O que se ouviu nesta segunda-feira na defesa inacreditável fala do relator do julgamento de Sergio Moro, Luciano Carrasco Falavinha, foi algo muito maior e caricato do que muitos hinos de times de fazenda.
Mas, sem o menor constrangimento, o tenor curitibano soprou o diapasão, pegou a reta e foi embora, no seu verborrágico palavrório em defesa de Sergio Moro. Detalhe, sem corar e se lixando para o papel ridículo a que se propôs como o mais ardoroso, vibrante sabujo, que Moro já teve, barrando até Merval Pereira e Demétrio Magnoli.
Certamente, esse episódio estará nos anais da justiça na galeria das maiores anedóticas do sistema judiciário brasileiro.
O sujeito poderia ter adotado um estilo mais galante, mas que nada, partiu para uma espécie de bolsonarismo de arrotos e, hoje, lógico, o sujeito conseguiu ser mais comentado, no sentido mais pejorativo do que seu “cliente”, tal a garantia que de sua boca não sairia um sopro de crítica à conduta delituosa de Moro e que, se houve momentos de ira, foi contra o PT, que não estava em julgamento.
Enfim, ontem o Brasil conheceu essa espécie de hino da sofrência curitibana, num espetáculo tão grotesco que, com certeza, envergonha qualquer habitante do estado do Paraná, pelo menos aqueles que perceberam a tamanha calamidade cultural que isso representou para o estado, depois das ventanias provocadas pelo relator para proteger Sergio Moro e todo o bando da república Curitiba.
A impressão que ele deixou é a de que, no universo paranaense, a justiça está morta e enterrada. Ou seja, o Carrasco pisou na cabeça da justiça brasileira.
TRE-PR começa julgamento da cassação de Sergio Moro; advogados relatam “fortes indícios de corrupção”.
A campanha de Sergio Moro ao Senado nas eleições 2022 teve “contrato fake, com advogado fake, para fazer assessoria fake”. O advogado favorecido teria sido o próprio suplente de Moro, Luís Felipe Cunha, que também é amigo do ex-juiz da Lava Jato há mais de 20 anos. A declaração é do advogado Luiz Eduardo Peccinin, que defendeu a cassação de Moro e seus suplentes na tarde desta segunda (1º), durante o início do julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
O TRE-PR começou hoje a analisar em conjunto as duas ações eleitorais (da Federação Brasil da Esperança e do PL) que pedem a cassação do mandato de Moro e suplentes, além da declaração de inelegibilidade por 8 anos.
Moro é acusado de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação por ter extrapolado os gastos de campanha ao Senado, o que viola o princípio da paridade de armas, entre outras regras.
Embora existam divergências e imprecisão nos gastos para eleger Moro, os autores das ações calcularam que a campanha do ex-juiz teria excedido em pelo menos 20 vezes o valor limite estabelecido em lei para um candidato ao Senado. O dado foi compartilhado pelo advogado Bruno Cristaldi, defensor do PL.
Tanto Cristaldi quanto Piccinin sustentaram que um dos fatos mais graves da campanha de Moro foi a contratação do advogado e suplente Luiz Felipe Cunha – que não é especialista em Direito Eleitoral, mas ganhou cerca de 1 milhão de reais do Podemos para fazer uma assessoria jurídica na área eleitoral.
Segundo Peccinin, o valor é cinco vezes superior ao que se pratica no mercado, e pior: não foi juntada aos autos qualquer prova da contraprestação do serviço.
“A partir do momento que ele pega um contrato sem identificação de serviços, com valor muito acima do mercado, para um suplente amigo dele… Está claríssimo que é um contrato guarda-chuva! (…) É contrato fake, com advogado fake, para fazer assessoria fake”, disparou Peccinin.
Além disso, Cunha tornou-se suplente de Moro no Senado, o que demonstra que, no final, dinheiro público do fundo partidário foi usado para beneficiar o próprio candidato. “Aqui é o candidato se contratando. Além de serem amigos há 20 anos, ele [Moro] escolheu bem o primeiro suplente que acabara de ser contratado por 1 milhão de reais, sem comprovação de serviço”, comentouPeccinin.
Para Peccinin, “somente reconhecer a irregularidade das despesas [da pré-campanha e campanha de Moro] para fins de cassação é muito pouco. Precisamos de mais. Precisamos investigar para onde foi, de fato, esse dinheiro. Porque é dinheiro público. É fundo partidário.”
Indícios de corrupção Na tribuna, Bruno Cristaldi, advogado do PL, também falou da contratação de Cunha, o suplente de Moro, para prestar assessoria jurídica eleitoral, ao custo de 1 milhão de reais, sendo que o advogado jamais teve experiência na área eleitoral.
Cristaldi falou que é uma das questões mais delicadas do processo da cassação de Moro, pois sugere “fortes indícios de corrupção”.
Ao longo de 2022, Moro transitou de uma pré-campanha de virtual presidenciável pelo Podemos para efetivamente a campanha ao Senado pelo União Brasil. Segundo as denúncias feitas ao TRE-PR, Moro só mudou de partido porque o Podemos teria se recusado a continuar fazendo pagamentos à empresa de consultoria do suplente de Moro.
Sergio Moro, aquele que já foi “herói nacional”, causa urticária naqueles que são alérgicos à falência.
Na verdade, existem dois Moros e sua Lava Jato, assim como dois FHCs, o seu plano real. No mundo real, Moro virou uma assombração de si mesmo, assim como seu ajudante de ordens, Deltan Dallagnol, hoje, vivendo de uma patética memória de uma Lava Jato totalmente desmoralizada, mas que, em sua cabeça, as portas dessa mentira continuam abertas para outras fábulas.
Na verdade, FHC e seu plano real e Moro com sua Lava Jato, só existem como forma eficiente para a mídia, que povoa o mesmo imaginário da cidade de Ratanabá.
Para a população, tanto o PSDB quanto Ratanabá estão enterrados.
O fato é que toda essa gente, junto e misturada, trabalhou em rede como se fosse uma entidade para derrubar Dilma, em 2016, condenar e prender Lula sem sobra de prova, em 2018, para Bolsonaro chegar ao poder deixou morrer mais 700 mil brasileiros por covid, sem falar de uma série de crimes que o sujeito não para de cometer, mesmo fora da presidência.
Esse extrato de mentiras, criado pela mídia, seguirá. Hoje mesmo vimos a venenosa Andreza Matais, no Uol, destilando seu já conhecido veneno antipetista, na tentativa de ressuscitar a finada direita golpista no Brasil.
Toffoli havia anulado processos contra Beto Richa e estendeu decisão a outros investigados nos mesmos casos, incluindo esposa e filho dele.
Prestes a completar 10 anos, no próximo 17/3, a Operação Lava Jato segue colhendo derrotas no STF. Nas mais recentes, entre a terça-feira (5/3) e essa quinta (7/3), o ministro Dias Toffoli anulou todas as decisões do ex-juiz federal Sergio Moro e ações da antiga força-tarefa da Lava Jato contra 23 alvos de processos e investigações relacionadas à operação.
Os beneficiados pelas decisões de Toffoli haviam sido atingidos pelas operações Integração, Quadro Negro e Piloto, que apuravam suspeitas de corrupção envolvendo o ex-governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB. Em dezembro, o tucano já havia tido uma decisão favorável de Dias Toffoli com a anulação de processos contra si, diz Guilherme Amado, Metrópoles.
Toffoli considerou ter havido, nos casos envolvendo Richa, manipulações, atuação ilegal e “conluio” entre Justiça e MPF. As anulações incluíram a fase pré-processual, ou seja, de investigações.
Desde então, como mostrou a coluna, uma série de pedidos de extensão acabou por criar uma verdadeira fila de investigados nos mesmos casos, todos interessados no entendimento conferido por Toffoli a Beto Richa.
O ministro começou a despachar cada petição, individualmente, na terça e na quinta. Em todas elas, assim como na de Richa, declarou “nulidade absoluta” de todos os atos de Moro e da antiga força-tarefa da Lava Jato contra os alvos das apurações.
Entre os beneficiados com anulação das decisões de Moro e das investigações do MPF, estão a esposa de Richa, Fernanda Vieira Richa, e o filho do casal, André Vieira Richa. As ações envolvendo Fernanda e André foram trancadas por Toffoli.
Nas farsas do “mensalão” e lava Jato, Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF, sentenciou José Dirceu e José Genoíno por uma suposta “Teoria do domínio do fato” que, em bom português significa que Barbosa não tinha cisco de provas de crime para condenar dois expoentes do Partido dos Trabalhadores.
Com Lula, a figura máxima do PT, Sergio Moro, praticamente, solapou a justiça plagiando Barbosa no mesmo tom e pelo mesmo motivo de falta de provas, quando sapecou o inacreditável deixa que eu chuto, “Ato de Ofício Indeterminado.”
Ou seja, foi o poço do poço do judiciário brasileiro. É importante ressaltar que, tanto os dois, Genoíno e Dirceu, quanto Lula, não por coincidência, são do Partido dos Trabalhadores e não do Partido dos Banqueiros.
Imagina o que diriam essas “cabeças férteis” do bolsonarismo, que andam dizendo que o Brasil vive uma ditadura da toga, se fosse Bolsonaro ou qualquer um comprovado criminoso que orbita nesse umbral político, comandado pelo genocida miliciano.
Mas, essa mesma turma, não só aplaudiu Barbosa e Moro, como comemorou tais sentenças funestas.
No caso de Lula, como todos sabem, sua condenação foi fruto de uma barganha política entre Bolsonaro e Moro para que, Lula, que venceria a eleição de 2018 no primeiro turno, ser preso, impedido de disputar o pleito, para Bolsonaro vencer e transformar o ex-juiz da Lava Jato no super ministro da Justiça e Segurança Pública.
O que não falta nesses processos, em que bolsonaristas estão sendo engaloiados, são provas materiais fartas e robustas, absolutamente incontestáveis, sem qualquer margem de erro.
Mas como disse no EUA, aquele famoso ex-funcionário fantasma de Roberto Jefferson, Eduardo Bolsonaro, ao estilo do cinismo mais tosco, que é do DNA da família, “o Brasil vive uma ditadura”
Juntos e misturados, Nikolas Ferreira e Domingos Brazão, delatado pelo vizinho de Bolsonaro como mandante do assassinato de Marielle, fizeram campanha calorosa em lugar de destaque na campanha de Bolsonaro em 2022.
Brazão, acusado por Ronnie Lessa, assassino de Marielle e vizinho de Bolaonar, delatou quem ele classifica como um dos mandantes pela morte da então vereadora do Psol, Marielle Franco em 14 de março de 2018, em plena intervenção militar no Rio de Janeiro, comandada pelo ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro e candidato a vice do mesmo na eleição de2022.
A grande questão é que o ponto central da gloriosa mídia investigativa, que não deu bola para trazer à tona detalhes do depoimento do porteiro do Vivendas da Barra, segue em suspenso, porque o porteiro só mudou de versão, porque, a mando de Bolsonaro, Sergio Moro fez uma grande pressão em cima do coitado.
Até hoje, não se tem na íntegra o que o porteio disse, no primeiro e nem no segundo depoimento.
O fato é que, no final das contas, Brazão, Nikolas e Moro, foram, juntos e misturados fervorosos cabos eleitorais de Bolsonaro.
Cada um que faça a sua leitura desse bueiro que tentou eleger Bolsonaro em 2022, que foi derrotado por Lula.
Segue o baile, tudo como dantes na terra de Abrantes, como mostram os vídeos abaixo:
Mais um vídeo da Família do Domingos Brazão junto com Flávio Bolsonaro fazendo carreata de apoio a campanha do Bolsonaro. pic.twitter.com/7cXqZu8RZ2
Ministério Público do Paraná pediu a cassação do mandato do Moro.
Ou seja, isso corresponde a dizer que o estilo em intima harmonia entre Moro e as instituições de justiça paranaenses, findou-se.
O que era quase uma lei biológica entre Lava Jato e o sistema de justiça da República de Curitiba, foi para o vinagre. Paraná agora, para o lavajatismo, é terreno alagadiço. A arrogância atmosférica que ali pairava e dominava, foi-se. Uma justiça caseira, onde Moro fez moradia, acabou.
Sergio Moro foi traído pela velhíssima questão da ambição. O novo ambiente político fez o ex-juiz se esquecer da sua retaguarda. Estava demasiadamente deslumbrado.
Sem estilo próprio, incapaz de manter a fisionomia heroica de seus tempos de reinado na República de Curitiba, Moro perdeu tudo.
A expressão de seu olhar, é de quem, examinando o espelho, percebe que a cara caiu, o “herói” apodreceu, e seu enterro é inevitável. Hoje, até os holofotes e microfones da Globo, sua criadora, lhe são negados. Moro não tem mais nada, tudo se reduziu a pó.
Os procuradores Marcelo Godoy e Eloisa Helena Machado defenderam a cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por abuso de poder econômico em duas ações que podem levar à cassação do mandato do ex-juiz da Lava-Jato. O parecer enviado na noite desta quinta-feira (14) ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.
O documento, segundo informações da colunista Malu Gaspar, do Globo, pede que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná reconheça a “prática de abuso do poder econômico, com a consequente cassação da chapa eleita para o cargo majoritário de senador da República e decretação da inelegibilidade dos Srs. Sergio Fernando Moro e Luís Felipe Cunha”, seu primeiro suplente.
“A lisura e a legitimidade do pleito foram inegavelmente comprometidas pelo emprego excessivo de recursos financeiros no período que antecedeu o de campanha eleitoral, porquanto aplicou-se monta que, por todos os parâmetros objetivos que se possam adotar, excedem em muito os limites do razoável”, dizem os procuradores.
“Desse modo, estabelecidas as premissas de igualdade do pleito, restou objetivamente comprovado nestes autos o emprego de R$ 2.030.228,09 pelo Podemos e União na pré-campanha dos investigados, representando 39,78% do total de despesas contratadas pela própria campanha eleitoral e 110,77% da média de gastos em campanha eleitoral dos candidatos ao Senado nesta unidade da federação, o que é por demais grave.”
O PL e o PT acusam o senador de prática de caixa 2, abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social. Os dois partidos pretendem mostrar que a exposição e os recursos de Moro na pré-campanha para a Presidência da República deram a ele uma vantagem indevida na campanha para o Senado, que ele decidiu disputar quando desistiu da candidatura à presidência pelo Podemos e migrou para o União Brasil.
Na quinta-feira passada (7), Moro disse em depoimento ao TRE do Paraná que é alvo de “perseguição política” nas ações movidas pelo PL e pelo PT – e se recusou a responder a questionamentos feitos por advogados das duas siglas.
O caso deve ser julgado no final de janeiro no TRE paranaense, mas para que o senador perca o cargo, é preciso que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) casse o seu mandato.
Não há previsão de quando as ações devem chegar ao TSE, já que dependem do esgotamento da tramitação na instância inferior – o TRE paranaense –, mas adversários de Moro querem resolver a questão o quanto antes, ainda no primeiro semestre de 2024.
“Desde o início do processo, os autores foram adjetivados de todo o tipo de leviandades. Nos acusavam de perseguição. Hoje, a Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná, em um parecer atento aos valores fundamentais de nossa democracia, reconheceu a necessidade de procedência de nossa ação e que o Senador violou a lei, trapaceou para vencer as eleições. Temos certeza de que a justiça eleitoral do Paraná não se furtará à sua história de intransigência com o abuso de poder, cassando e declarando a inelegibilidade de Sérgio Moro e seu suplente”, disse em nota o advogado Luiz Eduardo Peccinin, advogado do PT.
CNJ tem dificuldade de identificar o paradeiros de recursos levantados pela Lava Jato a partir de acordos.
Enquanto Sergio Moro comandou a 13ª Vara Federal de Curitiba – palco principal da Operação Lava Jato – obras de artes, contas no exterior e outros recursos foram apreendidos, mas não há controle sobre eles até hoje. É o que reafirma a correição extraordinária que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza na vara desde o início do segundo semestre.
Segundo informações de Lauro Jardim em O Globo desta segunda (13), não há inventário das obras de artes, nem transparência sobre como foram manejados o dinheiro proveniente do exterior, entre outros bens e recursos.
O resultado parcial da correição, divulgado em setembro passado, já apontava para a “gestão caótica” no controle de valores levantados pela Lava Jato a partir de acordos de colaboração premiada e de leniência.
Participação da 12ª Vara Antes de abandonar a magistratura para ser ministro de Jair Bolsonaro, Moro repassou o controle e fiscalização de acordos de delação e leniência para a 12ª Vara, onde atua a juíza substituta Carolina Lebbos. O GGN apurou que o juiz Eduardo Appio tentou investigar e atualizar uma planilha antiga que mostrava parcialmente o destino dos recursos de acordos de leniência, mas não houve colaboração da 12ª Vara.
Moro na mira do CNJ Em setembro, Moro e a juíza Gabriela Hardt viraram alvos de um procedimento administrativo disciplinar (PAD) a mando do corregedor nacional de Justiça, o ministro Luis Felipe Salomão, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Corregedoria do CNJ apontou que os juízes cometeram “violação reiterada dos deveres de transparência, de prudência, de imparcialidade e de diligência do cargo” ao repassar R$ 2 bilhões fruto de acordos de leniência para a Petrobras.
Tratado como moribundo, Sergio Moro é tido como um político morto dentro do Senado. Seus arrotos na mídia não têm valido nada, nem para a vovozinha do zap bolsonarista.
O sujeito que não mudou de cara, foi diplomado pelos próprios colega do Senado ex-senador em exercício. Para muitos, ele é somente uma sobremesa do jantado Deltan Dallagnol.
O ex-juiz cretino, para muitos, berra aos ventos, buscando uma aparência de normalidade quando até os girassóis do Senado sabem que ele virou palha e não exercerá mais cargo algum, mesmo no mundo melado da política de direita.
Na verdade, seu próprio quintal quer vê-lo pelas costas. Sim, os bolsonaristas querem Michelle Bolsonaro em seu lugar. Por isso, se não lhe metem a espora ao vivo e a cores, lhe abandonam na beira do barranco.