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Verdades ocultas: ex-chanceler alemão revela como Washington sabotou o processo de paz na Ucrânia

A publicação alemã Berliner Zeitung publicou recentemente uma entrevista com o ex-chanceler Gerhard Schroder, na qual foram reveladas algumas verdades sobre o conflito russo-ucraniano que o Ocidente tentou esconder do mundo. A mais importante delas diz respeito a como os Estados Unidos sabotaram os processos de paz entre Moscou e Kiev.

Trata-se na verdade da segunda entrevista de um ex-chanceler alemão sobre o assunto. Em dezembro de 2022, Angela Merkel já havia falado ao jornal Die Zeit que a real intenção do Ocidente por trás dos Acordos de Minsk, por exemplo, era fazer com que a Ucrânia “ganhasse tempo” para se fortalecer militarmente.

Compete lembrar que os Acordos de Minsk previam a “federalização” da Ucrânia, concedendo maior autonomia às regiões de Donbass e mantendo assim a integridade territorial do país. Contudo, mesmo tendo assinado o acordo diante de representantes franceses, alemães e russos, o então presidente ucraniano Pyotr Poroshenko, ao retornar a Kiev, não se esforçou em implementá-lo, o que levou a sucessivas violações de cessar-fogo nas regiões de Donetsk e de Lugansk.

Tampouco a Ucrânia prosseguiu em fornecer maior autonomia a Donbass, com violações aos direitos humanos sendo cometidas de forma constante pelo Exército ucraniano na região. Toda essa situação apenas serviu para mostrar que o Ocidente nunca considerou genuinamente que a Ucrânia cumprisse os Acordos de Minsk e resolvesse o conflito no Leste Europeu pela via da diplomacia.

Voltando ao presente, após o início da operação militar russa no ano passado, boa parte do establishment alemão pró-estadunidense nomeou Gerhard Schroder como um dos cúmplices de Moscou, devido ao fato de Schroder ter ocupado a presidência do conselho de administração da Rosneft (principal empresa russa do setor de petróleo).

Para além disso, Schroder também contribuiu ativamente para a construção do gasoduto Nord Stream, elemento essencial para a consolidação da parceria russo-alemã durante os anos 2000 e para a formação de uma “Grande Europa” (de Lisboa a Vladivostok), como sugerida por Putin no começo do século.

Todo esse contexto foi usado como mote para acusações ad hominem contra Schroder, uma vez que tanto a mídia quanto as elites alemãs não foram capazes de refutar suas colocações a respeito das razões por trás do prolongamento do conflito na Ucrânia. Fato é que em março do ano passado, representantes do regime de Kiev contataram Schroder sobre uma possibilidade de que ele viesse a mediar nas negociações russo-ucranianas.

Um desses representantes fora justamente o atual ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, que à época confirmou o desejo de Kiev – e do presidente Zelensky – de encerrar as hostilidades o mais rápido possível em favor de uma solução diplomática. Schroder então voou para Moscou para se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin, obtendo uma aprovação preliminar para o início de negociações com os ucranianos.

Na ocasião, a Ucrânia se mostrou de acordo com o abandono de quaisquer planos futuros de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e com a proibição do estacionamento de tropas da Aliança Atlântica em seu território. Segundo ainda Schroder, Umerov (em nome da administração Zelensky) expressou inclusive a disponibilidade ucraniana de chegar a um “compromisso” com Moscou a respeito do status da Crimeia, aceitando ao mesmo tempo a influência da Rússia na região de Donbass.

Contudo, não demoraria para que todos os esforços de paz que vinham sendo empreendidos durante as primeiras semanas do conflito fossem sabotados por Washington. Isso porque a delegação ucraniana fora obrigada a enviar todas as propostas em discussão para os Estados Unidos, que frontalmente vetaram o andamento do processo de paz, defendendo ao invés disso a continuação do derramamento de sangue.

Como resultado, pouco depois Kiev rejeitou subitamente todos os pontos de negociação com os quais já havia concordado, frustrando as tentativas para se encerrar as hostilidades no Leste Europeu. Vale lembrar que, conforme já havia sido revelado antes em uma entrevista exclusiva concedida pelo ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett, de início havia sim uma esperança real de acordo entre Rússia e Ucrânia, que poria um fim ao conflito armado.

