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Segundo bolsonaristas, Bolsonaro teria material para chantagear ministros do STF

Isso mesmo. Segundo alguns bolsonaristas que escreveram hoje no twitter, a história de que Zé Dirceu chantageava ministros do STF com áudios e vídeos contra as suas reputações, era um recado de Bolsonaro, na sua “genialidade” política, sobretudo para Barroso, de que ele tem material suficiente para desmoralizá-lo publicamente.

Muitos bolsonaristas comemoraram essa suposta conspiração e alguns citaram que tal maquiavelismo contou com a Abin, comandada por Alexandre Ramagem.

Mentira ou verdade, nesse momento, pouco importa, o que realmente importa é que a total falta de escrúpulos dos bolsonaristas é tão ou mais venal que a do próprio ídolo.

O que realmente chama a atenção é que essa versão foi reproduzida por muitos, o que mostra que isso foi planejado para ser divulgado, espalhado, usando o que eles chamam de tática para que Bolsonaro mande o recado aos ministros do STF de que ele tem bala na agulha para assassinar a reputação de alguns dos onze do STF.

O mais curioso é que isso se dá no mesmo dia em que o general Santos Cruz afirma que Bolsonaro blefa quando diz que tem apoio das Forças Armadas para o caso de dar um golpe.

Na verdade, parece mais uma conversa de bêbados e, possivelmente é, mas tem método. Qual verdadeiramente é o sentido de tudo isso, ninguém sabe, além do que os bolsonaristas espalharam hoje nas redes.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo – Comentarista da Jovem Pan: Roubar dinheiro público não é corrupção

Que a Jovem Pan é useira e vezeira das milionárias verbas da Secom, todos sabem, afinal quem vai manter o vidão da turma do Pingo nos Is?

Na verdade, sejamos justos, a Secom é uma espécie de Lei Rouanet dos jornalistas que defendem Bolsonaro, pelo menos a Lei Rouanet que os bolsonaristas imaginam ser, já que a ignorância é fator determinante para ser um minion diplomado ou um gado premiado.

Voltemos à Jovem Pan e vamos falar do ex-BBB que, possivelmente, sonhando em integrar a seleção que escroques da empresa de comunicação, soltou essa pérola descarada para dizer que a tal rachadinha não é corrupção.

Trocando em miúdos, o que o bolsonarista de aluguel quis dizer é que o dinheiro público que Bolsonaro embolsa, na quase totalidade, dos seus assessores fantasmas não é roubo do erário e, portanto, não é corrupção.

A tese comédia deveria lhe render o troféu vigarista do ano, primeiro porque o dinheiro sai do suor da sociedade, de cada CPF que Bolsonaro utiliza como fantasma, como é o caso da famosa Wal do Açaí e, agora, sabe-se que seu ex-cunhado, assim como uma parentada sem fim, fazia parte do esquema montado por Bolsonaro e gerenciado já pelo lendário Queiroz, uma espécie de PC Farias miliciano de Bolsonaro, já que é ele que gerencia todas as mutretas do clã, do 01 ao 03 e toda a ramificação familiar, com participação de coronel da AMAN, segundo sua ex-cunhada que resolveu dar com a língua nos dentes.

Isso, depois da denúncia dos irmãos na CPI da Covid, de que Bolsonaro prevaricou, ou seja, foi informado por eles sobre a corrupção na compra da Covaxin, e Bolsonaro, além de citar o nome de Ricardo Barros, disse que acionaria a PF, o que não foi feito, e acabou por render uma denúncia da PGR que foi aceita por Rosa Weber, do STF.

Tudo isso junto e misturado, fez a frase “Bolsonaro corrupto”, explodir nas redes sociais que deve proporcionar pelo menos mais uns 20% de rejeição e somar com os 62% que já tem por ser considerado culpado pelo genocídio de mais de 520 mil brasileiros pela Covid.

*Carlos Henrique Machado Freitas

https://twitter.com/nostrendsbrasil/status/1412120896022646784?s=20

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Corrupção: Hidrelétricas jogaram fora água de reservatórios para acionar e dar lucros a usinas privadas

A denúncia é muito grave, é uma das piores formas de corrupção.

Segundo matéria publicada no Monitor Mercantil, o volume de água que entrou nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras durante o último ano é o quarto melhor ano da última década, equivalente a 51.550 MW médios. No entanto, o volume de energia produzida por hidrelétricas ficou em 47.300 MW médios, ou seja, 4.250 MW médios abaixo da quantidade de água que entrou nos reservatórios no mesmo período, o equivalente a uma usina de Belo Monte.

“O fato é que entrou mais água nos reservatórios (energia natural afluente) do que saiu pelas turbinas para gerar energia (vazão turbinada)”, denuncia a Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), com base em dados oficiais do Operador Nacional do Sistema (ONS).

“É falso alegar que os reservatórios estão vazios por uma suposta seca no Sudeste brasileiro”, explica o MAB em artigo. Para a entidade, o esvaziamento dos reservatórios das usinas ocorreu em plena pandemia, quando houve uma queda média de 10% no consumo nacional de eletricidade.

“Os reservatórios foram esvaziados sem que houvesse necessidade de atender a um aumento na demanda, uma vez que ela diminuiu.” Segundo o MAB, em diversas usinas, como Itaipu, a operação foi realizada “com evidente interesse de gerar escassez para explodir as tarifas. Toda essa água vertida poderia ter sido armazenada ou transformada em energia, sem aumento dos custos”.

Se algumas usinas jogaram água fora, outras foram acionadas para produzir acima da média, “principalmente as privadas, o que também levou ao esvaziamento”. “Aqui, predomina a lógica de que quanto mais vazios os lagos, mais alto é o preço”, acusa o MAB.

Sem hidreletricidade, acionam-se as termelétricas, muito mais caras. “E sabemos que, em geral, os donos das hidrelétricas também são donos das termelétricas.” Enquanto várias hidrelétricas estatais vendem energia a R$ 65/MWh, térmicas cobram acima de R$ 1 mi. A usina William Arjona (MS) foi autorizada pela Aneel a cobrar R$ 1.520,87/MWh, denuncia a entidade.

Chance de racionamento é de 3%

“Teremos racionamento de energia? Risco é menor do que 3%”, calculam Victor Bruke e Maira Maldonado, analistas da XP. Em relatório divulgado nesta sexta-feira, eles afirmam que, no cenário base, não veem necessidade de racionamento de energia nos próximos 12 meses.

“Embora, estimamos que os reservatórios atinjam níveis historicamente baixos (18% em novembro/2021 para o SIN consolidado), há capacidade térmica suficiente para ser utilizada e evitar medidas mais dramáticas.”

“De acordo com nossas estimativas, a probabilidade de a energia natural afluente (ENA) ficar abaixo de 50% (e portanto de termos racionamento) é de 3%”, concluem.

Matheus Albergaria, professor de Economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), acredita que uma possível crise hídrica causada pela seca dos reservatórios pode vir a aumentar o preço da energia.

“Se acontecer a seca dos reservatórios, poderá ocorrer um aumento no preço da energia, devido ao choque adverso de oferta. Mas esse aumento pode não ser tão pronunciado, caso ocorra maior abertura da economia. De fato, o próprio processo de abertura ao comércio internacional dependerá dos cenários político e econômico domésticos, ainda atrelados às campanhas de vacinação contra a Covid-19 nos estados e municípios brasileiros”, finaliza Albergaria.

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CNT/MDA: Rejeição a Bolsonaro dispara, 61,8%

Um levantamento CNT/MDA, divulgado nesta segunda-feira (5), apontou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não só dispara na liderança, como também tem o menor índice de rejeição (44,5%). Jair Bolsonaro lidera neste quesito (61,8%), seguido pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 57,9%, pelo ex-juiz Sérgio Moro (56,7%), pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 52,4% e pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), com 51,5%.

De acordo com a pesquisa, 35,4% afirmaram que votariam com certeza no petista; 17,1% disseram que podem votar nele; 0,1% disse que não conhece ou não sabe quem é, e 2,9% não souberam ou não responderam.

