Resumindo o resultado da votação de ontem com dados bem objetivos.
Em nome da individualidade que, na verdade, é um resumo da política neoliberal, tucanos, demos e outros farsantes optaram pelo “bom senso” e, junto com parte considerável do PSB e do PDT, sem falar do PSDB, fecharam questão e cerraram fileira com o genocida.
Isso enterra de vez a nova marca da hipocrisia elitista e reforça o que disse o jornalista Joaquim Palhares no twitter da Carta Maior:
Patética é a “elite” –inclua-se a mídia “liberal”– que alçou ao poder uma escória, agora criticada em seus “excessos”,mas tolerada c/ seus tanques, guedes, liras, pachecos e demais aberrações pq funciona como o cachorro louco do mercado na guarda do Plano de Demolição Nacional.
Essa gente que está subordinada a uma economia neoliberal se colocará sempre acima da sociedade. Não é sem motivos que o portal G1 dos Marinho mostra que a inflação e o desemprego, provocados por reformas neoliberais de Guedes, levaram o índice de miséria do país a um patamar recorde.
Com isso, o remédio encontrado, como sempre, é aumentar a taxa de juros, a taxa Selic em 1%, o que certamente produzirá mais desemprego e mais miséria. Pior, a inflação tende a seguir acelerando, porque ninguém quer abrir mão do super lucro.
A capacidade destrutiva dos neoliberais no Brasil é pasmosa. A ideia de destruição é sempre a primeira lição da cartilha em nome da “reconstrução da nação”.
Por isso Dilma foi derrubada e Lula preso e tirado da eleição de 2018, pois os dois eram obstáculos para, através das normas privadas, arrastar o país para o precipício em nome de uma balela chamada competitividade do mercado, que tem como objetivo primeiro acabar com qualquer norma pública para satisfazer, num processo econômico nefasto, os barões do dinheiro grosso que patrocinaram esses dois golpes e rebocaram Bolsonaro ao poder, reduzindo o país a uma república de bananas, não só por um militarismo tosco escancarado ontem na Praça dos Três Poderes, como o discurso dos neoliberais que, por natureza, são verdadeiros gafanhotos.
Daí o recorde de miséria no Brasil.
Por isso essa gente toda do PSDB, Dem e congêneres dançará de rosto colado com o genocida na mesma via em 2022.
Em resumo, o que ocorreu ontem foi a irônica puxada de tapete que Ciro Nogueira e Arthur Lira deram em Bolsonaro. Pior, o esperto que achou que tinha o centrão nas mãos, tomou um calça arriada e nem pode reclamar, senão toma um impeachment na fuça.
Na verdade, Bolsonaro, com essa bravata, revelou que caminha numa pinguela sobre um rio de piranhas. Mas foi o que restou pra ele, o que revela que a tal máquina de fake news de Bolsonaro sempre foi uma grande mentira.
O que o levou à vitória em 2018 foi uma combinação de eventos acionados na onda do antipetismo a todo custo imposto pela mídia e pelos interesses neoliberais que cercavam a candidatura de Bolsonaro para se chegar ao resultado que se chegou.
Bolsonaro, para não cair, cercou-se de gente do centrão e, ontem, mostrou que está cercado pelos caciques desse bloco que é historicamente extremamente maleável e se adapta facilmente a qualquer mudança de vento.
Ou seja, o centrão deixou claro nessa votação que impôs derrota a Bolsonaro, que os ventos mudaram e deixaram Bolsonaro mais refém de uma teia de interesses que vão muito além do que aparenta.
Um moribundo político carregando a culpa por quase 600 mil mortes por covid, uma economia em frangalhos, desemprego batendo recordes e a devolução do Brasil ao mapa da fome com 20 milhões de miseráveis, já é um moribundo caríssimo. Soma-se a isso o vulcão de denúncias de corrupção que estão sendo reveladas pela CPI do genocídio, o resultado não poderia ser outro.
Se chegar até 2022, o governo Bolsonaro caminhará como um morto-vivo. Foi isso que ficou explícito ontem com sua derrota na PEC do voto impresso.
Para piorar um pouco mais, o apelo de usar os militares foi um tiro de espalha chumbo no próprio pé.
Comboio com veículos blindados e armamentos passa pela Esplanada dos Ministérios
Ataques ao voto eletrônico, ‘conforme cai nas pesquisas, atraem comparações’ com Trump e a eleição nos EUA.
O New York Times, que vinha evitando há semanas o noticiário político do Brasil, fez um apanhado da campanha presidencial pelo voto impresso, com a chamada “Bolsonaro desacredita voto eletrônico, despertando temores de uma tomada de poder” (abaixo).
Destaca que os “ataques ao sistema de votação, conforme cai a sua posição nas pesquisas, estão atraindo comparações com a bagunçada eleição de 2020 nos Estados Unidos”. Abrindo a reportagem:
“Enfrentando a perspectiva de uma derrota esmagadora nas urnas no próximo ano, o presidente Jair Bolsonaro, do Brasil, está despertando seus partidários para uma batalha existencial —contra as urnas eletrônicas. A menos que os eleitores registrem sua escolha em cédulas de papel, o que o sistema atual não permite, Bolsonaro advertiu que a eleição de 2022 pode ser suspensa.”
O jornal aborda com fotos o desfile militar desta terça (10), mas sem maior atenção no texto.
E registra no final que, na visita da semana passada, o conselheiro de Segurança Nacional de Joe Biden, Jake Sullivan, “demonstrou o apoio do governo [americano] ao sistema atual” brasileiro.
“E aí, bandida? Com medinho dos tanques? Sua hora vai chegar”, diz uma das mensagens enviadas por bolsonarista a parlamentar.
A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados enviou à Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (10), um ofício em que denuncia ameaças de bolsonaristas a parlamentares e pede ao órgão apuração e providências.
Segundo a denúncia, deputados de diferentes partidos que são contrários à PEC do voto impresso vêm sendo alvo de intimidações, inclusive com ameaças de morte.
Muitas das mensagens, inclusive, fazem referência ao desfile militar com tanques de guerra e que contou com a participação de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, na manhã desta terça-feira.
“E aí, bandida? Com medinho dos tanques? Sua hora vai chegar”, diz uma das mensagens ameaçadores enviada por um bolsonarista a uma deputada do PSOL.
“As tentativas de intimidação não são fatos isolados. Inflados pelo discurso de ódio e autoritarismo do Presidente Jair Bolsonaro, seus apoiadores se sentem legitimados para instigar todo tipo de violência. Em um contexto de ascensão da extrema-direita, a situação em que se encontra o país é, portanto, de enorme gravidade e demonstra uma escalada de violência que coloca em risco a própria democracia brasileira”, diz um trecho do ofício enviado à PF.
No documento, o PSOL anexou inúmeras imagens que mostram essas ameaças sendo feitas por e-mail e mensagens via redes sociais.
A PEC do voto impresso, que já foi derrotada em comissão especial e é o principal motivo para a intimidação de bolsonaristas, é analisada pelo plenário da Câmara nesta terça-feira. Deputado do PSL muda voto após ameaças
Nesta segunda-feira (9), o deputado Nereu Crispim (PSL-RS) relatou pelas redes sociais que vem sendo ameaçado para votar a favor do voto impresso e que, por isso, decidiu se posicionar contra.
“Depois de receber varias ameaças querendo me impor a votar a favor do voto impresso acabei de tomar uma decisão! Voto contra! Essa proposta está contaminada de autoritarismo, tirania e ódio! Se zelassem pela democracia, até poderia avaliar! Brasil acima de todos!”, escreveu em suas redes sociais.
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM) também fez relato parecido.
“Cada mensagem agressiva e arrogante que recebo para votar pelo tal ‘voto impresso auditável” – seja lá o que isso significa – mais convicção tenho do meu voto contra! Se estou contra essa gente é porque estou ao lado da Democracia. Não gastem energia comigo. Voto contra!”, declarou.
Bolsonaro tem defendido a pauta do voto impresso como forma de tumultuar o processo eleitoral, visto que ele já deu sinalizações de que não aceitará o resultado da eleição de 2022 caso perca o pleito.
