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O que Eduardo Bolsonaro conseguiu com sua fumaceira?

Lógico, ninguém é trouxa de achar que Eduardo Bolsonaro fez todo aquele circo sem “pensar”

Aí está o problema, pensar não é o forte do clã,

Tudo o que os Bolsonaro conseguiram foi feito na base da força.

Para Bolsonaro se eleger, usaram a força vigarista de Sergio Moro, ainda juiz, que prendeu Lula sem prova de crime para Bolsonaro chegar ao Planalto.

Todo o restante, o cargo de presidente deu a Bolsonaro a ferramenta da força para usá-la a modo e gosto e, claro, ele se lambuzou.

Portanto, não é uma questão de “pensar”, mas de agir com a máquina nas mãos.

Bolsonaro hoje, é um nada a dois passos da cadeia. Não pode fazer coisa alguma com o próprio punho. Seu comprimento e largura são de um duende.

Independente do juízo que o próprio faz de si, Bolsonaro, como mostrou a solada que deu seu bolo no dia da manifestação em Copacabana, está se esvaindo em termos de popularidade.

Nesse sentido, Eduardo Bolsonaro fica esvaziado politicamente por ser dependente da força política do pai.

Eduardo tentou usar aquele teatro do passaporte, mas o PGR e Moraes enfiaram um alfinete no balão do espert e murchou a pantomima.

O fato é que ele não tem mais discurso. Aliás, nenhum filho de Bolsonaro tem, já que o próprio pai não tem nem de longe o relevo político que teve quando “presidente”

O que resta é o silencio obrigatório de Eduardo, pois é o único caminho a tomar para não cair ainda mais no ridículo e de mãos vazias.

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Moraes determina que Meta e X forneçam dados de Allan dos Santos à PF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, estabeleceu multa diária de R$ 100 mil caso a ordem não seja seguida.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quarta-feira (13/9), que a Meta — dona do Facebook e Instagram — e a rede X, de Elon Musk, encaminhem à Polícia Federal (PF) informações acerca das contas do blogueiro Allan dos Santos.

A PF havia entrado com um pedido no STF para ter acesso aos dados relacionados às contas do Instagram e X do Allan dos Santos. Moraes atendeu a solicitação, e agora as plataformas têm 10 dias para enviar os dados cadastrais e do endereço IP utilizados para a criação dos perfis e o conteúdo das postagens.

Moraes estabeleceu multa diária de R$ 100 mil caso a ordem não seja seguida.

Em julho do ano passado, Moraes determinou a instauração de inquérito para apurar a conduta do blogueiro Allan dos Santos no caso em que ele é acusado de forjar mensagens contra a jornalista Juliana Dal Piva. A Polícia Federal está investigando, segundo o Metrópoles.

Em 21 de junho de 2024, o ativista bolsonarista publicou mensagens falsamente atribuídas a Dal Piva, nas quais ela citava um suposto plano do ministro do STF Alexandre de Moraes para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Allan está foragido desde outubro de 2021, quando o ministro do STF Alexandre de Moraes expediu um mandado de prisão contra ele no âmbito do inquérito das milícias digitais. Atualmente, o bolsonarista mora nos Estados Unidos, que negou o pedido de extradição.

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PGR: Bolsonaro não só sabia como aprovou plano para matar Lula e Moraes

Áudio trocado por assessores ‘não deixa dúvidas de que a ação era conhecida e autorizada por Bolsonaro, que esperava sua execução em dezembro’.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou nesta terça-feira (18) uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) que aponta o envolvimento direto de Jair Bolsonaro (PL) em um plano para assassinar o presidente Lula (PT) e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo o documento, Bolsonaro não apenas sabia do plano, como também deu aval para sua execução.

Se aceita pelo STF, a denúncia transformará Bolsonaro em réu, fazendo com que ele responda a um processo penal na Corte. O documento da PGR detalha as ações que embasam as acusações e reforça que, desde 2021, Bolsonaro adotou uma postura de rompimento com a democracia.

Plano de ataque e tentativa de golpe – A peça acusatória descreve uma estrutura criminosa dentro do Palácio do Planalto, conhecida como “Punhal Verde Amarelo”, cujo objetivo era desestabilizar as instituições democráticas. A investigação da PGR aponta que o plano foi comunicado diretamente a Bolsonaro, que concordou com sua implementação. A intenção era promover um golpe de Estado e neutralizar o STF, além de eliminar Moraes e envenenar Lula.

