Liberação ocorreu via Cruz Vermelha após mediação do Egito e Catar; segunda fase das negociações permanece incerta.
AFP O Hamas libertou neste sábado (15) mais três prisioneiros israelenses como parte do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A Cruz Vermelha fez o transporte dos libertados até Khan Younis, onde foram entregues ao governo de Israel.
Há uma semana, o estado judeu ameaçava retomar ataques contra a população de Gaza, frente à paralisação nas liberações. O principal motivo foi o descumprimento dos termos do acordo por Israel, que bloqueava o acesso de palestinos ao território, assim como de mantimentos e materiais para reconstrução da região desolada pelo massacre.
Mediadores egípcios e cataris foram os responsáveis por articular as conversas entre o Hamas e o governo de Israel para manter o acordo de cessar-fogo. Após a libertação dos três prisioneiros, o Hamas aguarda a soltura de 369 palestinos e palestinas mantidos por Israel.
Mesmo com o gesto palestino, o chefe do Estado-maior de Israel, tenente-general Herzi Halevi afirmou que as forças do país estão preparando “planos de ataque”, sem dar detalhes sobre as possíveis ações militares.
A primeira fase do acordo se encerra em março. Ainda há incertezas se será possível alcançar a segunda fase, que colocaria fim ao genocídio israelense em Gaza. Em mais de um ano de ataques, mais de 47 mil pessoas morreram, grande parte delas mulheres e crianças.
Na segunda-feira (10) passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou provocar um “inferno” em Gaza se os prisioneiros israelenses não fossem libertados até este sábado, como estabelece o acordo de trégua que está em vigor desde 19 de janeiro.
O Hamas reagiu afirmando que as ameaças não tinham valor. “Trump deve lembrar que há um acordo [de trégua] que ambas as partes devem respeitar, e que essa é a única forma de fazer com que os prisioneiros retornem”, declarou Sami Abu Zuhri, um dos líderes do movimento.
Documento elaborado pelo setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) na sexta-feira que antecedeu a tentativa de golpe de 8 de janeiro 2023 alertava para o risco de violência e invasão dos prédios dos Três Poderes.
O chamado relatório 6 afirmava, por exemplo, que a divulgação do ato programado para aquele fim de semana era “alarmante”.
Os relatos das autoridades de segurança sobre este importante alerta, que poderia ter evitado o 8/1, se transformaram em um jogo de empurra. Quem recebeu o documento diz que não leu e quem não recebeu alega que trabalhou sem as informações necessárias para coibir a tentativa de golpe.
Segundo a Polícia Federal, o fato do texto não ter sido levado ao conhecimento dos responsáveis pelo esquema de segurança do DF configurou um ponto central nas falhas cometidas pela gestão da SSP.
No foco das responsabilidades está Anderson Torres, secretário de Segurança Pública do DF naquele momento. Segundo a PF, ele admitiu em CPI que o relatório lhe foi entregue.
Aos policiais, no entanto, Torres disse que viajou para os Estados Unidos sem saber de nada.
Mas no dia 7 de janeiro ele conversou, por telefone, com Marilia Alencar, delegada da Polícia Federal e, na época, responsável pelo setor de inteligência da SSP. Foi ela que elaborou o relatório 6.
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R$ 5 R$ 15 R$ 35 Qualquer valor Além disso, Torres fazia parte do grupo de WhatsApp chamado Difusão, o único que recebia alertas confirmados pela inteligência da secretaria.
Apesar disso, os advogados de Anderson Torres entraram com uma petição junto ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, no dia 6 de fevereiro, pedindo a anulação do processo contra ele e requisitando também que o STF marque uma oitiva e colha o depoimento do tenente coronel Rosivan Correia de Souza.
No inquérito interno da PM que apura as responsabilidades de oficiais envolvidos com a tentativa de golpe, Rosivan afirmou que entregou o relatório 6, lacrado, no gabinete da coronel Cintia, subsecretária de segurança, e que o envelope só foi aberto na segunda-feira seguinte.
