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Depois de estar com Bolsonaro, indicado para a Fundação Palmares quer valorizar a Princesa Isabel

O Presidente afastado da Fundação Palmares defende fim do Dia da Consciência Negra.

Após se encontrar pela primeira vez com o presidente Jair Bolsonaro , no Palácio do Planalto, presidente afastado da Fundação Cultural Palmares , o jornalista Sérgio Camargo , voltou a defender o fim do Dia da Consciência Negra e disse que, por ele, a data não terá qualquer apoio do órgão federal destinado à preservação da cultura afro-brasileira. Militante de direita, ele disse ainda que vai trabalhar pela valorização do dia 13 de Maio de 1888, data em que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, para libertar os últimos 700 mil escravos no Brasil.

Camargo foi nomeado no dia 27 de novembro para a presidência da Fundação Palmares, órgão responsável pela promoção da cultura afro-brasileira. O ato foi suspenso no último dia 4, após o juiz Emanuel Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará , acatar um pedido de uma ação popular que indicava a incompatibilidade do jornalista para o cargo pelos seus posicionamentos em redes sociais, considerados racistas, e por defender o fim do movimento negro. A Advocacia-Geral da União (AGU) já recorreu da decisão.

Ao ser questionado se, na presidência da Palmares, manteria o posicionamento de defender o fim do Dia da Consciência Negra, Camargo respondeu que sim, pois a data propagaria o “vitimismo e o ressentimento racial.” Segundo ele, não “é uma data do negro brasileiro”, mas apenas de “minorias empoderadas pela esquerda.”

“Claro que tem que acabar com o Dia da Consciência Negra que é uma data que a esquerda se apropriou para propagar vitimismo e ressentimento racial. Isso não é data do negro brasileiro, é uma data das minorias empoderadas pela esquerda que propagam ódio, ressentimento e a divisão racial. No que depender de mim, a Fundação Palmares não dará suporte a algum a essa data. Vamos revalorizar o dia 13 de maio e o papel da princesa Isabel na libertação dos negros”, disse Camargo, após se reunir com o presidente Bolsonaro e o secretário especial de Cultura, Roberto Alvim.

Sérgio Camargo diz que está confiante que a AGU vai conseguir mantê-lo como presidente da Palmares. “Se não estivesse confiante, o que eu estaria fazendo aqui? Tenho que confiar que a liminar vai cair porque ela é absurda e política”, respondeu o jornalista, que se recusou a detalhar o teor de sua conversa com o presidente Bolsonaro: “Foi agenda fechada.”

Nas redes sociais, Camargo disse que no Brasil não existe “racismo real” e que a escravidão foi “benéfica para os descendentes”. O jornalista também defendeu que o movimento negro precisa ser “extinto” e criticou manifestações culturais e religiosas ligadas à população negra. Ele ainda atacou diversas personalidades negras, como casal de atores Taís Araújo e Lázaro Ramos, a ex-vereadora Marielle Franco (assassinada em março de 2018) e o sambista Martinho da Vila, entre outros.

“Eu nunca neguei a inexistência do racismo no Brasil. Isso é uma deturpação das minhas postagens em redes sociais. Eu afirmo que há racismo. O racismo, porém, não é estrutural segundo o tese da esquerda, ele é circunstancial”, disse Camargo, que nas redes sociais afirmou existe um “racismo nutella”.

O indicado para a presidência da Fundação Palmares afirmou que ainda que o pior racismo hoje é a da esquerda. Camargo disse ainda que ele é uma vítima de racismo e sinalizou que irá à Justiça, por ter sido chamado de “capitão do mato” após sua nomeação ter se tornado pública.

“Hoje o pior racismo é o racismo da esquerda, tá? Das milhares pessoas que nas redes sociais estão me chamando de capitão do mato, uma ofensa racial, uma injúria racial que deve ser levado à justiça no momento certo. São pessoas racistas e militantes da esquerda que me chamam de capitão do mato, esse sim os piores racistas no Brasil”, disse.

Camargo foi criticado pelo próprio irmão, o músico e produtor cultural Oswaldo de Camargo Filho, conhecido como Wadico Camargo. Nas redes sociais, ele se manifestou contra a nomeação de seu irmão e escreveu: “Tenho vergonha de ser irmão desse capitão do mato. Sérgio Nascimento de Camargo, hoje nomeado presidente da Fundação PALMARES”, escreveu Wadico em seu perfil no Facebook. Após a repercussão, a publicação foi apagada.

 

 

*Da Folha de São Paulo

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O racismo oficial do governo Bolsonaro na boca de Sérgio Nascimento de Camargo

Usar um negro como escudo dos racistas a favor do racismo, não é novidade no Brasil.

Sérgio Nascimento de Camargo, que Bolsonaro colocou para presidir a Fundação Palmares, é um negro como Fernando Holiday e Helio Negão.

Os três gozam da simpatia de todos os racistas brasileiros, por negarem que exista preconceito contra os negros no Brasil.

Mas Sérgio Nascimento de Camargo aumentou o tom racista para ser o representante oficial de Bolsonaro na Fundação Palmares, como ele mesmo faz questão de frisar.

Militante de direita já defendeu o fim do feriado da Consciência Negra e atacou Taís Araújo e Marielle Franco, assim como Martinho da Vila e Lázaro Ramos, como não poderia ser diferente, como é comum no racista, atacou também o principal alvo dos racistas, Zumbi dos Palmares.

Isso, sem falar no maior de todos os disparates dessa figura que afirmou, que a escravidão no Brasil fez bem aos negros.

Sergio é filho do jornalista, escritor, poeta, Oswaldo de Camargo que tem uma obra vasta sobre a importância dos negros na construção da sociedade brasileira.

Filho de colhedores de café analfabetos, Oswaldo de Camargo, aos 83 anos é coordenador de literatura do Museu Afro Brasil. Ou seja, Bolsonaro teve a clara intenção de afrontar militantes negros como o próprio pai Sergio, Oswaldo de Camargo.

Poderíamos traçar aqui a lista das cidadanias mutiladas nesse país através das oportunidades de ingresso negadas aos negros na remuneração do seu trabalho, nas oportunidades e promoções, na localização da maioria da moradia dos negros e, agora, mais do que nunca, a mutilação da circulação, o direito de ir e vir sem que seja, pelo simples fato de ser negro, abordado pela polícia, quando não morto por uma bala de fuzil de um agente do Estado, como aconteceu com a menina Ágatha de oito anos e tantos jovens negros, fatos que fazem do atual governo do estado do Rio de Janeiro o mais assassino da história.

Mas o que dá para entender no preconceito, racismo e discriminação propostos por Bolsonaro, através da nomeação de Sergio Nascimento de Camargo para a Fundação Palmares, é que nem a suposta cordialidade deve ser assegurada aos negros no Brasil, que fará individualidade e cidadania.

O negro tem que estar resumido à corporalidade como dado objetivo do racismo do governo Bolsonaro. O corpo do homem negro passa, a partir desse conceito, a ser considerado um inimigo oficial do Estado, sem direito à consciência e, muito menos a reivindicar alguma coisa.

A instrução superior não deve ser garantida, menos ainda a personalidade forte, ou seja, Bolsonaro quer um Estado de exceção aos negros, um apartheid tropical e, no máximo, a eles é permitida uma integração casual na sociedade. Tudo tem que ser visto, a partir de então, pelos olhos, pelo pensamento racista do Presidente da República.

O cálculo de colocar um negro para vocalizar o racismo doentio do psicopata que preside esse país, é simples, sendo ele um negro, pode usar os espaços e microfones oficiais para dizer à sociedade que o que se passa com os negros no Brasil não é racismo, não é preconceito, não é nada do que o movimento negro diz, mas sim uma vitimização, por que, aos olhos de Bolsonaro, tudo o que acontece de ruim aos negros é culpa dos próprios negros que, por sua vez, querem ser diferentes para viver de privilégios.

Com isso, não há dúvida de que a situação do racismo no Brasil vai piorar, e muito, porque Bolsonaro usa elementos característicos do nazismo para condenar os negros a uma condição inferior e afirmar, através de um projeto de imposição pró racista, a superioridade de uma minoria ínfima de brancos num país de maioria de negros.

Por isso Bolsonaro colocou Sergio Nascimento de Camargo na Fundação Palmares para lhe servir de boneco de ventríloquo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bomba que promete sacudir Brasília pode ser a de uma terceira pessoa no carro usado no assassinato de Marielle

O advogado Eduardo Goldenberg deu uma pista nesta sexta-feira (22) sobre uma “bomba” que promete sacudir Brasília em breve. O assunto tem sido comentado nos bastidores e compartilhado por figuras como o jornalista Ricardo Noblat, da Veja, e parece envolver a presença de uma terceira pessoa no carro usado para assassinar a vereadora Marielle Franco, em 14 de março de 2018.

Goldenberg, que ficou conhecido por revelar a ação do Ministério Público que condenava uma funcionária da Receita Federal por desaparecer com o processo contra a Globopar, tem usado o Twitter nos últimos dias para comentar sobre uma informação que estaria fazendo o “chão tremer” no Distrito Federal e, pela primeira vez, adiantou o furo.

“Vai ter gente achando que eu tô brincando. Mas atenção: quem era o 3º elemento dentro do carro de onde saíram os disparos que mataram Marielle Franco?! Preparem-se: 💣💣💣💣💣”, publicou. Ricardo Noblat, da Veja, deu retuíte na mensagem.

As investigações realizadas até agora apontam que estavam no carro Élcio Queiroz e Ronnie Lessa.

https://twitter.com/edugoldenberg/status/1197970606505025536?s=20

 

 

*Com informações da Forum

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Histórico mostra que Moro pode interferir na investigação do Caso Marielle

O ministro da Justiça, Sergio Moro, defendeu novamente, nesta quinta (21), a federalização da investigação dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. Ele deseja que o inquérito deixe a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio e passe para a Polícia Federal e para a Procuradoria-Geral da República.

Defendendo que o caso deve ser “investigado com neutralidade, dedicação e sem politização”, o ministro afirmou que a citação do nome do presidente da República no caso é “fraudulenta” e um “total disparate”.

Segundo a Constituição, investigações que envolvem o presidente da República devem ser feitas apenas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e analisadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A federalização é tema de discussão desde o período de Raquel Dodge à frente da PGR. A ex-procuradora-geral foi autora do pedido ao STJ para que as investigações subissem à esfera federal.

