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O marketing macabro do nazismo caboclo

Quem viu aquela cena das trevas que deveria ser um grande escândalo tal a promiscuidade marketeira do governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, comemorando de frente para as câmeras, a morte do rapaz que “sequestrou o ônibus” na ponte Rio-Niterói, pode não saber que aquilo foi pura mistificação, porque, ao contrário do que a cena sugere, a política de segurança pública do Rio, é um verdadeiro fracasso, composta por duas realidades diametralmente opostas, de um lado a valorização da violência excessiva do estado nas favelas e periferias, provocando banhos de sangue contra jovens e crianças, na maioria dos casos, negros e, do outro, os índices alarmantes de assaltos em ônibus que, em seu governo, cresceram 14%, batendo recordes de ocorrências.

Essa é a lógica estrábica da segurança pública do Rio de Janeiro, voltada para o nariz do governador.

Na verdade, Witzel gravita em torno do bolsonarismo que eclodiu com o marketing da república de Curitiba, marketing este nada original que, como revelaram hoje os vazamentos do Intercept, mereceria, segundo Dallagnol, um monumento de bronze à Lava Jato exaltando os feitos heroicos dos baluartes do combate à corrupção e, junto, exporia de forma negativa as instituições políticas e judiciárias. Ou seja, seria uma espécie de monumento ao jaguncismo, ao cangaço urbano ou ao nazismo caboclo.

Seja como for, a construção da imagem é um dos principais sintomas do pensamento totalitário, tanto que Hitler trabalhou com sua máquina de propaganda e de monumentos para mostrar o vigoroso talento que os nazistas tinham de exterminar quem era considerado impuro na raça e no nacionalismo alemão, que também é uma das formas que o bolsonarismo tem tentado construir com seu obelisco religioso-miliciano-patriótico-entreguista.

O fato é que não sabemos hoje aonde termina o Estado e começa a milícia, porque o marketing solda esses dois universos, via mídia, com paranoias, ódio de classe e racial e bastante sadismo midiático para que os fascistas e nazistas brilhem e que os sentimentos humanos se percam nas trevas da propaganda política. Sim, porque todas as ações de Bolsonaro, Wilson Witzel, Dallagnol, Moro, com o apoio luxuoso da Globo e congêneres, têm como objetivo a busca pelo poder cada vez maior dentro da disputa política em prol das classes economicamente dominantes.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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A República de todos, ou uma capatazia dos mercados?

Por Saul Leblon

É desconcertante, mas a voz mais estridente da barbárie hoje no mundo fala o idioma português.

Jair Bolsonaro – ‘talquei?’

Mas não só ele.

Nem apenas os seus filhos, os amigos deles, os parentes e agregados que os circundam ou os cinturões extremistas que orbitam no seu obscuro entorno institucional e clandestino.

A barbárie também desponta em múltiplas instâncias de poder da sociedade neste momento.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson José Witzel, é uma cruz maltina em ascensão.

Ex-juiz federal, ex-fuzileiro naval, aplica na administração da segurança pública os métodos de Rodrigo Duterte, o presidente filipino que disputa o ranking do pesadelo mundial na ameaça aos direitos humanos.

Ao celebrar sua vitória em 2016, como relatou então a BBC, Duterte encorajou civis armados a matarem traficantes que resistissem à prisão. ‘Fiquem à vontade para nos ligar. Ou faça você mesmo’, afirmou em cadeia nacional.

“Eu lhes darei uma medalha”.

Semanas depois, 2 mil pessoas supostamente vinculadas ao tráfico haviam sido assassinadas.

Mirar a cabeça de supostos traficantes e disparar é também a solução Witzel para uma equação social cujo saldo em vidas inocentes denuncia a mal disfarçada guerra contra jovens pretos e pobres.

Há, ainda, derivações medievais que dirigem o Estado como se fosse uma igreja, exortando a uma guerra fria entre fiéis e hereges.

Nos porões, uma organização clandestina de juízes e procuradores tortura o Estado de Direito em delações que se nivelam a chantagens e extorsões para liquidar adversários políticos.

O fato de nenhum membro honrado do judiciário brasileiro ter reunido força e consentimento até agora para dizer basta à polícia política de Moro, Dallagnol & Cia. é significativo da deriva institucional que avulta aos olhos do mundo.

A relevância ambiental –e geopolítica– do Brasil para o destino do planeta explica a inquietação adicional com Bolsonaro em relação a Duterte.

O Presidente brasileiro condensa múltiplos medos que assombram a democracia acossada do século XXI.

Por que é tão difícil detê-lo se as próprias elites consideram o seu trabalho concluído, mencionando-o com frequência cada vez maior como uma fonte de ‘ruído ‘ contraproducente?

Parte da resposta remete à disjuntiva que dá título a esse texto.

Uma República do bem comum, ou uma capatazia a serviço dos mercados?

O peso dessa carta condensa toda a história do jogo.

No golpe de 2016, o Brasil viu a sua elite –e a mídia- se aliar à escória do submundo político e religioso.

Ao mirar o desmonte da Constituição de 1988, ela se descomprometeu de vez de compartilhar uma República de todos, com o Estado democrático e os fundos públicos correspondentes.

Com Bolsonaro pisando a jugular do PT – e Moro sangrando e salgando suas vísceras–, os punhos de renda liberais e o dinheiro grosso viram a possibilidade de colocar a sociedade de joelhos, inteiramente a serviço dos mercados.

Uma capatazia política –Moro, Bolsonaro, mídia & CIA– para subjugar a nação integralmente aos mercados estava ao alcance das mãos.

Um ciclo de desenvolvimento havia se esgotado; outro teria que ser construído.

Era agora ou nunca.

A radicalidade da exclusão arquitetada dificulta agora mover a peça que se tornou o seu corolário político e ideológico.

Os punhos de renda abriram o canil para colocar o cachorro louco a seu serviço mas não sabem mais como reconduzi-lo ao cercado depois que o enforcador e a focinheira foram afrouxados.

Pode-se cortar com uma faca a espessa malha de incertezas, desconfiança, medo e incapacidade que recobre essa encruzilhada.

A alta voltagem da tensão decorre de uma ambiguidade clássica nos ciclos de radicalização política ao longo da história: como descartar criaturas que escaparam ao criador, sem pôr a perder o conjunto da obra?

No caso desse Termidor canhestro, o que se teme perder é a faxina em curso na Carta progressista de 1988, ademais das conquistas nacionais e civilizatórias já levadas à guilhotina, que vão de Vargas (CLT, Petrobrás, bancos públicos etc.) à Princesa Isabel (abolição do trabalho escravo).

Aos poucos, a aliança golpista de 2016 está descobrindo, a exemplo de Macri, na Argentina, que a história não aceita roteiros imaginativos.

Derrubar Dilma, encarcerar Lula, processar Cristina não elimina as contradições dilacerantes do processo de desenvolvimento na periferia de um sistema ameaçadoramente desregulado.

A liberdade econômica dos mercados, à qual os publicitários do golpe atribuíam poderes de fada madrinha da redenção nacional, está em xeque.

Era só tirar Dilma. A sabedoria intrínseca aos livres mercados cuidaria de alocar recursos ao menor custo, com a maior eficiência.

Os investimentos voltariam no dia seguinte, era a promessa.

Nas semanas seguintes…

Nos meses seguintes…

Nos anos…?

Fatos.

Na Argentina, a taxa de investimento que era de 20% do PIB em 2007, caiu para 13,5% às vésperas do esfarelamento eleitoral de Macri.

No Brasil ela rasteja no nível mais baixo dos últimos 72 anos.

A fornalha da insatisfação junta vapor e a caldeira política começa a apitar.

Depois dos lucros registrados em 2018, em grande parte por conta da base de comparação deprimida, a república dos acionistas se impacienta no Brasil.

No país do desemprego e dos estoques sem demanda, a espiral descendente começa a puxar os balanços também para baixo.

A ‘Oi’ teve R$ 1,4 bi de prejuízo no 2º trimestre (ações caíram 24%); o Grupo Ultra perdeu R$ 1,8 bi em Bolsa; ações da Sabesp caíram 6%…

A mágica falhou.

Aqui, a plateia se enerva ainda em voz baixa; na Argentina, o nervosismo explodiu em uma avalanche de votos que enterrou a receita ultraneoliberal com uma diferença de 3,8 milhões de votos, num total de 25 milhões de eleitores (mais de 15% de diferença em favor da chapa Alberto-Cristina).

Das 23 regiões argentinas, Macri só ganhou em duas.

O monólogo político do antipetismo e do anticomunismo indigente não dá conta de equacionar a realidade não prevista que bate à porta do país.

O deslizamento da pedra angular da recuperação rápida –e sua precificação pedagógica na Argentina- está abrindo gretas.

Uma sombra de desolação recobre a montanha desordenada de ruínas à qual se reduziu a economia do país.

Mais que isso, começam a perceber os que ainda tem olhos para ver e ouvidos para escutar.

Não são ruínas congeladas. Elas se retroalimentam.

Abrindo novas frentes de demolição.

A criminosa interrupção de obras públicas e de programas habitacionais – obra coletiva de Moro e Guedes— rebate na derrocada do setor que mais emprega no mercado.

O de obras e construção civil.

A seca do investimento nessa área só foi pior em 1948, no atribulado cenário do pós-guerra mundial.

Não é um ponto fora da curva.

Mesmo a capacidade produtiva já existente encontra-se subutilizada em outras frentes.

O hiato médio entre aquilo que o país poderia estar fabricando e a realidade do PIB é da ordem de 6%.

Na indústria é pior.

Em junho, 22,8% da capacidade fabril estava desperdiçada (0,5 ponto pior que em 2018).

Nem assim os estoques escoam.

Níveis altos são informados nas áreas de metalurgia, química, metal, têxtil, celulose, farmacêutica etc.

O empobrecimento esfarela os deserdados e arrasta a classe média para o fundo do endividamento: ele hoje é recorde e atinge 44% da população.

Escolas particulares assistem a um movimento coordenado de mensalidades atrasadas e revoada de alunos para a rede pública.

Muitos que foram às ruas convocados pela Globo para derrubar Dilma agora não conseguem mais sair delas.

Desempregados, subempregados, desalentados, empreendedores de marmita, motoristas de Uber (só aqui são 600 mil) compõem uma massa superior a 50 milhões de pessoas.

Metade da população economicamente ativa está na soleira da porta, do lado de fora do mercado e da cidadania.

Quase 3,5 milhões estão desempregados há mais de dois anos.

Nunca se viveu aqui um ciclo tão longo de agravamento das disparidades sociais como o atual. A advertência está inscrita em pesquisas recentes da FGV.

A fenda que regrediu por mais de uma década, desde 2003, durante os governos Lula e Dilma, voltou a se abrir com o cerco golpista a partir das eleições de 2014.

Não parou mais de crescer.

Entre 2015 e 2017, a população pobre aumentou de 8,3% para 11,1% do total.

Em dois anos, o Brasil passou a ter mais 6,2 milhões de pobres.

Hoje são 23,3 milhões de cidadãos que subsistem com menos de R$ 233,00 por mês.

Há 17 trimestres consecutivos (4 anos e 3 meses) a roda da desigualdade gira impiedosamente impulsionada pelas ‘reformas’ e tesouradas fiscais.

A metade mais pobre da população já perdeu 17% da renda nessa maratona; o 1% mais rico ganhou 10%.

Na Argentina, a insistência de quatro anos na mesma receita jogou 32% da população para um desvão abaixo da linha da pobreza.

O solvente de medo e dúvida trazido pela derrota antecipada de Maurício Macri tende a diluir mais rápido a higidez da frente golpista no Brasil.

A perspectiva de um desastre equivalente antecipa nos meios empresariais e políticos a busca de salvaguardas para custos correspondentes.

A contestação ao histrionismo de Bolsonaro e – cada vez mais— ao baixo retorno das reformas amplamente saudadas pelos mercados, promove o descolamento de bancadas e votos no Congresso.

Candidaturas conservadoras a sua sucessão podem ter lançamento antecipado já no final deste ano.

Não há linearidade na política.

O que hoje parece uma linha de passagem contida e gradual poderá assumir a tensão de um elástico esticado até o ponto de ruptura.

O empurrão pode vir de flancos internos.

Mas o ambiente econômico internacional, onde a contagem regressiva de uma nova recessão pisca nos monitores da Europa e dos EUA, pode funcionar como uma alavanca brusca.

A ameaça de um solavanco externo amplifica a insegurança em relação à consistência da agenda interna.

Paulo Guedes e seus Chicago’s boys e a turma de Moro podem ter empurrado o país para um abraço de afogados ao desguarnecer o Estado dos instrumentos contracíclicos – investimentos estatais banidos, bancos públicos amesquinhados, grandes empreiteiras destruídas– diante de um mundo tragado pela desordem neoliberal.

O afluxo de capitais prometido para o day after do golpe pode demorar muito mais que o previsto.

Ou não acontecer, antes de uma largada eleitoral precoce.

Basicamente, o fluxo do dinheiro global orienta-se nesse momento pelo instinto da autopreservação com preferência pela segurança acima de tudo.

O nome disso é títulos do Tesouro americano e não Macri, tampouco Bolsonaro que perdeu massa nesse quesito pelo efeito Orloff.

Um dado resume todos os demais: o mundo tem atualmente US$ 15 trilhões aplicados em títulos públicos e bônus que pagam taxas de juros negativas.

O volume equivale a 25% dos papéis emitidos por governos e empresas em todo o planeta. (Financial Times)

Que isso ocorra no momento em que as ações nos EUA encontram-se no segundo período mais caro em 150 anos, segundo o FT, dá conta das correntes submersas de medo e insegurança que se deslocam nas profundezas do capitalismo desregulado do nosso tempo.

Não há segurança sequer para investir em ações lucrativas nos EUA. Mas a escumalha parlamentar aqui acha que resolve o problema liberando trabalho aos domingos.

Os ventos uivam outra coisa.

Desmontar os instrumentos públicos de comando econômico – ademais de fragilizar abrigos de proteção social desde a educação pública ao auxílio desemprego etc— é assinar um contrato de rendição incondicional aos desígnios da tormenta em curso no horizonte.

Os críticos da intervenção do Estado se revezam na vigília de orações à espera de uma intervenção salvadora do investimento privado na economia brasileira.

Capitais não se movem por rezas ou cultos. Se a demanda patina, a pobreza cresce e os estoquem encalham, a ordem unida é manter a liquidez em renda fixa.

Há opção aos místicos da macroeconômica.

Mas tampouco é simples: inexiste fada madrinha progressista também.

O professor Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos mais lúcidos intelectuais brasileiros, e um economista de ecumênico reconhecimento, faz uma advertência grave.

‘O que precisa ser feito é óbvio: centralização do crédito; corte de dívidas; soltar o gasto público – a inflação está no chão e não ameaça; obras de infraestrutura’.

Como fazê-lo, no entanto, envolve um lastro de força política equivalente ao que empurrou o New Deal, pondera com seriedade na voz.

A organização capilar da sociedade é o divisor de águas de um novo pacto de desenvolvimento para o país.

Nenhum outro ‘insumo’ é mais importante que esse.

Sem ele será impossível imantar outros interesses na coagulação política ampla de forças necessárias à reordenação do crescimento com a democracia social no século XXI brasileiro.

Essa é a disjuntiva que congela e ao mesmo tempo solapa o governo Bolsonaro: uma República do bem comum, ou uma capatazia a serviço dos mercados?

A educação pública para a cidadania, o desenvolvimento e a pesquisa, que esse pacto requer – sobretudo na sua frente de conversão ambiental e tecnológica– é uma trincheira fundamental à construção dessa capilaridade organizativa.

Perfilam no sistema educacional milhões de crianças, jovens, pais, professores, reitores, intelectuais, personalidades, entidades, bancadas suprapartidárias e segmentos empresarial; vozes que precisam ecoar mais fortemente para que a sociedade brasileira sinta-se encorajada a assumir o comando do destino nacional nesta encruzilhada da sua história.

 

*Da Carta Maior

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MPF que transformou o Brasil em republiqueta bananeira a caminho da implosão

Por Eugênio Aragão

A escolha de Antônio Carlos Simões para PGR é de alta octanagem. Tem tudo para colocar fogo no formigueiro do MPF.

Se alguém quisesse “melar” aquela instituição por inteiro, não poderia ter feito melhor.

O governo Bolsonaro reveste-se de um caráter disruptivo.

Quer romper com o passado, com “tudo que aí está”, sem distinguir com clareza entre o que, no processo histórico das ultimas décadas, foi receita de sucesso e o que foi causa de disfunção na governabilidade.

Num verdadeiro “carpet bombing”, destrói o que se encontra nos limites do espaço público.

Nem o ministério público do golpe escapa.

Antônio Carlos Simões não vai consertar o MPF.

Não tem liderança para comandar um órgão voluntarioso com membros atuando de forma autárquica feito metralhadoras giratórias descontroladas.

Vai sobrar bala para o chefe.

Vão sabotá-lo sistematicamente.

Vai ser um conflito doméstico, sem o mínimo respeito aos costumes da guerra.

Dele só sobrará tapera.

Uma terra arrasada.

Mas, talvez seja disso que o ministério público precisa: de um incêndio transformador em larga escala, que ponha a nu, diante da sociedade, suas vulnerabilidades e, com isso, desfaça a imagem de superior vestal da moralidade que alguns cultivaram com esmero nos últimos anos, desde quando Antônio Fernando de Souza cometeu a uns principiantes a execução técnica do caso do Mensalão.

De lá para cá, o MPF foi só miséria, foi só deformação ímproba, alcançando seu ápice quando ajudou a destituir uma presidenta legitimamente eleita, protagonizou a ópera bufa de querer expulsar Temer do poder para garantir uma sucessão na PGR que consolidasse o grupo em torno do trapalhão Rodrigo Janot e maquinou a prisão do maior líder popular da história brasileira.

Esse MPF transformou o Brasil numa republiqueta bananeira, apontando para os atores políticos e econômicos como raiz de todo o mal, enquanto pagava verbas ilegais a seus membros.

O auxílio-moradia, a verba de substituições transitórias em unidades distantes da lotação, a pretensão a pagamento de plantões e acúmulo de ofícios – os procuradores mostraram enorme criatividade para se locupletarem à margem da lei.

Mas os podres sempre são os outros, numa casa que exibe um ego coletivo a salvo de toda crítica pública.

Antônio Carlos Simões fará bem ao MPF; implodi-lo-á de vez para permitir um recomeço radical, despido das vicissitudes que o fizeram obtuso, arrogante e golpista.

Bolsonaro talvez não se dê conta do grande favor que fará à sociedade brasileira nesse particular.

 

 

*Do Viomundo

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Afinal, quem está governando o Brasil, Bolsonaro ou Queiroz?

Queiroz o personagem central de uma gigantesca trama de corrupção ligada ao clã Bolsonaro esquecido pela Globo, parece que tem mais força política do que qualquer um no governo, inclusive o presidente.

Bolsonaro move terras e mares para que ninguém chegue perto de Queiroz, porque isso significa chegar perto de seu próprio pescoço.

Como bem disse José Simão: “Bolsonaro intervém na PF para não achar Queiroz! Quem achar o Queiroz tá demitido!…interveio na Receita, na PF e na Coaf! Macaco em loja de louça!”

A indicação pra ocupar a cadeira da PGR, ficou por conta de Flávio Bolsonaro, o elo mais estreito entre o clã Bolsonaro, Queiroz e esse a milícia, os fantasmas, laranjas e sabe Deus mais o quê?

O problema é que Bolsonaro não está interessado em saber da desmoralização do seu governo está no Brasil ou exterior, sobretudo por seu descarado envolvimento com todo tipo de negociata. O que ele quer agora é livrar a cara dele e de seus filhos, que são laranjas do próprio nas parcerias sinistras com o mundo do crime.

Por isso, todos os caminhos absurdos tomados por Bolsonaro levam a Queiroz. Melhor dizendo, levam a desaparecer com o Queiroz, contando sempre com o silêncio obsequioso de Moro, seu ministro da Justiça e Segurança Pública.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Perfil de Lula dá o troco no Jornal Nacional e mostra a verdade com matéria da BBC no caso da Amazônia

“Brasil é exemplo de sucesso na redução do desmatamento, diz relatório” – Título da matéria publicada pela BBC Brasil em 05 de junho de 2014.
E segue a cruzada da Globo contra Lula e pró Bolsonaro.

Willian Bonner disse que Lula tinha a mesma postura de Bolsonaro na questão da Amazônia, mas matéria da BBC de 2014 mostra exatamente ao contrário.

Após o apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, dizer em rede nacional que o ex-presidente Lula tinha o mesmo discurso que Jair Bolsonaro em relação aos investimentos estrangeiros em programa de defesa da Floresta Amazônica, o perfil de Lula, administrado pela equipe do ex-presidente, respondeu ao telejornal da Rede Globo divulgando nas redes sociais uma matéria de 2014, da BBC Brasil, onde mostra que o governo petista era elogiado pelo sucesso da redução de desmatamento na região.

Na época, um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) dava destaque ao país por ter sido a nação que mais tinha reduzido o desmatamento em todo mundo, além de diminuir as emissões de gases para a atmosfera.

“As mudanças na Amazônia brasileira na década passada e sua contribuição para retardar o aquecimento global não têm precedentes. A velocidade da mudança em apenas uma década – na verdade, de 2004 a 2009 – é impressionante”, dizia um trecho do documento.

Na edição do jornalístico da Globo, Bonner tentou equiparar o discurso de Bolsonaro com uma fala de Lula sobre investimentos internacionais para a Amazônia. “Quando a Alemanha e a Noruega anunciaram a suspensão do envio de recursos para a proteção da floresta amazônica, o presidente Jair Bolsonaro repetiu uma postura que o então presidente Lula adotava quando estrangeiros criticavam a política ambiental do Brasil. Os dois presidentes afirmaram que a Europa destruiu todas as suas florestas e que, por isso, não tem moral para dar conselhos sobre a Amazônia”, disse o apresentador.

 

*Com informações da Forum

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Lista de intervenções de Bolsonaro: Como morrem as democracias

Se no século XX as democracias morriam por um golpe totalitário, com diretos a tanques de guerra e eleições restritas, nos século XXI, as democracias morrem em suas próprias práticas. Eleitos, presidente autocratas e autoritários, promovem o aparelhamento ideológico do Estado, onde os próprios servidores passam a tomar decisões e medidas policiais, conduzindo investigações baseadas em convicções pessoais e preceitos políticos.

O Brasil, encalacrado numa fase intermediária entre democracia e estado policial, já conta com uma lista de intervenções do presidente Bolsonaro, cujos objetivos puramente ideológicos já causam destroços no tecido republicano. Veja a lista abaixo:

  • Substituição de superintendentes da Polícia Federal.
  • Proibição de propaganda do Banco do Brasil, com promoção da diversidade que gerou a demissão do diretor de marketing da estatal.
  • No IBAMA, diversas intervenções para a liberação de práticas ambientais deploráveis. Uma delas é a liberação da pesca na reserva dos Tamoios, na Costa Verde, no Rio de Janeiro.
  • Demissão do presidente do INPE, por discordar dos dados divulgados pela instituição, sobre o crescimento absurdo do desmatamento.
  • Aparelhamento ideológico do Ancine, proibindo a aprovação de filmes antagônicos ao pensamento do bolsonarismo.
  • Após uma interferência de Bolsonaro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, teve de revogar a nomeação da especialista em segurança pública Ilona Szabó de Carvalho como suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
  • Na última quinta-feira (15), o presidente suspendeu o uso de radares móveis em rodovias federais, medida criticada por especialistas em segurança no trânsito. Em junho, ele também apresentou projeto de lei aumentando de 20 para 40 pontos o limite para suspensão do condutor.

 

*Por Fabio Rios – A Postagem

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Operação Mãos Limpas do juiz Gherardo Colombo x Operação Mãos Sujas de Sergio Moro

Para começo de conversa, é preciso dizer em alto e bom som que a Lava Jato, comandada por Sergio Moro, é um verdadeiro milagre midiático criado pela Globo que, agora, está sendo devastada pelos vazamentos do Intercept.

É bom Dallagnol, o picaretazinho que tem sido o principal atingido pela Vaza Jato, ao lado de Moro, pelas sujeiras que armou na surdina da Lava Jato, parar com essa cascata de que a Lava Jato é uma cópia da operação Mãos Limpas da Itália. Isso pode valer para algumas mentes adormecidas ou alguns ingênuos propositais, mas para quem está minimamente ligado, sabe que a Lava Jato não foi uma operação para prender corruptos, mas uma trama de juiz, procuradores e policiais federais corruptos, somados a outros da Receita federal para produzir o maior escândalo de corrupção do judiciário brasileiro.

Dallagnol, no desespero de quem foi pego nu, assim como Moro, voltou a soltar as suas pérolas no twitter comparando a Lava Jato com a Mãos Limpas, numa vitimização patética, porque até aqui não se tem notícia que lá na Itália entre os procuradores e juízes tinha picaretas que quiseram abocanhar bilhões resgatados pela operação para criar uma fundação privada e dela desfrutar das benesses que o dinheiro traria, com foi o caso de Dallagnol, Moro e cia., tentando tungar a grana da Petrobrás numa jogada cinzenta que acabou sendo abortada depois que a sociedade denunciou a tramoia.

Será que lá o juiz chefe da operação Mãos Limpas protegeu o sigilo telefônico do maior mafioso da Itália, como Moro fez com o maior corrupto do Brasil?

Também não se tem notícia que lá na Itália os operadores da lei tenham sido desmascarados como os daqui estão sendo pela Vaza Jato do Intercept, muito menos se tem notícia de que o juiz chefe da operação Mãos Limpas, Gherardo Colombo, tenha virado ministro da justiça de Berlusconi para salvar os familiares do mafioso como Moro faz para salvar a cabeça de Flávio Bolsonaro e, por tabela, Queiroz e uma fila de milicianos engatilhados no laranjal do clã Bolsonaro, menos ainda teve caso de procurador que montou uma indústria de palestras para ser usada como caixa-2 no maravilhoso mundo das palestras corporativas bancadas por agiotagem corrente, como fizeram Dallagnol e Moro.

Eu poderia ficar aqui horas desmascarando essa comparação tosca, o que não falta é denúncia para dar fôlego para desmascarar esse farsante e demonstrar que os coroados heróis da Lava Jato se encontram hoje no brejo, coisa que até aqui não se tem notícia de ter acontecido com nenhum agente público envolvido com a operação Mãos Limpas na Itália.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Aparelhamento Bolsonarista

Aparentemente, a maneira de parar a Lava Jato era fazê-la de otária. Nada dessa coisa da esquerda confrontá-la abertamente. Nada de tentar desmontá-la em silêncio, como tentou Temer: o negócio era se eleger como campeão da luta contra os corruptos, colocar Moro no Ministério da Justiça, prometer-lhe uma vaga no STF, convocar passeata todo domingo contra a corrupção e, enquanto isso, aparelhar os tribunais, a Polícia, a Receita, o Coaf, todos os órgãos que foram responsáveis pelas investigações de corrupção da última década.

Bolsonaro conseguiu que Toffoli neutralizasse o Coaf e não deixou que Moro nomeasse gente sua para o órgão. Fez tudo isso enquanto convocava manifestações dizendo que o Coaf era a coisa mais importante de todos os tempos, que se o Coaf ficasse com Moro, o mundo acabaria. No fim, quem tirou o poder de Moro sobre o Coaf foi o próprio Bolsonaro.

Bolsonaro já deixou claro que só nomeará para Procurador-Geral da República quem aceitar ser submisso ao presidente. A tradição de escolher o mais votado da lista tríplice, defendida pela turma da Lava Jato, acabou, não tem mais, morreu, vai ver era comunismo aquilo.

E qual vai ser a desculpa para descartar qualquer nome que não aceite acobertar esquemas? A moral, é claro.

Cada vez que um candidato der sinais de que tem alguma mínima restrição às picaretagens de Bolsonaristas, eles vão inventar algum esquerdismo para o sujeito. Lembrem-se: o perfil oficial do Presidente da República compartilhou um texto que diz que Deltan Dallagnol é tão de esquerda quanto o PSOL. Se você for honesto, não se candidate à PGR sob Bolsonaro: em 15 minutos sua tia vai receber mensagem no Whatsapp dizendo que você defende distribuir mamadeira de pinto em creche.

E deixo aqui meus parabéns para quem foi domingo protestar contra o STF: começou a dar certo, o Toffoli já parou a investigação do Flávio.

Na semana passada o desmonte se acelerou na Receita e na Polícia federal.
O superintendente da Receita no Rio de Janeiro, Mário Dehon, foi atacado por autoridades investigadas e prontamente afastado por Bolsonaro, que também declarou que a Receita persegue sua família.

O superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, foi afastado por não interferir nas investigações sobre Flávio Bolsonaro. Bolsonaro achou que houve abusos na investigação, foi lá, e afastou o cara – Tudo isso enquanto seus apoiadores estão nas redes sociais pedindo para fechar o Congresso por causa da lei de abuso de autoridade.

E o Moro? Essa é a jogada mais impressionante, pela ousadia. Vários políticos tentaram neutralizar Moro, Mas só Bolsonaro foi arrojado o suficiente para neutralizá-lo, dando um cargo.

Desde então, Moro só perdeu poder, teve que silenciar sobre o caso Queiroz e é ridicularizado pelo Presidente da República sempre que possível. Pare de prestar atenção no Lula, Moro, esqueça o Greenwald: quem está te derrubando é o Jair.

Ainda não se sabe se o aparelhamento bolsonarista será bem-sucedido. A Polícia Federal, a Receita, os procuradores vão reagir. E parece cada vez menos provável que Moro termine o ano no cardo de ministro. Mas em termos de popularidade presidencial talvez não dê em nada: talvez a indignação toda tenha sido só mesmo cinismo.

 

*Por Celso Rocha de Barros – Folha – Servidor Federal e Doutor em Sociologia pela Universidade de Oxford (Inglaterra)

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Moro investigou durante cinco anos a família de Lula sem nada encontrar de ilícito; e as famílias de Bolsonaro e Moro aguentariam um mês de investigação?

O Intercept tem mostrado que o figurão da Lava Jato, Sergio Moro é, como disse Glauber Braga, “um juiz corrupto e ladrão”, isso em pouco mais de dois meses de revelações. Tudo rigorosamente provado, ou seja, Moro foi apanhado com a boca na botija de forma inconteste, cometendo uma série de crimes que assombraram juristas no Brasil e os mais renomados do mundo, para condenar Lula e receber de presente a cadeira do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O mesmo Moro, na sombra, utilizou todas as formas possíveis de ilícitos para revirar a vida de Lula e de sua família, incluindo netos, em parceria com o massacre que a Globo promovia com fuzilamentos diários contra Lula e seus familiares, de uma forma como nunca se viu a Globo fazer. Tudo alimentado pelos vazamentos criminosos promovidos por Moro que, instantaneamente viravam manchetes com matérias extensas no Jornal Nacional, com o intuito de assassinar a reputação de Lula e condená-lo sem provas na base do linchamento público, como tramaram Dallagnol e Moro.

Se Moro não está aguentando dois meses de revelações do Intercept, imagina uma devassa de apenas um mês no clã Bolsonaro. Na verdade, nem precisa imaginar, é só ver o aparelhamento desesperado que Bolsonaro está promovendo na Receita Federal, na Polícia Federal, no Coaf, na PGR, além do Ministério da Justiça do seu cão de guarda, Sergio Moro, para livrar a cara do seu clã que corre o risco de virar picadinho se toda a sujeira de seu bando vier à tona.

Por isso entregou nas mãos do filho, Flávio Bolsonaro, a indicação do PGR para blindá-lo no caso Queiroz, mesmo diante dos olhos da sociedade. Ou seja, o nível de desespero de Bolsonaro é o de sobrevivência, pois ele corre o risco não de sair do Palácio do Planalto debaixo de impeachment, mas algemado.

 

*Da redação

 

 

 

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Coaf, a joia da coroa dos maiores picaretas do governo Bolsonaro

Independente da tragédia econômica do governo Bolsonaro, ainda romanceada pela mídia, as grandes estrelas das sombras que compõem o núcleo mais duro da corrupção do governo disputam, como numa guerra santa, o controle do Coaf.

Antes, nos governos Lula e Dilma, nem se ouvia falar em Coaf, mas com os vazamentos publicados pelo Intercept, principalmente os mais recentes que envolvem Dallagnol e Roberto Leonel, atual presidente do Coaf, os brasileiros vão enxergando com mais clareza porque Moro exigiu de Bolsonaro o controle do Coaf na hora de negociar a sua ida para o Ministério da Justiça.

Pelo que se sabe, Bolsonaro concordou, mas, percebendo que nessa selva que é o seu governo, entregar o órgão nas mãos de Moro é permitir que ele tivesse acesso a informações escandalosas sobre o seu clã e mais um conjunto de vigaristas, como empresários, banqueiros, políticos que Moro poderia pressionar para, num futuro próximo, fabricar apoio político em uma aventura na disputa eleitoral de 2022. Ou seja, Moro sempre quis usar o Coaf como instrumento de espionagem clandestina e chantagem.

Lógico que, a essa altura do campeonato, Moro já tem muita informação sobre o laranjal do clã Bolsonaro, tanto que se negou a entregar para a Folha uma espécie de dossiê, que guarda a sete chaves, de boa parte da picaretagem envolvendo a família do patrão, o que não é pouca coisa, porque, como já é sabido pelo próprio Coaf, a coisa vai de Queiroz a Michele, de Flávio a Jair Bolsonaro e milicianos assassinos, incluindo os que mataram Marielle, envolvidos numa perigosa rede criminosa em que predomina a lei do silêncio, como qualquer outro cartel.

Por isso, quem estiver com o Coaf nas mãos, estará com o passaporte para aventuras muito mais promissoras e rentáveis. Daí a guerra a que estamos assistindo pelo controle dos dados do órgão.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas