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Opinião

Capitólio candango: Moraes festejou fim do golpismo antes da hora

Bolsonaristas que incendiaram veículos em Brasília continuam acampados em área militar.

Às 15h09 de segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes decretou a vitória da democracia sobre o autoritarismo e afirmou que os extremistas serão “integralmente responsabilizados” pelos ataques ao processo eleitoral.

Às 20h30, bolsonaristas interromperam o trânsito na W3, uma das principais avenidas de Brasília. Em ação coordenada, apedrejaram um ônibus com passageiros, incendiaram carros de passeio e tentaram invadir a sede da Polícia Federal.

Pouco mais de cinco horas separaram o discurso do presidente do TSE e a versão candanga do ataque ao Capitólio. O quebra-quebra sugere que o ministro se precipitou na comemoração. O golpismo ainda está vivo — e conta com a leniência de autoridades federais e distritais.

O pretexto da baderna foi a prisão de José Acácio Serere Xavante, dublê de cacique e pastor evangélico. O indígena vinha incitando a violência contra as instituições. Em vídeo recente, fez acusações falsas à Justiça Eleitoral, chamou Moraes de “bandido” e disse que Lula não subirá a rampa do Planalto.

Na verdade, o alvo dos extremistas foi a própria democracia. Eles escolheram o dia da diplomação do futuro presidente, eleito com mais de 60 milhões de votos, para barbarizar o centro da capital.

A desordem se estendeu até o fim da noite. Sem repressão à altura, os vândalos se sentiram à vontade para depredar uma delegacia. Em outra cena de audácia, tentaram empurrar um ônibus do alto de um viaduto. O veículo só não despencou porque ficou enganchado no meio-fio.

Curiosamente, ninguém foi preso em flagrante. O ministro da Justiça, Anderson Torres, esperou até as 23h para se manifestar sobre o espetáculo de violência política.

Bolsonaro não está sozinho no incentivo ao golpismo. Dizendo-se patriotas, os extremistas tiveram permissão para acampar em área militar, ao lado do Quartel-General do Exército. De lá partiu a marcha que tentou empastelar o prédio da PF. Ontem o capitão silenciou sobre os ataques, e os arruaceiros continuaram nos arredores do Forte Apache.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Servidor da PF lotado na Presidência acusa GSI por terror em Brasília

“É terrorismo de Estado”. Noite de pânico protagonizada por bolsonaristas teria sido planejada pela Inteligência do Planalto, com anuência de forças policiais do DF. Veja a entrevista completa.

Um servidor da Polícia Federal (PF) que é lotado na Presidência da República acusa o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), responsável pelo serviço de Inteligência e pela segurança do presidente Jair Bolsonaro (PL), chefiado pelo general da reserva Augusto Heleno, de estar por trás dos atos terroristas que apavoraram Brasília na noite de segunda-feira (12), quando inúmeros bolsonaristas espalharam violência, chamas e pânico por meio de uma ação coordenada que envolveu uma tentativa de invasão da sede da PF, bloqueio de vias expressas, queima de carros e ônibus e intimidações a cidadãos que estavam em locais públicos.

As declarações e a versão sobre a responsabilidade dos atos foram dadas com exclusividade à reportagem da Fórum, que exigiu toda a documentação do denunciante, como a publicação da sua nomeação no Diário Oficial da União para o cargo dentro da Presidência da República e seus documentos funcionais, assim como um contato visual para comprovar a identidade da fonte.

“O que está acontecendo e, principalmente o que ocorreu ontem em Brasília, é terrorismo de Estado. O GSI está na cabeça disso, e o uso da área do QG, que é militar, é do Exército, não é à toa. O próprio secretário de segurança do DF disse isso ontem em coletiva, que ‘ninguém entra lá porque é área do Exército’, uma desculpa pronta e perfeita. O GSI tem hoje poder para controlar mais de mil militares diretamente lá dentro (do QG do Exército e nos acampamentos) e eles estão literalmente bancando, mantendo e abrigando essa gente lá dentro (da área do QG) e logicamente ninguém fardado está aparecendo, porque essa é a forma de operar deles, uma guerra híbrida que alimenta e fomenta tudo que está ocorrendo ali. É explícito para quem está perto que o GSI está incitando isso com esses civis, todo mundo está por ali (Gabinete da Presidência) sabe disso”, começou dizendo o PF.

O denunciante disse ainda que a sequência de acontecimentos e a maneira como essas ocorrências vêm escalando, em termos de violência, são as “digitais” do pessoal de inteligência do GSI, assim como da orquestração de Jair Bolsonaro, que se envolve ativamente nos estímulos enviados a seus radicais seguidores. O núcleo central do órgão de arapongagem do governo federal, segundo a fonte, é composto por gente que tem vasta experiência nesse tipo de atividade, no Brasil e no exterior.

