A China suspendeu a compra de carne bovina de mais da metade dos fornecedores americanos devido à crescente guerra tarifária com os Estados Unidos. Essa situação abre uma oportunidade ao Brasil para expandir suas exportações ao mercado chinês. Em maio, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva visitará a China para se encontrar com o presidente Xi Jinping.
Atualmente, 654 empresas americanas estão habilitadas para exportar carne bovina para a China, mas 392 delas tiveram suas operações suspensas pela Administração Geral das Alfândegas da China, representando 60% dos fornecedores do setor. Além disso, o número de suspensões tem aumentado, afetando fornecedores de carne de aves e suínos. Recentemente, nove empresas, incluindo American Proteins e Mountaire Farms of Delaware, não tiveram suas habilitações renovadas.
De acordo com o Departamento de Segurança Alimentar de Importação e Exportação da Administração Geral das Alfândegas da China, as suspensões visam prevenir riscos à segurança alimentar e estão alinhadas com legislações locais e padrões internacionais. Isso é apresentado como uma medida científica e razoável para assegurar a segurança alimentar.
Além disso, até 18 de junho, 68 fornecedores terão suas habilitações expiradas, incluindo dez de carne bovina, 11 de carne suína e 47 de carne de aves. No cenário atual, o foco da suspensão se concentra na carne bovina, com 590 fornecedores, dos quais apenas dez estão suspensos. Em contraste, entre os 594 fornecedores de carne de aves, apenas três enfrentam restrições.
No campo mais amplo do comércio internacional, as bolsas da Ásia e Europa tiveram forte alta após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas para vários países, excluindo a China. Em contrapartida, a China elevou suas tarifas sobre produtos americanos de 104% para 125% em retaliação às políticas de Trump, que por sua vez impusera uma tarifa de 84% sobre produtos dos EUA.
A Embaixada do Brasil em Pequim destacou que, apesar das medidas de suspensão de fornecedores estarem ligadas a controles sanitários e de segurança alimentar, elas também refletem a guerra tarifária entre Brasil e Estados Unidos e a crise nas relações comerciais sino-americanas.
Roberto Perosa, ex-secretário de Comércio do Ministério da Agricultura e atual representante do agronegócio brasileiro, participou de reuniões com autoridades chinesas na semana passada enquanto as novas tarifas dos EUA e as reações de Pequim eram divulgadas. Ele descreveu as conversas como “muito positivas” e elogiou os encontros no Ministério do Comércio da China, na aduana e com empresas do setor alimentício. Perosa enfatizou que a China reiterou que o Brasil é um parceiro estratégico, afirmando que as relações estão em seu melhor momento e que o presidente Lula fará uma visita a Pequim.
A China continua sendo o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina. Em 2024, as exportações para o país superaram 1 milhão de toneladas, representando um aumento de 12,7% em comparação ao mesmo período de 2023 e gerando US$ 6 bilhões em negócios. As exportações de carne bovina estão atrás apenas da soja, minério de ferro e petróleo no Brasil. De janeiro a março deste ano, os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram que o Brasil vendeu US$ 1,36 bilhão em carne bovina para a China, um crescimento de 11,3% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
Esses números refletem não só a força das relações comerciais entre Brasil e China, mas também a resiliência do setor agrícola brasileiro frente a desafios globais. O fortalecimento das relações e o aumento das exportações de carne bovina são sinais positivos que podem indicar uma evolução nas parcerias comerciais entre os dois países, especialmente em um contexto internacional conturbado por questões tarifárias e de segurança alimentar.
Cerca de mil soldados assinaram carta pressionando governo por acordo de cessar-fogo e libertação de reféns; texto foi publicado como anúncio em jornais do país.
Um grupo de cerca de mil veteranos da Força Aérea Israelense (IAF, na sigla em inglês), em sua grande maioria aposentados, publicou nesta quinta-feira (10/04) uma carta exigindo que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alcance um acordo de cessar-fogo com o Hamas e garanta o retorno dos reféns, mesmo que isso signifique o fim da guerra em Gaza.
“Continuar a guerra resultará na morte de soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) e de civis inocentes”, diz um trecho do texto que, segundo o jornal The Times of Israel, foi divulgado como anúncio em vários periódicos do país.
Além disso, os signatários sustentam que os ataques contínuos em Gaza servem a “interesses políticos e pessoais” do governo israelense, em vez da segurança nacional.
