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Porteiro trabalha há 13 anos no condomínio e disse que conhecia bem a voz do “Seu Jair”

Funcionário não era nenhum novato no emprego.

O porteiro que escreveu “casa 58” no caderno da portaria do Condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro e o acusado de matar Marielle Ronnie Lessa têm casa, não era nenhum novato no emprego.

Em seu depoimento, ele relatou que já estava havia 13 anos no Vivendas da Barra e, quando disse que a voz do outro lado da linha era do “seu Jair”, sabia do que estava falando, pois “conhecia bem” a voz de Bolsonaro.

Falando nisso, uma pergunta central ainda precisa ser respondida: com que objetivo um porteiro que trabalha há 13 anos no mesmo lugar iria comprar uma briga com o presidente da República e ou com um notório matador, Ronnie Lessa?

 

 

*Com informações da Época

 

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Enigmas do Vivendas da Barra: álibis se desmontam?

A partir dos desdobramentos da revelação do Jornal Nacional, (edição de 29/10/19), de que Élcio Vieira de Queiroz, um dos supostos assassinos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, horas antes da execução dos dois na noite de 14 de março de 2018, ingressou no Condomínio Vivendas da Barra alegando ir à casa 58, pertencente ao então deputado Jair Bolsonaro, várias dúvidas surgiram.

Duas questões, porém, se tornaram básicas para confrontar álibis e as explicações apresentadas pelo hoje presidente da República, seus filhos e seus advogados. Em especial explicações prontamente encampadas pelo Ministério Público Estadual e pela Procuradoria Geral da República, quais sejam:

1) Bolsonaro estava em Brasília, logo não poderia ter falado ao interfone com o porteiro que alega ter-lhe consultado sobre a entrada de Élcio;

2) uma gravação no sistema de comunicação do Vivendas da Barra demonstra que o porteiro não falou com o “seu Jair”, mas com Ronnie Lessa, morador da casa 66, para a qual Élcio se dirigiu.

Em apenas uma semana, porém, a imprensa – e não o Ministério Público ou a polícia – levantou questionamentos que colocam em dúvida tais explicações.

Desde o dia 31 que Luís Nassif vem batendo na tecla de que o moderno sistema de comunicação do condomínio pode permitir o contato da portaria com o morador, independentemente de ele estar em casa. O diálogo seria possivel, inclusive, através do celular. Trata-se de uma hipótese, concreta, que não invalida – como a Procuradoria da República e o Ministério Público Estadual do Rio se apressaram em fazer – a versão do porteiro de que se comunicou com o “Seu Jair”. A se confirma, pouco importa onde “Seu Jair” estivesse.

Qual porteiro?

Paralelamente, em 01/10, ao alertarmos que o porteiro corre risco de vida, em “Salvem o porteiro! Já!“, levantamos nova questão, a partir da afirmação das promotoras do Rio de Janeiro de que o “porteiro mentiu”.

A conclusão delas respaldou-se na suposta perícia de um áudio encaminhado pelo condomínio, onde constataram que era Ronnie Lessa o morador a falar com o porteiro. Questionamos então:

“Há, porém, outro detalhe que parece passar despercebidos por todos. Como já se disse, sem a perícia completa no sistema de comunicação da portaria do condomínio com as residências do mesmo, não se pode atestar se houve ou não enxerto de gravações.

A perícia foi feita em um único áudio, teoricamente registrado naquela mesma data. Peritos confirmaram que a voz era de Lessa, o suspeito da morte de Marielle, morador da casa 66. Mas com quem ele falou nesse áudio? Foi o mesmo porteiro ouvido pela polícia ou outro funcionário do condomínio? Afinal, o laudo pericial especifica apenas que houve “identificação positiva para Ronnie Lessa”. E seu interlocutor, quem era? O mesmo porteiro que fez o registro no papel?” (grifamos)

A dúvida é, aparentemente, primária. Afinal, o fundamental é saber se trataram de uma mesma conversa ou de conversas diferentes. Isto, sem querer ensinar Padre Nosso a vigário, deveria ser a primeira preocupação das apressadas promotoras fluminenses. Ao que tudo indica, não foi o que aconteceu.

