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Política

Moraes pede extradição de Zambelli e notifica Câmara sobre cassação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Ministério da Justiça formalize o pedido de extradição da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil após ser condenada a dez anos de prisão. A decisão também notifica o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a cassação do mandato da parlamentar.

A ordem de Moraes atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e se baseia no Tratado de Extradição entre o Brasil e a Itália, além da Lei de Migração (Lei 13.445/2017). O ministro solicitou que a documentação enviada ao governo italiano contenha detalhes sobre o crime cometido, incluindo local, data, natureza e circunstâncias, além de cópias das leis brasileiras pertinentes à condenação.


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Zambelli foi sentenciada por unanimidade pela Primeira Turma do STF, acusada de contratar um hacker para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir um falso mandado de prisão contra o próprio Moraes. A pena inclui também a perda do mandato parlamentar. Mesmo podendo recorrer da decisão, Zambelli deixou o país portando passaporte e sem mandado de prisão em vigor, o que motivou o STF a decretar sua prisão preventiva, de acordo com o 247.

Após a fuga, o advogado Daniel Bialski anunciou sua saída da defesa, alegando “motivo de foro íntimo”. Segundo ele, foi apenas informado pela deputada que ela viajaria ao exterior para dar continuidade a um tratamento de saúde.

Na Câmara, o presidente Hugo Motta bloqueou o salário da deputada, conforme previsto no regimento da Casa. Zambelli havia solicitado licença por 127 dias — sete para tratamento de saúde e os demais por “interesse particular”. Como o afastamento não remunerado por assuntos pessoais pode durar no máximo 120 dias, a suplência será ativada caso ela não retorne ao fim do período.

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Brasil Mundo

Moraes cobra explicação da Espanha após veto à extradição de Eustáquio

A atitude contraria, segundo o magistrado, o princípio da reciprocidade previsto no tratado firmado entre Brasil e Espanha.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou a Embaixada da Espanha no Brasil, que tem à frente a diplomata Mar Fernández-Palacios, a explicar a decisão do governo espanhol de se recusar a extraditar o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, foragido naquele país. A atitude contraria, segundo o magistrado, o princípio da reciprocidade previsto em tratado firmado entre Brasil e Espanha.

A reação de Moraes se soma a outra: ele decidiu suspender, nessa terça-feira (15/4), o processo de extradição do cidadão búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, que foi solicitado pela Espanha.

A suspensão foi fundamentada no entendimento de que, em casos de extradição, é necessário que os países envolvidos respeitem o princípio da reciprocidade. Isso significa que um Estado só está obrigado a atender um pedido de extradição de outro país se este também cumpre pedidos semelhantes.

Como a Espanha recusou o envio de Eustáquio, como antecipou o Metrópoles, na coluna de Paulo Cappelli, Moraes entendeu que o Brasil não está obrigado a seguir com o pedido espanhol.

Moraes ainda determinou aos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores para que notifiquem a representação diplomática do governo espanhol no Brasil.

O processo contra Vasilev envolve um caso de tráfico de drogas. De acordo com informações da Interpol, em outubro de 2022 ele teria transportado 52 quilos de cocaína em malas por Barcelona. A droga deveria ser entregue a outro suspeito, que foi preso no dia seguinte. Vasilev foi detido no Brasil, em fevereiro de 2025, e interrogado no mês seguinte.

Na decisão, Moraes cita o artigo I do Tratado de Extradição entre Brasil e Espanha, que determina que ambos os países se comprometem, de forma mútua, a entregar pessoas acusadas ou condenadas por crimes, desde que respeitadas as regras do tratado e as legislações locais, segundo Giovanna Estrela e Manoela Alcântara, Metrópoles.

A negativa da extradição de Eustáquio por parte da Espanha foi comunicada recentemente ao governo brasileiro. Em resposta, a Advocacia-Geral da União (AGU), o Ministério da Justiça e o Itamaraty informaram que pretendem recorrer da decisão.

Oswaldo Eustáquio é investigado por crimes como ameaça, perseguição, incitação ao crime, associação criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo a Polícia Federal, ele divulgou dados de autoridades envolvidas nas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, espalhou desinformação sobre as eleições e participou de atos antidemocráticos. Atualmente, Eustáquio está na Espanha.