A coronel Cintia também disse, na CPI do DF, que não tomou conhecimento do conteúdo do relatório até a segunda-feira porque não estava no gabinete no fim da tarde de sexta.
Ela voltou à secretaria no sábado, para uma reunião com o superintendente da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Mesmo assim não teria lido o relatório.
Essas versões acabam por inocentar Torres.
Porém, o depoimento de um outro PM contraria as declarações de Rosivan e de Cintia.
O coronel Jorge Henrique da Silva Pinto declarou, no inquérito interno da PM, que entregou o relatório ao tenente coronel Rosivan às 17 horas 24 minutos 47 segundos e que as câmeras internas da SSP poderiam comprovar não só o horário da entrega do documento mas também que Rosivan abriu o envelope e tomou conhecimento do assunto.
Jorge Henrique era subordinado a Marília, autora do relatório, e contou que ele mesmo revisou o documento antes de entregar a Rosivan. Ele também disse que ouviu Marília dizer que havia conversado com a coronel Cintia sobre o conteúdo do relatório, que alertava para os riscos graves daquele fim de semana.
O texto dizia, por exemplo, que a convocação para o ato, em Brasília, entre os dia 6 e 8 de janeiro, tinha o título de “Tomada de Poder pelo povo” e as divulgações do ato “apresentam-se de forma alarmante, dada a afirmação de que a “tomada de poder” ocorreria, principalmente com a invasão do Congresso Nacional.
Essa diferença na descrição dos fatos só veio à tona por insistência da defesa de um dos policiais militares acusado de participação na tentativa de golpe. Os advogados dele alegaram ao STF que não tinham acesso ao inquérito interno da PM.
O Supremo deu vários ultimatos à Polícia Militar para que entregasse todo o conteúdo do inquérito em andamento na corporação.
Por mais de uma vez o prazo dado pelo STF não foi cumprido. Em maio do ano passado, o tribunal deu um ultimato: 24 horas para o inquérito ser entregue.
A PM, então, enviou mais de 1.000 páginas desorganizadas, que tornaram difícil a pesquisa dos advogados interessados no conteúdo.
Aos poucos, detalhes importantes estão vindo à tona.
Pastor Henrique Vieira lançou abaixo-assinado contra proposta que ala bolsonarista busca emplacar na Câmara.
O deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) lançou esta semana uma mobilização contra a ideia de anistia para os participantes dos ataques do 8 de janeiro. A iniciativa surge em meio à tentativa da ala bolsonarista de emplacar a proposta por meio de um projeto de lei (PL) na Câmara dos Deputados. O tema esteve em debate na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no ano passado, quando o PL foi um dos elementos da queda de braço entre a extrema direita e setores do campo progressista.
Após uma série de faíscas ocorridas na CCJ, o então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), retirou o projeto do colegiado e criou uma comissão especia para analisar o texto, que tramita como PL 2858/2022. A medida é assinada pelo ex-deputado e ex-líder do governo Bolsonaro Major Vitor Hugo (PL-GO), que propõe anistia para crimes políticos e eleitorais registrados a partir de 30 de outubro daquele ano, quando Lula (PT) derrotou Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, até a data em que o PL entrar em vigor, caso seja aprovado. A comissão criada por Lira não chegou a operar e o texto está parado na Câmara, mas é alvo de costuras políticas por parte da bancada bolsonarista. O grupo tenta convencer o novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o texto.
Vieira defende que não cabe anistia para o caso porque os participantes do 8 de janeiro atuaram com o objetivo de golpear o Estado democrático de direito. “O objetivo dessa anistia, no limite, é livrar Bolsonaro a alguns generais, grandes empresários, essa cúpula que organizou uma tentativa de golpe. Eles usam o pretexto de anistia humanitária, o que chega a ser risível, porque eles vivem glorificando a violência, a ditadura, a tortura, sem nenhum princípio ético, nenhum apego à humanidade”, critica o psolista.