Voto impresso deve ser derrotado
De acordo com levantamento feito pelo gabinete da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a PEC do voto impresso deve ser derrotada com ampla maioria dos votos.
Segundo Feghali, serão 329 votos contra, 86 a favor e 57 deputado ainda não decidiram. Os partidos que devem votar em bloco contra a PEC são: PCdoB, PT, PL, PSD, MDB, PSDB, PSB, DEM, PDT, SD, PSOL, AVANTE, CIDADANIA, PV E REDE.
Já os partidos favoráveis são: PSL, PROS, PSC E PTB. O PP, por sua vez, liberou a bancada.
Luís Costa Pinto – Houve um tempo em que três patetas, um general, um brigadeiro e um almirante, ocuparam por breve período o comando político do País. Vivíamos sob a ditadura e dava-se ali um golpe dentro do golpe – facções de milícias militares não confiavam nos milicos da outra facção.
Houve um tempo, também, em que o presidente da República, um sociólogo de trajetória acadêmica à esquerda, exerceu a Presidência com uma aliança do centro à direita e não titubeou em demitir o ministro da Aeronáutica, o brigadeiro Mauro Gandra, por suspeita de corrupção e favorecimento indevido a empresas privadas na implantação do SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia.
Reinando a normalidade depois da demissão do brigadeiro, meses adiante o Brasil evoluiu para a extinção dos ministérios militares, criou o Ministério da Defesa e o entregou a um senador civil.
A vida seguiu sem solavancos, bravatas ou arrepios da soldadesca até o golpe jurídico/parlamentar/classista de 2016. Tendo usurpado a cadeira presidencial e sem a legitimidade do voto popular, Michel Temer entregou a Defesa para um general da ativa, Silva e Luna, e nomeou outro ativo general, Sérgio Etchegoyen, para seu Gabinete de Segurança Institucional. Estava aberta a porta para a balbúrdia fardada.
Vestindo uniformes de gala ou de campanha, pijamas ou terninhos bem cortados cuidados pelos taifeiros que lhes servem como vassalos a senhores feudais, a milicada começou a ganhar ousadia. Passaram a se comportar como o idiota tão bem descrito por Umberto Eco depois do advento das redes sociais: sem pudor, vergonha ou limites, gostaram de ter opinião para tudo.
Sob Jair Bolsonaro, catapultado à presidência da República pelo voto dado em urnas eletrônicas, seguras e auditáveis, por 39% dos eleitores brasileiros aptos a votar em 2018 e que o fizeram com a baba elástica dos estúpidos com os olhos embaçados pela bile verde de se fígados estourados por recalques, vivemos agora o tempo em que generais, almirantes e brigadeiros se dão ao desfrute de serem biscate de um patético capitão.
Capturado por seus delírios e desvarios napoleônicos, típicos de homens frustrados pela descoberta da própria impotência sempre visível para aqueles mais críticos, Bolsonaro humilha, diminui, enxovalha, acadela e acoelha as Forças Armadas. O desfile de blindados velhos, ultrapassados e inúteis no Eixo Monumental de Brasília na manhã deste 10 de agosto envergonha e enfraquece uma instituição que deveria deter o monopólio do uso da força para a manutenção do Estado Democrático de Direito e se viu corrompida por um presidente embusteiro.
O desfile golpista desta manhã de terça na Esplanada dos Ministérios é uma intimidação do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Defesa, Braga Netto, para tentar fugir da polícia e da CPI da Pandemia.
O clichê marxista de que a História se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa, cai como uma luva para descrever a pantomima de exibir veículos blindados e tanques militares nas ruas da capital federal no dia em que a Câmara deve enterrar de vez a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) de recriação do voto impresso.
Em 1964, houve uma tragédia com o golpe militar de 1º de abril. Naquele tempo, havia uma conspiração dos EUA para instalar ditaduras anticomunistas na América Latina. A maior parte da sociedade civil, imprensa incluída, apoiou o golpe. A correlação de forças impediu uma reação da oposição.
