Pra começo de conversa, é bom deixar claro que o anúncio de que, sob o comando de Bolsonaro, o Brasil alcançou o maior risco-país da história, trocando em miúdos, o pior lugar para se investir, nada tem a ver com o coronavírus e a hecatombe nas bolsas no mundo todo.
O dólar, que é um termômetro global, já vinha mostrando que a chapa de Bolsonaro, estava esquentando pela falta de dólares no país, além da fuga recorde de capitais. Por isso é preciso proclamar em alto e bom som que a fatura que chegou hoje é uma interpretação do mercado de uma economia que, ao invés de rever injustiças sociais seculares, em um ano tratou de acumular, concentrando mais dinheiro nas mãos dos ricos e empobrecendo ainda mais os pobres. Coisa que até o FMI diz ser uma receita perfeita para o atraso de uma economia. Mas é um assunto para uma próxima.
Por hora, ficaremos com uma matéria publicada pelo Estadão em 05 de abril de 2007:
Sob Lula, risco-país é o menor da história
“SÃO PAULO – O Risco Brasil atingiu nova mínima nesta quinta-feira, 5, ao chegar a 161 pontos base, e mais uma vez se igualou ao risco dos países emergentes que, às 15h35 desta quinta-feira, dia 5, está neste mesmo patamar. A taxa de risco reflete a confiança do investidor estrangeiro na capacidade de pagamento da dívida de um país. Quanto menor esta taxa, maior é a confiança do investidor.
Neste patamar, significa que o Brasil paga 1,61 ponto porcentual como prêmio (em dólar) acima dos juros dos títulos norte-americanos, considerados sem risco. Esse prêmio de risco influencia as taxas pagas pelas empresas brasileiras para captar recursos no exterior. Ou seja, o risco Brasil em queda significa menor custo de captação tanto para o governo brasileiro quanto para as empresas do País.
A queda do risco abre a possibilidade para que o Brasil atinja o investment grade, classificação dada aos ativos considerados de baixo risco de crédito pelas agências de classificação. Para se ter uma idéia, se o México for tomado como exemplo de comparação, o Brasil está a 60 pontos de receber esta classificação, já que o risco daquele país, que já é considerado grau de investimento pelas agências, oscila atualmente na casa de 100 pontos.
Guedes foi até econômico na sua síntese. O que, na verdade, ele quis dizer e que está deixando os bolsonaristas enfurecidos, é a mais pura verdade, que o Brasil era outro antes do golpe.
Dilma terminou seu mandato em 2014 com o menor índice de desemprego e maior poder de compra da história.
Na realidade, foi um processo que iniciou no governo Lula que mostrou, como ele sempre repete, que pobre podia viajar de avião, comprar carro novo, fazer churrasco todo fim de semana, viajar para Disney, assim como para dentro do próprio país, podia comprar ou reformar a sua casa, ver seus filhos ingressando na universidade pública e o país cada vez mais respirando alegria e esperança, mas principalmente uma população que sonhava, o oposto do que se viu com o Temer e, agora, com Bolsonaro.
Hoje, o que se vê é um Brasil crepúsculo, um ambiente assombroso em que o pobre é tratado pelo governo a ponta pé, um governo imoral comandado por um psicopata que odeia negros, índios e pobres e não faz outra coisa, senão piorar a vida deles. Acabou com a aposentadoria, destruiu o futuro de milhões de jovens, segregou os pobres, devolvendo o país ao mapa da fome, enquanto bancos batem recordes de lucro.
Madeireiros e grileiros assassinam índios, além de incendiar as florestas. A juventude negra sendo dizimada nas favelas por uma polícia fascista que piorou enormemente com a chegada de Bolsonaro ao poder, assim como o Brasil era visto como modelo de preservação ambiental, hoje é visto pelo mundo como principal inimigo do meio ambiente.
Se Lula era querido nos quatro cantos do mundo, hoje estes odeiam Bolsonaro e veem o Brasil como principal núcleo do fascismo contemporâneo. O Brasil, que tinha uma credibilidade internacional nas grandes agências de investimentos, hoje, o que se tem é fuga de capitais de forma recorde e investimento internacional zero.
Na época de Lula e Dilma, ao contrário de hoje, todo o mundo queria investir no Brasil. E, se a vaca ainda não foi para o brejo, é porque em 12 anos o Brasil, além de não dever nada para o FMI, passou a ser credor do mesmo e construiu reservas internacionais de quase R$ 400 bilhões.
Poderia passar a noite enumerando os feitos dos governos Lula e Dilma além da empregada que podia ir a Disney, como disse Guedes num tom de insulto, mas fico por aqui com esses exemplos que mostram claramente a diferença do que se viveu com Lula e Dilma e o se vive hoje.
Mercado previa PIB de 2,5%, dólar a R$ 3,80 e juro a 7,5%; o que aconteceu?
Analistas do mercado financeiro se mostraram bastante otimistas com a economia brasileira no começo deste ano. Previam um crescimento econômico de 2,5% e dólar a R$ 3,80, por exemplo.
Com 2019 chegando ao fim, sabemos que os principais indicadores ficarão bem distantes daquilo que era projetado pela maioria desses profissionais no início do ano. Por que isso acontece? O que “deu errado”?
Crescimento do PIB abaixo do esperado
Por exemplo, as estimativas acerca do crescimento econômico, medido pelo PIB (Produto Interno Bruto), demonstravam o otimismo do mercado em relação à economia brasileira com a chegada de Jair Bolsonaro ao poder, com Paulo Guedes no comando da economia.
No começo de 2019, o boletim Focus (pesquisa semanal feita pelo Banco Central com analistas de mercado) projetava para o PIB uma alta de 2,53% neste ano, segundo a mediana das previsões. Este resultado também era endossado pelo FMI. No Focus, a previsão mais alta era de crescimento de até 3,13%.
Na vida real, porém, essa expectativa para o PIB deve ser frustrada. O crescimento da economia brasileira neste ano deve ficar próximo da metade disso —algo em torno de 1%.
O que deu errado?
“Aqui no Brasil, as pessoas são mais torcedoras do que analistas”, segundo Roberto Dumas, professor de economia do Ibmec-SP. Segundo ele, foi mal avaliada “a dificuldade do presidente Bolsonaro com o Congresso” e houve um certo otimismo exacerbado (“Paulo Guedes afirmando que ia fazer superávit fiscal logo no primeiro ano. Não ocorreu”).
Isso revela uma leitura exclusivamente otimista com ajustes liberais da economia. André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.
Segundo os especialistas ouvidos pelo UOL, além do erro na avaliação dos analistas, esse descolamento entre expectativa e realidade também se deve a acontecimentos como a tragédia de Brumadinho (MG), que abateu a produção de minério da Vale destinada à exportação, e a diminuição das vendas de veículos para a Argentina, dada a crise no país vizinho.
“As pessoas esperam que o PIB do próximo ano seja o potencial, mas isso não acontece. O resultado é mais fraco pois você tem pouca demanda, com o gasto público em patamares baixos. Dessa forma, o PIB se parece mais com o dos anos anteriores”, disse Marcelo Kfoury, coordenador do Centro Macro Brasil da FGV-Eesp.
[O crescimento] ainda ocorre graças à política monetária, que produz uma recuperação de crédito de pessoa física e do setor imobiliário, por exemplo”, afirmou Kfoury.
Não se esperava dólar a R$ 4
Além do crescimento menor do que o esperado, outro indicador acabou bem diferente do que o esperado: a taxa de câmbio do real em relação ao dólar.
A previsão dos analistas era que, ao final de 2019, o dólar estivesse em R$ 3,80, segundo a mediana das projeções do Boletim Focus. O dólar, porém, caminha para fechar o ano acima dos R$ 4.
Incertezas sobre a guerra comercial entre China e EUA e o atraso na agenda de reformas prometidas pelo governo Bolsonaro são algumas das razões para esse resultado.
Primeiro, o dólar valorizou contra todas as moedas, principalmente por causa das incertezas da guerra comercial entre EUA e China. Além disso, o atraso na reforma da Previdência foi o gatilho para gerar preocupação de que outras reformas não seriam feitas. Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.
Juros e inflação também abaixo do previsto
As projeções do mercado para a taxa básica de juros (Selic) e a inflação ao fim de 2019 também devem ficar longe da realidade. E isso tem relação direta com os resultados do PIB e do dólar, mencionados mais para cima.
O mercado previa que, no fim deste ano, a Selic estaria em 7,5% ao ano, mas ela irá fechar em 4,50% ao ano.
Esse resultado está ligado aos problemas com PIB, que crescerá menos que o esperado, o que fez com que o Banco Central acelerasse o ritmo de corte na Selic tentando aquecer a economia.
