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O Lixo do Lixo

As celebridades no Brasil nos ensinaram que existe uma maneira subjetiva de ganhar um destaquezinho e galgar uns degraus na disputa por um holofote, Para isso, basta que se diga o que a nata da grande mídia quer.

A papa fina do baronato midiático não gasta carvão com carne dura, quem se propuser a ser uma mistura eclética de caça-flashes, tem que ter noção de que a mídia brasileira não gosta de fumacinha e sim, de fumaceira.

A Lava Jato nasce daí, é esse o seu espírito, extraída da brejeirice judicial inaugurada na farsa do mensalão, quando a Globo e o STF lançaram o “Domingão do Barbosão”.

Ali começou a chacrinha jurídica deste país. E Moro, sentindo o cheiro de enxofre com o que está habituado, emburacou nessa fábrica de embustes, usando a toga para fazer carreira política na base da extorsão.

Hoje, o Intercept diz algo que não é nenhuma novidade, Palocci, trajando o figurino de ganso e assinando uma delação como queria Moro para ceifar a candidatura de Haddad e dar, como deu, a vitória a Bolsonaro e, naturalmente, o cargo de Ministro da Justiça a Moro.

Barbosão, na maciez, tentou fazer uma viagem dessa, mas o verdugo que seria candidato à presidência da República, por um motivo que ainda não sabemos, desistiu de concorrer ao pleito.

No Brasil, os tentáculos do poder são imediatistas, instantâneos. Joaquim Barbosa foi transformado em herói nacional com um único objetivo, o de condenar e prender Dirceu e Genuíno e dar suporte à Globo para a malhação do PT.

O caso de Moro foi diferente. O que hoje é chamado de lixo pelos procuradores da Lava Jato, foi usado pelos mesmos, logo na saída do bangue-bangue curitibano, através de um depoimento de Youssef, vazado por Moro para a Veja em parceria com a Globo para, nas vésperas do segundo turno entre Dilma e Aécio, como uma apoteose, eletrizar a disputa em prol de Aécio Neves.

A matéria era podre, um lixo como a delação de Palocci. Ou seja, não há qualquer brio por parte dos procuradores que chamaram de lixo a tal delação.

Essa visão crítica dos procuradores está na percepção de que Moro fazia qualquer negócio para atacar o PT e criar uma plateia em seu benefício político.

O fato é que essa delação foi feita pela Polícia Federal, o que mexeu com os interesses da indústria de delação montada pelos procuradores.

Estamos agora falando de uma papa de lixo, de um monumento de chorume, do que existe de mais baixo e vil numa sociedade, ou seja, esse esboço crítico dos procuradores, é pura farsa, são tão lixo quanto Moro e os sócios dele, Youssef e Palocci, tendo a Globo como a nave-mãe de toda essa sujeira, porque ninguém é de ferro, né.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Papa Jato, a corrupção em escala industrial

Esse trabalho contribuirá imensamente para que o valor do nosso cachê triplique, quiçá quadruplique.

Este é apenas um exemplo do pensamento do empresário de palestras e cursos Deltan Dallagnol, mostrando que, como procurador federal, é um grande homem de negócios. Para um país onde a maioria das instituições foi capturada pelo mercado, a produção e venda de palestras e cursos sobre a eficiência do combate à corrupção, gera prosperidade.

Certa vez, li na Folha que o procurador Dallagnol havia sido contratado por uma associação médica para ministrar palestras, certamente pago por um desses laboratórios que bancam regabofes para a máfia do jaleco branco, e perguntei a mim mesmo, um procurador federal vai palestrar para uma plateia de médicos para que eles avaliem o quê? Que valor tem uma palestra dessa para uma associação de médicos?

Agora entendo o porquê. A organização da empresa de Dallagnol estava preparada para atender a qualquer área do conhecimento humano, contanto que o contratante mostrasse eficiência na hora de oferecer o valor da barganha.

Sim, era uma equação política que o próprio Dallagnol acabou fazendo pelo conhecido ativismo antipetista da classe médica no Brasil. Mas não era exatamente essa a ordem das coisas, mas Dallagnol não economizou elogios ao ativismo dos médicos em prol do combate à corrupção. Imagina isso! E, empenhado em fazer daquela noite um stand up agradável, construiu pontes comparando a Lava Jato a uma intervenção cirúrgica. Sua ficção agradou em cheio ao público presente.