A postura de Moro

“Nos episódios de tortura em presídios que estão sob gestão federal, o ministro Sergio Moro negou de plano, sem qualquer conclusão da investigação, a existência de uma grave violação dos direitos humanos. Muito prontamente, sua equipe foi à imprensa dizer que seria uma simulação, uma autoflagelação dos próprios presos. Isso indica que temos um ministro que não se faz imparcial como o cargo exige e, ao corroborar uma versão, pode redirecionar essas investigações eventualmente para prevenir, bloquear e blindar qualquer tipo de responsabilização do comando do governo federal.” A avaliação é de Eloísa Machado de Almeida, professora da FGV Direito-SP e coordenadora do centro de pesquisa.

“Em se tratando de um caso tão sensível quanto é o de Marielle, um crime político, me parece bastante temerário. Porque, agora que foi citada a família do presidente da República, há a possibilidade de Moro interferir nas investigações”, afirma.

Reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 29 de outubro, revelou que o porteiro do condomínio onde Jair Bolsonaro tem residência, no Rio de Janeiro, citou, em depoimentos à Polícia Civil, uma autorização vinda da casa do presidente para que o miliciano Élcio Queiroz entrasse no condomínio e visitasse Ronnie Lessa – vizinho de Bolsonaro.

Ambos estão presos, acusados de serem os executores de Marielle e Anderson.

O presidente estava em Brasília, como mostram registros no Congresso Nacional. Em novo depoimento, dado à PF nesta terça, o porteiro afirmou que se confundiu nos registros.

No dia 1º de novembro, Moro já havia defendido a federalização da investigação.

“Considerando a demora de identificação dos mandantes e essas reiteradas tentativas de obstrução da Justiça, talvez seja o caso realmente de federalização”, afirmou.

Família e viúva são contra

A família e Mônica Benício, viúva de Marielle, além do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), divulgaram nota se colocando contra a retirada da Polícia Civil e do MP-RJ do caso. “Acreditamos que Sergio Moro contribuirá muito mais se ele permanecer afastado das apurações”, diz o texto.

“Moro, enquanto ministro, nunca telefonou para nenhum familiar da Marielle. O caso de homicídio mais debatido no Brasil e nunca falou nada sobre ele, a não ser questionado. E nunca se pronunciou sobre federalização. Quando a investigação se aproxima dos Bolsonaros, ele diz que tem que federalizar. O conjunto de fatos nos permite afirmar que ele não está preocupado com a família da Marielle, mas com a família do presidente”, afirma Marcelo Freixo, do mesmo partido político da vereadora assassinada.

A família dela está entregando uma carta para os ministros da 3ª seção do Superior Tribunal de Justiça, através de Freixo, pedindo para não votarem pelo deslocamento para a competência federal. Não há data para o STJ se posicionar sobre o caso.

De acordo com Eloisa Machado de Almeida, a federalização é sim um instrumento importante e um bom avanço institucional, desde que ele seja encarado como mecanismo de concorrência de investigações.

“Tendo uma investigação estadual e tendo uma federal, cria-se um tipo de competição institucional na qual será possível ter maior eficiência de ambas”, explica.

Mas a eficiência também depende do timing.

A competição entre estadual e federal

“O início de uma investigação federal quase dois anos depois do assassinato de Marielle coloca em xeque a capacidade da Justiça Federal e das instâncias federais de conseguirem produzir provas e elucidarem esse crime”, afirma. O fato de ter demorado muito é um argumento contrário à federalização acontecer agora, sobretudo se ela for feita em substituição às instâncias estaduais.

“Os executores estão presos, estamos em um processo de fechamento da investigação, com linhas de investigação, não há impedimento de investigação. Qual a razão para federalizar?”, questiona Freixo.

O blog consultou duas fontes na Procuradoria-Geral da República que discordam da federalização do caso, por conta do timing e do que consideram oportunismo. Acham que, apesar de um início tumultuado, as investigações seguem para um desfecho no Rio, não existindo razão para mudança.

Após o caso vir a público, Moro reagiu rapidamente para proteger o presidente, pedindo novo depoimento do porteiro pela Polícia Federal via ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras – nome selecionado por Bolsonaro de fora da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República.

Na opinião da coordenadora do Supremo em Pauta, infelizmente a experiência da federalização no Brasil tem sido malsucedida até o momento, gerando pouco benefício para a elucidação e prevenção de responsabilidades.

“O que temos visto na prática são federalizações que demoram muito para serem avaliadas pela Procuradoria-Geral da República e, depois, demoram anos sob análise do Superior Tribunal de Justiça”, pondera.

“A competência exclusiva do procurador-geral da República para solicitar o deslocamento de competência, substituindo a investigação no âmbito estadual, tem gerado fracasso para esse instrumento enquanto uma boa prática de responsabilização de violações direitos humanos.”

 

 

*Do Blog do Sakamoto/Uol

*Foto: Revista Cult

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Morto Vivo

Em pouco menos de uma hora, durante um depoimento à Polícia Federal ordenado pelo ministro Sérgio Moro, da Justiça, o porteiro do condomínio Vivendas da Barra teve a alma arrancada do corpo, vítima de uma tortura típica do Santo Ofício: aceitar a verdade do inquisidor em troca do perdão de seus algozes.

Em uma sociedade cada vez mais habituada aos modos de máfia das milícias, ora no poder, era previsível que o pobre porteiro, para salvar a pele, sucumbisse ao moedor de carne acionado, desde o Palácio do Planalto, para fazê-lo negar o que havia dito no depoimento dado, em outubro, à Polícia Civil do Rio de Janeiro. Aliás, polícia judiciária competente e responsável pelo caso.

Aos investigadores do Rio, o porteiro havia dito que o carro de Élcio Queiroz, preso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi autorizado a entrar no condomínio Vivendas da Barra por “seu Jair”. E anotou o destino, no livro de entradas: casa 58, residência de Jair Bolsonaro e do filho, Carlos Bolsonaro, vereador carioca.

O carro, no entanto, se dirigiu à casa 65, do ex-sargento da PM e miliciano Ronnie Lessa. À Polícia Civil, o porteiro disse ter alertado a “seu Jair”, pelo interfone, do desvio do carro. A voz de “seu Jair”, do outro lado do aparelho, o teria tranquilizado, a respeito.

Desde que o depoimento do porteiro veio à tona, todos os canhões do Estado, Bolsonaro e Moro à frente, se voltaram contra ele. Amparado por uma falsa perícia, entubada às pressas por ordem de Moro, o Ministério Público do Rio de Janeiro, bolsonarista até a medula, apressou-se a dizer que o porteiro estava mentindo.

Histérico, pelo Twitter, Carluxo divulgou uma gravação falsa, com a voz de outro porteiro, para servir de berrante ao gado bolsonarista, nas redes sociais. Agora, sabe-se o porquê do ato desesperado: a polícia o está investigando como um dos envolvidos, diretamente, no duplo assassinato de Marielle e Anderson.

Por fim, com a espinha dobrada e certo de que já tinha dois pés na cova, o porteiro fez um novo depoimento completamente adequado às vontades de seus verdugos.

Entre os absurdos que foi obrigado a declarar, está o fato de, sabe-se lá por que, ter anotado “casa 58” por engano, quando o certo seria “65”. E que jamais ouviu – por duas vezes – a voz de “seu Jair”, ao interfone.

Nossa única esperança é a de que ainda haja juízes, no Rio de Janeiro.

 

*Leandro Fortes

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Caso Marielle: Polícia Civil volta a ouvir assessores de Carlos Bolsonaro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro voltou a convocar para depor, depois de mais de um ano, pessoas ligadas à vereadora Marielle Franco e ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.

O objetivo dos investigadores é entender melhor como era a relação entre os dois parlamentares, que eram vizinhos de gabinete na Câmara do Rio e teriam se envolvido em uma discussão no corredor do prédio. A informação é do Estadão.

Em 29 de outubro, quando o Jornal Nacional, da TV Globo, revelou o depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, a viúva da vereadora, Monica Benicio, voltou a ser ouvida pela polícia. Pessoas que acompanharam o depoimento relataram que houve insistência em perguntas sobre Carlos.

Um ex-assessor da vereadora, que diz ter discutido com o filho do presidente, também foi chamado a depor novamente.

A briga foi abordada em depoimentos de ex-funcionários de Marielle no início das investigações, quando o próprio Carlos foi ouvido pela polícia na condição de testemunha, mas foi deixada de lado ao longo de 2019.

Carlos não é investigado neste caso, nem foi chamado a prestar novo depoimento.

Em nota, o gabinete de Carlos disse que não tem nada a declarar sobre as apurações da Polícia Civil e que a relação do vereador com Marielle sempre foi “cordial e amigável”.

 

 

* Juliana Rodrigues/Exame

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Exclusivo: polícia ignorou registro de segundo carro clonado no dia do assassinato de Marielle

Laudo mostra outro Cobalt prata de placas clonadas a 51 km da rota do crime. Apontado como responsável pela clonagem foi assassinado.

Até agora, a investigação sobre o assassinato de Marielle Franco apontava que os matadores usaram um carro no ataque: um Cobalt prata de placas clonadas. Mas um relatório da Polícia Civil até hoje inédito, anexado ao inquérito, mostra que um segundo Cobalt, com as mesmas placas clonadas, estava circulando na cidade no mesmo horário a 50km do local da morte da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes.

A informação foi ignorada pela polícia ao longo das investigações.

O relatório com a localização do Cobalt clonado foi produzido pela Polícia Civil em 21 de fevereiro com dados da CET, a empresa que armazena as imagens das câmeras que monitoram o tráfego no Rio, e do COR. Ele mostra o registro de um Cobalt com placas clonadas KPA-5923 na Av. Brasil, altura de Campo Grande, no mesmo momento em que outro Cobalt idêntico, também clonado, transportava os homens apontados pela polícia como assassinos da vereadora e seu motorista à Lapa, local do atentado.

A presença do segundo Cobalt clonado no relatório levanta algumas hipóteses, então entramos em contato com a delegacia responsável pelo caso e perguntamos: há de fato um segundo carro com a mesma placa clonada e que circulou no mesmo dia do assassinato? Se sim, por que foi ignorado? Ou o registro no laudo foi um erro de digitação? A polícia não respondeu, informando apenas que “o caso corre sob sigilo”.

A dona do Cobalt prata original com as placas KPA-5923 legítimas conseguiu comprovar que, na hora do crime, o veículo estava estacionado no Leblon. O inspetor responsável pelo laudo também descartou a possibilidade dela ter passado na Avenida Brasil, km 50,7, no dia do crime. “Em suas declarações, [a dona do veículo] informou que sempre utilizou seu veículo para deslocar-se de sua residência em Nova Iguaçu até seu local de trabalho no Leblon. A análise das OCRs [sistema de fiscalização eletrônica da Prefeitura do Rio] e o GPS instalado em seu veículo confirmaram a versão da declarante”, informou Carlos Alberto Paúra Jr. em seu relatório de investigação.

A suspeita de um possível segundo carro na emboscada contra Marielle e Anderson apareceu nas primeiras hipóteses da Polícia Civil, mas foi descartada com base nos depoimentos de testemunhas que assistiram às execuções. A informação do segundo Cobalt circulando na mesma hora e com a mesma placa, a 51 km da rota do crime, traz a hipótese à tona novamente.

Um áudio anexado na denúncia da ex-procuradora geral da República, Raquel Dodge, que transcreve uma conversa gravada entre o vereador do Rio Marcello Siciliano, do PHS, e o miliciano Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, aponta que o major Ronald Paulo Alves Pereira estaria em um segundo carro em apoio à empreitada criminosa. A gravação foi feita pelo parlamentar e entregue às autoridades federais.

Um registro ignorado

O trecho do relatório policial intitulado “Da Movimentação do Veículo Clonado Chevrolet Cobalt KPA-5923” inclui uma planilha informando que o veículo foi detectado nas imediações de Campo Grande, bairro da zona oeste do Rio. Às 18h10 de 14 de março de 2018, ele estava exatamente na Avenida Brasil, km 50,7, trafegando em sentido Centro. Esse local fica a cerca de 51 km da rota percorrida pelos assassinos – com um veículo idêntico – momentos antes do crime.

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Um minuto antes, às 18h09, o carro que transportava os criminosos que mataram Marielle e Anderson — também um Cobalt prata com placas KPA-5923 clonadas – foi flagrado pela CET e pelo COR na rua Conde do Bonfim, 256, na Tijuca, zona norte do Rio. A rota consta no relatório da polícia, mas em outra parte do inquérito, em que quadros das câmeras de segurança documentam o trajeto feito pelo Cobalt usado pelos assassinos para chegar à Casa das Pretas, na Lapa, região central do Rio.

Ali, eles ficariam parados por pouco mais de duas horas a fim de monitorar o veículo em que a vereadora, seu motorista e a assessora Fernanda Chaves estavam no momento da emboscada no cruzamento entre as ruas Joaquim Palhares e João Paulo I, no Estácio, por volta das 21h10 daquela noite.

O relatório de 21 de fevereiro deste ano, assinado pelo inspetor da Polícia Civil Carlos Alberto Paúra Jr., afirma que a primeira aparição de um Cobalt prata com as placas KPA-5923 clonadas ocorreu em 27 de outubro de 2016. Deste dia até 12 de março de 2018, o carro foi visto transitando pela Avenida Brasil em 33 registros, conforme o Intercept contabilizou na tabela anexa ao relatório.

Ainda de acordo com o documento, após passar exatamente um mês longe das câmeras de monitoramento de tráfego, o veículo foi avistado na Barra da Tijuca justamente no dia do homicídio, 14 de março de 2018, “e deslocou-se até o bairro do Estácio para cometimento do crime investigado”, escreveu o inspetor. Em sua análise, Paúra Jr. ignorou o longínquo registro de um carro idêntico na Avenida Brasil, às 18h10, a 51 km de distância da rota usada pelos assassinos e apontada pela polícia em outra parte do inquérito. Tivesse prestado atenção nisso, o policial veria que teriam de ser dois carros diferentes, pois àquele horário o tempo previsto para ir de um ponto a outro seria de mais de uma hora.

Aquela havia sido a 34ª aparição de um Cobalt Prata de placas clonadas KPA-5923 na Avenida Brasil, segundo o relatório policial que detalhou o trajeto do veículo. Curiosamente, neste registro da planilha da polícia, não há detalhes da localização do equipamento de fiscalização da CET no km 50,7, sentido Centro, da Avenida Brasil. Outros registros da mesma tabela e na mesma quilometragem, contudo, indicam que o local fica na região de Campo Grande.

Procurado, o COR declarou que cabe à CET informar o local preciso do radar, seu endereço aproximado ou mesmo o bairro. Já a CET foi procurada em seis ocasiões pelo Intercept e não forneceu a localização precisa do radar que flagrou o carro em Campo Grande.

O laudo afirma que o Cobalt clonado deixou de circular pela Avenida Brasil, na altura de Campo Grande, às vésperas do crime, em fevereiro, para então iniciar suas aparições na rota da Barra da Tijuca (de onde o carro saiu em 14 de março) até a Tijuca (bairro em que Marielle residia), por, ao menos, quatro datas no mês anterior ao atentado. “Por quatro vezes, nas nos dia 1, 2, 7 e 14 de fevereiro, o Chevrolet Cobalt realizou o mesmo trajeto, merecendo destaque o fato de que o veículo ‘surgia’ primeiramente na OCR da Barra da Tijuca e após deslocar-se até a Tijuca, este voltava para a Barra”, escreveu.

