Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo ocupam a Avenida Paulista para pressionar o STF a julgar habeas corpus baseado na suspeição de Sergio Moro
São Paulo – Passados mais de quatro meses desde o início da série de reportagens publicadas pelo The Intercept Brasil, a partir do vazamento de conversas entre os procurados da Lava Jato e o então juiz Sergio Moro que revelaram o conluio montado para prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido cobrado a dar uma resposta. Movimentos sociais, sindicatos e partidos da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem e o Comitê Nacional Lula Livre realizam neste momento, na Avenida Paulista, em São Paulo, em nome da liberdade de Lula, mantido como preso político desde março de 2018.
No STF, é esperada a retomada do julgamento do habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente que se baseia na suspeição de Moro, hoje ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Com base nas conversas divulgadas pela Vaza Jato, os advogados de Lula apontam que o então juiz atuou junto aos procuradores, manipulando provas, sugerindo testemunhas, e orientando a acusação para garantir a condenação pretendida, de maneira a influenciar nos rumos das eleições de 2018.
Ainda hoje eu dizia que Damares é o bobo da corte de um governo de palhaços, milicianos, assassinos e corruptos. É metalinguagem que se chama. É a linguagem que descreve sobre ela mesma. Ou seja, ela utiliza o próprio código para explicá-la.
Por isso não me proponho a fazer aqui uma conferência sobre Ciro Gomes e a sua baixaria ao atacar os Jornalistas Paulo Moreira Leite, do Brasil 247 e Kiko Nogueira, do DCM.
Pretendo começar essa conversa fazendo duas perguntas: quem é Ciro Gomes hoje na política brasileira? Quem Ciro representa?
Ciro, hoje, não está em lugar nenhum, além de ser um indivíduo dotado de arrogância que se permite não só confrontar com quem ele elege como inimigo, como afrontar o próprio limite da ética, transformando-se num completo imbecil.
A mim não surpreende em nada o formato político que Ciro usa em suas fantasias, ele sempre representou a si mesmo, aliás, esta é a única especialidade dele, e não perderia a oportunidade de promoção que a Folha lhe deu para produzir labaredas retóricas do mesmo nível de Eduardo Bolsonaro e de Damares Alves, que em sua mais recente declaração pública, num tal Congresso Conservador, disse que naquele ambiente promissor ninguém tinha lhe oferecido droga e que nenhuma menina tinha enfiado um crucifixo na vagina. E Eduardo Bolsonaro, plagiando uma camisa da campanha de Trump, fez o mesmo, mostrando o vira-latismo 2.0 da família que bufou a ajuda de Trump na OCDE e, lógico, tudo não passou de um grande fake news desmentido, em carta, pelo Secretário de Estado Americano, Mike Pompeo.
Essa vulgaridade de Ciro, Damares e Eduardo está em busca de um lugar ao sol. A isso talvez pudéssemos chamar de lugaridade, que é a destreza de cada um de nós dizer mais de nós mesmos do que de quem nós atacamos. Resumindo, até porque não tem muito o que se dizer de Ciro, mas Ciro foi Ciro, o médico e o louco; o criador e a criatura, o cão raivoso mordendo o próprio rabo por propósitos políticos, por falta de capacidade de incluir em seu discurso uma solução para a realidade brasileira.
Ciro vende a sua grosseria bufa como se fosse personalidade forte, quando todos sabemos que Ciro deu garantias ao mercado de que, se eleito fosse, não buliria com o resultado integral da proposta neoliberal que Paulo Guedes, hoje, atocha na sociedade. Até porque outro dado a acrescentar é que Ciro é o homem forte do presidente da CSN, Benjamin Steinbruck, o mesmo que recebeu a CSN de bandeja de FHC num governo do qual Ciro foi parte e que aparece no mesmo Uol dizendo que os trabalhadores no Brasil não deveriam ter hora de almoço, apenas comer um sanduíche com uma das mãos e, com a outra, operar as máquinas, e que isso sim é virtude de um povo.
Assim, exigir de Ciro bom senso, integridade ou qualquer filosofia política que não seja a de um sujeito medíocre, que vive da floração de um pensamento raivoso, é querer demais.
Parece que a candidatura de Luciano Huck à presidência da República é mesmo pra valer. O apresentador vem conversando com lideranças partidárias, participando de palestras e dando entrevistas com frequência. Na última eleição, ele esteve muito perto de concorrer, mas desistiu após a revelação de que comprou um avião com milhões emprestados do BNDES com juros subsidiados. Não foi fácil abandonar o sonho de ser presidente. “Vou ali chorar um pouquinho e já volto”, disse para amigos ao anunciar a desistência. Huck só adiou o seu projeto político de conquistar o Planalto.
Desta vez parece que Huck está disposto a enfrentar tudo por esse grande sonho. Angélica, sua esposa, vê a candidatura como uma realidade da qual ele “não tem mais controle”. É uma “espécie de chamado”, segunda ela. A apresentadora conferiu um ar messiânico ao projeto do marido. É um mau começo. A última candidatura que se apresentou com essa aura mística, como se estivesse numa missão divina para salvar o país, foi a do chimpanzé presidencial que nos governa.