Enfim, Dallagnol não queria causar qualquer atrito conceitual, por isso empenhava-se em formar lógicas desconexas para que o rendimento das palestras alcançasse o maior número possível de interessados. Ou seja, como diz o ditado, Dallagnol usou a Lava Jato para espalhar milho no chão e atrair quem estivesse disposto a ciscar no terreiro do aparelho judiciário do Estado em troca de uma gorda transferência bancária para as contas de seus laranjas.

Tudo estaria perfeito se não fosse o uso de uma máquina de propaganda na grande mídia, sobretudo na Globo em troca de vazamentos e escandalização jurídica feitos por procuradores, juízes que unia uma poderosa indústria de delação e vazamentos com a de palestras e cursos ricamente recompensados.

Os coroados procuradores e o ex-juiz Moro transformaram-se em celebridades em busca de fama e dinheiro, de extorsões e negócios, sem tributações ou tribunais para lhes incomodar, rumo à porta do céu.

Trocando em miúdos, Lula foi condenado e preso por um tribunal do crime.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Na troca de mensagens entre o juiz e procuradores da Lava Jato, sobram provas de crimes contra Moro e faltam contra Lula

É irônico o destino de certas coisas na vida. Com as revelações dos vazamentos feitos pelo Intercept, nos bate papos entre Moro e os procuradores da Lava Jato, o que por si só já é um crime tanto do ex-juiz quanto dos procuradores, nada há contra Lula.

Seria isso um verdadeiro milagre ou obra de picaretagem jurídica que acabou sendo revelada por osmose? Sim, porque as únicas coisas que apareceram sobre provas contra Lula foram no sentido oposto ao que se pode chamar de prova, mais precisamente na forçação de barra confessada por Dallagnol, porque, segundo o próprio, a solução dos carrascos de Lula estava na pressão da opinião pública através da Globo e de outros veículos da mídia na base da pressão publicada.

Dallagnol confessa claramente que o que eles tinha na mão contra Lula é um blefe, o que eles na verdade tinham é o sonho de prender Lula a qualquer custo. Um desrespeito escancarado pela legalidade.

O mesmo pode-se dizer da crueldade do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima que, babando de ódio, falou em utilizar a morte de Marisa Letícia para desestabilizar emocionalmente Lula no depoimento dele a Moro.

O que aparece estampado é o sadismo de Carlos Fernando dizendo que queria ir na jugular de Lula, ou seja, queria plantar uma versão contra a sua vítima num claro estupro à ética para um membro do Ministério Público Federal. Só faltou dizer que queria ver a cabeça de Lula decepada, tal o nível de selvageria do que foi vazado pelo Intercept, uma representação clássica do banditismo estatal e tudo aquilo a que se pode chamar de fascismo.

A coisa é tão séria que não produziu sequer um contraponto de Moro, de Dallagnol sobre esses episódios. Bastaria isso para que Lula obtivesse o habeas corpus instantâneo no STF e esses vigaristas da “lei” fossem imediatamente presos.

Como vimos hoje, há um conluio dentro das instituições de controle do Estado, pois se um chefe da Polícia Federal diz que não vai periciar telefone de nenhum procurador da Lava Jato, o grande xerife está se colocando num único caminho, o de admitir que todos têm culpa no cartório e tudo o que saiu no Intercept é misericordiosamente verdadeiro.

 

*Da Redação

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New York Times: Moro é imoral, ilegal e sujo

New York Times, um dos mais importes jornais do mundo traz matéria com críticas acentuadas a Moro e a forma desonesta e suja como o ex-juiz conduziu a operação Lava Jato.

“as mensagens vazadas mostram que Moro frequentemente ultrapassou seu papel de juiz”; “Os vazamentos revelam um juiz imoral, que se uniu a procuradores, a fim de prender e condenar indivíduos que já consideravam culpados”, diz o jornal.

Segundo a reportagem: “Ele ofereceu conselhos estratégicos aos procuradores: eles deveriam, por exemplo, inverter a ordem das várias fases da investigação; rever moções específicas que planejavam arquivar; acelerar certos processos; desacelerar muitos outros. Moro passou informações sobre uma possível nova fonte para o MP; repreendeu os promotores quando demoraram demais para realizar novos ataques; endossou ou desaprovou suas táticas; e forneceu-lhes conhecimento antecipado de suas decisões”.

E segue afirmando que: “Moro se envolveu em questões de cobertura da imprensa e se preocupou em obter apoio do público para a acusação”. “‘O que você acha dessas declarações malucas do comitê nacional do PT? Deveríamos refutar oficialmente?’ Ele perguntou uma vez ao promotor federal Deltan Dallagnol, referindo-se a uma declaração do Partido dos Trabalhadores de Lula, na qual a acusação era considerada uma perseguição política. Observe o uso da palavra ‘nós’ – como se o Sr. Moro e o Sr. Dallagnol estivessem no mesmo time”.

O jornal não economizou críticas às ações de Sergio Moro enquanto juiz da Lava Jato:

“Isso tudo é, claro, altamente imoral – se não totalmente ilegal. Não viola nada menos que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz: ‘Todos têm direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por um tribunal independente e imparcial, na determinação de seus direitos e obrigações e de qualquer acusação criminal contra ele. ‘De acordo com o Código de Processo Penal do Brasil, os juízes devem ser árbitros neutros e não podem dar conselhos a nenhuma das partes em um caso. Moro também violou muitas disposições do Código Brasileiro de Ética Judicial, particularmente uma que diz que o juiz deve manter “uma distância equivalente das partes’, evitando qualquer tipo de comportamento que possa refletir ‘favoritismo, predisposição ou preconceito'”.

 

*Com informações do 247

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Vídeo: “Espero que defensores do Moro ouçam e compreendam”, diz Glenn impressionado com a mensagem do Papa

Em um vídeo, que foi divulgado dias depois do vazamento das conversas do ex-juiz Sergio Moro com Deltan Dallagnol e demais procuradores da força-tarefa da Lava Jato pelo Intercept, o Papa Francisco mostra a importância da independência dos juízes, dizendo que eles devem ser “isentos de favoritismos e das pressões que possam contaminar as decisões que devem tomar”.

O jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, assistiu ao vídeo e ficou impressionado com a mensagem do Papa e disse que espera que defensores do Moro “ouçam e compreendam”.

Glenn postou em seu twitter:

“Eu mal posso acreditar no que estou vendo. Muito bem falado e muito bem feito. Obrigado, @Pontifex_pt. Espero que os defensores do @SF_Moro que ainda restam ouçam e compreendam. É exatamente disso que trata o jornalismo que fazemos na #VazaJato”

Coincidência ou não, no vídeo do Papa aparece a encenação de uma audiência em que as partes mostram diferentes imóveis: de um lado um prédio em um resort; do outro, uma casa simples.

Assista

 

*Com informações da Forum

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Vaza Jato: Para ser aceito como delator, Leo Pinheiro trocou versão duas vezes para incriminar Lula

Nem os procuradores da Lava Jato acreditavam na delação de Leo Pinheiro.

Folha de S. Paulo publica novo vazamento onde Leo Pinheiro diz que OAS ofereceu o triplex do Guarujá de presente a Lula sem pedir retorno, o que não agradou procuradores.

Leo Pinheiro só passou a ter crédito junto aos procuradores a partir do momento em que mudou a versão de sua delação para incriminar Lula, a de que a empresa afirmou ter reformado para o ex-presidente, de acordo com novas mensagens privadas trocadas entre procuradores envolvidos com as negociações e divulgadas neste domingo (30) pela Folha de S.Paulo, em parceria com The Intercept Brasil.

“Uma pessoa que acompanhou as conversas da OAS com a Lava Jato na época disse à Folha que, inicialmente, Léo Pinheiro descreveu o triplex como um presente que oferecera a Lula sem pedir nada em troca. Segundo essa pessoa, a insatisfação dos procuradores o levou a mudar sua versão pelo menos duas vezes até chegar àquela adotada em 2017”, disse a reportagem.

“A primeira notícia de versão do LP [Léo Pinheiro] sobre o sítio já é bem contrária ao que apuramos aqui”, disse um dos procuradores, Paulo Roberto Galvão, no início de março. “Estamos abertos a ouvir a proposta da empresa, mas não nos comprometemos com nada”.

A reportagem lembra que Léo Pinheiro só apresentou a versão usada para condenar Lula em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações com a Lava Jato. Os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept ajudam a entender por que as negociações da delação da empreiteira, até hoje não concluídas, foram tão acidentadas e sugerem que o depoimento sobre Lula e o tríplex foi decisivo para que os procuradores voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de rejeitar sua primeira proposta de acordo.” Ou seja: Léo Pinheiro foi levado a incriminar Lula para ter sua delação aceita.

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Urgente: Sai a prévia da nova bomba do The Intercept Brasil; procuradores da Lava Jato não confiavam em Moro

Acaba de sair a prévia do próximo lote de mensagens comprometedoras da Lava Jato; nesta leva, os procuradores se mostram chocados com a conduta de Sergio Moro. Eles dizem não confiar em Moro e postulam: “Moro viola sempre o sistema acusatório”

“O Moro é inquisitivo, só manda pro MP quando quer corroborar suas ideias, decide sem pedido do MP e respeitosamente o MPF do PR sempre tolerou isso pelos ótimos resultados alcançados pela Lava Jato”, disse uma das procuradoras em uma prévia dos vazamentos divulgada pelo The Intercept Brasil

https://twitter.com/ggreenwald/status/1144805326065197066

O jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, divulgou na madrugada deste sábado (29) uma prévia de novas conversas vazadas entre procuradores da Lava Jato. A íntegra do mais novo capitulo da Vaza Jato deve ser divulgada ainda neste sábado.

O pequeno trecho de uma conversa divulgada pelo jornalista mostra procuradores da Lava Jato admitindo que o ex-juiz Sérgio Moro agia de maneira parcial.

“O Moro é inquisitivo, só manda pro MP quando quer corroborar suas ideias, decide sem pedido do MP e respeitosamente o MPF do PR sempre tolerou isso pelos ótimos resultados alcançados pela Lava Jato”, diz uma procuradora identificada como Monique. Tudo indica que ela seria a procuradora Monique Cheker.

Na mesma conversa, um procurador identificado como Angelo diz: “Cara, eu não confio no Moro, não. Em breve vamos receber cota de delegado mandando acrescentar fatos à denúncia. E, se não cumprirmos, o próprio juiz resolve”. Tudo indica que ele é o procurador Ângelo Goulart Villela.

 

*Com Informações da Forum

 

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Juristas internacionais divulgam manifesto por liberdade de Lula

Os últimos acontecimentos que trouxeram à tona pelo The Intercept Brasil o escândalo das conversas secretas entre o ex-juiz Sergio Moro, Deltan Dallagnol e demais procuradores da força-tarefa da Lava Jato, escandalizaram o Brasil e o mundo e, dia após dia, as consequências chegam, enquanto Sergio Moro insiste em permanecer Ministro da Justiça e Segurança Pública.

Um grupo de juristas internacionais divulgaram um manifesto em defesa da liberdade do ex-presidente Lula, veiculado pelo jornal francês Le Monde.

“Lula é um preso político. Tem de ser libertado e seu julgamento tem de ser anulado.” Dizem os juristas.

Leia a íntegra do manifesto

Éramos poucos, em 2018, quando advertimos que o processo contra Lula era parte de uma vontade, por qualquer meio e a qualquer custo, de colocá-lo fora da corrida para as eleições presidenciais que se aproximavam.

Esta estratégia foi bem sucedida, já que ela levou à eleição de Bolsonaro.

As recentes revelações do jornalista Glenn Greenwald e sua equipe derrubaram todas as máscaras. A investigação e o julgamento de Lula foram tendenciosos desde o início. Sergio Moro não só conduziu o processo com parcialidade como comandou de fato a acusação, desafiando as regras de procedimento mais fundamentais no Brasil.

Na prática, ele manipulou os mecanismos da delação premiada, orientou o trabalho do Ministério Público, exigiu a substituição de uma procuradora que não o satisfazia e dirigiu a estratégia de comunicação do Ministério Público.

Sabemos também através destas revelações que tal estratégia foi levada adiante de forma secreta, em estreita colaboração com o Ministério Público.

Isso se soma ao fato de que Sergio Moro havia grampeado os telefones dos advogados de Lula e decidido, por sua própria iniciativa, não cumprir uma decisão de um desembargador ordenando a libertação de Lula, violando a lei de forma flagrante.

Apesar de todos esses esquemas, Sergio Moro teve de se resignar a condenar Lula por “fatos indeterminados”, dada a inexistência material de provas que o implicassem diretamente neste caso de corrupção. Ao fazer isso, tornou Lula um preso político em função do que deve ser considerado, diante dessas novas revelações, como uma conspiração política.

O Supremo Tribunal Federal tem agora o dever de retirar todas as consequências destas gravíssimas irregularidades que conduziram a uma condenação injusta e ilegal e, consequentemente, libertar Lula e anular a sua condenação.

As autoridades brasileiras devem tomar todas as iniciativas necessárias para identificar os responsáveis por este gravíssimo abuso de procedimento.

A luta contra a corrupção é hoje um assunto essencial para todos os cidadãos do mundo, assim como a democracia e o Estado de Direito, mas no caso de Lula, ela foi usada para alimentar estratégias que o eliminassem do jogo político, a fim de permitir que Bolsonaro chegasse ao poder e, em seguida, “recompensasse” Sergio Moro, nomeando-o ministro da Justiça.

Os signatários deste apelo ressaltam que os beneficiários desta conspiração demonstram apenas desprezo pelo interesse geral dos brasileiros, pelas liberdades públicas, pelos direitos dos povos indígenas e, além disso, pela democracia.

Assinam o manifesto

Bruce ACKERMAN, Sterling Professor of Law and Political Science, Yale University

John ACKERMAN, Professor, Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM)

William BOURDON, Advogado (Paris)

Mireille DELMAS MARTY, Professora, Collège de France

Joan GARCÉS, Advogado (Madrid)

Baltasar GARZÓN, Advogado (Madrid)

Louis JOINET, Juiz, primeiro advogado-geral honorário da Cour de Cassation (França), antigo presidente do grupo de trabalho da ONU sobre detenção arbitrária e da Comissão dos Direitos Humanos

Wolfgang KALECK, Advogado (Berlin)

Henri LECLERC, Advogado (Paris)

Christophe MARCHAND, Advogado (Bruxelas)

Jean-Pierre MIGNARD, Advogado (Paris)

Philippe TEXIER, Juiz, conselheiro honorário na Cour de Cassation (França), antigo presidente do Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas

Philippe WEIL, Professor, Universidade de Paris 1-Sorbonne

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Considerações sobre os últimos vazamentos, por Carol Proner

A riqueza de detalhes das revelações torna a tese da adulteração cada vez mais distante, já que as tratativas entre juiz, procuradores e terceiros é confirmada pela realidade subsequente aos fatos.

1. Importantíssimo: a Folha de São Paulo aceitou a parceria com o The Intercept Brasil, assumindo a corresponsabilidade e o compromisso em divulgar material recebido de fonte anônima. E isso não é pouco, dada a credibilidade do Jornal e o avanço das teses que criminalizam as divulgações e os jornalistas;

2. Na parceria da Folha com TIB, está claro que essa é somente a primeira revelação de uma série, reforçando o alerta de que não serve de nada negar o que poderá ser confirmado mais adiante. A parceria reafirma que o acervo inclui áudios, vídeos, fotos e documentos compartilhados no aplicativo Telegram desde 2014;

3. A Folha destacou um grupo de jornalistas para trabalhar ao lado do site e confirmar a integridade do material. A Folha afirma não ter detectado nenhum indício de que o conteúdo possa ter sido adulterado, checando até mesmo a comunicação da Lava Jato com vários jornalistas. Os envolvidos não negaram a autenticidade dos diálogos revelados, mas passaram a questionar a integridade, sugerindo que pudessem ter sido adulterados;

4. A riqueza de detalhes das revelações torna a tese da adulteração cada vez mais distante, já que as tratativas entre juiz, procuradores e terceiros é confirmada pela realidade subsequente aos fatos;

5. A cada nova revelação, aprofunda-se a combinação maliciosa entre MP e o Juiz e a comprovação da relação de comando de Moro sobre Dallagnol. Nestas últimas revelações, é nítida a subserviência do procurador e o apoio irrestrito, atuando como um “assessor pessoal”, embora munido dos poderes de Ministério Público Federal;

6. Nesse sentido, fica evidente o frenético ir-e-vir do procurador para “acalmar as coisas” junto à Polícia Federal (o Delegado Anselmo, que teriam feito “lambança”, segundo Moro), bem como junto à Procuradoria Geral da República (Pelella e o pessoal de lá);

7. Fica evidente, nessas últimas revelações, o comprometimento da autonomia da Polícia Federal (o Delegado Anselmo se explica em relação à divulgação de planilhas publicizadas sem a intenção de comprometer a operação), da PGR (determinado parecer passaria pela revisão da Lava Jato), do Conselho Nacional de Justiça (Deltan diz que vai falar com o pessoal deles no CNJ), da Associação Nacional de Procuradores da República (que seria a articuladora junto ao CNJ);

8. É escandalosa a combinação dos tempos do processo, do prazo de denúncia do MPF para que dois processos (do João Santana e do Zwi Skornicki) pudessem “subir” (ao STF, ao Teori, para, então, desmembrar) com as denúncias já feitas pelo MPF;

9. A preocupação de Moro em acalmar o CNJ aparece claramente, bem como a correspondente atuação de Deltan por intermédio da ANPR.

10. Moro também se preocupa com a atuação do Movimento Brasil Livre – MBL, perguntando ao Deltan se tem contato, chamando-os de tontos pelo protesto em frente à casa do Teori e avaliando que “isso não ajuda evidentemente”. Deltan responde “não, com o MBL não.” Fica em aberto, teria contato com outros?

 

*Por Carol Proner

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O vento mudou e a caça virou caçador

A tática da Lava Jato em parceria com a Globo era prender Lula aos poucos, a conta-gotas.

A escória golpista queria muito mais que um golpe de Estado em que a Lava Jato foi protagonista contra o mandato popular de Dilma.

Depois da queda de Dilma, a cabeça de Lula deveria ser servida na bandeja e fazer ecoar nos ouvidos da sociedade brasileira que ele era o maior ladrão da história do Brasil.

A demolição da imagem de um presidente que, entre ótimo e bom, chegou a 87% de aprovação no final de seu 2º mandato, tinha que ser irreversível.

Lula tinha que ser preso e estraçalhado pela Globo! Mas a globo e a escória da direita não tinham sustança política para tanto.

Mesmo condenado e preso sem provas, Lula mantinha um vigor político quase milagroso. O apelo popular por sua volta só aumentava. Mesmo depois de preso e insultado 24 horas por dia, todos os dias nos principais canais de TV fechados ou abertos, controlados pelo império Globo.

Mas o golpe que tirou Dilma e prendeu Lula foi ao TSE tirar o nome de Lula da urna.

Tudo ia bem, pois Bolsonaro venceu a eleição e Moro passou a ser o seu Ministro da Justiça e Segurança Pública.

De repente, o chão se abriu debaixo dos pés de Moro com as revelações fulminantes do site The Intercept Brasil, então, o barata voa tomou conta de toda a Força-tarefa da Lava Jato.

Era preciso dar respostas rápidas a todos os ilícitos cometidos pelo super Moro e seus procuradores que foram revelados.

Começa então a bateção de cabeças de Moro e as desculpas passaram a ser arma contra os próprios membros da Lava Jato, fazendo as mensagens vazadas ganharem formato de carta à população.

Nela tinha uma pedagógica e irrefutável denúncia oferecida pelo Intercept contra as práticas criminosas de Moro e procuradores para caçar Lula a qualquer preço.

O sonho de um Brasil policial sob o comendo de Moro desaba da noite pro dia.

O xerife está desmascarado. O ex- juiz está nu.

Lula, o nome que Moro queria sepultar, transforma-se numa sombra que não o deixa dormir.

O vento mudou de tal ordem que, na sabatina de Moro no senado, o ex juiz e atual ministro da justiça, evitou ao máximo dizer o nome de Lula.

A reação da comunidade jurídica no Brasil e no exterior diante dos vazamentos oferecidos pelo intercept foi explosiva e automática: Moro cometeu crime para incriminar Lula, para prendê-lo sem provas!

Nesse momento ficou claro que o vento mudou e a caça virou o caçador.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas