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Vídeo: Eduardo Bolsonaro já levantou suspeitas de que o PT usou avião do governo para transporte de drogas

O filho de Bolsonaro, o Eduardo, mirou num governo e acertou em outro.

Um militar da aeronáutica foi detido no aeroporto de Sevilha nesta terça-feira com 39 quilos de cocaína em avião da FAB usado em comitiva do presidente Jair Bolsonaro em viagem ao Japão.

O filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), divulgou um vídeo, em fevereiro deste ano, onde levanta suspeitas sobre os governos petistas terem usado aviões a serviço do ministério da Saúde para transportarem drogas.

O feitiço literalmente virou contra o feiticeiro.

https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1096005135808020481

 

*Com informações da Revista Forum

 

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Documento da ONU inclui Bolsonaro na lista dos “Fracassos de liderança”

Jair Bolsonaro e Donald Trump aparecem em levantamento sobre o impacto das mudanças climáticas na parcela mais pobre da população mundial; no documento, o relator especial da ONU sobre pobreza extrema e direitos humanos, Philip Alston, diz que as lideranças citadas são um “fracasso”.

No documento, o relator especial da ONU sobre pobreza extrema e direitos humanos, Philip Alston, diz que as lideranças citadas são um “fracasso”. Ele faz críticas bastante duras especificamente contra Bolsonaro, de acordo com reportagem de Helena Borges, no Globo.

“Ainda hoje, muitos países estão dando passos de pouca visão e na direção errada”, diz ele. “No Brasil, o presidente Bolsonaro prometeu abrir a Floresta Amazônica para a mineração, acabar com a demarcação de terras indígenas e enfraquecer as agências e proteção ambientais.”

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Fundo do poço: Sergio Moro apela para o programa do Ratinho

Depois do furacão provocado pelo vazamento das conversas “secretas” entre      Moro, Dallagnol e demais procuradores da força-tarefa, pelo site The Intercept Brasil, Moro, desorientado que está, apela pra qualquer tábua de salvação.

Sergio Moro vai gravar na próxima segunda-feira (17) o programa do Ratinho, no SBT. Pra quem já foi tido como rei, é um sinal de que o fundo do poço está próximo, apontado como criminoso, como vem sendo em função dos ilícitos cometidos na condução da Lava Jato, quando ainda juiz.

De acordo com a reportagem da Bela Megale, do jornal O Globo, a participação de Moro no programa do Ratinho já havia sido marcada no mês passado, quando o apresentador esteve em Brasília para um encontro com o presidente Jair Bolsonaro.

A pauta em questão é o pacote anticrime de Moro, mas, com a mudança dos ventos em forma de furação, que trouxeram à luz a troca de mensagens entre Moro, Dallagnol e outros procuradores, provavelmente aproveitará a oportunidade para tentar se defender do indefensável.

Ratinho foi à Brasília se encontrar com Bolsonaro para tratar sobre a ida de ministros de seu governo ao programa. Ratinho não fez a propaganda de graça, apesar de defender a proposta. O governo pagou R$ 268,5 mil para que ele falasse bem da reforma. O próximo da lista é o chefe da pasta da Economia, Paulo Guedes.

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Acuado, Moro diz que não pedirá demissão

O Ministro da Justiça Sergio Moro concedeu entrevista ao Estado de São Paulo disse:

“Eu me afastaria se houvesse uma situação que levasse à conclusão de que tenha havido um comportamento impróprio da minha parte. Acho que é o contrário”. Ele também falou também que é vítima de hackers, “Quanto à natureza das minhas comunicações, estou absolutamente tranquilo.”.

Ao confirmar que usava o aplicativo Telegram, ele falou:

“O que a gente fazia? A gente mandava para o Ministério Público. Mandava normalmente pelos meios formais, mas, às vezes, existia uma situação da dinâmica ali do dia, naquela correria, e enviava por mensagem”.