Prazo de 5 dias
Com a suspensão do processo de extradição de Vasilev, o ministro do STF determinou que o governo espanhol se manifeste em até cinco dias e comprove que segue o princípio da reciprocidade em matéria de extradição. Caso contrário, o pedido poderá ser rejeitado definitivamente.

Enquanto isso, Vasilev terá a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Ele só poderá sair de casa com autorização judicial, exceto em emergências médicas, e será monitorado continuamente. O descumprimento dessas condições poderá levá-lo de volta à prisão comum.

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Política

PF vai pedir extradição de blogueiros bolsonaristas foragidos da Justiça brasileira

Allan dos Santos está nos EUA e Oswaldo Eustáquio na Espanha; ambos têm mandado de prisão e são considerados foragidos

A Polícia Federal vai pedir extradição de Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, blogueiros bolsonaristas considerados foragidos pela Justiça brasileira. No caso de Allan dos Santos, que vive nos Estados Unidos, a PF vai usar um novo argumento, informa a coluna de Bela Megale, no jornal O GLOBO. As ameaças a delegados da corporação que embasaram a operação desta quarta-feira serão levadas ao Departamento de Justiça estadunidense (DOJ) como principal justificativa, além da acusação de formação de quadrilha para atacar as autoridades brasileiras.

O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio também será alvo de um pedido de extradição dirigido à Espanha, onde ele está foragido. No caso de Eustáquio, a PF vai argumentar que, além das ameaças aos policiais e de organização criminosa, o blogueiro cometeu corrupção de menores — ele abriu um perfil em nome da própria filha menor de idade para fazer postagens nas redes sociais.

Nesta quarta-feira, o magistrado expediu um novo mandado de prisão contra os dois blogueiros bolsonaristas, que estão foragidos.

A avaliação na PF é que o novo pedido pela extradição de Allan dos Santos tem mais chance de prosperar do que o que está parado há mais de um ano com as autoridades dos EUA. Isso porque a demanda anterior se baseia em crimes como calúnia e difamação. Na visão dos estadunidenses, esses delitos são tratados como crimes de opinião e não costumam justificar as extradições.

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Política

Brasil pede novamente ao governo dos EUA a extradição de Allan dos Santos

O governo brasileiro reforçou recentemente o pedido de extradição do blogueiro Allan dos Santos, que está foragido nos Estados Unidos. A solicitação foi feita durante encontro, em junho, entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a embaixadora norte-americana no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley.

Segundo a jornalista Basília Rodrigues, da CNN Brasil, durante uma visita de cortesia entre os representantes do governo brasileiro e o corpo diplomático dos Estados Unidos, o caso do blogueiro bolsonarista acabou entrando na pauta de discussões.

No encontro, a embaixadora Elizabeth Frawley Bagley prometeu dar uma resposta ao governo brasileiro. Ela, no entanto, salientou que é preciso respeitar os limites da legislação dos Estados Unidos. Frawley reforçou que as áreas responsáveis estão alinhadas para a solução do caso.

Brasil pede cooperação
Os dois países têm um acordo de cooperação mútuo para extradição. No entanto, este não inclui a extradição por crimes de injúria e calúnia.

A impossibilidade de extradição neste contexto se dá devido a diferença de como o crime é visto nos dois países. Enquanto aqui os crimes de injúria e calúnia são classificados como crimes contra a honra, nos Estados Unidos a visão é de que são crimes de opinião, a chamada liberdade de expressão.

Contudo, as autoridades brasileiras argumentam que o blogueiro também responde por crimes de outra natureza, que justificariam a extradição do fugitivo.

Os Estados Unidos, por sua vez, pedem mais informações sobre os outros crimes cometidos pelo blogueiro antes de decidirem sobre a extradição.

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Mundo

Justiça britânica aceita recurso de Julian Assange e adia decisão sobre extradição para os EUA

Reino Unido pede novas garantias aos EUA, que querem julgar o australiano fundador do WikiLeaks.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, vai continuar sua defesa nos tribunais do Reino Unido após o país europeu adiar, nesta terça-feira (26), o veredito sobre uma possível extradição para os Estados Unidos, que desejam julgar o australiano pela divulgação de documentos confidenciais.