Huck tem aproveitado as viagens para as gravações do programa Caldeirão do Huck para se reunir com políticos e influenciadores. Além de chegar a visitar três estados por semana, desfruta da visibilidade da rede Globo, o maior palanque do país. É um trunfo que nenhum outro presidenciável terá. Semanalmente, o apresentador se utiliza de uma concessão pública para vender seu bom mocismo.
Em 19 anos de Caldeirão, Huck faturou muitos milhões em cima da exposição da miséria na TV. Histórias dramáticas de famílias pobres eram exploradas em troca de assistencialismo barato patrocinado por grandes marcas. Ajudar pobre na TV sempre foi um negócio lucrativo. Hoje, o Caldeirão mudou um pouco o perfil. Huck agora aparece menos como um assistencialista e mais como o empreendedor social que aposta em ideias transformadoras. Deixou de dar o peixe para ensinar o pobre a ensinar a pescar. É essa a imagem de bom samaritano que Huck construiu durante a carreira.
Ainda é cedo, mas já é possível dizer que tudo isso faz de Huck um candidato fortíssimo da direita para 2019. Ele é muito conhecido no Brasil (inclusive no Nordeste), tem fortes conexões na política e no alto empresariado e a Globo a seu favor. Além de ser, diferentemente de Doria e Bolsonaro, um outsider que não sofreu os inevitáveis danos de imagem resultantes da prática da política partidária.
Huck desfruta ainda de uma falsa imagem de imparcialidade. Muita gente tem dificuldade para posicioná-lo dentro do espectro político. Com sua habilidade em ficar atrás da moita em questões espinhosas, Huck se mostra sempre avesso à polarização e às ideologias. Ele faz questão de permanecer nessa zona confortável do isentismo de fachada, onde ele pode ficar em cima do muro cumprindo o papel do cidadão comum indignado com os dois lados.
Mas Luciano Huck tem lado na política. O lado da direita. Apesar de defender algumas pautas geralmente identificadas com os progressistas como a legalização da maconha e direitos LGBTs, o apresentador tem um histórico de apoiar políticos de direita, como o seu amigo Aécio Neves. Nada disso mudou. Basta notar com quais políticos ele se reuniu há poucos dias para conversar sobre a candidatura: o tucano FHC — o grande fiador da candidatura junto à classe política —, Armínio Fraga, Rodrigo Maia, ACM Neto, do Democratas , Raul Jungmann e Roberto Freire, do Cidadania. Luciano Huck começa a construir sua candidatura com parte mais importante da base de apoio dos governos FHC e da chapa Aécio Neves. É um privilégio que o tucano João Doria não terá.
Apesar desse background político, parte da população não o identifica como um homem ligado à direita. Muita gente não sabe, por exemplo, que Huck votou no projeto fascistoide de Bolsonaro no segundo turno por temer a volta do PT. O jovem rapaz de consciência social acreditou que os planos autoritários da extrema-direita para o Brasil poderiam ser uma boa. O defensor das pautas LGBTs não viu problema em votar em um candidato assumidamente homofóbico.
Nas vésperas do segundo turno, o apresentador gravou um vídeo explicando o que guiaria seu voto: “No PT eu jamais votei e nunca vou votar. No Bolsonaro, levantei os problemas (dele) e acho que as pessoas podem amadurecer. Ele tem uma chance de ouro de ressignificar a política do Brasil. Vamos ver.” Ou seja, Huck acreditava no amadurecimento de um fascistoide que passou quase 30 anos parasitando na Câmara, empregando funcionários fantasmas, exaltando torturadores da ditadura militar e atacando sistematicamente gays, índios e negros. Para Huck, o problema de Bolsonaro não é moral, mas de maturidade. Mesmo com um projeto que declaradamente ameaçava a democracia, a extrema-direita contou com o voto do apresentador global para iniciar a tragédia anunciada. É esse o progressismo de Luciano Huck.
Agora, com o desastre em curso, Huck tem feito críticas moderadas ao presidente, mas sempre em questões mais genéricas que não comprometam a confortável posição de quem não quer ser identificado com nenhum lado da política. Como várias celebridades internacionais fizeram, Huck criticou as políticas devastadoras de Bolsonaro para Amazônia — um script muito fácil de seguir.
Mas quais são as opiniões desse presidenciável sobre as ligações da família Bolsonaro com as milícias? O que ele acha das políticas públicas assassinas do governador do estado onde mora? Qual é a opinião dele sobre o projeto anticrime de Sergio Moro que facilita a matança de pretos e pobres? O que ele pensa sobre a Lava Jato depois da Vaza Jato? São temas sobre os quais Huck não se debruça. A pergunta que deve ser feita é: que raio de presidenciável é esse que ninguém sabe o que pensa sobre os principais assuntos do país?
O que nos resta é tentar interpretá-lo a partir de seu histórico. Sobre segurança pública, Huck parece estar alinhado a Moro, Witzel e Bolsonaro. Sempre foi um entusiasta do Bope, o batalhão de operações especiais que nenhum morador de favela ousaria chamar de “séria e competente”.
Há 12 anos, dois bandidos armados roubaram o rolex de Huck em São Paulo, o que o levou escrever uma coluna revoltada para a Folha de São Paulo. É um texto ruim, carregado de clichês bolsonaristas, que poderia ter sido escrito por qualquer filho do Bolsonaro: “Onde está a polícia? Onde está a “Elite da Tropa”? Quem sabe até a “Tropa de Elite”! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade.” O datenismo tomou conta de Luciano, que evocou até o capitão Nascimento, o policial torturador do filme Tropa de Elite.
E sobre Sergio Moro? O que Huck tem a dizer sobre o ministro após as revelações da Vaza Jato? Absolutamente nada. Quando Moro foi nomeado, o apresentador considerou ser “um passo importante na moralização do sistema e combate ao crime organizado”. Agora que comprovadamente se sabe que o juiz atuou em conluio com procuradores em favor de um projeto político, Huck está calado. Ele ainda é um lavajatista? Ninguém sabe.
Trata-se de um político que só opina em temas que não prejudiquem sua imagem de moço equilibrado avesso às paixões partidárias. Mas, se levarmos em conta o que pensa o seu mentor político, FHC — que foi protegido pela Lava Jato e até é seu defensor — podemos dizer que, sim, Huck ainda é um lavajatista.
Na economia, Huck também parece estar alinhado às ideias do governo Bolsonaro. É um adepto da velha cartilha neoliberal. Antes de migrar para a candidatura do PSL, Paulo Guedes trabalhava para ser o homem forte da área econômica da candidatura do apresentador para 2018. Segundo Huck, a ideia de fazê-lo sonhar com o Planalto nasceu na cabeça de Guedes.
Huck nem entrou na política e já conta com aliados que ajudou a eleger. Ele patrocina também dois grandes movimentos políticos como o Renova e o Agora, que buscam incentivar candidaturas que representam uma renovação na política. O projeto de “renovação” do Renova conseguiu eleger 16 políticos, sendo que metade deles foram eleitos pelo partido Novo. A outra metade se divide entre PDT, PSB, DEM, PPS e até o PSL. Como se vê, é uma renovação que até se esforça para não parecer que tem viés ideológico, mas tem.
O movimento Agora, que tem em Huck o seu principal apoiador financeiro, também poderá ser usado como plataforma eleitoral, o que tem irritado alguns dos seus integrantes. No segundo turno de 2018, a maioria do movimento decidiu prestar um apoio crítico a Haddad e rejeitar a eleição de Bolsonaro. Huck contrariou a decisão da maioria e bateu o pé. Não quis se posicionar contra o avanço da extrema -direita e a sua decisão prevaleceu sobre a vontade da maioria. No fim das contas, a decisão do grande patrocinador é a que valeu e o movimento permaneceu neutro diante do avanço do autoritarismo bolsonarista. Essas são as credenciais democráticas do presidenciável.
Apesar dessa pretensa necessidade de renovar a política, Huck sempre esteve bastante próximo de grandes figuras associadas à velha política. Já vendeu uma mansão para os irmãos Batista da JBS, que eram considerados grandes amigos. Foi sócio de Alexandre Accioly, acusado pela Lava Jato de ser o operador das propinas de Aécio Neves, numa empresa que foi investigada pela operação. A amizade com Aécio era tão grande que Huck se sentia à vontade para usar as aeronaves do estado de Minas Gerais para as gravações do Caldeirão do Huck. Por duas vezes em 2004, o então governador Aécio emprestou os aviões públicos para gravar quadros do seu programa da Globo. Ele aceitou de bom grado e, em uma dessas oportunidades, foi curtir altas aventuras com Sandy & Junior no interior mineiro com passagens na faixa. O bom mocismo de Huck não resiste a uma googlada.
Pense no seguinte cenário: 2022, Brasil devastado pelo bolsonarismo. Um jovem branco rico, que construiu carreira na TV ajudando os pobres, irá largar uma carreira de sucesso na iniciativa privada para atender a um “chamado”divino: salvar uma população das garras da velha política e do bolsonarismo. É um apelo eleitoral que nenhum outro candidato hoje tem. Huck vai surfar nos ressentimentos da política e se apresentar ao mesmo tempo como o candidato antipetista e antibolsonarista.
A direita se articula para 2022 com dois nomes fortes, Huck e Doria, que vão buscar o eleitorado de centro com um discurso mais moderado que o de Bolsonaro. Os dois já estão em campanha, enquanto a esquerda ainda não faz a menor ideia de como chegará lá. É cedo para fazer projeções, mas não custa fazer os alertas.
Aliando Globo e Quebrando Tabu num grande acordo nacional, Huck pode ser um produto perfeito para o pós-bolsonarismo. Se a esquerda não acordar e construir uma candidatura que também busque ocupar o centro, o novo queridinho das elites pode ocupá-lo com seu verniz progressista.
Quito está em chamas, em uma guerra causada pela ditadura neoliberal de Lenin Moreno.