Como revelou Lauro Jardim em sua coluna em O Globo on line, na tarde de segunda-feira (04/11), o Porteiro que aparece no áudio de Carlos Bolsonaro não é o mesmo que diz ter falado com ‘seu Jair’. Ali, ele noticia:

“A Polícia já sabe que o porteiro que prestou depoimento e anotou no livro o número 58 (o da casa de Jair Bolsonaro) não é o mesmo que fala com o PM reformado Ronnie Lessa (dono da casa 65) no áudio divulgado por Carlos Bolsonaro e periciado em duas horas pelo Ministério Público.

Trata-se de outro porteiro.“

A se confirmar a informação de Jardim, cria-se então um problema sério para o vereador Carlos Bolsonaro. Mais do que acessar as gravações da comunicação do condomínio onde ele reside, a apresentação de uma gravação diferente pode sim configurar interferência indevida na coleta de provas do caso. Tal e qual previsto no artigo 329 do Código Penal:

“Art. 329-A – Impedir, embaraçar, retardar ou de qualquer forma obstruir cumprimento de ordem judicial ou ação de autoridade policial em investigação criminal: Pena: detenção de 1(um) ano a 3(três) anos, e multa”.

O mais curioso nessa história toda vem com a segunda nota do mesmo Jardim, publicada na sua coluna nesta terça-feira (05/11) – Depoimento do porteiro do condomínio de Bolsonaro foi filmado.

Se um depoimento – na verdade, foram dois, em 7 e 9 de outubro – foi devidamente filmado, desde então a Polícia Civil – e, consequentemente, o Ministério Público do Estado do Rio – possui o padrão de voz do porteiro que disse ter se dirigido ao “Seu Jair”. Bastava compará-lo com a voz que conversou com Ronnie Lessa, no áudio apresentado por Carlos Bolsonaro/Condomínio.

Com estas informações, surgem, naturalmente, novas dúvidas: Por que ainda não fizeram tal comparação? Ela não deveria ter precedido à entrevista apressada das promotoras? Terá mesmo o porteiro mentido? Como surgiu um novo áudio, sem relação com o episódio narrado pelo porteiro, nos depoimentos dos dias 7 e 9 de outubro? Carluxo – forma como muitos tratam o filho de Bolsonaro – terá induzido a Polícia e o MP a erro? Quis desviar atenções?

 

 

*Do Blog do Marcelo Auler

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Documento do Caso Marielle contradiz MP-RJ: Polícia está há um ano com registro sobre casa de Bolsonaro

Estão em poder da Polícia Civil do Rio há um ano as planilhas com os registros de entrada de visitantes do condomínio onde Jair Bolsonaro tem casa. A informação contradiz as promotoras do MP-RJ, que haviam afirmado em entrevista na semana passada que as planilhas só foram apreendidas em outubro.

Documentos da Polícia Civil do Rio de Janeiro que compõem o inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco mostram que os investigadores possuem há um ano as planilhas com os registros de entrada de visitantes do condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro tem casa.

Segundo a reportagem da Folha de S. Paulo, os papéis contradizem recente versão do Ministério Público do Rio, segundo a qual o órgão só teve acesso aos documentos em 5 de outubro passado, quando afirma ter apreendido o material na portaria do condomínio no curso da investigação sobre o mandante do assassinato da vereadora.

A Divisão de Homicídios da polícia está em poder dos papéis ao menos desde novembro de 2018. Já a Promotoria foi informada desde março deste ano sobre a apreensão das planilhas.

Elas foram obtidas durante a investigação do caso, porque o policial militar aposentado Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do crime, também mora no condomínio Vivendas da Barra, o mesmo de Bolsonaro.