“Dentro dessa coordenação toda, totalmente proposital, as coisas acontecem de maneira clara. Primeiro o silêncio de Bolsonaro para manter todos por ali, agora essas aparições proféticas e esses sinais… Esse pessoal internalizou tão profundamente essa maluquice que esses tais sinais, ele falando da pátria, ele rezando, enfim, tudo isso é parte de uma estratégia de guerra psicológica que é puramente militar e a coisa é entendida subliminarmente assim por todos. O GSI é essencialmente formado por oficiais militares de uma geração que atuou por muito tempo no Haiti e nas GLO’s (operações de Garantia da Lei e da Ordem)… Esse oficialato de Inteligência opera a partir de uma lógica de que eles podem interferir em absolutamente tudo e, numa situação como a atual, operar usando o terrorismo é algo bem natural e é algo que eles vão fazer, aliás, estão fazendo… Começaram com esse negócio de ir em shopping, em restaurantes, em ônibus, e o pânico está disseminado, e ontem eles riscaram o fósforo”, explicou.

Em relação à versão oficial de que toda a baderna generalizada teria começado com a prisão de um líder indígena bolsonarista, que é pastor, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF e do TSE, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o federal refuta e diz que o pretexto “caiu bem”.

“A imprensa como um todo e as fontes oficiais seguem insistindo na história da prisão do líder indígena lá, e isso é um pretexto gigante. Aliás, o pretexto caiu bem. Esse pessoal fez um ato totalmente orquestrado, é algo organizado por células, gente da extrema direita que sabe exatamente como fazer isso”, falou o servidor federal.

Um ponto em que o denunciante está de acordo com a versão oficial é o de que as pessoas diretamente envolvidas na ação terrorista, que a operacionalizaram, eram oriundas do acampamento de radicais bolsonaristas que ocupam uma área militar no perímetro do Quartel General do Exército. Até o próprio secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, na coletiva improvisada que foi dada madrugada a dentro, ao lado do futuro ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, admitiu que os criminosos, ou parte deles, eram do tal acampamento dos extremistas.

“Esses sujeitos, que são terroristas, e é assim que eles têm que ser chamados, de terroristas, porque o que aconteceu ontem foi uma atividade de terror, saíram lá do QG (acampamento dos bolsonaristas numa área militar do Quartel General do Exército Brasileiro, em Brasília) e se espalharam por áreas totalmente distintas e distantes de Brasília, entrando em shopping, fechando avenida, queimando ônibus, e espalhando uma intimidação geral e o pânico, e em áreas totalmente diferentes de Brasília, ao mesmo tempo. Eles já foram em aeroportos, um lugar central para a circulação de pessoas, entrada e saída de um monte de autoridades e de outras figuras, e ninguém está enxergando e falando sobre isso aí?”, argumentou.

Perguntado se as forças policiais do Distrito Federal, que em tese não estão sob o comando de Bolsonaro e de autoridades do governo federal, mas sim nas mãos do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), o policial federal afirmou que os integrantes dessas organizações já são naturalmente bolsonaristas ferrenhos e que está claro que o governo distrital e o secretário de Segurança Pública local, Júlio Danilo, a quem fez duras críticas, estão atendendo aos desígnios de Jair Bolsonaro e do ministro da Justiça, Anderson Torres, que era de que deixassem “a coisa rolar”.

“O secretário de Segurança Pública do DF é um capacho do ministro (da Justiça) Anderson Torres… Todo mundo do meio aqui conhece esse playboy e ninguém nunca entendeu o que ele está fazendo lá… As policiais do DF são todas profundamente bolsonaristas, raiz mesmo… Eu tenho colegas na PM, muitos, são majores, tenentes-coronéis, na PM e nos Bombeiros, e eles são bolsonaristas e extremistas, um pessoal que não tá nem aí para o que está acontecendo, e as policias não vão fazer absolutamente nada… A ação da Polícia Militar do DF ontem foi uma piada, uma brincadeira… Não houve uma prisão sequer e nem uma ação proativa só, preventiva, que evitasse nem que fosse a depredação dos bens públicos e privados… Os caras atacaram postos de gasolina e a PM não fez absolutamente nada, nem uma só pessoa foi presa e eles seguem agindo como se nada estivesse acontecendo”, relatou indignado o PF.

Outro ponto que o homem lotado na Presidência da República salientou mais de uma vez foi sobre a impossibilidade de que uma ação daquela magnitude, com aquela extensão e usando um aparato tão complexo fosse levada a cabo por meros bolsonaristas lunáticos, sem auxílio logístico e know-how militar.

“Meu amigo, quem tem líquido inflamável para atear fogo em vários ônibus em lugares diferentes? Pegue as imagens, aquelas imagens de centenas de botijões de gás fechando uma via… De onde tiraram tanto botijão de gás? Quem botou centenas de botijão de gás e quanto tempo leva isso? Quem fez o transporte dos botijões de gás? O que nós tínhamos ontem? A diplomação do Lula. O fato do dia, no Brasil, e até no noticiário no mundo. Nada é ao acaso. Apenas anote: a cada novo fato de repercussão do governo Lula, ou até mesmo agora, antes da posse, esse tipo de tensão e até de ataques e violência vão acontecer, e essa escalada de violência vai aumentar”, apostou.

A desinformação para despistar a autoria dos atos terroristas, gerando a tão característica “confusão” bolsonarista, marcada pelas fake news e todo tipo de maluquice, também seria institucional, conta o servidor da PF na Presidência da República. As versões mais sem sentido já saíram poucos momentos após a ocorrência dos atos violentos e envolvem sempre jogar a culpa em “infiltrados” e na “esquerda”.

“O que circula nos grupos da PF e da área de Segurança da Presidência, desde esta manhã, já é um trabalho de inversão da lógica. Já se partiu pra um discurso aberto de que isso é coisa da esquerda, de que foi black bloc, meteram a torcida do Corinthians e a Gleisi Hoffmann (presidenta nacional do PT) no meio, e é claro que nada disso é plausível, é apenas uma forma de se espalhar intencionalmente desinformação para confundir e para alimentar as redes bolsonaristas, e isso parte lá de dentro”, encerrou o PF.

O que diz o GSI

A reportagem da Fórum entrou em contato com a assessoria de imprensa do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) para que o órgão se posicionasse em relação às acusações feitas pelo servidor da Polícia Federal. A resposta veio em tom grosseiro e irônico, algo incomum para serviços de imprensa e de comunicação social de repartições públicas.

O GSI afirmou que “não cabe maiores considerações” sobre as acusações, dizendo que “a fonte é mentirosa, de má-fé e com interesses escusos” e “sugeriu” ao repórter “que selecione melhor suas fontes”.

*Publicado com exclusividade na Forum

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Bolsonarista número dois da Justiça ataca Dino após atos terroristas

Secretário-executivo do Ministério da Justiça, brigadeiro bolsonarista Antonio Lorenzo criticou Flávio Dino, próximo ministro da Justiça.

De acordo com Guilherme Amado, Metrópoles, secretário-executivo do Ministério da Justiça, brigadeiro Antonio Ramirez Lorenzo, bolsonarista de quatro costados, criticou nesta terça-feira (13/12) Flávio Dino, que chefiará a pasta a partir de janeiro, no governo Lula. O número dois do ministério afirmou que Dino fez “estardalhaço” na véspera, quando falou à imprensa sobre os atos terroristas de bolsonaristas na cidade.

“Assim funciona a esquerda… não é governo, não tem poder nem autoridade alguma sobre a matéria, mas convoca coletiva, faz estardalhaço e, como sempre, sem resultado prático algum… Brasil rumo a um buraco vergonhoso… Lula vergonha nacional”, escreveu Lorenzo. O militar não fez menção aos atos violentos de bolsonaristas na capital.

Por volta das 23h30 desta segunda-feira (12/12), quando bolsonaristas haviam queimado ônibus, tentado invadir a sede da Polícia Federal e depredado prédios no centro de Brasília, Flávio Dino chamou a imprensa para uma entrevista no gabinete de transição. Próximo chefe da pasta, Dino atacou o silêncio do Ministério da Justiça. Participaram da entrevista o futuro diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o atual secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo.

Antonio Lorenzo

O ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, só fez um pronunciamento oficial às 23h45, mais de quatro horas depois dos primeiros atos de vandalismo de bolsonaristas. Nesta terça-feira (13/12), a agenda de Torres seguiu vazia, como vem ocorrendo há uma semana.

Antes de ser o número dois de Anderson Torres, Lorenzo era chefe de gabinete do ministro. O militar que entrou para a reserva da Aeronáutica em 2019 também atacou Lula no Twitter e comparou o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, a “um adolescente metido a influencer”.

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Irregularidade

Deputados bolsonaristas pagaram cabos eleitorais com verba da universidade Estadual do Rio de Janeiro

A Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) contratou este ano “fantasmas” ligados a dois deputados bolsonaristas reeleitos — Soraya Santos (federal) e Dr. Serginho (estadual), ambos do PL-RJ.

Para entender o escândalo em seis pontos

  • Investigação do UOL Notícias, ao longo dos últimos dois meses, chegou a pessoas que receberam dinheiro da Educação no RJ para trabalhar pela reeleição de dois parlamentares;
  • Os pagamentos eram feitos com recursos que a Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), órgão do governo estadual, direcionou à Uerj;
    Eles ganharam até R$ 26 mil por mês durante a campanha;
  • Esses aliados negam ter feito qualquer serviço para a universidade, apesar de constarem em listas enviadas em outubro pela instituição ao TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio);
  • Soraya e Dr. Serginho dizem desconhecer projeto da Uerj e afirmam não ter indicado ninguém. A universidade também nega irregularidades.

Na teoria, essas pessoas deveriam ter trabalhado em um projeto da Uerj, ainda em andamento, de implementação de espaços de qualificação profissional.

Cinco de seis contatados pela reportagem disseram não saber de nenhum trabalho na Uerj. Um desligou o celular após ser questionado especificamente sobre o serviço na universidade. Todos eles afirmaram, em entrevistas feitas pessoalmente ou por telefone, ter apoiado informalmente ou trabalhado para as campanhas eleitorais dos deputados do PL. Esse grupo recebeu R$ 325 mil brutos entre abril e agosto (último mês que consta nas planilhas), segundo as tabelas enviadas pela Uerj ao TCE-RJ.

Há indícios de que ao menos 45 contratados pela Uerj têm ligação com Dr. Serginho e Soraya Santos —políticos que fizeram campanha juntos. Eles receberam um total de R$ 2,314 milhões de recursos que vieram da Uerj. Ao todo, as planilhas do projeto da Uerj têm 394 pessoas, com valor bruto total de R$ 23,736 milhões.

