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O fracassado governo Bolsonaro ainda não caiu porque o Brasil vive uma democracia de mercado

Ao contrário do que tenta fazer parecer, com seu partido três oitão, Bolsonaro está tão debilitado politicamente que perdeu a queda de braço com Bivar na guerra do PSL pelo controle do milionário fundo eleitoral. Por isso está criando essa espécie de puxadinho que já nasce pela metade como resíduo de um lixo tóxico que é o PSL.

Isso, por si só bastaria para afirmar que Bolsonaro nunca esteve tão fragilizado como agora, mantendo-se vivo por aparelhos ligados ao mercado. Se desligar a tomada, ele não dura meio dia.

Suas vitórias no congresso em reformas que detonaram os direitos dos trabalhadores e aposentadoria dos mais pobres, não foram suas, mas de quem foi diretamente beneficiado, o mercado, o sistema financeiro, os rentistas, os banqueiros que nunca viram seus lucros crescerem tanto ao menos nos últimos 25 anos, enquanto o povo empobreceu na mesma medida.

A coisa só não foi pior para os trabalhadores em termos de poder de compra em quase um ano de governo Bolsonaro e dois anos do golpista corrupto Temer, porque, durante os 13 anos do PT, os trabalhadores tiveram ganho real acima da inflação, chegando a ter o maior salário mínimo e médio da história e com poder de compra jamais visto no país.

Se não fosse isso, a classe média elitista que apoia as insanidades do ogro, estaria no mesmo lugar em que FHC a colocou depois dos seus desastrosos oito anos de governo neoliberal em que quebrou o país três vezes.

E é esse sabor que traz um sentimento de fracasso, de crepúsculo representado no final do governo FHC, que Bolsonaro traz efetivamente em seu portfólio nesse um ano incompleto de governo.

Não há um único cálculo econômico que mostre algum benefício para o povo ou para o país nesse período. Tudo foi e continua sendo feito para que o mercado siga ganhando muito e o povo, junto com a economia brasileira, seja jogado no limbo.

É bem verdade que, nos 28% que ainda acham o governo Bolsonaro bom e ótimo, estão 40% de eleitores evangélicos que, por incentivo de pastores picaretas, ligados sobretudo aos interesses de Israel, sustentam uma base eleitoral absolutamente artificial que deve sim perder muita força com a desmoralização e queda de Netanyahu.

Lógico que, nessa conta, até levar de Trump um chute no rabo, ao vivo e a cores, a classe média patriótica, que é a mais americanófila do planeta, perdeu o discurso junto com o clã Bolsonaro, de que o Brasil deveria priorizar suas relações diplomáticas e comerciais com os EUA e, por consequência, os bolsonaristas tiveram que assistir caladinhos e humilhados a Bolsonaro, ajoelhado no milho, diante das câmeras, em pleno encontro dos BRICS no Brasil, suplicando a Xi Jinping que o Partido Comunista Chinês investisse no país e salvasse um pouco uma economia que hoje gera, entre desempregados e trabalhadores informais que vivem de bicos, um recorde absoluto de, aproximadamente, 50 milhões de brasileiros.

A mídia, totalmente rendida ao mercado, que poderia fazer todas as galhofas com essa subserviência do “anticomunista” Bolsonaro diante da China comunista, nada comenta, porque está tão nas mãos do sistema financeiro quanto o próprio Bolsonaro.

Por isso a situação estrutural e cumulativa do país chegou aonde chegou e deu no que deu porque as instituições do Brasil estão absolutamente capturadas, na sua quase totalidade, pelo mesmo mercado, pela mesma doutrina, pelo mesmo fundamentalismo neoliberal, o mesmo que derrubou Evo Morales e promove um banho de sangue inimaginável na Bolívia, mas que também enfrenta a fúria do povo boliviano, numa resistência heroica contra seu próprio exército, assim como acontece no Chile, no Equador e, agora, na Colômbia, porque o desastre social nesses países bateu no teto.

