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General Heleno sobre Bolsonaro: ‘o cara não sabe nada, pô, é um despreparado’

A frase foi dita num jantar com empresários, na reta final da campanha presidencial, quando o general não sabia estar sendo gravado; a revelação está no livro Tormenta, da jornalista Thaís Oyama.

Além de ter impedido Jair Bolsonaro de demitir Sergio Moro, o general Augusto Heleno aparece em outro trecho do livro Tormenta, da jornalista Thaís Oyama. Ainda na campanha presidencial, sem saber que estava sendo gravado, ele desabafou sobre Bolsonaro: ‘o cara não sabe nada, pô, é um despreparado’. Abaixo, o material de divulgação sobre o livro que está sendo lançado pela Companhia das Letras e vídeo sobre o trabalho de Oyama:

Um retrato implacável do primeiro ano de Bolsonaro no poder. De uma das eleições presidenciais mais polarizadas da história republicana, sai vitorioso Jair Messias Bolsonaro, ex-capitão do Exército que chegou a defender publicamente a tortura, autor de não mais que dois projetos de lei aprovados ao longo de 27 anos de mandato como deputado e merecedor de apenas três dos 512 votos de seus pares na última vez que tentou se eleger presidente da Casa, em 2017. A partir de um rigoroso trabalho de reportagem, Tormenta revela como opera o governo do 38o presidente da República, que forças se digladiam entre as paredes do Palácio do Planalto e de que forma as crenças e os temores — reais e imaginários — de Bolsonaro e de seus filhos influenciam os rumos do país. O livro traz detalhes surpreendentes sobre a crise interna de seu mandato, revelando segredos dos generais que o cercam no Palácio, intrigas que corroem o primeiro escalão do poder e bastidores que não chegaram aos jornais. Mais do que mostrar as peculiaridades e a dinâmica do governo de Jair Bolsonaro — e de nos situar no calendário dos atribulados primeiros 365 dias de sua gestão —, a narrativa de Thaís Oyama ajuda o leitor a compreender o ano que passou e a vislumbrar o que nos aguarda.

 

 

*Com informações do 247

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Brasil ainda mais isolado: Bolsonaro quer saída do país da comunidade latino-americana de 33 países

A CELAC foi criada em 2010 como forma de unir a América Latina e o Caribe em contraponto ao poderio dos Estados Unidos na região e teve o ex-presidente Lula como um dos principais articuladores.

Criada em 2010 como uma espécie de Organização dos Estados Americanos (OEA) “paralela”, com a presença de todos os países das Américas menos Estados Unidos e Canadá, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) é o novo alvo do presidente Jair Bolsonaro. O ex-capitão teria comunicado na terça-feira (15) que o Brasil vai deixar a organização.

Segundo reportagem de Eliane Oliveira, do Jornal O Globo, o governo brasileiro justificou a posição de deixar a CELAC dizendo que há “ditaduras” no bloco, em referência a Cuba e Venezuela. A postura repete a retórica inflamada que o governo têm adotado na política externa.

A decisão de Bolsonaro demonstra ainda que o país busca estar cada vez mais subserviente aos interesses dos Estados Undos na política mundial. A CELAC surgiu exatamente como uma forma de contrabalancear a hegemonia estadunidense na América Latina e no Caribe, representada institucionalmente pela OEA.

A formação do bloco veio logo após a experiência bem sucedida na criação da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), que hoje encontra-se em avançado processo de desmonte após a saída de mais da metade dos membros. Capitaneada pelos ex-presidentes Lula, Felipe Calderón, do México, e Hugo Chávez, da Venezuela, a CELAC previa aumentar as trocas entre os 33 países da América Latina e do Caribe.

Caso a retirada do Brasil se confirme, ele será o primeiro a debandar oficialmente do projeto de integração que não havia sofrido o mesmo baque que a UNASUL.

Na última quarta-feira o México assumiu a presidência temporária do órgão e o governo de Andrés Manuel López Obrador prometeu “repensar o futuro do bloco e avançar em diferentes projetos em comum”. “O objetivo da presidência do México na CELAC é promover projetos de interesse comum a todos os países que pertencem à organização”, disse. Representantes de 29 dos 33 países estiveram presentes na posse dos mexicanos.

 

 

*Com informações da Forum

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Vídeo: Os “honestos” do governo Bolsonaro que têm medo de perguntas de jornalistas

Acabo de ver pronunciamento do secretário Fábio Wajngarten, o homem da Secom pego de calça arriada em escândalo de grossa corrupção..

E o que ele fez?

Nada além de bancar o gabola para tirar o foco da matéria revelando como foi pego com a boca na botija.

Sobre o teor das denúncias da Folha, nada disse e nem deu espaço para perguntas de jornalistas.

Pura encenação!

Bolsonaro sobre o mesmo assunto foi mais sincero.

Sem respostas pra dar sobre seu comandado direto pego em grossa corrupção, abandonou a entrevista assumindo culpa de seu secretário.

Segunda-feira próxima será a vez de Moro jogar sem goleiro no time adversário no Roda Viva, porque o cagão escolheu quem pode ou não entrevistá-lo.

Ninguém desse governo de valentões da “ética”, aguenta 1 minuto de pressão.

Eles falam muito, mas na hora de ver o bambu roncar, são os primeiros a correr para as barras da saia de seus protetores.

Trecho do pronunciamento do secretário Fábio Wajngarten:

“Eu não tenho absolutamente nada a esconder. À época da minha nomeação, foi orientado, foi ordenado que eu saísse do quadro da gestão da FW Comunicação e Marketing, atitude essa imediatamente cumprida e vistoriada pela SAJ [Subchefia de Assuntos Jurídicos da Secretaria Geral da Presidência] e pela Comissão de Ética [da Presidência da República]. Muito me surpreende esse escândalo agora, por conta disso”. (TV Brasil)

 

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro abandona coletiva ao ser questionado sobre corrupção na Secretaria de Comunicação do governo

Secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, recebe dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais do governo Jair Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a encerrar uma entrevista coletiva ao ser questionado sobre assunto comprometedor nesta quarta-feira (15). Repórteres perguntaram ao presidente sobre as denúncias trazidas pela Folha de S. Paulo contra o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Fabio Wajngarten.

“Está encerrada essa coletiva”, disse Bolsonaro logo após ser questionado sobre Wajngarten. Segundo a Folha, o secretário recebe dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais do governo Jair Bolsonaro.

Bolsonaro.

Wajngarten assumiu o comando da Secom em abril de 2019. A partir daí, passou a ser o principal sócio da FW Comunicação e Marketing, que oferece ao mercado um serviço conhecido como Controle da Concorrência. Ele tem 95% das cotas da empresa e sua mãe, Clara Wajngarten, outros 5%, segundo dados da Receita e da Junta Comercial de São Paulo.

Band e Record entre outras

A Folha confirmou que a FW tem contratos com ao menos cinco empresas que recebem do governo, entre elas a Band e a Record, cujas participações na verba publicitária da Secom vêm crescendo.

O negócio, além de antiético, é ilegal. A legislação proíbe que integrantes da cúpula do governo mantenham transações comerciais com pessoas físicas ou jurídicas que possam ser afetadas por suas decisões. A prática implica conflito de interesses e pode configurar ato de improbidade administrativa, demonstrado o benefício indevido. Entre as penalidades previstas está a demissão do agente público.

Questionado pela Folha, Wajngarten confirmou ter hoje negócios com a Band e a Record. Ele não informou os valores, justificando que os contratos têm cláusulas de confidencialidade. “Todos os contratos existem há muitos anos e muito antes de sua ligação com o poder público”, afirmou, por meio de nota da Secom.

 

 

*Com informações da Folha Impacto

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Relatório de ONG denuncia que Bolsonaro incentiva execução de pessoas e queimadas na Amazônia

Documento elaborado pela Human Rights Watch lista uma série de ataques contra os cidadãos brasileiros cometidos pelo presidente de extrema-direita.

“O ataque do presidente Bolsonaro às agências de fiscalização ambiental está colocando em risco a Amazônia e aqueles que a defendem.” A afirmação é de Maria Laura Canineu, diretora da Organização Não-Governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) no Brasil. “Sem nenhuma prova, o governo tem culpado ONGs, voluntários brigadistas e povos indígenas pelos incêndios na Amazônia e, ao mesmo tempo, fracassado em agir contra as redes criminosas que estão derrubando árvores e queimando a floresta para dar lugar à criação de gado e agricultura, ameaçando e atacando aqueles que estão no caminho”, acrescentou.

A entidade internacional de pesquisa e defesa dos direitos humanos divulgou hoje (14) o 30° Relatório Mundial de Direitos Humanos 2020. O estudo detalha a situação dos direitos humanos em 90 países, incluindo o Brasil e diz que “o presidente Jair Bolsonaro assumiu uma agenda contra os direitos humanos”.