Segundo a agência AFP, as autoridades do Estado-Maior e do Ministério da Defesa de Israel decidiram demitir todos os reservistas ativos que assinaram o documento, afirmando que eles não podem se apropriar da “marca da Força Aérea Israelense” para protestar contra questões políticas.
O Times of Israel informou que apenas 60 dos signatários eram reservistas ativos, sendo que nesse número incluíam “pilotos competentes”, além de soldados em funções de quartel-general. O jornal revelou que cerca de 40 soldados da ativa que inicialmente estavam na carta removeram suas assinaturas antes da publicação.
Ainda segundo o veículo, no documento, constavam o nome do ex-chefe do Estado-Maior das IDF e comandante da IAF, Dan Halutz, e do ex-chefe da Diretoria de Planejamento das IDF, Nimrod Sheffer. O chefe da IAF, major-general Tomer Bar, tentou impedir a divulgação da carta, que a princípio estava programada para ser publicada na terça-feira (08/04).
Netanyahu critica ação de reservistas: ‘imperdoável’ Em comunicado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, expressou apoio à decisão tomada pelas autoridades ministeriais de demitir os reservistas que assinaram o documento.
“A recusa em servir é a recusa em servir, mesmo que seja apenas insinuada em linguagem caiada. Declarações que enfraquecem as IDF e fortalecem nossos inimigos em tempos de guerra são imperdoáveis”, disse o premiê, embora a carta não faça um apelo a uma recusa geral de servir o Exército.
Netanyahu também chamou os signatários de “um grupo de extremistas marginais que estão tentando mais uma vez quebrar a sociedade israelense por dentro”.
Já o ministro da Defesa, Israel Katz, criticou os membros da aeronáutica, classificando o posicionamento como uma “tentativa de minar a legitimidade da guerra justa que as IDF lideram em Gaza”.
“Confio no julgamento do chefe do Estado-Maior e do comandante da Força Aérea, e estou convencido de que eles vão lidar com esse fenômeno inaceitável da maneira mais apropriada”,
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Parceria estratégica com o Brasil, retomada do acordo União Europeia-Mercosul e combate firme ao extremismo marcam o plano do governo a ser formado por conservadores e centro-esquerda.
A Alemanha se prepara para uma nova fase política com a formação de um governo de coalizão entre o União Democrata-Cristã (CDU), da ex-chanceler Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz. O CDU, legenda conservadora, venceu a eleição antecipada de fevereiro, enquanto o SPD, de centro-esquerda, ficou em terceiro lugar.
O acordo, apresentado oficialmente nesta quarta-feira (10) e intitulado “Responsabilidade para a Alemanha”, sela a aliança entre os dois principais partidos do país e deverá conduzir o conservador Friedrich Merz ao cargo de chanceler federal no início de maio.
O texto ainda precisa ser ratificado pelas bases dos dois partidos. Em seguida, Merz será submetido à votação no Bundestag (parlamento alemão) para assumir formalmente o posto equivalente ao de primeiro-ministro.
Entre os pontos de destaque do acordo de 146 páginas está o reconhecimento do Brasil como parceiro estratégico na política externa alemã.
“Queremos intensificar e aprofundar as relações estratégicas com o Brasil”, afirma o documento, que também estabelece o objetivo de “ampliar as cooperações econômicas, ambientais e tecnológicas” com países-chave fora da Europa.
O texto amplia o escopo das relações internacionais ao apontar a América Latina e o Caribe como regiões de interesse especial para parcerias. Nesse contexto, a coalizão defende uma rápida ratificação do acordo União Europeia–Mercosul, considerado um dos compromissos centrais da nova agenda diplomática, segundo Ivan Longo, Forum.
“A ratificação do acordo UE-Mercosul é um passo necessário para o fortalecimento da presença europeia na região”, destaca o trecho. O pacto também reforça o empenho em concluir o tratado comercial com o México e promover novas negociações com países africanos e asiáticos
Isolamento da extrema direita Apesar do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) ter conquistado 20,8% dos votos na eleição antecipada de fevereiro e se tornado a segunda maior força política do país, ele foi excluído da coalizão.
“Mostramos tolerância zero com o extremismo de direita e outras formas de extremismo”, diz o documento da coalizão entre conservadores e sociais-democratas.