É esse desastre que Paulo Guedes, o posto Ipiranga de Bolsonaro, já produziu em muitas áreas da economia brasileira, tendo como principal vítima, os mais pobres. Tudo rigorosamente apoiado diuturnamente pela mídia que está cada dia mais servil aos interesses do mercado.

Bolsonaro não tem como estar mais enrolado, seja via Carlos Bolsonaro ou Flávio Bolsonaro, porque nos dois casos tanto do assassinato da Marielle quanto na relação íntima com o miliciano Queiroz, a central do que foi revelado até aqui, é o próprio Bolsonaro.

Por isso o país assistiu ao seu cãozinho de guarda, Sergio Moro, soltar seus gorilas da PF para pôr a faca na nuca de um porteiro que, de testemunha no inquérito tocado pela Polícia Civil no Rio, passou a ser, sob as ordens de Moro, considerado criminoso.

Essa aberração não é outra coisa senão um governo que não caminha hoje sequer sobre uma pinguela, mas por uma corda bamba, sem rede de proteção.

Bolsonaro é praticamente um modelo de Quincas Berro D’água do mercado para que os banqueiros e rentistas não parem a farra, porque o governo Bolsonaro já está completamente morto, mantendo-se de pé artificialmente apenas porque o Brasil vive como nunca uma “democracia” de mercado em que reduz-se cada vez mais as chances de sobrevivência do povo para que a prosperidade da plutocracia se mantenha ainda maior.

Os discursos de Bolsonaro são ornamentais porque, fora dos interesses diretos do mercado durante um ano de governo, Bolsonaro não ganhou uma, nem fora, nem dentro do congresso.

Para piorar, Bolsonaro ainda conseguiu tomar o posto de Trump como o presidente mais imbecil do mundo pela imprensa internacional e chefes de Estado.

 

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Por que Moro não federaliza o caso Queiroz e acha o miliciano?

Diante de um servo tão obstinado a cumprir as ordens do patrão, não custa nada perguntar imediatamente a Moro por que ele não aplica a metodologia que quer federalizar o caso Marielle e não federaliza o caso Queiroz?

Poderia ficar tudo em família, o clã, o miliciano faz tudo e o servo. Assim, junta-se tudo no mesmo júri num julgamento extraordinário. Poderia sugerir a Moro que ele também federalizasse o caso dos 39 kg de cocaína apreendidos pela PF espanhola, até porque no Brasil essa bola está quicando sem que os militares, a Polícia Federal ou mesmo as polícias estaduais coloquem a mão nessa cumbuca de uma quantidade de cocaína proporcional a oito pacotes de 5kg de arroz que que entrou no avião da FAB que integrava a comitiva de Bolsonaro, precisando da polícia espanhola para descobrir e apreender o enorme volume de pasta de coca.

A própria minimização dos crimes de Onix Lorenzoni já mostra que Moro acusa ou perdoa de acordo com seus interesses. Essa é sua regra única. Lógico, tudo justificado por uma determinada ética que cria suas próprias leis e estabelece quem deve ou não ser condenado.

Aqui nem se fala do acordão de Bolsonaro com Moro a respeito do cheque de R$ 24 mil que Queiroz depositou na conta da primeira-dama. Poderia ter federalizado essa picaretagem escancarada, mas, segundo seu código criminal particular, Moro achou o caô do miliciano, sublinhado por Bolsonaro, perfeitamente plausível. Afinal, a submissão de Moro a Bolsonaro, hoje, já é piada em qualquer copo sujo ou boca maldita.

Então, falar do crescimento exponencial do patrimônio de Flávio a essa altura do campeonato, não tem graça.

Na verdade, muita gente acha que Moro é o apêndice da orcrim do clã Bolsonaro. Até porque não dá para encobrir com palavrórios as suas contradições. Assim como Bolsonaro, Moro quer a pena de morte para jovens negros e pobres das periferias e favelas como sonha em controlar a Polícia Civil para que Carluxo seja poupado das suspeitas de ser o mandante do assassinato de Marielle.