O que ocorre no Equador é de longe o mais grave e extenso levante popular registrado na AL em décadas. É também um dos casos de repressão mais sanguinolenta e alucinada. Na edição deste domingo, a Folha dá a isso um registro de minúsculas 10 linhas na 1ª pág. Suas garrafais tem lado. (Carta Maior)
Nos últimos dias, a violência tomou conta do Equador. Cenas inéditas chocaram a população e, segundo analistas locais, levaram expressivos setores da sociedade a evitar uma adesão incondicional aos manifestantes. Movimentos indígenas já provocaram a saída de três presidentes equatorianos nas últimas décadas, mas sem mortos nem banho de sangue, o que contrasta com as imagens que vemos hoje.
As imagens recentes, como apontou o consultor político Pipo Lasso, “representam um novo elemento ”, representam a barbaridade, a crueldade, o massacre do povo, assim como no Brasil, o massacre principalmente aos pobres e desvalidos e também a impossibilidade de Lenín Moreno continuar governando o Equador. Ele terá que responder por todas as mortes que provocou como responsável direto.
Assistam aos vídeos. Imagens fortes:
La #CIDH condena enérgicamente disparo en contra manifestante. La #CIDH insta #ecuador a respetar los derechos humanos de los manifestantes y asegurar su integridad. Además, urge a investigar el hecho y sancionar los responsables. (6/7) pic.twitter.com/4hAopWIZsH
Policiais da DH da Capital (Delegacia de Homicídios do Rio) perderam “imagens relevantes” que possibilitariam a identificação dos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, registradas cerca de três horas antes do atentado ocorrido em 14 de março de 2018.
A informação foi confirmada por fontes ligadas à investigação conduzida pelo órgão da Polícia Civil do Rio.
De acordo com denúncia do MP-RJ (Ministério Público de Rio de Janeiro) aceita pela Justiça, o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz usaram um Cobalt prata com placa clonada para cometer o duplo homicídio no bairro de Estácio, no centro do Rio. Contudo, ainda não há nenhuma prova contundente de que os dois estavam no veículo. As defesas dos réus negam que eles tenham cometido o crime.
No relatório produzido pela DH da Capital, a respeito do trajeto percorrido pelas vítimas e os assassinos, a primeira imagem obtida do carro com placa clonada é registrada às 17h34 daquele dia, na localidade conhecida como Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Cerca de 40 minutos depois, às 18h16, as câmeras de um estabelecimento comercial flagraram o mesmo carro na Tijuca, bairro da zona norte do Rio, onde Marielle residia com a companheira Mônica Benício. A próxima imagem do veículo surge às 18h44, já nas proximidades da rua dos Inválidos, na Lapa, onde a vereadora participou de um debate antes de ser assassinada.
O UOL apurou que os agentes da DH da Capital obtiveram outras “imagens relevantes” gravadas neste intervalo de 28 minutos e que foram registradas pelas câmeras desse estabelecimento na Tijuca. O material possibilitaria a identificação dos ocupantes do Cobalt prata.
Os policiais foram ao local logo após o atentado, salvaram as imagens em um pendrive e retornaram cerca de 15 dias depois sob alegação de que tinham perdido o material. Porém, nesta ocasião não foi possível recuperar as imagens.
Marielle e Anderson foram assassinados pouco depois das 21h, no cruzamento entre as ruas João Paulo I e Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, centro do Rio.
Há uma semana, o UOL revelou que, em depoimento à Justiça, o delegado Giniton Lages, primeiro a chefiar as investigações sobre duplo homicídio, admitiu que houve falhas na busca pelas imagens do trajeto percorrido pelos assassinos no dia do atentado, 14 de março de 2018.
Um dos erros relatados pelo delegado foi que os agentes pegavam as imagens de casas comerciais instaladas no trajeto e salvavam em pendrives. Porém, ao chegar no setor da DH responsável por analisar as imagens, o arquivo não podia ser acessado, pois fora salvo em “formato errado”. Os agentes voltavam aos locais, mas nem sempre conseguiram recuperar as imagens. Foi exatamente o que ocorreu no caso da loja da Tijuca.
“Os erros e acertos observados na investigação estão contextualizados e, em toda investigação, representam oportunidades de afirmação ou revisão de protocolos estabelecidos pela Polícia Civil para investigações complexas”, afirmou ao UOL, sem comentar o teor de seu depoimento.
Procurada, a Polícia Civil do Rio afirmou apenas que o “caso está sob sigilo”.
Quem acompanhou o desenrolar do furdunço do PSL esta semana, foi obrigado a reconhecer o valor do dito popular “em rio de piranha, jacaré nada de costas”.
O PSL é a cara de Bolsonaro. O capitão, expulso do exército, que comanda generais com o escrúpulo da mesma patente em seu governo, não poderia ser mais representativo como símbolo máximo do amontoado da escória política do Brasil, estampado no álbum de figurinhas carimbadas do PSL.
Mas não é esse tema que nos traz aqui, apesar de nos permitir chegar ao estado de coisa que chegou ao governo também por essa via. Ou seja, não há uma única forma de se refazer o balanço histórico do governo Bolsonaro sem se encontrar com a própria escalação do PSL e suas alianças mais espúrias com o crime organizado.
