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A conspiração que destruiu o Estado de Direito no Brasil

A matéria publicada pelo The Intercept traz elementos suficientes para, em tese, fundamentar a convicção de que procuradores da Lava Jato e o então juiz Sérgio Moro teriam praticado o crime previsto no artigo 288 do Código Penal, antes denominado de quadrilha ou bando, agora “associação criminosa”: associação de três ou mais pessoas para o fim específico de cometer crimes. Para a caracterização desse delito não importa se os crimes se consumaram ou se a condenação era tecnicamente possível. Basta a chamada volunta celeris.

Assim, em princípio, aparecem prevaricação, a prática de ato de ofício contra expressa disposição legal, fraude processual, inovar artificiosamente na pendência de processo o estado de lugar, coisa ou pessoa, e abuso de autoridade.

A plena caracterização desses delitos é questão técnica e certamente será alegada pelos supostos responsáveis a doutrina do fruto da árvore contaminada, a possível origem ilícita da prova.

Mas a técnica do Direito Penal não se confunde com ética e política e estes são os aspectos devastadores que emergiram. Não nos interessa o furor punitivo penal que turva neste momento a racionalidade de parte da sociedade.

Importa-nos notar as evidências a respeito de uma associação entre agentes do estado para, no lugar de defender a ordem jurídica, o regime democrático e os direitos individuais dos investigados e acusados, colocar as instituições – Ministério Público e Justiça – a serviço de interesses políticos.

Articularam-se para manipular dados da investigação contra o ex-presidente Lula e outros acusados. Uniram-se para, mediante artifícios, burlar a evidente ausência probatória e influenciar a sociedade a favor de seus anseios particulares. Violaram, assim, de modo incontroverso, princípios relativos à imparcialidade do juiz, ao juiz natural, ao devido processo, à ampla defesa e ao contraditório.

Moviam-se os conspiradores para impedir a vitória de Haddad. Receavam que uma entrevista de Lula poderia favorecê-lo. Confabulavam sobre o “timing” da divulgação criminosa dos áudios de Lula e Dilma para interferir no processo político. Receavam a vitória do PT e utilizavam do poder que detinham como agentes públicos para que a direita, ou a extrema-direita, ganhassem as eleições.

Importam, pois, os aspectos políticos que mudaram a História do país. Um grupo de agentes públicos, utilizando o poder que os cargos lhes conferiam, traindo de forma vergonhosa, abjeta, as obrigações mais elementares a que estavam sujeitos, agiram para interferir ilicitamente no processo político, criar as condições para o impedimento da presidenta que fora legitimamente eleita pelo voto de 54 milhões de cidadãos, condenar e prender um ex-presidente da República que por acaso era o candidato favorito às eleições, à frente em todas as pesquisas, e ao fim e ao cabo, criaram as condições para o caos político e institucional que vivemos.

Em síntese: vimos agora as provas, diretas e irrefutáveis, de uma conspiração que destruiu o Estado de Direito no Brasil. Que fez do regime político em que estamos estado de exceção. Que manipulou a opinião pública para fraudar as eleições. Que, com essa manipulação, criou as condições para que tivéssemos na presidência da República um homem notoriamente despreparado que está destruindo o que podíamos ter de sociedade democrática e transformando o país em selvagem terra de ninguém, um faroeste sem lei e sem regras.

Importante, dizer, no entanto, que já havia provas suficientes deste imoral e ilegal conluio antes mesmo da revelação do já histórico trabalho jornalístico do The Intercept. As autoridades brasileiras preferiram, como se diz em linguagem da internet, “passar o pano”. O mérito das revelações é que isto, agora, é grande demais para as instituições abafarem, o rei está nu.

Disto tudo resultam questões políticas tremendas. A necessidade de imediata demissão de Sergio Moro, sob cujo comando serão efetuadas as investigações. A ilegitimidade do mandato presidencial e de mandatos do Congresso Nacional, eleitos em solares violações da ordem democrática, do turvamento da vontade popular, da manipulação dos grandes órgãos de imprensa, das máfias das poucas “famiglie” que controlam a comunicação no país e direcionam a opinião pública.

Os tresloucados da Lava Jato foram, na verdade, o braço armado, armado de letais, devastadoras canetas, de uma conspiração em que, de um modo ou de outro, grande parte da elite brasileira esteve envolvida. Nada conseguiriam os rapazes se não houvesse um concerto de vontades, se não houvessem poderosos interesses que deveriam prevalecer a qualquer custo, ao preço da destruição da democracia, ao preço da violação sistemática da Constituição ao ponto de ser transformada em letra morta, ao preço da aniquilação de direitos dos trabalhadores e dos que estão na parte mais baixa da pirâmide social. Eles foram os que fizeram o trabalho sujo, que, usando uma palavra mais elegante, enfiaram a mão na lama.

O que há de sensato e racional nas esferas políticas e institucionais tem que reagir. Não se trata de esquerda ou direita. Trata-se de decência. De retirar o país das garras da delinquência política e da delinquência propriamente dita. O Brasil não pode continuar a ser conduzido pelo fruto de uma escancarada fraude jurídica e política, um governo fruto de uma conspiração, que alcançou o poder graças a uma infame associação criminosa.

Diante desses fatos, a permanência de Lula na prisão, com tudo que se sabe agora, é insustentável. O governo é ilegítimo e a operação lava jato está em ruínas.

Que se coloquem definitivamente na ordem do dia estas duas questões: liberdade para Lula, eleições gerais.

 

*Por Marcio Sotelo Felippe, Patrick Mariano e Gianne Ambrósio Ãlvares – Revista Cult

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Vazamento – Dallagnol: “Vou te pedir para ser laranja em outra coisa”

Deltan e Lava Jato usaram Vem Pra Rua e instituto Mude como lobistas para pressionar STF e governo.

Deltan Dallagnol usou dois grupos políticos surgidos após a operação Lava Jato como porta-vozes de causas políticas pessoais dele e da operação, revelam mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram e que fazem parte do arquivo da Vaza Jato. Nelas, Dallagnol pauta atos públicos, publicações em redes sociais e manifestações dos movimentos de forma oculta, tomando cuidados para não ser vinculado publicamente a eles.

Os chats mostram que Dallagnol começou a se movimentar para influenciar a escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal apenas um dia após a morte do ministro Teori Zavascki, antigo responsável pelos processos da operação no STF.

‘NÃO ME CITEM COMO ORIGEM, PARA EVITAR MELINDRAR STF’

Um dos primeiros episódios revelados pelas mensagens ocorreu em janeiro de 2017, quando Teori Zavascki morreu num acidente aéreo. O ministro do STF deixou aberta não apenas uma cadeira no Supremo: também ficou vago o posto de relator dos processos da Lava Jato na corte – o responsável pelos casos que envolviam políticos com foro privilegiado. A lacuna criada pela morte repentina de Zavascki só poderia ser preenchida por um integrante da 2ª turma, e nenhum dos remanescentes — Toffoli, Mendes, Lewandowski e Celso de Mello — tinha a simpatia da força-tarefa. Dallagnol deixou isso explícito ao relatar ao líder do Mude, Fabio Alex Oliveira, uma conversa que tivera com um integrante de outro movimento político.

“De início, agradeci o apio do movimento etc. 1. Falei que não posso posicionar a FT publicamente, mesmo em off, quanto a Ministros que seriam bons, pq podemos queimar em vez de ajudar”, contou Dallagnol. “Falei os 4 que seriam ruins, “que Toff, Lewa, Gilm e Marco Aur”, escreveu para Oliveira no dia seguinte à morte de Zavascki.

Dias depois, em 24 de janeiro, o Mude pediu ao procurador uma “orientação sobre quem seria ideal pra assumir a posição do Teori”. A co-fundadora Patricia Fehrmann explicou que “tem muita gente perguntando o q fazer. O VPR é um desses”, referindo-se ao Vem Pra Rua. O procurador declinou. “Não podemos nos posicionar. Queimamos a pessoa rsrsrs”.

‘se houver um movimento social, sem vinculação conosco, contra o sorteio, aí pode ter algum resultado…’

Mas, em 31 de janeiro, Dallagnol manifestou sua preocupação com os colegas da força-tarefa do Paraná no grupo Filhos do Januário 1. Ele sugeriu que dissessem a jornalistas, em off, que temiam “que Toff, Gilm ou Lew assumam” e que delegassem aos movimentos sociais a tarefa de pressionar o STF a não definir a questão por sorteio, o que seria uma “roleta russa”.

Outros procuradores concordaram que não valeria a pena a força-tarefa se manifestar, mas não se opuseram a orientar grupos de pressão alinhados. “se houver um movimento social, sem vinculação conosco, contra o sorteio, aí pode ter algum resultado…”, avaliou o procurador Paulo Roberto Galvão.

No dia seguinte, em 1º de fevereiro, o ministro Edson Fachin, de surpresa, pediu para migrar para a 2ª turma. Mas a Lava Jato preferia que Luís Roberto Barroso tivesse feito isso. Numa conversa privada com uma ex-integrante da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, Dallagnol indica que chegou a fazer o pedido a ele:

1 de fevereiro de 2017 – Chat privado

Anna Carolina Resende – 12:11:18 – Deltan, fale com Barroso
Resende – 12:11:37 – insista para ele ir pra 2 Turma
Deltan Dallagnol – 12:18:07 – Há infos novas? E Fachin?
Dallagnol – 12:18:11 – Ele seria ótimo
Resende – 13:54:21 – Vai ser definido hj
Resende – 13:54:33 – Fachin não eh ruim mas não eh bom como Barroso
Resende – 13:54:44 – Mas nunca se sabe quem será sorteado
Resende – 13:56:40 – Barroso tinha q entrar nessa briga. Ele não tem rabo preso. Eh uma oportunidade dele mostrar o trabalho dele. Os outros ministros devem ter ciúmes dele, pq sabem que ele brilharia na LJ. Ele tem que ser forte e corajoso. Ele pode pedir p ir p 2 turma e ninguém pode impedi-lo. Vão achar ruim mas paciência, ele teria feito a parte dele
Dallagnol – 14:11:37 – Ele ficou alijado de todo processo. Ninguém consultou ele em nenhum momento. Há poréns na visão dele em ir, mas insisti com um pedido final. É possível, mas improvável.
Dallagnol – 14:30:16 – Mas sua mensagem foi ótima, Caroll
Dallagnol – 14:30:24 – Por favor não comente isso com ninguém
Dallagnol – 14:30:25 – Please
Dallagnol – 14:30:29 – Ele pediu reserva
Resende – 14:30:31 – clarooo, nem se preocupe
Resende – 14:30:45 – só lhe pedi para falar novamente com ele porque isso está sendo decidido hoje
Dallagnol – 14:30:52 – Foi o tom do meu último peido
Resende – 14:31:18 – vamos rezar para Deus fazer o melhor
Resende – 14:32:22 – mas nosso mentalização aqui é toda em Barroso

Naquele dia, Dallagnol voltou a conversar com Patrícia Fehrmann, líder do Mude, para dizer que “seria bom se os movimentos replicassem o post do Luis Flavio Gomes”. Encaminhou, em seguida, um texto do jurista, que hoje também é deputado federal pelo PSB de São Paulo.

A publicação atacava Mendes, Lewandowski e Toffoli e afirmava que “comprovar-se-á que o diabo também pode vestir toga” se a relatoria da Lava Jato caísse com um dos três. Dallagnol instruiu Fehrmann a procurar o Vem Pra Rua para reproduzir a mensagem, mas pediu anonimato na sugestão: “só não me citem como origem, para evitar melindrar STF”.

O Mude seguiu a recomendação e logo compartilhou o texto do jurista. No fim das contas, Fachin foi transferido para a 2ª Turma e acabou sorteado relator da Lava Jato. Dallagnol comemorou o resultado em 2 de fevereiro numa conversa com Fabio Oliveira, do Mude: “Fachin foi coisa de Deus”.

