Categorias
Uncategorized

No início do Sínodo, Papa Francisco pede respeito aos povos indígenas da Amazônia

Em fala durante a primeira sessão de trabalho dos bispos que participam do Sínodo sobre a Amazônia, nesta segunda-feira 7, o pontífice já tocou num ponto extremamente crítico para o governo Bolsonaro, que com frequência fala em levar a “civilização” aos índios. No Vaticano, Papa Francisco defendeu dizer ‘não’ ao “anseio de domesticar povos originais”.

CIDADE DO VATICANO (Reuters) – O papa Francisco disse nesta segunda-feira a uma assembleia de bispos convocada para debater a região da Amazônia que a sociedade moderna não deveria tentar impor suas regras aos povos indígenas, mas respeitar sua cultura e deixá-los planejar o próprio futuro.

Francisco, que é argentino, discursou na abertura da primeira sessão de trabalho de um sínodo de três semanas sobre o futuro da Igreja Católica na Amazônia, incluindo a possibilidade de ordenar padres casados.

O papa disse que os povos da Amazônia não deveriam ser “abordados com um tipo de anseio empresarial que procura lhes dar programas preconcebidos que visam discipliná-los” e às suas história e cultura.

“A colonização ideológica é muito comum hoje… (vamos dizer) ‘não’ a esse anseio de domesticar povos originais”, disse.

Francisco, que já pediu perdão em nome da Igreja pelos erros de missionários europeus que acompanharam os primeiros colonizadores, disse que, durante muito tempo, muitos da Igreja tiveram uma atitude “depreciativa” em relação a povos nativos e suas culturas, e que alguns ainda têm.

“Fiquei muito triste de ouvir, bem aqui, um comentário debochado sobre aquele homem pio que trouxe oferendas com penas na cabeça”, contou, falando de um nativo da Amazônia que participou de uma missa papal no domingo.

“Digam-me: que diferença existe entre ter penas na cabeça e o chapéu de três pontas usado por algumas autoridades dos nossos (departamentos do Vaticano)?”

O sínodo de três semanas debaterá a disseminação da fé na Amazônia, um papel maior para as mulheres, a proteção ambiental, a mudança climática, o desmatamento, os povos indígenas e seu direito de manter suas terras e tradições.

Ele acontece no momento em que a Amazônia está sob os holofotes de todo o mundo por causa dos incêndios devastadores no Brasil. Na missa de abertura de domingo, Francisco disse que os incêndios foram ateados intencionalmente por grupos de interesse.

Presente ao encontro, o cardeal brasileiro Claudio Hummes disse em seu discurso à reunião de cerca de 260 pessoas —a maioria bispos de países amazônicos— que a Igreja tem que estar aberta à mudança.

“A Igreja não pode permanecer inativa dentro de seu próprio círculo fechado, focada em si mesma, cercada por muros de proteção, e ainda menos olhar nostalgicamente para o passado”, afirmou.

 

 

*Com informações do 247

Categorias
Uncategorized

Governo Bolsonaro e TFP sabotam papa Francisco e Sínodo da Amazônia

Às vésperas do encontro dos bispos amazônicos, Francisco nomeou interventor em dissidência do grupo Tradição, Família e Propriedade.

Começa neste domingo 6 o Sínodo da Amazônia, uma assembleia de três semanas de bispos dos países da região com o papa Francisco, no Vaticano, para discutir formas novas de a igreja atuar na floresta. A iniciativa é sabotada por grupos católicos ultraconservadores, como a brasileira Tradição, Família e Propriedade (TFP), simpatizante de Jair Bolsonaro, presidente hostil ao papa de 82 anos.

Alegadamente um cristão ardente, Bolsonaro não irá à canonização da primeira santa brasileira, por antipatia com Francisco e a opção pelos pobres do Vaticano do argentino. Em nome do governo, deve comparecer o vice-presidente Hamilton Mourão. Irmã Dulce, a “beata dos pobres”, morta aos 77 anos em 1992, será canonizada dia 13, em meio ao Sínodo. Foi declarada santa em julho pelo papa.

