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Randolfe Rodrigues: Não há dúvida de que Bolsonaro prevaricou, resta saber por que prevaricou

Randolfe Rodrigues evita antecipar responsabilização do presidente, mas diz que PGR não poderá ‘simplesmente descartar’ relatório final.

Vice-presidente da CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) diz que não há dúvidas de que o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime de prevaricação no caso da tentativa de compra da vacina Covaxin, mas destaca que a comissão quer avançar na nova etapa dos trabalhos para entender qual a motivação por trás do episódio. Para Randolfe, a eventual responsabilização de Bolsonaro não dependerá apenas da Procuradoria-Geral da República, porque o caso também deve ser encaminhado para cortes internacionais, por lesa-humanidade, e para a Câmara dos Deputados.

Com a retomada da CPI, quais devem ser os principais objetivos da comissão?

Sobre imunidade de rebanho, utilização dos manauaras como cobaias, esses aspectos todos nós já temos elementos suficientes. Na segunda parte da temporada, digamos assim, da CPI, nós vamos concluir a investigação sobre corrupção. Por isso, a nossa ideia é organizar por tema cada uma das semanas. A primeira semana é sobre o papel das intermediárias que atuaram no Ministério da Saúde, com o coronel Hamilton Gomes, Marcelo Blanco e Airton Cascavel. Na segunda semana, a nossa ideia é avançar para investigarmos a Precisa e a Covaxin. E assim por diante. Então, nós devemos adotar essa dinâmica para ser mais didático, mas também para ser mais produtiva, sistematizando as informações e avançando para o relatório final.

Existe essa meta de terminar todas as apurações até o final de setembro?

Nosso desafio é esse, chegar em setembro com o trabalho concluído.
E o senhor considera que já há elementos que conectam o presidente Jair Bolsonaro às investigações que tratam de suspeitas de corrupção?

Para nós da CPI, não tem dúvida o crime de prevaricação no caso da Covaxin. Esse crime não há dúvidas. O que nós estamos investigando é por que o presidente prevaricou. O senhor presidente, tendo recebido a notícia de um esquema de corrupção em curso no âmbito do Ministério da Saúde, não tomou providências. E também há outros crimes. Nós estamos procurando os liames entre os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influência e os demais.

E o senhor acha que Bolsonaro deve ser responsabilizado ao final dos trabalhos?

Eu quero deixar essa conclusão pro relatório final. Mas, até agora, todos os elementos e indícios apontam para a responsabilidade, não para uma responsabilidade, mas para responsabilidades do Presidente da República.

O fato de que a Procuradoria-Geral da República será responsável por dar andamento ou não a uma eventual denúncia pode ser um problema?

Não será apenas uma autoridade que será acionada pelo relatório final da CPI. E eu quero lembrar que as autoridades têm o prazo de 30 dias para dizer quais são as providências que tomaram a partir do relatório entregue, sob pena de serem responsabilizadas penal e criminalmente. Então, o poder de um relatório de uma CPI não pode simplesmente ser descartado. Em segundo lugar, acredito que a gente deve estruturar o relatório final em três grandes pontos: crime de lesa-humanidade, que vai para o tribunal penal internacional; crimes comuns, que vão para o Ministério Público Federal; e os crimes políticos, que deverão ir para a Câmara dos Deputados.

O senhor acha que o resultado da CPI vai ter impacto também na eleição do próximo ano?

Cabe à sociedade julgar o trabalho que estamos fazendo. A nós, da CPI, não cabe muito se preocupar com isso. O julgamento disso a sociedade e a História o fará.

O senhor acredita que a entrada do Ciro Nogueira no Ministério da Casa Civil muda alguma coisa na CPI?

Inevitavelmente já mudou, né? Com a oficialização do senador Flávio Bolsonaro como membro da comissão. Se bem que ele já estava participando de várias reuniões. Não vejo como mudar a determinação do convencimento dos senadores.

*Julia Lindner/O Globo

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Política

Vídeo: Desesperado, Bolsonaro xinga Lula, ataca fortemente Barroso e diz que tem medo de ser preso

Colocando-se como alvo de um complô e citando teorias conspiratórias, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a repetir mentiras sobre o voto eletrônico e subiu o tom nos ataques ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luiz Roberto Barroso, e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou de corrupto e acusou de ‘vender até a mãe’ para permanecer no poder.

