Categorias
Uncategorized

Vídeo – Contra o ódio, a arte: Artistas brasileiros e a emocionante canção pela libertação de Lula

Se podemos traçar a lista das cidadanias mutiladas nesse país, depois do golpe e eleição de Bolsonaro, a arte tem sido, como sempre, atacada justamente porque ela propõe o sentido humano contra o totalitarismo, porque é a arte que tem a capacidade de entender e registrar o mundo, a sua situação para a totalidade da população.

Há aqueles que querem calar a arte, mas ela surge sempre mais cidadã, mais completa e, sobretudo mais florida, como nessa linda canção nesse emocionante vídeo.

 

 

Categorias
Uncategorized

Janaína Paschoal confessa que Dilma sofreu um golpe

“Alguém acha que Dilma caiu por um problema contábil?”, escreveu a advogada.

Em uma sequência na sua conta do Twitter, na manhã deste sábado (14), a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) admitiu que o impeachment da ex-presidenta Dilma Roussef (PT) por pedalada fiscal, do qual ela foi uma das autoras, foi farsa. “Alguém acha que Dilma caiu por um problema contábil?”, escreveu a advogada.

“As fraudes contábeis foram praticadas para encobrir o rombo gerado pelos desvios! Em outras palavras: a bonança na economia, com os peculatos contínuados, fica prejudicada!”

O jornalista Fábio Pannunzio entrou logo em seguida e questionou a deputada:

“Janaína dizer isto é o mesmo que Busch admitir que mentiu s/ armas químicas para justificar a guerra ao Iraque. Ela é a patronesse do impeachment. Assim, somos obrigados a reconhecer que Dilma foi, sim, vítima de uma armação para derrubá-la. De um golpe clássico. A farsa acabou”

— Fabio Pannunzio (@blogdopannunzio) September 14, 2019

 

 

*Com informações da Forum

 

Categorias
Uncategorized

Discurso de Bolsonaro na ONU: O desastre anunciado

Sem capacidade para ler telepronter ou uma folha de papel, tampouco articular lé com cré, o Planalto cogita pôr um ponto no ouvido de Bolsonaro na ONU. Mesmo assim, duvidam que dê conta do discurso que Steve Bannon está bolando. Certo é que será o maior espetáculo da Terra, se for a NY. (Palmério Dória)

Alguns apostam que Bolsonaro seguirá a linha do desastroso discurso feito pelo Ernesto Araújo . Outros acreditam que ele vai meter atestado e dar um beiço no evento. O fato é que é um espetáculo garantido, contra a imagem do Brasil, é claro.

O vexame internacional é certo. Disso ninguém duvida, nem seus assessores que já são em si, um vexame.

Li que a única alternativa é pôr um dublê. Mas aí me pergunto: para ler o quê?

O fato é que ninguém quer assumir a responsabilidade de ter colocado um perturbado no poder, que range os dentes quando murmura seus ódios.

Não é difícil imaginar a comoção provocada no mundo civilizado com o discurso de Bolsonaro, já na sua saudação. Isso, lógico, se ele tiver coragem de abrir a boca na tribuna da ONU.

Na verdade, o gabinete não tem nada na manga que reproduza alguma coisa que pareça minimamente civilizada para que Bolsonaro, na hora de abrir a boca, empregue ao menos os verbos de forma correta.

Já se vê, antecipadamente, Alexandre Garcia, na ONU, explicando o mito, em um dos seus modorrentos textos de puxa-saquismo do contratante a peso de ouro: “nem sempre as palavras podem exprimir as nossas melhores ideias, mas esse grande homem, que acaba de pronunciar o mais belo discurso na ONU, tem sentido. Não ouvistes falar com a voz do coração? Isso basta, podemos seguir de cabeça erguida”.