Sobre o que afirmou Gilmar Mendes sobre ter cometido crime, Moro se defendeu:

“Não tem nada, nunca houve esse tipo de conluio. Tanto assim, que muitas diligências requeridas pelo Ministério Público foram indeferidas, várias prisões preventivas. O pessoal tem aquela impressão de que o juiz Moro era muito rigoroso, mas muitas prisões preventivas foram indeferidas, várias absolvições foram proferidas. Não existe conluio. Agora, a dinâmica de um caso dessa dimensão leva a esse debate mais dinâmico, que às vezes pode envolver essa troca de conversas pessoais ou por aplicativos. Mas é só uma forma de acelerar o que vai ser decidido no processo”.

Sobre a condenação de Lula no caso do Triplex:

“Olha, se tiver uma análise cautelosa, se nós tirarmos o sensacionalismo que algumas pessoas interessadas estão fazendo, não existe nenhum problema ali. Foi um caso decidido com absoluta imparcialidade com base nas provas, sem qualquer espécie de direcionamento, aconselhamento ou coisa que o valha”. Ele também disse que não negou e nem confirmou a frase “In Fux we trust”.

Dependente de Jair Bolsonaro, Moro o elogiou.

“Desde o início o presidente me apoiou. Agora, esse foi um trabalho realizado enquanto eu não era ministro. Então não é responsabilidade do atual governo. O presidente reconhece e já deu demonstrações públicas nesse sentido de que não se vislumbra uma anormalidade que se coloque em xeque a minha honestidade”, afirma.

Moro falou também sobre o grampo ilegal contra a ex-presidenta Dilma:

“Veja, isso foi dito na época dos fatos, lá em 2016. Houve uma posição da polícia requerendo o levantamento do sigilo, houve uma posição do Ministério Público requerendo o levantamento do sigilo. E houve uma decisão que eu tomei de levantar o sigilo. Se isso foi tratado em mensagens, ali, teria sido tratado dessa forma. Mas não teve nenhum comprometimento ali de imparcialidade no processo. A posição é a que está no processo. É exatamente o que foi feito. Não vejo ali o motivo da celeuma”

 

 

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Globo joga tudo na defesa da Lava Jato, mas pode afundar abraçada a Moro; por Ricardo Kotscho

Ao jogar tudo na defesa da Lava Jato, a Globo dobrou a aposta e agora corre o risco de afundar abraçada ao ex-herói nacional Sergio Moro, que acaba de ser desmascarado.

Na verdade, a Globo está também atuando em causa própria, pois desde o primeiro momento apoiou e bancou a força-tarefa de Curitiba comandada pelo ex-juiz, hoje ministro da Justiça do governo de extrema-direita.

“A Globo é sócia, agente e aliada de Moro e da Lava Jato”, disse o jornalista Glenn Greenwald, autor das denúncias publicadas no site The Intercept, o que não chega a ser uma grande novidade para quem acompanha há cinco anos a operação casada da Lava Jato com jornalistas e donos da mídia amiga.

Em entrevista a Thiago Domenici, da Agência Pública, Greenwald lembrou que “o tempo todo, a grande mídia não estava reportando sobre a Lava Jato, ela estava trabalhando para a Lava Jato”.

Segundo o jornalista, há exceções como a Folha de S. Paulo, e jornalistas independentes.

“Preciso falar que depois de publicar o que publicamos, acho que com uma exceção, que é a Globo, a grande mídia está reportando o material de forma mais ou menos justa, com a gravidade que merece”.

De fato, o restante da mídia já rifou o ex-juiz solenemente, porque sabe que novas denúncias virão nas reportagens do site The Intercept.

Mas só o que já foi divulgado seria suficiente para Moro ser demitido do governo, e Deltan Dallagnol afastado da operação e investigado pelo Ministério Público Federal.

Até o presidente Jair Bolsonaro, que de bobo não tem nada, está se fingindo de morto diante do maior escândalo da história da Justiça brasileira que envolve o seu superministro.

Na terça-feira, o capitão convidou o ministro para passear de lancha e depois o condecorou com uma medalha da Marinha, mas quando foi perguntado sobre os vazamentos das conversas de Moro virou as costas e encerrou a entrevista.

Passadas 72 horas, Bolsonaro continua em obsequioso silêncio sobre o assunto que provocou o maior abalo no seu governo até agora.