Em cerca de 40 minutos de conversa com apoiadores transmitida em suas redes sociais, Bolsonaro fez um resumo do discurso que tem apresentado nos últimos dias pela implementação do voto impresso, sem deixar de distorcer decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre os poderes de sua atuação na pandemia, atacar a imprensa e defender uso de remédios ineficazes contra a covid-19 como a cloroquina.

Como tem sido frequente, o discurso de Bolsonaro se baseou em contestações sobre a urna eletrônica já desmentidas pelo TSE. Colocando-se como vítima de um complô, ele discorreu sobre teorias conspiratórias que explicariam uma possível derrota nas eleições de 2022.

“O que que eles fazem? A imprensa está aí para desinformar e falar mentira. Em cima dessa mentira, vem o Datafolha e, depois tudo isso acertado, tem a contagem na sala secreta pelo seu Barroso e meia dúzia de funcionários, tá justificado. E aí se eu quiser eu recorro ao Supremo”, disse.

“Se as eleições tiverem problema, dizem ‘recorra à Justiça’. Qual Justiça? O Supremo, que colocou o Lula para fora e o tornou elegível?”, completou em outro trecho. “Os mesmos que tiraram da cadeira, os mesmos que tornaram elegível é o que vão contar os voto na sala secreta, Vocês acham que não vai voltar?, disse.

Ataques a Barroso e Lula

A teoria conspiratória de Bolsonaro tem como um de seus pontos centrais dois personagens que voltaram a ser atacados: Lula, seu provável adversário nas eleições de 2022, e Barroso.

“Se deixar que se faça eleições dessa forma que está aí, o Barroso ajuda a botar o cara para fora da cadeira e torna elegível, e o Barroso vai contar os votos lá: qual a consequência disso?”, disse Bolsonaro.

Em relação a Lula, Bolsonaro fez ataques pessoais: “Querem dar a direção ao Brasil para um corrupto, cachaceiro, arrebentou as estatais, loteava tudo aqui e vendeu até a mãe para ficar no poder, aparelhou tudo… Querem fazer que nem a Argentina?”, questionou. Em outro momento, ele chamou o ex-presidente de picareta.

Barroso também foi alvo de fortes críticas ao longo do discurso. “Ele acha que é o máximo, mas tem limite dele. Tenho os meus e ele tem os dele. Está abusando não de hoje. A gente espera tratar as pessoas do Brasil dentro da normalidade, mas não continue tratando o povo desta maneira”, afirmou.

Confira:

https://youtu.be/aEQbH580xnE

*Com informações do Uol

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Amanhã, na reabertura dos trabalhos do STF, Fux fará um duro discurso contra Bolsonaro. Será?

Mais importante que o gesto em si, são as circunstâncias que o inspiraram. Como Fux não é dotado de uma coragem cívica maior, o gesto foi precedido de análises consistentes sobre o momento político atual.

Segundo Luis Nassif, ele recebeu a informação de fonte estreitamente ligada ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Diz ele que, no discurso de reabertura dos trabalhos do Supremo, Fux deixará de lado o temor reverencial e baterá duro em Bolsonaro.

A decisão foi acelerada por dois episódios. O mais recente, os ataques da deputada Bia Kicis ao Ministro Luís Roberto Barroso. O segundo, a constatação de que Bolsonaro já não dispõe do mesmo poder de dissuasão de antes. Ou seja, estaria tomado da coragem dos que enxergam os inimigos caídos no campo de batalha.

A fonte é privilegiada. Não obteve a informação diretamente de Fux, mas de pessoas próximas a ele.

Estando corretas as informações, pela primeira vez, desde que assumiu a presidência do STF, Fux sentará na cadeira de presidente.

Mais importante que o gesto em si, são as circunstâncias que o inspiraram. Como Fux não é dotado de uma coragem cívica maior, o gesto foi precedido de análises consistentes sobre o momento político atual.

Aguardemos para conferir até onde vai a coragem do presidente do STF.

*Luis Nassif/GGN

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Fora da pandemia não há qualquer diferença entre o projeto de Bolsonaro e o da terceira via

Quando Temer chegou ao poder através de um golpe orquestrado pelo PSDB contra Dilma, a primeira coisa que ele fez foi acabar com o Ministério da Cultura. Naquele momento não se viu ninguém dessa direita ilustrada, tão bem representada pelos tucanos, se posicionar contra.

A PEC do teto de gastos que cortou verbas da saúde e da educação foi praticamente uma imposição tucana como condição para manter o apoio ao governo socialmente nefasto de Temer.

A intervenção militar no Rio de Janeiro, comandada por Braga Neto que, a mando de Bolsonaro, anda ameaçando o Brasil de golpe, que até hoje ninguém sabe por que houve e para que serviu, também teve o apoio da turma que hoje se diz terceira via.

Esses são somente alguns exemplos de uma série de eventos muito maiores que mostra, do ponto de vista concreto, ideologicamente falando, que não há qualquer diferença entre o que se chama de terceira via e o que se chama de extrema direita. A via é a mesma com alguns slogans localizados, sobretudo na forma do combate à pandemia, e só.

Quando a poeira da covid baixar, ninguém saberá identificar, por exemplo, o que diferencia Dória de Bolsonaro. A violência do estado policial dos dois é idêntica. É exatamente isso que muito bem ilustra a imagem em destaque.

Não é sem motivos que há um mesmo senso de um tratado que funde o pensamento que mantém preso Paulo Galo entre tucanos e bolsonaristas pelo mesmíssimo motivo confessado pelo desembargador que manteve sua prisão, “ele, Galo é o líder dos motoboys antifascistas”, que acaba sendo uma das expressões mais fortes da esquerda justamente por combater essa nova forma de escravidão muito bem criticada por Lula.

A terceira via, no final das contas, é formuladora nessas novas relações de trabalho que sugerem que o explorado ganhe o nome pomposo de empreendedor para que não tenha direito a absolutamente nada e, como disse Lula, se seu instrumento de trabalho, seja moto, carro ou bicicleta for roubado, o problema é do empreendedor, ou seja, do entregador que não tem qualquer direito, da mesma forma no caso de um acidente.

Por isso, Paulo Galo, que se destaca na luta contra essa forma de exploração contemporânea, está preso. Isso foi confessado no despacho do desembargador que lhe negou o habeas corpus, o que significa que o bolsonarismo e a chamada terceira via são uma coisa só.

E não tenham dúvidas de que quando essa questão ficar bastante clara depois da pandemia, a tal terceira via vai desaparecer e somar forças significativas com o projeto de desmonte nacional de Bolsonaro e Guedes.

Inclui-se aí a própria mídia industrial.

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CPI retoma trabalhos hoje e quer acelerar investigações para ter relatório ainda em setembro

Integrantes da comissão querem acelerar investigações para que o relatório final fique pronto até o final de setembro.

Depois de uma pausa de duas semanas por conta do recesso parlamentar, a CPI da Covid retoma os trabalhos nesta segunda-feira para aprofundar as investigações sobre suspeitas de irregularidade na compra de vacinas pelo governo Bolsonaro. A partir de terça-feira, o foco da CPI será a negociação envolvendo empresas e intermediários para oferecer vacinas sem o aval de fabricantes estrangeiros. Na próxima semana, a comissão volta a se debruçar sobre o caso da empresa Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para a aquisição da Covaxin.

A cúpula da comissão tem planos de acelerar os trabalhos para que o relatório final de investigação fique pronto até o final de setembro. A ideia é que o documento produzido pela CPI aponte os indícios de fraude em contratos do Ministério da Saúde, as omissões do governo e ainda a promoção de medicamentos ineficazes durante a pandemia.

O primeiro depoimento previsto é do reverendo Amilton Gomes, na terça-feira. A CPI quer esclarecer a participação da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos), entidade fundada por Amilton, em uma negociação paralela de vacinas levada ao Ministério da Saúde. O policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que ofereceu 400 milhões de doses de AstraZeneca sem autorização do laboratório e sem origem comprovada, contou com a intermediação do reverendo para ser atendido pelo governo federal.

Para quarta-feira estava previsto o depoimento de Francisco Maximiano, presidente da Precisa Medicamentos, empresa que atuou como intermediária na venda da vacina indiana Covaxin ao governo. Ele comunicou que não pode comparecer porque está na Índia. A princípio, o plano é deixar sua oitiva para a semana que vem, quando a comissao deve concentrar suas atenções para o caso. A CPI também pretende ouvir Tulio Silveira, advogado da Precisa, que participou das tratativas.

A CPI suspeita que o advogado mantinha informações privilegiadas junto ao Ministério da Saúde, já que fornecia de forma quase imediata papéis que eram solicitados à Precisa. E busca apurar se Tulio Silveira teve envolvimento na suposta falsificação de documentos, por parte da farmacêutica brasileira, para viabilizar a negociação em torno do contrato de R$ 1,6 bilhão para 20 milhões de doses da vacina Covaxin. O depoimento do advogado ganhou relevância após a fabricante da Covaxin, a indiana Bharat Biotech, negar a autenticidade de documentos apresentados pela Precisa ao Ministério da Saúde.