Segundo o relatório, autoridades e moradores da região amazônica contam que a intimidação contra populações indígenas aumentou significativamente em 2019, primeiro ano do atual presidente da República. A constatação é de que, sob o atual governo, apenas em novembro e dezembro, três indígenas foram assassinados.

Dados preliminares, denuncia o estudo de 652 páginas, apontam que de janeiro a meados de dezembro o desmatamento na Amazônia aumentou mais de 80 por cento.

Segundo a organização, o presidente Jair Bolsonaro adota uma política sistemática contra os direitos humanos e incentiva a execução de pessoas. “Sugeriu que criminosos deveriam ‘morrer na rua igual baratas’”. Em seu site, a organização acrescenta: “Os padrões internacionais de direitos humanos permitem matar pessoas deliberadamente apenas quando necessário para proteger uma vida”. Casos como o da menina Ághata Felix, de oito anos, assassinada por um policial no Rio de Janeiro, e do músico morto com mais de 80 tiros de fuzil no mesmo estado estão no relatório.

A ONG afirma também que “o governo Bolsonaro tem agido para enfraquecer os esforços de prevenção da tortura”, lembrando que o chefe de Estado brasileiro tentou exonerar peritos do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, órgão estabelecido por lei, “e descartou evidências de que a força-tarefa de intervenção penitenciária federal havia submetido presos a tortura no estado do Pará”.

A HRW denuncia ainda que Bolsonaro perseguiu a mídia, organizações não-governamentais e tentou restringir o acesso de crianças à educação sexual integral.

Leia a íntegra do relatório

 

 

*Com informações da Rede Brasil Atual

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Além da conta de luz, pastores evangélicos querem isenção sobre uso de terreno da marinha

Esses mercadores da fé que ajudaram a eleger Bolsonaro têm uma fatura alta na contrapartida.

Além de isenção da conta de luz, igrejas evangélicas não querem mais pagar a taxa sobre o uso de terreno da união – o chamado laudêmio.

Hoje pediram isso sobre o terreno da Marinha, amanhã vão avançar sobre cada centímetro de terrenos de propriedade do Estado, ou seja, da sociedade.

Para eles, não existe bênção de graça e Bolsonaro, que adora privatizar tudo, tem que bater palmas pela privatização da fé.

Não demora, vão querer isenção de água, luz, telefone e banda larga.

São os templos agindo como partidos no toma lá da cá com a “nova política” de Bolsonaro.

A verdade é que não sabemos com quantos charlatães Bolsonaro tirou foto na campanha. A fatura chega de acordo com o milagre.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Democracia em Vertigem ainda nem ganhou o Oscar e Moro já arrumou uma delação premiada contra Dilma

Campanha de Dilma teve mesada de R$100 mil em esquema da Torre Pituba, diz delator de Moro.

Esse juiz corrupto e ladrão é de uma criatividade esplêndida.

Não é a toa que, como ministro da justiça, trabalha como capanga do Clã Bolsonaro, passando pano em todos os crimes que envolvem a família miliciana da casa 58 do condomínio Vivendas da Barra.

Moro, o juiz particular de Bolsonaro, é aquele que colocou seus Pit bulls da PF para darem uma dura no porteiro do condomínio do seu Jair para mudar a versão do que revelou a polícia sobre o dia do assassinato de Marielle.

Agora, que a notícia de que o documentário Democracia em Vertigem foi indicado ao Oscar se confirmou, Moro coloca a turma da Lava Jato, a mesma que tentou tungar 2,5 bilhões da Petrobras para criar a Fundação Moro, para achar um delator que implique Dilma em alguma das muitas delações manipuladas pelos filhos de Januário. Aquele que recebia mensalão do doleiro dos doleiros.

Pois é, o que não falta nessa delação é picaretagem da falange de Moro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro mandou Queiroz faltar ao depoimento

Amigo do presidente teria dito que o melhor era deixar o STF resolver a situação. Tempos depois, o Supremo concedeu liminar que paralisou as investigações.

A jornalista Thaís Oyama diz no livro “Tormenta – O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos”, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ordenou que o ex-funcionário de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, faltasse a um depoimento no Ministério Público do Rio de Janeiro.

Segundo a publicação, existia um acordo entre os advogados de Bolsonaro e de Queiroz para que o ex-funcionário fosse ao depoimento e dissesse que não poderia falar até sua defesa ter acesso ao processo. No entanto, dois dias antes do julgamento, o presidente da República mudou de ideia e mandou Queiroz faltar ao compromisso.

Bolsonaro teria feito isso após acatar conselho de um amigo, que teria dito que seria melhor abafar o caso e jogar a responsabilidade ao Supremo Tribunal Federal (STF). Posteriormente, a defesa de Flávio Bolsonaro conseguiu uma liminar do ministro Dias Toffoli. A decisão de Toffoli paralisou as investigações baseadas em informações de Coaf e Receita Federal.

 

 

*Com informações do Jornal de Brasília

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Estadão descobre que o governo Bolsonaro, que ele ajudou a eleger, é uma tragédia

Que coisa comovente a crise de sincericídio meia bomba do Estadão!

A arte de denegrir o PT parece que não rende frutos na hora “H”, na hora de um governo conservador dizer a que veio, sobretudo esse de Bolsonaro regido pelo Olavão, o astrólogo do coisa nenhuma.

Sim, Olavo de Carvalho é a própria encarnação de um governo que só sabe destruir, mutilar, depredar, desmatar, incendiar, matar, arruinar, etc., etc.

Em sua paspalhices, o velho Olavo e sua bola de cristal sabem tudo quando o assunto é implodir. Construir? nem pensar. O sujeito é uma besta, um nulo.

Então, o Estadão se vê “agora” diante de um governo perdido.

O editorial do jornalão paulista destaca a falta de “eficácia da ação estatal” e de “coordenação” do governo Bolsonaro.

Mas quando Bolsonaro disse que faria um governo com eficácia da ação estatal?

Ao contrário, disse que não sabia nada de nada e que o posto Ipiranga é quem tinha que ser perguntado e não ele.

Como um troço desses vai ter coordenação?

O Estadão apostou no ódio contra o PT para eleger essa tragédia e agora finge não saber que o resultado não poderia ser outro, afinal um sujeito com habilidade e conhecimento zero como Bolsonaro, teria seu curriculum rasgado e jogado no lixo se tentasse qualquer vaga de emprego no Estadão.

Mas o Estadão, que jamais o contrataria para o serviço mais primitivo, achou por bem apoiar Bolsonaro para comandar o país.

O jornalão critica também as propostas do governo como a de conceder subsídio na conta de energia elétrica dos templos religiosos.

Ué, mas o Estadão não sabia do apoio de Malafaia, Edir e outros bandidos da fé na eleição de Bolsonaro?

Agora aguenta Estadão! Quem pariu essa tragédia chamada Bolsonaro que a embale.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro joga Moro pra escanteio em projeto que reduz punições a agentes

O Ministério da Justiça, comandado pelo ex-juiz Sergio Moro, ficou escanteado na elaboração do projeto que amplia as situações de excludente de ilicitude durante operações de GLO (Garantia de Lei e da Ordem), segundo mostram documentos obtidos pelo UOL. O projeto seguiu para a assinatura do presidente Jair Bolsonaro sem que os pareceres técnicos e jurídicos da pasta de Moro estivessem prontos.

Por pressão de Bolsonaro, a análise do projeto foi concluída a toque de caixa em 20 de novembro. O projeto seguiu para a assinatura presidencial às 19h53 daquele dia, mas os pareceres do Ministério da Justiça só ficaram prontos aproximadamente uma hora depois. O ministério de Moro também não participou de reunião para discutir o tema, no dia 7 de novembro.

As informações constam em um lote de documentos relativos à tramitação interna do projeto no governo federal obtidos pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), líder do partido na Câmara, por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação). As trocas de e-mail, pareceres e análises foram repassadas à reportagem.

O projeto de lei exime de punição militares e policiais que cometerem excessos culposos —ou seja, sem intenção— e permite que juízes atenuem as penas em casos de ações dolosas (com intenção). Os agentes de segurança também não poderão ser presos em flagrante em casos que passem a ser enquadrados nos novos parâmetros definidos pelo texto.

O projeto estava em discussão no governo federal ao menos desde o começo de novembro, mas ganhou novo fôlego quando a Câmara dos Deputados sinalizou que excluiria do pacote anticrime formulado por Moro a ampliação das situações de excludente de ilicitude —casos em que policiais e militares podem alegar legítima defesa para não serem punidos por ações violentas.

Na manhã de 20 de novembro, Bolsonaro disse a jornalistas que enviaria o projeto sobre as novas regras durante operações de GLO à Câmara ainda naquele dia. A determinação pegou de surpresa seus subordinados, que correram contra o tempo para aprontar a legislação.