A conjuntura política da Câmara é caracterizada pela hegemonia de partidos alinhados à direita. Siglas do campo progressista ocupam pouco mais de 100 entre as 513 cadeiras da Casa. O segmento inclui PT, PSB, PDT, PSOL e Rede. A pauta da anistia é entoada sobretudo por legendas da extrema direita, enquanto no campo da direita liberal não há nitidez sobre o posicionamento dos integrantes a respeito do assunto. Nos bastidores, lideranças avaliam que seria necessário defender uma redução das penas que têm sido aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que chegam a 17 anos de reclusão em alguns casos e não incluem os mandantes dos atentados, abarcando apenas aqueles que atuaram diretamente na depredação dos prédios.
É nesse cenário que a ala bolsonarista vê uma janela de oportunidade e tenta construir uma saída para levar adiante o PL 2858. Uma das abordagens do grupo é a busca por uma negociação naquilo que se refere às penalidades aplicadas. “O que eu estou percebendo é que, se ficar no ritmo da Casa, sem uma pressão externa, é possível e até provável que a anistia seja colocada para votar e seja aprovada”, afirma Vieira.
Ele também critica a postura que Hugo Motta tem assumido diante do tema. A conduta do paraibano tem sido escorregadia: apesar dos acenos críticos à ditadura em seu discurso de posse, Motta afirmou, em entrevista concedida no último dia 7 a uma rádio de João Pessoa (PB), que não teria havido tentativa de golpe no 8 de janeiro.
A declaração gerou reações porque o discurso bate de frente com a leitura professada por diferentes setores políticos e civis, que têm denunciado os atentados como uma ofensiva de caráter golpista. Já nos últimos dias Motta teria dito ao STF que vê a proposta de anistia como uma “pauta tóxica”, segundo apurações divulgadas pelo jornal O Globo. A conduta do presidente em relação ao tema tem chamado a atenção de parlamentares do campo da esquerda. “Como eu percebo que a correlação de forças na Casa é um tanto quanto desfavorável e que o presidente Hugo Mota cada vez mais está flertando com a extrema direita, é preciso, portanto, pressão de fora, pressão popular da nossa sociedade para poder constranger os deputados e impedir [a aprovação da proposta]”, defende Vieira.
O parlamentar sublinha que, apesar da pressão, não cultiva “ilusões” em relação ao novo presidente da Câmara. “Hugo Motta é sucessor do Lira, indicado por Lira e próximo a Eduardo Cunha [ex-presidente da Casa cassado em 2016]. Não acho que a gente deva ter tantas ilusões assim quanto a ele. É buscar o diálogo, mas não se iludir. Ele fala que dia 8 de janeiro não houve tentativa de golpe, ele fala que tem ódio e nojo à ditadura, mas está dialogando e pactuando com os defensores declarados da própria ditadura. Não sei se ele consegue perceber o tamanho do suposto contrassenso ou se é um jogo de cena. Enquanto ele faz sinalizações democráticas para fora, ele está articulando projetos antidemocráticos por dentro”, critica Vieira.
Mobilização O deputado lançou um abaixo-assinado virtual para pressionar os parlamentares a não pautarem e não aprovarem a proposta bolsonarista. Um outro abaixo-assinado digital com esse mesmo teor foi lançado por entidades civis do campo progressista na última semana e conta atualmente mais de 92 mil assinaturas. Questionado pela reportagem se não seria mais estratégico um somatório de forças com o segmento para massificar a campanha, o deputado Henrique Vieira diz considerar que havia necessidade de uma iniciativa que partisse de dentro da Câmara.
“Nós já sabíamos do abaixo-assinado deles e eu até conversei com algumas lideranças da sociedade civil, mas eu achava importante ter uma iniciativa específica de dentro do parlamento pra fazer um contraponto a esse grupo [da extrema direita], que defende a anistia. Vejo como campanhas complementares, que ampliam o nosso alcance e nos fazem chegar a cada vez mais gente. Vejo mais como um acréscimo de forças e valorizo muito a iniciativa destas organizações.”