Em 2021, há uma farsa em curso: a ideia de que Bolsonaro teria apoio para dar um golpe no Brasil. O genocida não tem força para jogar fora das quatro linhas da Constituição, como ele blefa. Não há apoio internacional, muito menos americano. Tampouco existe suporte da sociedade civil como um todo, inclusive de boa parte dos democratas de pandemia que contribuíram para instalar um golpista no poder.
As Forças Armadas endossaram a aventura de eleger a pessoa mais despreparada e inadequada do ponto de vista político e ético para presidir o Brasil. São sócias do desastre que é o governo Bolsonaro. A CPI da Pandemia descobriu muitos militares interessados em enriquecer ilicitamente negociando vacinas com atravessadores desqualificados.
Figuras como Braga Netto e o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, dão estímulo à pregação golpista de Bolsonaro. O primeiro comandou a resposta desastrosa à pandemia. O segundo toma vacina escondido para não contrariar o chefe. Ainda bem que o Brasil não corre risco de se envolver num conflito militar com generais dessa estirpe.
Esses militares dão corda à teoria conspiratória de Bolsonaro sobre fraude na urna eletrônica, nada mais do que a cópia do roteiro executado por Donald Trump no ano passado nos EUA ao pregar contra o voto pelo correio.
Diante da derrota, que já deveria ter sido reconhecida com a rejeição da PEC do voto impresso na comissão especial da Câmara na semana passada, Bolsonaro resolveu brincar de jogos de guerra. Para recriar uma cena típica de república de bananas, o genocida teve o aval de Braga Netto, Luiz Eduardo Ramos e dos comandantes das Forças Armadas.
A exibição dos tanques serve ao propósito de mandar um recado à classe política e aos órgãos de controle: deixem em paz e impunes Bolsonaro, os filhos introduzidos pelo pai no esquema das rachadinhas milicianas e os militares que queriam roubar no Ministério da Saúde e incrementar seus vencimentos invadindo a administração civil com o seu despreparo. A CPI já descobriu inúmeros crimes comuns e de responsabilidade de Bolsonaro e sua turma.
As instituições e a sociedade civil, inclusive a imprensa, não podem aceitar a intimidação e devem chamar as coisas pelo nome que elas têm. Bolsonaro e Braga Netto cometeram mais um crime de responsabilidade que precisa ser punido, sob pena de a democracia continuar a se enfraquecer no Brasil.
Coragem
O presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM), acertou ao abrir a CPI hoje com um discurso contundente contra a ameaça de Bolsonaro à democracia. Disse que o presidente “degradou as instituições” e “rebaixou as Forças Armadas”. Aziz descreveu a cena brasiliense de hoje como “patética”. “Mostra apenas a ameaça de um fraco que sabe que perdeu”, afirmou.
Na sequência, outros senadores também reagiram contra a farsa bolsonarista e endossaram as palavras do presidente da CPI.
Três patetas
Há uma coincidência que combina com o desfile golpista de Bolsonaro. A CPI da Pandemia toma nesta terça o depoimento do tenente-coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil. Essa entidade é especialista em disseminar fake news na pandemia, inclusive com teorias negacionistas sobre a vacina.
No entanto, o tal coronel Hélcio foi quem abriu as portas para o cabo da PM mineira Luiz Paulo Dominguetti chegar ao então secretário-executivo da pasta da Saúde, o coronel Élcio Franco. Dominguetti é o atravessador que tentava vender as vacinas que a Davati tinha na Lua.
O coronel Helcio com “H”, um negacionista que não rasga dinheiro, une-se a Bolsonaro e Braga Netto na pantomima encenada hoje em Brasília. São três patetas que ilustram o abismo no qual o Brasil foi atirado.
Confissão
No convite aos demais chefes de Poder para que comparecessem ao desfile golpista de hoje, Bolsonaro assina a mensagem como “chefe supremo da Forças Armadas”. O correto seria se intitular comandante supremo. Mas Bolsonaro sabe que é apenas um chefe de milícia.
Covardia
Com a decisão de remeter ao Superior Tribunal de Justiça o pedido de partidos políticos para impedir a parada militar de hoje em Brasília, o ministro Dias Toffoli continuou firme no projeto de ficar ao lado de Bolsonaro na História: a lata de lixo.
É só olhar no twitter a quantidade de memes sobre o desfile circense que Bolsonaro impôs aos militares.
Se essa foi a maneira que encontrou para mostrar que as Forças Armadas estão com ele, a percepção da sociedade foi bem outra, foi a de uma demonstração de submissão humilhante dos militares que não tiveram qualquer grau de consciência da pandemia que segue matando uma média de mil brasileiros por dia e, ao lado de Bolsonaro, expuseram-se sem máscara, justamente no dia que um oficial das Forças Armadas, o tenente-coronel Helio Bruno depõe na CPI do genocídio que acabou se transformando na CPI da corrupção do ministério da Saúde, sob o comando do general da ativa, Eduardo Pazuello.
Não dá para entender como um ex-tenente, expulso das Forças Armadas por arruaça, consegue impor uma humilhação tão constrangedora à força militar para satisfazer a objetivos pessoais, familiares, porque é disso que se trata toda essa questão que envolve até a circulação de tanques blindados na Praça dos Três Poderes.
A blindagem de uma família de corruptos que não tem sequer como listar a quantidade de acusações de crimes praticados por ela a partir de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, rachadinha e do envolvimento direto desse clã com o submundo do crime, com direito a condecorações e defesas públicas do próprio presidente a milicianos.
Essa história do voto impresso é somente mais um embuste de quem precisa ocupar as manchetes de jornais para esconder o desespero de quem, na melhor das hipóteses, sofrerá uma derrota eleitoral histórica em 2022, sendo expurgado da vida pública pela própria sociedade.
É bom deixar claro que não há garantias, e cada vez fica patente, de que ele chegará a ser candidato, já que, na medida em que os dias correm, a possibilidade de um impeachment, ganha cores cada vez mais fortes, o que significa a condenação e prisão de todo o clã, apesar de Arthur Lira.
Caso isso aconteça, esse arruaceiro não terá mais em suas mãos o controle das instituições do Estado que hoje blinda a organização criminosa.
Por isso assistimos a mais um ato de desespero, desta vez, expondo de forma vexatória as Forças Armadas que só pode ter acontecido por vingança contra uma instituição que, mesmo em plena ditadura, cuspiu essa figura repugnante cada vez mais odiada pelo povo brasileiro que, por culpa exclusiva dele, assiste à morte de praticamente 600 mil pessoas, além de 15 milhões de desempregados, 20 milhões devolvidos à absoluta miséria, uma inflação em total descontrole, os alimentos chegando à hiperinflação, o que agrava ainda mais a insegurança alimentar de metade da população brasileira.
Essa imagem de um tanque queimando óleo é apenas uma das que estão sendo usadas como chacota numa tempestade de memes ridicularizando esse teatro de horrores que se viu em Brasília hoje.
Não resta qualquer dúvida de que a maioria dos militares percebeu que, para tentar intimidar a sociedade brasileira, Bolsonaro não viu limites para ridicularizar as Forças Armadas.
Detalhe, não tinha ninguém assistindo à palhaçada.
A CPI da Covid ouve hoje o tenente-coronel da reserva e presidente do Instituto Força Brasil, Hélcio Bruno de Almeida. O militar é apontado por representantes da Davati como intermediador de um encontro entre eles e o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco.
A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia concedeu a Hélcio o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si mesmo após a defesa dele entrar com pedido de habeas corpus no tribunal. No entanto, o militar não poderá silenciar sobre os demais questionamentos. A ministra negou pedido para que Hélcio pudesse faltar ao depoimento.
O tenente-coronel da reserva Hélcio Bruno de Almeida, que é ouvido hoje na CPI da Covid, já intermediou ao menos três negociações envolvendo milhões de dólares no Ministério da Defesa.
Especialista e “consultor de Defesa e Segurança”, segundo seu currículo Lattes atualizado até o dia 29 de junho de 2020, Hélcio se apresenta nas redes sociais como representante sênior da empresa Suntech Soluções de Inteligência, adquirida pela companhia israelense Verint Systems.
Nos contratos junto ao Exército, Hélcio Bruno teria atuado como facilitador da empresa junto à área militar. O lobby feito pelo militar da reserva teria rendido contratos milionários da Verint junto ao Ministério da Defesa nos últimos anos. O Exército, porém, nega que ele tenha atuado como lobista (leia mais abaixo).
Contratos
Em 8 de outubro de 2018 é publicado no Diário Oficial da União um “extrato de inexigibilidade de licitação” de um contrato no valor global de mais de US$ 11,9 milhões.
A quantia desembolsada serviria para que o Exército Brasileiro adquirisse uma solução integrada “para a ampliação e atualização de sistemas de hardware e software da plataforma Verint”. A manutenção contratada é feita pela mesma empresa por se tratar de tecnologia de ponta e com programas exclusivos da companhia.
O documento, assinado pelo então chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia, Edson Pujol, e pelo então comandante da Força, Eduardo Villas Bôas, apresenta como justificativa a “necessidade de atualização do sistema e inviabilidade de competição entre fornecedores para a aquisição”. Posteriormente, Edson Pujol se tornou comandante do Exército.
Dois meses antes, o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército havia feito um acordo de compensação com a Verint que contemplava “16 projetos de compensação” concordados no ano anterior. O valor desembolsado foi de US$ 10,5 milhões e o pagamento ocorreu por meio da CEBW (Comissão do Exército Brasileiro em Washington).
A soma de dois dos três contratos que basearam o acordo de compensação, contudo, totaliza US$ 8 milhões. A reportagem não teve acesso ao valor do último contrato citado.
Já em 2020, um outro aditivo também teria contado com a influência de Hélcio Bruno. Assinado pelo então comandante de Comunicações e Guerra Eletrônica, Carlos Alberto Dahmer, três projetos de compensação firmados em 2019 custaram à União quase US$ 10,8 milhões.
Procurado, o Centro de Comunicação Social do Exército disse que Hélcio Bruno “não intermediou nem atuou de qualquer forma como representante das empresas citadas”.
“Cabe destacar que o Exército Brasileiro conduz os seus processos de compra cumprindo rigorosamente os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência”, afirmou em comunicado.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encaminhou no final da tarde desta segunda-feira (9) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nova notícia-crime contra Jair Bolsonaro, acusado de divulgar informações confidenciais do inquérito da Polícia Federal que investiga um ataque hacker sofrido pelo tribunal em 2018.
O pedido de investigação tem como alvos ainda o deputado federal Filipe Barros (PSL), relator da PEC do Voto Impresso, e o delegado responsável pelo inquérito.
“O crime que se busca apurar é o de divulgação de segredo, tipificado no Artigo 153, parágrafo 1º-A, cominado com o parágrafo 2º do Código Penal brasileiro”, diz a peça.
O documento, assinado pelo presidente do TSE e ministro do STF, Luís Roberto Barroso, e demais integrantes da Corte eleitoral lista “elementos comprobatórios da existência de informações sigilosas ou reservadas”. São eles:
(i) a menção, na portaria de instauração do inquérito, à existência de informações sigilosas do TSE,
(ii) a explícita anotação de sigilo no despacho do Juiz Auxiliar da Presidência deste TSE que encaminhou subsídios da apuração administrativa à Polícia Federal,
(iii) a advertência lançada pelo mesmo Juiz Auxiliar da Presidência deste TSE de que todas as comunicações com a Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal tinham caráter reservado;
(iv) a tarja de sigilo lançada em todas as páginas encaminhadas pelo Tribunal à Polícia Federal; e
(v) a autuação do inquérito policial perante a Justiça Federal da 1a Região sob segredo de justiça.
Segundo a notícia-crime, os dados sigilosos foram divulgados “após o levantamento do sigilo, aparentemente indevido, pelo delegado de Polícia Federal que preside as investigações” e posterior encaminhamento dos respectivos autos ao deputado Felipe Barros”.