Os dados enviados pela Uerj ao TCE-RJ fazem parte de uma série de investigações abertas após o UOL revelar, em agosto, a existência de folhas de pagamento secretas da universidade de contratados para projetos realizados com recursos de secretarias e órgãos do governo estadual.

Além do TCE-RJ, há apurações em andamento dos ministérios públicos Estadual e Eleitoral, que podem culminar em ações de improbidade administrativa e até em perda de mandato de políticos envolvidos.

Pessoas com o nome na lista que afirmam que seus dados foram usados indevidamente, sem que elas soubessem. Um comerciante e líder comunitário de Nova Friburgo, região serrana do estado do Rio, disse que combinou um valor de R$ 18 mil para fazer campanha em sua cidade para Soraya Santos, porém o trabalho não se concretizou. Cailan da Silva Cardoso contou que enviou toda a sua documentação para a equipe da deputada eleita, mas nunca recebeu dinheiro. O nome dele consta nas tabelas da Uerj com um pagamento de R$ 26 mil em agosto (em valores brutos).

Nunca fiz nada, nem recebi nada da Uerj e não sei como usaram meus dados. Vou acionar meu advogado.”Cailan da Silva Cardoso, líder comunitário

Três pessoas —que conversaram por telefone com a reportagem e pediram para não serem identificadas— afirmaram não ter ideia de como seus dados foram parar na Uerj e negaram qualquer relação com políticos. Também disseram nunca ter trabalhado ou recebido um centavo da universidade.

Nas tabelas enviadas ao TCE-RJ, cada uma dessas pessoas consta com um valor recebido de R$ 115 mil brutos entre abril e agosto (total de R$ 345 mil).

O UOL apurou que foram realizados ao menos cinco saques em dinheiro de R$ 24.954 cada no banco Bradesco (quase R$ 125 mil no total) de recursos vindos da universidade, com os documentos dessas três pessoas, em junho e julho.

Estou assustada e muito indignada.”

Fotógrafa da Baixada Fluminense, cujos dados estão nas planilhas
O que dizem os deputados e a Uerj

Soraya Santos, deputada federal reeleita e presidente nacional do PL Mulher, afirmou, em nota enviada ao UOL, que desconhece o projeto da Uerj e que não indicou ninguém para o projeto.

Sérgio Luiz Costa Azevedo Filho, o Dr. Serginho, deputado estadual reeleito pelo PL no RJ, disse, também por meio de nota, que não fez nenhuma indicação para o projeto da universidade e que nenhuma das pessoas citadas pela reportagem trabalhou em sua campanha.

Universidade Estadual do Rio de Janeiro – Em nota, a assessoria de imprensa da Uerj afirmou que “desconhece a influência de qualquer parlamentar (candidato ou eleito) na seleção de colaboradores”.

Os elos bolsonaristas. Soraya Santos e Dr. Serginho participaram de atos da campanha de Jair Bolsonaro no Rio. Ela é próxima à primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Dr. Serginho é próximo ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na gestão do governador Cláudio Castro (PL), ele foi secretário de Ciência e Tecnologia, pasta que tem sob seu guarda-chuva a Uerj e a Faetec.
O deputado estadual Dr. Serginho e o senador Flávio Bolsonaro – Reprodução/Instagram – Reprodução/Instagram
O deputado estadual Dr. Serginho e o senador Flávio Bolsonaro
Imagem: Reprodução/Instagram

Na última semana de novembro, a reportagem do UOL esteve em Cabo Frio, principal base eleitoral de Dr. Serginho, atrás de contratados da Uerj. Numa pequena loja de reparo de celulares, encontrou Romenique Fagundes Marvila. Ao ser perguntado sobre o trabalho na campanha do deputado, disse:

Eu ajudava o meu cunhado que trabalhava para ele (Serginho). Nem sei qual é o cargo específico que eu exercia [na campanha]”

Romenique consta nas tabelas da Uerj com pagamentos que somaram R$ 130 mil entre abril e agosto. Ele negou ter prestado serviço para a universidade. Para a sua esposa, Victoria da Rocha Santos, o valor foi de R$ 65 mil no mesmo período.

O UOL apurou que constam dois saques em espécie de Romenique numa agência do Bradesco de Cabo Frio, no valor de R$ 19.154 cada, em junho e julho.

Ainda em Cabo Frio, o DJ Hugo Leonardo de Souza Garcia, conhecido como Hugo Scorpion, com R$ 65 mil nas tabelas da Uerj entre abril e agosto, disse ter oferecido serviço de som em eventos na universidade e para as campanhas de Dr. Serginho e Soraya Santos.

Namoradas de motoristas do Dr. Serginho também receberam. Confeiteira de bolos, Letícia Ferreira Cotta aparece nas planilhas da universidade com R$ 65 mil recebidos entre abril e agosto. Para a reportagem, afirmou ser namorada de um dos motoristas de Dr. Serginho, Estevão Oliveira. Disse que ajudou na parte de “rede social” do deputado e negou ter prestado serviço à Uerj.

Outra que aparece na lista, com R$ 78 mil entre abril e agosto, é Soraya Vitorino de Souza. Ela fez um saque em junho de R$ 19.154. O UOL não conseguiu contato com ela, mas apurou que é namorada de outro motorista do parlamentar, Jehann Costa.