‘UM JEITO ELEGANTE DE PRESSIONAR RS’

Três dias após a confirmação da sentença de Lula, Dallagnol expôs sua preocupação à procuradora Thaméa Danelon:

27 de Janeiro de 2018 – Chat privado

Deltan Dallagnol – 20:41:03 – Tamis, qto à execução provisória, temos que deixar mais caro pro Alexandre de Moraes mudar de posição
Thaméa Danelon – 20:41:26 – Claro
Danelon – 20:41:31 – O q vc sugere?
Danelon – 20:41:49 – Eu vi q vc replicou um tt de uma cidadã.
Danelon – 20:41:54 – Vou replicar
Dallagnol – 20:43:56 – Temos que reunir infos de que no passado apoiava a execução após julgamento de SEGUNDO grau e passar pros movimentos baterem nisso muito
Dallagnol – 20:44:09 – Deixar cara a mudança
Danelon – 20:44:16 – Ok. Eu posso passar para os movimento.
Danelon – 20:44:31 – Para o Vem pra Rua e Nas Ruas
Dallagnol – 20:44:33 – Mostrar que a mudança beneficia Aécio e PSDbistas do partido a que vinculado
Danelon – 20:44:43 – Ótimo
Danelon – 20:44:58 – Eu lembro q ele se manifestou favorável a segunda inst
Dallagnol – 20:45:00 – Que vão perder foro neste ano provavelmente
Danelon – 20:45:06 – Mas não lembro como ele declarou isso

Em seguida, Dallagnol encaminhou a um assessor de Comunicação do MPF a troca de mensagens com Thaméa Danelon para pedir que o profissional ajudasse a buscar material que pudesse constranger o ministro. O servidor fez algumas ponderações:

27 de Janeiro de 2018 – Chat privado

Assessor 1 – 21:57:13 – sobre a estratégia sobre a 2a instância: acho que temos de ser muito cuidadosos. qualquer manifestação da FT sobre o assunto agora vai ser usada pelo PT e aliados (de verdade ou de ocasião, como boa parte do MDB) para repetir a ladainha de que a LJ persegue Lula. isso sem contar a provável reação negativa (mesmo que não tornada pública) da PGR. alimentar – discretamente – os movimentos sociais e até a imprensa (como esta informação para o Antagonista) me parece mais “seguro” do que se manifestar pessoalmente em entrevista, artigo ou mesmo post.
Assessor 1 – 22:12:47 – neste vídeo, ele fica bem em cima do muro (a partir de 12 min, mais ou menos): https://www.youtube.com/watch?v=oxoOgBVUzQ4
Deltan Dallagnol – 22:32:39 – CF já começou a detonar rs
Dallagnol – 22:32:43 – concordo com Vc
Dallagnol – 22:32:51 – hummmm
Dallagnol – 22:32:56 – se tivermos um vídeo bem claro, será top
Assessor 1 – 22:33:00 – ai, ai, ai… rs
Dallagnol – 22:33:01 – um vídeo viralizaria
Assessor 1 – 22:33:40 – é exatamente isso que estou procurando agora, um vídeo.
Dallagnol – 22:35:15 – Sinal de positivo

 

*Matéria completa no The Intercept Brasil

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Lula impõe nova derrota internacional a Moro e Dallagnol

Manifesto de juristas estrangeiros pela libertação de Lula inclui professora Susan Rose-Ackerman, citada por Dallagnol em estudo contra corrupção.

Entre os Juristas estrangeiros que se dizem chocados com o judiciário Brasileiro e defendem libertação de Lula onde Moro é o alvo central das críticas, estão o professor italiano Luigi Ferrajoli, referência do garantismo jurídico no mundo, o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, que condenou o ex-ditador chileno Augusto Pinochet por crimes contra a humanidade, Alberto Costa, ex-ministro da Justiça de Portugal, e Herta Daubler-Gmelin, ex-ministra da Justiça da Alemanha.

Eles seguem batendo pesado: “Por causa dessas práticas ilegais e imorais, a Justiça brasileira vive atualmente uma grave crise de credibilidade dentro da comunidade jurídica internacional”.

Segundo os juristas, Moro “não só conduziu o processo de forma parcial, como comandou a acusação desde o início”. “Manipulou os mecanismos da delação premiada, orientou o trabalho do Ministério Público, exigiu a substituição de uma procuradora com a qual não estava satisfeito e dirigiu a estratégia de comunicação da acusação.”

Eles finalizam dizendo ser “indispensável” que os juízes do STF “exerçam na plenitude as suas funções e sejam os garantidores do respeito à Constituição”. E pedem que as autoridades “tomem todas as providências necessárias para identificar os responsáveis por estes gravíssimos desvios de procedimento”.

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Lula está preso, mas é Moro que apodrece no pé

Moro virou fruta envenenada no judiciário. Pior, suas manobras desesperadas aceleram sua putrefação. Pra piorar ainda mais sua decomposição política, Bolsonaro resolveu tratá-lo como trapo, um farrapo amarrotado que tem servido de capacho do patrão.

Isso seria fatal. Com a moral em frangalhos depois das revelações do Intercept, Moro tentou a bandalheira jurídica em parceria com a juíza Carolina Lebbos para Lula ser transferido para prisão em São Paulo e, consequentemente, produziu um levante multipartidário contra essa distopia.

O resultado da operação foi mais desgaste para a puída imagem do ex-herói e o fortalecimento político de Lula.

A tentativa de Moro de ligar o PCC ao PT para fazer cortina de fumaça de suas lambanças criminosas, produziu piadas e memes. Líder do PCC que fala em “diálogo “?! Deve ser o mesmo autor de: Oi, sou o Hacker.

Só faltou o “hacker do PCC” dizer que Moro é um exemplo de combate à corrupção e que faz cocô cheiroso dia sim, dia não.

Na verdade, enquanto Lula está cada dia mais próximo do portão de saída de sua prisão política, Moro mergulha num inferno político sem caminho de volta.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo emocionante: Os fascistas estão de volta; vamos derrubá-los novamente

Uma fala emocionante do Desembargador do TJ de Santa Catarina, e professor da UFSC Lélio Rosa de Andrade.

Será que teremos que trocar as flores por armas e fazer outra guerra para derrubá-los?

A democracia não permite descanso.

Como professor da UFSC, sou uma pessoa que tem orgulho e alegria, como desembargador, tenho vergonha.

Porcos e homens se confundem, fascistas e democratas usam a mesma toga.

Vale a pena assistir ao vídeo. Emocionante!

Discurso na íntegra

Trecho do discurso

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A mídia tenta ajeitar uma libertação honrosa de Lula, não para ele, mas para ela

O que falta para a mídia escrever em garrafais que Lula é inocente? Nada, apenas assumir que ela é uma das principais culpadas dessa prisão política de Lula e, consequentemente, da eleição de Bolsonaro.

Mas aí já é querer demais né!

Mas, como lidar com essa gangorra em que, de um lado, tem os criminosos da Lava Jato, comandados por Moro e Dallagnol e, do outro, o inocente Lula? Se a prisão de Lula, sem provas, como mostra o Intercept, é o fato mais grave entre tantos crimes cometidos pela milícia judiciária de Curitiba, como mantê-lo preso?

No caso da Globo, a coisa é ainda pior, porque tentou criminalizar parte da imprensa que ajudou a publicar os vazamentos que o Intercept compartilhou para tentar salvar o insalvável Moro.

O fato é que não há uma terceira via.

Não há como negar que Moro e Dallagnol são bandidos pela fartura de provas da Vaza Jato, sem assumir que a mídia reconhece que Lula é inocente.

E é aí que o Saci vai rodopiar, porque Lula não vai deixar barato essa injustiça. Ele jamais aceitaria gorjetas, o que prova que sua honra vale mais que toda a imprensa que ajudou Moro na farsa da Lava Jato a lhe colocar numa solitária para Bolsonaro vencer a eleição e entregar a cabeça do povo para os banqueiros em troca de mais lucros para a agiotagem nativa, como revelou o Intercept.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Gilberto Natalini, torturado por Brilhante Ustra, narra detalhes sórdidos sobre as ações do monstro

O vereador por São Paulo, Gilberto Natalini, afirma que Ustra “torturava jovens e velhos, mulheres e homens, crianças. Até matar. Ele e os paus-mandados dele. A equipe era toda de monstros. E ele ria, debochava, tirava sarro, numa boa”.

Gilberto Natalini, de 67 anos, vereador em São Paulo pelo PV, foi torturado por Carlos Alberto Brilhante Ustra, na década de 70. Na quinta-feira (8), dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) recebeu no Palácio do Planalto Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, viúva do torturador, Natalini foi ao Twitter e escreveu “Bolsonaro insiste em defender e alardear a tortura. A tortura é o ato mais abjeto de um ser humano sobre o outro”.

Ganhou mil novos seguidores em menos de seis horas. “Uma pessoa falou que deviam ter me matado, que eu apanhei pouco”, afirma à Folha o vereador, que teve a chance de confrontar pessoalmente Ustra em 2013, em sessão da Comissão Nacional da Verdade. Chamado de terrorista na ocasião, Natalini gritou de volta: “Terrorista é você!”.

Neste domingo (11), a Folha publicou um longo e impressionante depoimento de Natalini sobre as torturas que sofreu de Ustra.

Veja abaixo trechos do depoimento de Natalini:

Eu fui torturado pela mão dele e da equipe dele, várias vezes. Colocavam duas latas de Neston [de alumínio], me faziam subir nelas, molhavam meu corpo com água e sal, ligavam fios em toda parte e disparavam os choques.

Era a noite toda: choque elétrico e paulada nas costas, com uma vara de cipó, que o Ustra usava para me chicotear.

Estou descrevendo uma das formas que eles adotavam, mas não me peça para narrar todas, porque é muito doído para mim. A tortura pesada durou mais ou menos um mês.

Choque nos ouvidos era todo dia. Sou deficiente nos meus ouvidos, de choque elétrico que o Ustra me deu. Fiquei com sequelas permanentes. Perdi 60% da capacidade de ouvir na orelha direita e 40% na esquerda.

Você não faz ideia do que é o choque no ouvido. Quando eles ligam a corrente elétrica, você grita. E, quando você grita, surge uma faísca que pula de um lado da boca para o outro. Isso queima toda a sua mucosa bucal. Descasca. Fica em carne viva.

É impossível você não gritar, porque não consegue suportar. Todo mundo grita na dor.

O Ustra era o nosso terror, porque coordenava tudo. Quem vai esquecer uma cara daquela? Aquilo é a própria cara da bestialidade, da monstruosidade.

Ele torturava jovens e velhos, mulheres e homens, crianças. Até matar. Ele e os paus-mandados dele. A equipe era toda de monstros. E ele ria, debochava, tirava sarro, numa boa.

Eu combatia a ditadura, mas não fazia parte de nenhum grupo ou movimento; era independente. Nunca participei de luta armada.

E você vê o presidente do Brasil, que foi eleito, defender torturador. Pelo amor de Deus! Incentiva a tortura, embora ela nunca tenha deixado de existir no Brasil, nas delegacias, no crime. O PCC, por exemplo, põe a pessoa dentro de pneus, bota gasolina e taca fogo. A tortura não morreu como método.

Quem defende tortura ou é louco degenerado ou não pertence mais à espécie humana. O Ustra é um ser que saiu da raça humana, é um monstro. O que eu posso falar de um monstro? Vamos dizer assim: se tiver capeta, é o primo do capeta.

Eu não tenho raiva do Bolsonaro, eu tenho pena do Bolsonaro. Eu tenho muita pena desse ser menor que chegou à Presidência do Brasil.

 

*Com informações da Forum

 

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“Pergunte ao Paulo Guedes”, responde Bolsonaro sobre a piora dos indicadores

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), foi questionado neste domingo (11) sobre uma reportagem publicada pelo jornal ‘Folha de S.Paulo’, que apontava uma piora em 44 indicadores no primeiro semestre deste ano. A resposta de Bolsonaro foi: “pergunta para o Paulo Guedes”.

O questionamento foi feito por jornalistas que o acompanhavam em Brasília. Bolsonaro foi ao Lago Paranoá para andar de jet ski e depois foi de moto a uma feira de artesanato.

“Pergunta para o Paulo Guedes” foi uma frase recorrente usada na campanha das eleições de 2018. Sempre que questionado sobre assuntos econômicos, Bolsonaro respondia “não sei, pergunta para o Paulo Guedes”, na época uma espécie de guru de economia. Guedes depois foi nomeado ministro da Economia.

Segundo a reportagem da ‘Folha’, uma análise de 87 estatísticas oficiais e de estudiosos indica que o Brasil teve melhoras em 28 delas e registrou pioras em 44 (mais de metade). Os indicadores com pioras mais significativas foram nas áreas de Educação, Saúde e Meio Ambiente.

No mesmo dia, Bolsonaro foi questionado sobre se iria ver algum de seus filhos no Dia dos Pais. A resposta foi: “não, vou encontrar com a minha avó”, disse ele. Detalhe: as duas avós de Bolsonaro, de 63 anos, são falecidas.

 

 

*Com informações do Bem Paraná

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A deselegância discreta de Miriam Leitão contra Lula e a favor de Moro

Mirian Leitão não cita a falta de provas de Moro contra Lula e a tempestade de provas do Intercept contra Moro.

Mirian Leitão fez um artigo aparentemente crítico a Moro.

Digo aparentemente porque ela cimentou a cova de Bolsonaro, mas vendeu Moro como a flor que não deveria ter aceitado ser ornamento do funeral político do fascista.

Com isso, Mirian tenta dar um injeção de vida no moribundo Moro.

Cheia de louvores ao ex-juiz corrupto da Lava Jato, Mirian diz que Moro, que condenou Lula (candidato que estava em primeiro lugar nas pesquisas) não poderia aceitar o convite, pois maculou sua imagem e gloriosa carreira, sem citar que condenou Lula sem provas justamente para ser parte da quadrilha que ela mesma classifica como “um governo corrupto”.

A indignação seletiva de Mirian Leitão troca as bolas elevando o criador da criatura ao pedestal.

As escandalosas denúncias do Intercept revelando a corrupção de Sergio Moro, passaram batidas nas “críticas” de Mirian a Moro, parecendo que o “notável Ministro da Justiça” não é tão corrupto quanto os outros membros do governo vigarista de Bolsonaro.

Na verdade, Miriam, mais que presenteou Moro com busto de bronze, ela bordou com palavrinhas ajeitadas, sua própria visão de ética, já que foi uma entusiasta apoiadora de Moro, inclusive na condenação sem provas de Lula e, agora, tenta usar truques linguísticos para detonar Bolsonaro, mas canonizar Moro e pegar uma caroninha, porque, afinal, ninguém é de ferro, não é, Miriam?

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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A severa beleza da atitude de Lula de não aceitar nada que não seja o reconhecimento de sua inocência

Fujamos à tentação de transcrever a trama armada pela direita de aceitar aquilo que, de forma absolutamente correta, Lula não aceita, nem um passo para trás até que o judiciário brasileiro assuma seu erro sem poupar ninguém, sobretudo Moro e todas as instâncias por onde o processo de Lula passou e que o condenou sem um cisco de provas.

Lógico que é doloroso para Lula ficar numa solitária, sabendo como ninguém de sua inocência. Mas seria muito mais doloroso se aceitasse mais essa injustiça de sair da prisão no regime semiaberto sem o reconhecimento de sua inocência.

Na verdade, hoje o tempo conta mais contra Moro do que contra Lula, haja vista o papel magnífico do Intercept que desmascarou por completo a farsa montada pelo corrupto juiz Sergio Moro, a Lava Jato.

Esse imoral, que hoje é Ministro da Justiça e Segurança Pública de um governo cravejado de corruptos, a começar pelo presidente, está sendo reconhecido universalmente, como bem disse Glauber Braga, um juiz corrupto e ladrão. Por que Lula deveria ceder para essas combinações jurídicas? Por que o aparelho judiciário do Estado que o jogou numa prisão política não quer assumir o seu erro? Não aceita se subordinar à verdade?

E Lula, para conseguir sua alforria, precisa se submeter a certo molde corrupto do judiciário, subordinando-se à lei geral da balbúrdia jurídica?

Não é Lula que está internacionalmente desmoralizado, mas sim o nosso sistema judiciário, que vê os reflexos disso se avolumando com manifestações de grandes juristas internacionais que identificam no processo um conluio para tirar Lula da disputa eleitoral e produzir um Bolsonaro.

Lula não tem que se refugiar em sua casa, ao contrário, tem que arrastar consigo até o fim da vida a dignidade que o levou a ser um dos líderes mais respeitados no mundo, quando as trevas estão comprovadamente no comportamento de Moro, Dallagnol e seus mandados.

Lula, de forma nenhuma deve aceitar a molecagem jurídica, pois não pode sofrer mais injustiça do que já sofreu.

A mídia, sobretudo a Globo, tem horror de imaginar Lula solto, inocentado, porque sabe que foi parceira da farsa. Por isso quer fugir da própria tragédia jogando em Lula a culpa para inviabilizar qualquer crítica e a carapuça de quem foi cúmplice de um juiz criminoso que prendeu um inocente para mergulhar o país num inferno.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas