Na quinta-feira (21), durante o lançamento de seu partido, Aliança pelo Brasil, Jair Bolsonaro disse que “ladrão de celular tem que ir para o pau” ao defender projeto de lei que retira punições de militares que cometerem crimes durante operações.
Um homem de 25 anos suspeito de roubar celulares foi amarrado em um poste por moradores do Bairro Aldeia Park, no município de Pacajus, Grande Fortaleza, na tarde deste domingo (24).
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o suspeito, que estava com celulares e não teve a identidade revelada, foi resgatado por guardas municipais de Pacajus e conduzido para a Delegacia Metropolitana de Horizonte. O caso será investigado pela Delegacia Metropolitana de Pacajus.
“Ir pro pau” Na quinta-feira (21), durante o lançamento de seu partido, Aliança pelo Brasil, Jair Bolsonaro disse que “ladrão de celular tem que ir para o pau”.
“Ladrão de celular tem que ir pro pau. E quando falo em ir para o pau, foi protocolado há poucos minutos na Câmara dos Deputados um projeto nosso que fala do excludente de ilicitude”, afirmou, relacionando ao projeto de lei com as regras para definir o chamado excludente de ilicitude.
O objetivo é isentar militares das Forças Armadas e integrantes de forças de segurança, como policiais civis e militares, que atuam em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), de eventuais punições.
No dia 9 de novembro, um dia após retomar a liberdade, o ex-presidente Lula se referiu ao assunto em discurso em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
Lula disse que “se as pessoas tiverem onde trabalhar, se tiverem salário, onde estudar e acesso à cultura, a violência vai cair”.
“Eu não posso mais ver jovem de 14, 15 anos assaltando e sendo violentado, assassinado pela polícia, às vezes inocente ou às vezes porque roubou 1 celular”, afirmou.
Uma cena chocante gravada neste domingo (17) na cidade de Achocalla, na Bolívia, mostra um jovem sendo atingido por um tiro do Exército enquanto filmava a repressão das Forças Armadas contra uma comunidade indígena que protestava contra o golpe de Estado que derrubou presidente Evo Morales.
“Olhem, estão usando balas, estão usando munição”, diz um jovem que encontra o dono do celular caído no chão ainda com uma transmissão ao vivo ligada.
As cidades de Achocalla e El Alto, localizadas no departamento de La Paz, tem sido palco de forte repressão das Forças Armadas após a consumação do golpe de Estado. Estas cidades são formadas por grandes comunidades indígenas que se rebelaram com a queda de Evo e com o desrespeito dos golpistas com a bandeira Whipala, símbolo dos povos originários.
No vídeo, é possível ver algumas Whipalas no chão em meio ao ataque dos militares promovido pela autoproclamada presidenta Jeanine Añez. Segundo a Defensoria Pública, são 23 mortos entre 30 de outubro e 16 de novembro, sendo 20 desde 11 de novembro, um dia após a renúncia forçada de Evo Morales.
‘Há pressão econômica, pressão diplomática e a dos militares; nossa força militar tem apoiado essa pressão’, afirmou Craig Stephen Faller, responsável pelo Comando Sul, que inclui a IV Frota.
O almirante norte-americano Craig Stephen Faller disse na última sexta-feira (15/11) que o Comando Sul do país acompanhou de perto os últimos acontecimentos da Bolívia e parabenizou o “profissionalismo” das Forças Armadas bolivianas na “defesa da democracia” no país.
Na sequência da mesma entrevista, a um rede de TV digital da oposição venezuelana, a VPI TV, Faller pediu para que outras “forças armadas sejam profissionais, porque sei que há profissionais que fazem o correto”.
O Comando Sul reúne um conjunto de forças militares norte-americanas responsável pelo planejamento de contingência, pelas operações e pela cooperação militar com países da América Central, do Sul e Caribe. Uma das forças sob o comando de Faller é a chamada IV Frota, recriada recentemente. O Comando Sul dispõe de até 4.000 homens para atuação imediata na América do Sul. O símbolo das tropas sob o comando de Faller é um escudo com uma águia ao alto, representando os Estados Unidos, e o mapa da América Central e do Sul abaixo.
A entrevista configura um verdadeiro chamado para uma intervenção militar na Venezuela. A jornalista que entrevista Craig pergunta diversas vezes quais são as ações e planos do Comando Sul e dos Estados Unidos para a Venezuela.
As declarações do almirante aconteceram um dia antes de uma grande manifestação em apoio ao governo de Nicolás Maduro e do fracasso quase que total de um protesto de apoiadores da oposição e do presidente autoproclamado Juan Guaidó. A fala de Faller incitava ainda que os militares da Venezuela “considerem seu juramento e façam a coisa certa”, numa insinuação bastante explícita de que eles receberiam apoio dos EUA no caso de atuarem de forma semelhante ao que ocorreu na Bolívia.
“Nosso enfoque aqui é trabalhar junto as verdadeiras, boas e profissionais forças de seguranças de Colômbia e Brasil. E outras [forças] regionais que são muito efetivas, que ajudam a compartilhar informações e compreendem a gravidade da situação e tentam encontrar formas de ajudar. Nosso governo, dos Estados Unidos, segue fazendo pressão no governo de Maduro e assim desenvolvemos um papel de assistência aqui”, afirmou.
Em outra ocasião, Faller já havia comparado o governo do presidente Maduro ao da Síria de Bashar al-Assad, dizendo que a Venezuela se aproximaria de uma situação similar se o mandatário venezuelano não deixasse o poder.
Questionado sobre uma possível intervenção militar na Venezuela, o almirante afirmou que já há “pressão” de países e que isso é um “fator importante”, pois, segundo ele, Maduro “está cada vez mais isolado”.
“A comunidade internacional está aplicando muita pressão, são mais de 50 nações unidas. E esse é um fator importante na pressão que está sendo aplicada. Então, há pressão econômica, pressão diplomática e a dos militares. Nossa força militar tem apoiado essa pressão”, disse.
Faller ainda afirma, sem se preocupar minimamente em oferecer qualquer tipo de comprovação, que “há uma conexão do narcotráfico e o governo de Maduro”, sendo o presidente um “narcotraficante que agora tem um livre reinado para governar junto com outros governos” e que apoia o terrorismo internacional.
Durante a entrevista, Cuba, Rússia e China foram citados como apoiadores de Maduro.
O almirante afirmou ainda que toda a política estratégica do Comando Sul segue as linhas governamentais norte-americanas e disse que deixa aos “responsáveis políticos” as decisões e, assim, se “mantêm focado no papel militar”. “Nosso trabalho deve ser estarmos prontos para cooperar com nossos sócios compartilhando informações e inteligências”, afirmou.
As cenas de repressão contra o povo, promovidas pelas Forças Armadas bolivianas, pagas pelo próprio povo, é uma atitude que causa repulsa e frisa a corrupção do alto comando.
Fala-se que os Estados Unidos patrocinam a carnificina que seguiu, depois do golpe arquitetado por Camacho, um falso cristão, assim como a própria Jeanine Áñez, a não ser que tenha na bíblia dessa gente, e não se saiba, algum capítulo em que Cristo aplaude os soldados romanos que massacraram seu povo ou a ele próprio.
Sim, porque o que não falta na Bolívia, assim como no Brasil, é essa gente que cheira à religião, mas acredita no deus mercado que está aplaudindo neste momento o massacre de quatro jovens pobres, massacre ordenado por uma golpista que teve, de imediato, apoio do governo Bolsonaro, assim como o reconhecimento de uma falsa presidente.
Enoja ver como os interesses financeiros da elite latino-americano, em parceria com Trump, trabalha nas sombras como se, em pleno século XXI, diante de uma revolução digital em que a informação corre o mundo em tempo real pelas redes sociais, ainda se vivesse na década de 1960, nas ditaduras que faziam o sangue das pessoas pobres jorrar para saciar a sede que a ganância produz nessa oligarquia medieval.
Trata-se de uma falsa ideologia que não é outra coisa, senão a pilhagem de um grupo reduzido de vigaristas que usa todo o expediente, do religioso ao moral, para emplacar uma agenda ultraconservadora que faz com que toda uma população se sacrifique para entregar sua mão de obra e as riquezas do país para um número ínfimo de pilantras que formam a milícia da ganância doentia, psicopata que não enxerga nada além de sua própria ambição.
Espera-se que o mundo veja essas cenas, repudie e promova uma pressão sobre os governos para que os golpistas da Bolívia sofram as consequências desses assassinatos, com boicote financeiro e comercial e a condenação por crime contra a humanidade.
Colocaram um bandida no poder que, em poucos dias, mostrou como tem sede de sangue do povo boliviano.
