Sem dúvida, o maior escândalo de corrupção na Lava Jato foi praticado pela força-tarefa de Lava Jato.
Com o “nobre” objetivo de criar a Fundação Moro, os espertos da Lava Jato queriam embolsar “em nome das boas causas” R$ 2,5 bi da Petrobras.
A grana preta, que pertencia aos cofres da união, já tinha ido parar, na maior cara dura, na conta de Dallagnol, com comprovante de depósito de tudo.
Isso, sem falar que o vigarista, que posava de beato do jejum, correu nos bancos para ver quem pagaria mais na aplicação dessa grana roubada. Tudo devidamente documentado.
Alguém viu essa notícia no Jornal Nacional? Foi manchete de algum jornalão?
Teve capa da Veja denunciado essa tentativa roubo?
MBL e Vem Pra Rua convocaram manifestação na Paulista contra esse assombroso caso de corrupção envolvendo os filhos de Januário?
O ministro Barroso, do STF, deu o ar da graça pra passar um carão nos seus protegidos?
Nada. Nada disso aconteceu.
É como se essa tentativa descarada de roubo 2,5 bilhões da Petrobras, protagonizada pelos lavajatistas, nunca tivesse existido.
Mas existiu, justificaram que não era grana pública, mas a PGR azedou o leite que sairia direto das tetas da Petrobras para cair na conta dos “heróis do combate à corrupção” comandados por Moro.
Agora chega a notícia que parte daquela grana “que não era pública” vai pro MEC e a mídia dá essa notícia sem associá-la à tentativa de roubo dos heróis que ela criou para promover dois golpes, o primeiro, contra Dilma e, o segundo, contra Lula.
Em outras palavras, todos os membros da força-tarefa da Lava Jato, que tentaram roubar esse trem pagador, estão impunes.
Como Moro conseguiu, em apenas uma semana, desmoralizar os três poderes da República? Esta é uma pergunta que muitos devem se fazer.
Moro orbitou junto ao Ministério Público para denunciar Glenn, por vingança, por ter revelado, através do Intercept, muias de suas trapaças na Lava Jato. Foi ainda mais longe, mostrando que tem total controle sobre o aparelho judiciário do Estado, fazendo Fux suspender, como queria Moro, o juiz de garantias. Moro atropelou não só a Presidência, o Congresso, mas o próprio STF.
O último episódio, na mesma semana, foi ter colocado Bolsonaro de joelhos diante das câmeras em rede nacional ao vivo e a cores, fazendo revogar a decisão de tirar de suas mãos a pasta da Segurança Pública e, consequentemente, a Polícia Federal.
Uma coisa a gente aprendeu com muita clareza com a vaza jato. Moro não joga pra perder e muito menos joga limpo.
Moro é frio, calculista e quer ter o controle total da manete para salvar aliados ou matar seus adversários usando os métodos fascistas nas sombras do poder, dignos dos ditadores mais facínoras.
No dia da prisão de Lula quem deu todas as coordenadas para a PF, foi Moro, ainda juiz.
No dia em que o desembargador Rogerio Favreto deu a ordem de soltura de Lula, Moro abandonou as férias e manipulou, desde a carceragem até os seus aliados do TRF-4 para que Lula não fosse solto.
Moro já havia mostrado, no episódio em que grampeou e vazou para a Globo o conteúdo da ligação de Dilma para Lula, que ele cometeu dois crimes, o da clandestinidade da gravação, pois, no momento em que gravou a conversa, Moro já não estava mais sob a cobertura de seu próprio despacho, pois naquele momento já estava suspendido a operação. Mas Moro continuou agindo como um hacker e fez questão de, pessoalmente, entregar a gravação para a Globo e propor chamadas fora do Jornal Nacional para insuflar a sociedade contra Dilma, com o objetivo de botar mais fermento no golpe. Pior, editou a gravação, como ficou comprovado, fazendo parecer que havia uma armação de Dilma para dar a Lula o foro privilegiado. Tudo pensado e calculado para fornecer matéria prima para seu objetivo principal, tirar Lula da disputa presidencial e barganhar com Bolsonaro ou Alckmin um assento no Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Para quê? Provavelmente para ter o maior banco de dados possível para oferecer proteção a aliados, como se viu pela Vaza Jato ele abortando uma investigação contra FHC, manipulando o PGR Aras para que interferisse no caso Marielle para desqualificar a acusação de envolvimento do clã Bolsonaro com o caso.
Não deu exatamente certo esse caminho, então Moro buscou outro ainda mais perigoso e cruel, colocou seus gorilas da PF para dar um calor no porteiro do condomínio de Bolsonaro, arrancando dele o máximo de informações daquele fatídico dia do assassinato de Marielle para usar, de uma lado, como chantagem e, do outro, pressionar o porteiro para se auto delatar, dizendo que a culpa no final das contas, foi dele, do porteiro. Uma história que beira ao ridículo, maior que a falsa facada de Bolsonaro.
A verdade é que, como diz o ditado popular, Moro veio fazendo vidinha. Ninguém sabe exatamente como e porque ele foi parar na fase final da farsa do mensalão como assistente da ministra Rosa Weber, mas certamente, ao contrário da fantasia tosca que conta de que a Lava Jato foi inspirada na operação Mãos Limpas da Itália, Moro, que já tinha um bom know hall de parceria com Youssef no caso assombroso do Banestado, a partir a ação penal 470, deu início a toda a farsa da Lava Jato, utilizando seu doleiro de confiança, Youssef, para dar o start à novela na qual já havia fechado contrato com a Globo, tanto que foi premiado pelos Marinho antes mesmo da operação ganhar a visibilidade que ganhou.
O fato é que, nesses cinco anos de Lava Jato, Moro, com a assistência direta de Dallagnol, montou certamente o maior banco de dossiês contra políticos, juízes e ministros do STF de que se tem notícia na história do Brasil. E com certeza usa de forma homeopática suas informações de acordo com o caso. No caso de Fux, certamente, não foi uma ameaça de revelar ao Brasil que a cabeleira dele é postiça para fazer o ministro criar uma situação inédita de atropelar, monocraticamente, uma decisão do presidente da Corte no caso da suspensão do juiz de garantias. Aliás, a palavra garantia, para Moro, é sua maior inimiga. Moro é uma espécie de cangaceiro togado que usa todos os subterfúgios, mas sobretudo a força da mídia para impor suas leis, como fez em parceria com a Globo, destruindo reputações e condenando seus inimigos pela força da opinião publicada. Ou seja, o cara é sujo 24 horas por dia em cada passo que dá, em cada grampo que faz, em cada campo que fuça.
Assim também ele tentou ficar maior que Gilmar Mendes quando escaramuçou a sua vida e de sua esposa na Receita Federal, produzindo a ira santa de Gilmar contra ele.
Na ideia de criar uma mera estrutura política com uma fundação privada, usando dinheiro público da Petrobras, numa descarada tungada, tentada por ele e Dallagnol, com R$ 2,5 bilhões, Moro mostra que tem olho em todo o tabuleiro do xadrez, mesmo que jogadas como essa tenham dado chabu.
Seja como for, Moro mostrou que tem munição na manga, e não é pouca, para enfrentar grandes adversários. Com Lula, não teve jeito, teve que se expor muito além da conta e acabou sendo desmascarado pelo Intercept, dando a Lula munição para provar não só ao Brasil, mas também à comunidade jurídica internacional que Moro é um sacripanta. Imagem fixada no documentário Democracia em Vertigem que concorre ao Oscar e faz do bandido de Curitiba um vilão de status internacional, mostrando que, mesmo cercado de cuidados, Moro tem muitas fragilidades e não engana mais ninguém.
Todos sabem que é ele que está por trás da decisão de Fux, assim como da denúncia do procurador Wellington Oliveira contra Glenn, como mostrou os dentes para Bolsonaro e o colocou de joelhos e revertendo, por hora, a decisão de tirar de suas mãos a pasta da Segurança Pública que lhe serve de preciosa máquina de arapongagem e chantagem, mostrando que Moro detém o poder, mas está gastando munição que lhe fará falta mais à frente.
Moro pode usar seu capataz no Ministério Público Federal, o procurador Wellington Divino para perseguir Glenn por forra, por ter arrancado o véu divino do juiz corrupto. Mas uma coisa é certa, ele jamais conseguirá apagar da história tudo o que foi revelado sobre a Lava Jato pelo Intercept.
Isso já está tatuado na alma dos brasileiros, tanto que o assunto do momento no Brasil é #InFuxWeTrust.
Para fechar esse episódio com chave de ouro, Moro fez questão de mostrar, no twitter, que foi ele quem, digamos, sugeriu a Fux que suspendesse por tempo indeterminado o juiz de garantias, passando por cima do Congresso e da própria Presidência da República, mostrando a balbúrdia jurídica e política que se transformou esse país por conta da Lava Jato e das práticas criminosas de um juiz corrupto e ladrão, como bem disse o deputado Glauber Braga.
Moro, com isso, sublinha o que o que Glenn já havia revelado na fala de Moro com Dallagnol, “In Fux we trust”, traduzindo: Fux come na minha mão.
Sempre disse que era, com todo respeito, contra a introdução do juiz de garantias no projeto anticrime. Cumpre, portanto, elogiar a decisão do Min Fux suspendendo, no ponto, a Lei 13.964/2019.Não se trata simplesmente de ser contra ou a favor do juiz de garantias. Uma mudança ..
Se a força-tarefa da Lava Jato, como mostrou a Vaza Jato, tinha um grupo de fofocas, futricas e armações batizado de Filhos de Januário, por conta de Januário Paludo e o mesmo recebia mesada de Dario Messer, o doleiro dos doleiros, qual o grau de parentesco dele com os filhos de Januário como Dallagnol e cia?
Está tudo muito confuso.
Agora, a Lava Jato denuncia o sujeito que dava bola mensal a um procurador da Lava Jato que exercia influência direta sobre os procuradores da força-tarefa deixando essa história toda ainda mais nonsense.
Isso, pelo jeito, é uma esculhambação.
Cadê a hierarquia do crime?
Essa gente da Lava Jato está dando um nó na nossa cabeça.
Temos aí uma guerra da Lava Jato versos Lava Jato?
Lava Jato usou site O Antagonista para interferir na escolha do presidente do Banco do Brasil – e a parceria entre os dois não começou aí
Mensagens secretas da Lava Jato
Site parou de publicar notícias sobre escândalo de corrupção a pedido de Dallagnol e procurou MPF para saber quem apoiar na sucessão de Janot.
Procuradores da Lava Jato agiram politicamente – usando o site O Antagonista como porta-voz – para interferir na escolha do presidente do Banco do Brasil no governo Bolsonaro. Em fins de 2018, a força-tarefa municiou com documentos o site comandado pelos jornalistas Diogo Mainardi, Mario Sabino e Claudio Dantas para alimentar notícias que evitassem que o ex-presidente da Petrobras Ivan Monteiro ocupasse a presidência do banco. Monteiro era o nome mais forte entre os cotados para assumir o BB, uma escolha do ministro da Economia Paulo Guedes – a ele era dado o crédito por ter salvado as contas da Petrobras.
O caso é o exemplo mais escandaloso de uma relação promíscua entre o grupo comandado por Deltan Dallagnol e os jornalistas do Antagonista – mas nem de longe o único, como mostram as conversas no aplicativo Telegram que foram entregues ao Intercept por uma fonte anônima e fazem parte da série Vaza Jato, que já publicou 84 reportagens em parceria com os veículos Folha de S. Paulo, El País, Bandnews FM, Veja, BuzzFeed News, Agência Pública e UOL.
A leitura das conversas deixa claro que a Lava Jato e O Antagonista se veem como parceiros. O site abre mão da função primordial do jornalismo – fiscalizar o poder e os poderosos, aí incluídos procuradores e juízes – e recebe em troca informações em primeira mão. Os procuradores também interferiram, ao menos uma vez, diretamente na direção editorial do site.
O comentarista Diogo Mainardi, dono e editor do site, acatou pedido de Dallagnol e parou de publicar notícias sobre um escândalo de corrupção que envolvia a Mossack Fonseca, um escritório de advocacia suspeito de abrir empresas offshore no Panamá.
Mainardi também deu dicas de investigação a Dallagnol, que seguiu as pistas do comentarista e em seguida informou-o – em tom lamentoso – de que o caso estava fora da alçada da operação.
Em outro caso, os diálogos mostram também que a Lava Jato acreditou num boato repassado por Claudio Dantas para pedir – sem autorização da justiça – a quebra do sigilo fiscal de uma nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2016. Para isso, os procuradores acionaram informalmente um contato na Receita Federal. Nada foi encontrado contra ela, que jamais foi indiciada ou acusada de crimes.
Em troca do jornalismo chapa-branca, Dallagnol passava informações privilegiadas ao site. Isso fica claro numa mensagem num chat privado de 30 de agosto de 2018, em que o procurador diz o seguinte, ao entregar em primeira mão a Claudio Dantas dados que haviam sido pedidos pelo jornal El País: “Nao estamos passando pra mais ng agora”. Tratava-se de uma resposta da operação a um depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran, um crítico da Lava Jato, na Espanha.
Nos diálogos, Claudio Dantas se mostra um bom parceiro dos servidores públicos que, pela ética da profissão, ele deveria fiscalizar. O jornalista perguntou aos procuradores, em junho de 2017, quem a Lava Jato apoiaria na eleição da categoria para o cargo de procurador-geral da República, o chefe do MPF, o Ministério Público Federal. Dantas desejava se alinhar aos procuradores para, em suas palavras, “apoiar [o nome] certo”. Em resumo: o editor do site queria entrar em campanha com a Lava Jato.
Fundado por jornalistas que ajudaram a dinamitar a credibilidade da maior revista semanal do país, a Veja – ao torná-la um panfleto antipetista e ingrediente crucial na crise que afundou a editora Abril –, O Antagonista é bancado pela Empiricus, uma consultoria de investimentos que espalha panfletos catastrofistas (e habitualmente furados) em busca de clientes e já foi multada por propaganda enganosa.
Mesmo com tal currículo, o site se tornou porta-voz da Lava Jato e, principalmente, de Sergio Moro. A própria Veja, em uma carta ao leitor publicada em julho do ano passado, fez uma autocrítica pela fase em que alçou Moro à condição de herói nacional imune a críticas. Na mesma edição, a revista publicou reportagem em parceria com o Intercept mostrando ilegalidades cometidas pelo então juiz da Lava Jato.
Claudio Dantas e Sergio Moro em entrevista do ministro a O Antagonista realizada em dezembro de 2019. GIF: Reprodução/YouTube/Canal O Antagonista
‘a hora de lembrar deles’
Uma batalha silenciosa estava em curso no embrionário governo de transição de Jair Bolsonaro nos últimos dias de novembro de 2018. Em disputa, a presidência do Banco do Brasil. Paulo Guedes, o “super-ministro” da Economia, gostaria de entregar o cargo a Ivan Monteiro, então presidente da Petrobras. Mas a preferência do “posto Ipiranga” incomodava a “área política” do então futuro governo – comandada por Onyx Lorenzoni, ex-deputado federal e atual chefe da Casa Civil do Planalto.
O político do DEM gaúcho era o então chefe da equipe de transição governamental. Lorenzoni e Dallagnol eram muito próximos. Quando deputado, foi Lorenzoni que encampou e relatou as Dez Medidas contra a Corrupção na Câmara, gestadas por Dallagnol e que se tornaram uma obsessão dele. Nem a certeza de que o político estava envolvido em corrupção, como mostramos em agosto, afastou o procurador do ex-deputado.
As mensagens trocadas via Telegram não deixam claro porque – e, questionado a respeito, Dallagnol se recusou a responder –, mas no fim de tarde de 21 de novembro de 2018 ele enviou ao grupo do Telegram Filhos do Januario 3 uma reportagem da Folha que citava a insatisfação de Onyx Lorenzoni com o então presidente da Petrobras Ivan Monteiro. O procurador acionou os colegas em busca de informações que pudessem desabonar Monteiro.
21 de novembro de 2018 – Grupo Filhos do Januário 3
Deltan Dallagnol – 17:55:49 – Caros, o que temos do Monteiro mesmo? Dallagnol – 17:56:04 – https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/11/nomeacao-de-monteiro-para-bb-enfrenta-resistencia-da-area-politica-de-bolsonaro.shtml Athayde Ribeiro Costa – 17:56:49 – De concreto nada: mas uns manuscritos apreendidos com Bendine sao mt suspeitos Dallagnol – 17:58:04 – Vc consegue identificar? Se forem públicos, essa é a hora de lembrar deles Dallagnol – 17:58:15 – Se SUPRIMIDO ou alguém puder separar seria ótimo Jerusa Viecili – 17:58:20 – https://www.oantagonista.com/brasil/presidente-bolsonaro-pergunte-moro-quem-seria-o-ivan/ Costa – 17:58:34 – Ja pedi pra levantar Viecili – 17:58:46 – antagonista é mais rapido Viecili – 17:58:49 – hehehe Dallagnol – 17:59:25 – kkk Dallagnol – 17:59:43 – Tem mais coisa Tatá? Costa – 17:59:43 – Mas tem outrso Dallagnol – 17:59:47 – boua Costa – 17:59:52 – mando dps Januário Paludo – 18:01:02 – Noticia velha. https://www.oantagonista.com/brasil/exclusivo-ivan-monteiro-e-carta-fora-baralho/ Viecili – 18:02:10 – hahahahaha Viecili – 18:02:28 – já caiu graças aos manuscritos que Isabel e eu encontramos na casa do bendine Costa – 18:02:38 –
Bendine e Monteiro são próximos. Mas Monteiro – que foi levado à petrolífera por Bendine e chegou a presidi-la durante o governo Temer – jamais foi indiciado ou acusado de cometer qualquer crime pela Lava Jato. Após ordenar a assessores a busca pelos documentos, Dallagnol enviou quatro arquivos a Claudio Dantas, do Antagonista, que vinha em campanha aberta para que Monteiro não tivesse assento no governo Bolsonaro.
Àquela altura, como deixam claro os diálogos, O Antagonista já publicara várias notas tentando implodir a nomeação de Monteiro no governo Bolsonaro – boa parte delas assinadas por Claudio Dantas. Ainda que o procurador Januário Paludo acreditasse que o então comandante da Petrobras era carta fora do baralho, Dallagnol preferiu se precaver. Na madrugada, o procurador voltou a abastecer o jornalista:
Dantas, no fim das contas, nunca postou o material que Dallagnol lhe enviou para incriminar Monteiro. Não seria preciso. Àquela altura, Guedes já escolhera Rubens Novaes para comandar o Banco do Brasil, como informou a Folha. A ala política comandada por Onyx Lorenzoni, o amigo de Dallagnol, venceu. Com ajuda da Lava Jato.
‘Claudio Dantas que me passou a informação’
A força tarefa preparava, no início de 2016, seu passo mais ousado até ali: a fase da operação que obrigaria Lula a prestar depoimento no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Nos primeiros dias de janeiro, a operação receberia de Claudio Dantas uma informação que, mesmo desacompanhada de provas, levou os procuradores a fuçar sem autorização judicial os dados fiscais de Marlene Araújo Lula da Silva, nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo as conversas, Dantas disse ao procurador Januário Paludo, um dos veteranos da Lava Jato, que Marlene teria recebido da empreiteira OAS um imóvel no novo terminal de passageiros do aeroporto internacional de Guarulhos. A fé da Lava Jato em seus porta-vozes na imprensa bastou para que Paludo dissesse aos colegas que pediria informalmente à Receita Federal – ou seja, sem controle judicial – uma devassa na vida de Marlene, como Intercept e Folha de S. Paulo já mostraram.