Promotoras do MP-RJ, contudo, haviam afirmado em entrevista na semana passada que as planilhas só foram apreendidas em outubro, após Lessa e o ex-policial militar Élcio de Queiroz, outro réu no processo, terem confirmado que se encontraram no condomínio horas antes do assassinato da vereadora, em março de 2018.

Como revelado na semana passada pelo Jornal Nacional, uma das planilhas manuscritas indicava que o ex-PM Élcio tinha como destino a casa 58, a de Bolsonaro.

Ainda segundo a reportagem, um porteiro do condomínio declarou em depoimento à Polícia Civil em outubro que “seu Jair” autorizou a entrada de Élcio. Segundo o funcionário, ao notar que o carro se dirigia à casa 65/66, ele contatou novamente a casa 58 para confirmar a autorização. O mesmo interlocutor disse que sabia para onde iria o ex-PM.

 

 

*Com informações do 247/Folha

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Depoimento do porteiro que apontou “Seu Jair” foi gravado

A polícia do Rio filmou o depoimento do porteiro do condomínio de Jair Bolsonaro, o que pode complicar ainda mais a situação do clã. Ele anotou no livro de registros da portaria o número 58 (casa de Bolsonaro) e disse ter ouvido o ‘ok’ do “seu Jair” quanto ao ingresso de Élcio de Queiroz no condomínio. Élcio é um dos acusados do assassinato de Marielle Franco.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro filmou o depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra (RJ), que anotou no livro de registros o número 58 (da casa de Jair Bolsonaro) e disse ter ouvido o ‘ok’ do “seu Jair” quanto ao ingresso de Élcio de Queiroz no condomínio. Élcio é um dos acusados do assassinato de Marielle Franco em 14 de março de 2018, dia em que esteve no condomínio de Bolsonaro.

A informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim.

A Polícia Civil do Rio sabe que o porteiro que prestou depoimento e anotou no livro o número 58 não é o mesmo que fala com o PM reformado Ronnie Lessa (dono da casa 65) no áudio divulgado pelo vereador Carlos Bolsonaro, do PSC-RJ (veja aqui).

A polícia, no entanto, ainda não periciou a voz dos dois porteiros para fazer a comparação. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) não deve fazer uma nova perícia nas gravações alegando que o procedimento só pode ser feito a mando do Supremo Tribunal Federal (STF) por causa do suposto envolvimento de Bolsonaro, que tem foro privilegiado.

Quando o porteiro fez as anotações, quem havia chegado ao condomínio no dia 14 de março do ano passado era o policial Élcio de Queiroz, acusado pela polícia de ser o motorista do carro usado no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes. Ronnie Lessa teria sido o autor dos disparos, apontaram as investigações.

Bolsonaro disse ter pego as gravações da portaria do condomínio. Segundo o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), trata-se de uma estratégia para federalizar as investigações, com o objetivo de se blindar, ao deixá-las com o ministro Sérgio Moro (Justiça) e com o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Na manhã desta terça-feira (5), Jair Bolsonaro e o seu filho Carlos Bolsonaro confessaram o crime de obstrução judicial e resolveram atacar o PT. Leia na reportagem publicado pelo Brasil 247:

Mais uma vez, Jair Bolsonaro e seu filho Carlos admitiram o crime de obstrução de Justiça nas investigações do assassinato de Marielle Franco em tweets no início da manhã desta terça-feira (5). Antes das 7h, eles já haviam confessado mais uma vez que tiveram acesso a gravações da portaria do condomínio onde moram depois de elas terem se tornado peças de uma investigação policial. E partiram para o ataque ao PT. Os tweets foram claramente coordenados, com redações quase idênticas.

Os alvos da agressão do clã foram a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e os líderes do partido na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Humberto Costa (PE). Ela deve-se ao fato de os três, em nome do PT, terem ingressado nesta segunda-feira (4) no STF com ação solicitando que sejam determinadas busca e apreensão de todo o material apropriado de forma ilegal por Bolsonaro e seu filho, com a realização de perícia para que sejam verificadas eventuais alterações nas provas.