Há de fato um segundo carro com a mesma placa clonada e que circulou no mesmo dia do assassinato? Se sim, por que foi ignorado?

Após o duplo homicídio de Marielle e Anderson, o carro clonado apareceu em pontos diferentes da cidade em ao menos 26 dias distintos entre 15 março e 2 de dezembro, segundo a polícia. Dentre estas datas, em 13 dias diferentes ao longo de nove meses após os assassinatos o carro transitou pela Avenida Brasil novamente. O último registro foi datado de 2 de dezembro de 2018, segundo o relatório. Nesta data, o Cobalt clonado também passou pela Avenida Brasil, no sentido do bairro Santa Cruz, também na zona oeste do Rio, às 11h05, para nunca mais ser rastreado.

Um delegado da Polícia Civil do Rio, que falou ao Intercept sob condição de anonimato, disse que a menção a esse ponto da investigação que ficou oculto é importante. “Não ficou claro este ponto e ele deve ser investigado ainda, mas não pode se ter uma conclusão de que houve intencionalidade ou não [na omissão do registro].” Segundo ele, como o objetivo do inquérito é identificar a autoria e a materialidade do crime e os autores foram vistos na rua Conde de Bonfim [no bairro da Tijuca], o outro carro não serviria para fins de identificação. Mas ele pode ajudar a esclarecer outros pontos da investigação. “Acho que isso deve ser levado ao segundo inquérito que identifica o mandante e outros possíveis partícipes que contribuíram para o crime”, analisou.

Solicitei à Polícia Civil, em três ocasiões, o contato direto para uma entrevista com o inspetor da DH que assina o relatório, mas os pedidos não foram respondidos.

Responsável pela clonagem também foi assassinado

A investigação da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro também aponta que Lucas Prado do Nascimento da Silva, um dos suspeitos de ter feito a clonagem do Chevrolet Cobalt usado no crime contra Marielle, foi assassinado 20 dias depois das execuções da vereadora e de seu motorista.

Conhecido como Todynho, Silva foi executado em 3 de abril de 2018, em uma provável queima de arquivo em decorrência do atentado contra Marielle. Ele foi apontado por ter feito as alterações no documento do veículo usado pelos assassinos. O crime segue sob investigação pela Delegacia de Homicídios.

A Polícia Civil do Rio ainda busca por Antônio Carlos Lima da Silva, o Nem Queimadinho, que teria montado e adulterado os chassis e número de identificação do veículo. Seu paradeiro ainda é desconhecido. No relatório final produzido pela DH em março, Giniton Lages, delegado que comandou a primeira fase do inquérito, ponderou que, apesar das informações de inteligência da polícia, a autoria da clonagem ainda não foi assegurada pelos investigadores e que isso é tema de um outro inquérito.

Outro carro, outros implicados

Ronald Pereira, major da ativa da Polícia Militar – e que estaria em um segundo carro, segundo a denúncia de Dodge –, foi preso na Operação Intocáveis em janeiro deste ano. Na gravação, outros nomes também foram apontados como executores do crime: Leonardo Gouveia da Silva, o Mad, Leonardo Luccas Pereira, o Leléo, e Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho. Todos eles seriam membros do Escritório do Crime, um grupo de milicianos que executa assassinatos sob encomenda e que estaria sob comando do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, considerado foragido pela justiça desde a operação que prendeu Pereira.

Ainda de acordo com o mesmo áudio, o provável suposto mandante do crime seria Domingos Brazão, ex-deputado estadual pelo MDB e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio. Ele nega qualquer tipo de participação no crime. Beto Bomba, por sua vez, se entregou à polícia em 24 de maio. Ele foi preso após os desabamentos dos prédios em Muzema, na zona oeste do Rio, área controlada pela milícia de Rio das Pedras.

Embora parte das investigações que apuram o mandante do crime esteja sob sigilo, o Intercept apurou que a polícia já investigou os apontados pelo áudio entre Siciliano e Beto Bomba como executores dos assassinatos, mas acredita que os indícios mais fortes ainda pairam sobre os réus denunciados pelo Ministério Público do Rio, o sargento da PM reformado Ronnie Lessa e o ex-policial Élcio Queiroz — apontados, respectivamente, como o atirador que executou Marielle e Anderson e o motorista que dirigiu o carro durante a empreitada criminosa. Eles foram presos em 12 de março e prestaram depoimento na DH em 24 de janeiro.

Queiroz retornaria à delegacia dias depois, em 1º de fevereiro, com o intuito de entregar documentações relativas à sua rotina. Constam nos autos do inquérito fotos dele com Ronnie em local público logo antes da visita de Élcio à Divisão de Homicídios da Capital. Segundo os investigadores, isso evidencia que eles combinaram versão antes do segundo depoimento. Ambos alegaram inocência ao prestar depoimento em audiência no Tribunal de Justiça do Rio em 4 de outubro.

Siciliano, por sua vez, já foi apontado em uma falsa denúncia como suposto mandante do crime, implicando o miliciano Orlando da Curicica, conforme revelado pelo jornal O Globo em maio de 2018. Duas pessoas já são rés no Tribunal de Justiça do Rio em decorrência desta falsa denúncia, que nada mais foi do que uma tentativa de embaraçar as investigações: o PM Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, e sua advogada, Camila Nogueira.