Assim, o trabalho servil de Moro não vê limite para punir pobres com a morte, com o seu excludente de ilicitude na mesma medida que se supera na cara de pau quando saboreia o cinismo dizendo, em solidariedade ao patrão, que seu clã não tem nada a ver com a morte de Marielle.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Chanceler da Venezuela denuncia que Bolsonaro comandou a invasão da embaixada

Houve uma “linha de comando” entre o presidente Jair Bolsonaro e os líderes da invasão da embaixada da Venezuela, em Brasília, na semana passada. A declaração é do chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza. Um dos principais homens do governo de Nicolas Maduro e ex-vice-presidente da Venezuela, o chefe da diplomacia de Caracas falou com exclusividade ao UOL sobre os incidentes.

“Entendo que houve uma instrução direta do presidente do Brasil”, disse o chanceler, apontando como tal contato teria levado a crise a uma “solução”.

Ou seja, há uma linha de comando entre o presidente do Brasil e as pessoas que estavam nessa embaixada.

Ele ainda lembrou que, depois de emitir um comunicado nas redes sociais condenando a invasão, Bolsonaro e seu gabinete de segurança publicaram uma nova mensagem, modificando a anterior. “Retificaram, suavizaram e condenaram os elementos estranhos”, disse.

O primeiro texto do presidente citava Juan Guaidó, aliado de Brasília. Mas o nome do opositor de Maduro foi retirado no segundo comunicado.

“Tudo isso é muito grave. Felizmente se solucionou por vias pacíficas. Mas é muito grave e deveria abrir uma investigação não apenas sobre as pessoas, mas sobre os contatos e sobre as relações que essas pessoas tem com o governo do Brasil, especificamente no Itamaraty”, declarou Arreaza.

“O país receptor, no caso o Brasil, tem a obrigação de proteger, o que foi a primeira coisa que não ocorreu. As pessoas entraram, apesar da segurança da polícia brasileira no entorno da embaixada”, alertou.

Procurado, o Itamaraty não deu respostas ao ser questionado sobre a alegação do ministro venezuelano sobre a existência de uma instrução de Bolsonaro aos invasores.

Visitas ao Planalto e ao Itamaraty

De acordo com apurações realizadas pela reportagem, o vínculo do governo brasileiro com o líder da invasão da embaixada da Venezuela, Tomás Silva, é estreito. Além dos dois encontros realizados com o vice-presidente Hamilton Mourão, no Palácio do Planalto, relevados pelo UOL, o autoproclamado ministro-conselheiro esteve por 16 vezes nas dependências do Ministério das Relações Exteriores, neste ano.

As informações constam em Requerimento de Informação solicitado à pasta pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP) e obtido pelo UOL. Os encontros foram realizados para tratar de assuntos relacionados à cooperação entre os dois países, em agendas oficiais. Muitos deles foram acompanhados por Maria Teresa Belandria Exposito, reconhecida pelo governo brasileiro como embaixadora de Guaidó no Brasil.

No início de abril, por exemplo, Silva esteve com o secretário de Política Externa Comercial e Econômica, Norberto Moretti, para uma “visita de cortesia”.

No dia 21 de agosto, o encontro foi repetido, desta vez, para apresentar o “Plano País”, formulado por Juan Guaidó.

Neste texto, há medidas que seriam financiadas pela “assistência em massa de organismos internacionais financeiros multilaterais e países interessados na restauração da democracia”.

Silva também teve encontros com o chefe da Divisão Controle Imigratório, Erwin Baptista Bicalho Epiphanio, para tratar da emissão de visto oficial, e com o assessor da Secretaria de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, Francisco Jeremias Martins Neto, para discutir a extensão da validade de passaportes venezuelanos.

Com a chefe da Divisão de Cooperação Jurídica Internacional, Fabiana Arazini Garcia Kanadoglu, Silva discutiu temas relacionados à cooperação jurídica internacional. Já a pauta com o segundo-secretário da Carreira de Diplomata Marcelo Adrião Borges foram “atualizações sobre temas de política interna da Venezuela”.