Se coube ao mago do ódio, Steve Bannon, a tarefa de escrever o discurso que será proferido por Bolsonaro, prometendo uma jornada gloriosa, a verdade é que, por mais que ele transborde na fantasia como se Bolsonaro fosse um grande libertador do mundo, a emoção no momento de falar, fará, como sempre fez, Bolsonaro amarelar, porque antes de tudo, Bolsonaro é um covarde, um tremiliqueiro e, certamente, se enrola nas palavras até mesmo no silêncio.

Seja como for, não imputem ao povo brasileiro a vergonha alheia que Bolsonaro produzirá. O povo é muitas vezes melhor do que esse troço que usará a tribuna em nome do Brasil.

O Brasil tem um povo alegre, criativo e, na grande maioria, afetuoso, não esse poço de ódio que, com certeza, virá nas palavras de Bolsonaro, mesmo com a voz trêmula de um covarde.

 

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

Categorias
Uncategorized

Não é homônimo: o suspeito de fraude é mesmo Hélio Negão, amigo de Bolsonaro

Ao contrário do que diz Bolsonaro, e mesmo fontes da Polícia Federal, citado pelo líder da quadrilha da fraude do INSS, Hélio Negão é o amigo do presidente, e não um homônimo. As fontes da PF dizem que o nome de Negão foi colocado indevidamente para comprometer o superintendente da PF no Rio de Janeiro.

Não é verdade. É o próprio Hélio Negão.

Confira, primeiro, o relatório do Tribunal de Contas sobre a quadrilha.

Consta nos autos que o servidor Luiz Henrique Nunes da Silva foi preso em flagrante no momento em que estava no atendimento na APS Santa Cruz – IPL 382/2009-5/DELEPREV/SR/DPF/RJ (peça 1, p. 64) . Ao ser interrogado perante a Polícia Federal o servidor confirmou as irregularidades ao relatar que (peça 1, p. 91) :

Para salvar a cara do Ministro Sérgio Moro, a Policia Federal resolveu encontrar um bode expiatório, o delegado Leonardo Tavares, da Delegacia de Repressão a Crises Previdenciários do Rio de Janeiro,

‘ (…) na ocasião da sua prisão confirma que estava processando benefícios sem a presença dos segurados; que isso foi feito por pedido do Sr. HÉLIO NEGÃO, – que HÉLIO NEGÃO era um despachante previdenciário que atuava na APS Santa Cruz; que o declarante o conhecia em virtude da presença do mesmo na APS e de contados (sic) feitos em uma padaria próxima, onde os mesmos tomavam café; que HÉLIO NEGÃO pediu ao declarante para conceder os referido benefícios, independentemente das pessoas estarem presentes; que HÉLIO NEGÃO se dizia candidato ao cargo de vereador no município do Rio de Janeiro e ofereceu ao (sic) uma eventual vaga de emprego para o filho do declarante, caso fosse eleito; que afirma que fez outras concessões a pedido de HÉLIO NEGÃO; que essas concessões eram feitas sem a presença de qualquer segurado (…) ’

Ora, em 2016 Hélio Negão foi candidato a vereador pelo PSC em Nova Iguaçu.

Para salvar a cara do Ministro Sérgio Moro, a Policia Federal resolveu encontrar um bode expiatório, o delegado Leonardo Tavares, da Delegacia de Repressão a Crises Previdenciários do Rio de Janeiro, acusado de “tentar direcionar uma apuração de crime previdenciário para um alvo chamado Hélio Negão, o mesmo apelido usado pelo deputado Hélio Fernando Barbosa Lopes, amigo do presidente Jair Bolsonaro”.

A possibilidade de inclusão indevida do nome em um inquérito foi o que motivou o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a determinar uma apuração sobre o caso na segunda-feira, 9. Ainda não está claro para a Polícia Federal, porém, se o alvo da investigação era o próprio deputado ou um homônimo”.

É evidente que a coincidência entre o nome e a candidatura a vereador atropela qualquer análise de probabilidade.

 

 

*Por Luis Nassif/GGN

Categorias
Uncategorized

Haddad: Moro teria obrigação de investigar e punir vazamento de dados de David Miranda

Haddad ainda recorda, em sua coluna deste sábado na Folha que, “de maneira sóbria, Greenwald veio a público esclarecer que os valores divulgados são referentes a seus rendimentos profissionais declarados, que, inclusive, já estavam publicados no site da fonte pagadora”.

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou, em sua coluna deste sábado (14), publicada na Folha de S.Paulo, que “Moro teria a obrigação funcional de mandar investigar e punir o vazamento de dados bancários do deputado federal David Miranda”, para, logo em seguida, dizer: “aposto que prevaricará e nem pedirá escusas”.

O deputado federal David Miranda (Psol-RJ) passou a ser investigado, juntamente com seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, pelo Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) e pelo Ministério Público. O Coaf, a mando do governo de Jair Bolsonaro (PSL), tenta encontrar alguma irregularidade como forma de retaliação pela série de reportagens que ficou conhecida como Vaza Jato, onde fica provada uma série de irregularidades no processo da Operação Lava Jato praticadas pelo ex-juiz, hoje ministro, Sergio Moro e dos procuradores do MP. David Miranda afirma que abre todas as suas contas para acabar com qualquer suspeita e desafia a família Bolsonaro, “inclusive o Queiroz”, a fazer o mesmo.

Haddad lembra que “Moro cometeu um ato indefensável ao vazar telefonema de Lula que serviu de base para impedi-lo de assumir a Casa Civil do governo Dilma”. O ato, de acordo com o ex-prefeito, foi “qualificado por três circunstâncias: 1) os grampos foram feitos após o horário permitido pelo próprio juiz; 2) envolvia um presidente da República; 3) foi selecionado a dedo apenas 1 dos 22 telefonemas gravados, o único que levaria o STF ao erro de imaginar que Lula buscava foro privilegiado. Moro ficará impune porque pediu exoneração do cargo de juiz e escusas ao STF. Um caso extravagante de excludente de culpa”, ironiza.

Haddad afirma que a investigação sobre o marido de Greenwald, sugere, “subliminarmente, que ele estaria envolvido em práticas pelas quais Flávio e Carlos Bolsonaro são investigados, conhecidas por rachadinha: leia-se, peculato”.

Ao final, ele ainda recorda que, “de maneira sóbria, Greenwald veio a público esclarecer que os valores divulgados são referentes a seus rendimentos profissionais declarados, que, inclusive, já estavam publicados no site da fonte pagadora”.

 

 

*Com informações da Forum

Categorias
Uncategorized

Puxa-saco contumaz, Dallagnol defende Aras e é bombardeado por colegas do Ministério Público

Procuradora Monique Cheker disse ver a mensagem do colega com lamento e que a luta da Ministério Público era pela lista tríplice para escolha da PGR.

O chefe da Lava-Jato de Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol, enviou uma mensagem nesta sexta-feira na rede interna do Ministério Público Federal (MPF) defendendo o nome do subprocurador-geral Augusto Aras para o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR). A mensagem dele foi revelada pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo . Logo depois disso, outros membros do órgão passaram a criticar seu discurso. Entre eles, a procuradora Monique Cheker, próxima de Deltan.

Deltan escreveu que se colocou “diversas vezes em apoio à lista tríplice” mas que “é hora de trabalhar pelo MPF”.

“A atuação da Lava Jato, especialmente, depende de permanente coordenação entre instâncias, inclusive entre primeira e PGR. É importante o trabalho conjunto para continuar expandindo as investigações para responsabilizar criminosos e recuperar recursos, dentro da nossa atribuição”, escreveu Deltan.

Ele relatou que conversou ontem por telefone com Aras, que “expressou seu compromisso de manter e até fortalecer o trabalho das forças-tarefas”.

“Nesse contexto, como disse ao Dr. Aras no contato, entendo que foi importante sua iniciativa de convidar para continuarem na Lava Jato os colegas Hebert, Victor, Clara, Alessandro e Luana, assim como o convite para que Thamea a integre. São excelentes profissionais e ficarei contente se integrarem a equipe na PGR”, escreveu Deltan.

Em resposta a Deltan, Monique Cheker escreveu que viu a mensagem do colega com “grande lamento”. Cheker disse que a escolha do procurador-geral por meio da lista seria uma garantia mínima e que sua defesa é que seria “trabalhar pelo MPF”.

“A Lista Tríplice caiu de vez mesmo. Não há embate com qualquer indicado ou nomeado mas infelizmente a Lista Tríplice é uma garantia mínima e, independente da indicação, nada obsta que a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) permanecesse em sua defesa pública. O que é “trabalhar pelo MPF”? Ao que pensei, a lista seria trabalhar pelo MPF. Ou alguém vendeu algo estranho, desde que entramos na carreira”, escreveu a procuradora.

Cheker disse ainda que também se preocupava com o fato de “em nome de uma obrigação do PGR (manter uma força tarefa que está trazendo relevantes benefícios ao país), haja um motivo para elogios públicos”. E completou: “quando a obrigação vira favor, há algo que precisamos refletir”.

Ainda criticando a mensagem de Deltan, a procuradora se despediu dizendo que “o tempo dirá se a opção que fazemos hoje (desmotivar a publicidade pela lista) será ‘trabalhar pelo MPF'”.

 

 

*Com informações do Último Segundo

 

Categorias
Uncategorized

Diário de um idiota: Dissertação de mestrado de Wilson Witzel tem 63 parágrafos copiados de 6 autores

A dissertação de mestrado defendida pelo então juiz federal Wilson Witzel, hoje governador do Rio de Janeiro pelo PSC, tem ao menos 63 parágrafos copiados de trabalhos publicados por outros seis autores, incluindo um artigo inteiro e a íntegra de um capítulo de outro texto.

O trabalho Medida Cautelar Fiscal foi apresentado à Universidade Federal do Espírito Santo ao fim de um mestrado em Direito Processual Civil, em maio de 2010. A dissertação pode ser lida na íntegra aqui.

Witzel trata do instrumento criado em 1992 para auxiliar a cobrança de dívida fiscal por vias judiciais. Segundo ele, a medida cautelar fiscal pode evitar “grandes fraudes e artifícios maliciosos de contribuintes que agem de má-fé e em desacordo com as leis tributárias”.

Witzel também faz um apanhado histórico do papel do magistrado e defende que “o juiz pós-Estado Liberal não pode mais ficar como mero expectador no processo de execução, cabendo-lhe a missão de buscar todos os meios e técnicas necessários para a entrega da prestação jurisdicional que se pretende”.

Em sua dissertação, 21 das 139 páginas são pré-textuais, como dedicatória e índice, e pós-textuais, como referências bibliográficas.

 

 

*DA BBC News Brasil

Categorias
Uncategorized

Cada vez mais isolado, dentro e fora do governo, Moro tenta barrar CPI da Vaza Jato que lhe custará a cabeça

Moro, que já foi uma griff brasileira de intocável pelo medo que muitos tinham da Globo em enfrentá-lo, parece que vê pipocar o abandono do campo de batalha de antigos aliados e, com isso, sua irremediável ruína.

Para quem achou que o judiciário era um latifúndio de sua propriedade e que, no Brasil, não existia quem o parasse, porque os fatos fabricados pela Lava Jato ganhavam dimensão brutal dos holofotes do Jornal Nacional e já precipitava uma decisão contra qualquer um que Moro apontasse o dedo, agora parece escravo das próprias súplicas na tentativa de salvar o pescoço. Sem falar dos fatores que amedrontavam a muitos, como as prisões arbitrárias para lhe servir de trunfo na acusação de suas vítimas preferenciais, políticos do PT, coisa que hoje se tornou impossível para Moro instrumentalizar o judiciário.

Era fácil, bastava manchar a honra de alguém pela boca de Bonner para Moro já cantar sua vitória e impor no cativeiro suas normas para a liberdade.

Todos sabiam que, para conseguir a liberdade, a senha era delatar algum político do PT, mesmo sem provas, mas, sobretudo Lula, o grande troféu almejado por Moro.

Mas o Brasil não parou e, muito menos o PT e, principalmente Lula. Ao contrário, Lula, de dentro do seu cárcere político, vai se transformando num personagem mundial da envergadura de um Mandela, porque a história já interpretou todo o estado emotivo produzido por Moro e Globo na preparação psicológica das massas para prender Lula sem provas. Isso foi feito por Moro sem escrúpulos, sem alma, sem nada, como se o Brasil fosse uma sociedade primitiva, mas não é. O Brasil não está cativo e, assim, depois do rapto de Lula, foram surgindo vários pontos de resistência e luta contra a sua prisão política.

A parte decente da justiça imediatamente denunciou Moro e seus comandados, entre tantas manifestações nacionais e internacionais de grandes políticos, juristas, artistas e intelectuais, mas o destino reservou para Lula e Moro um mesmo ponto com sinais trocados, os vazamentos que o Intercept publicou, resultando numa multiplicação de veículos que estabeleceram parceria com Glenn Greenwald e passaram também a publicar.

Isso obrigou a Globo a se manter distante, porque, na verdade, manteria-se distante de si mesma, da delinquência jornalística que praticou junto com Moro.

Moro, hoje, tem que advogar em causa própria, porque sua prostituição jurídica não encontra mais eco dentro do governo, dentro do congresso e, sobretudo na Globo, tendo espaço somente para tentar angariar apoios no varejo que impeçam a CPI da Vaza Jato já com assinaturas suficientes para dar início aos trabalhos e prevalecer a verdade oculta na Lava Jato, tendo como destino a condenação de todos os crimes cometidos por Moro, Dallagnol e cia.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

Categorias
Uncategorized

Reintegração de posse deixa 700 famílias sem teto em Carapicuíba (SP)

“O neoliberalismo se radicaliza para expropriar até os mais miseráveis e, para isso, necessita e não titubeia em reanimar todas as formas de opressão, exclusão e destruição dos diferentes grupos sociais e classes sociais e frações de classe que se opuserem a esta ferocidade exploradora. E, sobretudo neste contexto, o sadismo e o prazer pela humilhação e eliminação dos definidos pelo imaginário autoritário, por séculos, como “os outros, os inimigos” são acionados para orientar as instituições oficiais e atiçar a “opinião pública”. Atiçamento este sustentato com ódios, medos e toda sorte de representações racistas, misóginas, homofóbicas e xenofóbicas de modo a engrossar os uivos de parcelas populacionais mais diversas, porém, concentradas nas classes médias e na burguesia para aplaudirem e até mesmo participarem desta verdadeira chacina social que se tornam os contextos de avanço neoliberal neofascista contra negros, pobres, mulheres, indígenas, LGBTTS e dissidentes políticos.” (Sergio Luiz de Souza)

Área pertence à Cohab desde 1980 e tem como finalidade construção de habitação popular; favela foi formada há pelo menos uma década.

O olhar se perde ao tentar contar a quantidade de prédios entre os quilômetros 17 e 18 do Rodoanel, na divisa das cidades de Carapicuíba e Osasco, na Grande São Paulo. São dezenas de apartamentos da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), que garantem moradia a milhares de famílias. No entanto, nem todos ali têm um teto. Na área entre os conjuntos da Cohab 2 e da Cohab 5, que formam o bairro Vila Jussara, 700 famílias perderam suas casas em uma reintegração de posse na manhã desta quinta-feira (12/9).

Famílias inteiras, com mãe, pai, filhos, avós e seus bichos de estimação tiveram que sair com tudo o que tinham, mas deixaram para trás as paredes e o teto sob o qual dormiam. Em minutos, o que era um lar virou ruína. “É muito injusto, moro aqui há nove anos. Nove! Isso não dá direito a usucapião?”, questiona Inês Souza, enquanto carrega uma caixa com pertences retirados às pressas de sua casa.

O terreno é público, de propriedade da Cohab desde a década de 1980. A companhia prestou queixa de que ali havia gente morando irregularmente apenas em agosto de 2017. Consta como objetivo da terra o uso para a construção de unidades habitacionais, exatamente como ocorreu nos terrenos nos quais estão os prédios vizinhos. Onde a comunidade foi construída, não. E, agora, as unidades habitacionais existentes, ainda que precárias e com situação legal irregular, deixarão de existir.

Os moradores relatam que há quem vivia no local há mais de 30 anos. E as construções demonstram que o terreno não é recém-ocupado. Para isso, bastava entrar em uma das casas de alvenaria abandonadas. Tinham piso, azulejo, todo revestimento feito de forma caprichosa. Alguns barracos de madeira ainda tinham tijolos dentro, um indicativo de que o morador juntou suas economias para investir naquela casa que, em minutos, deixou de existir.

“É uma injustiça muito grande”, lamenta Francisco de Oliveira. “Você vê esse monte de casa aqui, vai tudo para o chão, enquanto tem outras que ninguém nem vai tocar. E são do lado”, continua. Sua reclamação era pelo fato de a reintegração ser dividida em três partes, com a casa dele integrando o terreno da primeira parte.

A Justiça determinou a reintegração em janeiro de 2017 e manteve a decisão em duas oportunidades: em janeiro e setembro do ano passado. Essa última, a decisão do juiz Paulo Ricardo Cursino de Moura, trata de que há a cobrança de estrutura para a retirada das pessoas, como ambulâncias do Samu, apoio da PM, acompanhamento do Conselho Tutelar, MP (Ministério Público) e caminhões para realização das mudanças.

A remoção das demais áreas ainda não tem data exata para acontecer, mas a probabilidade maior é que seja no início de 2020, segundo informou à Ponte uma representante dos moradores, que pediu para não ter o nome divulgado. Ela diz que levou um tiro de bala de borracha da polícia em um dos protestos feitos por quem morava na terra e, por isso, teme sofrer ameaças.

O relógio ainda marcava 6h15 quando a reportagem chegou ao local. Havia grande movimentação, seja dos que retiravam itens de casa, seja dos policiais que escoltavam os oficiais de justiça. Foi possível caminhar e verificar a situação em que as pessoas moravam, o chão com parte em cimento e parte de terra. No entanto, não demorou muito tempo até a Polícia Militar do Estado de São Paulo convidar os jornalistas a se retirarem, alegando questão de segurança. As demais pessoas seguiram ali normalmente.

A área ocupada pela comunidade, desintegrada por máquinas ao longo desta quinta-feira, é tão grande que há quatro entradas: três por cima, no topo do morro, e uma no pé do rodoanel. A Ponte conseguiu entrar novamente na favela com a ajuda de moradores, que queriam denunciar a retirada das 700 famílias que ali viviam.

Em mais 20 minutos de observação, o clima de tristeza e de revolta ganhou mais força. Sem poder ficar no espaço que considerava seu lar, dois moradores decidiram não entregá-lo pacificamente e atearam fogo como forma de protesto. Um deles chegou a ser totalmente destruído pelas labaredas, forçando a ação do Corpo de Bombeiros. Enquanto a reportagem via o trabalho no segundo foco de incêndio, fomos convidados pela PM a nos retirar do local. Pior foi o caso de uma moradora, que tentou buscar seu gato em meio ao fogo, mas acabou detida pelos policiais.

Camas ocupavam a calçada em uma esquina junto de botijões de gás, armários, sofás e pertences menores, todos arrumados de modo que era possível serem colocados no caminhões da prefeitura de Carapicuíba. Tinha como levar, mas muitos moradores não tinham um destino. “Não tenho para onde ir, vou levar essas coisas para onde? Um albergue?”, pergunta Joana Azevedo. Ela vivia na comunidade com o filho e o companheiro.

A Ponte questionou a Cohab sobre o pedido de reintegração de posse e os objetivos para o uso futuro do terreno e, segundo a Companhia, o espaço foi comprado na década de 1970. “Nesse terreno, foram construídas cerca de 15 mil unidades habitacionais, local conhecido como Complexo Habitacional Presidente Castelo Branco (Carapicuíba). A invasão, que começou em 2016, se encontra na área remanescente desses empreendimentos”, justifica, dizendo que havia na comunidade 783 famílias e que disponibilizou transporte para as mudanças.

“Após a reintegração, a área será utilizada para a construção de unidades habitacionais para atender a demanda do Município”, diz a nota enviada às 14h03. “No momento existem tratativas para a transferência de algumas áreas, objeto de convênios, para a Prefeitura de Carapicuíba, como foi realizado recentemente no Parque dos Paturis. Vale salientar que em muitas dessas áreas da Cohab estão instalados equipamentos públicos, como escolas, creches, postos de saúde, bases de Policia Militar e outros”, finaliza a Cohab.

A reportagem também acionou a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, comandada pelo general João Camilo Pires de Campos neste governo de João Doria (PSDB), para questionar a detenção da moradora que tentou resgatar seu animal de estimação. No entanto, nenhum dos dois órgãos respondeu até a publicação desta reportagem.

 

 

*Por Arthur Stabile/Ponte

 

Categorias
Uncategorized

Vídeo: Exibição de Filme sobre Chico Buarque no Uruguai é censurado pelo Itamaraty

Comunicado foi dado pela embaixada do Brasil em Montevidéu, uma das patrocinadoras do Festival que exibiria o filme.

O Itamaraty, através da embaixada do Brasil em Montevidéu, no Uruguai, censurou a exibição do filme “Chico: Artista Brasileiro”, de Miguel Faria, no Festival Cine de Brasil 2019, a ser realizado em outubro no país. A embaixada, uma das patrocinadoras do festival, avisou aos produtores do evento que o filme, que narra a trajetória musical de Chico nos últimos 50 anos, estava proibido de integrar a mostra.

Uma carta da produtora, JBM Producciones, foi enviada ao diretor Miguel Faria informando sobre a censura. Confira:

“Querido Miguel,
Quiero informar cómo van las cosas camino al estreno, finalmente, de CHICO en Uruguay. Junto a nuestra asociada ENEC quien además de distribuidores son exhibidores, habíamos planificado estrenar el filme en el Festival de Cine de Brasil 2019 que se lleva a cabo en octubre y entre otros es auspiciado por la Embajada de Brasil en Montevideo. Esta mañana recibo un sorpresivo mensaje del exhibidor diciéndome que los llamaron de la embajada para “pedirles” que NO se exhiba el filme de CHICO en ese festival. Si bien es lógico debido a la situación política de Brasil, en Uruguay es muy grave que se censure la exhibición de una película siendo que en este caso JMB Filmes de Uruguay es el distribuidor y este acto afecta nuestros intereses. Adjunto mas abajo copia del mensaje oficial de ENEC (dueños socios de la sala ALFA/BETA) comunicándomelo y un archivo adjunto de audio de la llamada de una señora, suponemos desde Brasil, que avisa a la sala de la desición de la embajda de Brasil en Uruguay.”

O cantor, compositor e escritor, Chico Buarque, foi um dos artistas mais censurados no auge da ditadura militar, que durou de 1964 até 1985. O próprio Chico diz, em um documentário sobre a sua vida: “a ditadura me encheu muito o saco, mas eu também enchi o saco da ditadura.

Chico chegou a dar um drible da vaca nos censores quando, em 1974, lançou o fictício compositor Julinho de Adelaide, uma espécie de heterônimo para assinar três de suas canções: “Jorge Maravilha”, “Acorda Amor” e “Milagre Brasileiro”. As músicas, que se fossem assinadas pelo Chico seriam censuradas, passaram sem problemas.

O fato gerou a obrigação, a partir de então a obrigação de cada letra ir para os censores acompanhada da cópia do RG dos autores.

Assista ao trailer

https://www.facebook.com/globofilmes/videos/489437511219936/?t=18

*Com informações da Forum