O deputado também reconhece que o tema de combate à anistia ainda carece de maior popularização e capilaridade na sociedade. Assim como todos os outros assuntos de ordem política, a pauta disputa as atenções com diversas outras demandas sociais, como, por exemplo, a alta do custo de vida. “Infelizmente, nós temos uma democracia ainda muito frágil, então, o tema ‘democracia’ não tem a importância que deveria ter, mas justamente por isso também uma campanha. Nós estamos lançando vídeos, nós estamos falando no plenário, nós estamos aproveitando cada espaço que a imprensa nos dá porque é um trabalho parlamentar de demonstrar o quanto é grave.”
Com crescimento de 11,1% em relação a 2024, a produção de grãos no Brasil deve atingir 325,3 milhões de toneladas, impulsionada pelo avanço da soja e do milho Em janeiro, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2025 deve totalizar 325,3 milhões de toneladas, 11,1% maior que a obtida em 2024 (292,7 milhões […]
Com crescimento de 11,1% em relação a 2024, a produção de grãos no Brasil deve atingir 325,3 milhões de toneladas, impulsionada pelo avanço da soja e do milho
Em janeiro, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2025 deve totalizar 325,3 milhões de toneladas, 11,1% maior que a obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas com aumento de 32,6 milhões de toneladas; e 0,8% acima da informada em dezembro, com acréscimo de 2,7 milhões de toneladas. A área a ser colhida foi de 80,9 milhões de hectares, acréscimo de 2,4% frente à área colhida em 2024, com aumento de 1,8 milhão de hectares, e acréscimo de 0,6% (472.102 hectares) em relação a dezembro.
Segundo o IBGE, o arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 92,9% da estimativa da produção e respondem por 87,5% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 2,9% na área a ser colhida do algodão herbáceo (em caroço); de 6,7% na do arroz em casca; de 0,6% na do feijão; de 2,8% na da soja, de 2,1% na do milho (declínio de 1,4% no milho 1ª safra e crescimento de 3,0% no milho 2ª safra) e de 2,7% na do sorgo, ocorrendo declínio de 2,6% na do trigo.
Em relação à produção, houve acréscimos de 1,6% para o algodão herbáceo (em caroço); de 8,3% para o arroz; de 10,9% para o feijão, de 14,9% para a soja, de 8,2% para o milho (crescimento de 10,0% para o milho 1ª safra e de 7,8% para o milho 2ª safra), de 5,4% para o sorgo, bem como decréscimo de 3,3% para o trigo.
A estimativa de janeiro para a soja foi de 166,5 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 124,1 milhões de toneladas (25,2 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 98,9 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 11,5 milhões de toneladas; a do trigo em 7,3 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 9,0 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 4,2 milhões de toneladas.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para as Regiões Centro-Oeste (10,1%), Sul (15,4%), Sudeste (10,8%), Nordeste (9,8%) e Norte (3,6%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos na produção a Região Norte (0,1%), a Nordeste (0,1%) e a Centro-Oeste (2,7%). A Região Sudeste apresentou estabilidade, enquanto a Sul apresentou declínio (-1,6%), de acordo com o Cafezinho.
Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 29,7%, seguido pelo Paraná (13,4%), Rio Grande do Sul (12,4%), Goiás (11,1%), Mato Grosso do Sul (7,8%) e Minas Gerais (5,4%), que, somados, representaram 79,8% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (48.9%), Sul (27,8%), Sudeste (8,8%), Nordeste (8,7%) e Norte (5,8%).
Destaques na estimativa de janeiro de 2025 em relação ao mês anterior
Em relação a dezembro, houve aumentos nas estimativas da produção do sorgo (8,9% ou 341 793 t), da batata 3ª safra (5,0% ou 42 246 t), do feijão 1ª safra (4,7% ou 54 579 t), do milho 2ª safra (3,6% ou 3 395 514 t), do feijão 3ª safra (3,4% ou 26 722 t), do tomate (2,1% ou 91 134 t), da cevada (2,0% ou 8 300 t), do algodão herbáceo – em caroço (1,6% ou 137 530 t), da batata 1ª safra (1,5% ou 30 400 t), do milho 1ª safra (0,7% ou 173 667 t), da batata 2ª safra (0,2% ou 2 520 t), do café canephora (0,0% ou 329 t), e declínios nas estimativas da produção do trigo (-7,7% ou -609 361 t), do feijão 2ª safra (-2,2% ou -31 335 t), da mandioca (-2,0% ou -417 807 t), do café arábica (-1,7% ou -36 855 t), da cana-de-açúcar (-1,3% ou -9 347 810 t) e da soja (-0,4% ou -750 197 t).
A extrema direita e a mídia hegemônica pregam um “terrorismo econômico na população”, enfatizando o aumento dos gastos públicos e reforçando a ideia de que a economia do Brasil caminha mal. Um cenário “mentiroso para que as pessoas promovam a redução de gastos sociais”. Essa é a avaliação de Fábio Sobral, professor de economia da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Furno salienta como “cortar gastos não nos leva ao equilíbrio fiscal” e que eventuais reduções, fruto de medidas de austeridade fiscal, interferem diretamente na vida e bem-estar da população, principalmente nas camadas mais pobres, o que se reflete nos resultados no Produto Interno Bruto (PIB).
“Quando o Brasil entra nessa lógica mais ‘austericida’ e neoliberal a partir do ano de 2016, culpando a crise econômica pelos excessos, sobretudo de gastos públicos e ativismo estatal, é instituída a lei de Teto de Gastos, que inclusive estava na Constituição e propunha resolver o problema do desequilíbrio fiscal cortando gastos. O resultado foi que o desequilíbrio fiscal aumentou no país”, relembra.
Nesse sentido, Sobral explica que o aumento dos gastos públicos, principalmente os voltados a saúde e educação, só reforça como “o governo só ganha se gastar”, visto que o investimento na população aquece a economia e reflete no bem-estar social e econômico em todo território nacional. “Na medida em que o governo gasta, ele promove uma espécie de reação em cadeia, onde outros setores começam a produzir e arrecadar tributos”, ilustra o professor.
Para Furno, a tentativa de associar despesas sociais a um descontrole financeiro ignora o impacto positivo que esses investimentos geram na economia. “Na verdade, quando se cortam gastos sociais, a arrecadação também cai, porque menos dinheiro circula na economia, afetando diretamente o consumo e a produção”, aponta.
Sobral destaca ainda as contradições do governo brasileiro, que aplica parte de seus recursos em títulos da dívida emitidos pelos Estados Unidos. “Nós somos responsáveis por sustentar os gastos do governo americano. Mas eles querem reduzir os gastos com educação na escola pública, no hospital público, entende? O Banco Central comprou títulos da dívida pública americana e esses recursos ajudam a financiar as bombas que caem em Gaza e no sul do Líbano”, expõe.
O economista sugere ainda que enquanto o país contribui indiretamente para o financiamento do orçamento dos EUA, que inclui despesas militares, o “Brasil segue com dificuldades para investir em infraestrutura, educação e saúde para a sua própria população”.
O impacto da exportação no preço dos alimentos
Além do impacto direto dos investimentos sociais, o preço dos alimentos se tornou um dos principais desafios do governo. A alta constante de itens essenciais, como o café e o arroz, tem sido explicada não apenas por fatores climáticos, mas também por decisões estratégicas do agronegócio. “Há uma opção do agronegócio de exportar mercadorias ao invés de priorizar o mercado interno”, analisa Juliane Furno.
Segundo a comentarista, essa decisão resulta em preços elevados para os consumidores brasileiros, pois a produção nacional segue atrelada às cotações internacionais e à valorização do dólar. “A prioridade tem que ser o mercado interno e matar a fome da nossa sociedade”, defende a economista.