A foto de Joice Hasselmann aplaudindo Bolsonaro não poderia ser mais emblemática. A deputada plagiadora, como o próprio Bolsonaro diz, tem um pé em cada canoa, um no PSL e, o outro, no PSDB, o que também diz muito sobre o PSDB que também deu abrigo a Alexandre Frota, eleito também pelo PSL.
O fato é que há uma crescente desintegração do mundo bolsonarista, se é que se pode chamar assim essa milícia. A Veja foi a campo buscar informações sobre a sua popularidade e ela não traz nenhuma novidade. O governo Bolsonaro, que vem transformando o Brasil em cacos, decompõe-se numa velocidade impressionante diante dos olhos da sociedade, até para aqueles que aplaudem a democracia de mercado que os neoliberais tanto amam e que produziu essa coisa inominável que conduziram ao poder.
Em resposta, Bolsonaro botou seus demônios para produzirem discursos nas redes sociais. Damares e Eduardo Bolsonaro tentam buscar um debate falsificado nas redes para fabricar fumaça depois do fiasco do governo na, prometida e fogueteada entrada do Brasil na OCDE, e a gigantesca vaia que Bolsonaro recebeu neste sábado (12) na Basílica de Nossa Senhora Aparecida.
O problema de Bolsonaro é que, o fracasso é tanto, que não tem como abrigar falsos debates que lhe deem algum equilíbrio de tempero retórico, sobretudo quando os discursos não têm qualquer eficácia política, como é o caso dos dois bobos da corte, o que mostra ainda mais a fragilidade política em que Bolsonaro se encontra.
Seus militantes acabam sendo mesmo os robôs, comandados de uma mansão em área nobre de Brasília por Alan dos Santos, que conseguiu a proeza de ser desmascarado até pela revista Crusoé de Diogo Mainardi e Felipe Moura Brasil.
Isso mostra o fundo do esgoto em que se encontra esse amontoado de excremento chamado governo Bolsonaro.
Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo ocupam a Avenida Paulista para pressionar o STF a julgar habeas corpus baseado na suspeição de Sergio Moro
São Paulo – Passados mais de quatro meses desde o início da série de reportagens publicadas pelo The Intercept Brasil, a partir do vazamento de conversas entre os procurados da Lava Jato e o então juiz Sergio Moro que revelaram o conluio montado para prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido cobrado a dar uma resposta. Movimentos sociais, sindicatos e partidos da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem e o Comitê Nacional Lula Livre realizam ato no próximo domingo (13), na Avenida Paulista, em São Paulo, em nome da liberdade de Lula, mantido como preso político desde março de 2018.
No STF, é esperada a retomada do julgamento do habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente que se baseia na suspeição de Moro, hoje ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Com base nas conversas divulgadas pela Vaza Jato, os advogados de Lula apontam que o então juiz atuou junto aos procuradores, manipulando provas, sugerindo testemunhas, e orientando a acusação para garantir a condenação pretendida, de maneira a influenciar nos rumos das eleições de 2018.
O julgamento do HC na Segunda Turma do STF foi suspenso em julho, após os ministros Cármen Lúcia e Edson Fachin votarem contra. Compõem ainda o colegiado os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski. Gilmar Mendes tem se destacado na ênfase das críticas aos métodos de Moro e dos procuradores de Curitiba. Na última segunda-feira (7), ele acusou a imprensa de ter se associado a Lava Jato para produzir “falsos heróis“. Dias antes, no julgamento em que ficou decidido que os delatados têm o direito de falar depois dos delatores nos autos dos processos, o ministro criticou o uso das prisões provisórias como “instrumento de tortura” com o objetivo de extrair delações sob medida para atender os interesses dos procuradores.
Diante do revés na opinião pública e também entre a classe jurídica, em ação inusitada, os procuradores da Lava Jato chegaram a pedir na Justiça para que Lula passasse ao regime semiaberto, pois já teria cumprido um sexto da pena a ele imposta. Lula não mordeu a isca, reafirmando que não troca a sua liberdade pela sua dignidade, e reivindicando que o STF cumpra o seu papel. Liberdade e dignidade
Para o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, a manifestação do domingo serve para demonstrar a indignação com a condenação ilegal e para pressionar o STF para que o HC seja definitivamente julgado. “Todo mundo sabe que estamos numa luta muito grande para que o processo contra o ex-presidente Lula seja definitivamente anulado pela parcialidade comprovada do juiz Sergio Moro, que o julgou mirando um projeto de poder”, afirmou em vídeo postado nas redes sociais. Segundo a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, “Lula tomou uma decisão importante de não receber nenhum benefício do Judiciário, que não o seu direito a ter um julgamento justo e uma liberdade plena”.
Para o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, os procuradores da Lava Jato perceberam que Lula vai ser solto, e por isso pediram a progressão para o semiaberto. “Isso é inevitável. A falta de honestidade e de propósito é uma constante nessa Lava Jato, desde o início. Lula, eles todos sabiam, era inocente. Mas forçaram do mesmo jeito”. De acordo com o ex-deputado Wadih Damous, que também presidiu a seção da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), os integrantes da Lava Jato tentam agora demonstrar que são imparciais e respeitam a lei. “Isso é mentira, é uma farsa. Mais uma das farsas dessa verdadeira organização criminosa que se chama Lava Jato.”
