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Após prisão e ameaça da milícia, PM desativa base em favela na Praça Seca

A PM desativou uma base avançada na favela Bateau Mouche, na Praça Seca, na Zona Oeste, após a milícia que domina a região ameaçar explodir a estrutura e atacar os policiais. A intimidação por parte dos paramilitares começou após agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) prenderem Raphael da Silva Nascimento, o Pezão, apontado como chefe da milícia que ocupa o Bateau Mouche, no último dia 11.

O miliciano foi flagrado por agentes do Serviço Reservado (P2) da unidade por volta das 21h, quando extorquia moradores na favela. Após a detenção, o batalhão precisou pedir reforço de homens do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (Recom) e do 2º Comando de Policiamento de Área (CPA) para conseguir tirar o preso da favela. Comparsas do criminoso cercaram os PMs que fizeram a abordagem e não queriam deixar que ele fosse levado para a delegacia.

Após a chegada do reforço, o miliciano foi retirado da favela. Com Pezão, os PMs apreenderam uma pistola .40 municiada, uma granada, um cinto tático, um radiotransmissor, R$ 1.334 reais e 85 boletos de cobrança, usados para catalogar os pagamentos de moradores. Logo após a prisão, PMs que davam plantão na base passaram a receber ameaças da milícia. A cada turno, sete agentes ficavam no local. De acordo com moradores da favela, os paramilitares afirmavam que iriam explodir a estrutura.

A base ocupava, desde o início do ano, um imóvel na favela. Antes de ser desativada, a estrutura foi toda pintada de branco — antes, havia a inscrição “PMERJ” sobre um fundo azul.

Procurada, a PM alegou que a base “passou por um realinhamento estratégico que visa dar maior mobilidade ao policiamento ostensivo na região”.

Preso respondia por homicídio

Raphael da Silva Nascimento, o Pezão da Chacrinha, estava foragido desde outubro do ano passado, quando o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal, decretou sua prisão, junto com outros 14 réus, pelo homicídio de um miliciano rival. De acordo com a denúncia do Ministério Público, em dezembro de 2017, o bando matou Alexandro de Lemos Esteves Braz, o Corujinha, a tiros.

De acordo com a investigação da polícia, Raphael e os demais acusados integram uma milícia chamada “Bonde do Horácio”, que atua no Bateau Mouche e na favela da Chacrinha, também dominada por paramilitares. Os homens invadiram uma área ocupada por um grupo rival em plena luz do dia, com carros roubados e portando fuzis. Um dos integrantes do bando aturou na vítima, os demais passaram a intimidar testemunhas. Pezão teria assumido a chefia do bando após a prisão de Horácio Souza Carvalho, em fevereiro de 2018, num apartamento na Barra da Tijuca.

Em agosto deste ano, outro mandado de prisão foi expedido contra Pezão e outros 20 réus por determinação da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá pelo crime de organização criminosa.

No último dia 11, a PM mudou bases da UPP Vila Cruzeiro de lugar, após um vídeo de homens armados com fuzis na frente da estrutura viralizar nas redes sociais. A cabine foi tirada do Bairro 13 e recolocada na Ladeira da Raia.

Na ocasião, houve tiroteio entre policiais, que faziam uma operação na favela, e os criminosos flagrados. A PM também alegou que “foi realizado um remanejamento estratégico do aparelhamento”.

 

 

*Rafael Soares/Jornal Extra

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Depois do assassinato da menina Ágatha, aumenta a articulação deputados para derrubar “excludente de ilicitude” de Moro

Mecanismo estabelecido por Moro no “pacote anticrime” prevê abrandamento de punição a policiais que cometam excessos sob “escusável medo, surpresa ou violenta emoção”.

“Não podemos permitir que uma mudança na lei ultrapasse os limites da proteção policial para se tornar uma ameaça à sociedade. Em nome da legítima defesa, abre-se caminho para a execução sumária”, disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que faz parte do grupo de trabalho na Câmara que analisa o pacote anticrime de Sergio Moro, ministro da Justiça.

Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, a comoção com a morte de Ágatha Félix, de 8 anos, atingida com tiro nas costas quando esperava dentro de uma Kombi, no Complexo do Alemão, no momento em que equipes da Unidade da Polícia Pacificadora (UPP) vazia uma ação nas proximidade, os parlamentares da comissão devem derrubar do texto do pacote anticrime o excludente de ilicitude (perdão de punição).

Segundo a proposta de Moro, em casos de legítima defesa, o réu que responde por algum crime violento por excesso doloso (com intenção) ou culposo (sem intenção) poderia ter a pena reduzida pela metade ou não aplicada se o juiz entender que ele agiu sob “escusável medo, surpresa ou violenta emoção”.

A coordenadora do grupo que discute o pacote na Câmara, Margarete Coelho (PP-PI) disse que “não se pode falar em excludente de ilicitude tão amplo e irrestrito”, defendendo a derrubada integral do trecho que trata do excludente de ilicitude, porém com a adoção de um meio termo do que pretende Moro.

Em entrevista ao GGN, realizada em maio, o antropólogo, autor do livro “Elite da Tropa” (que deu origem ao filme Tropa de Elite) e ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Soares, afirmou que o pacote de Moro tende apenas a fortalecer o sistema ilegal e paralelo da exploração do medo e insegurança entre a população.

“[O excludente de ilicitude] só concorre para o aumento da violência policial (…) sendo pior que a pena de morte, porque concede licença para execução extra-judicial, ou seja, sem julgamento”, disse o antropólogo.

“Nós estamos chegando a 1/3 dos homicídios sendo praticados pelas próprias polícias, em casos de confrontos [no estado do Rio de Janeiro], a respeito dos quais não há investigação, não há prestação de denúncia pelo Ministério Público, que lava as mãos e cujo a atitude é abençoada depois pelo Judiciário”, completou. Ainda segundo o Soares, menos de 2% dos casos de homicídios praticados por policiais no Rio foram denunciados pelo MPF à Justiça gerando alguma punição.

Em nota também divulgada em maio, a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) não avaliou bem o uso do termo “violenta emoção”.

Ainda segundo a coluna Painel, existe uma maioria no grupo de trabalho da Câmara que discute o tema que é contra o abrandamento da punição a policiais e militares que cometam excessos. “Essa ala entende que o Código Penal já assegura respaldo à atuação dos agentes e que não há justificativa para flexibilizar a legislação atual”, escreve Daniela Lima que assina a coluna.

“Crítica especial fazemos quanto à expressão ‘violenta emoção’. Ora, da forma como redigida a norma, essa exculpação seria bastante utilizada nos frequentes casos de feminicídio”, estacou a entidade.

Quanto a esse ponto, o grupo de trabalho na Câmara dos Deputados retirou permissão do uso desse mecanismo nos casos de violência doméstica ou feminicídio.

 

*Do GGN

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Carlos bolsonaro sobre cursos de humanas: “ensinam como queimar a rosca sem sentir dor”

Mais um dos absurdos do representante oficial de Bolsonaro no que se refere às asneiras cotidianas do “presidente da República do Brasil”.

O filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) insinuou, na noite deste domingo (22), pelo Twitter, ao elogiar investimentos do governo em pesquisas na indústria automobilística, que os cursos de Ciências Humanas “ensinam como queimar a rosca sem sentir dor”.

Entre parênteses, Carluxo acrescentou que o que dizia não era piada, mas sim fato. “Isso sim é investir nos cérebros brasileiros e pensar no bem do país!”, encerrou.

“Governo Bolsonaro investe em mais recursos para pesquisas de verdade e não aquelas padrões que ensinam como queimar a rosca sem sentir dor (obs: isso não é piada, é fato)! Isso sim é investir nos cérebros brasileiros e pensar no bem do país!”

 

*Com informações da Forum

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Amanhã, na ONU, Bolsonaro começará a entrar para a história mundial ao lado de Hitler e Mussolini

Nesta terça-feira, (24), o mundo conhecerá a bactéria fascista que saiu do laboratório neoliberal brasileiro. Quando a ONU se deparar com as consequências que a ganância capitalista pode gerar na figura de Bolsonaro e seus generais sem farda, chegará à conclusão de que o neoliberalismo é capaz de produzir o que existe de pior na raça humana.

Não há a menor chance de Bolsonaro frustrar seu rebanho. A tragédia anunciada está garantida. Bolsonaro dará um vexame internacional tão grande que será notícia em todos os recintos da ONU e projetado ao mundo pela imprensa internacional como o monstro da lagoa amazônica, o ovo da serpente neofascista subordinado ao grande capital e às milícias rurais e urbanas que pretendem desintegrar a Amazônia para expansão da grilagem, dos madeireiros, da agropecuária, da exploração de minério e todo um panorama de possibilidades de exploração comercial do conjunto de “zonas produtoras” dos grandes mercados e seu apetite pelo lucro desmedido.

Sim, essa baiuca chamada Bolsonaro, qua aponta suas armas contra o planeta é um arsenal de estupidez e usará o dialeto terraplanista para multiplicar suas asneiras. Bolsonaro, depois das luzes sobre sua fala, sairá da ONU morto e enterrado politicamente, envenenando a imagem do Brasil na mesma intensidade em que aplaude o envenenamento dos rios brasileiros com agrotóxicos.

A imagem de Bolsonaro depois da ONU será igualada a dos grandes facínoras da história. Seu assento central ao lado de grandes monstros da humanidade está garantido, até porque isso está na natureza, no instinto do próprio neofascista.

Bolsonaro sairá da ONU em pedacinhos, formando uma imagem de um mosaico que representará a própria escultura do terror, do horror, do pesadelo, das sombras, da besta-fera, do beijo dos demônios. E um coral gigantesco de jornalistas internacionais mostrará ao mundo o perigo que Bolsonaro representa para o planeta.

 

Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Moro usa no twitter a morte de Ágatha para defender seu projeto fascista de “excludente de ilicitude”

“A morte da menina Agatha é triste. No entanto, não se pode usar isso para prejudicar o debate sobre o Pacote Anticrime na questão da excludente de ilicitude.” (Moro).

O que, na verdade, Moro quis dizer é que, no caso do assassinato de Agatha, “Não há crime quando o agente pratica o fato”:

I – em estado de necessidade;

II – em legítima defesa;

III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Sendo assim, Moro dá ao policial o direito de fazer o julgamento da pena de morte, num reordenamento do próprio ambiente natural e social diante de um problema de dimensões extremamente complexas. Esse “exercício legítimo” do policial dizer quem deve ou não morrer será julgado e condenado por “sua emoção”, por uma força independente à margem da lei, sem, portanto, ser considerado delito, a partir do juízo condenatório do próprio policial.

E não foi exatamente isso que provocou a assassinato na menina Ágatha de oito anos?

Como se pode observar, para piorar ainda mais, Moro editou o twitter, trocando o termo “excludente de ilicitude” para “legítima defesa”, mas manteve o agradecimento na íntegra ao Felipe Francischini que fala não em legítima defesa como Moro editou ou refez o post, mas em “excludente de ilicitude”.

Impressiona a frieza de Moro de aproveitar um post sobre o assassinato da menina Ágatha, praticado pela PM, para promover o seu projeto político anticrime que o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia criticou, ou seja, Moro não estava lamentando a morte de uma criança de oito anos por policiais, mas sim respondendo a Rodrigo Maia na defesa de um projeto fascista onde o Estado tem direito de matar uma criança em nome de uma suposta legítima defesa.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: PM do MBL vai a enterro de Ágatha e agride jovem que estava no velório

O policial derrubou um jovem da Marcha das Favelas ao ser questionado sobre seus posicionamentos.

O policial militar Gabriel Monteiro, integrante do MBL e assessor de deputado do PSL, derrubou um jovem da Marcha das Favelas que cobrava explicações sobre suas posições defendidas durante enterro da menina Agatha Félix, de 8 anos, assassinada pela PM. Após dar um soco no ativista da Marcha das Favelas, ele entrou no carro e fugiu.

“Tu mata mil pessoas e apreende 400 fuzis e quer falar de melhoria? Quer falar de melhoria dentro de favela? Mata uma criança de 8 anos […] Quer encher teu cu com a desgraça dos outros, quer pagar de mídia. Vai trabalhar, então, vagabundo, tá fazendo o que aqui?”, diz o jovem ao integrante do MBL.

Gabriel Monteiro não responde aos questionamentos e apenas fica falando “calma” olhando para um celular que filmava a ação, como forma de parecer controlado. No entanto, no fim do vídeo ele se cansa e dá um soco no rapaz que questionava “por que você não vai com as crianças fazer algo de decente no mundo”, o derruba no chão e entra, às pressas, em um carro com assessores.