Como o país não cresceu tudo que esperávamos, a Selic inverteu e começou a cair. Assim, o país deixou de ser atrativo para investidores estrangeiros. O pessoal começou a tirar o dinheiro do país, comprando dólar. Roberto Dumas, professor de economia do Ibmec-SP.
A previsão para a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), era que encerrasse o ano em 4%, segundo a mediana do Boletim Focus. O resultado, porém, deve ficar mais próximo dos 3,5%.
“Você ainda tem pouca demanda e isso faz com que os preços não subam tanto”, afirmou Marcelo Kfoury, da FGV-Eesp. Fora isso, diz Dumas, sempre entra o imponderável.
A economia é uma ciência humana, e ela muda todos os dias. O que eu falo hoje vale para hoje. Com as informações que eu tenho, com acontecimentos que eu tenho, consigo projetar, mas um acidente muda tudo. Roberto Dumas, professor de economia do Ibmec-SP.
Por essas e outras, 80% da população acha Bolsonaro um vigarista mentiroso, como mostrou o Datafolha.
Por isso o nome de Bolsonaro se confunde com fraude.
O sujeito usa qualquer ato ardiloso para tentar enganar a população.
Não há um mínimo de dignidade nos atos desse fascista.
Falsifica deliberadamente qualquer coisa e ainda tem Moro como guarda-costas de seus crimes.
Por isso montou um exército de laranjas milicianos em seu gabinete e de seus filhos tão picaretas quanto o pai.
Do blog Falando Verdades:
O Uol mostra que uma notícia de 2011 foi usada no Whatsapp por apoiadores de Bolsonaro, para mostrar que o país “estava melhorando”
Uma notícia de 2011, durante o governo da presidente Dilma Rousseff, foi usada nas redes sociais principalmente no Whatsapp, como o UOL Conferiu, para dizer que o Brasil superou o Reino Unido e se tornou a 6ª maior economia do mundo. A notícia foi espalhada, principalmente no Whatsapp.
O UOL averiguou que a notícia foi compartilhada, como se fosse atual, também em grupos de Facebook. Segundo o texto, que vinha acompanhado do link, “essa seria a primeira que o país europeu ficou atrás de um país sul-americano”. O UOL encontrou a notícia sendo compartilhada em portais , que teriam ligação com publicação de fake news.
Os textos das correntes vinham acompanhados de elogios ao presidente Jair Bolsonaro e ao Ministro da Economia, Paulo Guedes.
A notícia é verdadeira, contudo, é do ano de 2011. O Brasil se tornou naquele ano, a 6ª maior economia do mundo, ultrapassando o Reino Unido, em dezembro de 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff.
De acordo com o FMI, hoje o Brasil é a 9ª economia mundial , mostra a reportagem do UOL.
O texto confunde quem não tem olhares atentos, acreditando que a economia se tornou a sexta economia em 2019. A economia desse ano, no entanto deve crescer apenas 1,1%, segundo a agência de classificações Fitch Ratings. Recentemente, o jornal britânico Financial Times, colocou sob suspeita os dados econômicos do governo Bolsonaro.
A reportagem do jornal também cita, o resultado de um PIB “melhor que o esperado” no terceiro trimestre de 2019 e que há dúvidas entre analistas, sobre os números do governo.
As declarações do presidente refletem um importante grau de temor a que o Brasil seja o próximo país a viver uma explosão social semelhante. “Nós temos que nos preparar sempre para não sermos surpreendidos pelos fatos”, disse.
Em entrevista concedida neste sábado (23), o presidente Jair Bolsonaro mostrou seu temor a respeito das manifestações que acontecem em vários países da América do Sul.
“O que estou vendo em alguns países é um excesso, como no Chile. Aquilo não são manifestações, são atos terroristas”, comentou o presidente aos jornalistas, após participar de evento na Vila Militar, na zona oeste do Rio.
Bolsonaro também falou sobre “se preparar” para o caso da mesma tendência se verificar no Brasil. “Nós temos que nos preparar sempre para não sermos surpreendidos pelos fatos. Até o momento não tem motivo nenhum, nós entendemos dessa forma, daquele movimento vir para cá. Nunca o Brasil viveu uma normalidade democrática como vivemos no momento”, disse.
A onda de protestos contra modelos econômicos neoliberais – como o que defende o seu governo – começou em outubro, no Equador de Lenín Moreno, devido a um pacote exigido ao país pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Logo se reproduziu no Chile, que já leva 37 dias seguidos de manifestações contra o governo de direita de Sebastián Piñera. Nesta semana, a onda de protestos começou também contra o governo de ultradireita de Iván Duque.