Basta digitar no google a palavra “milícia” para, imediatamente, aparecer o nome de Bolsonaro, como se fosse um nome originalmente composto. E esse sujeito é o presidente do Brasil. Pior, para chegar ao poder, teve uma ajuda significativa das Forças Armadas, da grande mídia, dos milionários, do judiciário e do Ministério Público. Tudo misericordiosamente confessado. O que mostra que a escória de apoio ao capitão é pior do que o próprio.
As declarações de Luis Fernando Camacho, na Istoé, o golpista boliviano que comandou a insurreição das milícias contra Evo Morales, dão conta de forma generalizada que Bolsonaro foi praticamente o maestro de um golpe em que Camacho foi o spalla.
Alguma surpresa? Não. Bolsonaro sempre postulou comandar o império das milícias no Brasil e na América Latina, tanto que reconheceu o autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, que tem relações com traficantes de toda ordem e milicianos da região, assim como foi o primeiro a reconhecer o golpe em Evo Morales como democrático e também a autodeclarada presidente da Bolívia, Jeanine Áñez.
Parece que a palavra milícia é um código de guerra para Bolsonaro. Aliás, a mídia não cobra punição aos milicianos que invadiram a embaixada da Venezuela no Brasil.
O que se tem de concreto com a declaração de Camacho é que Bolsonaro e seus filhos, que sempre mantiveram relação estreita com a milícia carioca, abriram uma picada na Bolívia, assim como tentam fazer o mesmo na Venezuela, numa interfecundação das milícias latino-americanas unificadas em busca do poder nesses países.
Isso, sem falar que o caso Marielle e a milícia que a assassinou, para Bolsonaro, estão cada vez mais próximos dele e de seus filhos, por uma corrente de fatos que ganham novos elos a cada momento.
Os depoimentos e os vídeos que chegam do Chile impressionam pela garra do povo no enfrentamento às forças de repressão do governo de Sebastián Piñera. Não só o povo não sai das ruas até que o elefante dourado do neoliberalismo caia, como o presidente, fazendo o povo subir cada vez mais a fervura contra os repressores.
O explosivo ataque da população contra o veículo militar mostra que a insurreição chilena está disposta a ir até as últimas consequências para impor a sua vontade diante da tirania, não aceitando mais ser escrava de um sistema neoliberal imposto pela ditadura de Pinochet.
Mediante a fúria do povo, inteiramente tomado por um espírito de combate impressionante que domina as cenas das manifestações, pode-se projetar que há uma ruptura total não só com o governo, mas também com o mercado. O que, certamente, contagiará toda a América Latina.
O vídeo abaixo é emocionante, porque mistura a indispensável força do povo nas ruas com sua resiliência e coragem diante da desordem neoliberal que arruinou com o povo.
“Um dos primeiros gestos dos golpistas foi retirar a bandeira Wiphala, dos povos indígenas, da Assembleia Legislativa, o que revela o seu caráter racista e fascista”
Lamento profundamente o envolvimento de igrejas evangélicas brasileiras no golpe de estado promovido na Bolívia e que culminou na renúncia de seu presidente democraticamente eleito Evo Morales, primeiro presidente indígena de um país latino-americano. Todavia, confesso que não me surpreendo por saber que muitas destas igrejas estão à serviço da agenda norte-americana que tem como objetivo consolidar a América Latina como seu quintal.
Um dos primeiros gestos dos golpistas foi retirar a bandeira Wiphala, dos povos indígenas da Bolívia, da Assembleia Legislativa, o que revela o seu caráter racista e fascista.
Em pronunciamento oficial, Evo Morales renunciou para evitar um banho de sangue em seu país. Algumas horas antes, as casas da irmã do presidente e de dois governadores de seu partido foram incendiadas.
A renúncia foi anunciada pouco depois das Forças Armadas e da Defensoria Pública boliviana aderirem ao golpismo promovido pela oposição, capitaneada por Luis Fernando Camacho e Carlos Mesa, segundo colocado nas eleições de 20 de novembro. O pleito, rejeitado pela direita, garantiu um quarto mandato ao ex-líder sindical indígena.
Fernando Camacho entrou no Palácio do governo munido de uma Bíblia pouco antes da declaração oficial de Morales, demonstrando ser um dos principais artífices do golpe. De joelhos dobrados, numa cena que claramente visava agradar a seus apoiadores fundamentalistas, Camacho colocou a Bíblia aberta sobre a bandeira do país, depois já haver afirmado que traria Deus de volta ao palácio.
Triste mesmo foi ver os líderes evangélicos brasileiros celebrando o atentado contra a democracia. É justamente por associar-se à agenda neoliberal e ao imperialismo norte-americano que as igrejas evangélicas sofrem tantas perseguições mundo afora. Uma coisa é ser perseguido por amor a Cristo e ao evangelho. Outra totalmente diferente é ser perseguido justamente por opor-se aos direitos das minorias e aliar-se a interesses escusos contrários aos princípios pregados por Jesus.
Depois do ocorrido na Venezuela e na Bolívia, o Brasil deveria colocar as barbas de molho. As forças contrárias à democracia e à ascensão das classes trabalhadoras não vão deixar barato o ocorrido na Argentina e no Chile. A Bolívia é só um recado.
Esta matéria é fundamental para entender o que está em jogo e como a direita opera com milícia digital e milícia tradicional. Não por acaso, depois que começaram a pipocar as denúncias, com provas, do envolvimento do clã Bolsonaro no golpe da Bolívia, usando milícia digital para apoiar os milicianos que deram o golpe, Carlos Bolsonaro correu para excluir suas contas no Twitter e em outras redes sociais.
A matéria que segue é bem elucidativa e vale muito a pena a leitura para o entendimento de como os golpistas estão atuando em rede na América Latina.
“Eles estão divulgando propaganda em inglês, seus nomes de contas são geralmente @ nomenúmeros e foram criados em novembro”, diz jornalista.
O golpe de estado contra o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, fez uso de milícias digitais nas redes sociais como um de seu métodos de ataque ao governo do ex-líder sindical. Uma série de contas criadas em novembro tem atacado aqueles que denunciam o golpe e espalhado notícias falsas.
“Há milhares de contas obviamente robôs atacando qualquer pessoa que tuíta sobre o golpe de direita na Bolívia. Eles estão divulgando propaganda em inglês, seus nomes de contas são geralmente @ nomenúmeros e foram criados em novembro. Há uma grande operação em andamento aqui”, denunciou o jornalista Benjamin Norton, do Grayzone Project.
Tercer Mundi Policiais realizaram motim e, com o respaldo das Forças Armadas, apoiaram o golpe contra Evo Morales
Após a consideração, o comunicador foi vítima de ataques direcionados. Uma série de contas criadas logo após a postagem respondiam diretamente ao jornalista. “Hahaha, outra conta de bot do golpe na Bolívia que tem apenas 4 tweets, todos me atacando. Foi criado há 3 horas e segue uma pessoa: o líder do golpe de extrema direita boliviano Camacho. Esta campanha de desinformação pró-golpe de bot é tão óbvia”, criticou.
Um tuíte da agência de notícias Findes também mostra o ataque coordenado desses robôs, como expõe o usuário Bruno Silveira (@bslvra). “Entrei nos comentários desse tweet e todos os que estão acusando Evo e apoiadores de seu partido têm menos de dez seguidores e são contas criadas em novembro/2019”, diz.
Alguns usuários ainda denunciaram um possível elo do exército de milícias digitais do bolsonarismo do Brasil com os ataques virtuais na Bolívia. “Lotaram o twitter de bot de oposição ao Evo Morales, todos mais ou menos têm o mesmo perfil, são moças, bonitas, universitárias ou com emprego razoável, todos são de novembro, acabaram de entrar no twitter, guerra híbrida como no Brasil, à la Steve Bannon”, postou a usuária Renata (@Ondasmares).
Camacho e Bolsonaro
Apontado como comandante dos ataques, o líder opositor de extrema direita Luis Fernando Camacho já esteve no Brasil em conversa com o chanceler Ernesto Araújo, que afirma que não houve golpe na Bolívia. “Conseguimos o compromisso pessoal e governamental do chanceler Ernesto Fraga Araújo de elevar como estado brasileiro e garante da CPE [Constituição Plurinacional do Estado] a encomenda de interpretação da convenção sobre a reeleição indefinida para a CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos]. O Chanceler instruiu de forma imediata e na mesma reunião que se realize a consulta”, relatou Camacho, após encontrar o ministro brasileiro.
Em áudio filtrado pelo jornal boliviano El Periódico, um interlocutor golpista revela o apoio “das igrejas evangélicas e do governo brasileiro” ao golpe, e fala de um suposto “homem de confiança de Jair Bolsonaro, que assessora um candidato presidencial”. “Temos que começar a nos organizar para falar de política nas igrejas, como já se faz há muito tempo no Brasil, que já tem deputados, prefeitos e até governadores da igreja (evangélica)”, diz.
Entrei nos comentários desse tweet e todos os que estão acusando Evo e apoiadores de seu partido têm menos de dez seguidores e são contas criadas em novembro/2019. https://t.co/QrWYHZf03y
Após Forças Armadas adentrarem no golpismo da direita, Evo renuncia e pede pacificação do país.
Eleito para um quarto mandato, Evo Morales acaba de renunciar ao cargo, depois que militares bolivianos sugeriram sua saída do cargo.
Golpe consumado. O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou neste domingo (10) sua renúncia pouco depois das Forças Armadas e da Defensoria Pública boliviana aderirem ao golpismo promovido pela oposição, capitaneada por Luis Fernando Camacho e Carlos Mesa, segundo colocado nas eleições de 20 de novembro. O pleito, rejeitado pela direita, garantiu um quarto mandato ao ex-líder sindical cocaleiro.
Pouco antes de Morales oficializar sua saída do posto, uma série de lideranças do MAS, partido oficialista, apresentaram renúncia. Governadores, deputados, senadores, ministros e a presidenta do Tribunal Supremo Eleitoral deixaram seus postos em meio ao avanço da violência dos golpistas, que queimaram casas e perseguiram parentes dos moralistas.
Por volta das 17:54, horário de Brasília, foi feito o anúncio oficial, na cidade Chimore, província de La Paz. O vice-presidente Álvaro Garcia Linera também renunciou ao posto.
Com o objetivo de tentar pacificar o país, em conflito desde que a oposição pregou o não-reconhecimento do resultado das urnas que garantiu vitória em primeiro turno para o ex-dirigente sindical cocaleiro, Morales propôs na manhã deste domingo a realização de novas eleições gerais. A Organização dos Estados Americanos fez uma auditoria nas urnas e não declarou se houve fraude, mas também recomendou um novo pleito devido ao caos instalado pelos opositores.
Depois dos mais recentes vazamentos dos áudios de Queiroz em que ele mostra uma alinhamento perfeito entre ele e o clã Bolsonaro, com aquelas expressões típicas da malandragem, Bolsonaro quer romper a aliança que tem com establishment miliciano?
Ora, a definição de Bolsonaro se confunde com a própria definição de milícia. Na verdade, ele é a própria expressão da teia criminosa que envolve as múltiplas formas de atuação da milícia. Todas elogiadíssimas e condecoradas pelo clã.
Na realidade, essa sempre foi a profissão de fé de Bolsonaro. Ele caminhou durante 28 anos pelo esgoto da política, sendo guiado por suas afirmações positivas a grupos de extermínio, extorsões de milicianos e, sobretudo da contaminação do crime nas polícias brasileiras e até nas Forças Armadas. É só rever o balanço histórico do sujeito.
Bolsonaro tem um elevado número de seguidores por suas discriminações a minorias, mas principalmente pelo racismo em que transforma seus discursos em pura emoção de supremacia branca. Ou seja, com Bolsonaro os negros devem ser tratados com tolerância zero. Isso agrada em cheio a classe média brasileira extremamente racista, além de alimentar um ódio racial silencioso que só se revela em ataques a movimentos negros e da própria cultura protagonizada pelos negros.
Queiroz foi uma figura indispensável em sua trajetória e não há quem exclua ou separe Queiroz de Bolsonaro, um está tatuado no outro. O mesmo Queiroz fala com emoção que jamais trairia o chefe.
Não falamos de alguém que é considerado residual por Bolsonaro, mas de quem atua como seu braço direito no maravilhoso mundo militante da causa miliciana.
Não há solução possível para Bolsonaro diante das revelações contidas nos áudios vazados, até porque, na fala de Queiroz existe um plano político de PSL, comandar o PSL num dos principais colégios eleitorais do país, o Rio de Janeiro, prometendo fazer uma limpeza na área. Pelo jeito, é uma de suas especialidades que anda, como mostram as gravações, irritado com a balbúrdia do partido.
Não há cálculo político possível que tire de Bolsonaro seu principal guarda-costas nos negócios escusos do clã. O que se espera é que o Ministério Público avance nas investigações no caso Queiroz e revele ao país, com todas as provas, que tipo de bandido usa a faixa presidencial hoje no Brasil.