 

 

*Jamil Chade/Uol

 

 

 

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Bolsonaro barra imprensa aliada em evento seu novo partido

A primeira Convenção Nacional do Aliança pelo Brasil, o partido que o presidente Jair Bolsonaro quer criar, será na manhã desta quinta-feira (21) em Brasília. Para conseguir tirar a legenda do papel, será necessário cumprir algumas etapas (veja abaixo). A princípio, o mandatário não deverá abrir mão do comando da nova legenda e ainda indicará o primogênito, Flávio Bolsonaro, como vice-presidente. A ideia é, justamente, manter o controle da sigla nas mãos do clã, um dos motivos que afastou Bolsonaro do PSL e o levou à sua nona legenda em sua carreira política.

No primeiro evento do Aliança pelo Brasil se pode esperar clima de campanha, com Bolsonaro pedindo que a militância de direita se empenhe no recolhimento de assinaturas, criticando a esquerda, como de costume, falando já na eleição do ano que vem, apontando preferências. Inclusive, na ocasião, seus filhos Flávio e Eduardo devem já ser anunciados como dirigentes dos diretórios da futura legenda respectivamente no Rio de Janeiro e em São Paulo. O presidente até levará um roteirinho para o discurso, mas como de praxe, deve improvisar na hora.

Embora confiantes de que será fácil angariar os quase 500 mil apoios necessários para tirar o Aliança pelo Brasil do papel — a busca será por algo em torno de 2 milhões de apoios —, nos bastidores, há uma corrida contra o tempo para viabilizá-lo no prazo de participar da eleição de 2020. Bolsonaro tem cerca de cinco meses e meio até lá.

O lançamento do novo partido de Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil, teve a maior parte da imprensa credenciada para evento barrada. A solenidade aconteceu um hotel de luxo em Brasília (DF), ao lado do Palácio da Alvorada. Apenas 17 jornalistas convidados puderam entrar.

Os outros profissionais da imprensa ficaram em um gramado e sem infraestrutura, como cadeiras, mesas, tomadas e toldo. A grama ainda estava úmida da chuva matinal. Fotógrafos e cinegrafistas tiveram de registrar imagens de um telão.

De acordo com reportagem do Uol, quando o evento começou, parte dos apoiadores do novo partido gritou palavras de ordem contra a imprensa.

Desde que assumiu o mandato Bolsonaro não tem tido uma boa relação com a imprensa e privilegia o Twitter, bem como suas lives, às quintas-feiras, para se comunicar com o eleitorado.

 

 

 

*Com informações do 247/Huffpost

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Vídeo: O PM Daniel Silveira tentou fazer corta luz para denúncia contra Carlos Bolsonaro e aumentou o holofote sobre ele

Hoje, todos os jornais estão dizendo, de forma direta ou indireta, que o ataque da blogueira do PSL a Maria do Rosário foi uma armação do PM Daniel Silveira, deputado do PSL e principal leão de chácara do clã Bolsonaro na Câmara e no próprio partido, com inúmeros episódios que lhe dão o título de servidão campeã.

O que ninguém pergunta, é o que motivou a armação com a blogueira picareta esse ataque à Maria do Rosário, justamente no dia em que se tem a notícia de que o porteiro do condomínio de Jair e Carlos Bolsonaro, desaparecido até então, assim como aconteceu com a Wal do Açaí, reaparece, depõe novamente e desdiz o que disse anteriormente, ter ouvido a voz do seu Jair no interfone.

Dizendo-se pressionado, sem apontar por quem, afirmou que, na verdade, ligou para a casa de Ronnie Lessa, versão sustentada pelo próprio Bolsonaro, o que piora ainda mais a situação do clã, porque tanto Carlos quanto Bolsonaro, confessado por eles próprios, correram para buscar a memória da secretária eletrônica do condomínio. Por que fizeram isso se não têm envolvimento com o caso?