Há, ainda, intenção de ouvir pessoas ligadas diretamente ao governo e integrantes do Ministério da Saúde. Uma delas é o empresário Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, ligado ao ex-ministro Eduardo Pazuello. Nos bastidores, a CPI atua para investigar a suposta relação de Pazuello com uma empresa que forneceu oxigênio durante a crise de abastecimento no Amazonas. A CPI recebeu uma denúncia de que essa empresa só teria sido contratada após o aval de uma pessoa ligada a Pazuello. E tenta apurar se de fato há conexão entre o lobista e o ex-ministro da Saúde.

Depois, o objetivo é ouvir o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que é investigado por possível envolvimento no caso da Covaxin e já manifestou publicamente a sua intenção de depor.

Na quinta-feira, senadores devem ouvir Airton Cascavel, ex-braço direito de Pazuello no Ministério da Saúde. Além de Cascavel, deve ser ouvido ainda nesta semana o tenente-coronel da reserva Marcelo Blanco, que foi assessor do Ministério da Saúde. Blanco teria participado do jantar em que o então diretor da pasta, Roberto Dias, é acusado de ter pedido propina ao policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que tentava vender vacinas pela empresa Davati ao governo federal.

Na lista de depoimentos ainda está Thiago Fernandes da Costa, que atuou no contrato da Covaxin. A data do interrogatório ainda deve ser definida. Fernandes da Costa é réu com Ricardo Barros na ação de improbidade administrativa por um suposto favorecimento à Global Saúde, empresa com os mesmos sócios da Precisa, em um contrato firmado na época em que Barros era ministro.

Barros deporia na CPI na segunda semana de agosto. Com o adiamento do depoimento de Maximiano, porém, Randolfe defende que Barros seja ouvido só depois. Assim, seria possível confrontar o deputado com informações que eventualmente surgirem no depoimento do empresário.

Nesta segunda fase, a CPI também planeja votar requerimentos pedindo o afastamento de servidores do Ministério da Saúde que estariam obstruindo as investigações, segundo o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele argumenta que Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde e investigada pela CPI, não deveria continuar no ministério com acesso a documentos de interesse da comissão.

Outro ponto que ganhará destaque na CPI é a identificação de agentes públicos que disseminaram fake news durante a pandemia. A comissão também mapeou 26 políticos que espalharam informações falsas desde que o coronavírus chegou ao Brasil, entre eles os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Osmar Terra (MDB-RS), Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF). Inicialmente, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) planeja não convocar esses políticos a depor, pois avalia que as postagens nas redes sociais já são provas contundentes da disseminação de fake news, pondendo ser utilizadas para embasar seu relatório.

*Com informações de O Globo

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Vídeo: Homem é atacado por bolsonarista no Rio: “Ele podia ter me matado”

Eduardo Debaco alertou que os manifestantes pró-Bolsonaro não usavam máscara; jogado contra um carro, ele foi atropelado e está internado com duas fraturas na perna.

Um homem que passava pelo bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro, neste domingo (1), foi agredido por um manifestante bolsonarista e empurrado contra um carro, durante protesto favorável ao presidente e pelo voto impresso.

Eduardo Debaco, que contou os detalhes em vídeo, foi atropelado e está internado com duas fraturas na perna.

Debaco declarou que fez um comentário para um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Um dos manifestantes, então, tentou agredi-lo duas vezes, o que fez com que fosse “arremessado contra um carro”. Ele foi socorrido pelo motorista e vai ter que passar por cirurgia.

“Hoje, eu saí de casa para correr e passei por bolsonaristas com a camisa da seleção brasileira, duas mulheres e um homem. Eu comentei que bolsonarista não usa máscara. Foi o suficiente para o homem partir pra cima de mim para tentar me agredir”, conta.

“Eu me desequilibrei, caí no asfalto e antes de me reerguer ele veio em uma nova carga e me arremessou pra cima de um carro, que passou com a roda por cima da minha perna. Minha perna está quebrada em dois pedaços. Estou aqui no hospital, vou entrar em cirurgia e espero que eu consiga recuperar minha perna”, destaca a vítima.

“Ele podia ter me matado. Isso mostra que tem gente hoje no Brasil que não tem o menor respeito pela vida. Não usar máscara já é uma falta de respeito, o vírus está matando um monte de gente. Usar máscara não dói, não impede ninguém de trabalhar. A gente está preso em casa por causa dessa gente que não usa máscara”, completou Debaco, em vídeo gravado no hospital.