“Um inocente não troca a sua liberdade por sua dignidade. Lula quer os dois: liberdade com dignidade”, afirmou a ex-presidenta Dilma Rousseff. “Estamos num momento crucial da possibilidade do presidente Lula ser libertado. Mas isso só vai ocorrer se o povo der todo o seu apoio”, ressaltou o ex-chanceler Celso Amorim.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que “Lula Livre é um brado de todo o Brasil”, por todas as injustiças cometidas por Moro e os procuradores da Lava Jato. O presidente da CTB, Adilson Araújo também convocou a população a participar do ato no domingo para “levantar a bandeira da democracia, da soberania, dos direitos e da liberdade do presidente Lula”. “Convoco você a ir às ruas conosco por Lula Livre”, ressaltou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva.
“Nós queremos anular esses processos e mostrar que o que a Lava Jato fez não foi uma perseguição jurídica, foi uma perseguição política. É a continuidade do golpe que deram na Dilma, fizeram prender o Lula, fizeram entregar o país ao Bolsonaro e agora querem se arrepender se passando por bonzinhos e legalistas”, disse o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh.
O ato Justiça para Lula vai ocorrer no próximo domingo (13), a partir das 14h, em frente ao Masp, na Avenida Paulista, região central de São Paulo.
Se for feito um resumo efetivo do que aconteceu nos últimos dias no Rio de Janeiro, a conclusão será de que o fascismo, incluindo a questão do preconceito, começa a enfrentar uma forte resistência dentro da sociedade.
O comportamento odioso de dois deputados do PSL invadindo o Colégio Pedro II, também no Rio de Janeiro, para tentar intimidar o reitor e os alunos, mereceu um repúdio preciso dos próprios alunos, que os expulsaram da instituição, como mostra o vídeo.
A mesma PM causadora de conflitos nas periferias e favelas, diante da revolta dos moradores da Comunidade Para-Pedro, com o assassinato do jovem Kelvin Gomes, de 17 anos, protagonizou um dos mais violentos episódios promovidos pela política genocida de Wilson Witzel, atirando com fuzil em moradores desarmados, contrariando o discurso oficial de que a PM só atira em traficantes.
A questão é que, como mostra o vídeo, a PM não intimidou os moradores da comunidade, que a enfrentaram e filmaram aquela atrocidade, mesmo a PM disparando três tiros de fuzil na direção dos manifestantes. Isso pode ser um sinal de que o comportamento da sociedade começa a trazer uma natureza de resistência e luta.
A ampliação dessa revolta popular encontrou um enorme eco nas redes sociais. Não demora, teremos uma massa da população se rebelando contra essa violência do Estado que tem resultado em mortes de inocentes, como a menina Ágatha e o jovem Kelvin.
Isso, sem falar que o governo Bolsonaro, em nove meses, produziu mais escassez e, com isso, o aumento significativo da pobreza e da miséria, além de estimular a violência contra as camadas mais pobres da população. Tudo isso é um barril de pólvora pronto para ser detonado, bastando apenas uma fagulha, o que não está longe de acontecer.
O Equador está passando pela maior crise política no país, tanto que o presidente equatoriano, Lenín Moreno, decidiu mudar temporariamente o governo da capital Quito para Guayaquil. A Sputnik explica o que estaria acontecendo no país e possíveis consequências.
O que provocou os protestos?
No início de outubro, os sindicatos dos trabalhadores e o movimento indígena, junto a outros grupos da sociedade civil organizada, decidiram iniciar manifestações pelo país, mobilizando-se por tempo indeterminado para protestar contra as reformas econômicas do governo.
Milhares de pessoas foram às ruas em resposta ao anúncio de Moreno de eliminar os subsídios a combustíveis como uma forma de conter o déficit fiscal equatoriano. Entretanto, a medida estaria levando a um aumento no preço de itens básicos de consumo.
A medida faz parte de um pacote de medidas econômicas que foram estabelecidas como consequência do acordo de empréstimo de US$ 4,2 bilhões (R$ 17,2 bilhões) com o Fundo Monetário Internacional (FMI), conforme cita a BBC.
Ordem impede o acesso do público a áreas próximas a prédios do governo e instalações estratégicas no país entre 20h e 5hhttps://t.co/wVQCnZ1ZeT
Contudo, a eliminação de subsídios estaria provocando um aumento de 120% do diesel e de 30% da gasolina normal, além de reformas trabalhistas e tributárias que estariam afetando diretamente os trabalhadores e beneficiando os grupos exportadores e importadores.
Além do problema dos subsídios, o Equador hoje vive uma crise democrática de representação, pois a sociedade não está certa de que o governo esteja trabalhando em benefício da maioria, tornando os serviços públicos precários, elevando o número de desempregados e perdendo soberania econômica e política, entregando o país aos poderes fáticos e dividindo o país entre os grupos econômicos.
Histórico de protestos no Equador
O Equador, um país dolarizado e que depende do petróleo, possui um grande histórico de problemas e crises, que já desafiaram a estabilidade no país e derrubaram governos.