O documento ainda ressalta que, enquanto esse plano era articulado, o Ministério da Defesa publicava relatórios nos quais admitia a ausência de fraudes nas eleições, o que desmontava a principal narrativa de Bolsonaro sobre um suposto resultado fraudulento.

Áudio expõe Bolsonaro – Entre as provas apresentadas pela PGR, um áudio enviado pelo ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Mauro Fernandes, ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid, confirma que Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano e esperava sua execução antes do fim de seu mandato.

“O áudio não deixa dúvidas de que a ação violenta era conhecida e autorizada por Jair Messias Bolsonaro, que esperava a sua execução ainda no mês de dezembro”, afirma Gonet na denúncia.

A PGR também identificou que Fernandes imprimiu três cópias do plano conspiratório, além de trocar mensagens em um grupo de WhatsApp chamado “Acompanhamento”. Essas mensagens confirmam que reuniões no Palácio do Planalto discutiam a concretização do plano “Punhal Verde Amarelo”, segundo o 247.

Outros planos de golpe – A denúncia também revela outras iniciativas da organização criminosa liderada por Bolsonaro, que visava estabelecer controle absoluto sobre os Três Poderes. Entre os projetos mencionados, estava a criação de um “gabinete central” para administrar a nova ordem após um golpe de Estado.

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Em ofensiva contra Moraes Eduardo Bolsonaro faz quarta viagem do ano aos EUA

Aliados defendem que ele fique nos Estados Unidos e não retorne ao Brasil, sob pena de perder o passaporte.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) retornou a Washington pela quarta vez no ano para encontros com integrantes do governo americano como parte de uma ofensiva contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O parlamentar foi com a família para a Flórida e, nesta semana, passou pela capital dos EUA. Em um vídeo com o influenciador de direita Paulo Figueiredo, ele relata ter tido conversas com integrantes do governo na Casa Branca, sem detalhar quem são as autoridades.

Até a sexta-feira (14), Eduardo ainda não tinha data para voltar e aliados defendem que ele fique no país e não retorne ao Brasil, sob pena de perder o passaporte.

O PT acionou o STF pedindo a apreensão do passaporte do deputado, alegando crimes contra a soberania cometidos pelo parlamentar no périplo pelos EUA. A solicitação foi feita em 27 de fevereiro, quando Eduardo chegou ao país.

A medida repercutiu nas redes sociais, sendo criticada por bolsonaristas, que alegam perseguição política ao deputado, com o objetivo de dificultar sua ascensão à Comissão das Relações Exteriores.

O PL indicou o parlamentar para comandar o colegiado. Parlamentares do PT reagiram e falam em possíveis ruídos com o Supremo e nas relações diplomáticas do Brasil para tentar evitar a escolha, como mostrou a Folha de S.Paulo.

Figueiredo, também alvo das ações de Moraes, defende que Eduardo permaneça nos EUA. O parlamentar não respondeu a pergunta da reportagem sobre o tema.

Enquanto isso, o deputado mantém a ofensiva nos EUA, junto com o youtuber, para convencer autoridades americanas a aplicarem sanções a Moraes, que vão desde a perda do visto para entrar no país ao bloqueio de contas no exterior.

Moraes

Moraes é o relator
O ministro do STF é o relator da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a trama golpista de 2022, na qual Bolsonaro e Figueiredo estão incluídos.

“O que estamos fazendo aqui nos Estados Unidos não é nenhum absurdo. Só estamos levando ao conhecimento de várias autoridades o que está acontecendo no Brasil”, afirmou Eduardo numa live.

“Chutaram o Rumble [tiraram a rede do ar], o cara está pedindo mandado de prisão contra brasileira que está em solo americano [Moraes pediu a prisão de uma brasileira com dupla cidadania, naturalizada americana, por participar no 8 de janeiro]”, disse.

Bolsonaro ainda disse na live que os ministros estavam fazendo piadas com a possibilidade de perderem o passaporte e agora levam a sério.

Eduardo tratou do pedido de cassação do seu passaporte e alegou novamente haver uma perseguição.

“Vir aos Estados Unidos com muita frequência é um crime?”, ironizou. “Qual é o crime ao articular reações ao STF no exterior? O STF é ‘incriticável’, você não pode criticar medidas de ministros do STF”, disse.