A jornalista Daiane Mendes compartilhou o vídeo e questionou: “Um PM covarde foi no cemitério de Inhaúma pra agredir quem prestava solidariedade depois da morte da Ágatha. Essa é a PM que vcs querem?”.

Veja vídeo:

 

 

*Com informações da Forum

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É necropolítica que chama

Não faltam denúncias, imagens nem números a confirmar a escalada da violência de Estado nas favelas

Não há outra palavra para denominar o cotidiano de brutalidade ao qual as favelas do Rio de Janeiro estão expostas desde que Wilson Witzel aportou no Palácio Guanabara. O pensamento de Achille Mbembe, filósofo e pensador camaronês, é o que melhor resume a banalização de operações com blindados em terra, rasantes e disparos de helicópteros do céu. São ações que produzem pânico e morte nos morros — onde vive predominantemente a população negra e de baixa renda — sem traço de melhora na percepção de segurança no Estado do Rio. O nome é necropolítica.

“É basicamente uma política de morte, o poder de ditar quem deve viver e quem deve morrer. Ocorre cotidianamente em diversos territórios negros e periféricos, caso das favelas, identificados como territórios de inimigos que precisam ser combatidos. Fica estabelecido que aqueles corpos são matáveis, que essas vidas têm menos valor e são, portanto, descartáveis”, define Juliana Borges, pesquisadora em antropologia e autora de “O que é encarceramento em massa” (Pólen Livros).

A autora tratou do tema em artigo sobre as ações do então prefeito de São Paulo, João Doria, para dispersar frequentadores da cena de consumo de drogas na região central da capital paulista, a chamada Cracolândia. O raciocínio serve agora às intervenções que, no Rio, ganharam força como discurso eleitoral de um candidato desconhecido e materializaram-se no dia a dia das comunidades com a posse do governador.

Em agosto, seis jovens inocentes, cinco rapazes e uma moça, perderam a vida por bala perdida no Grande Rio. Esta semana, confrontos da polícia com traficantes interromperam por uma hora a circulação de trens e deixaram quatro mortos no Jacarezinho. Anteontem, no Complexo do Alemão, seis pessoas morreram, um policial ficou gravemente ferido e centenas de crianças não puderam ir à escola; na Maré, alunos tiveram de se abrigar no corredor de uma unidade de ensino.

De tão grave o cenário, membros da sociedade civil e representantes das comunidades estão recorrendo ao Ministério Público estadual e à Defensoria Pública. O Ministério Público Federal, por sua vez, está cobrando da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a fiscalização dos helicópteros das forças de segurança do Rio. Seria atribuição do órgão monitorar estrutura, operação, gestão, treinamento, instalação da plataforma de tiros, transporte de armas, disparos a bordo e lançamentos de objetos.

Os números também confirmam a escalada da violência pela multiplicação dos confrontos. De janeiro a julho, houve 1.075 homicídios decorrentes de intervenções policiais no estado, informou o Instituto de Segurança Pública (ISP). Foi recorde histórico. Até agosto, a Rede de Observatórios da Segurança contou 1.697 operações com trocas de tiros.

Este ano, a plataforma Fogo Cruzado, que mapeia troca de tiros na Região Metropolitana, contabilizou 63 episódios de violência com três ou mais civis mortos; em 49 havia presença de policiais. As chacinas deixaram 235 vítimas fatais. Em relação ao mesmo período de 2018, houve aumento de 31% no total de casos, 58% na participação de agentes de segurança e 21% no número de mortos.

A partir das violências perpetradas no Rio, podemos enxergar uma política racista de extermínio e instrumentalização da vida, mobilizada pelo aparato estatal que impõe à população negra a morte e reforça a ideia de que a possibilidade de vida plena é atributo exclusivo da branquitude. A necropolítica não foi inventada no governo Witzel, mas tem na atual gestão uma exacerbação que não pode ser negligenciada ou simplificada”, resume Thula Pires, professora de Direito Constitucional da PUC-Rio.

 

*Flávia Oliveira/O Globo

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Foi para isso mesmo que eles votaram em Bolsonaro

É uma piada alguém dizer que se fuzila criança negra nas favelas do Brasil em combate ao tráfico de drogas, enquanto no avião da comitiva de Bolsonaro, um oficial das Forças Armadas transportava 39 kg de cocaína e só foi pego pela polícia espanhola. Detalhe: sem dar um tiro no avião oficial do governo brasileiro que fazia o transporte do tráfico internacional.

Alguém imagina o que essa gente que diz que votou em Bolsonaro para que crianças como a Ágatha morressem fuziladas se esse avião que transportou a cocaína fosse da comitiva de Lula? Pois bem, como é o avião da comitiva de Bolsonaro, essa gente se nega a comentar sobre o assunto.

Na verdade, as classes média e alta se sentiram afrontadas quando Lula e Dilma começaram a dar cidadania e, consequentemente direitos aos pobres, aos favelados e aos negros.

Para uma classe média, que passa a vida em busca de privilégios, não interessa que negros e pobres sejam cidadãos, porque a cidadania indica que os direitos estarão garantidos, e esta cidadania não pode ser mutilada e sim abarcativa. Essa é a situação estrutural que mostra a diferença entre a forma de agir da PM nos bairros nobres ou de classe média e nas favelas e periferias, tradicionalmente vivendo o inferno da guerra do Estado contra o tráfico, no entanto, todos sabem que a maior quantidade de drogas do país não está nos morros, mas sim no asfalto.

Mas aí a situação é outra, correspondente à condição financeira das classes economicamente dominantes. Isso justifica até uma imagem como esta, de manifestantes pró Bolsonaro carregando a semente do fascismo, posando ao lado de caveirão e de PMs, porque estão respaldados na ideia de que eles organizaram o país de uma forma que jamais será considerado normal a PM invadir um condomínio, enfiar o pé na porta dos moradores ou atirar em um automóvel com uma criança dentro, como ocorreu com a Ágatha na favela.

Por isso eles votaram em Bolsonaro e estão aí nas redes, como se vê, aplaudindo Witzel, que se elegeu quebrando, junto com milicianos, a placa com o nome de Marielle, assassinada por milicianos ligados ao clã Bolsonaro. Witzel ainda disse que, se alguém na favela carregar algo parecido com um fuzil, vai levar um tiro na cabecinha. Mas só na favela. Nas zonas ricas da cidade está liberado carregar qualquer objeto que se pareça com uma arma. Aliás, Bolsonaro quer liberar e estimular que as pessoas economicamente privilegiadas possam ter fuzis, pistolas e carregá-las para cima e para baixo que ainda serão aplaudidas por essa mesma polícia que entra na favela esculachando os favelados justamente porque é uma favela, barbarizando, assassinando crianças, jovens e adultos, não importa. O objetivo final é dizimar negros e pobres no lugar em que moram para satisfazer os que votaram em Bolsonaro e Witzel para isso mesmo.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

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A prisão de Witzel é o único caminho para acabar com o necropopulismo

Não basta questionar erros da política de segurança pública, como se fosse uma mera discussão de conceitos. Os assassinatos são de responsabilidade objetiva de governantes que estimulam a violência policial.

A Polícia Militar é uma organização militarizada e, portanto, submetida à disciplina e obediência à hierarquia. E o chefe maior, em última instância é o governador do Estado. Foi o que me explicou, certa vez, uma major da PM de São Paulo que defendera uma tese de mestrado sobre a violência policial.

Era governo Alckmin e a violência da PM já impressionava. Cada declaração do governador, enaltecendo a violência contra o crime, deixava de cabelo em pé os oficiais da PM mais responsáveis, pois sabiam que as palavras bateriam direto na linha de frente.

No baixo clero da corporação, PM respeitado é o que matou em serviço. Com estímulo adicional do chefe dos chefes, a situação foge do controle.

Quando assumiram o governo, três irresponsáveis – o governador do Rio Wilson Witzel, o de São Paulo, João Dória Jr e o Ministro da Justiça Sérgio Moro – assumiram o necropopulismo, o populismo em torno do discurso da morte, defendendo o excludente de ilicitude, eximindo policiais de responsabilidade por mortes no trabalho. Como consequência óbvia, explodiram os assassinatos cometidos por policiais. As palavras inspiram e dão confiança para seguir matando, por contar com a impunidade.

Em Pernambuco, houve ênfase na apuração de crimes de sangue. Despencaram os indicadores de mortes por policiais.

Simples assim.

No Rio de Janeiro, a cadeia do sangue tem três partes.

Parte 1 – um governador sociopata que autorizou a guerra interna. Não apenas defendeu o excludente de ilicitude, como passou a comemorar as mortes por policiais.

Parte 2 – uma PM inerte.

Em São Paulo, pelo menos, a PM tentou controlar a explosão de violência através do trabalho da ouvidoria e da corregedoria. No Rio, com uma PM infiltrada pelas milícias, ocorreu o contrário. Apesar das dezenas de testemunhas aprontando um PM como responsável pelo assassinato de uma menina de 8 anos, a nota oficial da Polícia Militar alegou que não havia nenhuma evidência da participação de PMs no assassinato da menina.

Parte 3 – uma justiça militar corporativa

Ao jogar para a justiça militar a punição de crimes de militares, mesmo contra civis, o governo Temer ajudou a sancionar a selvageria.

Não dá como tergiversar no tema, sem abrir mão de qualquer resquício de civilização no país. Ou se passa a responsabilizar diretamente governantes que incitam à violência, e exigir a punição exemplar dos militares que cometem os crimes, ou os massacres continuarão.

Não basta questionar erros da política de segurança pública, como se fosse uma mera discussão de conceitos. Os assassinatos são de responsabilidade objetiva de governantes que estimulam a violência policial.

Witzel tem que ser responsabilizado criminalmente, como o foram os comandantes de campos de concentração, das tropas nazistas, os generais de Mussolini, os capangas de Baby Doc, os verdugos do stalinismo.Só a punição do verdadeiro assassino acabara com o necropopulismo de políticos sociopatas como Witzel.

 

 

*Luis Nassif/GGN

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New York Times: Bolsonaro, o vilão do planeta

Segundo o New York Times, um grupo de advogados e ativistas vê em Jair Bolsonaro o “vilão ideal” na tentativa de criminalizar o ecocídio, transformando a destruição do ambiente em um crime contra a humanidade. O objetivo seria no futuro levar o presidente brasileiro a ser julgado no tribunal de Haia pela destruição voluntária e generalizada do meio ambiente.

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro se prepara para discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e tentar neutralizar a crítica internacional motivada pelas queimadas na Amazônia, um grupo de ativistas usa o caso do Brasil sob seu governo como um exemplo perfeito para mudar leis internacionais e criminalizar o que acontece no país.

Segundo uma reportagem publicada no jornal americano The New York Times, Bolsonaro se consolidou como o “vilão ideal”, feito sob medida para ativistas que querem criminalizar o ecocídio, transformando a destruição do ambiente em um crime contra a humanidade.

“Um grupo de advogados e ativistas que tem promovido uma ideia radical viu um lado positivo na tragédia que se desenrola na Amazônia: Um dia, daqui a alguns anos, eles imaginam o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sendo levado a Haia para ser julgado por ecocídio, um termo amplamente entendido como a destruição voluntária e generalizada do meio ambiente, e que, eles esperam, acabará sendo comparável a outros crimes contra a humanidade”, explica o NYT.

A reportagem explica que não existe uma legislação atualmente que possa responsabilizar governantes dessa forma, mas que é crescente o movimento a favor de aproximar a destruição do ambiente do genocídio. E é aí que Bolsonaro é visto como o “vilão”, o símbolo da luta contra o ecocídio –mesmo que ele não seja o único alvo de críticas dos ambientalistas.

“Do ponto de vista das evidências, Bolsonaro é um réu em potencial interessante porque ele tem desdenhado das leis e regulamentos ambientais de seu país. Ele prometeu pôr fim às multas emitidas pela agência que faz cumprir as leis ambientais. Ele afirmou que proteger o meio ambiente é importante apenas para os veganos. Ele reclama que a Constituição do Brasil de 1988 reservou terras demais para comunidades indígenas que ‘não falam nossa língua”‘, diz o jornal.

Apesar de ver o crescimento do movimento dos ambientalistas que querem mudar a lei internacional, o jornal explica que o processo deve ser longo e complicado. O ponto central, diz, é que o crescimento da visibilidade desse tipo de ativismo pode levar o mundo a levar mais a sério a necessidade de proteger o ambiente.

 

 

*Brasiliano/Uol