábado (14) que pretende incluir policiais condenados no benefício do indulto natalino, que ele deve assinar até o final deste ano.

O que mudou na instrução de Bolsonaro, que já eleito em 2018, disse que não daria indulto de natal a ninguém?

Até seus eleitores mais aferrados se dizem decepcionados com essa atitude. Muitos, inclusive em comentários no blog de direita, O Antagonista, dizem que Bolsonaro quer beneficiar milicianos. Mas Bolsonaro parece mesmo irredutível, mesmo que corra nas redes sociais a denúncia de sua própria milícia digital acusando Wilson Witzel de forjar diálogos entre milicianos que implicaria o clã Bolsonaro, matéria que está para estourar no Fantástico deste domingo, segundo seus robôs digitais.

Certamente, se ocorrer os dois fatos, irremediavelmente causará um curto circuito no governo, mesmo que a grande mídia não queira dar destaque a essa questão extremamente delicada.

Bolsonaro é corporativista, passou sua vida trabalhando nessa linha em defesa de interesses muitas vezes pouco republicanos de policiais e militares. Atualmente enfrenta a revolta de militares de baixa patente porque, segundo eles, Bolsonaro traiu quem trabalhou incessantemente por sua eleição.

Nesse assunto, Bolsonaro caminha sobre um pântano. Se parar, afunda, se andar, também afunda.

Segundo Bolsonaro, há um processo de “criminalização” de policiais no país.

“Não podemos continuar, cada vez mais, criminalizando os policiais no Brasil. Eles fazem, como regra, um excelente trabalho, e têm que ser reconhecidos. Ou tem indulto para todo tipo de gente ou não tem pra ninguém. Sou eu que assino”, disse.

Abaixo segue o twitter de Bolsonaro de 2018, quando afirmou que não daria indulto a ninguém. A pergunta é inevitável, por que ele mudou de ideia?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Na CPMI da Fake News,Joice Hasselmann denuncia gabinete do ódio do clã Bolsonaro com quase 2 milhões de robôs

Na CPMI da Fake News, a deputada federal e ex-líder do governo na Câmara dos Deputados, expõe nomes e números da organização da milícia digital e gabinete do ódio que, por fim, acabou tornando-se vítima.

A denúncias de Joice são de extrema gravidade, porque apontam que tem muito ‘dinheiro público’ por trás dos ataques virtuais da direita comandada pelo Clã Bolsonaro.

Apopléticos, deputados e senadores da base do governo estavam visivelmente constrangidos.

Joice Hasselmann fez uma apresentação em PowerPoint na CPI mista das Fakes News. Ela disse que o governo gasta R$ 500 mil por ano com o “gabinete do ódio”, que existe para criar e espalhar notícias falsas na internet.

Disse ainda que Carlos e Eduardo Bolsonaro são os generais dos quase 2 milhões de robôs. Todo ataque parte sob o comando do QG do clã.

Sobre os seguidores de Bolsonaro na rede, ela afirma que mais de um terço são robôs.

‘Eduardo Bolsonaro está amplamente envolvido e é um dos líderes desse grupo que chamamos milícia digital” disse a deputada.

Na verdade, Joice não intimidou com os ataques virtuais na hora que estava depondo na CPI e respondeu aos questionamentos dos deputados e senadores com muita desenvoltura.

26 mil robôs já estão entre os seguidores da página oficial recém-criada do Aliança pelo Brasil, partido de Bolsonaro, segundo Joice.

E foi mais longe quando afirmou que “Carlos Bolsonaro tentou criar uma ABIN paralela”.

Uma das telas da apresentação de Joice Hasselmann na #CPIdasFakeNews mostra Bolsonaro com facas cravadas nas costas e a “Lista dos Traidores” dentro do PSL.

O fato é que Joice trouxe nomes, RGs, salários, cargos e prints de conversas sobre a articulação do “Gabinete do Ódio”. Uso de dinheiro público para criar narrativas falsas e atacar quem discorde de Bolsonaro.

Como disse Marcelo Freixo no twitter, “Milícias nas ruas e nas redes. Joice Hasselmann, ex-líder do governo no Congresso, está revelando como a organização criminosa montada pelo clã Bolsonaro atua para atacar a democracia brasileira.”

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Imprensa vai continuar a se omitir diante de nova sigla de Bolsonaro?

Partido da Família, da Bala e da Bíblia ameaça democracia.

Será que agora dá para a imprensa deixar de passar pano, parar de chamar absurdos de polêmicas e enxergar que o Aliança para o Brasil é um partido com ideário fascista, projeto nacionalista autoritário e pretensão de manipular os piores sentimentos morais e religiosos do povo brasileiro?

38, o famoso número do trabuco, é simbólico do calibre do retrocesso em curso no Brasil e da ameaça real à nossa democracia. Até o símbolo da legenda foi feito com cápsulas de bala. Com vocação cesarista, é um partido familiar que reúne o pior do conservadorismo dito cristão no país. É extrema-direita na veia, com toda a sua intolerância às diferenças e a pregação desabrida do ódio no debate público.

Em nome de uma suposta agenda liberal para lá de tosca, que estimula o empobrecimento do país, a precarização do trabalho e ignora as necessidades sociais, setores da sociedade civil vão tolerar um caminho claro de atraso e barbárie? O caminho é esse mesmo?