No entanto, à medida que a pressão do Ocidente sobre Kiev aumentou, a possibilidade de Zelensky negociar uma saída diplomática foi descartada, resultando no abrupto encerramento dos canais de diálogo entre russos e ucranianos. A mídia atlanticista elevou então Zelensky à posição de “herói” do Ocidente e fez com que o ex-comediante acreditasse na possibilidade de derrotar a Rússia no campo de batalha, ao custo do sangue de centenas de milhares de soldados ucranianos.

Desde então, Zelensky tem assumido mais esse papel fictício em sua longa carreira de ator, desta vez sob a direção do complexo militar industrial americano, bastante especializado na produção de “filmes de guerra” a redor do mundo.

No mais, quando Schroder disse na entrevista que a Europa daria um “tiro no pé ao proibir o comércio com a Rússia” ele foi novamente acusado de ser um agente “pró-Kremlin”, quando na verdade apenas chamava a atenção para os problemas que realmente se abateram sobre o continente após a imposição de sanções contra Moscou.
Afinal, desde o ano passado a Europa vem sofrendo um cenário de inflação alta e de tumultos populares constantes, em boa medida resultante de suas políticas russofóbicas a mando de Washington. Para resumir, a entrevista de Schroeder evidencia que, ao seguir o caminho da escalada militar, os Estados Unidos cometeram um erro fatal.

Não só a desejada derrota da Rússia se mostrou inviável, como Moscou fortaleceu os laços políticos com o Sul Global e com a China, principal adversária de Washington no plano global. Olhando pelo lado positivo, a publicação da entrevista de Schroeder parece ao menos indicar que, de certo modo, o público europeu esteja finalmente disposto a conhecer a verdade oculta sobre o principal responsável pelo prolongamento do conflito na Ucrânia.

*Com Sputnik

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Sanções antirrussas de Washington provocarão caos na economia dos EUA, opina especialista

As sanções de grande envergadura impostas por Washington contra a Rússia no contexto dos acontecimentos na Ucrânia afetarão a economia dos EUA e causarão nela o “caos absoluto”, disse à Sputnik Richard Black, representante do Instituto Schiller em Nova York.

Respondendo à questão se as sanções afetariam a economia dos EUA, ele disse que “sim, é exatamente isso. Os cidadãos americanos têm lutado nestes últimos anos contra o empobrecimento, o declínio dos padrões de vida, desaparecimento da classe média e, nos últimos meses, a hiperinflação e os preços das matérias-primas e dos combustíveis têm apenas aumentado”.

“A cessação do comércio mundial normal, desencadeada pelas sanções impostas por indicação dos EUA, provocará o caos absoluto na economia dos Estados Unidos”, sublinhou Black.

Segundo ele, tendo em conta a conexão entre os bancos ocidentais e a economia russa, será possível enxergar “um colapso, uma explosão do sistema financeiro ocidental como um todo, o que será bastante monstruoso”.

“A alternativa à qual nós [o Instituto Schiller] apelamos são negociações sobre um novo paradigma econômico de cooperação produtiva entre o Oriente e o Ocidente, entre os EUA e a Europa por um lado e a China, Rússia e as economias asiáticas em crescimento por outro”, observou especialista.

Na semana passada, o presidente dos EUA Joe Biden anunciou que o seu país proíbe importações de petróleo russo e de outras fontes de energia provenientes da Rússia.

Esta decisão agravou ainda mais a atual situação dos preços de petróleo, que têm vindo a aumentar ao longo das últimas semanas e ultrapassaram os US$ 100 (cerca de R$ 513) por barril.

Enquanto Washigton tenta mudar com implementação de sanções econômicas o rumo da política russa, as pessoas nos EUA têm estado a sentir consequências na pele, já que o preço de varejo da gasolina em 8 de março atingiu um máximo histórico superior a US$ 4,17 (R$ 21,4) por galão.

*Com Sputnik

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Vídeo: Moro, depois de destruir o Brasil, vai gozar a vida em Washington

A Globo ajudou a criar a Lava Jato e a santificar Moro, deu no que deu, na destruição de grandes empresas e o consequente desemprego, além da total desmoralização da justiça. Moro, além de condenar e prender Lula sem provas, ganhou de presente o Ministério da Justiça e segurança Pública. Agora, vai para Washington ser diretor da empresa de consultoria Alvarez & Marsal trabalhar na recuperação judicial de empresas como a Odebrecht e a OAS que ele destruiu.