No caso de Bolsonaro, 22,8% dos eleitores votam com certeza nele; 11,6% podem votar; 0,4% não sabe quem é ou não o conhece; e 3,4% não souberam ou não responderam.

O governador João Doria tem o voto certo de 1,5% dos entrevistados. Ao todo, 16,5% podem votar nele para presidente; 20,5% não conhecem ou não sabem quem é, e 3,6% não souberam ou não responderam.

O ex-juiz Sérgio Moro tem o voto certo de apenas 4,4%. Segundo os números, 24,7% disseram que podem votar nele; 10,9% não conhecem ou não sabem quem é, e 3,3% não souberam ou não responderam.

Na pesquisa, o ex-ministro Ciro Gomes tem voto certo de 4,3% e 26,2% afirmaram que podem votar no pedetista para presidente. Ao todo, 13,1% não conhecem ou não sabem quem é o ex-governador, e 4,0% não souberam ou não responderam.

Foram realizadas 2.002 entrevistas presenciais, em 137 cidades de 25 estados. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança.

*Com informações do 247

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PM que denunciou esquema de propina no governo negociava comissão por dose de imunizante

Segundo reportagem exclusiva do Fantástico, mensagens no celular de Luiz Paulo Dominguetti, que foi apreendido pela CPI da Covid, apontam pedido de 25 centavos de dólar por dose do imunizante.

O cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti, que denunciou um esquema de propina no governo para a compra de vacinas da AstraZeneca, negociava o pagamento de 25 centavos de dólar por dose do imunizante. A denúncia foi feita pelo Fantástico, da TV Globo, que teve acesso, com exclusividade, a mensagens do celular do PM, que foi apreendido durante seu depoimento à CPI da Covid.

O aparelho ainda está sendo periciado, mas a reportagem levantou que cerca de 900 caixas de diálogos em aplicativos de mensagens já foram analisadas preliminarmente.

“Estamos negociando algumas vacinas em números superior a 3 milhões de doses. Neste caso a comissão fica em 0,25 centavos de dólar por dose”, teria escrito Dominguetti, em uma mensagem enviada no dia 10 de fevereiro a um contato identificado como Guilherme Filho Odilon.

“O que estamos fazendo é pegar o volume da comissão e dividimos de forma igual a todos os envolvidos, claro que proporcionalmente aos grupos. Sendo três pessoas, eu, você e seu parceiro não teria objeções em avançar neste sentido”, concluiu.

*Com informações de O Globo

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CNT/MDA: Lula dispara e pode vencer no primeiro turno, 49%

Pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta segunda-feira (5), apontou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispara na liderança da corrida presidencial, com 49% dos votos, excluindo os que não souberam ou não responderam. O petista pode ser eleito ainda no primeiro turno.

Em segundo lugar aparece Jair Bolsonaro (sem partido), com 32% do eleitorado.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-juiz Sérgio Moro dividem a terceira colocação, com 7% dos votos cada.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fica na quarta posição, com 3%.

De acordo com o levantamento, se for incluir na pesquisa os percentuais de branco/nulo (8,6%) e indeciso (7,8%), Lula assegura 41,3% dos votos, contra 26,6% de Bolsonaro, seguido por Ciro (5,9%), Moro (5,9%), Dória (2,1%), e pelo ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta (1,8%).

*As informações são do 247

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Vídeo: Para tentar encobrir uma nova denúncia contra ele, Bolsonaro criou uma fábula de Dirceu contra o STF

Na tentativa de encobrir a nova denúncia contra ele, publicada hoje pelo Uol, Bolsonaro inventou absurdos de José Dirceu contra o STF. A verdade é o que o cerco se fecha feio pra cima de Bolsonaro, e ele, sentindo-se encurralado, amedrontado, fala o que dá na telha, o que só piora a sua situação.

Hoje, vieram a público gravações inéditas apontam o envolvimento direto do presidente da República, Jair Bolsonaro, no esquema ilegal de entrega de salários de assessores na época em que ele exerceu seguidos mandatos de deputado federal (entre os anos de 1991 e 2018).