O AfD, cujos membros já tiveram ligações comprovadas com grupos neonazistas, segue sendo monitorado pelo serviço de inteligência alemão. A exclusão do partido do novo governo mantém vivo, ao menos por hora, o princípio do Brandmauer, o “cordão sanitário” estabelecido por partidos tradicionais no pós-guerra para isolar forças antidemocráticas.
Pesquisa mostra que maioria da população aprova imposto mínimo para rendas acima de R$ 50 mil mensais, mas Congresso ainda é visto como obstáculo.
A proposta do governo Lula, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para instituir um imposto de renda mínimo sobre os super-ricos conta com o apoio de 76% da população brasileira. O dado foi revelado em pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta quarta-feira (9) e mostra ampla aprovação popular à medida que pretende aumentar a justiça fiscal no país. A informação foi publicada pela Folha de S.Paulo.
A iniciativa propõe que pessoas com ganhos mensais superiores a R$ 50 mil — o equivalente a R$ 600 mil anuais — passem a pagar um imposto mínimo, com alíquota progressiva que chega a 10% para quem recebe mais de R$ 1,2 milhão por ano. Atualmente, muitos desses rendimentos, principalmente os oriundos de lucros e dividendos, são isentos de tributação, o que permite que uma parcela da população com altíssimos ganhos pague proporcionalmente menos impostos do que trabalhadores com carteira assinada.
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Apesar do apoio majoritário, a pesquisa aponta uma percepção de ceticismo quanto à tramitação da medida no Congresso: 49% dos entrevistados acreditam que os parlamentares não aprovarão o projeto, enquanto 47% acham que a proposta será aprovada.
Outro ponto do mesmo pacote legislativo — a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, a partir de 2026 — também é bem recebido pela população: 70% aprovam a ideia. No entanto, apenas 50% acreditam que o Congresso dará sinal verde à mudança.
Segundo o Datafolha, 64% dos entrevistados disseram conhecer o conteúdo da proposta que visa aumentar o número de isentos e tributar as rendas mais altas — número que sobe em relação aos 53% registrados em dezembro de 2024. Entre esses, 29% afirmam estar bem informados, 28% se dizem mais ou menos informados e 6% admitem estar mal informados. Outros 36% não conhecem o tema.
O apoio à taxação dos mais ricos é menor entre empresários (54%) e estudantes (69%), mas sobe para 80% entre pessoas com mais de 45 anos. A rejeição à proposta é maior entre aqueles que avaliam negativamente o governo Lula: 32% dos críticos da administração são contrários ao imposto mínimo, contra apenas 10% entre os que consideram a gestão ótima ou boa.
Já a isenção para quem ganha até R$ 5 mil tem maior aceitação entre os mais velhos (75% entre pessoas com 60 anos ou mais) e entre quem tem ensino superior (84%). Também há mais apoio entre empresários (80%) e funcionários públicos (81%), enquanto os assalariados sem registro demonstram menor entusiasmo (56%).
A proposta de isenção foi anunciada pelo ministro Fernando Haddad em rede nacional no fim de novembro de 2024, como parte de um pacote de contenção de despesas. O texto foi enviado ao Congresso em março de 2025, e seu relator, o deputado Arthur Lira (PP-AL), estuda alternativas como a proposta aprovada na Câmara em 2021, que previa taxação de lucros e dividendos e redução do imposto sobre pessoas jurídicas (IRPJ).
A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 1º e 3 de abril, com 3.054 pessoas com mais de 16 anos, em 172 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O palanque fundamentalista-religioso da avenida Paulista por onde desfilaram
governadores e políticos de direita e extrema-direita [6/4] evidencia que na eleição de 2026 a disputa real será entre a democracia e o golpe.
O governador Ronaldo Caiado deixou claro que “não tem divisão” no campo antidemocrático integrado por amplos setores da direita e as extremas-direitas bolsonarista e lavajatista. Estarão unidos na eleição de 2026 para combater o campo democrático liderado pelo Lula.
Os oradores foram monocórdios. Nos discursos, mostraram coesão total nos ataques ao STF e à democracia. Almejam uma ruptura institucional.
Silas Malafaia, patrocinador do evento com dinheiro recolhido junto aos “fiéis”, chamou os generais do Alto Comando do Exército de “cambada de frouxos, cambada de covardes, cambada de omissos”, porque não teriam consumado o golpe.