 

 

*Com informações do 247

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Caso Marielle: Porteiro que aparece em áudio não é o mesmo que diz ter falado com ‘seu Jair’

Polícia Civil já sabe que funcionário que prestou depoimento não é o mesmo que fala com o PM reformado Ronnie Lessa em gravação divulgada por Carlos Bolsonaro.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro já tem algumas novidades nas investigações sobre a portaria do condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro morou até 31 de dezembro e onde mora Carlos, um dos filhos do presidente.

A Polícia já sabe que o porteiro que prestou depoimento e anotou no livro o número 58 (o da casa de Jair Bolsonaro) não é o mesmo que fala com o PM reformado Ronnie Lessa (dono da casa 65) no áudio divulgado por Carlos Bolsonaro e periciado em duas horas pelo Ministério Público.

Trata-se de outro porteiro.

O porteiro que prestou os dois depoimentos em outubro — e disse ter ouvido o o.k. do “seu Jair” quando Élcio Queiroz quis entrar no condomínio — ainda está de férias.

Queiroz é acusado pela polícia de ser o motorista do carro usado no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. E Lessa é suspeito de ter disparado os tiros.

A notícia foi publicada agora há pouco na coluna de Lauro Jardim, no Globo, o que fez muita gente do Planalto coçar a cabeça, porque sabe que o governo Bolsonaro ficou na beira da linha do trem.

 

*As informações são do Globo

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De quem é a voz?

Bolsonaro agora muda a versão e diz:

“O que eu fiz foi filmar a secretária eletrônica com a respectiva voz de quem atendeu o telefone”.

O que aumenta ainda mais as tensões contra o próprio Bolsonaro, porque parte da resposta sobre a voz foi dada por ele no sábado (2) e confirmada no domingo (3). Alguém atendeu o telefone na casa 58 do condomínio Vivendas da Barra.

Bolsonaro afirma que a voz não é a dele, confrontando a versão do porteiro nesse ponto, apenas nesse ponto.

Então, se não é a voz dele, de quem é?

Bolsonaro, concretamente, afirma que tinha gente na casa dele e que atendeu à chamada do porteiro, o que envolve alguém do clã na trama. Ou seja, não é ficção armada por ninguém, é fato concreto e nos obriga, a partir dessa declaração, a concordar com o porteiro de que a voz vinda da casa de Bolsonaro, que ele também afirma ter ouvido, foi a que autorizou a entrada dos milicianos que, junto com Ronnie Lessa, assassinaram Marielle e Anderson.

Bolsonaro tenta, inutilmente, refugar que tenha feito backup da memória da secretária eletrônica da portaria, mas o ponto chave ele mantém, que é o da voz vinda de sua casa.

Ele mesmo confessa que apurou o fato e concluiu que aquela voz que ouviu, não era a dele. Não tem fuga ou escapismo possível. Ele, praticamente, implica alguém de sua família.

Quem é esse alguém que abriu a portaria para os milicianos?

Bolsonaro não diz, pois não afirma de quem é a voz.

Então, independente desse seu rodopio de mudança de versão, o material probatório de que saiu da casa 58 a ordem para liberar a entrada dos assassinos de Marielle, segue intacta, com um agravante, Bolsonaro teve uma conduta criminosa ao tentar, com essa manobra, obstruir a justiça.

O que temos que aguardar são as consequências desse ato criminoso que não é mais justificativa, já que a autorização para que o porteiro liberasse a entrada dos assassinos veio da casa 58, como reafirmou Bolsonaro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro confessou obstrução da Justiça? Trabalho do MP-RJ está corrompido

Reinaldo Azevedo

A humilhação a que está sendo submetido o Ministério Público Estadual do Rio não tem precedentes. Já é histórica. E, convenham, leva as assinaturas das promotoras Simone Sibilio e Carmen Eliza, aquela que fez foto abraçada ao deputado Eduardo Amorim, o que quebrou a placa em homenagem a Marielle Franco, cujo assassinato investigava.

Sibilio arrumou uma perícia de última hora, mequetrefe, para dar uma entrevista coletiva no dia seguinte à reportagem do Jornal Nacional. O alvo: o porteiro. Agora, Jair Bolsonaro, ninguém menos, vem com uma novidade. Durante visita a uma concessionária, aonde foi comprar uma moto, para espanto geral, o presidente confessou:

“Nós pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de ano, a voz não é minha. Não é o seu Jair. Agora, que eu desconfio, que o porteiro leu sem assinar [sic] ou induziram ele a assinar aquilo? Induziram entre aspas, né? Induziram a assinar aquilo”.

Tudo é vazado em bolsonarês, como veem. Ele quis dizer “assinou sem ler”. Estruturas binárias costumam confundir certas consciências, o que pode ser ruim. Vai que se invertam, por exemplo, as posições do Bem e do Mal, do certo e do errado, do culpado e do inocente, né?

O presidente da República está confessando um ato que, em qualquer investigação, seria considerado obstrução da justiça? Estamos falando de uma prova do processo. Segundo Augusto Aras, procurador-geral da República, essas gravações já tinham sido entregues ao presidente do STF, Dias Toffoli, e, por seu turno, à PGR na forma de uma “notícia de fato”, a saber: o porteiro havia afirmado ter entrado em contato duas vezes com a casa 58 do condomínio Vivendas da Barra para informar a presença de Elcio Queiroz no local. E, segundo os dois depoimentos, falou com alguém com a voz de “seu Jair”.

REGISTRO EM LIVRO Mas não há apenas isso. Há também a foto do livro que registra a entrada de veículos no condomínio — feita pela mulher de Ronnie Lessa, acusado de dar os tiros que matou Marielle e o motorista Anderson Gomes — atestando que Queiroz pediu para visitar a casa 58.

Esse registro é contemporâneo ao ingresso do comparsa de Lessa no condomínio. Aras diz que a “notícia de fato” foi arquivada. Houve alguma apuração? Não que se saiba.

E qual a justificativa de Aras? As gravações contradiriam a afirmação do porteiro. Muito bem! Tais gravações tinham sido submetidas a algum exame técnico? Resposta: não! Tanto não tinham que doutora Sibilio deu um jeito de arrumar uma perícia a toque de caixa antes de dar a entrevista coletiva. Essa perícia é tão boa, mas tão boa!, que não apura a possibilidade de arquivos terem sido excluídos ou renomeados. Não é uma perícia, mas um deboche.

Na rota da humilhação e da desmoralização do Ministério Público do Estado do Rio, vem agora a confissão de Bolsonaro: “Nós pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de anos, a voz não é minha”.

“Nós”, quem?

Pegaram quando?

Desde quando o presidente estava, então, preparando uma resposta?

Isso se deu antes ou depois de membros do MP Rio — suponho que tenham sido as duas procuradoras — terem ido falar com Toffoli, em Brasília, sem o conhecimento do juiz estadual responsável pelo caso, o que é absolutamente heterodoxo?

IMAGINEM SE FOSSE COM LULA E O PT

Imaginem se procedimentos dessa natureza tivessem se dado com Lula e o PT. Ou, então, pensem em Dilma presidente dando uma entrevista, afirmando que, por conta própria, solicitou elementos de prova de um crime relacionado ao petrolão para fazer a sua própria perícia.

O caroço no angu cresce de tamanho.

Toda a equipe que investiga a morte de Marielle no Ministério Público do Estado do Rio tem de ser imediatamente afastada.

É preciso formar uma força-tarefa que preste contas à sociedade do que está em curso.

A investigação da morte de Marielle foi invariavelmente corrompida, corroída.

Foi envenenada por procedimentos heterodoxos.

Os demais promotores têm de vir a público manifestar seu inconformismo.

Ou entrarão para a história como coniventes com uma pantomima sinistra.

PS – Antes que Sergio Moro se assanhe de novo: a investigação tem de continuar a cargo da Polícia do Rio e do MP Estadual, mas todos os promotores envolvidos no caso têm de ser imediatamente afastados.

 

 

*Reinaldo Azevedo/Uol

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Bolsonaro: “E aí Globo, já acharam quem matou a Marielle? Foi eu mesmo, ou não?

Esta frase de Bolsonaro é característica de blefadores.

Ninguém na mídia está acusando Bolsonaro de ter mandado matar Marielle, ele que está se colocando na linha de tiro por pura agonia e ansiedade.

Lógico que a coisa vai tomando forma a partir das declarações do próprio Bolsonaro que confessou: “Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha”, declarou Bolsonaro, numa confissão que revela sua interferência direta no caso.

Soma-se a isso a vizinhança do condomínio da qual é parte um dos três assassinos de Marielle, que também é um traficante de armas, sem falar que a mulher de Ronnie Lessa fotografou a planilha onde constava o número 58 da casa de Bolsonaro e enviou para o celular do marido, fato confirmado pela polícia, o que vai ao encontro do que disse o porteiro em depoimento que, por sinal, ninguém sabe do seu paradeiro.

Então, vem o guru das fake news de Bolsonaro e começa a perguntar, quem mandou matar Celso Daniel, praticamente confessando que acredita que Bolsonaro está envolvido no assassinato de Marielle, numa tentativa de dar peso e medidas iguais a um caso que já foi exaustivamente investigado e concluído, como o de Celso Daniel.

Sem argumento nenhum, Olavo de Carvalho conta com o gado bolsonariste, usando esse embuste para produzir uma contraofensiva, admitindo, com isso, que o clã não tem saída. E, desesperadamente, sai atirando para todos os lados.

E é isso que Bolsonaro faz hoje, um dia após confessar que obstruiu a justiça ao tomar posse da gravação das ligações feitas da portaria de seu condomínio.

Lógico que Bolsonaro não fez essa pergunta de forma aleatória, assim como não confessou de graça que mexeu na cena do crime, numa indiscutível violação, o que é crime, que deveria lhe render uma prisão preventiva.

Mas como bem disse Lauro Jardim em sua coluna no Globo, que Bolsonaro, orientado por seus advogados, optou por se antecipar na confissão para tentar minimizar os danos. E Moro, para piorar, quer federalizar o caso para engavetar tudo o que já se tem de informação sobre o crime, como mostram as publicações no twitter de Marcelo Freixo e Flávio Dino.

A única conclusão a que se chega do deboche de Bolsonaro sobre a morte de Marielle, é que é puro blefe de quem não tem carta na manga para se defender.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Juristas dizem que confissão de Bolsonaro é reconhecimento de um crime

Juristas e advogados que integram o grupo “Prerrogativas” divulgaram uma nota expressando o seu espanto com a confissão feita pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo quem ele próprio e outros — “nós” — tiveram acesso à memória das comunicações entre a guarita do condomínio Vivendas da Barra e os moradores. O presidente não disse quando isso aconteceu. Mas foi certamente antes de a procuradora Simone Sibilio encomendar uma perícia mequetrefe, de última hora. Perícia, note-se, que teve como alvo apenas a casa de Ronnie Lessa e que não descarta a possibilidade de exclusão ou renomeação de arquivos.

A nota foi publicada por Mônica Bérgamo, na Folha. Leia a íntegra.

“A declaração do presidente Jair Bolsonaro de que se apoderou de provas da investigação dos homicídios que vitimaram Marielle Franco e Anderson Gomes assume máxima gravidade. Trata-se de reconhecimento de crime, de interferência ilícita em apuração criminal, voltada assumidamente a resguardar interesses pessoais e familiares, o que exorbita nitidamente das competências do cargo exercido.

Tal revelação deve mobilizar imediata reação das autoridades competentes, para assegurar a imparcialidade das investigações, garantidas todas as condições institucionais para tal, a fim de esclarecer o ocorrido e, se caso for, tomar as providências cabíveis.

Nesse sentido, o Estado Democrático de Direito possui diversos meios institucionais para investigar eventuais ilicitudes, por meio da Procuradoria Geral da República, além da necessária investigação da atuação do Ministério Público do estado do Rio de Janeiro, do Conselho Nacional do Ministério Público e e dos órgãos correcionais respectivos.

O episódio evoca precedentes históricos em que a sociedade civil se fez ouvir, com a Ordem dos Advogados do Brasil à frente, ao lado de instituições comprometidas com a

Democracia e com o Estado de Direito.”

 

 

*Reinaldo Azevedo/Uol

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Bolsonaro confessa que pegou a gravação do dia do assassinato de Marielle, segundo ele, ‘antes que fosse adulterada’

Bolsonaro falou a um grupo de jornalistas neste sábado e revelou que pode ter obstruído a investigação sobre a morte de Marielle Franco, ao pegar as gravações do condomínio onde mora. “Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica. A voz não é a minha”, disse ele. O principal suspeito do assassinato é seu vizinho Ronnie Lessa.

“Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha”, declarou Bolsonaro, numa confissão que revela sua interferência direta no caso.

Isso fortalece a tese de Brizola: “Se algo tem rabo de jacaré, couro de jacaré, boca de jacaré, pé de jacaré, olho de jacaré, corpo de jacaré e cabeça de jacaré, como é que não é jacaré.”.

Informação exclusiva do Jornal Nacional dá conta de que um dos envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco, morta em 14 de março de 2018, esteve no condomínio do presidente Jair Bolsonaro no dia do homicídio e se registrou como visitante de Bolsonaro. No entanto, o acusado teria visitado o policial militar Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que mataram Marielle.

Após a repercussão da reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, que mostra um suposto envolvimento da família Bolsonaro nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, a procuradora do Ministério Público (MP), Simone Sibilio, chefe do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), se apressou em dizer que o porteiro, pivô da denúncia, mentiu em depoimento à Polícia Civil.

Com essa atitude esperta, Bolsonaro arranca a venda dos olhos de muitos que não querem enxergar o que está por trás da mutilação de informações que a promotora Carmen Eliza Carvalho usou para sentenciar o coitado do porteiro e, diga-se de passagem, endossada por Aras e carimbada por Moro, mostrando que a teia do clã Bolsonaro é maior do que se imagina, já que a Associação dos Peritos disse que a perícia apresentada pelo MP-RJ é uma mula manca e foi procedida de forma viciada, faltando os principais elementos, sem falar da velocidade recorde com que foi entregue o bate entope.

Aqui, na declaração de Bolsonaro, suas mãos heroicas tomaram frente, substituindo a própria perícia do MP e da Polícia para que ele, ‘Seu Jair’ o principal suspeito, avaliasse se a sua voz ou de algum filho estava ou não ali, mas dizendo que não esta. O que, convenhamos, a solução do gênio é uma clara obstrução da justiça e, certamente, a coisa que já está talhada, vai azedar ainda mais para o clã, mas principalmente para Bolsonaro pela velocidade com que correu para impedir que as autoridades chegassem à gravação antes dele.

O fato é que Bolsonaro está numa luta com o próprio novelo de lã ao qual se enrolou e, quanto mais seus instintos produzem declarações destrambelhadas, mais ele se enrola.

Suas manobras utilizadas como detergente da prova do crime, agora confessadas pelo próprio Bolsonaro, anunciam que Mônica Bergamo tem razão, vem chumbo grosso para o lado dele e ele tenta antecipar suas desculpas antes que a bomba relógio inevitavelmente exploda em seu colo.