Há pistas de que o governo uniu-se à TFP para sabotar o Sínodo e para desestabilizar Francisco, tido como inimigo da extrema-direita pelo americano Steve Bannon. Será por isso que o papa acaba de decretar intervenção em uma entidade brasileira católica ultraconservadora nascida de um racha na TFP, a Associação Internacional Arautos do Evangelho, envolvida com exorcismos?

O chefe do escritório da TFP em Roma, o chileno Juan Miguel Montes, bate no Sínodo e expõe opiniões sintonizadas com o governo Bolsonaro. Um governo que, recorde-se, começou 2019 disposto a espionar, através do órgão de inteligência federal, o GSI, os bispos brasileiros envolvidos nos preparativos do Sínodo.

“No Brasil existe um governo conservador, que se opõe à internacionalização da Amazônia e que refuta, dados científicos em mãos, a ideia de que essa floresta é o pulmão do planeta, do qual tanto se fala. Além disso, é um governo que está fazendo todo o possível para extinguir os incêndios”, disse Montes em uma entrevista de 20 de setembro. “Segundo dados das autoridades brasileiras, os incêndios [na Amazônia] estão em número no padrão do que ocorre no período de seca.”

A TFP criou um site para monitorar os preparativos do Sínodo e atacá-lo, o Pan Amazon Synod Watch. A página acusa o Sínodo de incentivar formas “neopagãs” de religião, pois os bispos dispõem-se a respeitar as tradições dos povos indígenas amazônicos. E de ocupar-se mais com a vida material dos fiéis do que com a espiritual, um embate clássico dentro da igreja a partir do século XX.

Esse tipo de acusação seria exposto na conferência internacional “O Sínodo amazônico diminui o evangelho”, dia 5, véspera da assembleia. A conferência é obra do instituto batizado com o nome do fundador da TFP, o brasileiro Plinio Correa de Oliveira, morto em 1995, aos 86 anos. O instituto e a TFP são parceiros no site de monitoramento do Sínodo.

 

A assembleia terá cerca de 250 pessoas (bispos são 185), das quais 115 brasileiras. Foi convocada pelo papa em 2017. Seu objetivo, conforme um comunicado daquela época, é “identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, e também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para o nosso planeta”.

A iniciativa se encaixa na “opção pelos pobres” do papado de Jorge Bergoglio, iniciado em 2013. Ele criou o Encontro Mundial dos Movimentos Populares. E o Dia Mundial dos Pobres, em cuja edição de 2018, comentou: “A pobreza não é procurada, mas é criada pelo egoísmo, pela soberba, pela avidez e pela injustiça. Males tão antigos como o homem, mas mesmo assim continuam a ser pecados que implicam tantos inocentes, conduzindo a consequências sociais dramáticas”.

Olavo de Carvalho, guru bolsonarista, segue Bannon, a quem foi submetido previamente o discurso de Jair Bolsonaro feito em 24 de setembro na ONU. Carvalho já defendeu que Francisco fosse retirado “do trono de Pedro a pontapés”. Em 30 de setembro, com o Sínodo à vista, ele tuitou: “Para mim, esse Bergoglio já deu no saco. Ele não é Papa nem no sentido mais figurado do termo”.

Cinco dias antes do comentário do guru, Francisco havia anunciado uma intervenção na Associação Internacional Arautos do Evangelho, uma espécie de resposta à ala radical conservadora que sabota seu papado. A associação foi criada em 1999 por um brasileiro, João Scognamiglio Clá Dias, como dissidência da TFP, que rachou, por disputa de dinheiro, após a morte do fundador, Plinio Correa.

Grana foi uma das razões da intervenção, conforme um comunicado de 28 de setembro do Vaticano. As razões da intervenção são “o estilo de governo, a vida dos membros do conselho, a pastoral vocacional, a formação de novas vocações, a administração, a gestão das obras e a captação de recursos”.

O Vaticano botou uma lupa nos Arautos do Evangelho em 2017, após surgir um vídeo em que membros do grupo participam de rituais de características medievais: culto ao líder do grupo, o monsenhor Clá, discípulo de Plinio; culto a Plinio; e exorcismo. O ritual teria ainda o “diabo” atacando Francisco.

É um brasileiro o interventor nomeado pelo papa, Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida (SP). Ele terá dois auxiliares, Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, bispo auxiliar de Brasília, e a Irmã Marian Ambrosio, superiora-geral das Irmãs da Divina Providência.

 

 

*Com informações da Carta Capital

Categorias
Uncategorized

Vídeo: “Espero que defensores do Moro ouçam e compreendam”, diz Glenn impressionado com a mensagem do Papa

Em um vídeo, que foi divulgado dias depois do vazamento das conversas do ex-juiz Sergio Moro com Deltan Dallagnol e demais procuradores da força-tarefa da Lava Jato pelo Intercept, o Papa Francisco mostra a importância da independência dos juízes, dizendo que eles devem ser “isentos de favoritismos e das pressões que possam contaminar as decisões que devem tomar”.

O jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, assistiu ao vídeo e ficou impressionado com a mensagem do Papa e disse que espera que defensores do Moro “ouçam e compreendam”.

Glenn postou em seu twitter:

“Eu mal posso acreditar no que estou vendo. Muito bem falado e muito bem feito. Obrigado, @Pontifex_pt. Espero que os defensores do @SF_Moro que ainda restam ouçam e compreendam. É exatamente disso que trata o jornalismo que fazemos na #VazaJato”

Coincidência ou não, no vídeo do Papa aparece a encenação de uma audiência em que as partes mostram diferentes imóveis: de um lado um prédio em um resort; do outro, uma casa simples.

Assista

 

*Com informações da Forum

Categorias
Uncategorized

Procurador-Geral, vice do Dodge, no Vaticano, critica Bolsonaro e sobre a prisão de Lula diz, “Uma grande dor para o Brasil”

No Vaticano, no Encontro Cúpula Panamericana de Juízes, o Procurador-Geral da República, Luciano Mariz Maia criticou o governo Bolsonaro falando sobre as ameaças que ele representa para o país e concluiu que a prisão de Lula foi “uma grande dor para o Brasil”.

O Encontro da Cúpula Panamericana de Juízes aconteceu nesta terça-feira (4), no Vaticano e contou com a presença do Papa Francisco que, por sua vez, fez um discurso forte contra a intervenção da justiça na política, “Minam processos políticos e emergentes que se inclinam para a violação dos direitos sociais”.

Mariz Maia, assim como os demais juízes presentes, teve 15 minutos para expor suas ideias sobre como o judiciário deve ser aperfeiçoado para a promoção e respeito ao direitos humanos.

O procurador disse:

“O caso Lula poderá ser apreciado em grau de apelação, não falarei sobre ele, mas posso mencionar que há uma grande dor no Brasil com essa matéria, porque o governo de Lula, seguido o de Dilma, foi o que teve mais sensibilidade social com as políticas públicas para resgatar da pobreza, programas de alimentação e programas de habitação”, afirmou.

 

Categorias
Uncategorized

Papa Francisco envia carta a Lula e diz: ‘O bem vencerá o mal’

O Papa Francisco escreveu carta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso político há mais de um ano. No texto, Francisco diz que ora por Lula e pede que o ex-presidente ‘não deixe de rezar por mim’.

A informação é da coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo. O Papa Francisco lamenta “as duras provas que o senhor viveu ultimamente” e cita a morte de dona Marisa, do irmão de Lula, Genival Inácio, e do neto dele, Arthur.

“Não deixe de rezar por mim”, pede Francisco a Lula, dizendo que também ora pelo líder brasileiro. De acordo com Mônica Bergamo, “a correspondência é uma resposta a uma carta que o ex-presidente enviou ao santo padre em março”.