13 de janeiro de 2016 – Grupo 3plex
Januário Paludo – 15:31:00 – Olá meninos. Acabei de chegar em Curitiba. Estou quebrado por que vim de carro. Amanhã de manhã estarei aí. Conseguiram poder para o Jonatas fazer a pesquisa da nota do lula? Julio Noronha – 15:32:13 – Oi Januário! Que bom que você chegou! Estamos ansiosos por sua volta!!!1 Athayde Ribeiro Costa – 15:32:31 – estamos com sauddes januario Noronha – 13:32:41 – Pesquisa sobre a Marlene? Paludo – 16:02:44 – Isso Paludo – 16:02:44 – Marlene lula da Silva. Tem que ver a dói com nome de solteira. Paludo – 16:03:14 – E aquisição em guarulhos aeroporto. Noronha – 16:04:53 – Vou pedir aqui agora Paludo – 16:06:54 – A oas teria doado. E foi quem fez a obra de ampliação.v Paludo – 16:07:41 – Acho que se a informação for quente temos uma boa probabilidade. Paludo – 16:08:24 – Pode ter sido mera concessão de área. Paludo – 16:09:15 – Hoje o local estaria locado para o restaurante Rascal. Noronha – 16:09:22 – Maravilha! Pode ser uma boa mesmo Paludo – 16:09:50 – O Claudio Dantas que me passou a informação.
‘suspenda informações’
No final de dezembro de 2015, O Antagonista publicou quatro notas que colocavam empresas offshore no rol de suspeitos da Lava Jato – leia aqui, aqui, aqui e aqui. Não se tratou de uma investigação jornalística do site – notório pelas notas telegráficas e publicações no estilo “Fulano de tal foi ao Twitter para…” –, mas de um vazamento de inquéritos em andamento na Polícia Federal, como ficaria claro pela reação dos procuradores.
Horas depois da última nota publicada, um dos diretores do site, Diogo Mainardi, recebeu mensagens de Dallagnol pelo Telegram. O coordenador da Lava Jato queria que o site parasse de publicar notícias sobre offshores “em benefício do interesse social da investigação”. O procurador se arvorava o direito de definir o que era melhor para a sociedade e, em troca, acenava com a promessa de informações exclusivas no futuro.
A Veja foi o principal veículo da mídia corporativa de combate sistemático e de golpes baixos que o PT enfrentou em 13 anos de governo.
Dito isso, ninguém vai esperar que, em uma reportagem sua sobre o documentário Democracia em Vertigem estar entre os concorrentes ao Oscar, ela seja minimamente honesta, já que foi uma das principais protagonistas do golpe na associação com Moro e sua Lava Jato e, sobretudo por ter lado na disputa presidencial, e o lado que ela escolheu foi o de Aécio Neves na eleição em que foi derrotado por Dilma Roussef.
Por isso, certamente, a Veja não quis lembrar, numa suposta polarização política no país, que Aécio também era o presidente do PSDB que recebeu, em sua campanha, quantias maiores do que a campanha de Dilma, isso das mesmas empreiteiras que Moro diz terem corrompido o PT. Como se diz por aí, no caso da doação para o PSDB, o dinheiro não era sujo, era santo, tanto que a Veja não toca nesse assunto.
No embalo da ocultação, ela acrescenta uma outra prática, a de excluir a realidade fingindo não saber que foi o candidato derrotado, Aécio Neves que pagou R$ 45 mil para Janaína Paschoal elaborar, junto com o tucano Miguel Reale Júnior, o pedido de impeachment de Dilma entregue nas mãos de, ninguém menos, que Eduardo Cunha, o político mais corrupto de todos os tempos.
Então, quando se omite isso, como fez a Veja, de cara ela deixa de dizer que os eleitores de Aécio, que eram a imensa maior parte dos manifestantes que foram às ruas por não aceitarem a derrota, alegando que eram contra a corrupção, que ali há uma fusão entre dois grandes corruptos comprovadamente pegos de forma documental com filmagens, documentos na Suíça, contas bancárias abarrotadas em quatro países, derrubando uma presidenta que não tem qualquer acusação de corrupção.
É lógico que a Veja finge não saber que Moro, o herói da Lava Jato, que impulsionou tanto as manifestações como o próprio processo de impeachment, jamais incomodou um único político corrupto do PSDB, e olha que aqui se fala de corruptos de peso como FHC, Serra, Alckmin e o próprio Aécio.
Viu-se através dos vazamentos do Intercept que Moro disse a Dallagnol para não incomodar FHC por verbas recebidas por seu Instituto para não melindrar um aliado estratégico. Quanto a Aécio e Serra, sobram fotos de encontros amistosos deles com o xerife de Curitiba.
Para piorar, a Veja omite em seu panfleto tardio contra o documentário, que Moro, numa manobra ainda mais espúria, mais à frente, condena e prende Lula sem provas para Bolsonaro ganhar a eleição e ele se transformar no super ministro.
Todo esse pedaço da história do qual a Veja, em certa medida, também participou como protagonista ou como elenco de apoio, foi suprimida não se importando em deixar um enorme vácuo na sua narrativa sobre o golpe do impeachment.
Para desclassificar o documentário, ela se lambuzou dos clichês, muitos que ela própria havia criado para perseguir politicamente o PT, clichês estes famosos como corrupção sistêmica, organização criminosa, entre outros ataques baixos que a revista utilizou suando a camisa para tirar um governo de origem popular para que os conservadores, através de um golpe de Estado, liderado por Temer, um dos maiores corruptos do país, que participou do golpe como sabotador, assumisse e fizesse o que a oligarquia que comanda a revista queria, tirar direitos dos trabalhadores, privatizar empresas estatais e produzir uma massa de desempregados e trabalhadores precários.
Assim, a Veja fez uma matéria que fala muito mais de si do que do documentário Democracia em Vertigem que, merecidamente, foi indicado ao Oscar.
O que certamente irrita a Veja, e ela declara de forma explícita, é que a história do golpe contra Dilma, mas principalmente contra a democracia brasileira, cruzou as fronteiras e ganhou o mundo. E isso era tudo o que os patrões e financiadores da Veja não queriam.
O cinismo da mídia brasileira com a difusão de escândalos fabricados contra inimigos e a minimização de formação de cartéis e o silêncio sobre gigantescos roubos de aliados definem a índole das redações.
É uma mídia feita sob medida para as classes média e alta tão cínicas quanto ela. Nesse caso, a tapioca de R$ 8,30 é escândalo mundial e uma fundação arquitetada para arrombar os cofres da maior estatal do país é literalmente ignorada pelas tintas dos jornalões e telejornais brasileiros.
O que são R$ 2,5 bilhões gatunados da Petrobras pelos aliados da mídia com o cartel Lava Jato perto dos R$ 8,30 gastos com uma tapioca? um escândalo de proporções interplanetárias.
Por isso se diz que, em política, não existem inimigos e sim aliados ou adversários. Aos aliados, tudo; aos adversários, a lei. No caso de Lula, nem a lei.
Agora mesmo vê-se a mídia chamar de rachadinha um cartel de décadas que montou um esquema coletivo como se fosse uma cooperativa de ladrões dos cofres públicos que pode estar diretamente envolvido no assassinato de Marielle.
Mas é assim com esse nome mimoso “rachadinha” que a mídia chama o esquema do clã Bolsonaro, que envolve não só a família do atual Presidente da República como as famílias de muitos milicianos.
Já o mensalão, nome criado por Roberto Jefferson, um dos maiores pilantras da história desse país, para se vingar do PT, depois de ser pego em grossa corrupção nos Correios, virou um dos principais mantras da cobertura da mídia brasileira.
No seu trololó coletivo, Jefferson criou na base do improviso a história mais inverossímil em que ele foi construindo várias narrativas, na mesma coletiva, em que uma se chocava com a outra. Primeiro ele disse que “alguém” do PT tinha se juntado ao carequinha Marcos Valério para distribuir mensalmente à metade da Câmara, aproximadamente 257 deputados, um pagamento para que votassem com o governo, mas não citou um único deputado que tenha recebido esse dinheiro, a não ser ele próprio que disse que recebeu um dinheirão, R$ 4 milhões, botou no cofre e que ninguém viu e nem ele provou ter recebido a tal grana.
Perguntado pela primeira vez se Zé Dirceu sabia do esquema, o fanfarrão do Jefferson responde que não, pois foi ele próprio que deu a notícia a Dirceu que teve uma reação explosiva dando um tapa da mesa, dizendo que aquilo não poderia ocorrer. Cinco minutos depois, o boquirroto do PTB, sentindo que sua mentira não tinha colado, na tentativa desesperada de se livrar da denúncia de envolvimento no roubo dos Correios, do nada, sem ter a preocupação de, ao menos fazer uma introdução, sapecou a frase “Zé Dirceu é o chefe do mensalão”.
Nunca nada disso foi provado. Na verdade, como disse Ricardo Lewandowski, a Polícia Federal, quando foi acionada para investigar o caso, não achou resquício da fábula contada por Roberto Jefferson, já Roberto Gurgel, o ex-PGR, inspirado nas frases de efeito de para-choque de caminhão de Ayres Britto, jogou todo o seu “capital” com frases curtas acusatórias sem apresentar um único cisco de prova do que dizia.
Mas está aí o mentirão rodando pelos anais folclóricos desse país como se verdade fosse.
Vendo que o negócio seria fácil, a Globo, que já era coautora do mensalão, convocou Moro para, juntos, criar a grife Lava Jato e estruturar um golpe parlamentar contra Dilma com a ajuda de Cunha, Aécio e Temer e, em seguida, prender Lula como chefe universal do petrolão, o que acaba de ser desmentido por um juiz independente que não faz parte do cartel de Curitiba, dizendo que não há qualquer indício de crime no que foi apresentado pela turma do corrupto pai Januário e seus filhotinhos tão vigaristas quanto ele.
A coisa é tão descarada que Dallagnol e seus comandados, junto com Moro, nem quiseram recorrer ao tabefe na cara que tomaram do juiz .
Mas, e daí, quantas horas, quantos dias a mídia martelou que Lula era chefe de uma organização criminosa para, depois, usar oito segundos para dizer que o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, que julgou o pastelão policialesco, riu do vazio absoluto de provas que a denúncia trazia.
Assim, a coisa fica como está, mensalão, petrolão e pode-se perfeitamente criar uma facada sem sangue, sem cicatriz e transformar Bolsonaro, o escapulário da milícia brasileira, em exemplo de combate à criminalidade otimizado pela figura dessa zorra institucional dentro do aparelho judiciário do Estado, ninguém menos do que embusteiro, vigarista, corrupto e ladrão, Sergio Moro.
Estes são os termos com que se deve começar o debate sobre o baronato midiático nesse país, sobretudo a Globo, porque no final das contas, os trabalhadores perderam direitos, aposentadoria e, enquanto a bolsa de valores bate recordes de ganho, o bolsão de miséria bate recordes de crescimento estampando o Brasil de volta ao mapa da fome.
Quem vai, além de Dallagnol, os filhos de Januário e Moro contra o que disse Toffoli sobre a Lava Jato?
Na verdade, até os peixinhos do fundo do mar sabem que a Lava Jato detonou as grandes empreiteiras brasileiras. Afinal, a empreiteira chinesa ganhou a concorrência para construir a ponte na Bahia, simplesmente porque concorreu sozinha, porque no Brasil, não existe mais empreiteiras de grande porte para concorrer com a chinesa.
Somente os sabujos de Curitiba que garantiram essa quebradeira, obedecendo a instruções superiores do Departamento Norte-americano de justiça é que acham que não.
Ora, não são os mesmos Moro, Dallagnol e os filhos do Januário, com Januário com tudo, que queriam dar um balão, para ser mais objetivo, que tentaram cometer um assalto na Petrobras, de bilhões de dólares e só não cometeram porque foram impedidos por Alexandre de Moraes, do STF?
Lógico que fariam isso em nome das boas causas. Uma fortuna pública que soma toda a história da corrupção brasileira, desviada para uma fundação privada, controlada pelos membros da Lava Jato. Que coisa mais mimosa e, sobretudo altruísta.
Imagino que a justiça brasileira também entendeu dessa forma, como um roubo descarado, confessado e impresso no extrato bancário de Dallagnol, o mesmo que chegou a sondar no banco quanto o montante renderia de juros.
Então, pergunta-se: quem foi punido por essa tentativa do maior assalto aos cofres públicos brasileiros? Ninguém. Na realidade, sequer saiu no Jornal Nacional, o mesmo JN que ficou meses martelando o gasto do cartão corporativo de Orlando Silva (PCdoB) com uma tapioca no valor de R$ 8,30.
Pois então, foi o mesmo Grupo Globo que estampou em garrafais no jornalão da família Marinho que Dirceu havia comprado, com dinheiro roubado, uma TV de led, dessas que qualquer pessoa com menos condição financeira compra a perder de vista nas Casas Bahia. E o Globo dando a notícia como se fosse a prova de um grande crime de corrupção e enriquecimento ilícito.
É isso. O que adiantou Toffoli dizer o que todo mundo diz na esquina, que a Lava Jato produziu mais de 8 milhões de desempregados, enquanto Lula, preso sem uma única prova contra ele, pela mesma Lava Jato, gerou mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada.
Mas pode-se também escolher uma outra interpretação. Dallagnol e Moro vivem repetindo que Lula comandou o maior roubo da história mundial da Petrobras sem que provassem que ele se beneficiou de um centavo da estatal. Por outro lado, o Brasil inteiro viu o extrato de Dallagnol com os bilhões da Petrobras que ele, junto com os outros comparsas, tentou engabelar.
E o que aconteceu com esses camaradas? Nada. Provavelmente, ficará por isso mesmo, porque o corporativismo do aparelho judiciário brasileiro é tão forte quanto o dos militares que fuzilaram uma família inteira com mais de 80 tiros e culparam um morador de rua, que também foi morto, por ajudar a família, acusado de ser ele um criminoso.
Em plena revolução digital, os brasileiros assistem a tudo isso, enquanto a mídia, sobretudo a Globo, cria um país paralelo feito a modo e gosto para agradar aos Marinho e a outros barões da mídia.
Assim, a tentativa de roubo dos procuradores da Lava Jato na Petrobras, não existiu porque não foi notícia no Jornal Nacional, que fará a denúncia de Toffoli de que a Lava Jato promoveu terra arrasada nas empresas brasileiras, já que a operação é um produto genuinamente criado e patenteado pela redação da Rede Globo de Televisão.
Quem fez essa revelação foi a revista Veja a partir do depoimento do hacker, Walter Delgatti Neto.
Novidade? Nenhuma.
Paludo apareceu em outra gravação do doleiro dos doleiros, Dario Messer que, em conversa com a namorada, revelou que pagava um mensalão a Januário Paludo para não ser incomodado pelos procuradores da Lava Jato, como de fato não foi.
Paludo já havia mostrado nas mensagens vazadas pelo Intercept que escrúpulos nunca foram o seu forte, preferindo mandá-los às favas, como fez friamente para justificar a atitude mesquinha e bárbara de impedir Lula de ir ao enterro de seu irmão Vavá, tripudiando covardemente da dor de Lula, dizendo aos outros procuradores que ele só queria passear.
Um sujeito que tem que ser medido por uma régua dessas, presta? Não só ele, é claro, seus comparsas da Força-tarefa que partilharam de seus ideais sádicos, são tão ordinários quanto o pai vigarista que eles têm dentro do Ministério Público Federal.
O hacker, Walter Dellgatti, afirma que o áudio que tem de Paludo mostra ele combinando com Renato Duque o famoso unzinho por fora, o que revela, em termos de gravação, que o sujeito é reincidente, é só juntar lé com cré para saber quem é o decano da Força-tarefa da Lava Jato.
Lógico que Moro dirá que essa prova não vale.
Para atacar o PT, qualquer criminoso pego em corrupção que fizesse delação premiada sem provas para ficar livre e com a grana da corrupção, era confiável para Moro.
Quando a Vaza Jato revelou as picaretagens de Moro, Dallagnol e todos os Filhos de Januário, Moro disse que provas apresentadas por criminoso não valem.
Então, é isso, no Brasil as leis são colocadas em prática de acordo com a cara do freguês. Tanto isso é verdade que Moro até hoje não recebeu qualquer punição, da mesma forma nenhum dos procuradores picaretas que compunham o clã de Curitiba.
Certamente, vão tentar aplicar a mesma receita para salvar o pai Januário. Afinal, seus filhos do Ministério Público Federal equivalem aos filhos de Bolsonaro para o pai em termos de proporcionalidade ética.
SÃO PAULO, SP, 24.10.2017: FÓRUM-SP - O juiz federal Sérgio Moro e o procurador federal e coordenador da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol, no Fórum Mãos Limpas & Lava Jato, promovido pelo jornal Estado de São Paulo em São Paulo. (Foto: Jorge Araújo/Folhapress)
Datafolha anuncia que 81% dos brasileiros acham que a Lava Jato deve continuar.
Isso logicamente foi estampado nas páginas dos procuradores da Força-tarefa de Curitiba porque é genérico, é o mesmo que perguntar se o Brasil deve combater a corrupção.
Sim, esse foi o discurso da Lava Jato na mídia e da própria mídia, de que o problema no Brasil é a corrupção e não a desigualdade, o rentismo, sonegação, super lucro dos empresários, exploração da mão de obra e a agiotagem dos bancos, etc, etc.
Por que as perguntas não são feitas sobre as questões concretas, por exemplo, das promessas que eles fizeram manipuladoras que a falta de investimento na educação e na saúde estavam relacionadas à corrupção e não a prioridade política no país? O que cria uma ilusão nas pessoas de que a Lava Jato, em seu “combate à corrupção” puniria os poderosos e traria benefícios aos pobres e mais investimentos, sobretudo na saúde e educação públicas.
Em muitas entrevistas, Dallagnol e outros picaretas da Lava Jato faziam aquela conta primária de quantos hospitais e escolas daria para fazer com determinado montante desviado da Petrobras ou de algo associado à empresa. Ou seja, trabalharam na trivialidade, mas hoje não querem trazer os resultados concretos disso, pois não teve benefício nenhum para a saúde dos pobres, ao contrário, o que se assiste é ao caos na saúde pública e preços dos medicamentos, assim como na educação e saneamento básico que tiveram os investimentos frontalmente mutilados pela PEC do fim do mundo de Temer. Sem falar que o Brasil voltou ao mapa da fome, assim como a mortalidade infantil em decorrência da miséria.
Que Temer? O mesmo que, junto com a escória golpista da qual a Lava Jato foi ponta de lança, assumiu a Presidência no lugar de uma mulher honrada como Dilma.
Não é preciso alongar muito para se constatar os resultados concretos do desastre para a população mais pobre dos cinco anos da Lava Jato e o ganho monumental que os poderosos de verdade tiveram na bolsa e em outras formas de especulação.
As perguntas seriam simples, mas objetivas para a população como, por exemplo: a Lava Jato mudou o atendimento médico na saúde pública, melhorando a assistência? Os remédios ficaram mais baratos? A educação melhorou, teve mais investimento depois da Lava Jato? O Brasil teve mais oferta de empregos? O Brasil exportou mais mão de obra qualificada depois da Lava Jato? O setor de serviços do Brasil passou a ter mais espaço no mundo? Seu trabalho foi mais valorizado com aumento de salário? Aumentou o poder de compra do brasileiro? Tem mais comida na mesa das famílias depois da Lava Jato? O brasileiro pôde comprar um terreno, uma casa, um automóvel melhor depois da Lava Jato? O brasileiro passou a comer mais carne bovina ou qualquer outra proteína animal depois da Lava Jato? Os jovens pobres tiveram mais acesso às universidades públicas? O preço do transporte coletivo ficou mais barato? Reduziram ou zeraram as dívidas pessoais dos brasileiros? O Brasil tem mais ou menos grandes empresas depois da Lava Jato? Os preços dos alimentos baixaram?
Grosso modo, essas deveriam ser as perguntas comuns aos brasileiros. Mas por que o Datafolha não faz essas perguntas referentes à Lava Jato? Porque sabe de antemão o resultado. Em todas as perguntas acima citadas, a Lava Jato teria 100% de reprovação e revelaria que não só o “combate à corrupção” é uma quimera diante dos reais problemas brasileiros, como a Lava Jato é uma gigantesca mentira diante do que sofre diariamente o povo brasileiro.