Ainda assim, tanto a Polícia Civil do Rio quanto o MP do Rio questionaram Élcio Queiroz e Ronnie Lessa se conheciam Siciliano, assim como os prováveis membros do Escritório do Crime. Ambos afirmaram que conheceram o vereador superficialmente em outras ocasiões, mas negaram que mantivessem contato constante com o parlamentar carioca. Questionado pelo MP do Rio sobre uma eventual relação com Leléo, Macaquinho e Playboy (Diego Luccas Pereira, que não figura na denúncia da PGR, mas é investigado por uma possível participação no Escritório do Crime), Lessa declarou: “são milicianos da pior espécie. Se eu pudesse, eu os prendia”. Logo antes, ele fora perguntado sobre uma provável relação com o ex-capitão Adriano, e respondeu: “nenhuma”.

Na denúncia que implica Ronnie Lessa como executor de Marielle e Anderson, feita anonimamente à DH em 25 de outubro de 2018, o vereador Siciliano é apontado como o provável mandante do duplo homicídio, conforme documenta o inquérito da DH. Desde que seu nome veio à tona nas investigações, o parlamentar também nega qualquer tipo de envolvimento com os assassinatos.

 

*Marina Lang

*Do Intercept Brasil

 

 

 

 

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Vídeo – Julgmann sobre caso Marielle: Milícia carioca elege políticos e indica cargo, inclusive no governo federal

Por mais que tenha escolhido palavras, Raul Julgmann, ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública, foi bem objetivo em traçar um paralelo entre o clã Bolsonaro e a milícia carioca que assassinou Marielle.

Sem fazer qualquer acusação ou mesmo inocentar, Julgmann fez ponderações que evidenciam a participação do clã no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, pelo nível de contaminação entre a família Bolsonaro e a milícia carioca, a maior e mais perigosa do Brasil.

“Há uma imbricação (relação muito estreita), um acordo mútuo entre política e milícias no Rio de Janeiro”, declarou Raul Jungmann em entrevista ao UOL.

Ex-ministro das pastas da Defesa e da Segurança Pública no governo de Michel Temer, Jungmann afirmou que a promiscuidade entre milicianos e políticos produziu uma “metástase” que leva à infiltração de prepostos do crime nos órgãos de segurança do estado.

Ele associou o fenômeno à demora na elucidação dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes.

Avaliou que o surgimento de um personagem novo —o porteiro do condomínio onde Jair Bolsonaro possui uma casa— “tende a dificultar todo o processo”.

Jungmann reiterou ainda a necessidade de transferir a investigação para a esfera federal.

Crime domina 830 comunidades do Rio, diz ex-ministro

O ex-ministro compara a parceria que se estabeleceu entre o crime e a política no Rio com o chamado presidencialismo de coalizão. Segundo ele, milicianos e traficantes controlam 830 comunidades no Rio. Nelas, vivem 1,5 milhão de pessoas.

“Chegamos ao coração das trevas”, declarou Jungmann. Os criminosos “têm o controle do território, controle do voto, elegem a sua bancada [na Assembleia, na Câmara Municipal e até no Congresso Nacional] e a sua bancada vai indicar pessoas para ocuparem cargos públicos, inclusive na área de segurança.”

Perguntou-se a Jungmann se ele inclui nesse cenário o clã Bolsonaro e seus vínculos com milicianos. E ele: “O cenário existe. Isso, sem sombra de dúvida, está dado”.

Realçou, porém, “que não é possível deduzir uma implicação do presidente, de seu gabinete ou seja o que for” no Caso Marielle. “Como tudo, a gente tem que procurar efetivamente, fazer e levar essa investigação a bom termo. E é por isso que eu defendo a federalização.”

Um ano e oito meses Nesta

quinta-feira (14), a execução de Marielle e Anderson faz aniversário de um ano e oito meses. Jungmann considera que o prazo é “mais do que suficiente” para o esclarecimento do caso. Lamentou que a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro não tenham produzido senão “um processo eivado de dúvidas e questionamentos”.

Criticou o fato de os responsáveis pelo caso terem demorado a requisitar uma perícia do sistema de interfone da guarita do Condomínio Vivendas da Barra, onde trabalha o porteiro do “Seu Jair” —aquele que, em dois depoimentos formais, enfiou o nome do presidente da República no epicentro do processo. O porteiro relatou à polícia que, no dia do duplo assassinato, um suspeito de participar do crime, o ex-policial militar Élcio Queiroz, entrou no condomínio dizendo que visitaria a casa 58, de Bolsonaro.

O porteiro relatou à polícia que, no dia do duplo assassinato, um suspeito de participar do crime, o ex-policial militar Élcio Queiroz, entrou no condomínio dizendo que visitaria a casa 58, de Bolsonaro.

Consultado pelo interfone, o “Seu Jair” teria autorizado a entrada. Ao notar que o visitante se dirigia à casa de outro morador, o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de puxar o gatilho no dia do crime, o porteiro disse ter chamado novamente a casa 58.

“Seu Jair” teria declarado estar ciente da mudança de trajeto. A versão revelou-se falsa, pois Jair Bolsonaro, então deputado, dava expediente na Câmara, em Brasília.