*Com informações da Forum

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Vídeo: Interferência não!

No último sábado, as promotoras do Ministério Público que acompanhavam o Caso Marielle e Anderson desde o início da investigação, pediram afastamento do caso. Dias antes, ficamos sabendo que o delegado da polícia civil que acompanha as investigações foi substituído pela quarta vez.

Já são mais de 3 anos e 4 meses sem respostas e depois dessas últimas notícias, fica ainda mais nítido que precisamos criar mais pressão e exigir um posicionamento das autoridades. Acesse agora interferencianao.org para enviar um email ao governador e ao Ministério Público, e mostre que você também é contra a interferência nas investigações e quer ver justiça por Marielle e Anderson!

Assista:

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69% dos brasileiros acham que o Brasil está em declínio; nenhum outro país pesquisado é mais pessimista

Com Bolsonaro na presidência, o brasileiro espera pelo pior. Isso é destaque claro na pesquisa Ipsos.

Significa dizer que é muito mais do que uma simples expressão de desânimo, mas de todo um processo negativo construído ardilosamente pelas classes dominantes com um único propósito, o de produzir uma concepção filosófica do país que radicalize o pensamento antipovo, antipobre e antinegro. No caso específico de Bolsonaro, antimulher.

Em momento algum, o golpe em Dilma e a prisão de Lula, o povo brasileiro abandonou a esperança de ser o protagonista de um novo país, porque jamais desistiu de defender os governos petistas nos três mandatos em que conseguiu governar, desde o início do processo que desembocou em Bolsonaro, da farsa do mensalão armada pela grande mídia, sobretudo a Globo e a Veja em tabelinha, até os dias atuais, passando pela criminosa Lava Jato.

Lógico que, ao contrário do otimismo que o Brasil viveu com Lula e Dilma, o estado de espírito dos brasileiros mudou completamente com Temer e piorou ainda mais com Bolsonaro, simplesmente porque a vida concretamente piorou muito, ao contrário da versão que o mercado paga para a mídia vender.

Mas que raio de mercado é esse? Quem são essas pessoas no Brasil que fazem com os indivíduos o que se chama de mercado? As classes dominantes, grandes empresários, banqueiros, grandes rentistas e, sobretudo, a agiotagem, melhor dizendo, empréstimo entre pessoas que cresceu assustadoramente. Pior, isso está sendo comemorado como se comemora na mídia a precarização do trabalho.

Como bem disse hoje Lula em uma live que, entre outras pessoas, participaram Haddad, Flávio Dino e Boulos, esse sistema de precarização da mão de obra e a total redução dos direitos dos trabalhadores pelos donos do dinheiro grosso é cinicamente classificado pelo meio de comunicação como empreendedorismo.

E são milhões e cada vez mais milhões brasileiros que hoje enfrentam esse sistema neoescravocrata que se transformou na principal plataforma daqueles que só têm uma coisa em mente, explorar a mão de obra, fazer do sangue e do suor do trabalhador lucro em estado puro, sem qualquer garantia ou direito, no sentido mais potente de um capitalismo nazista em que o termo ser humano é rigorosamente apagado do debate para se colocar como ponto central o dito mercado que, em última análise, é também o principal vetor de estímulo ao racismo.

Por isso, Bolsonaro ainda não caiu, porque conta com o apoio dessa escória da sociedade que só vai mudar seu comportamento criminoso com toda a população indo para as ruas, com boicote a produtos como uma corrente popular capaz de derrubar essa muralha doentia de quem não se dá por satisfeito em ganhar, mas sente uma felicidade incontrolável em segregar, em massacrar, em esmagar as camadas mais pobres da população.

Somente isso justifica a raiva que eles têm de Lula, porque ganharam muito durante o seu governo, porque o país como um todo ganhou, quando se transformou na 6ª potência econômica do mundo.

Mas essa gente não está interessada em país, em ranking de economia global e menos ainda no bem-estar da população, do contrário não apoiaria um monstro que é responsável pela perda de quase 600 mil vidas, somado a uma quantidade enorme de crimes comuns que vem cometendo.

Mas isso não é o pior, o pior é a atitude pornográfica de agentes do Estado pagos a peso de ouro pelo povo para trabalhar a favor dessa classe dominante contra o próprio povo que lhe garante os maiores privilégios do Estado.

O que pode ser mais cínico do que a proposta de Barroso para tirar qualquer peso popular na escolha do principal governante com seu semipresidencialismo de encomenda? Exatamente o que já foi dito aqui. Foi preciso, num primeiro golpe, unir o parlamento corrompido com o judiciário, igualmente corrompido, para destituir uma mulher honrada como Dilma e colocar no lugar um lixo humano como Temer para fazer o serviço sujo programado pelos “donos da terra”.

E Luis Roberto Barroso chega ao cúmulo do cinismo de, 5 anos após o golpe, justificando a sua tese antipovo de semipresidencialismo, assumir publicamente que Dilma foi golpeada porque jamais cometeu qualquer crime.

O mesmo Barroso, que se transformou no maior defensor da quadrilha da Lava Jato comprovadamente corrupta e, em duas oportunidades, mostrou como foi e ainda segue sendo parceiro de Bolsonaro na sua eleição e sustentação no poder. Primeiro, como relator no TSE, negando que o nome de Lula permanecesse na urna como determinou a ONU e, agora, negando-se a admitir que Moro foi um juiz corrupto e ladrão, como quem disse Glauber Braga.

Para tanto, Barroso se pegou na estúpida tese de que toda a sujeira que foi descortinada pelo Intercept sobre a Lava Jato, não tem valor por ter sido não mentirosa, mas hackeada. Com isso, condenou-se um inocente, e Barroso sabe disso, mas ainda assim defendeu uma corja de criminosos.

Isso tem uma explicação que se estende a outros personagens centrais do judiciário que agem com preconceito com quem paga seus leitões, porque todos eles se declaram liberais, ou seja, fãs dessa política segregacionista de Paulo Guedes que oferece restos de comida dos pratos da classe dominante para 20 milhões de famintos que Bolsonaro jogou na miséria.

Em outras palavras, numa leitura um pouco mais ampla do que mostra a pesquisa Ipsos, é a completa falta de crença na governança que aí está no sentido mais amplo da palavra, não como um país de verdade, mas como um Brasil oficial que, como dizia Machado de Assis, é burlesco e caricato.

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Militares são relegados a 2º plano no governo Bolsonaro e centrão vira força hegemônica

Não há qualquer novidade nessa notícia dada pela Folha de São Paulo.

Desde o princípio, Bolsonaro pensou nos militares de forma objetiva para ameaçar a democracia ou de fato produzir um autogolpe.

Já está claro que Bolsonaro, colocando Pazuello no nevrálgico ministério da Saúde, um general da ativa, em troca de algumas vantagens pessoais, colou nas Forças Armadas a imagem de coautora do genocídio.

A intenção dele era exatamente essa, dividir a responsabilidade com os militares e, assim, reduzir as chances de qualquer reação da sociedade ou das instituições. Mas Bolsonaro se deu mal, pior, só a primeira parte do plano funcionou e os militares acabaram por ficar associados ao morticínio por covid que já matou até aqui mais de 550 mil brasileiros, porque não tem saída, Pazuello é um general da ativa, não da reserva.

Como se sabe, contra fatos, não há argumentos. E Bolsonaro pensou agora, se os militares do meu governo não servem para me blindar, com ameaças ou com ações ditatoriais, eles não servem para nada.

E se de fato a ideia de jerico da mais recente live de Bolsonaro, foi de Ramos, aquele general da reserva, a quem muitos chamam de Maria Fofoca, dentro do próprio governo, aí é que a coisa azedou de vez para esses remanescentes do restolho da ditadura que ficam vagando como almas penadas dentro do governo, quando era para todos estarem vivendo tranquilamente jogando peteca em algum clube militar.

Na verdade, com sua última live, Bolsonaro sofreu sua maior derrota política em termos de publicidade, porque, de todos os seus pronunciamentos, esse teve unanimidade de críticas pesadas que lhe tiraram ainda mais musculatura já totalmente atrofiada.

Soma-se isso ao fato de, semanas atrás, Carluxo montar uma farsa mal-ajambrada do cocô entupido que angariou um número incontável de memes que amoleceram ainda mais o seu chão, fazendo com que o genocida caminhe agora não mais sobre um chão mole, mas sobre uma lama ainda menos espessa.

Assim, Bolsonaro, vendo-se sem saída, terceirizou seu governo para o centrão, deixando os militares do Planalto com a brocha na mão.

Para piorar e azedar de vez o sono do insano, o relator da CPI, Renan Calheiros, pede quebra de sigilo de uma rede nazista de apoiadores oficiais de Bolsonaro nas mídias digitais e tradicionais. Certamente, fazendo um pente fino nessas similistroncas carregadas de mercenários que nesses dois anos e meio mamaram gostosamente nas tetas do Estado, via Secom, como um pelotão de guerra de fake news que o Planalto montou e, agora, será totalmente alcançado e defenestrado pela CPI.

Ou seja, através da CPI, teremos uma grande evolução, o que significa uma grande derrota, possivelmente, a mais amarga de Bolsonaro, o que mudará ainda mais a sua tônica obrigando-o a dar socos no vento, fazendo com que a história de seu impeachment ou mesmo uma renúncia aperte o passo.

Uma coisa é certa, não há mais um caminho de rato para Bolsonaro apelar. Essa excomunhão dos militares de seu governo para a livre circulação do centrão no Palácio do Planalto é parte significativa de uma história que caminha a passos largos e velozes para o aniquilamento total de seu mandato.

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Política

O grande plano de arapongagem da ‘lava jato’: vai ficar assim?

Quando achamos que alcançamos o fundo do poço, encontramos uma pá. E uma placa: “Cave mais”. Tem mais coisa. O fundo não é aqui…

Foi o que descobrimos com a matéria de Jamil Chade, do portal UOL, que denuncia a mais sórdida tentativa de um órgão estatal de buscar determinados fins sem se importar com os respectivos meios.

Trata-se da tentativa da força-tarefa da “lava jato”, liderada por Deltan Dallagnol e supervisionada por Sergio Moro (como todos já sabem), de adquirir o Pegasus, equipamento de alta espionagem.

Para quem não sabe, o Pegasus entra no seu celular e computador sem que se perceba, e escuta e filma você em tempo real. É o “1984” de Orwell diante de nossos olhos. Moro, quando ministro da Justiça, fez tratativas, como mostra o fac-símile do e-mail a ele dirigido, para comprar o Pegasus, o mais terrível instrumento de espionagem.

Claro. Os integrantes da força-tarefa fazem o usual: repudiam aquilo que as mensagens (diálogos) reveladas pela operação “spoofing” deixam claro. Eles negam que tenham pretendido fazer o que fica claro que fizeram. O fato é: eles queriam montar um sistema de espionagem cibernético. Os diálogos são claros. Insofismáveis.

O procurador Júlio Noronha diz:

“Pessoal, a FT-RJ (Força Tarefa do Rio de Janeiro) se reuniu hj com uma outra empresa de Israel, com solução tecnológica super avançada para investigações. A solução ‘invade’ celulares em tempo real (permite ver a localização etc.). Eles disseram q ficaram impressionados com a solução, coisa de outro mundo…”.

Evidente. Concordamos. É coisa de outro mundo. Mas outro mundo mesmo! O mundo da clandestinidade, da ilicitude. O mundo das suspeições. Das parcialidades. Das prisões ilegais. O mundo em que um ex-presidente da República é impedido de se candidatar e fica preso injustamente por quase 600 dias. Processo? Que é isso — um processo? Bom, vimos o que disse o Supremo Tribunal Federal sobre isso.

Aos poucos, onde se puxa uma pena sai uma galinha. Mais uma araponga. E um marreco. Aliás, marrecos sempre estão presentes nesses eventos araponguísticos (é só perguntar para os advogados do ex-presidente Lula). Apenas um procurador, de nome Paulo (talvez arrependido como na saga bíblica “Saulo, Saulo, por que me persegues?”), mostrou preocupações éticas com a possível compra do Pegasus. Mas, é claro, foi logo dissuadido pelos demais. Afinal, os resultados a serem buscados compensariam os danos provocados pelos meios ilícitos — leia-se criminosos.

Veja-se que, durante a conversa, os procuradores ainda citam como um outro programa — o Cellebrite — estaria prestes a chegar. Trata-se, no caso, de aplicativo para extrair dados de aparelhos apreendidos. A questão é: o que mais esse grupo tem em termos de “mundo secreto” que a sociedade não sabe?

Explicam-se também com essas revelações as razões pelas quais o procurador-geral Augusto Aras deu um basta nas arbitrariedades da “lava jato”. Agora entende-se por que a força-tarefa desancou Aras. Bom, com essa notícia do Pegasus, parece que razões Aras as tinha de sobra.