Sogro e esposa de vereador. Na cidade de Rio das Ostras, vizinha de Cabo Frio, o UOL esteve na casa de Jaime Garcia dos Reis, de 75 anos.

Uma senhora que atendeu a reportagem disse não saber de serviços do idoso para a Uerj nem para campanhas políticas, mas que Jaime é sogro do vereador local André Braga (PSC). O UOL pediu para falar diretamente com Jaime, mas, passados dez minutos, a mesma senhora disse que ele não poderia dar entrevista porque passou mal. O idoso aparece nas planilhas da Uerj com R$ 52 mil entre junho e agosto. A esposa do vereador Braga, Arlene Andrade Garcia Braga, também está lá: R$ 39 mil em julho e agosto.

Braga fez campanha para o Dr. Serginho, que gravou vídeo no Facebook agradecendo pelo apoio do amigo.

Por telefone, o UOL conversou com três apoiadores de Soraya Santos que constam nas planilha da Uerj, mas eles negam ter prestado serviços para a universidade: o motorista Amaury Campos Menezes (R$ 39 mil entre julho e agosto) e os microempreendedores Diego Peixoto Santos (R$ 52 mil entre julho e agosto) e Gilmar de Oliveira (R$ 39 mil entre julho e agosto).

A cabeleireira da cidade de Teresópolis, na região serrana, Bianca Silva Valentim falou com entusiasmo sobre seu auxílio à candidatura de Soraya. Ela afirmou que não atuou na campanha de rua, pois trabalha diariamente em seu salão, mas que “pediu muito voto” para as suas clientes. No fim da conversa de dois minutos, após uma pergunta específica sobre o trabalho para a Uerj, ela desligou o telefone. As planilhas da universidade mostram um total pago de R$ 52 mil entre junho e agosto.

Por telefone, o UOL conversou com três apoiadores de Soraya Santos que constam nas planilha da Uerj, mas eles negam ter prestado serviços para a universidade: o motorista Amaury Campos Menezes (R$ 39 mil entre julho e agosto) e os microempreendedores Diego Peixoto Santos (R$ 52 mil entre julho e agosto) e Gilmar de Oliveira (R$ 39 mil entre julho e agosto).

A cabeleireira da cidade de Teresópolis, na região serrana, Bianca Silva Valentim falou com entusiasmo sobre seu auxílio à candidatura de Soraya. Ela afirmou que não atuou na campanha de rua, pois trabalha diariamente em seu salão, mas que “pediu muito voto” para as suas clientes. No fim da conversa de dois minutos, após uma pergunta específica sobre o trabalho para a Uerj, ela desligou o telefone. As planilhas da universidade mostram um total pago de R$ 52 mil entre junho e agosto.

*Com Uol

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Justiça

Senador pede que Michelle seja indiciada por “atos antidemocráticos”

Randolfe Rodrigues (Rede -AP) acusa a primeira-dama de incentivar e patrocinar manifestações que questionam o resultado das eleições.

Segundo o Metrópoles, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) encaminhou, nesta terça-feira (13/12), um pedido de investigação e indiciamento da primeira-dama Michelle Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos.

Na peça, o parlamentar acusa Michelle de incentivar e patrocinar manifestações que questionam o resultado das eleições presidenciais em frente ao Quartel-General do Exército. Na noite dessa segunda-feira (12/12), as manifestações tiveram uma nova escalada com atos de vandalismo e veículos queimados em frente à Polícia Federal na capital do país.

Na petição apresentada, Randolfe relembra vídeo publicado por bolsonaristas nas redes sociais em que um homem vestido como segurança do Planalto entrega uma bandeja de comida para manifestantes presentes no Alvorada, em nome da primeira-dama. No documento, o senador pede a apuração do caso e a consequente punição de Michelle por patrocinar, diretamente, os atos.

“[Essa atitude] possui muito mais uma conotação simbólica de apoio político aos atos antidemocráticos do que propriamente um suporte material ao seu estabelecimento; e, talvez, o apoio simbólico seja o mais importante nessas situações, na medida em que indicaria que os autoritários de plantão encontram respaldo nos próprios atuais residentes do Palácio”, reforçou Randolfe.

A deputada federal eleita Erika Hilton (PSOL-SP) também pediu investigações contra Bolsonaro e a primeira-dama. Ela enviou ofício à Procuradoria-Geral da República pedindo abertura de inquérito para “apurar a responsabilidade civil e criminal” de ambos. No pedido, ela cita o crime previsto no art. 3o, da Lei 13.260/2016 (Lei Antiterrorismo) e um possível envolvimentos de outras naturezas nos “atos antidemocráticos ocorridos na noite do dia 12 de dezembro de 2022”.

“Segundo registros da situação, alguns manifestantes que participavam dos atos de vandalismo naquela noite foram prontamente acolhidos no Palácio do Alvorada, residência oficial do atual presidente Jair Bolsonaro e da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os criminosos, ainda, divulgaram em suas redes sociais vídeos afirmando que Michelle Bolsonaro teria enviado sanduíches e refrigerante para eles se alimentarem.”

“Segundo registros da situação, alguns manifestantes que participavam dos atos de vandalismo naquela noite foram prontamente acolhidos no Palácio do Alvorada, residência oficial do atual presidente Jair Bolsonaro e da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os criminosos, ainda, divulgaram em suas redes sociais vídeos afirmando que Michelle Bolsonaro teria enviado sanduíches e refrigerante para eles se alimentarem.”

Inquérito de vandalismo em Brasília

Além disso, o inquérito apresentado pelo parlamentar pede ao STF a devida responsabilização e prisão dos participantes nos tumultos da última segunda na capital. Até o momento, nem a Polícia Civil nem a Polícia Federal tinham apreendido qualquer suspeito do vandalismo registrado em Brasília.

Além dos envolvidos no episódio de depredação, Randolfe solicita o indiciamento de qualquer liderança presente nos acampamentos bolsonaristas por defender teses golpistas. O parlamentar acrescenta, também, a necessidade de dispersar participantes de vigílias em frente ao Palácio do Alvorada dado o cenário das manifestações.

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Lula vê papel de Bolsonaro em atos violentos, e Dino diz que PF atuará por punição

Presidente eleito fez pronunciamento em evento de encerramento da transição nesta terça (13).

Apoiadores do presidente Bolsonaro promoveram atos de violência que ocorreram em Brasília nesta segunda-feira (12), horas após a diplomação do presidente eleito.

“Esse cidadão até agora não reconheceu a sua derrota, continua incentivando os ativistas fascistas que estão nas ruas se movimentando. Ontem [segunda] ele recebeu esse pessoal no Palácio da Alvorada, não sei qual foi o estrago que foi feito no Palácio da Alvorada. Ele tem de saber que aquilo é patrimônio publico, não é dele, da mulher dele, do partido dele. É do povo brasileiro”, afirmou Lula.

“Ou seja, ele segue o rito que todos os fascistas seguem no mundo. É importante a gente saber que eles fazem parte de uma organização de extrema-direita que não existe apenas no Brasil. Existe na Espanha, na Itália, França, nos Estados Unidos, que tem como líder o presidente Trump, existe na Hungria existe em vários outros países, inclusive na nossa querida Argentina”, continuou o presidente eleito.

Também presente no mesmo evento, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou afirmou que os crimes políticos são de competência federal e promete providência contra os militantes que promovem atos antidemocráticos.

Sem citar nenhuma autoridade, Dino disse que muitas investigações e ações contra militantes que promovem ações antidemocráticas não estão avançando atualmente. No entanto disse que tudo será destravado a partir do dia 1º de janeiro, quando Lula toma posse.

“Temos feito a Polícia Federal as representações cabíveis no momento. Agora, no dai 1º de janeiro de 2023, aquilo que não pode ser feito nesses 15, 20 dias será feito. Porque não é apenas orientação política, é um imperativo da lei”, afirmou Dino.

Mais cedo, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que Bolsonaro é “cúmplice” da violência. A parlamentar criticou o fato de os manifestantes não terem sido presos e classificou os atos como “baderna” e “golpismo”.

*Com Folha

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Bolsonaro abriga Oswaldo Eustáquio no Palácio da Alvorada para que ele escape da cadeia

Agência Brasil – Manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e iniciaram um protesto que, por volta das 22h de segunda-feira (12), resultou no fechamento do Setor Hoteleiro Norte e de parte do Eixo Monumental, segundo informou a assessoria de imprensa da Polícia Militar.

Segundo a PM, os manifestantes colocaram fogo em carros e ônibus. Inicialmente a tentativa de invasão na PF foi controlada por unidades da Polícia Militar que estavam no local, mas o protesto cresceu e ainda não terminou. A assessoria informou que, além das unidades locais, foram acionadas as equipes táticas, o Batalhão de Choque e a equipe de operações especiais para controlar a situação.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não esteve em risco em nenhum momento em função das manifestações, informou o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, em uma coletiva noite desta segunda-feira.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) informou, por meio de nota, que as forças de segurança reforçaram a atuação em toda área central de Brasília “para controle de distúrbios civis, do trânsito e de eventuais incêndios. As ações começaram em frente ao edifício-sede da Polícia Federal (PF), em decorrência do cumprimento de mandado de prisão, e se estenderam para outros locais da região central.”

Segundo a nota, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito, como medida preventiva. A recomendação é que os motoristas evitem o centro da cidade.

“Destacamos, por fim, que as imediações do hotel em que o presidente da república eleito está hospedado tem vigilância reforçada por equipes táticas e pela tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal”, informou a secretaria.

O STF divulgou que José Acácio Serere Xavante é acusado de “condutas ilícitas em atos antidemocráticos”. A prisão foi solicitada ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo prazo de dez dias para garantir a ordem pública.

Conforme a decisão, o cacique Serere, como é conhecido, teria realizado nos últimos dias “manifestações de cunho antidemocrático” em frente do Congresso Nacional, no Aeroporto de Brasília, em um shopping e em frente ao hotel onde o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, está hospedado.

Para a PGR, o cacique “vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas” para cometer crimes, como ameaças de agressão contra Lula e ministros do STF.

A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa do cacique.

A Polícia Federal informou, por suas redes sociais, que cumpriu a ordem de prisão expedida por Alexandre de Moraes e que Serene Xaxante foi preso e “encontra-se acompanhado de advogados e todas as formalidades relativas à prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação, resguardando-se a integridade física e moral do detido.” A PF também informou que os distúrbios que aconteceram nas imediações do Edifício-Sede da Polícia Federal “estão sendo contidos com o apoio de outras forças de Segurança Pública do Distrito Federal (PMDF, CBMDF e PCDF).”

Repercussão

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse, pelas redes sociais, que, desde o início das manifestações, o ministério, por meio da Polícia Federal, “manteve estreito contato com a Secretaria de Segurança Pública do DF e com o governo do Distrito Federal a fim de conter a violência e restabelecer a ordem. Tudo será apurado e esclarecido”. Segundo Torres, a situação está se normalizando.

Em uma segunda postagem, Torres disse que “nada justifica as cenas lamentáveis que vimos no centro de Brasília”. “A Capital Federal tradicionalmente é palco de manifestações pacíficas e ordeiras. E seguirá sendo!”. Ele agradeceu o empenho da Secretaria de Segurança Pública do DF e do governo do Distrito Federal por todo apoio à Polícia Federal. Segundo o ministro, “tudo será apurado”.

Pelas redes sociais, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, condenou os protestos. “Inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política”, declarou.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também pelas redes sociais, definiu como absurdos os atos de vandalismos acontecidos na noite desta segunda-feira em Brasília “feitos por uma minoria raivosa”. “A depredação de bens públicos e privados, assim como o bloqueio de vias, só servem para acirrar o cenário de intolerância que impregnou parte da campanha eleitoral que se encerrou.” Pacheco acrescentou que as “forças públicas de segurança devem agir para reprimir a violência injustificada com intuito de restabelecer a ordem e a tranquilidade de que todos nós precisamos para levar o país adiante.”

Confira:

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https://twitter.com/domadordegado/status/1600542513432915968?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1600542513432915968%7Ctwgr%5E867dddd16d2d19114f12bfb93a7f9963ade77be2%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.brasil247.com%2Fregionais%2Fbrasilia%2Fbolsonaro-da-abrigo-no-palacio-da-alvorada-a-oswaldo-eustaquio-para-que-ele-escape-da-cadeia

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Vídeo: Ruralista de SP com fazenda em Mato Grosso banca indígena preso por incitar golpe em Brasília

Dide Pimenta, de Araçatuba, diz em vídeo que junto com amigos do Mato Grosso já mandou “uns 8 ônibus de índios” a Brasília “para manter a nossa democracia e nosso capitão no governo”.

Preso pela Polícia Federal (PF) por promover atos golpistas, o indígena José Acácio Serere Xavante, que ficou conhecido como Cacique Tserere, percorreu cerca de 500 quilômetros da sua cidade, Campinapolis, no interior do Mato Grosso, até Brasília, no Distrito Federal, com o patrocínio de um ruralista que explora terras na região.

Casado com uma mulher não indígena e autodeclarado pastor evangélico e missionário da Associação Indígena Bruno Ômore Dumhiwê, Serere Xavante já foi preso por tráfico de drogas, é filiado ao Patriotas – partido pelo qual foi derrotado na disputa à prefeitura local – e vive na Terra Indígena Parabubure, uma das demarcações feitas no Estado.

Natural de Araçatuba, no interior de São Paulo, Mauridis Parreira Pimenta é sócio de uma empresa de assessoria pecuária na cidade paulista, mas fez fortuna com a fazenda na região de Campinapolis, no Mato Grosso, onde é sócio de uma grande cooperativa de laticínios, entre outros empreendimento.

Conhecido como Dide, Mauridis teria financiado a viagem e estaria bancando a “estadia” do “Cacique Tserere” e de mais um grupo de indígenas de Mato Grosso que se juntou aos golpistas em Brasília.

Em vídeo divulgado em redes bolsonaristas, o próprio Dide afirma que bancou a ida dos indígenas à capital federal.

“Fui procurado pelo meu amigo e pastor Tserere que queria ir pra Brasília ajudar na manifestação. Então, há 10 dias que estamos conseguindo mandá-los pra lá e ajudá-los. Já mandamos aqui de Campinápolis, eu e um grupo de amigos, mais ou menos, contando com ontem, uns 8 ônibus de índios”, diz o ruralista.

Dide ainda pede ajuda aos amigos para enviar pix para ajudar na estadia dos indígenas acampados com os golpistas.

“Estamos com um pouquinho de dificuldade para manter esses índios lá. Então todo mundo está ajudando, passando pix direto para a conta do Serere ou pode passar até para a minha”, diz o fazendeiro, que ressalta que as doações são de “30, 40 até 200 reais”.

“E que Deus os abençoe porque estamos empenhados nessa luta junto com o Serere e os Xavantes para manter a nossa democracia e nosso capitão no governo”, finaliza.

*Com Forum

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Do golpismo ao terrorismo, com o aval do presidente da República

Palácio da Alvorada vira refúgio de procurados pela Justiça.

“A ordem é prender os vândalos”, anunciou no meio da noite de ontem o governador Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal. Mas até o início da madrugada nenhuma prisão ocorreu, e cerca de 200 bolsonaristas radicais permaneciam aglomerados defronte a um prédio da Polícia Federal na área central de Brasília.

Exigiam a libertação do indígena Serere Xavante, de 42 anos, preso horas antes por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República. Ele é acusado de envolvimento em manifestações antidemocráticas e com o tráfico de drogas.

Serere Xavante foi preso nos arredores do Palácio da Alvorada. Na noite do domingo, um aviso postado nas redes sociais dizia que os portões do palácio estavam abertos para quem quisesse acampar nos seus jardins. Centenas de bolsonaristas, abrigados perto do QG do Exército, atenderam ao chamado, levando cadeiras e agasalhos.

Michelle Bolsonaro, a primeira dama, mandou alimentá-los com sanduíches e café. Eles passaram toda a segunda-feira à espera de Bolsonaro. E quando ele apareceu, decepcionaram-se com o seu silêncio. O presidente limitou-se a saudá-los, levantando os braços. O gatilho da baderna foi então a prisão de Serere Xavante.

Enquanto os mais exaltados, de volta ao centro da cidade, tocavam fogo em carros e ônibus e atacavam o prédio da Polícia Federal, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, preso outras vezes e com medo de sê-lo novamente, fazia o caminho inverso. Pediu e obteve refúgio no Palácio da Alvorada, segundo seu advogado.

Na ótica bolsonarista, trata-se de livre expressão de pensamento, garantida pela Constituição. Não é. O monopólio da violência cabe ao Estado, que pode exercê-la para preservar a ordem pública. Quem prega a anulação de eleições em portas de quartéis é golpista. Quem toca fogo em carros e ônibus é terrorista.

Bolsonaro é o principal responsável por tudo isso. Por mais de ano tentou desacreditar o processo eleitoral. Uma vez derrotado, não reconheceu a vitória do seu adversário. Seu silêncio nada tem de obsequioso. Ao rompê-lo na semana passada, deu razão aos golpistas e estimulou-os a seguir nas ruas, amotinados.

No ato de diplomação do presidente eleito Lula da Silva, o ministro Moraes garantiu que “serão responsabilizados” os diversos grupos organizados que espalham a desinformação, professam o discurso de ódio e querem destruir a democracia. É o mínimo que se espera que seja feito, mas logo, sem demora nem concessões.

*Noblat/Metrópoles

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Carcaças de ônibus queimados e delegacia apedrejada: atos de vandalismo em Brasília termina sem nenhum preso; veja fotos

Quatro ônibus e três carros foram ‘totalmente consumidos pelas chamas’, segundo os bombeiros, e uma delegacia ainda estava com vidros estilhaçados na manhã seguinte aos ataques.

Segundo O Globo, o entorno da sede nacional da Polícia Federal, em Brasília, amanheceu nesta terça-feira com um rastro de destruição após apoiadores bolsonaristas tentarem invadir o prédio, em protesto à prisão de um líder indígena determinada pela Justiça após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) .

Carcaças de ônibus e carros queimados, lixeiras e caçambas derretidas, placas derrubadas e muito lixo, pedaços de pau e pedras se espalhavam pelas ruas do setor hoteleiro norte. O cheiro de ferro e plástico queimado ainda pairava no ar.

A delegacia mais próxima da PF, a 5ª DP, trazia a porta de vidro ainda estraçalhada — um manifestante arremessou do lado de fora uma pedra, que estourou a vidraça e ainda não foi recolhida, à espera da perícia. Dois agentes trabalhavam na manhã desta terça em meio aos vidros quebrados.

Na porta da Polícia Federal, onde os manifestantes tentaram resgatar um indígena preso — sob a acusação de tentar organizar atos violentos contra a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorreu na segunda-feira — cinco viaturas da Polícia Militar faziam a segurança do local. Quinze PMs patrulhavam a área tentando localizar alguma movimentação suspeita.

Manifestantes bolsonaristas ateiam fogo em ônibus durante protesto em Brasília — Foto: Cristiano Mariz

‘Consumidos pelas chamas’

De acordo com o Corpo de Bombeiros, sete veículos foram “totalmente consumidos pelas chamas”, sendo quatro ônibus e três carros. Um quinto ônibus foi danificado parcialmente.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que vai divulgar uma nota “até o fim da manhã” com um balanço das ações de repressão ao protesto.

Manifestantes bolsonaristas ateiam fogo em ônibus durante protesto em Brasília — Foto: Cristiano Mariz

Aos poucos, as carcaças dos ônibus incendiados estão sendo retiradas das vias da área central de Brasília. A operação é complexa porque o fogo consumiu todos os pneus. Para que eles possam ser arrastados, funcionários das concessionárias precisam esperar o ferro esfriar e trocar as rodas com marretas.

Ônibus que foi queimado por manifestantes bolsonaristas em Brasília — Foto: Eduardo Gonçalves/Agência O Globo

Guincho que rebocou ônibus queimado pertence a apoiador de Bolsonaro  — Foto: Eduardo Gonçalves /Agência O Globo

Só às 6h desta terça-feira a empresa conseguiu tirar o ônibus que estava atravessado em um viaduto, com riscos de cair — manifestantes tentaram empurrá-lo para baixo, mas não conseguiram porque as rodas ficaram presas na mureta.

O hotel onde Lula está hospedado amanheceu com poucas modificações visíveis no esquema de segurança. Do outro lado da rua, cinco PMs vigiam a entrada do local ao lado de uma viatura. Nos últimos protestos, grades de isolamento já haviam sido instaladas no lobby.

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