Basta isso para afirmar que eles estão de alguma forma envolvidos até o pescoço no assassinato de Marielle e Anderson.

Agora, entra em campo o “polido” PM Daniel Silveira para, no dia seguinte de um discurso cem por cento racista, protagonizando uma armação primária com uma blogueirinha do PSL doida por uma holofote, para tirar o foco do que explodiu na mídia sobre o caso Marielle envolvendo Carlos Bolsonaro.

E o que gênio fez para criar uma cortina de fumaça e desviar a atenção do possível envolvimento de Carlos Bolsonaro no assassinato de Marielle? Praticamente remonta o episódio da Câmara de Vereadores do Rio em que Carlos e Marielle tiveram uma forte desavença por conta da declaração de um assessor dela que classificou Carlos como fascista, que reagiu e Marielle interveio na situação tentando apaziguar, mas disse que ele os chamavam de esquerdopatas.

O fato é que o PM Daniel já mostrou, no episódio em que gravou uma reunião com os colegas do próprio PSL para entregar a Bolsonaro, que está disposto a disputar com Moro o troféu de maior cão de guarda do clã. Isso faz o rapaz, que tem um gigantesco deficit de QI, produzir fatos violentos que pesam ainda mais sobre os ombros da família Bolsonaro a pecha de extremamente violentos, ao mais puro estilo da milícia carioca.

https://www.instagram.com/tv/B5G5_d5pqIA/?utm_source=ig_web_copy_link

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

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Vídeo: Bolsonaro cometeu deslize quando disse “querem prender um filho meu?

No dia que o Jornal Nacional veiculou uma reportagem com a versão do porteiro do condomínio que citava a permissão de “seu Jair” para que o carro de um dos acusados pelo crime pudesse entrar, Jair Bolsonaro indagou: “querem prender um filho meu?”

Os internautas lembram na noite desta quarta-feira 20 o ato falho cometido por Jair Bolsonaro em uma live no dia 29 de outubro, quando citou um de seus filhos – sem mencionar nomes – para rebater reportagem do Jornal Nacional que envolvia pela primeira vez o seu nome na investigação do caso Marielle Franco.

“Querem prender um filho meu?”, indagou Bolsonaro, que estava extremamente irritado. Nesta transmissão, feita pelo Facebook, ele fez duras críticas à imprensa e principalmente à Globo.

reportagem do JN trazia a versão dada pelo porteiro do Condomínio Vivendas da Barra à Polícia Civil em que ele revelava que alguém atendendo como “seu Jair”, na casa 58, teria liberado o carro de Élcio de Queiroz, acusado de ser o motorista do veículo no dia do crime, a entrar no condomínio. A reportagem não citava nenhum filho de Bolsonaro.

https://twitter.com/GeorgMarques/status/1197285690725281793?s=20

 

 

*Com informações do 247

 

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Secretário de Bolsonaro diz na Unesco que arte brasileira servia a projeto absolutista

Pela primeira vez, governo brasileiro usa tom ultraconservador em organismo internacional de cultura, ataca produção artística nos últimos 20 anos e gera espanto de delegações estrangeiras. “A arte brasileira transformou-se em um meio para escravizar a mentalidade do povo em nome de um violento projeto de poder esquerdista“, atacou Roberto Alvim.

Num discurso no final da tarde de terça-feira (19) diante da reunião anual da Unesco, em Paris, o novo secretário da Cultura do governo Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, fez um dos ataques mais duros contra as artes no Brasil nos últimos anos. Citando Deus e prometendo criar uma “nova geração de artistas”, ele ainda garantiu que o novo governo retomaria a “beleza” nas obras de arte.

Há dez dias, Bolsonaro nomeou Alvim para o cargo de secretário especial de Cultura. Antes de assumir o posto, ele era o diretor do Centro de Artes Cênicas (Ceacen) da Funarte e causou polêmica ao atacar a atriz Fernanda Montenegro.

Em Paris, o secretário ainda se reuniu com autoridades de governos de ultra-direita, como da Hungria e Polônia, além de encontros com o governo de direita da Grécia.