O que dizer do bunker de Dallagnol? Não, não é brincadeira. Havia o plano já em 2017 (será que foi realizado?) de montar um bunker para arapongagem no 14º andar do prédio do MPF, em que estava instalado Dallagnol. Leiamos:

“No futuro poderíamos estruturar esse BUNKER com equipamentos melhores compra de storages, celebrite, etc.). e eventualmente mais servidores (RFB, PRF, etc.). Os servidores que ficarão dedicados exclusivamente ao BUNKER, ao trabalharem com diferentes grupos e diferentes casos, ganharão gradativamente knowhow das diferentes técnicas de investigação e também conhecimento dos diferentes casos e de suas eventuais zonas de interseção”.

Pronto. É preciso mais alguma coisa para uma CPI ou uma ampla investigação do CNMP e da Corregedoria do MPF? Afinal, a instituição ministerial não vai querer que se fique com essa péssima impressão de um órgão que, pela Constituição, tem de defender os direitos e as garantias fundamentais e não procurar atuar com estratagemas clandestinos. Bom, se alguém acha que não deve ser assim, informe-se sobre o que é o Pegasus e do que ele é capaz. E o que é espionagem cibernética. E aproveite para ler o elenco de garantias que a Constituição dá ao cidadão.

Observe-se que até acordos de leniência e colaboração foram usados para compra de equipamentos, conforme revela a reportagem de Jamil Chade. Com direito às ironias do procurador Januário:

“Pode ter dado certo, mas não está certo. hehe”. Mas apontaria que em um acordo de leniência “não teria problema”, ou ainda que “no cível tudo se cria” (sic).

Tem razão, doutor. A força-tarefa é que tudo cria(va). No cível e no crime.

Fac-símiles de e-mails mostram a negociação entre os procuradores e a empresa que vendia os equipamentos de espionagem. É absolutamente chocante que um grupo de procuradores tenha se tornado maior e mais poderoso do que a instituição, ignorando as mínimas regras legais que juraram defender.

Essas tratativas foram sendo feitas até que Augusto Aras assumiu a PGR. Parece ficarem claras as razões da alteração no seio da “lava jato”. O ponto era o retorno ao mínimo de legalidade.

A ironia ou o paradoxo de tudo isso é que as mensagens constantes da operação “spoofing” e que revelam toda essa trama são produto justamente de algo similar. Algo como “pau que bate em Chico bate em Francisco”. É despiciendo lembrar que não comungamos com provas ilícitas. O que as mensagens da operação “spoofing” demonstram é que havia algo de podre no reino da “lava jato”.

E aí vem o ponto. Nem é necessário utilizar a prova advinda da operação “spoofing”. Há elementos outros que apontam para as irregularidades e ilicitudes ocorridas na “lava jato”. Afinal, juízo incompetente, juiz parcial, Fundação declarada ilegal pelo STF, influências externas, provas que não passaram pelo crivo da legalidade (por exemplo, provas advindas da Suíça e EUA) e assim por diante. Há, enfim, aquilo que o próprio CPP estabelece como “descobertas independentes”.

O que faz com que perguntemos: o que mais a força-tarefa comandada por Dallagnol fez? Isso vai ficar assim? E sobre as ilegalidades, agora já sedimentadas por julgamentos do STF, como serão reparadas? Quem pagará?

Se os leitores acharem que os fins justificam os meios e que garantias processuais são filigranas (como disse Dallagnol), então não pode se queixar nem mesmo quando um hacker invade o seu próprio celular. E quem garante que não é o Pegasus ou coisas desse tipo? E quem estaria do outro lado? E se forem agentes do próprio Estado? É ruim, não é? Pois é. Reflitamos sobre isso.

Em tempo… Correta a atitude do corregedor nacional do Ministério Público, Rinaldo Reis Lima, que alterou a sugestão de penalidade para os procuradores da extinta força-tarefa da “lava jato” do Rio de Janeiro de suspensão para DEMISSÃO.

Tais procuradores são alvos de PAD por terem divulgado informações de um processo contra os ex-senadores da República antes de o sigilo ter sido levantado, tática utilizada com frequência pelos membros de Curitiba.

Quando o próprio Estado age ou pretende agir na clandestinidade, ele se iguala aos malfeitores. Parece óbvio isso, não?

Mas o óbvio tem de ser dito. Darcy Ribeiro é quem bem dizia — e aqui o parafraseamos: Deus é tão treteiro, faz as coisas tão recônditas e sofisticadas, que ainda precisamos dessa classe de gente chata do Direito para desvelar as obviedades do óbvio.

Que esse episódio seja, pois, mais uma demonstração de maturidade e higidez do nosso sistema de Justiça.

*Por Lenio Luiz Streck, Marco Aurélio de Carvalho e Fabiano Silva dos Santos/Conjur

*Foto montagem destaque: PT.org

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