Com forte presença no Congresso, a bancada do Agro representa muita força na política nacional. Por consequência, influenciam nas tomadas de decisão que surtem efeitos do macro – nas transações internacionais de comercialização de insumos produzidos no Brasil – ao micro, principalmente na garantia, ou falta de, alimento na despensa e pratos dos brasileiros.
Segundo ele, a reconstrução de uma política de abastecimento é essencial para evitar que o mercado externo continue ditando os preços dos alimentos no Brasil. “É preciso reconstruir esse sistema de armazenamento de alimentos, dar suporte financeiro à pequena produção, que garante emprego, renda e estabilidade. O agronegócio recebe bilhões em subsídios, mas a agricultura familiar, que realmente alimenta a população, fica desamparada”, argumenta Sobral.
Este “caos alimentar”, como ilustra o professor, acaba sendo endossado pela postura dos macroprodutores do agro, que priorizam a exportação de seus produtos e comercializam alimentos como café e soja de maneira desenfreada para fora do país, sem garantia de abastecimento interno mínimo.
Furno complementa que uma das maneiras de assegurar o fornecimento de alimentação básica às camadas mais carentes da população “poderia ser a implementação de um ‘sistema de cotas’, do quanto se pode exportar levando em consideração as necessidades internas brasileiras”.
O peso da economia nas eleições de 2026
Diante desse cenário econômico, o debate sobre as eleições presidenciais de 2026 já começa a se intensificar. A alta no preço dos alimentos tem sido apontada como um fator determinante para a popularidade do presidente Lula, que registrou sua primeira queda de aprovação desde o início do mandato. “O governo Lula precisa ter cuidado com isso”, alerta Sobral. Para ele, o impacto da economia na decisão do eleitorado será decisivo no próximo pleito.
O professor traça ainda um paralelo com o cenário norte-americano, citando a perda de apoio do presidente Joe Biden mesmo em meio a um contexto econômico relativamente estável. “A juventude americana se sentiu traída e não compareceu às urnas. No Brasil, a questão econômica tem um peso ainda maior”, observa.
Para ele, enfrentar o domínio do setor especulativo e adotar políticas que protejam o mercado interno será fundamental para evitar um desgaste eleitoral ainda maior. Com BdF.
Presidente disse que vai apresentar denúncia à Organização Mundial do Comércio caso o aço brasileiro seja tributado
O presidente Lula (PT) afirmou que caso Donald Trump siga em frente com suas ameaças e taxe a importação sobre o aço brasileiro nos Estados Unidos, o governo fará uma denúncia à OMC (Organização Mundial do Comércio). Lula ainda fez menção a uma recriprocidade de aplicação de tarifas.
O petista diz não desejar desavença com o governo americano, mas caso a taxação seja aplicada, o Brasil tomará uma medida. “Se fizer, nós vamos reagir comercialmente ou vamos denunciar à OMC ou taxar os produtos que a gente exporta aqui”, disse Lula. Em seguida, completou: “O Brasil não tem contencioso internacional. Se o Trump tiver esse comportamento com o Brasil, eu vou ter com os EUA. Haverá reciprocidade”.
Sobre seu relacionamento com Trump, Lula havia dito à Rádio Clube do Pará que “não há relacionamento”. “Existe relação entre governos.”
“O que estou preocupado é que os Estados Unidos, depois da Segunda Guerra, virou uma espécie de patrono da democracia, eles se colocaram nessa posição. Agora, os discursos não são mais esses, e me parece que a democracia não está valendo tanto”, afirmou.
“Agora, estão defendendo o protecionismo, vou taxar os países, vou tomar o Canadá, o golfo do México, vou expulsar milhões de pessoas. É um discurso que não tem nada a ver com o que os EUA fizeram após a Segunda Guerra.”
Desde que tomou posse como presidente em janeiro deste ano, Trump vem anunciando a implantação de tarifas a produtos importados de outros países, incluindo o Brasil, segundo o ICL.
A direita sorumbática, sem nomes, vive hoje nesse zigue-zague meia bomba, meio tonta, dando como certa a vitória de Lula em 2026.
Ela não busca e nem entrega nada no Congresso. Só paspalhice lacradora de rede que já deu no saco até de bosonarista bobo alegre.
Isso expõe uma falta de rumo inacreditável.
Essa gente nunca construiu nada, mas sabe muito bem destruir, hoje, nem isso.
É só bestice asnada que, de tão tola, vive só de gorjetas miúdas nas redes.
Gente desse naipe, que sempre viveu de punho alheio, vê Bolsonaro cada dia mais condenado e preso, o que reduz a sua cotação a quase zero nesse umbral de espertíssimos idiotas.
Pode ser que a prisão de Bolsonaro dê algum gás para a direita tentar cavar um nome que ao menos tenha condição de enfrentar Lula em 2026.
Até então, nada de novo. A direita, hoje, em termos de liderança política, está a pão e água
mia e do dinheiro circulando entre a população para impulsionar o crescimento econômico do Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira (14), em entrevista à Rádio Clube do Pará, que a chave para o crescimento da economia brasileira nos últimos anos está atrelada à distribuição de riqueza, um modelo que, segundo ele, tem desafiado as previsões dos analistas econômicos e das grandes instituições financeiras internacionais. O chefe do Executivo ressaltou que, ao contrário do que sugeriam projeções pessimistas, a economia brasileira registrou um crescimento de 3,2% em 2023, superando as expectativas iniciais de 0,8%. Para o presidente, o Brasil está em um ciclo de recuperação que deve continuar a surpreender, com previsões de crescimento de 3,7% para 2024 e mais de 3% nos anos seguintes.
Lula compartilhou, um episódio que exemplifica sua visão sobre a recuperação econômica do país. “Quando tomei posse, logo em janeiro fui a Hiroshima, no Japão, no encontro do G7. Lá encontrei a diretora-geral do FMI que veio me cumprimentar e dizer que lamentava profundamente que o Brasil ia crescer somente 0,8%. E eu disse para ela: ‘você não conhece o Brasil e o meu governo. Nós vamos crescer mais do que isso’. E o que aconteceu? Nós crescemos 3,2%, quase quatro vezes aquilo que ela previa”, declarou. Ele ressaltou que, apesar das previsões do mercado e dos analistas, o Brasil está apresentando resultados econômicos muito mais robustos.
Ao comentar sobre o resultado em 2024, Lula foi enfático: “O pessoal começou a dizer que em 2024 iríamos crescer 1,5% no máximo. Vamos crescer 3,7%. E começa agora outra vez ‘o Brasil vai diminuir’. Vai crescer mais.” Para o presidente, essas análises falham em entender o que realmente está impulsionando o crescimento no Brasil, que, segundo ele, não pode ser explicado apenas pela macroeconomia, como é comum entre os economistas tradicionais e os formuladores de políticas monetárias.
Em sua análise, Lula deu destaque à microeconomia, afirmando que o principal motor da economia brasileira é o dinheiro que circula nas mãos da população mais pobre. “O que vale para mim na economia é a quantidade de dinheiro que está circulando no bolso do povo pobre, trabalhador, pequeno proprietário rural. E esse dinheiro está crescendo. Quando o dinheiro está na mão do povo, circulando, o cara que pega R$ 200, R$ 300, R$ 500, ele não vai comprar dólar, não vai aplicar em títulos do governo. Ele vai comprar o que comer, vestir, material escolar, um chinelo, um sapato. Ou seja, esse dinheiro volta imediatamente para o mercado”, explicou.
Para o presidente, essa dinâmica faz com que o dinheiro que circula entre a população seja reinvestido no mercado, gerando novos empregos e ampliando o consumo. “Ele [o dinheiro] voltando, alguém vai ter que contratar mais um emprego. Aí o mercado contrata da fábrica e a fábrica vai ter que contratar mais um emprego, pagar mais um salário, e vai ter mais um consumidor. É isto que está fazendo a economia brasileira surpreender”, afirmou. Lula criticou também a visão dos analistas econômicos que, segundo ele, se concentram apenas nas previsões negativas e raramente reconhecem o impacto positivo das políticas de distribuição de renda.
Lula também destacou as iniciativas do seu governo para promover a recuperação e o crescimento contínuo da economia, como o programa Nova Indústria Brasil, que visa investir mais de R$ 1 trilhão em seis áreas estratégicas da economia nos próximos anos, e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que envolve R$ 1,8 trilhão em investimentos públicos e privados.
“Temos um programa de recuperação da indústria, o Nova Indústria Brasil, que ataca seis áreas da economia, que está crescendo com mais de R$ 1 trilhão de investimentos para os próximos anos. Temos o PAC, que envolve R$ 1,8 trilhão que está sendo investido entre poder público, financiamentos dos bancos públicos e privados e iniciativa privada”, afirmou. Com 247.
O menino de 4 anos foi batizado com o nome exótico de X Æ A-Xii, e é conhecido apenas como X.
Viralizou nas redes sociais o vídeo em que um dos filhos de Elon Musk, que acompanhava o pai em uma reunião no Salão Oval da Casa Branca, manda o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, calar a boca.
O menino de 4 anos, chamado X Æ A-Xii, e conhecido apenas como X, foi junto com o pai para o evento em que o dono da Tesla discursava ao lado do presidente. Na gravação, é possível ouvir o menino mandar Donald Trump se calar.
A criança fala: “Você não é o presidente, você precisa ir embora”, momento em que presidente vira o rosto para o outro lado. O menino continua falando e dispara: “Eu quero que você se cale.” E depois emite sons indicando silêncio como “Shhh”.
Vestindo um boné preto com o lema “Make America Great Again”, o magnata da SpaceX e da Tesla conversou com os jornalistas enquanto Trump sentava-se atrás da mesa presidencial.
Nomeado pelo presidente americano para liderar o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), Musk alertou que, sem os cortes, os Estados Unidos iriam à falência. Ele admitiu que cometeria “erros”, mas disse que estaria enfrentando o que chamou de poder de uma burocracia “não eleita”.
Trump assinou um decreto que concede ao Doge mais poderes para ordenar que os chefes dos departamentos governamentais se preparem para novos cortes. Os críticos consideram os cortes liderados por Musk uma concentração inconstitucional de poder na Presidência.
Mas Musk teve algo a mais com o que se preocupar no Salão Oval. De vez em quando, ele interrompia sua fala para tentar distrair “X”, seu filho com a cantora Grimes, que Donald Trump descreveu como uma criança com “um QI elevado”.
Nos ombros do pai ou sentado no chão, o menino não se deixou impressionar pelas câmeras. Ele ainda brincou com as orelhas do pai, antes de ser entregue a uma mulher, que o levou para fora da sala.
Musk ironiza detratores Foi uma aparição pouco ortodoxa de Musk, cujo estilo iconoclasta atraiu Trump quando ele buscava um líder para a sua reforma governamental.
Questionado sobre o que achava de seus “detratores”, Musk brincou: “Eu tenho detratores? Acho que não.” Depois, disse que, graças à vitória eleitoral de Trump, não poderia haver “um mandato mais forte”. “As pessoas votaram por uma reforma governamental importante, e é isso que elas terão.”
Musk também foi perguntado sobre possíveis conflitos de interesses, uma vez que a SpaceX possui bilhões de dólares em contratos com o mesmo governo que ele audita. O empresário afirmou que estava sendo “transparente”. “Vou ser escrutinado sem parar.”
Depois de Musk, Trump tomou a palavra. Ele elogiou o trabalho do empresário e criticou os juízes que bloqueiam alguns dos seus planos.
Durante o ato de meia hora, Musk deixou claro quem era o chefe: “Converso com frequência com o presidente, para garantir que é isso que ele quer que aconteça, então conversamos quase todos os dias.”