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Haddad afirma que Lula deve sancionar isenção do IR em outubro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, em entrevista exclusiva ao ICL Notícias 1ª edição nesta terça-feira (23), que o governo está próximo de cumprir a promessa de ampliar a faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) para trabalhadores com salários de até R$ 5 mil mensais. Segundo ele, a medida pode ser sancionada em outubro pelo presidente Lula (PT), beneficiando um total de 20 milhões de brasileiros até o fim do atual mandato presidencial.

“Nós pegamos com R$ 1.900, chegamos a R$ 3 mil e estamos indo para R$ 5 mil. Serão 10 milhões de pessoas atendidas com essa lei [isenção do IR], somadas a outras 10 milhões que já foram beneficiadas com a atualização anterior da tabela do imposto de renda”, afirmou o ministro.

Com a nova faixa de isenção, Haddad declarou que o atual Ministério da Fazenda será o que mais concedeu isenções de IR da história recente do Brasil.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) disse, durante participação em um evento de um banco na segunda-feira (22), que o projeto deve ir a votação na próxima semana.

Haddad: reforma visa corrigir distorções
Apesar do otimismo em relação à aprovação da isenção, Haddad apontou que o maior desafio está na resistência de setores mais ricos da sociedade em aceitar mudanças na forma de contribuição.

“O Congresso está muito maduro para aprovar a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. O problema é a compensação: o andar de cima, que não paga imposto de renda”, criticou o ministro.

De acordo com Haddad, investidores de alta renda chegam a pagar uma alíquota efetiva de apenas 2%, valor muito abaixo do que arcam professores, profissionais liberais e trabalhadores assalariados de classe média, que chegam a pagar até 27,5%.

O economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta) Eduardo Moreira, reforçou a crítica: “Cobrar 10% do milionário e 22% da professora? Isso não é justiça fiscal.” Haddad completou: “Você ir de 2% para 10% é uma revolução no Brasil.”

Reforma quer tornar sistema mais justo
Segundo o ministro, o país está vivendo o início de uma transformação estrutural no sistema tributário, com foco em maior justiça fiscal. A aprovação da reforma tributária sobre o consumo, que institui o IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que está em fase de regulamentação no Congresso, representa o início de um modelo que visa desonerar o consumo e tornar a tributação mais progressiva.

“Estamos colocando o carro na estrada. Vamos corrigir quem está financiando o Estado. Hoje, os mais pobres pagam mais proporcionalmente”, disse Haddad.

A meta, segundo o ministro da Fazenda, é clara: reduzir o peso do consumo na carga tributária e aumentar a contribuição sobre renda e patrimônio dos mais ricos. “Se engatarmos nessa direção, vamos acertar o rumo do país”, disse.

Maior aumento de renda desde o Plano Real
Haddad também destacou que o país registra, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o maior crescimento real da renda dos trabalhadores em 30 anos.

“A renda subiu 18% acima da inflação em três anos. É o maior aumento desde o Plano Real. Isso não sou eu que estou dizendo, é o IBGE”, afirmou.

Além disso, ele relembrou que o salário mínimo e a tabela do IR ficaram congelados por sete anos antes da atual gestão. “Estamos corrigindo distorções históricas”, disse.

Projeto de país
Ao refletir sobre o momento político e econômico, Haddad comparou a atual agenda de justiça fiscal à implementação das cotas raciais no ensino superior quando era ministro da Educação nos primeiros governo do presidente Lula. Para ele, medidas inicialmente impopulares podem se revelar avanços históricos a longo prazo.

“Temos uma geração entre 30 e 40 anos chegando às bibliotecas, formulando ideias. É isso que faz um país: uma geração voltar a pensar seu destino.”

O ministro também lamentou a falta de debate público mais profundo sobre o futuro do Brasil. “Está faltando intelectual público no país. Precisamos reconstruir um projeto coletivo de nação”, concluiu.

Justiça e democracia: “A impunidade convida o golpista”
Para finalizar, Haddad elogiou as manifestações que aconteceram pelo Brasil no último domingo (21) contra a PEC da Blindagem e contra a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.

Ele criticou a tradição brasileira de não punir golpes ou tentativas de golpe, o que, segundo ele, cria um ciclo perigoso para a democracia: “O Brasil viveu inúmeras tentativas de golpe e nunca puniu. A impunidade convida o golpista a se reorganizar. Se não punir, o golpe vai acontecer.”

Ele citou episódios históricos como a proclamação da República em 1889, que ocorreu logo após a abolição da escravidão e premiou os fazendeiros, sem reparação aos ex-escravizados: “A classe dirigente no Brasil nunca se confundiu com a classe dominante do mundo desenvolvido. Aqui, ela sempre se protegeu.”