Assista:

*Da redação

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Tensão nos EUA: Membros do grupo extremista Proud Boys são esfaqueados em Washington

Uma mulher e três homens foram esfaqueados a poucos quarteirões da Casa Branca, em Washington, na manhã de hoje após a noite da eleição, informou a polícia local.

De acordo com veículos de imprensa norte-americanos, as autoridades disseram que as vítimas se identificaram como membros do Proud Boys (rapazes orgulhosos, em tradução livre), classificado como “grupo extremista” pelo FBI em 2018 que apoia o presidente dos EUA Donald Trump, candidato à reeleição.

As vítimas foram levadas a um hospital da região, mas não há risco de morte, segundo as autoridades.

Eles alegaram que os suspeitos faziam parte do movimento Black Lives Matter (vidas negras importam, em tradução livre), mas a veracidade da informação não foi confirmada até o momento pela polícia. Ninguém foi preso.

Não está claro se a agressão ou os suspeitos de esfaqueamento têm qualquer conexão com as manifestações durante a noite da eleição.

Nas redes sociais, a polícia informou procurar três suspeitos – dois homens e uma mulher.

 

*Com informações do Uol

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Vídeo: Rússia socorre EUA: Avião russo cheio de equipamentos médicos contra coronavírus parte para EUA

Um avião russo An-124-100 Ruslan com máscaras e equipamento médico partiu para os EUA, anunciou o Ministério da Defesa russo.

Previamente, foi noticiado que Moscou está ajudando Washington no combate ao coronavírus.

Durante uma conversa telefônica entre os presidentes russo e norte-americano, Vladimir Putin e Donald Trump, na segunda-feira (30), a Rússia ofereceu ajuda humanitária aos EUA, que ocupam o 1º lugar no mundo em infecções pelo coronavírus (SARS-CoV-2).

O número de vítimas fatais do coronavírus nos EUA pode atingir de 100 a 240 mil pessoas em cenário favorável e de 1,5 a 2,2 milhões de mortes em um cenário desfavorável, segundo um material especializado publicado pelo serviço de imprensa da Casa Branca.

Previsão da Casa Branca

De acordo com os cálculos, o cenário favorável envolve “intervenção”, ou seja, as medidas das autoridades para reduzir as consequências negativas da pandemia.

Além disso, os especialistas preveem que o pico da mortalidade por coronavírus nos EUA será no dia 15 de abril, podendo morrer até 2.214 pessoas nesse dia.

Então os números começarão a diminuir, atingindo um nível de cerca de 250 mortes por dia até 1º de junho e menos de 100 mortes até 1º de julho.

Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos foram registrados até agora quase 190 mil casos de coronavírus e mais de 4.000 mortes.

 

 

*Com informações do Sputnik

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Máquina de Guerra

Em 20 anos, conflitos custaram US$ 6 tri aos EUA; quantia poderia eliminar fome ou reverter aquecimento.

Quando a estátua de Saddam Hussein foi derrubada no Iraque, em 2003, as imagens que rodaram o mundo simbolizavam a vitória do exército mais poderoso do mundo. Meses antes, a campanha no Afeganistão também mostrara a avassaladora superioridade das forças americanas.

Mas se essas guerras foram vencidas em sua etapa inicial, o governo americano logo descobriu que conquistar a paz seria uma tarefa mais difícil – e muito mais cara.

Nesta semana, os acontecimentos em Bagdá e a crise aberta entre EUA e Irã podem antecipar o fim da presença americana no Iraque. Mas certamente a conta permanecerá por muito tempo ainda e já supera por ampla margem os gastos na Guerra do Vietnã (1969-1975).

Em quase 20 anos de conflitos no Oriente Médio e no Golfo, o governo americano já destinou quase US$ 6 trilhões para financiar as operações, conta que deve crescer nos próximos anos, mesmo que haja uma retirada imediata de Bagdá, como querem os iraquianos.

Cálculos realizados pelo Watson Institute da Universidade de Brown (EUA) somaram os gastos do governo americano no Iraque, Afeganistão, Paquistão e Síria, além de operações pontuais na região.

O valor é considerado a partir de 2001, ano que os EUA foram atacados em 11 de setembro e num ato que transformou a posição americana no mundo.