Mas foi seu discurso que chamou a atenção de delegações estrangeiras. Uma dessas missões enviou à coluna o texto que foi lido pelo brasileiro, surpresa diante da guinada na direção do discurso sobre as artes no Brasil. Procurada desde terça-feira, a secretaria de Cultura não respondeu ainda aos pedidos da reportagem.

Um governo europeu por exemplo, tomou a palavra momentos depois para fazer amplos elogios à arte brasileira, cantores e sua diversidade. Outros diplomatas de países vizinhos indicaram que o discurso chegou a gerar sorrisos por parte de alguns governos. Organizadores em Paris ainda indicaram que colocaram a fala do secretário para o final do dia depois de um pedido do governo para que sua presença não coincidisse com a presença de delegações de Cuba e Venezuela.

O discurso de Alvim, de fato, não poupou nenhum segmento e os ataques foram direcionados explicitamente aos governos de esquerda no Brasil e à classe artística.

“Nas últimas duas décadas, a arte e a cultura brasileira foram reduzidas a meros veículos de propaganda ideológica, de palanque político, de propagação de uma agenda progressista avessa às bases de nossa civilização e às aspirações da maioria do nosso povo”, disse o secretário diante de ministros de todo o mundo.

“Passamos não mais a produzir e experimentar arte como uma ferramenta para o florescimento do gênio humano”, afirmou o secretário. “A arte brasileira transformou-se em um meio para escravizar a mentalidade do povo em nome de um violento projeto de poder esquerdista, um projeto mesquinho que perseguiu e marginalizou a autêntica pluralidade artística de nossa nação”, insistiu.

Segundo ele, esse movimento “abarcou a quase totalidade do teatro, da musica, das artes plásticas, da literatura e do Cinema, e não ocorreu de modo espontâneo”.

“Foi meticulosamente pensado, orquestrado e executado por lideranças tirânicas para nossa submissão”, afirmou. E lançou um alerta: “Quando a arte e a cultura adoecem, o povo adoece junto”.

Bestialização Alvim ainda atacou a forma pela qual a arte era produzida no país até a chegada de seu governo. “A arte e a cultura no Brasil estavam a serviço da bestialização e da redução do indivíduo a categorias ideológicas, fomentando antagonismos sectários carregados de ódio – palcos, telas, livros, não traziam elaborações simbólicas e experiências sensíveis, mas discursos diretos repletos de jargões do marxismo cultural, cujo único objetivo era manipular as pessoas, usando-as como massa de manobra de um projeto absolutista”, atacou.

Segundo ele, a “ideologia de esquerda perpetrou uma terrível guerra cultural contra todos os que se opuseram ao seu projeto de poder, no qual a arte e a cultura eram instrumentos centrais de doutrinação”.

Parte de seu discurso, porém, foi dirigido contra a “esquerda”. “A esquerda perseguiu, difamou, destruiu as possibilidades de trabalho ou existência de qualquer voz que discordasse de seu credo revolucionário”, atacou.

Beleza

Alvim, porém, insiste que tudo isso acabou. Com eleição de Bolsonaro, “os valores ancestrais de elegância, beleza, transcendência e complexidade encontraram uma nova atmosfera”.

“E isso nos permitir retomar o sonho de libertar a cultura e coloca-la na direção de princípios poéticos sagrados”, afirmou.

Recém empossado numa secretaria que fica sob a administração do Ministério do Turismo, ele garante que o novo governo está “envolvido na árdua tarefa de promover um renascimento da arte e da cultura brasileira”.

“Estamos comprometidos com a redefinição da identidade e da sensibilidade nacionais, em consonância com os valores e os mitos fundantes de nossa nação”, disse.

Alvim ainda prometeu “trazer de volta o conceito de obra de obra”. E, uma vez mais, atacou a esquerda.

“Um governo de esquerda patrocina propaganda ideológica. Um governo de direita apoia obras de arte. Vamos devolver a arte aos espaços de arte”, disse.

Outro destaque do secretário foi suas referências aos clássicos. “Vamos promover uma cultura alinhada às grandes realizações de nossa civilização judaica-cristã”, disse.

Ele ainda definiu o que chamou de “conservadorismo em arte”. Isso inclui o “amor aos clássicos”. Para ele, será a partir disso que “brotará a ambição de criarmos obras de grandeza semelhante em nosso tempo”.

Alvim ainda prometeu uma “arte não seja para a doutrinação”. Mas sim para a “prosperidade do caráter e a recuperação da soberania de cada indivíduo”.

Entre as tarefas que ele indicou para o governo está “a criação de uma nova geração de artistas”.

E indicou com uma mensagem de que “o novo trabalho serve para a edificação de nossa civilização brasileira”.

Tudo isso seria, para concluir, “para a glória de Deus”. “Que Deus os abençoe”, completou o secretário diante de ministros de todo o mundo.

 

*Jamil Chade/Uol

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Vídeo: Haddad parte para o ataque a Moro: Nunca foi juiz, sempre foi um agente público

Candidato à presidência na eleição de 2018, cujo resultado foi prejudicado após Moro tirar Lula da disputa, Fernando Haddad diz que a informação de que o ex-juiz já negociava seu cargo de ministro antes mesmo de Bolsonaro vencer a corrida presidencial comprova que “como tudo o que ele faz na vida – que o Moro nunca foi juiz, ele sempre foi um agente político, sempre teve projeto de poder”. 

O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato à presidência pelo PT em 2018, comentou nesta terça-feira 19, em entrevista ao canal no Youtube do jornalista Fábio Pannunzio, TV Giramundo, a revelação feita pelo ex-ministro Gustavo Bebianno de que o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, negociava seu cargo em encontros com Paulo Guedes, atual titular da pasta de Economia, ainda durante a campanha presidencial.

“A primeira preocupação é um ministro da Justiça que não fala a verdade. É muito grave quando você é obrigado a omitir detalhes da sua vida pública – porque ele tem uma vida pública, ele é servidor público, que tem protocolos a serem observados, dentre os quais a agenda aberta com personalidades políticas. Todo mundo sabia quem era o Paulo Guedes”, comenta Haddad.

“Ele omitiu inclusive do Congresso Nacional essa informação, o que do meu ponto de vista revela – como tudo o que ele faz na vida – que o Moro nunca foi juiz, ele sempre foi um agente político, sempre teve projeto de poder”, acrescenta, em referência aos depoimentos dados por Moro na Câmara e no Senado para esclarecer as revelações do site The Intercept, a ‘Vaza Jato’. Na ocasião, Moro negou ter tido qualquer relação com a campanha de Bolsonaro.

“O processo pelo qual ele condenou o Lula é uma verdadeira farsa, mas a ação na mídia, do Ministério Público tentando conduzir, manipular a opinião pública tentando conduzir um resultado pré-determinado definiu o resultado das eleições no ano passado”, avalia Haddad, destacando a forma como o PT foi prejudicado na disputa presidencial de 2018.

“E o que você falou”, prosseguiu Haddad, em referência à notícia trazida por Bebianno a respeito dos encontros entre Moro e Guedes, “foi uma das manobras entre muitas das que foram feitas. Essa semana mesmo houve a informação de que 400 mil números de WhatsApp foram bloqueados no Brasil”.

Na entrevista concedida a Pannunzio, Bebianno contou que aliados tiveram um encontro na casa de Bolsonaro no dia do segundo turno. “Paulo Guedes me chama e diz ‘quero conversar com um você um negócio importante’. Ele me contou já tinha tido cinco ou seis conversas com Sérgio Moro e que Moro estaria disposto a abandonar a magistratura e aceitar o desafio como ministro da Justiça”, disse o ex-ministro.

Assista à entrevista com Fernando Haddad:

 

 

*Com informações do 247

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Bolsonaro, amigo de tantos milicianos, só não conhecia Ronnie Lessa que morava na mesma rua a 50 metros de sua casa?