*ICL


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Política

Lula sobe o tom com Trump e pede respeito ao Brasil: ‘Fale manso comigo, não adianta ficar gritando’

Ao se referir ao presidente americano, Lula disse que aprendeu “a não ter medo de cara feia”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em evento em Betim (MG) nesta terça-feira. Em meio a guerra comercial promovida por Trump, Lula disse que não adianta o presidente americano “ficar gritando de lá” porque ele não tem medo de cara feia.

Todo mundo vai ganhar, nós não queremos o Brasil para nós, nós queremos o Brasil para vocês. Não adianta o Trump ficar gritando de lá porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado.

Na semana passada, Brasil e Estados Unidos deram o primeiro passo para a negociação de um acordo para evitar que as exportações brasileiras sejam afetadas pela elevação de tarifas nas importações de aço e alumínio anunciada por Donald Trump.

O assunto foi tratado em uma reunião entre vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, com os dois principais responsáveis pelo tema da equipe de Trump: o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial americano, Jamieson Greer.

Além do aço e do alumínio, Trump avisou que vai aumentar as alíquotas de produtos cujo imposto é maior do que o cobrado pelos americanos, como o etanol. Um dos argumentos usados pelo Brasil é que as exportações brasileiras não são uma ameaça às indústrias americanas, porque as economias dos dois países são complementares. Além disso, quem pagará mais caro pelo tarifaço serão as empresas dos EUA, que dependem de produtos siderúrgicos para a produção.

Lula citou Trump nesta terça-feira durante a cerimônia de inauguração do centro de desenvolvimento de produtos de mobilidade híbrida-flex no Polo Automotivo Stellantis de Betim (MG). Lula criticou o presidente americano ao fazer previsões otimistas para a economia brasileira:

Pode ter certeza que a economia brasileira vai continuar crescendo, a gente vai continuar gerando emprego, a inflação vai baixar, nós fizemos a maior política tributária que esse país já viu na história. E todo mundo vai ganhar, nós não queremos o Brasil para nós, nós queremos o Brasil para vocês.

Lula também citou que quer deixa a presidência entregando o que prometeu e afirmou que o Brasil não aceita ser menor:

Quero sair da Presidência entregando mais do que eu prometi nas eleições. O Brasil passou a ser um país respeitado. O Brasil não quer ser maior do que ninguém, mas o Brasil não aceita ser menor. Queremos ser iguais. Porque, sendo iguais, a gente aprende a se respeitar mutuamente.

Ao iniciar seu discurso, enquanto citava a nominata de ministros presentes no evento, Lula fez um afago ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estava no palco:

Meu caro Fernando Haddad, responsável pelos acertos das coisas que estão acontecendo de forma benéfica na economia brasileira.

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Haddad assumirá Fazenda como candidato a Príncipe da Esplanada

Luís Costa Pinto – Versado na arte de florear e dourar versões para que fiquem mais interessantes que o fato em si, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva costuma descrever o momento exato em que passou a prestar atenção política em Fernando Haddad da forma a seguir:

– O Cristóvam Buarque já tinha sido sucedido pelo Tarso Genro no Ministério da Educação e nenhum dos dois conseguia explicar de forma simples os graves problemas da pasta. Tudo parecia sem solução, ou complexo demais para ser resolvido em um mandato – diz, com o jeitão de contador de histórias que lhe é peculiar, o ex-sindicalista que se orgulha de ter começado a mudar o perfil educacional brasileiro. E continua: – Um dia, puseram na sala o secretário-executivo do Tarso. Acho que isso se deu em 2004, por aí. Meio envergonhado, sem muita intimidade com quem estava na sala, dando uma aula sobre os funis e os enroscos da Educação, o cara explicou tudo. Era professoral, sem ser arrogante. Adorei a exposição, e ela foi muito útil num determinado processo. No dia seguinte pedi para chamarem de novo “aquele rapaz que fala como tucano, tem cara de tucano, tem pose de tucano, mas, não é do PSDB: é do PT” – conta Lula aspeando as próprias palavras. E conclui: – “É Haddad. Fernando Haddad, secretário-executivo do Tarso”, disse-me a Clara Ant. Aí mandei chamar o Fernando Haddad, o homem que tinha tudo para ser tucano, mas é nosso.

Dizer que Haddad é o homem que tinha tudo para ser do PSDB, mas é do PT, é uma descrição politicamente adequada. Contudo, ainda incompleta. Deixa de fazer justiça à amplitude do perfil do bacharel em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Dado o caráter multidisciplinar e complementar de sua formação, Fernando Haddad, professor de Ciências Políticas da mesma USP onde cumpriu todo a trajetória acadêmica de graduação e pós-graduação, pode-se dizer que ele tem o perfil ideal para o tamanho e a complexidade das missões que virão como ministro da Fazenda. No momento em que este artigo foi escrito, fim do dia 8 de dezembro, o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo preparava-se para o cortejo de problemas que recairiam formalmente sobre seus ombros depois de ter o nome anunciado para ocupar o Ministério da Fazenda. O anúncio estava programado para ser dado numa entrevista agendada para as 10h45min da sexta-feira 9 de dezembro.

É injusto quem acusa Fernando Haddad de não ter jogo de cintura para a política, ou de ser obsessivo com algumas de suas ideias, crendo que isso o desqualifica para integrar equipes de governo e pleitear mandatos populares. Dentro do próprio Partido dos Trabalhadores, tais críticas nascidas no “mercado financeiro” (entidade corporativa amorfa e anódina da qual o futuro ministro da Fazenda pode ser acusado de ter integrado, pois foi analista financeiro do Itaú em 1988) encontram eco. Dizer isso do ex-prefeito paulistano é ter uma visão parcial e envenenada dele.

Como ministro da Educação, posto que ocupou entre julho de 2005 e março de 2012, Haddad criou e implantou o ProUni (Programa Universidade para Todos), instituiu o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), converteu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef) em Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A mudança ampliou o fundo de financiamento – antes restrito ao ensino fundamental – para toda a educação básica, incluindo creche, pré-escola, ensino médio e modalidades como alfabetização de adultos, educação no meio rural, entre outras. Ainda durante a gestão dele, o ensino fundamental passou a ter nove anos de duração e foram criadas 14 novas universidades federais e uma centena de campi universitários. O número de vagas em universidades federais saltou de 139 mil para 218 mil e por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) o Enem – Exame Nacional do Ensino Médio universalizou-se como porta de acesso para instituições públicas de ensino superior.

Nas disputas eleitorais que travou depois de sua passagem pelo Ministério da Educação – 2012, vitória para a Prefeitura de São Paulo; 2016, derrota na tentativa de reeleição para o comando da maior metrópole sul-americana, 2018, derrota na disputa a Presidência na eleição assimétrica contra Jair Bolsonaro e corrompida pelo jogo duro institucional da proibição da candidatura de Lula, e 2022, derrota para o governo do estado de São Paulo com ampliação do número de votos dados ao PT – Fernando Haddad se via cobrado por “inconsistências”, “democratismo” e “erros de gestão” no MEC. Com argumentos técnicos, sempre refutou todas as acusações e pedia um cotejamento sério das políticas públicas implantadas na gestão da Educação brasileira. Por não reconhecer erros nas críticas feitas por adversários, que tampouco conseguiam argumentar seriamente respondendo às negativas técnicas dele, o ex-prefeito foi consolidando o perfil de “cintura dura”.

Em 2016, disputou a reeleição pelo PT apenas cinco meses depois da deposição da presidente petista Dilma Rousseff no golpe do impeachment sem crime de responsabilidade. A escola de samba da Lava Jato estava passando na avenida midiática com sua bateria de factoides no auge do udenismo tosco que destruiu o País. Fernando Haddad recebeu ofertas do PV, do Psol, do PDT e da Rede para deixar o PT e se candidatar por uma dessas legendas. Recusou todos os convites. “Não posso fazer uma coisa dessas com o meu partido. Jamais me perdoaria”, disse com franqueza a todos que o procuravam com a proposta de mudança de sigla. Foi aconselhado por amigos e por publicitários que cuidariam de seu marketing a reduzir a exposição de programas visionários e necessários implantados em São Paulo como as faixas exclusivas de ônibus, a expansão das ciclovias, a redução de velocidade nas marginais e a transformação do Minhocão e da Avenida Paulista em áreas de lazer aos domingos e feriados. “Jamais deixaria de dizer que acredito naquilo que lutei para implantar. Se me quiserem como prefeito reeleito, é para defender o que acredito”, respondeu a um dos proponentes do plot twist administrativo para a campanha. “Se for para voltar atrás, é melhor não ser candidato”.