A paz dos cemitérios e a intensificação da exclusão social são as ofertas de Bolsonaro e companhia ao país. Parabéns aos que estão fechando os olhos e se omitindo em relação ao Partido da Família, da Bala e da Bíblia. Assim é como as democracias morrem.

PS – Caluniadora e mentirosa, a milícia digital viciada em fake news e no ódio está incomodada com os comentários na CBN e os posts blog. Então, lá vai mais um. O jornalismo tem um papel a cumprir neste momento histórico.

 

 

*Blog do Kennedy

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Brasil: Respeito foi embora do país. Se vão também dólares e cérebros qualificados

Um informe publicado nesta semana pela prestigiosa entidade IMD, na Suíça, constata: a fuga de cérebros no Brasil é uma realidade que se agrava a cada ano. Entre as 63 maiores economias do mundo, o país aparece na 52ª colocação entre os locais com maior saída de mão de obra qualificada. Nas Américas, só um local vive um situação pior, a Venezuela.

Ao longo dos anos, essa tem sido uma situação cada vez mais clara no caso brasileiro. O World Talent Ranking de 2009, por exemplo, colocava o Brasil na confortável 14ª colocação na lista dos países que sofriam com a fuga de talentos. Em 2018, já estávamos na posição de número 39 e, agora, entre os piores do ranking.

Praticamente ao mesmo tempo que o IMD apresentava suas conclusões na cidade de Lausanne, dados em Brasília também apontavam para outra fuga. Desta vez, de dólares.

Nos últimos doze meses, o Brasil registrou o maior volume de saída da moeda americana em 20 anos. De acordo com o Banco Central, o saldo negativo é de US$ 32 bilhões. Para que se possa encontrar um momento pior, só mesmo em agosto de 1999, quando os mercados emergentes derretiam diante de mais uma crise internacional.

Se por nove semanas o país vive uma fuga constante da moeda americana, nada se compara à debandada de um ativo ainda mais precioso e sem o qual nenhuma sociedade democrática pode prosperar: o respeito.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, exibe com orgulho em seu Twitter que, naquela página, são suas regras que estão em vigor. E, diante disso, usou o fim de semana para ofender brasileiros e ainda questionar a República. Resta saber se ele entendeu que ocupa uma função pública, com suas obrigações, liturgia e fronteiras.

Se em qualquer país democrático do mundo tal comportamento teria sido motivo de uma demissão e um pedido de desculpas, ele parece ter sido aplaudido pela milícia digital que passou a dar sustento – ainda que virtual – a um governo de demagogos.

O ministro da Educação não é um caso isolado e seu ato não foi um deslize. Em uma recente audiência na Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro e Alexandre Frota também cruzaram todas as linhas vermelhas do bom senso ao debater a desinformação.

O próprio Jair Bolsonaro já deu claríssimos sinais de que pode não saber onde está a fronteira entre o embate político e o respeito. Tal comportamento não mede influência do interlocutor. O alvo dos desprezo e humilhações pode ser um turista japonês, um presidente da França ou uma autoridade da ONU.

O respeito às leis também parece ter desaparecido. Difundir mentiras pelas redes sociais sem jamais pedir desculpas aos alvos da ofensa? Claro que pode.

Chancelar uma invasão a uma embaixada estrangeira em Brasília? Se você for o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, também pode.

Tampouco pareceu um problema para o Brasil reconhecer a nova presidente da Bolívia, autoproclamada em uma sessão sem quórum e em apenas poucos minutos.

Com tantas fugas ocorrendo ao mesmo tempo, entendo se o governo optar por se concentrar em medidas para frear a saída de dólares ou de mentes. Mas o insano desrespeito que vemos hoje não é apenas uma questão moral.

Essa atitude mina os pilares do jogo democrático e da República. E os autores dessas ofensas sabem disso. Ao agir com total desrespeito aos demais, sabem que estão invalidando a existência legítima da oposição e borrando os limites do poder.

Entre as várias definições da República em diferentes momentos da história, uma delas se refere ao fato de que estamos tratando de um sistema que permite que uma minoria tenha seus direitos respeitados, mesmo quando não faça parte do governo que chegou ao poder.

Ao optar deliberadamente pela humilhação e escárnio, os membros do atual governo expulsam do país algumas das bases da convivência cívica.

Talvez o novo partido do presidente seja o melhor reflexo dessa fuga. E, não por acaso, não há qualquer sinal das palavras “democracia” e “República” em seu manifesto – uma mistura de um panfleto oco com o culto a um demagogo sem repertório.

No verão de 1787, enquanto um grupo redigia o que seria a nova estrutura de poder nos Estados Unidos, uma multidão se encontrava diante do que ficaria conhecido como Independence Hall. Após horas de debates, Benjamin Franklin deixou a sala e se deparou com as pessoas que aguardavam por notícias.

Uma senhora se aproximou a ele e perguntou: “Então? O que temos?”

Franklin respondeu: “Uma república, senhora, se você conseguir mantê-la”.

Aquele era um alerta. Os fundadores de uma república podem fazer leis e estabelecer princípios. Mas a tarefa de manter uma democracia e uma república cabe a cada uma das gerações, em uma construção permanente. Sem exceções.

A fuga de dólares e de mentes pode ser dramática. Mas o fim do respeito na política é o instrumento mais eficiente para iniciar o enterro das liberdades. E a minha liberdade depende de eu garantir e respeitar a existência de minha oposição.

 

 

*Jamil Chade/Uol