Para quem não sabe ou nunca prestou atenção, um passo largo corresponde a um metro, o que significa que Bolsonaro não só morava no mesmo condomínio, como na mesma rua e a 50 metros de Ronnie Lessa, o assassino de Marielle. Ou seja, a 50 passos.

Como foi dito pela Folha, “da varanda da casa de Ronnie é possível ver o quarto da filha de Bolsonaro,”

O filho mais novo de Bolsonaro namorou a filha de Ronnie Lessa, mas ele jura de pés juntos que não tinha a menor ideia de quem é o miliciano, nunca tinha visto e nem ouvido falar.

Isso, para uma pessoa comum, já não seria verossímil, mas no caso de Bolsonaro é uma história que não desce pela goela de ninguém. E a coisa começa a assumir aspectos mais relevantes quando Bolsonaro encena o desconhecimento de um miliciano sendo ele, praticamente, um paraninfo da milícia carioca.

Ninguém chegaria de graça a uma conclusão de que ele está de alguma forma envolvido com o assassino de Marielle. Afinal, Queiroz, o seu faz tudo, que Bolsonaro fez o possível para que não fosse encontrado, é miliciano e amigo dele há 35 anos. Empregou nos gabinetes da família um número incontável de parentes de milicianos ou os próprios como laranjas.

É uma rachadinha? Sim, mas com contornos mais criminosos que o habitual. Afinal de contas, a teta que brindava a família Bolsonaro, não brindava laranjas comuns, mas milicianos. Sem falar que Bolsonaro, assim como seus filhos, nunca escondeu de ninguém que não só admirava como também defendia as práticas das milícias. Estão no youtube vários vídeos de Bolsonaro exaltando as milícias.

Não se sabe na história da política brasileira de alguém que tenha condecorado tantos milicianos como os Bolsonaro. Mas num engodo daqueles impossíveis de engolir, ele diz que justamente Ronnie Lessa, o assassino de Marielle, adversária política da família, do Psol, partido que sempre combateu as milícias, Bolsonaro diz não saber de quem se trata.

Pois bem, tente contar essa história para uma criança de 5 anos e vê se ela acredita numa barbaridade dessa.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Réu no caso Marielle esteve 12 vezes no condomínio, mas somente no dia do crime ele teria se dirigido à casa de Bolsonaro

A reportagem é da Folha de S. Paulo.

O ex-policial Élcio Queiroz entrou 12 vezes no condomínio Vivendas da Barra e, em 11 das visitas, se dirigiu à casa de Ronnie Lessa – o outro suspeito de ter assassinado Marielle Franco. A única exceção é a entrada no dia do crime, 14 de março, quando a planilha manuscrita indica que a autorização de acesso na portaria foi dada por alguém da casa 58, onde vivia o atual presidente Jair Bolsonaro.

“O ex-policial militar Élcio Queiroz, acusado de participação no assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, entrou ao menos 12 vezes no condomínio Vivendas da Barra de janeiro a outubro do ano passado —a vereadora do PSOL foi morta em março. Apreendidas pela Polícia Civil e analisadas pela Folha, as planilhas de controle de acesso indicam que, em 11 dessas visitas, Élcio sempre teve como destino a casa 65, de Ronnie Lessa, policial militar aposentado também acusado e preso pelo crime”, aponta reportagem de ítalo Nogueira e Marina Lang, na Folha de S. Paulo.

“A única exceção é a entrada no dia do crime, 14 de março, quando a planilha manuscrita indica que a autorização de acesso na portaria foi dada por alguém da casa 58, onde vivia o atual presidente Jair Bolsonaro, então deputado federal. Essa menção ao imóvel do presidente passou a ser alvo de averiguação no mês passado, quando um dos porteiros declarou à polícia que o ex-PM Élcio entrou no condomínio naquele dia após autorização do “seu Jair”, da casa 58″, aponta o texto.

 

 

*Com informações do 247