Os juízes deram um prazo de três semanas para as autoridades americanas garantirem que Assange poderia ser beneficiado pela Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão, e não seria condenado à pena de morte. A decisão é uma vitória parcial da equipe jurídica do australiano, já que o tribunal rejeitou o argumento de que o caso seria politicamente motivado.

De acordo com a decisão dos juízes Victoria Sharp e Jeremy Johnson, se tais garantias não forem apresentadas até o dia 16 de abril, Assange poderá recorrer do seu pedido de extradição, aprovado em junho de 2022 pelo governo britânico. Caso os EUA as apresentem, porém, o tribunal terá que decidir se são ou não satisfatórias em uma audiência marcada inicialmente para 20 de maio.

O tribunal afirmou que, por não ser um cidadão americano, Assange possivelmente não teria direito a invocar o direito à liberdade de expressão e poderia ser posteriormente acusado de um delito capital, o que torna ilegal extraditá-lo. O Reino Unido tem a obrigação de “não ordenar a extradição do requerente se ele pudesse ser condenado à morte pelo delito em questão”, disseram os juízes.

Em fevereiro, o australiano faltou por motivos médicos a audiências, às quais compareceram dezenas de simpatizantes para expressar apoio. Na ocasião, seus advogados argumentaram que o processo contra ele é “político” e que uma extradição colocaria em perigo sua saúde e até sua vida.

Segundo o advogado Edward Fitzgerald, seu cliente está sendo julgado por “práticas jornalísticas comuns” para obter e publicar informações e enfrenta uma sentença desproporcional nos EUA. Já a advogada Clair Dobbin, que representa o governo americano, diz que Assange publicou “indiscriminadamente e conscientemente os nomes de pessoas que serviam como fontes de informação para os EUA”.

Do lado de fora do tribunal de Londres, sua esposa, Stella Assange, pediu nesta terça que Washington retire as acusações contra o seu marido. “A administração Biden não deveria oferecer garantias, deveria abandonar esse caso vergonhoso que nunca deveria ter sido aberto”, disse ela a jornalistas. “Julian nunca deveria ter ficado na prisão um único dia. Isso é uma vergonha para todas as democracias. Julian é um prisioneiro político.”

Com base principalmente na Lei de Espionagem, de 1917, promotores dos EUA movem 18 acusações contra o australiano. A Justiça americana argumenta que Assange está sendo processado por conspiração e por supostamente tentar violar as senhas e invadir um computador do Departamento de Defesa. Há pressão para que o presidente americano, Joe Biden, retire essas acusações, feitas durante o governo do ex-presidente Donald Trump.

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Política

Moro pressionou procuradores por extradição na Lava Jato

Mensagens mostram que ex-juiz atuou para que Executivo da Odebrecht fosse extraditado.

O ex-juiz e senador Sergio Moro (União/PR) pressionou procuradores da Operação Lava Jato, quanto atuava na 13ª Vara Federal em Curitiba, para que fosse solicitada a extradição de Fernando Migliaccio, um dos responsáveis pelo departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, preso na Suíça em 2016. O executivo era considerado peça-chave na investigação.

A ação irregular de Moro foi revelada em mensagens divulgadas pelo colunista Jamil Chade, no Uol. Os diálogos foram encontrados pela Polícia Federal (PF), a partir da Operação Spoofing, que investigou o hackeamento de contas em aplicativos de mensagens de Moro e dos procuradores da força-tarefa.

De acordo com as conversas, entre Orlando Martello, um dos procuradores envolvidos na Lava Jato, colegas e autoridades suíças, Moro pressionou pela extradição de Migliaccio. Posteriormente, no entanto, o então juiz aceitou retardá-la. Ainda em 2016, o executivo voltou ao Brasil e fechou um acordo de delação premiada.