O texto traz reflexões religiosas e filosóficas. Diz que graças ao “triunfo de Jesus sobre a morte”, é possível acreditar “que, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação”.

A advogada Carol Proner, que faz parte de um grupo de estudos no Vaticano e teve acesso à correspondência, diz que “é uma carta que carrega muitas mensagens, além daquelas de afeto”.

Leia a íntegra da carta:

Estimado Luiz Inácio,

Recebi sua atenciosa carta do passado 29 de março, com a qual, além de agradecer a minha contribuição para defesa dos direitos dos mais pobres e desfavorecidos dessa nobre nação, me confidenciava seu estado e ânimo e comunicava sua avaliação sobre o contexto sócio-político brasileiro, o que me será de grande utilidade.

Como assinalei na mensagem para o 52 Dia Mundial da Paz, celebrado no passado 1 de janeiro, a responsabilidade política constitui um desafio para todos aqueles que recebem o mandato de servir ao seu País, de proteger as pessoas que habitam nele e de trabalhar para criar as condições de um futuro digno e justo. Tal como meus antecessores, estou convencido de que a política pode tornar-se uma forma eminente de caridade, se for implementada no respeito fundamental pela vida, liberdade e dignidade das pessoas.

Nesses dias, estamos celebrando a ressurreição do senhor. O triunfo de Jesus Cristo sobre a morte é a esperança da humanidade. A sua Páscoa, sua passagem da morte à vida, é também a nossa Páscoa. Graças a ele, podemos passar da escuridão para luz, das escravidões desse mundo para liberdade da terra prometida. Do pecado que nos separa de Deus e dos irmãos para a amizade que nos une a ele. Da incredulidade e do desespero para alegria serena e profunda de quem acredita, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e salvação vencerá a condenação.

Tenho presente das duras provas que o senhor viveu ultimamente, especialmente da perda de alguns entes queridos, sua esposa Marisa Letícia, seu irmão Genival Inácio e, mais recentemente, seu neto Arthur de somente sete anos- quero lhe manifestar a minha proximidade espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus.

Ao assegurar-lhe minha oração a fim de que, neste tempo pascal de Júbilo, a luz de cristo ressuscitado o cumule de esperança, peço-lhe que não deixe de rezar por mim.

Que Jesus o abençoe e a Virgem santa lhe proteja.

Fraternalmente.

 

 

 

 

 

 

*Com informações do 247

Categorias
Uncategorized

#Verificamos: É falsa a foto de Copacabana cheia pró-Bolsonaro hoje que circula nas redes

A imagem de Copacabana cheia é, na verdade, da Jornada Mundial da Juventude quando fieis acompanharam o Papa Francisco em 2013.

Circula nas redes sociais a foto de uma multidão que ocupa a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e que supostamente teria feito um ato em apoio à candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PSL) no último domingo (30). Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que essa imagem fosse analisada. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:

Falso

“Copacabana 30/09 hoje tomada Bolsonaro já no 1º turno 17″Frase que acompanha imagem (aqui, aqui, aqui e aqui) que até as 12h do dia 01 de outubro de 2018 já tinha mais de 489 compartilhamentos no Facebook.

Falso

A imagem analisada pela Lupa não foi adulterada, mas é antiga: de 2013. O registro foi feito durante a Jornada Mundial da Juventude que reuniu quase um milhão de fiéis para acompanhar o Papa Francisco, na cerimônia de abertura do evento, na praia de Copacabana. É possível, inclusive, identificar o papamóvel em meio ao aglomerado.

As verdadeiras de hoje

De acordo com o G1, apoiadores de Bolsonaro realizaram atos em seu apoio em ao menos 27 cidades como parte do movimento #elesim. O Rio de Janeiro foi uma dessas cidades. Veja algumas fotos aéreas do encontro de Copacabana – e observe que o volume de pessoas é menor do que o da imagem checada pela reportagem:

 

 

 

 

*Do Terra