Assista:

*Da redação

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Vídeo: Bolsonaro a Joice Hasselmann: “Se eu tomasse uma facada, ganhava a eleição”

De acordo com a deputada, diálogo ocorreu uns 10 ou 15 dias antes do episódio em Juiz de Fora.

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) relatou em entrevista ao DCM que em um diálogo que teve com o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) durante as eleições, ele afirmou a ela: “Se eu tomasse uma facada, ganhava a eleição”.

De acordo com Hasselmann, a conversa ocorreu uns 10 ou 15 dias antes do episódio da facada que Bolsonaro tomou de Adélio Bispo de Oliveira em Juiz de Fora, em setembro de 2018.

“Eu viajei algumas vezes com o presidente bem naquela época do quente da campanha e, numa daquelas viagens, a gente tava fazendo Rio Preto, Ribeirão, Araçatuba, aquela região ali, e em uma das cidades, eu acho que foi Araçatuba, eu tava no carro com ele, aquela multidão e tal e toda vez que eu estava com ele, eu fazia ele sair de colete. Então as vezes tava calor e ele tava de manga comprida por conta do colete. E aí, na volta a gente entrou no carro e ele olhou pra mim assim e eu falei: ‘olha, você tem que tomar cuidado, muita gente, questão de segurança’, ai ele falou assim: ‘olha, se eu tomasse uma facada, eu ganhava a eleição’. Ele usou essa frase acho que uns 10, 15 dias antes. E eu falei: ‘ah, fica quieto, vira essa boca pra lá’”, contou a deputada.

Joice disse ainda que “no dia em que teve essa tragédia aí, algumas coisas me deixaram no estranhamento. Primeiro, o número de policiais no entorno dele, a célula que a gente chamava, tava reduzido, tinha metade do número de policiais. Ele sempre andava com um número de policias que fazia toda a volta. Então se você pegar a imagem da época da campanha, tava ele, eu do lado com um tripé do meu celular fazendo live, e os policias no entorno pra impedir que as pessoas não o derrubassem, porque era muita gente mesmo”, revelou. “Naquele dia não, naquele dia a célula não estava completa. E algumas pessoas que geralmente estavam naquele momento da campanha do lado dele, como o Debianno e eu, nós não fomos comunicados dessa agenda. E outra coisa que a gente estranhou foi que, mesmo não tendo a célula, ele está em cima do ombro de alguém”, estranhou.

Assista:

*Com informações da Forum

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ONG que levou à Saúde denunciante de propina tinha apoio no Congresso e se via como interlocutora na compra de vacinas

Entidade religiosa que apadrinhou Dominguetti dizia adquirir imunizantes ‘a preço humanitário’ e tem trânsito entre deputados.

De acordo com a Folha, a ONG que intermediou o contato do policial militar e vendedor de vacinas Luiz Paulo Dominguetti Pereira com representantes do Ministério da Saúde se apresentava como interlocutora entre o governo Jair Bolsonaro e laboratórios para a aquisição de vacinas contra a Covid-19 e tinha apoio no Congresso para desempenhar esse papel.

Entidade religiosa comandada por um evangélico, a Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários) foi quem apresentou Dominguetti a representantes do governo federal no início deste ano, segundo o vendedor.

Nessa mesma época, a ONG articulava apoio no Congresso e elaborava propostas comerciais para fornecimento de vacinas ao governo, segundo documentos aos quais a Folha teve acesso.

Em documentos internos, havia a previsão de que esses imunizantes fossem adquiridos junto à empresa Davati Medical Supply.

Em 29 de março, o presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos Humanos e pela Justiça Social, deputado Roberto de Lucena (Podemos-SP), assinou um ofício no qual manifesta apoio à Senah na “aquisição de vacinas para o governo brasileiro, a preço humanitário”.

No documento, ele parabeniza a entidade e o seu presidente, reverendo Amilton Gomes de Paula, na “interlocução entre laboratórios e o governo”.

Procurado, Lucena diz que foi apresentado ao reverendo Amilton por pastores que estavam com ele e sempre circulam pelo Congresso. Segundo o deputado, os pastores disseram que Amilton desenvolvia um trabalho junto à ONU e pediu para assinar uma carta de apoio.

“Eu não vi naquele momento nada que fosse suspeito. Não se tratava de nenhuma iniciativa comercial, era uma iniciativa humanitária”, diz o deputado, que também é pastor.

“Naquele momento, a nossa crise era pela aquisição de vacinas, e o propósito deles [Senah] era poder conversar com organismos internacionais falando sobre a necessidade de vacinas para o Brasil. Eles me pediram para assinar um apoiamento a eles e disseram que estavam pegando apoiamento de vários parlamentares”, acrescenta Lucena.

O deputado afirma que em nenhum momento teve diálogos com o Ministério da Saúde ou representantes da pasta sobre esse assunto.

A Senah, que antes se chamava Senar (Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos), informa em seu site que nasceu em 1999 e tem como objetivo fomentar “apoio ao meio ambiente” e uma “cultura pela paz mundial”.

A entidade tem bom trânsito também com outros parlamentares em Brasília e foi uma das criadoras da Frente Parlamentar Mista Internacional Humanitária pela Paz Mundial com o deputado Fausto Pinato (PSDB-SP).

Segundo o estatuto de fundação da frente, a Senah intermedeia o fomento de cursos de formação “na temática da proteção à liberdade religiosa e aos refugiados” e apoio jurídico “para pessoas e comunidades em situações de guerras, calamidades, e aos refugiados, em ajudas humanitárias nacionais e internacionais”.

Como a Folha revelou, o policial militar de Minas Gerais Dominguetti, que se apresentava como representante da Davati, disse que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.

Dominguetti se dizia representante da Davati e buscou a pasta para negociar 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca com uma proposta feita de US$ 3,50 por cada (depois disso passou a US$ 15,50).

O pedido, segundo o relato, aconteceu no dia 25 de fevereiro, em um restaurante na região central de Brasília.

Dias, que foi exonerado do cargo depois da publicação da reportagem, confirma o encontro, mas nega que tenha havido pedido de propina ao vendedor.

Emails obtidos pela Folha mostram que o ministério negociou oficialmente a venda de imunizantes com representantes da Davati. As mensagens da negociação foram trocadas entre Dias, o dono da Davati, Herman Cardenas, e Cristiano Alberto Carvalho, que se apresenta como procurador da companhia no Brasil.

Apesar desses emails, Cardenas também nega que tenha havido pedido para aumentar o preço do produto e diz que não ocorreram negociações com o governo brasileiro.

Em depoimento à CPI da Covid no Senado, na última quinta-feira (1º), Dominguetti afirmou que foi apresentado a representantes do governo pela Senah. “O primeiro contato que eu tive no Ministério da Saúde, eu tive em Brasília, com uma organização não governamental chamada Senah, em que eles propuseram ofertar a vacina num valor humanitário.”

Ele disse que a ONG agendou um encontro com um diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que o encaminhou para o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Elcio Franco.​

“A segunda vez que eu tive em Brasília para tratar de vacina foi também com o Senah para avançar nessa tratativa”, acrescentou Dominguetti.

Depois do depoimento de Dominguetti à CPI, o site oficial da Senah foi tirado do ar na noite da última sexta-feira (2).

Procurado, o reverendo Amilton afirma que conheceu Dominguetti por meio de um empresário de Santa Catarina e diz que não sabia que houve pedido de propina na reunião de fevereiro.

Dominguetti esteve com o reverendo Amilton no Ministério da Saúde, e o religioso postou em redes sociais fotos do encontro no dia 4 de março.

Oficialmente, a Senah nega qualquer tipo de irregularidade na condução das conversas com a Davati e o Ministério da Saúde. A entidade planeja convocar uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (5) para explicar a negociação e mostrar documentos que indicariam a seriedade do negócio.

Como apontou reportagem da Agência Pública, a Senah ofereceu a prefeituras imunizantes da AstraZeneca e da Janssen no valor de até US$ 11 a unidade, três vezes acima do fechado pelo governo federal para a vacina da Astrazeneca com a Fiocruz. A Folha também teve acesso a esses documentos.

Reportagem do Jornal Nacional veiculada neste sábado (3) mostrou que emails trocados entre diretores do Ministério da Saúde e a Davati indicam que o governo deu aval para que a Senah negociasse a compra das vacinas.

*Lucas Ragazzi e José Marques/Folha

*Foto destaque: Dominguetti (primeiro à esq.) e o reverendo Amilton (segundo), no Ministério da Saúde, em foto publicada em rede social em março – Reprodução/Facebook

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Bernardo Mello Franco: Acuado, Bolsonaro não disfarça o medo da cadeia

A Procuradoria-Geral da República deixou claro que não tinha a menor intenção de investigar Jair Bolsonaro no rolo da Covaxin. Ainda assim, a abertura de um inquérito por suspeita de prevaricação pode complicar a vida do presidente.

A PGR foi pressionada a agir pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. Ela rejeitou a desculpa de que seria melhor esperar as conclusões da CPI da Covid, que deve se arrastar até o fim de outubro.

“No desenho das atribuições do Ministério Público, não se vislumbra o papel de espectador das ações dos Poderes da República”, escreveu. Agora o espectador será obrigado a entrar em campo, mesmo que a contragosto.

Com a abertura do inquérito, Bolsonaro passa a ser formalmente investigado por prática de crime comum. Isso deve ampliar seu desgaste num momento de queda de popularidade e aumento dos protestos de rua.

O capitão já foi alvo de mais de 120 pedidos de impeachment, mas todos adormecem na gaveta do presidente da Câmara, Arthur Lira. Na quarta, o deputado recebeu um novo “superpedido”, que aponta a prática de 23 crimes de responsabilidade. Numa rápida entrevista, indicou que vai manter as acusações em banho-maria. “Não será feito agora, né? Tem que esperar”, disse.

A investigação no Supremo dribla a barreira de Lira e abre um novo caminho para a interrupção do mandato presidencial. Se Bolsonaro se tornar alvo de uma denúncia, o deputado terá que levar o caso a plenário. Neste caso, é preciso dois terços dos votos para afastar o capitão.

A abertura de inquérito não significa que Bolsonaro será denunciado pela PGR, que tem arquivado múltiplas suspeitas contra o governo. No entanto, o surgimento de novas provas, como uma eventual gravação da conversa com o deputado Luis Miranda, pode tornar esse desfecho inevitável.

O parlamentar tem espalhado que registrou o diálogo no Alvorada. Pode ser um blefe, mas o presidente ainda não deu um pio para confirmar ou desmentir seu relato. O Planalto apresentou três versões diferentes antes de cancelar o contrato da Covaxin.

A ministra Rosa não é a única a desafiar a blindagem presidencial. O ministro Alexandre de Moraes também atropelou a PGR ao abrir novo inquérito para investigar ataques às instituições democráticas. Bolsonaro passou recibo e citou o envolvimento dos filhos na engrenagem golpista.

Até aqui, a sobrevivência política do capitão dependia apenas da fidelidade de Lira, que segura os pedidos de impeachment para arrancar mais vantagens do governo. Agora Bolsonaro também está nas mãos do procurador Augusto Aras, que tenta barganhar uma indicação ao Supremo.

Sob pressão, o presidente voltou a atacar o tribunal e ameaçar um golpe se for derrotado nas urnas. “Teremos problemas na eleição do ano que vem”, disse, em live no Alvorada.

Bolsonaro não consegue disfarçar o medo da cadeia. Na noite de quinta, ele lembrou o exemplo de Jeanine Añez, que assumiu o poder na Bolívia após a derrubada de Evo Morales: “A presidente que estava lá no mandato-tampão está presa, acusada de atos antidemocráticos. Estão sentindo alguma semelhança com o Brasil?”.

*O Globo

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