Entre 1996 e 2007, o país passou pela pior instabilidade política de sua história, quando ocorreram diversos protestos sociais que provocaram a queda de três presidentes, sendo que dois deles tentaram realizar ajustes econômicos. Manifestante entra em confronto com a polícia em frente a sede do Parlamento do Equador
A última grande crise enfrentada pelo país foi a de 2005, quando o então presidente Lucio Gutiérrez, um militar aposentado, renunciou depois de diversos protestos que contavam com o apoio indígena.
Em 2007, Rafael Correa assumiu a presidência do país até 2017, período que fez com que o Equador fosse atingido pelo alto endividamento e pela falta de liquidez, aponta a Folha de São Paulo. A crise equatoriana pode ser solucionada?
Perante a crise mais grave da história equatoriana, em que os protestos liderados por sindicatos do setor de transporte e indígenas tomam conta do país, o presidente Moreno afirmou que não revisaria o pacote de medidas, que inclui a eliminação de subsídios à gasolina, excluindo a possibilidade de solucionar o problema através de uma revisão.
O professor Viktor Jeifets, da cátedra de Teoria e História das Relações Internacionais da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Estatal de São Petersburgo, ressaltou à Sputnik que a situação talvez possa ser solucionada através da antecipação das eleições.
Por favor, compartilhe. Mensagem aos meus compatriotas nestes momentos tão difíceis da nossa história.
A hipótese também foi indicada pelo ex-presidente equatoriano, Rafael Correa, que apontou, durante uma entrevista à CNN, uma “saída constitucional” e democrática para resolver a situação, fazendo com que uma eleição antecipada dê a oportunidade de o povo votar e escolher a melhor opção para o país. Fantasma do FMI estaria regressando à América Latina.
Vale destacar que o Fundo Monetário Internacional (FMI), representado pelo Tesouro norte-americano, grandes bancos e instituições internacionais, também é conhecido por gerar problemas em alguns governos devido aos seus termos e imposições para firmar os acordos
Hoje, na América Latina apenas o Uruguai, a Bolívia e o México resistem bravamente ao FMI, que está ativamente presente no Equador e na Argentina. A política do FMI segue levando os países à recessão e à depressão, e o mais recente exemplo disso é o Equador, que acaba de decretar estado de exceção em meio a imposições de um acordo com o FMI para dolarizar o país.
O Peru é outro país que está sofrendo as consequências de viver sob a tutela do FMI, sofrendo com os desdobramentos da Operação Lava Jato.
A Argentina, por sua vez, retrata a participação do FMI nos índices de pobreza e desemprego, além da elevação dos preços e desvalorização de sua moeda local. Possíveis consequências para o Brasil
Na verdade, a crise no Equador provavelmente não trará consequências para o Brasil, mas sim servirá de lição.
“Tanto no Brasil como nos demais países que têm que lidar com sérios ajustes fiscais, vale observar o que acontece lá para não cometer os mesmos erros”, afirmou ao portal UOL a doutora em relações internacionais e especialista em América Latina Manoela Miklos.
Além disso, a situação de Moreno no Equador, que é apoiado pelo presidente argentino, Mauricio Macri, e pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deve servir de alerta para que ambos os países não sigam o mesmo passo em direção à submissão radical, que Bolsonaro chama de “aproximação”, diante do presidente norte-americano, Donald Trump.
Essa submissão fez com que o presidente equatoriano fechasse um acordo de bilhões de dólares com o FMI, devastando o país socialmente.
Ou seja, a situação de Macri, de Moreno e do presidente peruano Martín Vizcarra deve servir de alerta àqueles que pretendem seguir a política neoliberal e de submissão radical, causando o naufrágio dos países em questão, bem como de seus representantes. Sendo assim, Bolsonaro precisa aprender com os “vizinhos” para não cometer os mesmos erros e provocar uma devastação social no Brasil.
Por favor, compartilhe. Mensagem aos meus compatriotas nestes momentos tão difíceis da nossa história.
A hipótese também foi indicada pelo ex-presidente equatoriano, Rafael Correa, que apontou, durante uma entrevista à CNN, uma “saída constitucional” e democrática para resolver a situação, fazendo com que uma eleição antecipada dê a oportunidade de o povo votar e escolher a melhor opção para o país. Fantasma do FMI estaria regressando à América Latina
Vale destacar que o Fundo Monetário Internacional (FMI), representado pelo Tesouro norte-americano, grandes bancos e instituições internacionais, também é conhecido por gerar problemas em alguns governos devido aos seus termos e imposições para firmar os acordos.
Hoje, na América Latina apenas o Uruguai, a Bolívia e o México resistem bravamente ao FMI, que está ativamente presente no Equador e na Argentina. A política do FMI segue levando os países à recessão e à depressão, e o mais recente exemplo disso é o Equador, que acaba de decretar estado de exceção em meio a imposições de um acordo com o FMI para dolarizar o país.
Rafael Correa diz que pacote de governo equatoriano é parte de plano neoliberal para América Latina. O ex-presidente também falou sobre a prisão de Lula e a eleição na Argentina https://t.co/H5oXaSJTjgpic.twitter.com/BKR4mA1H7v
O Peru é outro país que está sofrendo as consequências de viver sob a tutela do FMI, sofrendo com os desdobramentos da Operação Lava Jato.
A Argentina, por sua vez, retrata a participação do FMI nos índices de pobreza e desemprego, além da elevação dos preços e desvalorização de sua moeda local. Possíveis consequências para o Brasil
Na verdade, a crise no Equador provavelmente não trará consequências para o Brasil, mas sim servirá de lição.
“Tanto no Brasil como nos demais países que têm que lidar com sérios ajustes fiscais, vale observar o que acontece lá para não cometer os mesmos erros”, afirmou ao portal UOL a doutora em relações internacionais e especialista em América Latina Manoela Miklos.
Além disso, a situação de Moreno no Equador, que é apoiado pelo presidente argentino, Mauricio Macri, e pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deve servir de alerta para que ambos os países não sigam o mesmo passo em direção à submissão radical, que Bolsonaro chama de “aproximação”, diante do presidente norte-americano, Donald Trump.
Essa submissão fez com que o presidente equatoriano fechasse um acordo de bilhões de dólares com o FMI, devastando o país socialmente.
Ou seja, a situação de Macri, de Moreno e do presidente peruano Martín Vizcarra deve servir de alerta àqueles que pretendem seguir a política neoliberal e de submissão radical, causando o naufrágio dos países em questão, bem como de seus representantes. Sendo assim, Bolsonaro precisa aprender com os “vizinhos” para não cometer os mesmos erros e provocar uma devastação social no Brasil.
Ministro da Casa Civil fez discurso exaltado, e chegou a chorar duas vezes em SP
Em um discurso exaltado, em que chegou a chorar duas vezes, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defendeu a unidade da direita, para que não seja perdida uma oportunidade histórica de mudar o país. As declarações foram dadas neste sábado (12), durante a Cpac, conferência conservadora que acontece em um hotel de São Paulo.
“Temos de tentar nos unir superando divergências. Pelo amor de Deus, temos a chance de nossas vidas. Para nunca mais permitir que essa gente [a esquerda] volte e faça o que eles fizeram”, afirmou o ministro.
O campo conservador passa por uma disputa entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e dissidências, que atingem até mesmo o PSL. A legenda vive a possibilidade de um racha entre deputados alinhados a Bolsonaro e aqueles aliados do presidente nacional da sigla, Luciano Bivar (PE).
Onyx, em sua fala, citou o Chile como exemplo de um país em que a direita, representada pelo ditador Augusto Pinochet, teve impacto duradouro, que não foi modificado posteriormente.
“O Chile teve quatro ou cinco governos de esquerda e não mudaram os fundamentos do que fizeram lá atrás”, declarou, em referências às reformas liberais do ditador. Nesse momento, ouviu-se na plateia um “Viva Pinochet!”.
Segundo o ministro, “a gente não pode perder essa chance”. “Eles [a esquerda] dominaram esse país durante anos a fio. Pela primeira vez a direita brasileira tem a chance de escrever a história do Brasil.”
Em diversos momentos de seu discurso, o ministro fez referências à intervenção divina na eleição de Bolsonaro, especialmente ao relembrar o atentado sofrido pelo então candidato no ano passado, que quase o matou.
“Aquela faca meio centímetro mais para o lado, a viatura da PF se chegasse no hospital três minutos mais tarde, eu e o Duda [Eduardo Bolsonaro] não estaríamos. Não somos fruto do acaso”, afirmou.
Numa apresentação com slides, Onyx fez um histórico dos governos petistas, dos escândalos do mensalão e da Lava Jato, até chegar à eleição de Bolsonaro. Finalizou fazendo um chamamento à mobilização dos conservadores. “Duelo ideológico é democracia viva. O que nós tínhamos era a hegemonia da esquerda.”
Indagado sobre o aumento no desmatamento no Brasil, divulgado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) na sexta (11), Onyx limitou-se a dizer que acha admirável que a imprensa brasileira faça o jogo dos estrangeiros.
“Precisamos ter prudência com esses números, porque senão a imprensa brasileira ajuda ONGs com viés esquerdista lá na Europa a dizer: não coma carne brasileira, não compre o produto brasileiro.”
“O Brasil é o país que mais preservou suas florestas nativas”, afirmou. “Quem está mais perto de cumprir o Acordo de Paris? A França ou o Brasil? Qual país europeu pode nos mostrar florestas nativas preservadas? Nenhum.”
Em relação à carta do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), em que os EUA afirmam apoiar a entrada de Argentina e Romênia, mas não a ampliação que incluiria o Brasil, o ministro da Casa Civil afirmou que nada mudou.
“Os EUA continuam apoiando a entrada do Brasil, só que tem uma questão temporal. A Argentina pediu acessão em 2016, e o Brasil, só em 2017”, diz. “O governo americano está apenas respeitando essa ordem.”
Onyx afirmou também que a própria organização irá desejar a entrada do Brasil. “Dos 254 itens o Brasil já tem o reconhecimento de 82. Nós vamos cumprindo todas as etapas. Vai chegar um momento em que, pelo tamanho da economia brasileira, a própria OCDE vai se preocupar em nos ter.”