“Você se lembra que eu já solicitei a extradição do Migliaccio? Eu fiz isso por causa do pedido do juiz. O Sergio Moro estava me pressionando a fazer isso. Você acha que o pedido de extradição tem algum efeito em nosso pedido de MLAT [Tratado de Assistência Legal Mútua] para ouvi-lo lá na Suíça? Se sim, talvez possamos suspendê-lo (como o Vladmir lhe disse hoje), mas apenas por um curto período”, afirmou Martello em mensagem a autoridades de Berna, capital da Suíça, em 17 de março de 2016.

Mais informalidade
Além disso, também foi de maneira extraoficial que procuradores da Lava Jato souberam da existência de informações na Suíça de que o executivo Marcelo Odebrecht teria determinado o pagamento de propina em diferentes países.

Em 9 de março de 2016, o procurador Stefan Lenz, que comandava as investigações sobre a Lava Jato na Suíça, escreveu: “Temos provas (e-mails apreendidos) de que Marcelo [Odebrecht] está diretamente envolvido e deu ordens a Fernando [Migliaccio] para fazer pagamentos ilícitos”.

Lenz ainda sugeriu uma combinação para que os suíços pudessem ajudar. “Vocês devem fazer um [pedido de] Assistência Mútua Legal para interrogá-lo na Suíça e ter acesso a todos os dados que apreendemos”, afirmou o procurador.

Cerca de duas horas depois, Martello respondeu confirmando que o pedido foi realizado. “Olá Stefan, está pronto. Ele será traduzido hoje com urgência. Eu o envio com antecedência para você”, disse.

Vale ressaltar que “a prática é irregular, já que a transmissão de informações apenas pode ocorrer com base em solicitações formais de um Estado ou do Poder Judiciário e precisa ser feita por canais oficiais. Mas não foi isso que aconteceu”, esclareceu Chade.

*GGN

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Política

Lula pede mobilização contra extradição de Assange aos Estados Unidos

Nova decisão da Justiça abriu caminho para entregar o fundador do WikiLeaks aos Estados Unidos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou preocupação com a possibilidade iminente de extradição do jornalista Julian Assange, em um tuíte publicado neste sábado (10). Assange, fundador do WikiLeaks, está atualmente detido no Reino Unido. Lula destacou o importante trabalho realizado por Assange na denúncia de ações ilegítimas e ressaltou que sua prisão vai contra os princípios fundamentais da democracia e da liberdade de imprensa.

No tuíte, o presidente Lula afirmou: “Vejo com preocupação a possibilidade iminente de extradição do jornalista Julian Assange. Assange fez um importante trabalho de denúncia de ações ilegítimas de um Estado contra outro. Sua prisão vai contra a defesa da democracia e da liberdade de imprensa. É importante que todos nos mobilizemos em sua defesa”.

Julian Assange apresentará um novo recurso ao Supremo Tribunal do Reino Unido, disse sua esposa Stella na quinta-feira, depois que se soube que outro juiz rejeitou sua moção anterior e abriu caminho para entregar o fundador do WikiLeaks aos Estados Unidos.

O recurso anterior de Assange da ordem de extradição de junho de 2020 foi rejeitado no início desta semana. Em 6 de junho, o juiz Jonathan Swift, da Suprema Corte da Inglaterra e do País de Gales, rejeitou todos os oito fundamentos de sua moção, dando ao editor do WikiLeaks um prazo de cinco dias para apresentar seu caso a um painel de dois juízes.

*Com 247

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Bolsonaro

Senadores dos EUA culpam Bolsonaro por 8 de Janeiro e pressionam por extradição

Democratas apresentam resolução no Congresso na qual cobram ação de Joe Biden e de plataformas digitais.

A pouco mais de uma semana da visita de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos EUA, nove membros do Partido Democrata apresentaram no Senado americano uma resolução pedindo que o presidente Joe Biden examine prontamente pedidos de extradição de ex-autoridades do Brasil ligadas aos ataques golpistas às sedes dos três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.

A redação do texto obtido pela Folha foi liderada pelo senador Bob Menendez, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Casa. O material busca responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter motivado o que chama de “cerco violento” às instituições.

“Condenamos o cerco violento ao Palácio do Planalto, ao Congresso e à Suprema Corte do Brasil conduzido por apoiadores do ex-presidente —evento que foi alimentado, em parte, por desinformação disseminada durante vários meses por Bolsonaro”, diz um trecho da resolução.

O ex-presidente está nos EUA desde o fim de dezembro e, segundo seus advogados, pediu um visto de turista para permanecer mais tempo no país —a modalidade dá direito a seis meses em solo americano.

O ex-presidente é alvo de diferentes ações que pedem sua inelegibilidade por abuso de poder e investigado por incitação aos ataques golpistas. O governo brasileiro pode demandar a extradição de Bolsonaro caso haja sentença ou pedido de prisão em algum desses inquéritos.

Há duas semanas, deputados democratas enviaram uma carta à Casa Branca pedindo que o Departamento de Justiça responsabilize “quaisquer atores baseados na Flórida que possam ter financiado ou apoiado os crimes violentos de 8 de janeiro”, referindo-se a Bolsonaro.

A resolução enviada ao Senado nesta quarta (2) afirma que o ex-presidente fez repetidas acusações infundadas questionando a transparência e a integridade do processo eleitoral do Brasil e encorajou seus apoiadores a amplificar essas declarações sem fundamento.

No material, os congressistas exortam plataformas digitais e aplicativos de mensagem a adotarem medidas concretas para combater a desinformação que prolifera no Brasil e a trabalhar com autoridades brasileiras para compreender o possível papel que desempenharam para facilitar e ampliar os atos violentos de 8 de janeiro.

Lula se reúne no próximo dia 10 com Biden na Casa Branca. O petista também deve se encontrar com o senador Bernie Sanders, outro dos signatários do texto. Um dos temas na agenda é justamente a regulação das plataformas digitais, além do extremismo de direita e da defesa da democracia.

Além de Menendez, um dos senadores mais influentes no Congresso dos EUA, e de Sanders, assinam a resolução Tim Kaine, Dick Durbin, Chris Murphy, Jeanne Shaheen, Jeff Merkley, Ben Cardin e Chris Van Hollen.

“O ataque recente aos símbolos do governo democrático do Brasil configura um ataque à democracia global”, disse o senador Durbin. “É uma vergonha que Bolsonaro estivesse nos EUA tirando selfies durante esse episódio deplorável. Propus essa resolução para garantir que autoridades que sabotam eleições livres e justas não possam fugir para os EUA para escapar da responsabilização.”

Para Menendez, a insurreição em Brasília também demonstra a resiliência do povo brasileiro e das instituições democráticas. “As autoridades brasileiras merecem todo nosso apoio em sua busca pela verdade e por responsabilização pelo 8 de Janeiro.”

O texto no Senado encoraja membros do Congresso americano a ajudarem autoridades brasileiras em qualquer demanda relativa à investigação dos ataques golpistas, inclusive compartilhando estratégias utilizadas no Comitê de Investigação da Câmara sobre o ataque de 6 de Janeiro contra o Capitólio.

Além de demonstrar solidariedade à população brasileira diante dos ataques, os legisladores enfatizam a parceria estratégica entre Brasil e EUA e citam como prioridades a defesa da democracia e dos direitos humanos, além da cooperação em defesa, segurança alimentar, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Em seu primeiro evento público desde que deixou o Brasil e foi para os EUA, Bolsonaro afirmou na terça-feira (31) que o governo Lula “não vai durar muito tempo” e que houve injustiça nos processos dos ataques golpistas em Brasília.

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Justiça

Dino diz que pedirá extradição de Torres caso ele não se apresente até 2ª

O ex-secretário de Justiça do DF é investigado no âmbito do inquérito que apura os atos antidemocráticos em Brasília.

De acordo com o Metrópoles, o ministro de Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o governo federal vai esperar até a próxima segunda-feira (16/1) para que Anderson Torres, ex-chefe da pasta, se apresente à Justiça. Caso isso não aconteça, o Executivo deve pedir a extradição do ex-ministro ao governo norte-americano.

Dino diz que pedirá extradição de Torres caso ele não se apresente até 2ª
O ex-secretário de Justiça do DF é investigado no âmbito do inquérito que apura os atos antidemocráticos em Brasília

Anderson Torres é investigado no âmbito do inquérito que apura os atos antidemocráticos após a depredação dos prédios na Praça dos Três Poderes e teve prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele estava passando as férias em Orlando, nos Estados Unidos.

“Temos o anúncio de que o senhor Anderson, nos próximos dias, após a decretação de prisão, iria se apresentar, mas não houve ainda a marcação da data [de apresentação]. Nós vamos aguardar até a segunda-feira, nós desejamos que ele se apresente. Caso essa apresentação não se confirme, pelos mecanismos de cooperação internacional, vamos deflagrar na próxima semana os procedimentos voltados para a realização de extradição”, afirmou.

A fala ocorre no dia seguinte à divulgação de que o ex-ministro de Bolsonaro guardava um rascunho de decreto para mudar o resultado da eleição.

O documento foi encontrado dentro de um armário na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres durante buscas da Polícia Federal, que vai investigar as circunstâncias de sua elaboração.

Torres diz que ia destruir o documento

Após a notícia sobre a existência da minuta de decreto sobre o estado de defesa no TSE, o ex-ministro Anderson Torres se manifestou nas redes sociais, negando a autoria do documento e dizendo que iria destruí-lo. Veja a íntegra da nota:

“No cargo de Ministro da Justiça, nos deparamos com audiências, sugestões e propostas dos mais diversos tipos. Cabe a quem ocupa tal posição, o discernimento de entender o que efetivamente contribui para o Brasil.

Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim.

Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro.”

O que é Estado de Defesa

O artigo 136 da Constituição diz que o presidente da República pode, “ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções”.

Caso esse artigo seja acionado, podem ser restritos uma série de direitos, como de sigilo de comunicações e correspondência. Em sua vigência é é possível, ainda, realizar prisões “por crimes contra o Estado”.

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Justiça

A íntegra da ação no STF que pede extradição de Bolsonaro em até 72h e eventual prisão

Petição protocolada por Renan Calheiros exige a inclusão do ex-presidente, que fugiu para os EUA, nas investigações dos atos terroristas em Brasília.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde o final de dezembro, pode ser extraditado ao Brasil nos próximos dias. Congressistas estadunidenses já se articulam para mandar o ex-mandatário de volta ao seu país por conta dos atos terroristas promovidos por seus apoiadores em Brasília neste domingo (8).

No Congresso Nacional brasileiro também já há movimentações neste sentido e que visam responsabilizar Bolsonaro pelo ataque golpista aos prédios dos Poderes da República na capital federal. Nesta segunda-feira (9), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) protocolou uma petição junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que a Corte obrigue o ex-mandatário a retornar ao Brasil para que seja investigado no inquérito dos atos antidemocráticos.

“É importante pontuar que o atentado à democracia ocorrido ontem foi resultado do acúmulo das falas golpistas e antidemocráticas de JAIR MESSIAS BOLSONARO, proferidas desde sempre, mesmo antes de sua eleição para a presidência da República, mas, principalmente, durante os quatro anos em que ocupou o Palácio do Planalto”, diz Calheiros na ação.

“Não há dúvidas de que os atos terroristas lamentáveis de ontem foram a colheita da conduta golpista plantada por JAIR MESSIAS BOLSONARO durante toda sua vida pública”, prossegue o senador, anexando na representação diversas notícias com falas e atitudes do ex-presidente incentivando a conduta golpista dos radicais.

Entre as solicitações, Renan Calheiros pede para que o STF intime Bolsonaro a retornar ao Brasil no prazo máximo de 72 horas e que, caso descumpra a ordem de retorno, seja decretada sua prisão preventiva.

O senador exige, ainda, que o ex-presidente preste esclarecimentos sobre a reunião que teve com Anderson Torres em Orlando às vésperas dos atos terroristas. Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e era dele a responsabilidade de coordenar ações da polícia para evitar os atos golpistas. Após os ataques, ele foi exonerado do cargo pelo governador Ibaneis Rocha, que também foi afastado de seu posto, por 90 dias, pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Ação de Renan Calheiros no STF pede extradição de Bolsonaro from IvanLongo3

*Com Forum

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