“Não honram a farda que vestem”, disparou o charlatão, com aplausos dos cúmplices em cima do palanque, todos saudosos da ditadura militar e que já encilharam o cavalo de outro capitão do Exército para 2026. Mas, desta vez, com um capitão que pelo menos não lambe o dedo lambuzado levado ao nariz.
Os criminosos que tentaram perpetrar o golpe de Estado receberam defesa incondicional das lideranças radicalizadas.
Nos discursos, os extremistas propagaram a versão delirante de que o 8 de janeiro de 2023 foi um piquenique dominical de senhorinhas com a bíblia debaixo do braço e moças inocentes com batom na mão passeando na Praça dos Três Poderes.
Defendendo a impunidade dos criminosos, o governador Tarcísio de Freitas disse que “anistia não é heresia”.
O prefeito bolsonarista da capital paulista Ricardo Nunes/MDB foi apelativo, para não dizer patético, chegando a dizer que a anistia é um “ato de humanidade”. Isso sim uma infame heresia à figura de Ulysses, aquele que tinha “ódio e nojo à ditadura”.
Todos naquele palanque que reuniu o chorume fascista na verdade não defendem a anistia para os criminosos já condenados e presos, mas defendem a impunidade para Bolsonaro e os altos oficiais das Forças Armadas.
A Procuradoria-Geral da República destacou que os ultradireitistas civis e militares “integraram, de maneira livre, consciente e voluntária, uma organização criminosa constituída desde pelo menos o dia 29 de junho de 2021 e operando até o dia 8 de janeiro de 2023, com o emprego de armas”.
A denúncia da PGR descreve que essa “organização criminosa armada utilizou violência e grave ameaça com o objetivo de impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor um governo legitimamente eleito”.
Não existem argumentos sérios e aceitáveis que consigam apagar as imagens gravadas do 8 de janeiro. As cenas horrorosas da horda fascista destruindo as sedes dos três poderes da República ficarão eternizadas na história do Brasil.
Não serão argumentos falaciosos e mentirosos produzidos para as bolhas extremistas nas redes sociais que vão conseguir minimizar o significado daqueles acontecimentos. As imagens são eloquentes e definitivas.
O inquérito da PF e a denúncia oferecida ao STF pela PGR são peças primorosas de altíssimo valor técnico-jurídico. Não deixam dúvidas acerca da gravidade do processo engendrado por Bolsonaro e militares para esmagar nossa democracia e perpetrar o golpe de Estado.
Defender, portanto, a suposta anistia aos criminosos do 8 de janeiro significa, na verdade, deixar impunes os líderes da organização criminosa armada.
A anistia não é um mero ato político ou ideológico, porque é um posicionamento contra a democracia; é um movimento que afronta a Constituição.
Os extremistas não desistiram. “Eles ainda estão aqui”; e continuam determinados a tomar o poder de Estado para destruir a democracia por dentro.
Na eleição de 2026 estarão unidos em torno de Tarcísio de Freitas, um capitão bolsonarista do Exército com falsa aparência de moderado –simplesmente porque usa garfo e faca para comer– que é incensado pela mídia hegemônica e abraçado pela Faria Lima e oligarquias dominantes.
Em 2026 o Brasil não estará diante de nenhuma “escolha muito difícil”: a disputa será entre democracia ou golpe; entre democracia ou quebra institucional.
*Jeferson Miola/
governadores e políticos de direita e extrema-direita [6/4] evidencia que na eleição de 2026 a disputa real será entre a democracia e o golpe.
O governador Ronaldo Caiado deixou claro que “não tem divisão” no campo antidemocrático integrado por amplos setores da direita e as extremas-direitas bolsonarista e lavajatista. Estarão unidos na eleição de 2026 para combater o campo democrático liderado pelo Lula.
Os oradores foram monocórdios. Nos discursos, mostraram coesão total nos ataques ao STF e à democracia. Almejam uma ruptura institucional.
Silas Malafaia, patrocinador do evento com dinheiro recolhido junto aos “fiéis”, chamou os generais do Alto Comando do Exército de “cambada de frouxos, cambada de covardes, cambada de omissos”, porque não teriam consumado o golpe.
“Não honram a farda que vestem”, disparou o charlatão, com aplausos dos cúmplices em cima do palanque, todos saudosos da ditadura militar e que já encilharam o cavalo de outro capitão do Exército para 2026. Mas, desta vez, com um capitão que pelo menos não lambe o dedo lambuzado levado ao nariz.
Os criminosos que tentaram perpetrar o golpe de Estado receberam defesa incondicional das lideranças radicalizadas.
Nos discursos, os extremistas propagaram a versão delirante de que o 8 de janeiro de 2023 foi um piquenique dominical de senhorinhas com a bíblia debaixo do braço e moças inocentes com batom na mão passeando na Praça dos Três Poderes.
Defendendo a impunidade dos criminosos, o governador Tarcísio de Freitas disse que “anistia não é heresia”.
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O prefeito bolsonarista da capital paulista Ricardo Nunes/MDB foi apelativo, para não dizer patético, chegando a dizer que a anistia é um “ato de humanidade”. Isso sim uma infame heresia à figura de Ulysses, aquele que tinha “ódio e nojo à ditadura”.
A Procuradoria-Geral da República destacou que os ultradireitistas civis e militares “integraram, de maneira livre, consciente e voluntária, uma organização criminosa constituída desde pelo menos o dia 29 de junho de 2021 e operando até o dia 8 de janeiro de 2023, com o emprego de armas”.
A denúncia da PGR descreve que essa “organização criminosa armada utilizou violência e grave ameaça com o objetivo de impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor um governo legitimamente eleito”.
Não existem argumentos sérios e aceitáveis que consigam apagar as imagens gravadas do 8 de janeiro. As cenas horrorosas da horda fascista destruindo as sedes dos três poderes da República ficarão eternizadas na história do Brasil.
Não serão argumentos falaciosos e mentirosos produzidos para as bolhas extremistas nas redes sociais que vão conseguir minimizar o significado daqueles acontecimentos. As imagens são eloquentes e definitivas.
O inquérito da PF e a denúncia oferecida ao STF pela PGR são peças primorosas de altíssimo valor técnico-jurídico. Não deixam dúvidas acerca da gravidade do processo engendrado por Bolsonaro e militares para esmagar nossa democracia e perpetrar o golpe de Estado.
Defender, portanto, a suposta anistia aos criminosos do 8 de janeiro significa, na verdade, deixar impunes os líderes da organização criminosa armada.
A anistia não é um mero ato político ou ideológico, porque é um posicionamento contra a democracia; é um movimento que afronta a Constituição.
Os extremistas não desistiram. “Eles ainda estão aqui”; e continuam determinados a tomar o poder de Estado para destruir a democracia por dentro.
Na eleição de 2026 estarão unidos em torno de Tarcísio de Freitas, um capitão bolsonarista do Exército com falsa aparência de moderado –simplesmente porque usa garfo e faca para comer– que é incensado pela mídia hegemônica e abraçado pela Faria Lima e oligarquias dominantes.
Em 2026 o Brasil não estará diante de nenhuma “escolha muito difícil”: a disputa será entre democracia ou golpe; entre democracia ou quebra institucional.
O governo britânico “está acompanhando de perto” o modelo brasileiro dos agentes comunitários de saúde, estudando aplicar algo semelhante no NHS, o sistema de saúde do Reino Unido, segundo reportagem publicada pelo jornal The Telegraph na segunda-feira (07/04).
A reportagem, assinada por Laura Donnelly e Claudia Marquis, pergunta no título: “O NHS está perto do colapso — um projeto das favelas brasileiras poderia salvá-lo?”
De acordo com o jornal, o governo britânico está fazendo um projeto-piloto inspirado no modelo brasileiro em Pimlico, um bairro de Londres.
O projeto deve ser ampliado depois para 25 regiões na Inglaterra.
No Brasil, os agentes comunitários de saúde fazem parte da chamada Estratégia Saúde da Família, sob o guarda-chuva do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a reportagem do jornal britânico, os agentes comunitários propiciaram “melhorias drásticas” em indicadores de saúde no Brasil.
“Poucos meses após vencer a eleição, o governo [do partido] trabalhista ficou bastante interessado na Estratégia Saúde da Família brasileira, enviando representantes da área de saúde ao Rio para assinar uma carta de intenções sobre a cooperação em saúde entre o Reino Unido e o Brasil”, diz um trecho da reportagem.
Ainda de acordo com o texto, o ministro da Saúde britânico, Wes Streeting, convidou especialistas em saúde do Brasil para obter informações sobre os programas de saúde da família e para usar esse conhecimento em um planejamento de dez anos para o NHS.