Fernando Haddad não refugou nos seus credos, perdeu a eleição em primeiro turno para o então estreante nas urnas João Doria, viu o adversário pular dois anos depois para o governo paulista enquanto ele amargava a derrota para a Presidência – embora tivesse colhido honrosos 47 milhões de votos no segundo turno de 2018 contra Jair Bolsonaro. Naqueles dias nebulosos de 2016 era “acusado” de ser responsável pela própria derrota por ter se recusado abrir mão das convicções mais assentadas em seu perfil de gestor público. Este ano, depois de passar para a disputa do segundo turno para o governo estadual atrás de Tarcísio Freitas (PL), estreante em campanhas políticas como o Doria de 2016, o ex-ministro da Educação e certamente futuro ministro da Fazenda escutou as mesmas críticas. Não é razoável transformar a virtude da firmeza de caráter e da confiança nas ideias e nos programas públicos propostos em defeito de perfil político capaz de ser convertido em falso vício de origem que o desqualifique para disputas.

FAZENDA É MISSÃO PREPARATÓRIA PARA 2026

Lula nunca deixou de ter Fernando Haddad como primeira alternativa – e, pode-se dizer, única – para o Ministério da Fazenda. Nem mesmo na campanha eleitoral. No curso das tratativas de aliança estadual com o PSB de Márcio França, que terminou disputando o Senado, o presidente eleito sempre insistiu na manutenção da candidatura do ex0ministro da Educação e ex-prefeito porque sabia da importância de ampliar a votação do PT na unidade da federação com o maior número de eleitores do País. Lula e Haddad tiveram praticamente a mesma votação percentual em São Paulo e isso se revelou absolutamente crucial na apertada vitória verificada na corrida presidencial – pouco mais de dois milhões de votos. Para o presidente que tomará posse em 1º de janeiro de 2023 e já anunciou que não disputará a reeleição daqui a quatro anos, a passagem de Fernando Haddad é estágio probatório essencial para alça-lo à condição de sucessor no pleito de 2026.

A Fazenda é mais completa escola da complexidade que é governar o Brasil. Foi a passagem por aquele ministério que deu ao habilidoso Fernando Henrique Cardoso (PSDB), sociólogo por formação, senador por acaso e presidente por fortuna do destino, as credenciais para vencer o próprio Lula em 1994 e na reeleição de 1998. Como não somos uma República Parlamentarista (e, quiçá, com as sucessivas e deletérias composições do Congresso Nacional, jamais seremos), os ministros da Fazenda ocupam a posição comparável – por analogia de livre-pensar – à de um primeiro-ministro. A força dele advém dos amplos poderes do cargo, independente da personalidade de quem sente na cadeira de couro cru do amplo gabinete do 5º andar do Bloco P da Esplanada dos Ministérios.

Antecessor de Haddad, confirmando-se a lógica do anúncio marcado para esta sexta-feira, o economista Paulo Guedes conclui a passagem de quatro anos pelo outrora “superministério” as Economia (reunião das pastas de Fazenda, Planejamento, Desenvolvimento Industrial, Trabalho e Previdência num único e irracional Ministério) como fogo de monturo. A expressão designa algo que queima rapidamente, uma fogueira que parece intensa no início e logo se dissipa porque não tem substância. Em geral, fogos de monturo são vistos em lixões, resultado da queima espontânea de gás metano original pelas fermentações do lixo. Guedes foi isso. Fernando Haddad não será.

O estágio probatório para 2026 exigirá aprovações com louvor do ministro da Fazenda em certames de negociação política com raposas, tubarões, cardeais e coroinhas do Congresso; em exaustivas “gincanas de credibilidade” com executivos do mercado financeiro que se creem sábios e altaneiros quando são apenas empregados enxergando o mundo com a lente de quem lhes paga os bônus de fim de ano. Ministros da Fazenda também funcionam, na Esplanada, como os ventríloquos dos presidentes da República na hora em que é necessário dizer “não” a outros integrantes da equipe ministerial, a governadores de estado, a pleitos de corporações empresariais que nasceram e cresceram na peculiar paisagem brasileira do capitalismo sem riscos (porque todos os riscos foram assumidos pelo Estado).

Performando em alta ao atravessar essas encruzilhadas, como se diz nos prédios envidraçados e emoldurados por aço escovado da Avenida Faria Lima, Fernando Haddad estará apto a assumir a precedência na pista de corrida para suceder a Lula em 2026 – ao menos como candidato do PT. Porém, não estará sozinho na pista. O governador baiano Rui Costa, que também deverá ser confirmado ministro da Casa Civil do futuro governo, larga com segundos de atraso e terá outras provas a cumprir nos bastidores. Contudo, não pode ser descartado nas disputas qualificatórias para o futuro. Assim como Haddad, Costa é acusado de ter cintura dura para o jogo político. Assim como ocorre com o futuro ministro da Fazenda, o futuro ministro da Casa Civil, que participou de um governo bem-sucedido na Bahia (Jaques Wagner), venceu ele mesmo o pleito de 2014 e foi reeleito há quatro anos, tendo sido cabo eleitoral de um sucessor cuja vitória esse ano parecia improvável em 2022, não pode caber num perfil estreito de mau dançarino nos salões da política.

A inteligência veloz e dada a mergulhos profundos de Fernando Haddad, o calibrado senso de missão política, a autoridade conquistada por saber defender as próprias ideias – e, sobretudo, o diferencial competitivo que traz para o mundo da política: ter ideias próprias! – fazem o ex-ministro da Educação, ex-prefeito de São Paulo, futuro ministro da Fazenda, encarnar o personagem de Príncipe da República de Brasília. Esse papel só foi completo quando desempenhado por Fernando Henrique Cardoso, entre 1993 e 1994. Afinal, não se pode dizer que o “sapo barbudo”, como Leonel Brizola chamou Lula em 1989 no calor da disputa entre os dois naquele ano, tenha sido Príncipe em algum momento.

Luiz Inácio Lula da Silva saltou da condição de maior líder popular da História do País à de melhor presidente de todos os tempos sem precisar mudar sua natureza política – e é isso que o diferencia e o faz singular na cena nacional. Como Haddad nunca pretendeu mimetizar Lula, o ministro da Fazenda terá de se revelar, de fato, um petista raiz com modos de tucano. Se conseguir a proeza, o Brasil terá saído do fundo do poço em que foi metido no curso das irresponsabilidades perpetradas desde 2016 e o fabuloso roteiro que o destino parece escrever para Lula será cumprido com galhardia.

*247

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Lula vota em São Bernardo do Campo: “Que a gente possa ser civilizado”

Candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República, Lula compareceu a uma escola estadual às 9h21 deste domingo (30/10).

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votou às 8h45 deste domingo (30/10), em São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo. Ele estava acompanhado da esposa, Rosângela Lula da Silva, a Janja; o candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad e outros aliados.

“Hoje, o povo está decidindo o modelo de organização, de vida que quer. Estou convencido de que o povo vai votar em um projeto em que a gente possa resgatar as pessoas que estão com fome, para que a gente possa ser civilizado. As pessoas que trabalham e que estudam precisam estender a mão para os que não tiveram essa oportunidade”, disse Lula.

O local de votação do candidato à Presidência da República é a Escola Estadual Doutor João Firmino Correia de Araújo, localizada no bairro Assunção. Acompanhavam o candidato aliados políticos como Fernando Haddad, André Janones, Geraldo Alckmin, Gleisi Hoffman, Marina Silva e Aloísio Mercadante.

“Estou aqui com companheiros históricos que nasceram na luta sindical”, lembrou o ex-presidente.

“Hoje, possivelmente, seja o dia 30 de outubro mais importante da minha vida e acho que é um dia muito importante para o povo brasileiro que ele vai estar definindo o modelo de Brasil que ele deseja de organização social. Na verdade, o povo está definindo hoje o modelo de vida que ele quer. Por isso é o dia mais importante da minha vida, porque eu me coloquei candidato nesse dia, eu estou convencido que o povo brasileiro vai votar no projeto que a democracia seja vencedora”, declarou Lula neste domingo.

*Com Metrópoles

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Política

TRE de São Paulo absolve Fernando Haddad de acusação de caixa 2 eleitoral

Por unanimidade, a Justiça Eleitoral de São Paulo destacou a inexistência de provas da falsidade e absolveu o ex-prefeito.

O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) absolveu nesta 3ª feira (27.jul.2021) o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o tesoureiro Francisco Macena da acusação de Caixa 2. Segundo o MPE (Ministério Público Eleitoral), Haddad teria apresentado declarações falsas ao prestar contas sobre materiais de campanha produzidos em gráficas durante as eleições para a prefeitura de São Paulo em 2012.

Em agosto de 2019, o político chegou a ser condenado pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo a 4 anos e 6 meses de prisão em regime aberto. O petista recorreu em liberdade ao TRE-SP. Ao reformar a decisão nesta 3ª feira (27.jul), o juiz Afonso Celso da Silva, relator do processo, disse que não há provas suficientes para concluir que o ex-prefeito cometeu o crime de caixa 2 eleitoral.

O magistrado foi acompanhado pelos juízes Paulo Galizia, Marcelo Vieira, Maurício Fiorito, Manuel Marcelino e Nelton dos Santos. O placar do julgamento foi 6 a 0. Os advogados Pierpaolo Bottini, Fernando Neisser e Tiago Rocha, responsáveis pela defesa de Haddad, comemoraram a absolvição.

“A decisão põe fim a uma grande injustiça, que lançava uma sombra injusta sobre a integridade do ex-prefeito, que sempre pautou sua conduta pelo cumprimento da lei. A denúncia alegava a inexistência de materiais de campanha, que foram comprovadamente produzidos, por gráficas que atuaram para mais de 20 partidos políticos. A acusação era insustentável”, disseram.

*Com informações do Poder 360

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Vídeo: Haddad sobre o procurador Carlos Fernando Boquinha: ‘bom ver esse medíocre morder a língua’

Para início de conversa, os nossos aplausos a Fernando Haddad.

Após a declaração de Bolsonaro de que acabou com a Lava Jato porque seu governo não tem mais corrupção, Fernando Haddad (PT) relembrou fala do procurador aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima, de que o PT tinha intenções claras de acabar com a operação. “Bom ver esse medíocre, que me julgou sem conhecer, morder a língua”.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), candidato à presidência pelo PT em 2018, rebateu fala do procurador aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima, ex-coordenador da Operação Lava Jato, feita naquele ano, depois da declaração de Jair Bolsonaro de que acabou com a Lava Jato porque seu governo não tem mais corrupção.

“Bom ver esse medíocre, que me julgou sem conhecer, morder a língua. Graças ao @TheInterceptBr(VazaJato) sabemos bem o conceito de ética dessa gente. Colocaram uma família de corruptos no poder”, escreveu Haddad no Twitter.

Em sua postagem, Haddad reproduziu uma declaração do procurador no período da eleição presidencial. “É óbvio que o Fernando Haddad tinha total interesse em acabar com a Lava-Jato. Dentro da Lava-Jato muitos entenderam que um mal menor é óbvio que era Bolsonaro”, afirmou o ex-coordenador.

O ex-presidenciável também citou as revelações do Intercept Brasil em agosto de 2019, quando os diálogos publicados pelo site apontaram que procuradores da força-tarefa da Lava Jato queriam “controlar a mídia de perto”.

“Vamos controlar a mídia de perto. Tenho um espaço na FSP, quem sabe possamos usar se precisar”, escreveu Santos Lima, conforme relatos divulgados pela Vaza Jato.

O Intercept também divulgou várias outras irregularidades da Lava Jato apontando que Moro agia como uma espécie de assistente de acusação. Chegou até a questionar a competência de uma procuradora em interrogar Lula e sugeriu acréscimo de informação na denúncia contra Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobrás.

 

*Com informações do 247

 

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Matéria Política

STF joga no lixo delação de Palocci contra Lula e desanca Moro.

A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) determinou hoje a exclusão da delação do ex-ministro Antonio Palocci de processo da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O processo diz respeito à ação penal na qual Lula é réu na 13ª Vara Federal de Curitiba, acusado de ter recebido propina da Odebrecht por meio de um terreno para o Instituto Lula e pelo pagamento de um apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo do Campo (SP).

A decisão da Segunda Turma foi tomada por maioria de dois votos a um. Os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes foram favoráveis à exclusão dos trechos da delação. O ministro Edson Fachin, relator do processo, votou contra o pedido da defesa.

A delação de Palocci foi juntada ao processo contra Lula pelo então juiz Sergio Moro, que retirou o sigilo do documento a seis dias do primeiro turno da eleição presidencial de 2018.

Na sessão de hoje, Gilmar Mendes afirmou que Moro pretendeu criar um “fato político” contra Lula e indicou ter agido sem a imparcialidade esperada de um juiz.

“Verifica-se que o acordo foi juntado aos autos da ação penal cerca de três meses após a decisão judicial que o homologara. Essa demora parece ter sido cuidadosamente planejada pelo magistrado para gerar verdadeiro fato político na semana que antecedia o primeiro turno da eleições presidenciais de 2018”, afirmou Mendes.

“Resta claro que as circunstâncias que permeiam a juntada do acordo de delação de Antonio Palocci no sexto dia anterior à realização do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 não deixam dúvidas de que o ato judicial encontra-se acoimado de grave e irreparável ilicitude”, disse o ministro.

Gilmar Mendes também destacou o fato de que em sua decisão Moro afirmava que a delação não seria utilizada como prova no processo, mas apenas seria considerada como indicativo da colaboração de Palocci, que também é réu na ação.

O ministro Ricardo Lewandowski afirmou em seu voto que a forma como a delação foi incluída no processo contra Lula indica a perda da imparcialidade por Moro.

“A determinação da juntada dos termos de colaboração premiada consubstancia, quando menos, inequívoca quebra de imparcialidade”, disse o ministro.

Em seu voto, o ministro Edson Fachin, que divergiu da maioria, afirmou que o juiz tem poderes para juntar documentos relativos ao processo e que não é possível provar que houve intenção irregular de Moro ao anexar a delação.

Na eleição de 2018, Lula chegou a lançar-se candidato a presidente da República mas teve a candidatura barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com base na Lei da Ficha Limpa.

Quando o sigilo da delação de Palocci foi retirado por Moro, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) já havia assumido o lugar de Lula na liderança da chapa petista à Presidência.

Haddad terminou derrotado no segundo turno pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em novembro de 2018, mês seguinte ao resultado das eleições, o então juiz Sergio Moro anunciou ter aceito o convite para se tornar Ministro da Justiça do governo Bolsonaro, então presidente eleito.

Moro deixou o governo Bolsonaro esse ano, após acusar o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.

Defesa terá acesso a acordo da Odebrecht

Também hoje, em julgamento de outro recurso da defesa de Lula, a Segunda Turma do STF determinou que o ex-presidente possa ter acesso a documentos do acordo de leniência da Odebrecht que embasaram a acusação contra o petista.

Com a decisão, a ação penal deverá retroceder à etapa de alegações finais.

A Segunda Turma deverá julgar posteriormente outro pedido dos advogados do petista, questionando a atuação do ex-juiz Sergio Moro nos processos contra Lula.

O julgamento do caso pode levar à anulação da condenação de Lula no processo do apartamento tríplex no Guarujá (SP), ação que levou à inelegibilidade do ex-presidente.

 

*Felipe Amorim/ Uol

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Bolsonaro revoga Medida Provisória assassina

Como bem disse Fernando Haddad, é duro ter que lidar com um vírus e um verme, simultaneamente.

Mas me permito um adendo, jamais conseguirão encontrar uma vacina que extermine o verme. Aliás, para esse verme não há tratamento.

O fato é que Bolsonaro, sem explicar os motivos, publicou em seu twitter:
“Determinei a revogacao do art.18 da MP 927 que permitia a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses sem salário.

Isso mostra que esse governo não só é assassino, como também uma baderna, uma marafunda, um pardieiro, um troço qualquer que não há sinônimo suficiente para definir a esculhambação.

Certamente, Bolsonaro sentiu a pressão da sociedade em seu próprio twitter que, em peso, o chamou de assassino depois de salvar os bancos com mais R$ 1 trilhão, através do Banco Central, extraídos do suor do trabalhador brasileiro.

O mesmo demoníaco presidente da República, Bolsonaro, editou uma medida em que suspendia por quatro meses o pagamento do salário dos trabalhadores que se encontram em quarentena para se protegerem do coronavírus, obedecendo a uma orientação do próprio Ministro da Saúde do governo desse energúmeno, mostrando que o Brasil está desgovernado, com um presidente que não governa, faz negócios, usando o cargo e o dinheiro do povo para salvar grandes banqueiros e deixar o povo à míngua.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Petra, do Democracia em Vertigem, ganha os olhos do mundo, detona Bolsonaro na CNN e minions espumam ódio

Se denunciar governos que fazem apologia ao nazismo, como fez o governo Bolsonaro, através de seu Secretário de Cultura, Roberto Alvim, copiando o nazista Goebbels, garantisse o Oscar, certamente Petra Costa já estaria com o troféu nas mãos.

Em uma entrevista na CNN, a diretora do documentário Democracia em Vertigem não economizou em denunciar todas as estruturas que levaram Bolsonaro ao poder, desde a indústria de fake news ao discurso racista contra negros e índios, gays, assim como venceu a eleição prometendo exterminar seus inimigos.

O vídeo de parte da entrevista na CNN enfureceu muita gente, principalmente na parte em que ela denuncia ao mundo que, na véspera das eleições em 2018, houve um grande patrocínio para difusão em massa de fake news espalhando monstruosidades sobre Fernando Haddad, como todos nós presenciamos.

Mas não é só isso, Petra denuncia também o genocídio de jovens negros nas favelas e periferias, assim como os ataques aos índios, além do incêndio na Amazônia comandado pelo Planalto, entre outras denúncias corajosas da cineasta.

Lógico que o primeiro a tremilicar foi Diogo Mainardi, uma mistura de Alexandre Garcia com Augusto Nunes, com pitadas de morcego, crocodilo e hiena, tudo numa mesma sopa.