As declarações do presidente refletem um importante grau de temor a que o Brasil seja o próximo país a viver uma explosão social semelhante. “É lógico que a América do Sul é uma preocupação de todos nós. Nós não queremos ou gostaríamos que outros países voltassem para o colo do Foro de São Paulo. Nós sabemos qual o destino disso, olha a situação em que se encontra a Venezuela. Eu acho que ninguém no Brasil quer que nós caminhemos nessa direção”, concluiu.
A festa da direita está chegando ao fim. “O mundo se vira para a direita” veio a ser uma ideia que encobriu todo o planeta. E trouxe uma onda de voracidade material e prepotência antissocial projetadas como um ódio sem razão nem controle. Nada sugeria essa irrupção: os ricos continuavam se fazendo mais ricos, o fantasma do comunismo destruíra-se, as guerras eram o de sempre. Onde o desejo de menos injustiça social chegara ao poder, não houve um só caso de cobrança à riqueza particular por seu débito humanitário. No entanto, a onda veio, voraz e feroz, planejada por teorias econômicas forjadas (nos dois sentidos da palavra) onde maiores são a riqueza e seu poder.
O refluxo da onda diz respeito ao Brasil de modo particular. Com referências diretas e indiretas ao risco de “contaminação”, Bolsonaro mostra o mesmo medo disseminado no poder empresarial pelo levante do povo chileno. Bem de acordo com sua capacidade de compreensão, ao mesmo tempo ele ameaça isolar a Argentina se a direita lá perder a presidência. E faz dessa eleição o pretexto para retirar o Brasil do Mercosul —intenção, na verdade, já exposta como candidato e adequada a reiterado desejo de Trump.
O isolamento que se prenuncia é, porém, o que Bolsonaro não percebe. No Chile, Sebastián Piñera, de centro-direita, se afasta do Brasil de Bolsonaro, forçado a abandonar suas políticas afinadas só com o capital, estopins da explosão agressiva que o surpreendeu. O plano de aproximar o Brasil mais de Uruguai e Paraguai, para isolar a Argentina, revela desinformação patética: neste domingo mesmo, os uruguaios devem eleger Daniel Martínez, definido como “o oposto de Bolsonaro”.
Na Bolívia, Evo Morales já bateu Carlos Mesa, este nostálgico da Presidência a que um dia renunciou, e deve derrotar a articulação internacional para impedi-lo de tomar posse. Negócios com o Brasil, sim; com Bolsonaro, nada. No Equador, Lenín Moreno, eleito pelo antecessor Rafael Correa, traiu-o depressa, traiu seus eleitores e entregou-se ao FMI, que, mais uma vez, provocou violenta revolta de massa. Lenín agora vai trair a si mesmo, para conter a revolta. Da Venezuela, nem se fale.
Na Europa que vale bom entendimento, a imagem do Brasil pode ser encontrada em certos latões nas calçadas da madrugada. Nos Estados Unidos, o amado dos Bolsonaros recebe a cada dia nova acusação, já em trâmite o processo de impeachment. Além disso, tem a disputa eleitoral a assoberbá-lo por antecipação, com a vantagem inicial dos democratas.
O Brasil em breve estará isolado por Bolsonaro. Na duvidosa companhia apenas de Peru, Colômbia e, olhe lá, Paraguai. O bom vizinho, conceito que o Brasil se deu com orgulho, está empesteado.
As violentas insurreições e os resultados eleitorais, em nossa vizinhança, têm em comum a sua causa: as políticas antissociais, de arrocho, de desemprego, de aposentadorias degradantes, de transporte caro, de preços altos e salários baixos. Apesar disso, a alienação política e mental do governo Bolsonaro iguala o ministro da Economia aos napoleões de hospício.
Sua cogitação mais recente é nada menos do que a liberação dos governadores para cortar vencimentos dos funcionários e demitir à vontade, como redução de custo. Paulo Guedes ignora a realidade à sua volta, não conhece a Constituição e imagina que o Congresso aderiria ao seu delírio.
O Chile era o paraíso proclamado por Paulo Guedes. Os governos chileno, do Equador e da Argentina praticaram as políticas que Paulo Guedes quer no Brasil. E percebiam a realidade tanto quanto ele.
O ministro do Meio Ambiente só acionou o Plano de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água, chamado PNC, mais de 40 dias depois de constatada a presença de petróleo em praias nordestinas. E só o fez porque o Ministério Público Federal exigiu-o com ação judicial. Enquanto mais e mais praias eram atingidas, Ricardo Salles viajava por aí.
São necessárias mais iniciativas do Ministério Público —o federal e o estadual das áreas atingidas. O governo Bolsonaro extinguiu mais de 50 conselhos e dois comitês do PNC no começo do ano, o que mutilou o dispositivo de ação contra desastres ambientais como o atual. Verificada a disseminação do petróleo, não tomou as providências convencionadas. São muitos, portanto, os indícios de crime de prevaricação a merecerem um inquérito criminal para as responsabilidades de Ricardo Salles, incluídas as suas mentiras públicas.
Depois de confirmar presença na reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), o ministro da Economia, Paulo Guedes, resolveu cancelar a sua participação no encontro, que acontece esta semana em Washington, nos Estados Unidos. A falta de resultados na economia está corroendo rapidamente a sustentação dele no cargo. O fundo prevê um crescimento pífio de 0,9% para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2019.
A previsão era de que o ministro chegasse à capital americana na noite desta quarta-feira (16). As reuniões do Fundo de quinta (17) a sábado (19). Membros do governo afirmam que o representante da equipe econômica será agora o secretário de Comércio Exterior, Marcos Troyjo.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, aliados do ministro afirmam que ele decidiu se dedicar à articulação política para a aprovação das medidas econômicas. As propostas, porém, já caminham no Congresso há meses e causou estranhamento uma decisão com essa justificativa.
A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, destacou que as incertezas políticas que envolveram a negociação da reforma da Previdência refletem de forma negativa nos números do país. “Esperamos que, com mais reformas, as perspectivas melhorem”, disse ela em coletiva de imprensa em Washington.
Além de o governo Jair Bolsonaro não gerar empregos, retomar o consumo, atrair investidores e expandir o PIB, as dificuldades de articulação aumentaram nas últimas semanas, principalmente, após o ocupante do Planalto dizer a um apoiador para esquecer o PSL e dizer que o deputado Luciano Bivar, presidente da legenda, está queimado.
Outro detalhe é que, de acordo com o líder do PSL na Câmara dos Deputados, delegado Waldir (GO), a Polícia Federal, que fez operação contra Bivar em Pernambuco, ainda fará investidas contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O parlamentar está envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro que ocorria na Assembleia Legislativa do Rio quando era deputado estadual. Fabrício Queiroz, que era assessor dele, movimentou R$ 7 milhões em de 2014 a 2017, de acordo com relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Se Guedes tivesse números satisfatórios para apresentar, a ida dele ao encontro no FMI seria mais provável. Fazer duas coisas ao mesmo tempo (no caso de Guedes) – articular e tocar a economia – ainda parece uma missão quase impossível num governo em que a crise política contamina ainda mais as pauta econômicas Pior: a gestão não consegue aglutinar a própria legenda, o PSL e os investimentos públicos estão congelados.
O que está acontecendo no Equador? Depende. Para a Globo, não está acontecendo absolutamente nada.
O levante popular vitorioso no Equador conseguiu a suspensão dos decretos firmados entre o governo e o FMI. As negociações vão prosseguir medidas pela ONU e pela Igreja Católica. Lideranças indígenas interrompem a mobilização. Manifestantes comemoram. Ou seja, tudo o que a Globo não quer que aconteça no Brasil com as medidas neoliberais de Paulo Guedes em que ela é a principal garota propaganda.
A diferença de cobertura da Globo da primavera árabe, em 2013, para a insurreição indígena que ocorre no Equador, é gritante, é escandalosa.
Se a Globo pretendia contagiar a população brasileira, em 2013, cobrindo as manifestações da primavera árabe, ela conseguiu e ainda pôde estimular, ao vivo, todas as manifestações, aqui no Brasil, manipuladas por ela. As manifestações começaram em função de 0,20 centavos e se alastraram perigosamente para um fascismo tresloucado, na clara tentativa de derrubar Dilma Roussef.
Agora, a Globo se coloca de forma oposta em um silêncio ensurdecedor, repetindo a mesma receita que ela usa para proteger Moro e sua quadrilha nos vazamentos publicados pelo Intercept.
A Globo não dá um pio sequer sobre o levante popular do Equador contra o neoliberalismo de Lenín Moreno, capacho do FMI, para que isso não contagie a população brasileira contra o desastroso governo de Bolsonaro. O que mostra que ela é tão nefasta quando ataca seus alvos para estraçalhar reputações, promover levantes quanto quando se silencia para proteger aliados e consagrar sistemas econômicos que lhe são favoráveis.
Detalhe: a Globo é uma concessão pública que não tem o menor compromisso com esse detalhe, trata a concessão como algo privado que lhe dá o direito à manipulação da opinião pública por interesses próprios, noticiando o que quer, como quer e quando quer, sem ser incomodada por ninguém.
O Equador está passando pela maior crise política no país, tanto que o presidente equatoriano, Lenín Moreno, decidiu mudar temporariamente o governo da capital Quito para Guayaquil. A Sputnik explica o que estaria acontecendo no país e possíveis consequências.
O que provocou os protestos?
No início de outubro, os sindicatos dos trabalhadores e o movimento indígena, junto a outros grupos da sociedade civil organizada, decidiram iniciar manifestações pelo país, mobilizando-se por tempo indeterminado para protestar contra as reformas econômicas do governo.
Milhares de pessoas foram às ruas em resposta ao anúncio de Moreno de eliminar os subsídios a combustíveis como uma forma de conter o déficit fiscal equatoriano. Entretanto, a medida estaria levando a um aumento no preço de itens básicos de consumo.
A medida faz parte de um pacote de medidas econômicas que foram estabelecidas como consequência do acordo de empréstimo de US$ 4,2 bilhões (R$ 17,2 bilhões) com o Fundo Monetário Internacional (FMI), conforme cita a BBC.
Ordem impede o acesso do público a áreas próximas a prédios do governo e instalações estratégicas no país entre 20h e 5hhttps://t.co/wVQCnZ1ZeT
Contudo, a eliminação de subsídios estaria provocando um aumento de 120% do diesel e de 30% da gasolina normal, além de reformas trabalhistas e tributárias que estariam afetando diretamente os trabalhadores e beneficiando os grupos exportadores e importadores.
Além do problema dos subsídios, o Equador hoje vive uma crise democrática de representação, pois a sociedade não está certa de que o governo esteja trabalhando em benefício da maioria, tornando os serviços públicos precários, elevando o número de desempregados e perdendo soberania econômica e política, entregando o país aos poderes fáticos e dividindo o país entre os grupos econômicos.
Histórico de protestos no Equador
O Equador, um país dolarizado e que depende do petróleo, possui um grande histórico de problemas e crises, que já desafiaram a estabilidade no país e derrubaram governos.
Entre 1996 e 2007, o país passou pela pior instabilidade política de sua história, quando ocorreram diversos protestos sociais que provocaram a queda de três presidentes, sendo que dois deles tentaram realizar ajustes econômicos. Manifestante entra em confronto com a polícia em frente a sede do Parlamento do Equador
A última grande crise enfrentada pelo país foi a de 2005, quando o então presidente Lucio Gutiérrez, um militar aposentado, renunciou depois de diversos protestos que contavam com o apoio indígena.
Em 2007, Rafael Correa assumiu a presidência do país até 2017, período que fez com que o Equador fosse atingido pelo alto endividamento e pela falta de liquidez, aponta a Folha de São Paulo. A crise equatoriana pode ser solucionada?
Perante a crise mais grave da história equatoriana, em que os protestos liderados por sindicatos do setor de transporte e indígenas tomam conta do país, o presidente Moreno afirmou que não revisaria o pacote de medidas, que inclui a eliminação de subsídios à gasolina, excluindo a possibilidade de solucionar o problema através de uma revisão.
O professor Viktor Jeifets, da cátedra de Teoria e História das Relações Internacionais da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Estatal de São Petersburgo, ressaltou à Sputnik que a situação talvez possa ser solucionada através da antecipação das eleições.
Por favor, compartilhe. Mensagem aos meus compatriotas nestes momentos tão difíceis da nossa história.
A hipótese também foi indicada pelo ex-presidente equatoriano, Rafael Correa, que apontou, durante uma entrevista à CNN, uma “saída constitucional” e democrática para resolver a situação, fazendo com que uma eleição antecipada dê a oportunidade de o povo votar e escolher a melhor opção para o país. Fantasma do FMI estaria regressando à América Latina.
Vale destacar que o Fundo Monetário Internacional (FMI), representado pelo Tesouro norte-americano, grandes bancos e instituições internacionais, também é conhecido por gerar problemas em alguns governos devido aos seus termos e imposições para firmar os acordos
Hoje, na América Latina apenas o Uruguai, a Bolívia e o México resistem bravamente ao FMI, que está ativamente presente no Equador e na Argentina. A política do FMI segue levando os países à recessão e à depressão, e o mais recente exemplo disso é o Equador, que acaba de decretar estado de exceção em meio a imposições de um acordo com o FMI para dolarizar o país.
O Peru é outro país que está sofrendo as consequências de viver sob a tutela do FMI, sofrendo com os desdobramentos da Operação Lava Jato.
A Argentina, por sua vez, retrata a participação do FMI nos índices de pobreza e desemprego, além da elevação dos preços e desvalorização de sua moeda local. Possíveis consequências para o Brasil
Na verdade, a crise no Equador provavelmente não trará consequências para o Brasil, mas sim servirá de lição.
“Tanto no Brasil como nos demais países que têm que lidar com sérios ajustes fiscais, vale observar o que acontece lá para não cometer os mesmos erros”, afirmou ao portal UOL a doutora em relações internacionais e especialista em América Latina Manoela Miklos.
Além disso, a situação de Moreno no Equador, que é apoiado pelo presidente argentino, Mauricio Macri, e pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deve servir de alerta para que ambos os países não sigam o mesmo passo em direção à submissão radical, que Bolsonaro chama de “aproximação”, diante do presidente norte-americano, Donald Trump.
Essa submissão fez com que o presidente equatoriano fechasse um acordo de bilhões de dólares com o FMI, devastando o país socialmente.
Ou seja, a situação de Macri, de Moreno e do presidente peruano Martín Vizcarra deve servir de alerta àqueles que pretendem seguir a política neoliberal e de submissão radical, causando o naufrágio dos países em questão, bem como de seus representantes. Sendo assim, Bolsonaro precisa aprender com os “vizinhos” para não cometer os mesmos erros e provocar uma devastação social no Brasil.
Por favor, compartilhe. Mensagem aos meus compatriotas nestes momentos tão difíceis da nossa história.
A hipótese também foi indicada pelo ex-presidente equatoriano, Rafael Correa, que apontou, durante uma entrevista à CNN, uma “saída constitucional” e democrática para resolver a situação, fazendo com que uma eleição antecipada dê a oportunidade de o povo votar e escolher a melhor opção para o país. Fantasma do FMI estaria regressando à América Latina
Vale destacar que o Fundo Monetário Internacional (FMI), representado pelo Tesouro norte-americano, grandes bancos e instituições internacionais, também é conhecido por gerar problemas em alguns governos devido aos seus termos e imposições para firmar os acordos.
Hoje, na América Latina apenas o Uruguai, a Bolívia e o México resistem bravamente ao FMI, que está ativamente presente no Equador e na Argentina. A política do FMI segue levando os países à recessão e à depressão, e o mais recente exemplo disso é o Equador, que acaba de decretar estado de exceção em meio a imposições de um acordo com o FMI para dolarizar o país.
Rafael Correa diz que pacote de governo equatoriano é parte de plano neoliberal para América Latina. O ex-presidente também falou sobre a prisão de Lula e a eleição na Argentina https://t.co/H5oXaSJTjgpic.twitter.com/BKR4mA1H7v
O Peru é outro país que está sofrendo as consequências de viver sob a tutela do FMI, sofrendo com os desdobramentos da Operação Lava Jato.
A Argentina, por sua vez, retrata a participação do FMI nos índices de pobreza e desemprego, além da elevação dos preços e desvalorização de sua moeda local. Possíveis consequências para o Brasil
Na verdade, a crise no Equador provavelmente não trará consequências para o Brasil, mas sim servirá de lição.
“Tanto no Brasil como nos demais países que têm que lidar com sérios ajustes fiscais, vale observar o que acontece lá para não cometer os mesmos erros”, afirmou ao portal UOL a doutora em relações internacionais e especialista em América Latina Manoela Miklos.
Além disso, a situação de Moreno no Equador, que é apoiado pelo presidente argentino, Mauricio Macri, e pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deve servir de alerta para que ambos os países não sigam o mesmo passo em direção à submissão radical, que Bolsonaro chama de “aproximação”, diante do presidente norte-americano, Donald Trump.
Essa submissão fez com que o presidente equatoriano fechasse um acordo de bilhões de dólares com o FMI, devastando o país socialmente.
Ou seja, a situação de Macri, de Moreno e do presidente peruano Martín Vizcarra deve servir de alerta àqueles que pretendem seguir a política neoliberal e de submissão radical, causando o naufrágio dos países em questão, bem como de seus representantes. Sendo assim, Bolsonaro precisa aprender com os “vizinhos” para não cometer os mesmos erros e provocar uma devastação social no Brasil.
“Chegamos ao final de mais uma semana sem nenhum sinal no horizonte de reação da sociedade civil diante de tanto descalabro. Sem governo e sem oposição, o Brasil parece tão perdido como seu presidente. Para onde vamos?”, avalia o jornalista Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia.
De nada adiantou rastejar diante de Donald Trump como um gandula diante do ídolo.
Até agora, Bolsonaro, ou melhor, o Brasil só perdeu com essa paixão pelos Estados Unidos.
Escanteado na prometida entrada do país na OCDE, o capitão-presidente só tem colecionado derrotas em seus nove meses de desgoverno alucinado.
Ao rifar seu próprio partido alugado para fazer a campanha, Bolsonaro corre o risco de ficar isolado no Congresso nas mãos do Centrão de Rodrigo Maia.
Na política exterior, o governo é um completo desastre, errou todas as fichas.
Na Argentina, em Israel e nos Estados Unidos, seus principais aliados estão correndo sério risco de perder o poder e o capitão pode ficar com a brocha na mão.
Festejar o leilão do pré-sal pode ser muito bom para um governo falido, nas mãos do posto Ipiranga, mas é extremamente ruinoso para o país.
Estão entregando tudo de mão beijada para cobrir os rombos e, no final da festa de arromba, sem ter mais o que vender, vão ficar pelados na esquina pedindo esmolas para o FMI, como a Argentina ou o Equador.
Ainda não viramos uma Venezuela, mas não falta muito.
Logo o país cairá na realidade de que a tal reforma da Previdência, assim como a Trabalhista, não só não devolverá os empregos, como vai tornar ainda mais inviável a sobrevivência de trabalhadores e aposentados.
Assim como a Lava Jato não acabou com a corrupção, mas com a economia, a grande farsa da “nova política” da extrema direita selvagem está levando o Brasil bovinamente para o buraco.
Só os especuladores do mercado, as guildas corporativas de fardados e togados e a mídia chapa-branca está se dando bem neste governo.
Em apenas nove meses, caíram todas as máscaras e o brasileiro que acreditou nessa mentira se vê diante do espelho como um trouxa que está vendendo o almoço para comprar o jantar e ainda gritando “Mito!”
Nada mais funciona, um desastre no meio ambiente sucede a outro na mesma semana, o processo de desindustrialização avança, junto com a fome e a miséria que voltaram a grassar por toda parte, milhares de famílias descartadas nas ruas das grandes cidades.
Logo vamos ter que fazer uma horta no quintal para comer e criar umas galinhas, se não venderem também o quintal.
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Os predadores têm pressa porque sabem que a casa está caindo e não há nada para colocar no lugar.
Os militares já conseguiram tudo o que queriam e se recolheram em obsequioso silêncio para não perder as boquinhas.
Doria, Witzel, Huck e outros do gênero já brigam pelo espólio bolsonariano, que não quer largar o osso diante da cachorrada faminta.
Chegamos ao final de mais uma semana sem nenhum sinal no horizonte de reação da sociedade civil diante de tanto descalabro.
Sem governo e sem oposição, o Brasil parece tão perdido como seu presidente.
Para onde vamos?
Depois de declarar guerra ao mundo na ONU, o inominável resolveu brigar também com o Papa, o Vaticano e a Igreja Católica para agradar a família e seu rebanho neopentecostal, alimentado pela fábrica de fake news nas redes sociais, que o Judiciário se recusa a investigar.
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Semana após semana, o nosso STF vai adiando decisões importantes para colocar um pouco de ordem na terra arrasada, que coloca em risco a própria democracia e o Estado de Direito.
Gostaria de desejar um bom fim de semana a todos, mas está difícil.
Como hoje é sexta-feira, agora vou almoçar com velhos amigos, tomar uma cerveja e esquecer um pouco essa tragédia que se abate sobre todos nós.
Eu sei, escrever é preciso, mas não basta. Às vezes, acho até inútil.
Todo mundo já sabe o que está acontecendo, mas ninguém reage e vamos nos afundando cada vez mais, leiloando o futuro dos nossos filhos na bacia das almas.