Esse plano deve ser publicado em junho, de acordo com o Telegraph — com maior ênfase na prevenção a doenças e um deslocamento do foco dos hospitais em direção às comunidades, o que seria inspirado no modelo brasileiro.
Durante a campanha eleitoral, na véspera da vitória trabalhista em julho de 2024, Streeting apontou que um dos maiores problemas do sistema britânico era a dificuldade de acesso a médicos.
Um dos entusiastas do modelo brasileiro e que está trabalhando na implementação de algo parecido no Reino Unido é o médico inglês Matthew Harris.
Harris já trabalhou em Pernambuco e atualmente é pesquisador da Escola de Saúde Pública do Imperial College de Londres. Em 2023, durante entrevista à BBC News Brasil, ele não fez cerimônia ao afirmar que a iniciativa é “100%” inspirada na Estratégia Saúde da Família.
‘Senso de comunidade’ funcionaria no Reino Unido? A Estratégia Saúde da Família e os agentes comunitários começaram a ser implementados no Brasil no início dos anos 1990.
Normalmente, os agentes comunitários fazem partes de equipes de Saúde Família com outros profissionais, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
A reportagem do Telegraph, que visitou equipes de agentes comunitários e pacientes em cidades como Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Manaus, destaca que esses profissionais atuam nas áreas onde moram e são obstinados em realizar seu trabalho — mesmo enfrentando as consequências da pobreza, as longas distâncias da Amazônia e a violência das grandes cidades brasileiras.
É enfatizado também que os agentes não têm necessariamente diplomas na área de saúde, mas recebem treinamento — a partir daí, indo de “porta em porta, oferecendo escuta atenta, recomendações de saúde e educação e conexões com os serviços de saúde”.
Muitos, inclusive, são sobrecarregados pelas centenas de famílias que precisam atender, diz também o Telegraph.
São mostradas histórias reais de trocas, inclusive afetivas, entre os agentes e a população. Confiança e até segredos de família fazem parte dessa relação, contam Donnelly e Marquis.
Mas as repórteres do Telegraph colocam em dúvida se um dos ingredientes do sucesso brasileiro, a proximidade entre os agentes e a população, funcionaria do outro lado do Atlântico.
“Talvez seja menos claro se a Grã-Bretanha moderna tem um senso de comunidade que poderia ser aproveitado, ou se uma batida na porta seria tão bem-vinda.”
Pressões, obstruções e ataques ao presidente da Câmara, além do rechaço da opinião pública à anistia, dificultam aprovação de regime de urgência buscado pela extrema direita.
Sonho dos bolsonaristas, o projeto de anistia aos golpistas da extrema-direita — que beneficiaria diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro — continua enfrentando dificuldades para se viabilizar. E pelo visto, acontecimentos recentes indicam que a proposta poderá não ter vida fácil no Congresso.
As mobilizações recentes nas ruas do Rio de Janeiro e São Paulo a favor do projeto ficaram aquém do esperado por eles e a opinião pública tem se colocado majoritariamente contra a medida, conforme pesquisa recente. Esse clima deve influenciar os humores dos parlamentares.
Soma-se a isso o fato de que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) não parece muito disposto a agilizar a tramitação em regime de urgência, especialmente após ter sido constrangido no ato deste domingo (6) na avenida Paulista, quando o histriônico pastor Silas Malafaia o chamou de “vergonha da Paraíba” por ainda não ter pautado a matéria.
Além disso, segundo o noticiário, obstruções na Casa na semana passada e a pressão que os bolsonaristas vêm exercendo sobre deputados do Centrão teriam gerado incômodo neste segmento, especialmente porque se trata de uma pauta que não está na boca do povo e é rechaçada por mais da metade da população, ou seja, não é interessante para eles se expor com o eleitorado, comprando essa briga. Ao constatar esse mal-estar e temendo jogar tudo por terra, o PL decidiu recuar da ofensiva.
Em meio a esse cenário, Motta teria conseguido convencer os líderes partidários a não assinarem o requerimento de urgência, o que faria com que o projeto de anistia fosse analisado diretamente no plenário, sem passar pelas comissões. Até o momento, o requerimento teria 233 das 257 assinaturas necessárias, mas mesmo que atinja esse número mínimo, não há garantia de que o presidente da Casa paute o projeto.