Pois bem, o pau mandado de quem paga mais no balcão de notícias, Mainardi, esse senhor simpático que se mostrou tão submisso a Deltan Dallagnol quanto ao banqueiro Dantas, resolveu fazer o que ele faz de melhor dentro de seu podre universo, largar a bola e ir no pescoço de Petra.

Então, vem a pergunta, o que é o Antagonista frente à CNN? É mais ou menos o que difere um “jornalista” de aluguel como Mainardi com um premiado jornalista como Glenn Greenwald.

Claro que sua torcida formada por zumbis dos intermúndios do inferno nativo aplaude o craque do time fascista, gritando, é 7 x 0, num jogo entre os times, Ibis, da cidade de Paulista em Pernambuco, e o Barcelona de Messi.

Nesse caso, não precisa dizer quem é o Ibis nessa história.

O fato é que o fascismo tropical se encontra cada vez mais na beira do barranco se desmantelando, derretendo, ora com Alvim, ora com Regina Duarte, ora com Moro, ora com todo o clã Bolsonaro e a irmandade bolsonarista da Lava Jato de Dallagnol.

Tudo o que essa gente não queria, está acontecendo. O maior evento mundial do cinema indicando um documentário brasileiro que denuncia e mostra toda a podridão por trás do golpe em Dilma, do qual Bolsonaro e Moro são protagonistas e o interesse cada vez maior do mundo por essa trama macabra que envolve a escória da sociedade brasileira contra a democracia.

Imagina se Democracia em Vertigem ganha merecidamente o Oscar!

https://twitter.com/taoquei1/status/1224308518901166080?s=20

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: Haddad parte para o ataque a Moro: Nunca foi juiz, sempre foi um agente público

Candidato à presidência na eleição de 2018, cujo resultado foi prejudicado após Moro tirar Lula da disputa, Fernando Haddad diz que a informação de que o ex-juiz já negociava seu cargo de ministro antes mesmo de Bolsonaro vencer a corrida presidencial comprova que “como tudo o que ele faz na vida – que o Moro nunca foi juiz, ele sempre foi um agente político, sempre teve projeto de poder”. 

O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato à presidência pelo PT em 2018, comentou nesta terça-feira 19, em entrevista ao canal no Youtube do jornalista Fábio Pannunzio, TV Giramundo, a revelação feita pelo ex-ministro Gustavo Bebianno de que o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, negociava seu cargo em encontros com Paulo Guedes, atual titular da pasta de Economia, ainda durante a campanha presidencial.

“A primeira preocupação é um ministro da Justiça que não fala a verdade. É muito grave quando você é obrigado a omitir detalhes da sua vida pública – porque ele tem uma vida pública, ele é servidor público, que tem protocolos a serem observados, dentre os quais a agenda aberta com personalidades políticas. Todo mundo sabia quem era o Paulo Guedes”, comenta Haddad.

“Ele omitiu inclusive do Congresso Nacional essa informação, o que do meu ponto de vista revela – como tudo o que ele faz na vida – que o Moro nunca foi juiz, ele sempre foi um agente político, sempre teve projeto de poder”, acrescenta, em referência aos depoimentos dados por Moro na Câmara e no Senado para esclarecer as revelações do site The Intercept, a ‘Vaza Jato’. Na ocasião, Moro negou ter tido qualquer relação com a campanha de Bolsonaro.

“O processo pelo qual ele condenou o Lula é uma verdadeira farsa, mas a ação na mídia, do Ministério Público tentando conduzir, manipular a opinião pública tentando conduzir um resultado pré-determinado definiu o resultado das eleições no ano passado”, avalia Haddad, destacando a forma como o PT foi prejudicado na disputa presidencial de 2018.

“E o que você falou”, prosseguiu Haddad, em referência à notícia trazida por Bebianno a respeito dos encontros entre Moro e Guedes, “foi uma das manobras entre muitas das que foram feitas. Essa semana mesmo houve a informação de que 400 mil números de WhatsApp foram bloqueados no Brasil”.

Na entrevista concedida a Pannunzio, Bebianno contou que aliados tiveram um encontro na casa de Bolsonaro no dia do segundo turno. “Paulo Guedes me chama e diz ‘quero conversar com um você um negócio importante’. Ele me contou já tinha tido cinco ou seis conversas com Sérgio Moro e que Moro estaria disposto a abandonar a magistratura e aceitar o desafio como ministro da Justiça”, disse o ex-ministro.

Assista à entrevista com Fernando Haddad:

 

 

*Com informações do 247