Sem em nenhum momento desmentir a veracidade das mensagens trocadas com Dallagnol e outros procuradores, Moro e a Globo continuam insistindo em reduzir o caso a um “vazamento criminoso” de conversas particulares feito por “hackers”, como se não tivessem usado os mesmos métodos durante a Operação Lava Jato.

Greenwald já desmentiu a história dos “hackers”, garante que recebeu as gravações de uma fonte anônima e promete novas revelações sobre as conexões espúrias da Lava Jato com a mídia conservadora.

“Os jornalistas pararam de investigar e questionar a Lava Jato e simplesmente ficaram aplaudindo, apoiando e ajudando”, afirma o jornalista na entrevista à Pública.

No caso da Globo, que só comenta o crime praticado pela fonte de Greenwald, e não mostra interesse no conteúdo das gravações, chega a ser patético o comportamento dos seus profissionais.

É até um desperdício: para que tantos comentaristas globais, se todos repetem sempre a mesma coisa, de acordo com o script da emissora?

O noticiário parece um realejo que toca em todos os telejornais do grupo, tentando distrair a platéia sobre o que realmente interessa nessa história: o modus operandi do crime cometido por agentes públicos para condenar Lula e tirá-lo da disputa presidencial.

Num momento em que a empresa enfrenta dificuldades financeiras e perde bons profissionais para a concorrência, não dá para entender a postura arrogante da Globo, na mesma linha de Moro e Dallagnol.

Para sair dessa encruzilhada, voltar a fazer bom jornalismo, que a Globo sabe fazer, respeitando a verdade factual, com pluralidade de opiniões, talvez ainda seja a melhor estratégia.

Moro, Dallagnol e todos os procuradores da força-tarefa de Curitiba que cuidem das suas próprias defesas.

 

 

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Gilmar Mendes devolve para 2ª turma do STF o pedido de habeas corpus de Lula, o que poderá libertá-lo

Diante do vazamento da promiscuidade que foi a armação da Lava Jato para tirar Lula da eleição de 2018 e, consequentemente eleger Bolsonaro, Gilmar Mendes devolveu para 2ª turma nesta segunda-feira o pedido de anulação da condenação de Lula.

A Segunda Turma julgava a solicitação de pedido do ex-presidente para anular sua condenação. A alegação era suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no caso, depois que ele aceitou o convite para ser ministro do governo Jair Bolsonaro.

No momento em que Gilmar Mendes pediu vistas, ainda no mês de dezembro de 2018, o placar parcial estava 2 a 0 contra a concessão do HC, com os votos dos ministros Edson Fachin (relator) e Cármen Lúcia. Além dele, ainda faltam votar os ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.

Como o STF convocou sessão extraordinária para a manhã desta terça-feira e, diante dos últimos e estarrecedores acontecimentos, supõe-se que o pedido de anulação da condenação de Lula esteja na pauta e que, por conseguinte, ele poderá ser libertado.

 

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São 1.700 páginas de #VazaJato; maior que o arquivo de Snowden, diz Greennwald

Os editores do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald e Leandro Demori, disseram ter divulgado somente 1% do #VazaJato e que é o maior vazamento jornalístico brasileiro.

“A gente não está divulgando o tamanho do arquivo, mas é maior que o arquivo Snowden. Só para vocês terem uma ideia, em uma das reportagens a gente fala de um dos grupos, que é dos procuradores da Lava-Jato em Curitiba, gerou 1.700 páginas de pesquisas. E tem centenas de grupos e conversas. Eu diria que a gente olhou 1% do material, é muita coisa”.

Em entrevista concedida pelos dois editores na tarde desta segunda-feira (10) aos jornalistas Breno Sabóia e Igor Mello do UOL , Greenwald ainda destacou que o material a ser revelado reforça a interferência de Sérgio Moro no trabalho do MPF.

Demori disse que as informações que obtiveram abrangem três anos e que esse período é referente ao meio da investigação da Lava Jato e que o trabalho de filtragem continua.

“Aparentemente, a gente está trabalhando com um menu de histórias. Estamos fazendo um pré-filtro, para ver se é de interesse público e se elas param em pé. O procurador ontem [9] falou que as conversas são descontextualizadas, negou veemente. O contexto está absolutamente claro, os chats são detalhados, extensos, com horários, com data. Não há dúvidas sobre o que eles estão falando. Agora estamos olhando para essas outras histórias”, informou.

“Temos mais materiais envolvendo o papel do Moro na Lava Jato, mostrando que ele é um chefe da força-tarefa, que criou estratégias para botar Lula e outras pessoas na prisão, e atuou quase como um procurador, não como juiz”.

Segundo Greenwald, entre o material que pode estar por vir, estão conversas entre Moro e Jair Bolsonaro de antes da eleição presidencial.

“Temos conversas que ainda não reportamos sobre o Moro estar pensando na possibilidade de aceitar uma oferta do Bolsonaro, caso ele ganhasse. Isso foi antes da eleição, acho que depois do primeiro turno”.

Vamos aguardar o desenrolar desse novelo.

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Le Monde diz: ‘Lava Jato manobrou para evitar eleição de Lula’; repercussão mundial

O jornal francês Le Monde chama de Brasilgate as bombásticas revelações das “conversas secretas” da Lava Jato protagonizadas por Sergio Moro e Deltan Dallagnol. A matéria brasileira é destaque no mundo inteiro. O jornal francês diz que, a Lava Jato manobrou para evitar a eleição de Lula.

“Mensagens também revelam que os próprios promotores tinham ‘sérias dúvidas sobre a existência de provas suficientes da culpa de Lula’ no caso da obtenção de um suborno por meio de triplex, que finalmente o mandou para a prisão por oito anos e dez meses depois de uma recente revisão de sua sentença. Essa condenação impediu que Lula, o favorito das intenções de voto na época, fosse candidato na eleição presidencial em outubro passado. Ele sempre reivindicou sua inocência e afirmou ser vítima de maquinações políticas destinadas a impedi-lo de concorrer a um terceiro mandato após os de 2003 a 2010”, afirma o Le Monde.

A emissora multiestatal teleSUR também destacou as revelações em seu site

“Se, até agora, Moro e Dallagnol puderam manter o segredo sobre como armaram o complô judicial, ele começa a rachar com os dados revelados pelo Intercept. (…) Os materiais contêm pistas de que os fiscais da força-tarefa falavam abertamente de seu objetivo de frear um triunfo do PT nas eleições de outubro de 2018”.

O La Jornada, do México, disse que as conversas “desnudam” a operação contra Lula.

“Chats do Telegram desnudam operação contra Lula no Brasil. Os promotores encarregados da operação de combate à corrupção Lava, liderada por Deltan Dallagnol, ‘falavam abertamente de seu desejo de evitar’ que o Partido dos Trabalhadores (PT) vencesse a eleição presidencial do Brasil em 2018. E o juiz Sergio Moro, agora poderoso ministro da Justiça do governo do neofacista Jair Bolsonaro, “colaborou secretamente e sem ética” com a equipe do Ministério Público para acertar o caminho para o agora presidente”.

O espanhol El Pais disse que as revelações “põem em dúvida a imparcialidade da operação Lava Jato”.

“O que The Intercept revela é que o atual ministro da Justiça orientou as investigações do chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, para facilitar as condenações, algo proibido pela Constituição e pelo Código Penal Brasileiro”

A emissora catari Al Jazeera chamou as revelações de “explosivas”.

“As acusações vêm em uma hora ruim para Bolsonaro, que já está enfrentando uma oposição crescente com menos de seis meses no cargo, enquanto a maior economia da América Latina está cambaleando no limite da recessão e sua reforma da previdência continua empacada em um Congresso hostil””, afirma.

 

 

 

 

 

*Informações obtidas no Ópera Mundi

 

 

 

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A troca de mensagens sigilosas entre Moro e Dallagnol entrega a grande farsa

É só mais um aperitivo. Vem muito mais por aí.

Chats privados revelam colaboração proibida de Sergio Moro com Deltan Dallagnol na Lava Jato.

Moro sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram conversas privadas ao longo de dois anos.

Sergio Moro e Deltan Dallagnol trocaram mensagens de texto que revelam que o então juiz federal foi muito além do papel que lhe cabia quando julgou casos da Lava Jato. Em diversas conversas privadas, até agora inéditas, Moro sugeriu ao procurador que trocasse a ordem de fases da Lava Jato, cobrou agilidade em novas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, antecipou ao menos uma decisão, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público e deu broncas em Dallagnol como se ele fosse um superior hierárquico dos procuradores e da Polícia Federal.

“Talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejadas”, sugeriu Moro a Dallagnol, falando sobre fases da investigação. “Não é muito tempo sem operação?”, questionou o atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro após um mês sem que a força-tarefa fosse às ruas. “Não pode cometer esse tipo de erro agora”, repreendeu, se referindo ao que considerou uma falha da Polícia Federal. “Aparentemente a pessoa estaria disposta a prestar a informação. Estou entao repassando. A fonte é seria”, sugeriu, indicando um caminho para a investigação. “Deveriamos rebater oficialmente?”, perguntou, no plural, em resposta a ataques do Partido dos Trabalhadores contra a Lava Jato.

“VIRAM ISSO????”, escreveu no Telegram Athayde Ribeiro Costa, um dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal do Paraná. “PqP!”, respondeu Roberson Pozzobon, membro da equipe e do grupo FT MPF Curitiba 2, no qual procuradores da Lava Jato de Curitiba discutiam estratégias para as investigações que transformaram a política brasileira.

As mensagens eram uma reação à notícia “Diretor da Odebrecht que acompanhava Lula em suas viagens será solto hoje”, publicada naquele 16 de outubro de 2015 no blog de Lauro Jardim, do Globo.

Minutos depois, Dallagnol usou o chat privado do Telegram para discutir o assunto com Moro, até então responsável por julgar os casos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba.

“Caro, STF soltou Alexandrino. Estamos com outra denúncia a ponto de sair, e pediremos prisão com base em fundamentos adicionais na cota. […] Seria possível apreciar hoje?”, escreveu Dallagnol.

“Não creio que conseguiria ver hj. Mas pensem bem se é uma boa ideia”, alertou o então juiz. Nove minutos depois, Moro deu outra dica ao procurador: “Teriam que ser fatos graves”.

Depois de ouvir a sugestão, Dallagnol repassou a mensagem de Moro para o grupo de colegas de força-tarefa. “Falei com russo”, anunciou, usando o apelido do juiz entre os procuradores. Em seguida, os investigadores da Lava Jato passaram a discutir estratégias para reverter a decisão, mas Alencar não seria preso novamente, numa demonstração clara de que os diálogos entre Moro e Dallagnol influenciaram diretamente os desdobramentos da operação.

Um mês depois, Sergio Moro enviou uma questão a Deltan Dallagnol pelo Telegram.

“Olha está um pouco dificil de entender umas coisas. Por que o mpf recorreu das condenacoes dos colaboradores augusto, barusco emario goes na acao penal 5012331-04? O efeito pratico é impedir a execução da pena”, reclamou a Dallagnol. Em teoria, o juiz não deveria ter interesse em resultados do processo, como, por exemplo, o aumento ou redução de penas de um acusado – nem muito menos tirar satisfação com o Ministério Público fora dos autos.

Num despacho publicado às 14h01, o juiz chamou o recurso do MPF de “obscuro”. Minutos depois, às 14h08, Dallagnol respondeu pelo Telegram. Moro rebateu, também pelo aplicativo de mensagens:

“Na minha opiniao estao provocando confusão. E o efeito pratico sera jogar para as calendas a existência [da] execução das penas dos colaboradores”.

Em 21 de fevereiro de 2016, Moro se intrometeu no planejamento do MP de forma explícita.

“Olá Diante dos últimos . desdobramentos talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejadas”, afirmou Moro, numa provável menção às fases seguintes da Lava Jato. Dallagnol disse que haveria problemas logísticos para acatar a sugestão. No dia seguinte, ocorreu a 23ª fase da Lava Jato, a Operação Acarajé.

Dias depois, Moro cometeu um deslize de linguagem que revela como a acusação e o juiz, que deveria avaliar e julgar o trabalho do MP, viraram uma coisa só.

“O que acha dessas notas malucas do diretorio nacional do PT? Deveriamos rebater oficialmente? Ou pela ajufe?”, escreveu o juiz em 27 de fevereiro, usando a primeira pessoa do plural, dando a entender que as reações do juiz e do MP deveriam ser coordenadas.

Em 31 de agosto de 2016, Moro mais uma vez escancarou seu papel de aliado dos acusadores ao questionar o ritmo das prisões e apreensões. “Não é muito tempo sem operação?”, perguntou o então juiz ao procurador às 18h44. A última fase da Lava Jato havia sido realizada 29 dias antes – a operação Resta Um, com foco na empreiteira Queiroz Galvão.

A periodicidade – e até mesmo a realização de operações – não deveria ser motivo de preocupação do juiz, mas Moro trabalhava com Dallagnol para impulsionar as ações do Ministério Público, como comprovam os diálogos e comentários habituais nas conversas entre os dois.

“É sim”, respondeu Dallagnol mais tarde. A operação seguinte ocorreu três semanas depois.

E mais mensagens secretas trocadas por Moro e Dallagnol:

Dallagnol – 22:19:29 – E parabéns pelo imenso apoio público hoje. […] Seus sinais conduzirão multidões, inclusive para reformas de que o Brasil precisa, nos sistemas político e de justiça criminal. […].
Moro – 22:31:53. – Fiz uma manifestação oficial. Parabens a todos nós.
22:48:46 – Ainda desconfio muito de nossa capacidade institucional de limpar o congresso. O melhor seria o congresso se autolimpar mas isso nao está no horizonte. E nao sei se o stf tem força suficiente para processar e condenar tantos e tao poderosos.

Três dias depois, Dilma tentaria nomear Lula para a Casa Civil:

Dallagnol – 12:44:28. – A decisão de abrir está mantida mesmo com a nomeacao, confirma?
Moro – 12:58:07. – Qual é a posicao do mpf?
Dallagnol – 15:27:33. – Abrir

Sobre as críticas à divulgação de áudios

Dallagnol – 21:45:29. – A liberação dos grampos foi um ato de defesa. Analisar coisas com hindsight privilege é fácil, mas ainda assim não entendo que tivéssemos outra opção, sob pena de abrir margem para ataques que estavam sendo tentados de todo jeito…
[…]
Moro – 22:10:55. – nao me arrependo do levantamento do sigilo. Era melhor decisão. Mas a reação está ruim.

Outro conselho veio em em 15 de dezembro de 2016, quando o procurador atualizou o juiz sobre as negociações da delação dos executivos da Odebrecht.

Dallagnol – 16:01:03 – Caro, favor não passar pra frente: (favor manter aqui): 9 presidentes (1 em exercício), 29 ministros (8 em exercício), 3 secretários federais, 34 senadores (21 em exercício), 82 deputados (41 em exercício), 63 governadores (11 em exercício), 17 deputados estaduais, 88 prefeitos e 15 vereadores […].
Moro – 18:32:37 – Opinião: melhor ficar com os 30 por cento iniciais. Muitos inimigos e que transcendem a capacidade institucional do mp e judiciário.

Continuem acompanhando os próximos capítulos dessa novela asquerosa.

 

 

*Matéria completa no Intercept

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Peso Real: Brasil e Argentina pretendem criar moeda única; Rodrigo Maia faz críticas

Peso Real, sim, este é o nome  de uma possível moeda comum entre Brasil e Argentina.

Após encontro com empresários em Buenos Aires nessa quinta-feira (6), Bolsonaro e Paulo Guedes disseram que Brasil e Argentina pretendem criar moeda única.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no Twitter, fez críticas questionando: “será? Vai desvalorizar o real? O dólar valendo R$ 6,00? Inflação voltando? Espero que não.

Brasil e Argentina, com Jair Bolsonaro e Maurício Macri, se alinham politicamente na extrema-direita, sendo assim, não é de se estranhar que também se alinhem nas políticas macroeconômicas a ponto de se chegar a uma moeda comum.

Como Macri está perdido na condução da Argentina, com uma crise econômica de não fazer inveja, está se agarrando a qualquer fio de linha.

Quando pensamos ter visto de tudo, deparamo-nos com um grande engano.