Leia também: Deputados avaliam que não há espaço para pautar projeto da anistia
Por outro lado, Motta não deixa clara a posição que irá tomar a respeito, caso os bolsonaristas consigam as assinaturas necessárias. Nesta semana, o parlamentar disse não ser “censor” de pauta e que conduziria o debate com “serenidade” e “sensibilidade”, mas também pontuou que o assunto não é “a única pauta do Brasil”.
Também ponderou que “não podemos — diante de um Brasil que tem tantos desafios pela frente, esse cenário internacional, os nossos problemas internos —nos dar o luxo de achar que, aumentando uma crise institucional, nós vamos resolver esse problema”.
Motta ainda teria dito a líderes próximos que não é o momento de avançar com essa proposta e teria sinalizado o desejo de costurar uma saída com o Senado, o Executivo e mesmo com o STF. Porém, de acordo com a CNN, Motta deve se encontrar com Bolsonaro ainda nesta quarta-feira.
Parlamentar do PSOL diz que não sairá das dependências da Câmara até que sua situação esteja definida.
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou no final da tarde desta quarta que iniciou uma greve de fome até que o processo de cassação de seu mandato seja concluído. O parlamentar tornou pública sua decisão durante a tumultuada sessão no Conselho de Ética que analisa o pedido de cassação de seu mandato por ter agredido e expulsado da Câmara um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). O relator do processo, Paulo Magalhães (PSD-BA), se manifestou a favor da perda do mandato.
“Não vou ser derrotado por Arthur Lira e pelo Orçamento Secreto”, afirmou Braga, que atribui a manobras do ex-presidente da Câmara o avanço do processo. Braga disse que não sairá das dependências da Câmara até que haja uma definição sobre o pedido de cassação. Em seguida a sua fala, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) propôs que todos ao aliados de Braga também continuem no Congresso.
A sessão segue tumultuada, com os aliados de Braga pedindo a destituição do relator.
Bilionários puseram intensa pressão sobre a Casa Branca
O presidente Donald Trump, sob intensa pressão dos mercados e dos bilionários que o apoiam, suspendeu por 90 dias o tarifaço que impôs aos parceiros comerciais dos Estados Unidos — menos à China.
De acordo com a Casa Branca, o tarifaço foi reduzido a 10% — ou seja, nada muda para as exportações do Brasil, taxadas com este valor na semana passada.
O anúncio foi feito através da rede social Truth Social e confirmado em seguida pelo secretário do Tesouro Scott Bessent.
Trump estava sob intensa pressão dos bilionários de Wall Street, inclusive de seu aliado Elon Musk.
Na mesma postagem, Trump informou que estava aumentando as tarifas sobre as importações da China para 125%, uma vez que Beijing retaliou e a partir de amanhã cobrará 84% em tarifas dos EUA.
Imediatamente, os mercados dispararam, com altas de mais de 7% nos Estados Unidos.
Vendendo como vitória Nas últimas horas, havia sinais crescentes de deterioração dos índices econômicos, com forte oscilação dos papéis do Tesouro dos EUA, considerados o porto mais seguro pelos investidores.
De acordo com o diário New York Times, investidores estavam deixando os papéis do Tesouro em direção ao ouro e papéis da Alemanha.
Ou seja, o tarifaço de Trump ameaçava o papel central dos EUA no sistema econômico internacional.
Além disso, o presidente estava pressionado por executivos de empresas que perderam bilhões em valor nas bolsas desde que ele anunciou o tarifaço.
No caso da Apple, foram cerca de 20% em apenas três dias, ou mais de U$ 600 bilhões.
De acordo com o secretário do Tesouro, os EUA usarão a pausa de 90 dias para negociar individualmente com os países.
Donald Trump vendeu o tarifaço como uma necessidade para fortalecer o Tesouro dos EUA e trazer de volta a indústria ao país.
A China como “malvada” Porém, a Casa Branca recebeu alertas de poderosos aliados de que o tarifaço poderia causar inflação, recessão e colapso do comércio internacional.
Quem paga as tarifas são os importadores dos EUA, que provavelmente repassariam as tarifas aos consumidores, com aumento generalizado de preços.
Aliados de Trump rapidamente passaram a dizer que este sempre foi o plano “genial” de Trump: causar comoção nos mercados para ganhar poder de negociação com aliados.
O secretário do Tesouro Bessent, na entrevista em que confirmou o anúncio, pintou a China como o “ator malvado” do imbroglio, por ter retaliado contra os Estados Unidos.
Porém, até agora esta tem sido uma crise econômica totalmente Made in USA.