De acordo com os documentos, a minuta do projeto de lei foi enviada por e-mail aos ministérios da Defesa e da Justiça pela Secretaria-Geral da Presidência da República às 15h45.

Lívia Gervásio Braga, responsável pela Subchefia para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral, afirma que o texto seguia para “apreciação e sugestões”, mas destaca que iriam despachar um texto final “em instantes” com o ministro da Secretaria-Geral, Jorge Antonio de Oliveira Francisco. Entre os destinatários, estava João Bosco Teixeira, consultor jurídico do Ministério da Justiça.

Pouco depois, às 16h19, Idervânio Costa, consultor jurídico do Ministério da Defesa, encaminhou o texto final para membros do alto escalão da pasta, entre eles, o general Edson Diehl Ripoli, chefe de gabinete do ministro Fernando Azevedo e Silva.

Na mensagem, Costa —o responsável por fazer a análise legal da medida dentro da pasta— deixa claro que não havia pareceres prontos, mas que a Presidência pressionava para que tudo fosse entregue naquele dia. Ele não sabia nem mesmo qual órgão deveria fazer a análise de mérito do tema.

“A informação é que o PR [presidente da República] quer assinar [o projeto] ainda hoje. Já estamos elaborando o parecer jurídico. A dúvida é quem vai elaborar o parecer de mérito? O EMCFA [Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas]? Peço auxilio ao GM [Gabinete do Ministro]”, escreve, demonstrando preocupação.

A necessidade de que o projeto fosse viabilizado a toque de caixa foi registrada oficialmente em parecer jurídico aprovado por João Bosco Teixeira. A advogada da União responsável pela análise, Priscila Helena Soares Piau, diz que os autos vieram para a avaliação “com solicitação de urgência”.

Projeto chega a Bolsonaro antes de parecer da Justiça

O projeto foi enviado pelo ministro da Defesa para a assinatura de Bolsonaro às 19h53 —antes que as análises do Ministério da Justiça estivessem disponíveis. Os pareceres técnicos são feitos para dar subsídios ao presidente na tomada de decisões. No caso da pasta de Moro, análises sobre a legalidade da proposta foram feitas pela Assessoria Especial de Assuntos Legislativos e pela Consultoria Jurídica.

Já a análise de mérito —que deveria discutir o tema do ponto de vista técnico— ficou por conta da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), órgão máximo na estrutura do Ministério da Justiça no que diz respeito a políticas públicas de redução da violência. Mesmo citando integralmente o texto do projeto de lei e também trechos da Constituição e de outras legislações a respeito do assunto, a avaliação da Senasp tem apenas três páginas.

Temas essenciais no debate público sobre as propostas de ampliação da excludente de ilicitude para militares e policiais não são sequer mencionados, como o possível impacto nos índices de mortes em confronto com agentes de segurança e casos de abuso policial. As avaliações feitas pelo Ministério da Defesa também não contemplam o assunto.

“A minuta do Projeto de Lei apresentada demonstra que o poder público possui preocupação em aperfeiçoar o ordenamento jurídico, no sentido de conferir mais proteção a toda a sociedade, mediante salvaguarda dos militares em operações de Garantia da Lei e da Ordem”, limita-se a dizer a Senasp.

A conclusão da avaliação tem apenas quatro linhas e diz apenas não ter “óbices” à minuta originalmente elaborada pela Presidência.

Para o deputado Ivan Valente, a análise do projeto foi “atabalhoada”, apenas para atender a uma vontade pessoal de Bolsonaro, que teria como objetivo “agradar sua base” nas forças de segurança.

“As coisas são feitas de uma forma atabalhoada visando objetivos políticos. Não é a produção de uma legislação de segurança pública pensada, em que é produzido um parecer jurídico ou um parecer técnico de mérito”, afirma.

Ele também critica a postura do ministro Sergio Moro durante o debate do projeto: “Sérgio Moro foi totalmente conivente, embora eu ache que o Ministério da Justiça tivesse o dever legal de produzir uma análise sobre essa questão”, conclui.

Após a assinatura de Bolsonaro, o projeto foi apresentado no plenário da Câmara no dia seguinte, 21 de novembro, e agora aguarda a distribuição para as comissões temáticas, que irão discutir a proposta no mérito. Ele também passará pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde terá a constitucionalidade avaliada pelos parlamentares.

 

 

*Com informações do Uol