“Temos problemas nesse processo”

“Isso é um complicador”, afirmou Jungmann, “porque todo o processo passa a ser atravessado por outros aspectos —no caso, efetivamente políticos e de grande impacto—, o que só tende a dificultar o esclarecimento daquilo que se passou.”

Para o ex-ministro, além de um “depoimento terminativo” do porteiro, capaz de “limpar” todas as dúvidas, é imperioso apresentar uma perícia confiável do sistema de áudio do condomínio.

A demora de “meses” para a requisição dessa perícia, disse Jungmann, “é um indício a mais de que nós temos problemas nesse processo, que é comandado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e pela Polícia Civil”.

Em menos de quarenta minutos de conversa, o ex-ministro repisou três vezes a tese da federalização, que espera ver adotada antes do final do ano, partir de um pedido feito ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

 

 

*Com informações do Uol

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Seu Jair omitiu que voltou para o Rio no dia 14 de março, dia do assassinato de Marielle

Tuíte da jornalista Thais Bilenky às 12h28 do dia 14 de março de 2018 diz que, segundo a assessoria do então deputado, Bolsonaro teria antecipado a volta para o Rio de Janeiro após passar mal por intoxicação alimentar.

No link abaixo pode-se ver mais detalhes da passagem de Jair Bolsonaro

https://www.camara.leg.br/cota-parlamentar/documento?nuDeputadoId=731&numMes=3&numAno=2018&despesa=999&cnpjFornecedor=07575651000159&idDocumento=Bilhete:%20WQ2GUH&idDocumentoFiscal=1541714

Um tuíte da jornalista Thais Bilenky no dia 14 de março de 2018, data em que a vereadora Marielle Franco (PSol) e o motorista Anderson Gomes foram assassinados no Rio de Janeiro, revela que Jair Bolsonaro poderia, sim, estar em sua casa no momento em que um porteiro do condomínio teria interfonado para anunciar a chegada de Elcio Queiroz, um dos acusados do crime.

A jornalista, ex-Folha de S.Paulo e atual revista Piauí, tuitou na ocasião que Bolsonaro teve “intoxicação alimentar” e voltou mais cedo para o Rio, creditando as informações à assessoria do então deputado.

“Bolsonaro teve uma intoxicação alimentar, passou mal e, nos últimos dois dias, precisou reduzir bem o ritmo da agenda. Até voltou mais cedo (hoje) pro Rio. Disse a sua assessoria”, diz o texto, publicado às 12h28 do dia 14 de março de 2018.

Após reportagem do Jornal Nacional, que revelou que o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, teria ligado para a casa 58, de Bolsonaro, e teria sido autorizado pelo “Seu Jair” a permitir a entrada de Élcio Queiroz, o presidente reagiu aos berros em uma live, dizendo que estava em Brasília, cumprindo, segundo ele, intensa agenda no Congresso.

O tuíte da jornalista, no entanto, pode apontar uma contradição do então parlamentar.

Segundo a reportagem da Globo, Élcio Queiroz, ex-policial militar, teria afirmado à portaria do condomínio em que morava o presidente que iria para a casa de Jair Bolsonaro, mas se dirigiu a casa de Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos contra Marielle, que fica no mesmo condomínio.

Em depoimento, o porteiro que estava na guarita afirmou que uma pessoa identificada como “Seu Jair” autorizou a entrada de Élcio no mesmo dia do assassinato da vereadora.

 

 

*Com informações da Forum

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ABI entra com notícia crime no STF contra Bolsonaro: obstrução de Justiça nas gravações do caso Marielle

Associação Brasileira de Imprensa (ABI) ingressou nesta segunda-feira (11) com uma notícia crime alegando que Jair Bolsonaro e o filho, vereador Carlos Bolsonaro, incorreram no crime de obstrução de Justiça ao terem acesso antecipado às gravações da portaria do condomínio Vivendas da Barra, que datam do dia do assassinato da vereadora Marielle Franco.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) ingressou nesta segunda-feira (11) com uma notícia crime solicitando que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine a abertura de um inquérito policial alegando que Jair Bolsonaro e o filho, vereador Carlos Bolsonaro, incorreram no crime de obstrução de Justiça no caso que envolve as gravações da portaria do condomínio Vivendas da Barra, onde ambos possuem residência, e que datam do dia do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Na ação, a ABI pede que o STF determine “a busca e apreensão do computador em que estão armazenadas as gravações do condomínio para a realização de perícia, incluindo as gravações do circuito interno de câmeras e do material eletrônico obtido indevidamente” por Bolsonaro e seu filho.

A ABI destaca, ainda que Bolsonaro “declarou publicamente” que havia pego “por intermédio de Carlos Bolsonaro as gravações da portara do condomínio” e que no dia seguinte após o assunto ser revelado no Jornal Nacional o vereador Carlos Bolsonaro divulgou os áudios em suas redes sociais. “Sob essa perspectiva, as condutas do presidente Jair Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro, por eles mesmos declaradas, careca de investigação”, diz trecho da ação judicial.

Confira a queixa-crime impetrada pela ABI e o protocolo da ação junto ao STF.

Abi stf from Leonardo Attuch

Distribuicao stf from Leonardo Attuch

 

 

*Com informações do 247

*Foto: O Globo