Desde então, Washington colocou a guerra contra o terror como prioridade, levando à queda de governos, troca de regimes políticos, criação de milícias e uma mudança no mapa de influências no Oriente Médio e Golfo. Em 2001, o Afeganistão foi alvo de uma operação e, dois anos depois, chegou a vez do Iraque.

Com o dinheiro destinado às campanhas americanas, o mundo teria eliminado a fome ou preparado o planeta para as mudanças climáticas (veja mais abaixo).

Além dos valores com armas e infraestrutura, a conta também inclui as taxas de juros com as dívidas contraídas para pagar pela guerra, assim como medidas de segurança para prevenir atentados na região.

Apenas nas operações militares em solo iraquiano, a conta chegaria a US$ 822 bilhões desde 2003, contra cerca de US$ 975 bilhões no Afeganistão desde 2001. Nos ataques que começaram em Bagdá em 19 de março de 2003, os EUA destinaram US$ 90,3 bilhões. Um mês depois, Saddam havia sido derrotado.

AFP PHOTO/US NAVY/KENNETH R. HENDRIX

Gastos do gigante

Mas esse dinheiro não conta a história completa dos gastos, já que bilhões precisam ser somados na preparação, na logística fora do país, treinamento, pagamentos de pensões, construção de bases, tecnologia e burocracia. Por essa conta, a Universidade de Brown estima que apenas a guerra no Iraque superou a marca de US$ 2 trilhões.

As contas com o combustível das tropas também pesam.

Devido ao enorme uso de combustível de uma organização que opera 24 horas por dia em todo o mundo, o Departamento de Defesa é o maior utilizador individual de petróleo e outros produtos petrolíferos do mundo. Entre 2010 e 2015, o Departamento adquiriu uma média de 102 milhões de barris de combustível por ano.

Estudo da Universidade de Brown Os valores precisam ainda incluir os gastos do governo americano com a pensão de milhares de homens e mulheres destacadas para região. Para aqueles que sofreram algum dano físico ou mental, uma compensação também está prevista, enquanto as famílias das vítimas apenas no Iraque também recebem benefícios.

No total, o instituto acredita que, entre 2020 e o ano de 2059, o governo americano terá de destinar mais de US$ 1 trilhão aos veteranos de guerra.

Esse grupo de pessoas atingirá um pico de mais de 4,3 milhões de veteranos, por volta de 2039.

Apenas no Iraque, além dos 4,4 mil soldados americanos mortos, outros 32,2 mil foram gravemente feridos e terão de ser mantidos até o final de suas vidas.

REUTERS/Chris Helgren

Financiamento

Ao contrário de conflitos do século 20, as dotações de guerra dos EUA para o Iraque e o Afeganistão não foram financiadas com novos impostos ou títulos de guerra. Desta vez, o governo pagou por meio de seu orçamento e empréstimos.

O americano médio, portanto, não sentiu o peso dessas guerras enquanto elas ocorriam. Mas a consequência desse sistema é que ele deixou uma dívida às futuras gerações.

O problema, segundo a Universidade Brown, é que “não existe uma estratégia para pagar responsavelmente por estas guerras”. Na avaliação da entidade, deve ser questionado se de fato a ameaça que os EUA sofriam eram compatíveis com tais números.

O elevado nível de gastos com a guerra e outros preparativos militares pode não ser proporcional às ameaças que os EUA enfrentam. Quando associados à retórica agressiva que tem caracterizado a política externa dos EUA nos últimos anos, estes elevados níveis de gastos e a expansão das operações antiterror dos EUA em todo o mundo podem ser muito alarmantes para estados e povos que, de outra forma, não teriam motivos para aumentar os seus próprios gastos militares e forças armadas.

Estudo da Universidade de Brown

Em suma, os elevados custos da guerra e os gastos relacionados com a guerra representam uma preocupação de segurança nacional, porque são insustentáveis”, alertaram.

Fome e Clima

A realidade é que o valor destinado pelos EUA até agora para financiar suas guerras supera o que institutos, acadêmicos e organismos internacionais sugerem como investimentos para preparar o planeta para lidar com as mudanças climáticas.

No ano passado, um grupo de 34 personalidades – entre eles o fundador da Microsoft Corp. Bill Gates, o ex-Secretário Geral da ONU Ban Ki-moon e a Diretora Executiva do Banco Mundial Kristalina Georgieva – concluiu que o mundo precisaria de US$1,8 trilhão em investimentos até 2030 para lidar com as mudanças climáticas.

O dinheiro, segundo eles, deveria ser investido em sistemas de alerta meteorológico, infraestrutura, agricultura em terras secas, proteção de manguezais e gestão de água. Não apenas o investimento ajudaria o planeta a estar pronto para as mudanças climáticas, mas renderia US$7,1 trilhões em benefícios.

Num outro estudo, a FAO, braço das Nações Unidas para a alimentação mundial, estimou que, para eliminar a fome no mundo até 2030, governos precisariam investir m 265 bilhões de dólares por ano através de gastos em medidas como transferências de renda, investimento público a favor dos pobres em irrigação, recursos genéticos, mecanização e estrutura.

Em dez anos, a conta não chegaria aos gastos das guerras americanas no Golfo.

Nos bastidores da agência de alimentos da ONU, um dos comentários que se fazia era que o orçamento dos EUA para os programas da entidade era ‘migalha’ perto do que se gastava no Pentágono.

Gastos Públicos, Lucros Privados

Mas as guerras dos últimos 20 anos também representaram um ótimo negócio para empresas americanas.

Parte do dinheiro, de fato, foi usado para contratar companhias dos EUA que prestaram serviços durante a ocupação.

Pelo menos US$ 140 bilhões foram gastos em logística e serviços, além de reconstrução. Isso inclui desde gelo, segurança à papel de banheiro. Uma das empresas que recebeu o maior número de contratos foi a KBR, ex-subsidiária da Halliburton. A empresa de logística chegou a ser comandada por Dick Cheney, vice-presidente na gestão de George W. Bush. Sozinha, ela ficou com quase US$ 40 bilhões em contratos.

Apenas para a segurança da embaixada americana em Bagdá, hoje sob ataque, essas empresas receberam mais de US$ 3 bilhões nos cinco primeiros anos.

Dez anos depois das guerras terem tido seu início, um informe ainda mostrou que, por dia, US$ 12 milhões eram desperdiçados ou perdidos em fraude.

Além disso, estudos passaram a revelar que, se o governo americano quer criar empregos, investimentos em defesa não são os mais recomendados.

Avaliações elaboradas pelo projeto Cost of War, da mesma Universidade Brown, apontaram que a cada US$ 1 milhão gasto em defesa, 6,9 empregos diretos são gerados. Mas, se o mesmo valor fosse aplicado em educação primária e secundária, a taxa de empregos gerados seria de 19,2 empregos para cada US $ 1 milhão.

Caso o dinheiro fosse usado em saúde, 14,3 empregos diretos seriam criados com US$ 1 milhão.

Mas a grande recompensa viria do setor do petróleo. Em 2003, quando a operação foi lançada, a Casa Branca insistia que seu objetivo era um mundo mais seguro e a liberdade para milhões de iraquianos. Em 2007, porém, o ex-presidente do Federal Reserve Bank, Alan Greenspan, deixou claro que a história não era exatamente como havia sido contada.

É politicamente inconveniente reconhecer o que todos sabem: a guerra no Iraque é, em grande parte, por conta do petróleo. Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve Bank.

Antes de 2003, a segunda maior reserva do mundo estava nas mãos do estado iraquiano. Quase 20 anos depois, ela está praticamente privatizada e sob o controle de empresas ocidentais. No governo americano, a estimativa é de que a reserva seja de 112 bilhões de barris. Em 2003, 90% desse volume não estava explorado. Os lucros, portanto, prometem ser bilionários por décadas.

17 anos após a invasão, a produção de petróleo do Iraque passou de menos de 1 milhão de barris por dia para 4,8 milhões. Em abril de 2019, o governo iraquiano anunciou que a receita do petróleo havia superado a marca de US$ 7 bilhões para o país.

Para a Agência Internacional de Energia, essa produção pode garantir um total de US$ 5 trilhões até 2035 em receitas.

Win McNamee/Getty Images/AFP

 

 

 

*Jamil Chade/Uol

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OTAN anuncia retirada do Iraque

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) anunciou nesta terça-feira (7) que irá retirar suas tropas do Iraque

“Estamos tomando todas as precauções necessárias para proteger nosso pessoal. Isso inclui o reposicionamento temporário de algumas pessoas em locais diferentes, dentro e fora do Iraque”, disse uma autoridade da OTAN à agência de notícias Reuters.

A missão da OTAN no Iraque é composta por centenas de instrutores, conselheiros e suporte dos 29 membros do bloco militar, além do pessoal de países parceiros, e inclui civis e militares.

A tensão está alta no Oriente Médio após os Estados Unidos assassinarem o general iraniano Qassem Soleimani no Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque.

A ação militar desencadeou reações dos países da região e o Parlamento do Iraque aprovou a saída das tropas estrangeiras do país.

Teerã prometeu uma resposta “proporcional” e disse que o assassinato de uma de suas principais lideranças é “terrorismo de Estado”.

Os Estados Unidos, contudo, afirmaram na segunda-feira (6) que não pretendem deixar o país. O presidente Donald Trump afirmou que os militares sairão apenas após Washington ser pago por uma base aérea construída no Iraque.

 

 

*Com informações do Sputnik

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Vídeo: Iranianos protestam contra os EUA pela morte de Soleimani e pedem vingança

Dezenas de milhares de iranianos se manifestaram nesta sexta-feira em diferentes cidades do país, em protesto contra os Estados Unidos pela morte do comandante da Força Quds, unidade especial dos Guardiões da Revolução Islâmica, general Qasem Soleimani.

No centro de Teerã, em frente à mesquita do complexo de Mosala, os manifestantes gritavam palavras de ordens como “morte aos EUA”. e “morte a Israel”, além de exigirem vingança por parte da Força Quds.

Alguns dos participantes das manifestações atearam fogo às bandeiras dos Estados Unidos e Israel.

Os Guardiões da Revolução, em comunicado divulgado em seu site oficial, prometeu “uma dura vingança contra os criminosos por seu injusto derramamento de sangue”.

Soleimani é a figura mais importante e conhecida dos Guardiões da Revolução, tanto interna quanto internacionalmente, e era muito próximo ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e de seu representante na região.

Khamenei disse em um comunicado que aqueles que mataram Soleimani enfrentarão uma “dura vingança”.

“Sua morte não interromperá sua missão, mas os criminosos que mancharam as mãos com o sangue do general Soleimani e outros mártires no ataque devem esperar uma dura vingança”, afirmou o líder.

O Pentágono informou que o ataque, que também matou o vice-presidente da milícia iraquiana majoritariamente xiita, Forças de Mobilização Popular (PMF, na sigla em inglês), Abu Mahdi al-Muhandis, tinha como objetivo deter os planos futuros do Irã.

Soleimani morreu hoje, aos 63 anos, em Bagdá, no suposto bombardeio seletivo que ocorreu depois do aumento das tensões nos últimos dias entre Washington e Teerã, com o ataque de seguidores da PMF a embaixada americana em Bagdá, no último dia de 2019, quando eles conseguiram invadir e incendiar uma pequena parte do complexo.

https://twitter.com/annavictorix/status/1213056016910295047?s=20

 

 

*Com informações do EFE

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Jamil Chade: Amadora, diplomacia brasileira é duramente golpeada por Trump

Numa mensagem em seu twitter nesta manhã de segunda-feira, Donald Trump escreveu o que praticamente todos sabem: na Casa Branca, “America First” significa exatamente o que o slogan diz. Primeiro, defendemos os nossos interesses e qualquer aliança tem de estar disposta a entender que serve aos nossos objetivos.

Só o governo brasileiro e a nova chancelaria brasileira pareciam não querer acreditar. Ou entender, o que é mais grave.

Numa resposta à desvalorização do real, que torna as exportações agrícolas mais competitivas e podem afetar os produtores dos EUA, o governo americano anunciou a imposição de tarifas sobre a siderurgia brasileira.

Uma retaliação ilegal e que repete com o Brasil o mesmo comportamento que Washington vem mantendo com a China.

Mas a decisão vai muito além dos metais. Ela golpeia o centro da política externa de Bolsonaro, que fez questão de anunciar sua admiração pelo presidente americano e, ao longo dos meses, repetiu como estava sendo tratado como um aliado especial pelo chefe do Salão Oval.

Um primeiro sinal claro do “desencanto” ocorreu quando o governo americano mandou uma carta oficial para OCDE para apontar quais países teriam preferências para aderir à instituição, sem citar o nome do Brasil.

O governo Bolsonaro, nos bastidores, pediu explicações. Mas, oficialmente, os dois “parceiros” reiteraram que aquela carta não era importante e que o que interessava era o compromisso público de Trump com a adesão do país, o que jamais se transformou em realidade.