A investida ocorre às vésperas do julgamento da Primeira Turma que pode tornar Jair Bolsonaro réu. Na quinta (13), o ministro Cristiano Zanin, marcou para os dias 25 e 26 de março a análise do recebimento da denúncia contra o ex-presidente e aliados pela trama golpista em 2022. A expectativa de bolsonaristas é que uma sanção a Moraes possa pressionar os demais ministros do STF a recuar nos processos.

Uma das apostas de quem faz parte da ofensiva é que Moraes possa ser sancionado com base na chamada Lei Magnitski -em homenagem ao advogado russo Sergei Magnitski. A legislação, aprovada no governo Barack Obama, impõe restrições a vistos, congela contas e ativos dos alvos no exterior e impõe restrições financeiras a empresas.

Bolsonaristas dizem que a sanção pode levar instituições financeiras a encerrarem as contas dos alvos, sob pena de os bancos serem impedidos de participar do sistema financeiro internacional. Isso poderia significar o encerramento das contas de Moraes no próprio Brasil, afirmou Figueiredo numa live.

Essa sanção é aplicada pelo Executivo. O deputado republicano Rich McCormick afirmou nas redes sociais que pediria a Trump a aplicação das sanções Magnistsky contra o ministro.

A outra frente é busca pela aprovação da proposta “No Censors on our Shores Act” (Sem censores em nosso território), que estabelece a deportação e o veto de entrada nos EUA. Esse projeto foi aprovado no colegiado análogo à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara americana e ainda não tem data para ir a plenário.

O texto tem apoio de republicanos, mas também de democratas, por se tratar de uma proteção da liberdade de expressão, cara aos americanos e prevista na Constituição.

A expectativa de bolsonaristas é que alguma sanção seja aplicada nos próximos meses.

Da última vez que esteve nos EUA, no final de fevereiro, Eduardo esteve com integrantes do Departamento de Estado, órgão equivalente ao Ministério das Relações Exteriores.

Dias depois, o órgão publicou mensagem com referência implícita a Moraes e disse que punir empresas americanas por se recusarem a praticar censura vai contra os valores democráticos. Daquela vez, Eduardo também participou da Cpac, maior conferência conservadora do mundo, em que discursou, criticou Moraes e defendeu seu pai.

Na semana anterior, esteve no país porque tinha encontros marcados com deputados e senadores e autoridades. Antes, viajou para participar da posse de Donald Trump em 20 de janeiro.

Eduardo disse à Folha de S.Paulo antes que as viagens foram pagas por ele pela conferência. Desta vez, o parlamentar não respondeu à reportagem. Aliados dizem que ele pagou por conta própria a ida aos EUA.

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PGR tem prazo de cinco dias para decidir sobre argumentos da defesa de Bolsonaro e outros acusados de tentativa de golpe

As investigações da Polícia Federal e da própria PGR apontam para planejamento prévio e de envolvimento de figuras públicas e militares no golpe.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou no sábado (8) à Procuradoria-Geral da República (PGR) as manifestações de defesa apresentadas pelos denunciados no inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado. A informação foi divulgada pelo STF. A PGR analisará os documentos nesta semana e terá o prazo de cinco dias para se posicionar sobre os argumentos apresentados pelas defesas.

A investigação trata das tentativas de golpe por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro e colaboradores próximos, entre eles generais do Exército, após o resultado das eleições presidenciais de 2022, que culminaram nos atos criminosos em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Os denunciados respondem por crimes como associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação ao crime.

As defesas dos acusados argumentam que não houve organização para um golpe. No entanto, as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela própria PGR apontam para planejamento prévio e de envolvimento de figuras públicas e militares na intentona golpista.

Com o prazo para manifestação correndo, o posicionamento da PGR será fundamental para definir o rumo das investigações e possíveis desdobramentos jurídicos contra os envolvidos.

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“O que estão esperando?” diz Eduardo Bolsonaro desafiando PGR e Moraes a apreenderem seu passaporte

Praticamente morando nos Estados Unidos e já cogitando não retornar ao Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) provocou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, em publicação nas redes sociais neste sábado (8).

Alvo de uma ação protocolada na PGR pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que pede a apreensão de seu passaporte, o filho de Jair Bolsonaro desafiou Moraes e Gonet a confiscarem seu documento de viagem. Ele argumentou que o prazo dado pelo ministro do STF para que a PGR se manifestasse sobre o assunto já teria se encerrado.

O pedido de Moraes para que a PGR se pronunciasse sobre a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro foi feito em 1º de março, com prazo de cinco dias para resposta. No entanto, devido ao feriado de Carnaval, o prazo se esgota apenas na terça-feira (11). Com Forum.

“É impressão minha ou já se passaram os 5 dias que Moraes deu de prazo para o PGR responder se o regime vai ou não apreender meu passaporte? Estranho… o que eles estão esperando? Pois eu não posso acreditar que o PGR está desrespeitando um prazo do Todo Poderoso. Concordam?”, disparou Eduardo Bolsonaro.

Desde que Donald Trump reassumiu a presidência em janeiro, o deputado federal já viajou três vezes aos Estados Unidos, onde tem permanecido para articular ataques ao governo brasileiro e ao STF.

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A ameaça de Eduardo a Moraes: “Iremos punir você, custe o que custar”

A declaração ocorre em um momento de crescente pressão sobre aliados de Bolsonaro.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, desta vez com ameaças diretas. Em uma postagem feita nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o magistrado “será punido” e que “pagaria por toda a maldade que cometeu, custe o que custar”.

A postagem de Eduardo Bolsonaro foi feita em um tom de retaliação, sugerindo que haveria uma “ditadura real” no Brasil, que, segundo ele, “prende mães de família, idosos e trabalhadores inocentes”. Usou o filme “Ainda Estou Aqui”, que denuncia a ditadura militar assassina que ele defende, para defender os terroristas do 8 de janeiro. Fez negacionismo do regime militar, chamando aquela corja de “ditadura inexistente”.

A declaração ocorre em um momento de crescente pressão sobre aliados do ex-presidente Bolsonaro, alvos de investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. O inelegível foi formalmente denunciado pelo PRG Paulo Gonet.

O discurso de Eduardo reflete a estratégia de setores da extrema-direita, que tentam deslegitimar o Judiciário e mobilizar sua base com narrativas de perseguição política. É também um apito de cachorro contra Moraes.

A investigação da Polícia Federal sobre a conspiração golpista que levou ao indiciamento de 37 pessoas aponta que Alexandre de Moraes era o primeiro alvo do plano chamado Punhal Verde e Amarelo, que também previa o assassinato do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin.

Segundo a PF, o ministro poderia ter sido vítima de sequestro e prisão arbitrária, além de execução. O plano ainda incluía um levantamento detalhado dos deslocamentos de Alexandre de Moraes; a identificação dos horários e itinerários de suas agendas oficial e pessoal; a formação de quatro equipes, totalizando seis pessoas, para a execução do atentado; o uso de um telefone descartável para cada um dos seis envolvidos.

A declaração de Eduardo Bolsonaro pode ter implicações legais. Especialistas em direito penal e constitucional apontam que o deputado pode ter cometido crimes como ameaça (artigo 147 do Código Penal), incitação ao crime (artigo 286) e atenta contra a segurança nacional, previsto na Lei 7.170/1983.

Alexandre de Moraes pediu à PGR (Procuradoria-Geral da República) que analise e emita parecer sobre a apreensão do passaporte do deputado. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e o deputado Rogério Correia (PT-MG) solicitaram a investigação criminal de Eduardo por promover reações contra o STF junto a políticos norte-americanos.

Também pediram a apreensão do seu passaporte para interromper as “condutas ilícitas em curso”. Os parlamentares afirmaram que Moraes já despachou o caso para a PGR. Com DCM.

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Kid preto que monitorou Moraes, tinha acesso à conta bancária de Bolsonaro

Relatório do Coaf revela pagamentos de Jair Bolsonaro a militares.

Por Alice Maciel – Agência Pública

Apontado em denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos responsáveis por ter monitorado o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em dezembro de 2022, a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o coronel Marcelo Câmara tinha permissão para movimentar a conta bancária do ex-presidente.

A informação consta no relatório de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas do Congresso Nacional, em julho de 2023. O documento mostra que o tenente-coronel Mauro Cid também tinha acesso às contas de Bolsonaro.

Militares do Comando de Operações Especiais (Copesp), conhecidos também como kids pretos, Cid e Câmara foram ajudantes de ordens da Presidência e estão entre os denunciados pela PGR de participar da trama golpista que culminou nos ataques do 8 de janeiro. Ambos foram indiciados também pela Polícia Federal, junto ao ex-presidente, no inquérito que apura o desvio de joias do acervo presidencial.

De acordo com o relatório do Coaf, além de representante legal da conta, Câmara recebeu R$ 3,9 mil de Jair Bolsonaro, em seis transações realizadas entre 20 de maio de 2022 e 14 de maio de 2023. Segundo a PGR, Câmara foi responsável por “coordenar as ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas”, em conjunto com o general da reserva Mário Fernandes.

Kid preto monitorava Moraes
Conforme investigação da Polícia Federal (PF), o coronel monitorou o ministro Alexandre de Moraes do dia 15 de dezembro de 2022 até o final do ano. Como prova, a PF apresentou trocas de mensagens entre ele e Mauro Cid sobre a localização do magistrado.

Em delação, Cid afirmou que a ordem para que o Câmara acompanhasse os passos de Moraes teria partido de Jair Bolsonaro, que o encarregava de fazer levantamentos quando “precisava fazer análise de alguma pessoa”, o que, em geral, seria feito para subsidiar suas decisões sobre nomeações. Procurado, o advogado de Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, afirmou que fará seus esclarecimentos nos autos.

Seis militares do Exército receberam um total de R$ 29,2 mil, entre maio de 2022 e julho de 2023, de contas de Jair Bolsonaro, segundo o Coaf. Cinco deles têm vínculo direto com o ex-presidente.

A exceção, o coronel da reserva Sérgio Luiz de Siqueira Vieira, foi quem recebeu o maior repasse, no valor de R$ 10 mil. Foram seis lançamentos, entre janeiro e julho de 2023. Conforme dados do portal da transparência, Vieira entrou para a reserva em 2004. Ele é sócio da agência de viagens e locadora de carros SG Nações. “Os valores que você citou que recebemos referem-se a aluguéis de carros para Jair Bolsonaro e família”, informou.

O primeiro-tenente Osmar Crivelatti, envolvido no caso das joias sauditas, também foi ajudante de ordens de Bolsonaro e recebeu R$ 9,7 mil em 19 lançamentos de maio de 2022 a maio de 2023.

Já o capitão Sandro Daniel Soares, que recebeu R$ 4,6 mil no mesmo período, foi assessor do gabinete presidencial até maio de 2022 e foi para a Secretaria-Geral da Presidência, onde ficou até dezembro daquele ano. Sua exoneração foi assinada pelo então secretário-executivo, o general da reserva Mário Fernandes, preso por suspeita de envolvimento na tentativa de golpe.

Uma reportagem do Brasil de Fato mostrou que Soares teria acessado dados pessoais do chefe da Receita Federal em 2019, em meio às investigações das rachadinhas.

Os outros três militares que receberam recursos do ex-presidente foram o capitão Marcus Antonio Machado Ibiapina (R$ 795), assessor na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência até dezembro de 2022, e os segundos-sargentos Jossandro da Silva (R$ 2,6 mil) e Estácio Leite da Silva Filho (R$ 1,9 mil), nomeados para assessorar Bolsonaro após o fim de seu mandato.

A Agência Pública tentou contato por e-mail com Osmar Crivelatti, Sandro Soares, Marcus Ibiapina, Jossandro da Silva e Estácio Leita, mas não recebeu resposta.

Dinheiro circulou entre membros da caserna

O relatório do Coaf entregue à CPMI traz também informações sobre movimentações bancárias de Mauro Cid consideradas pelo órgão “atípicas e incompatíveis”. Conforme levantou a Pública, ele fez transações com sete militares da caserna.

A maior movimentação registrada foi com o segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, preso na operação da PF sobre a suspeita de fraude no cartão de vacina de Bolsonaro. O militar depositou mais de R$ 70 mil na conta de Cid entre julho de 2022 e janeiro de 2023, conforme mostrou a Pública.

Mensagens encontradas pela PF no celular de Mauro Cid apontam que Dos Reis também participou do ato golpista do 8 de janeiro e teria recebido informações de Cid sobre o plano de golpe.

O advogado de Dos Reis, Alexandre Vitorino, ressaltou o segundo-sargento vendeu um carro para Cid e repassou os valores equivalentes. “Ele esclareceu isso na CPI. “O sargento não tem nenhuma relação com essa trama do golpe. O próprio inquérito da Polícia Federal, depois de ser concluído, limitou a responsabilidade dele relacionada a um cartão de vacina, nada mais”, acrescentou.

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Moraes aciona PGR e analisa apreender passaporte de Eduardo Bolsonaro

Petições enviadas pelos deputados Lindbergh Farias e Rogério Correia alegam que Eduardo articulou retaliações ao Brasil nos EUA.

Os deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Rogério Correia (PT-MG) apresentaram, na última quinta-feira (27), duas notícias-crime contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por articulações com parlamentares americanos para constranger o Supremo Tribunal Federal (STF). As ações pedem que o ministro Alexandre de Moraes mande Eduardo entregar seu passaporte e seja impedido de sair do Brasil. As informações são do jornalista Guilherme Amado, do PlatôBR.

Na sexta-feira (28), Moraes encaminhou as ações para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve se manifestar dentro do prazo de cinco dias. Os documentos apresentados por Lindbergh e Correia afirmam que Eduardo cometeu os crimes de obstrução de investigação de organização criminosa, coação no curso do processo e atentado à soberania. As petições foram apresentadas no âmbito do inquérito do golpe.

Segundo as notícias-crime, que também foram enviadas diretamente à PGR, Eduardo Bolsonaro articulou retaliações ao Brasil e ao STF em suas recentes idas aos Estados Unidos. Aliados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, articulam na Câmara dos Deputados uma proposta que impede a entrada de “agentes estrangeiros que tenham violado a liberdade de expressão” de cidadãos americanos.

“Um deputado brasileiro não pode ter essa postura conspiratória contra seu próprio país para proteger o pai criminoso e participar do jogo global da ultradireita. É urgente que a justiça brasileira dê a resposta”, escreveu Rogério Correia em suas redes sociais.

Disse o deputado federal Rogério Correia (PT):

No início da semana acionei a PGR e pedi a retenção do passaporte de Eduardo Bolsonaro por seus reincidentes crimes de lesa-pátria no exterior. Um deputado brasileiro não pode ter essa postura conspiratória contra seu próprio país para proteger o pai criminoso e participar do jogo global da ultradireita.

É urgente que a justiça brasileira dê a resposta.

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Provocação do STF aos ‘patriotas’ gera engajamento nas redes

A ofensiva tem um alvo central: Alexandre de Moraes.

As conversações sobre o STF voltaram a registrar volumes extraordinários de menções durante essa semana. Orientada por uma espécie de blitzkrieg da extrema direita amparada por notícias e informações oriundas do EUA, mais especificamente de atores do governo Donald Trump, a ofensiva tem um alvo central: Alexandre de Moraes.

Essa ofensiva teve um capítulo interessante e não menos importante na última quinta-feira (27). A principal discussão girou em torno da reação do governo dos Estados Unidos às decisões do ministro Alexandre de Moraes, especialmente no que diz respeito ao bloqueio de plataformas digitais e à moderação de conteúdo. O Congresso americano aprovou medidas que poderiam, supostamente, barrar a entrada de Moraes nos EUA, além de abrir espaço para sanções. O “ponto de virada” nas redes sociais foi a resposta do ministro, enfatizando a soberania brasileira e reafirmando o papel do STF na defesa da democracia.

A ampla maioria das publicações sobre o STF trata desse tema, com o bolsonarismo perdendo a primazia sobre o debate com o engajamento de antibolsonaristas e outros atores de imprensa com o tema. Assim, o bolsonarismo respondeu por 54% (eram 76% no dia anterior) das interações enquanto a imprensa correspondeu a 27% (eram 14% no dia anterior). Os antibolsonaristas foram 18% (contra 4% do dia anterior) e não-polarizados apenas 1% (eram 6% no dia anterior).

O ponto da virada está na manifestação de Moraes sobre a independência do país. A partir dele, 30% dos comentários enaltecem a defesa da soberania nacional, enquanto 25% exaltam diretamente Alexandre de Moraes. Outros 35% partem diretamente do campo bolsonarista, explorando temas como acusações de autoritarismo por parte do STF e críticas econômicas ao país “apesar da independência”. Por fim, 10% demonstraram algum tipo de apoio às declarações, mas também fortes preocupações com futuras sanções dos EUA, segundo Pedro Barciela, ICL.