Um segundo desencanto veio quando o governo brasileiro não conseguiu obter as autorizações para voltar a exportar carne bovina ao mercado americano.

Agora, quase um ano depois de assumir a diplomacia brasileira, a realidade é que a nova decisão de Trump deixa o chanceler Ernesto Araújo numa enorme saia-justa.

Em fóruns internacionais, a aliança entre o Brasil e os EUA já afastou o país do bloco das economias em desenvolvimento.

Na OMC, o Brasil sequer conseguiu eleger um de seus quadros mais qualificados para presidir uma negociação. Motivo: a instrumentalização feita pela Índia da existência da relação carnal entre Bolsonaro e Trump.

Também na OMC, o Brasil indicou que abandonaria certos privilégios que tinha como país em desenvolvimento, além de abrir seu mercado para o trigo americano.

Em política externa, não existem amigos. Apenas interesses. Tampouco há espaço para declarações de amor – muito menos num segundo encontro.

Em 2017, Ernesto Araújo publicou nos Cadernos de Política Exterior do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), uma defesa das políticas de Donald Trump e seu papel em “salvar” o Ocidente.

“Só quem ainda leva a sério a história do Ocidente, só quem continua sendo ator e não mero espectador, são os norte?americanos, ou pelo menos alguns norte?americanos.

Hoje, é muito mais fácil encontrar um ocidentalista convicto no Kansas ou em Idaho do que em Paris ou Berlim”, escreveu.

Um ano depois de comandar o Itamaraty, ou ele entende que Trump apenas tem o interesse de salvar seu mandato, ou está na hora de buscar uma função em algum think-tank financiado pelos ultra-conservadores americanos.

Quanto ao presidente Bolsonaro, um admirador convicto da Ditadura Militar, ele poderia passar mais seu tempo estudando o fato de que nem seus generais de cabeceira se entregaram aos EUA e, ouso dizer, não bateram continência à bandeira americana.

 

 

*Jamil Chade/Uol

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Economia

Sem resultados na economia para apresentar, Paulo Guedes cancela participação na reunião anual do FMI

Depois de confirmar presença na reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), o ministro da Economia, Paulo Guedes, resolveu cancelar a sua participação no encontro, que acontece esta semana em Washington, nos Estados Unidos. A falta de resultados na economia está corroendo rapidamente a sustentação dele no cargo. O fundo prevê um crescimento pífio de 0,9% para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2019.

A previsão era de que o ministro chegasse à capital americana na noite desta quarta-feira (16). As reuniões do Fundo de quinta (17) a sábado (19). Membros do governo afirmam que o representante da equipe econômica será agora o secretário de Comércio Exterior, Marcos Troyjo.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, aliados do ministro afirmam que ele decidiu se dedicar à articulação política para a aprovação das medidas econômicas. As propostas, porém, já caminham no Congresso há meses e causou estranhamento uma decisão com essa justificativa.

A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, destacou que as incertezas políticas que envolveram a negociação da reforma da Previdência refletem de forma negativa nos números do país. “Esperamos que, com mais reformas, as perspectivas melhorem”, disse ela em coletiva de imprensa em Washington.

Além de o governo Jair Bolsonaro não gerar empregos, retomar o consumo, atrair investidores e expandir o PIB, as dificuldades de articulação aumentaram nas últimas semanas, principalmente, após o ocupante do Planalto dizer a um apoiador para esquecer o PSL e dizer que o deputado Luciano Bivar, presidente da legenda, está queimado.

Outro detalhe é que, de acordo com o líder do PSL na Câmara dos Deputados, delegado Waldir (GO), a Polícia Federal, que fez operação contra Bivar em Pernambuco, ainda fará investidas contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O parlamentar está envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro que ocorria na Assembleia Legislativa do Rio quando era deputado estadual. Fabrício Queiroz, que era assessor dele, movimentou R$ 7 milhões em de 2014 a 2017, de acordo com relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Se Guedes tivesse números satisfatórios para apresentar, a ida dele ao encontro no FMI seria mais provável. Fazer duas coisas ao mesmo tempo (no caso de Guedes) – articular e tocar a economia – ainda parece uma missão quase impossível num governo em que a crise política contamina ainda mais as pauta econômicas Pior: a gestão não consegue aglutinar a própria legenda, o PSL e os investimentos públicos estão congelados.

 

 

*Com informações do 247