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FMI: Economia brasileira tem surpreendido para cima

Afirmação foi feita pela número 2 do órgão internacional, Gita Gopinath, em evento do Banco Central, em Brasília.

A primeira-vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, afirmou nesta quarta-feira (17/5) que os dados recentes de atividade econômica surpreenderam pela resiliência em vários países, entre eles, o Brasil. A número 2 do FMI participou da I Conferência Anual do Banco Central (BC), em Brasília. Ela fez a palestra magna na abertura do encontro, diz o Metrópoles.

“O que é impressionante é que toda vez que os dados são divulgados somos surpreendidos positivamente pela sua resiliência, em muitos países”, disse Gita. “Estou vindo do Chile e o primeiro trimestre ali surpreendeu positivamente. No Brasil, os dados que vimos foram mais fortes do que o esperado.”

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O falso dilema entre vidas humanas e economia por uma fraude chamada Bolsonaro

Se me perguntassem se Bolsonaro está menos preocupado com a vida das pessoas do que com as empresas brasileiras, sinceramente eu não saberia responder.

Quem consegue distinguir as prioridades de um presidente que não tem nenhuma solução para salvar vidas, menos ainda para salvar empresas?

Bolsonaro escolheu não cuidar das pessoas e não cuidar da economia, na verdade, não governar o país.

Porque nem dados subjetivos além de pedir para dar cabo da quarentena, como se fosse este o problema real da economia brasileira e dos empresários, Bolsonaro apresentou. Mesmo que fosse um esboço que pudesse ser chamado de estratégico que incluísse ao menos um traço objetivo do que de fato o governo preparou para tirar o Brasil da pasmaceira econômica, já instalada muito antes da chegada do coronavírus.

Bolsonaro é subordinado a uma economia integrada, resultante das condições naturais do mercado brasileiro, o que é completamente diferente do quadro atual, seja do ponto de vista das garantias do mercado interno, seja do externo. Tanto é que Bolsonaro não toca no assunto tamanha a carência de perspectiva de futuro para a economia brasileira.

Na verdade, Bolsonaro tenta fabricar factoides com rojões retóricos diante de uma situação extremamente complexa até para um novo processo de globalização econômica que se impõe a todos os países.

Esse discurso carregado de arrogância não traz nenhuma luz para salvar a sociedade da contaminação do vírus, muito menos para a produção industrial e, menos ainda para o varejo do comércio. Não há discurso oficial sobre o assunto, mesmo que fosse para privilegiar uma parcela da sociedade localizada no mundo empresarial.

Bolsonaro não desconsidera apenas a vida das pessoas, ele estabeleceu uma confusão tal que parece que tem um plano para a economia sair de um problema extremamente grave e que o isolamento social está atrapalhando, causando conflitos entre os trabalhadores e os empresários.

Na realidade, o maior crime que Bolsonaro cometeu durante a pandemia é o de se negar a governar e desmontar tudo o que for possível, como desmontou vários ministérios como, por exemplo, os últimos, o da Saúde, transformando-o em um mero guichê de reclamações com um gerente como Nelson Teich no lugar do ministro Mandetta.

O mesmo pode-se dizer do Ministério da Justiça e Segurança Pública em que Bolsonaro simplesmente implodiu na mais recente crise envolvendo a saída de Moro para não colocar nada no lugar, ele quer fazer daquilo um ponto morto, assim como quer dilapidar a estrutura da Polícia Federal, do Ibama, do Meio Ambiente, assim como fez com a Cultura, com o Esporte e com todos os ministérios que possibilitavam produzir políticas sociais que beneficiassem os mais pobres.

O que Bolsonaro propôs no lugar que ele destruiu? Nada. Qual é o papel do novo presidente da Fundação Palmares, Sergio Nascimento, além de destruir o órgão e de seu discurso racista que coincide com o de Bolsonaro?

Não há conflito algum na dinâmica de se buscar caminhos entre a preservação da vida e a volta do giro da economia, porque isso supõe movimentos e práticas plurais, e Bolsonaro não apresentou nenhum diante da tragédia que o Brasil vive.

Assim, Bolsonaro, claramente demonstra despreparo político e gerencial. Soma-se a isso o guru dos tolos, Paulo Guedes, que criou a EBNEA: Escola Brasileira de Números Econômicos Aleatórios e segue vendendo terreno na lua.

A última de Paulo Guedes é que, com as reservas deixadas pelo PT, o mesmo que eles dizem que quebrou o Brasil, com o dólar a R$ 6,00, ele tem R$ 2 trilhões em caixa e, com isso, consegue tirar o país do buraco num estalar de dedos.

É isso que o Brasil tem em seu comando.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Dólar explode em novo recorde depois de superar R$ 5,87 com corte de juros

Fala de Paulo Guedes sobre colapso da economia brasileira também contribuiu para a alta da moeda.

O dólar fechou mais uma vez em alta contra o real, nesta quinta-feira, 7, após Comitê de Política Monetária reduzir a taxa básica de juros Selic em 75 pontos base, para 3% ao ano. O corte foi mais agressivo do que o de 50 pontos base que o mercado aguardava. Com isso, o dólar comercial subiu 2,4% e encerrou cotado a 5,840 reais, batendo um novo recorde de fechamento. O dólar turismo avançou 2,5%, a 6,08 reais.

Por volta das 11h, o movimento de alta chegou a se intensificar, após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que a economia brasileira “está começando a colapsar” devido ao coronavírus. Na máxima, a moeda americana tocou os 5,872 reais e bateu o recorde intradiário.

“O ponto é que os juros em queda, além de não serem efetivos no combate à crise, estão cobrando um preço alto no câmbio”, afirmou, em nota, André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.

“O corte de juros acaba desvalorizando a moeda local. E mais do que isso, eles deixaram em aberto um novo corte de 75 pontos base para a próxima reunião”, afirmou Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti. Caso isso ocorra, a mínima histórica da taxa de juro seria renovada para 2,25% ao ano. “Se cortar, o Brasil passa a ter juros reais [que desconta os efeitos inflacionários] negativos, aí o investidor sai do país”, disse.

Embora possa acelerar a atividade econômica, o corte de juros tende a diminuir a atratividade de títulos brasileiros frente aos de outros países que pagam retornos maiores, como o México e a Turquia, com taxas de juro de 6% e 8,75%, respectivamente.

Na atual taxa de juros, Ruik já não vê mais chance de entrada de dólares por meio de operações de carry trade, que visa tomar dinheiro em economias com taxas de juro menores e aplicar em países que pagam retornos maiores. “O carry trade nem existe mais. Mas a atual taxa assusta os [investidores estrangeiros] que já estão aqui, e vão embora”, afirmou.

 

 

*Com informações da Exame

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Ministro do STF e presidente da OAB repudiam participação de Bolsonaro em ato pró-AI-5

Luis Roberto Barroso e Felipe Santa Cruz defenderam a democracia e repudiaram participação do presidente em ato pró-intervencionismo militar.

ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foram ao Twitter repudiar manifestações antidemocráticas favoráveis à intervenção militar de que participou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) neste domingo (19/04).

“É assustador ver manifestações pela volta do regime militar, após 30 anos de democracia. Defender a Constituição e as instituições democráticas faz parte do meu papel e do meu dever”, escreveu Barroso. O ministro complementou com uma referência ao líder Martin Luther King: “Pior do que o grito dos maus é o silêncio dos bons”.

Colega de Barroso no STF, o ministro Gilmar Mendes compartilhou a postagem.

Para Santa Cruz, “a sorte da democracia brasileira está lançada”. “O presidente da República atravessou o Rubicão. Hora dos democratas se unirem, superando dificuldades e divergências, em nome do bem maior chamado liberdade!”, defendeu ele.

O presidente se encontrou com manifestantes na Praça Duque de Caxias, no Setor Militar Urbano, em Brasília, e discursou sob gritos de “intervenção militar” e “AI-5”, em referência ao mais repressor dos atos institucionais editados durante a ditadura. Em cima de uma caminhonete, Bolsonaro também disse que “nós não queremos negociar nada, queremos ação pelo Brasil”.

“Nós temos um novo Brasil. Tem que ser patriota, acreditar e fazer sua parte. Acabou a época da patifaria, agora é o povo no poder”, completou.

O AI-5 foi o Ato Institucional mais duro instituído pela repressão militar nos anos de chumbo, em 13 de dezembro de 1968, ao revogar direitos fundamentais e delegar ao presidente da República o direito de cassar mandatos de parlamentares, intervir nos municípios e Estados. Também suspendeu quaisquer garantias constitucionais, como o direito a habeas corpus, e instalou a censura nos meios de comunicação. A partir da medida, a repressão do regime militar recrudesceu.

Bolsonaro vem acumulando desgastes com o Congresso e governadores de todo o país por conta do enfrentamento do novo coronavírus. O presidente defende um relaxamento do distanciamento social por temer o impacto do isolamento sobre a economia brasileira.

Na semana passada, o STF impôs uma derrota ao Palácio do Planalto e decidiu que governadores e prefeitos também podem tomar medidas de isolamento para evitar o avanço da pandemia.

 

 

*Com informações do Metrópoles

 

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Bolsonaro se transforma no maior aliado do coronavírus contra o Brasil

Depois de convocar manifestações contra o Congresso e o STF e participar delas, colocando em risco a vida de milhares de brasileiros, Bolsonaro dobra a aposta no caos, mostrando que o coronavírus tem um aliado leal.

No Brasil já são 914 pessoas infectadas, 11 mortes e Bolsonaro usa coletiva para chamar o coronavírus de gripezinha.

Bolsonaro, em coletiva nesta sexta-feira (20): “depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”.

Marcelo Freixo, em seu twitter, avisa: “Acabei de participar de uma reunião dos deputados federais do Rio com o governador Wilson Witzel para falar de medidas emergenciais no Congresso para ajudar o estado. NENHUM deputado bolsonarista compareceu. Estão se inspirando no péssimo exemplo do presidente”.

Prefeito de Niterói pede ao governo do estado suspensão total da operação das barcas.

Mas o delinquente do planalto, que se diz patriota, acha que todas essas medidas de contenção do fluxo de pessoas são exageradas e quer que prefeitos e governadores obedeçam ao “libera geral” que ele martela sem parar.

Até o genocida governador do Rio, Wilson Witzel, avisa em seu twitter: “Uma das ações que vamos tomar em auxílio à população será a distribuição de cestas básicas. Estamos conversando com a Associação de Supermercados do RJ para encontrar uma forma de distribuição, sem oferecer riscos de contágio às pessoas”.

Numa crueldade sem limites, Bolsonaro, em plena pandemia do coronavírus, corta Bolsa Família de 158 mil famílias carentes, sendo mais de 60% de nordestinos.

O valor médio do Bolsa Família de R$191,86 para 158 mil famílias dá em torno de R$ 30 milhões; enquanto isso, Bolsonaro vai dar R$10 bilhões para os planos de saúde.

Para piorar, o clã Bolsonaro cria a mais séria crise diplomática com a China, que pode render uma retaliação que pode detonar de vez a economia brasileira.

Até Malafaia, o mais vigarista dos charlatães, avisou que vai suspender seus cultos por causa da pandemia.

Número de infectados no Brasil cresce 45% em um dia. O isolamento é a única defesa.

Mas Bolsonaro quer indústria, comércio e transportes funcionando normalmente e as pessoas circulando livremente para fazer compras para não afetar a economia.

Por isso, Bolsonaro foi objeto de um panelaço em praticamente todas as capitais do país, por se aliar à pandemia do coronavírus que atinge em cheio o Brasil.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bancos distribuem 52 bi em dividendos a seus acionistas em 2019. 26% maior que o valor de 2018

Isso aqui é um enredo pronto para quem pretende escancarar o motivo do golpe contra Dilma, a prisão de Lula e a vitória e manutenção de Bolsonaro no poder.

Obs: capital improdutivo isento de imposto de renda.

Lucros e dividendos distribuídos a pessoas físicas não são taxados no Brasil.

O Bolsa Família custa R$ 30 bilhões e atende 50 milhões de pessoas.

A complementação da União ao Fundeb é de R$ 15 bilhões e chega às escolas de regiões mais pobres.

Orçamento de todo ministério da ciência e tecnologia é de R$ 11,7 bilhões.

Atualmente, a fatia da população de menor renda paga 26,7% do que ganha em impostos sobre o consumo, enquanto os mais ricos apenas 10,1%.

Quer outra aberração?

Altos funcionários públicos, especialmente do judiciário, recebem inúmeros penduricalhos (auxílios, bolsas e afins ), como isso é caracterizado como “benefício”, nada é tributado.

Dois absurdos, recebem acima do teto e com penduricalhos isentos.

Bradesco aumentou a distribuição de dividendos no ano passado.

O payout bruto do banco foi de 73,9%, ante 40,3% em 2018.

O salto ocorreu por causa de um “superdividendo” de R$ 8 bilhões.

O banco creditou a bolada às perspectivas frustradas com a economia brasileira no ano passado.

Enquanto a economia respira por aparelhos, tem pobre defendendo banco de rico que não paga nada.

Soma-se a isso incluindo o Brasil

Matéria da The Economist traduzida, que traz um ótimo compilado com estudos recentes que mostram as acrobacias financeiras das empresas mundo afora.

Por exemplo, 40% dos investimentos diretos estrangeiros são fantasmas, feitos através de empresas fachada.

Mas o mercado, segundo o colunismo da Globo, é bonzinho e vai nos salvar.

 

*Da redação

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Alta do dólar já pesa no bolso dos bolsonaristas: disparam os preços de bebidas importadas como whisky, champagne e vinho

Com o segundo dia consecutivo em que o Banco Central interveio com as reservas deixadas por Lula e Dilma para conter a disparada do dólar, em uma operação de 1 bilhão de dólares, que já acumula alta de 7,23%  no ano de 2020 que só tem 45 dias, o tijolo chega na testa do consumidor das classes média e alta.

Certamente, afeta muito mais o bolso do remediado que se acha um Orleans e Bragança do que da elite econômica, propriamente dia. E estamos falando somente do consumo de bebidas e alimentos importados, mas a gênese da crise atinge todas as atividades econômicas do país e, consequentemente, chegou ao andar de cima, seja para quem importa para comercializar, máquinas e equipamentos, por exemplo, que vê seu negócio despencar, seja para quem sonhava em importar esses produtos para sua produção.

É uma meleca generalizada, não há quem escape de uma desvalorização da nossa moeda de forma tão pesada frente ao dólar impunemente, todos vão pagar a conta.

A farinha de trigo é outra que sente o repuxo do avanço da moeda americana no país, ao passo que a bolsa de valores recua, mostrando que o problema da volatilidade, no Brasil, com a subida do dólar e com a queda da bolsa, passou a ser de fato a fotografia da economia brasileira.

Mas muita gente aposta que o dólar subirá ainda mais, passando da casa dos R$ 5 reais, depois do PIBeco e do índice de desenvolvimento econômico comédia de 0,89%.

Assim, não demora para aqueles, que, na era Lula se incomodavam em encontrar com pobres nos espaços, antes dominados pelos ricos, terão, na era Bolsonaro, de se encontrar com os pobres nos espaços frequentados pelos pobres, cada dia mais pobres.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Governo Bolsonaro: 400 dias de mentiras, desprezo pelos pobres e desmonte do país com apoio da mídia

Enquanto a economia brasileira se deteriora depois das reformas contra os mais pobres que salvariam o país, Folha estampa em garrafais: “Empresário que comprou sítio de Atibaia rompe sociedade com filho de Lula”, numa clara psicopatia midiática contra Lula e o PT.

Por que uma notícia dessas que não tem importância nenhuma ganha os maiores garranchos de um jornal de circulação nacional? Justamente por não ter importância nenhuma.

Com isso a Folha esconde da sociedade o que de fato tem importância, que é o maior endividamento e inadimplência dos aposentados com bancos da história, um sinal claro da deterioração da economia brasileira.

Por outro lado, a mesma Folha solta foguetes com o desmonte da Petrobras: BNDES arrecada R$ 22 bilhões com venda de ações da Petrobras – Em termos nominais, é a maior venda de ações da década no país.

Já o Estadão mostra como o rentismo, que tem dado lucros nunca vistos aos milionários do Brasil, aconselha: “Com Selic a 4,25% ao ano, nova dica é ousar mais; entenda como investir em um cenário de juros baixos – Outro corte nos juros e o jogo da Bolsa”

Enquanto isso a indústria nacional se esfarela como mostra Saul Leblon – Carta Maior:

“A produção que sai hoje das fábricas brasileiras é 18% menor que a de 2011.

Repita-se, hoje a nossa industrialização gera quase 1/5 a menos de riquezas do que há 8 anos. Mas o jornalismo de banco está otimista com as “reformas.

Produção de bens de capital, máquinas e equipamentos que expandem a capacidade de gerar riqueza numa economia, caiu 8,8% em dezembro e não cresce desde abril, acumulando um tombo de 12,9% no período.

Mas o mercado está otimista.

Com o quê?

Com a queda no preço da carne humana.”

Então, chegamos ao ponto em que até Míriam Leitão, no Globo, tem que alertar o tamanho da lambança de Guedes e cia:

“Banco Central emite comunicado confuso e contraditório ao tratar de juros e inflação.

Copom reduz Selic a 4,25%, o menor nível histórico, mas indica estar confuso diante da atual, e realmente complexa, perspectiva da economia”

Na verdade Miriam foi econômica.

O que realmente é complexa é a crise que se avolumou na economia brasileira levando o país a uma situação caótica.

Mas o jornalão dos Marinho, manda recado aos que para o Globo realmente importam: Com Selic a 4,25%, saiba quais aplicações de renda fixa ainda ganham da inflação.

Enquanto tudo isso acontece, o Bolsa Família vai sendo desmontado, assim como foi o Minha Casa, Minha Vida e toda uma rede de proteção social vai sendo retirada das mesas do governo para dar lugar a um lucro cada vez maior para os ricos, num país a cada dia mais submerso na especulação financeira, ampliando a legião de trabalhadores precarizados, vivendo de bicos de troco miúdo em uma disputa por mercado cada vez mais escasso e vendo que não há sinal de queda na fila do desemprego que ultrapassa 12 milhões na contagem oficial. É provável que a coisa seja bem pior do que é mostrado.

Isso é apenas uma pincelada do 400 dias do governo trágico de Bolsonaro, mas é a cara da elite, foi a escolha da mídia, é uma tragédia de conveniência para quem vive de renda e suga o país e toda uma cadeia social produtiva.

É disso que também trata o filme sul-coreano “Parasita” que concorre ao Oscar em várias categorias e aponta que não há parasitas maiores no mundo do que o 1% dos milionários brasileiros que mais suga da população e promove a maior desigualdade da terra, fato sublinhado por toda a imprensa internacional.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Os interesses de poder por trás do coronavírus e das questões humanitárias

Pesquisador Evandro de Carvalho analisa implicações econômicas e geopolíticas do surto do vírus na China.

Das 33 províncias chinesas, cerca de 12 delas têm 99 ou mais pessoas infectadas pelo coronavírus, responsável por síndromes respiratórias graves. Juntos, esses 12 territórios concentram 64% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês, de acordo com o World Atlas. Somente Jiangsu e Guangdong configuram cerca de 21% do índice.

Na primeira província, está localizada a cidade Hangzhou, onde surgiu a e-commerce Alibaba. No segundo trimestre de 2014, a empresa lucrou mais que as gigantes eBay e Amazon juntas, de acordo com o Valor Econômico. No mesmo patamar, a vizinha de Macau e Hong Kong, Guangdong, é berço do maior polo de produção de eletrônicos no mundo e vende cerca de US$ 650 bilhões em exportação anualmente – cerca de um quarto de todas as exportações do país.

Evandro Menezes de Carvalho, doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ) aponta que, com o isolamento de províncias em situações críticas de infecção, como Wuhan, e a paralisação de atividades econômicas, avalia que certamente a conjuntura afetará o jogo geopolítico que envolve a China e haverá, seguramente, um impacto no PIB chinês. Algumas empresas devem retomar as atividades somente depois do dia 10 de fevereiro, alargando ainda mais o Ano Novo do país.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Evandro Menezes de Carvalho falou sobre as implicações econômicas e geopolíticas do surto causado pelo coronavírus. Ele salientou que o modo com que o país asiático vem lidando com a questão “reduz bastante a possibilidade de um pânico generalizado que teria consequências mais dramáticas na relação da China com vários países no mundo, que é o primeiro ou segundo parceiro comercial de uma centena de países”.

Brasil de Fato: Como fica o jogo geopolítico entre a China e outras potências mundiais? Quais são os interesses geopolíticos que alguns países podem apresentar em um surto como esse?

Evandro Menezes de Carvalho: Dentro do jogo geopolítico, há interesses que consideram questões humanitárias para benefícios de poder e, é claro que para certos países, o impacto desta epidemia de coronavírus contribui para a medição de força com a China. Países que querem prejudicar a imagem da potência asiática no mundo, utilizam esse tipo de situação para disseminar, ou deixar disseminar em seu território, a ideia de que a China tem informações não confiáveis, gerando uma certa insegurança e uma relativa aversão ao país.

Certos países, então, aproveitam situações como essa para manipular e aumentar o temor pela China. Isso aumenta os custos chineses para dar continuidade ao que vem sendo feito para melhorar sua imagem internacional. Nisso, é importante lembrar que a China permaneceu no Acordo de Paris e mostra publicamente a importância disso, assim como tem defendido a manutenção e o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto outros Estados advogam o contrário.

E quais são as implicações econômicas desse surto?

Ainda que seja difícil postular isso hoje, e mesmo economistas têm essa dificuldade, haverá um impacto no PIB do país, sobretudo porque a China está em um momento em que a economia teve de ser paralisada. Não totalmente, mas na medida em que se fecham cidades e restringe-se o fluxo do tráfego de trens, carros, ônibus, tudo isso vai afetar a economia chinesa, seguramente.

Se já havia uma perspectiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) de crescimento em cerca de 6% – com muito esforço, 6,5% – provavelmente isso não será possível ainda esse ano. O próprio governo chinês já sabia com muita antecedência que ia haver essa redução do PIB. Mas há um risco de ser abaixo de 6%, porque o surto é um fato inesperado. Isso gera uma preocupação normal do governo chinês, mas não significa necessariamente que não haja possibilidade de recuperar isso. É mais ou menos o que aconteceu depois da SARS (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave), entre 2002 e 2004, a China voltou a crescer. Mas é certo que isso vai gerar impacto.

Esse impacto no PIB também está diretamente ligado às consequências nas relações internacionais da China, certo?

Tem um impacto internacional sobretudo nos países próximos à China, cuja economia é influenciada pelo turismo na região, como Tailândia e Japão, que já estão sentindo as consequências. Nesse sentido, o governo chinês proibiu viagens de certos grupos da população para o exterior, uma medida de segurança e de saúde para não espalhar essa situação para o resto do mundo.

Tudo isso começa a criar uma série de dificuldades que vai impactar o mercado internacional. E, é claro, na medida em que a economia chinesa já tinha uma leve retração, é difícil mensurar isso em função do coronavírus, que fará com que o governo chinês venha a reavaliar suas prioridades e despesas de emergência no contexto atual. Ainda é muito cedo para se falar em números e dados, em quais setores serão mais prejudicados. Mencionei o turismo, porque é a causa da medida recente de proibir viagens internacionais de grupos de chineses.

E em relação ao turbilhão de notícias que circulam sobre o surto provocado pelo coronavírus: como esse fator é colocado em questão?

A primeira questão a ser salientada é que esse tema do coronavírus se tornou global pelo potencial de propagação do vírus. Agora, um aspecto importante diz respeito ao modo como a China está lutando com essa questão. No contexto atual, há uma miríade de notícias que circulam na Internet que muitas vezes é difícil identificar aquilo que é informação crível e confiável.

É importante sublinhar que o governo chinês tem estabelecido um diálogo muito produtivo e aberto com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O presidente Xi Jinping se reuniu com o diretor geral da OMS recentemente, e eles decidiram entrar em acordo para intensificar as buscas pelas causas desse vírus e estudar as consequências, a fim de encontrar, inclusive, formas e soluções para combater a epidemia. Isso mostra abertura e transparência, de modo que não há porque também desmerecer as informações que estão sendo prestadas pela mídia chinesa constantemente.

Então, são informações importantes que mostram, de um lado, como o governo chinês está lidando com a situação. E, ao mesmo tempo, permite ao mundo acompanhar o que tem que ser feito. Isso, por si só, reduz bastante a possibilidade de liberar um pânico generalizado, que teria consequências mais dramáticas na relação da China com vários países no mundo. A China hoje é o primeiro ou segundo parceiro comercial de uma centena de países, por isso um fato como esse acaba gerando expectativas muito grandes em escala mundial.

No momento em que se declara que isso é uma emergência global, caso isso venha a ocorrer, tem um impacto direto na China, não só na questão dos gastos públicos para resolver o problema internamente, economicamente, mas também na imagem da China. Nós já sabemos que vivemos em uma era de muitas fake news, e que a China não está imune a isso, sobretudo no plano internacional. Então, esse fato pode ser usado para reforçar ainda mais a imagem que os países ocidentais têm ou querem construir de que a China não é tão confiável. Isso gera um ônus muito grande para o país asiático: o de precisar se mostrar um país responsável lidando com essas situações de emergência.

E como é a perspectiva brasileira em relação ao surto causada pelo coronavírus? Como o Brasil pode ser afetado em termos geopolíticos e econômicos?

Da perspectiva brasileira, o que a gente precisa observar é: estamos preparados para enfrentar seja uma epidemia de coronavírus ou qualquer outra situação semelhante que venha a ocorrer no Brasil?

Agora, acho que no contexto atual, o principal impacto seria aparentemente econômico, porque várias delegações chinesas de negócios poderiam estar vindo ao Brasil agora, ou de brasileiros que estariam indo para a China. Há uma redução do intenso nível de interação entre os dois países, pela conjuntura do coronavírus. Além disso, alguns produtos podem passar por um escrutínio maior do ponto de vista de segurança sanitária. Então acredito que terá um impacto maior no comércio.

 

 

*Com informações do Brasil de Fato

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Le Monde questiona crescimento econômico brasileiro: recuperação ou ilusão?

‘Esse crescimento é uma ilusão total: estamos apenas acompanhando a recessão de 2015-2016, período em que o PIB caiu 7,5%’, diz Eduardo Fagnani, professor de economia da Unicamp.

A edição do jornal francês Le Monde, datada de domingo (12/01) e segunda-feira (13/01), traz uma página inteira sobre os primeiros indicadores verdes da economia brasileira e lança a questão sobre se o Brasil estaria, finalmente, começando a se recuperar da crise na qual está mergulhado pelo menos desde 2015. O tema divide economistas. Para Eduardo Fagnani, esse crescimento é “uma ilusão total”.

“Em 3 de dezembro de 2019, Jair Bolsonaro não escondeu sua alegria. ‘Estamos no caminho certo!’, disse o chefe de Estado brasileiro, comemorando no Twitter os números positivos de crescimento do PIB divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja: um aumento de 0,6% no PIB no terceiro trimestre, o mais forte registrado em um ano e meio, 0,2 ponto percentual acima do previsto pelos analistas”, escreve Le Monde.

O jornal cita os indicadores econômicos que estão em alta em 2020: o crescimento esperado em 2,2% neste ano, após 1,2% em 2019; inflação contida (3,5% para este ano); queda do desemprego (em 11,8%, um ponto a menos de 12 meses atrás) e o período de euforia da Bolsa de Valores de São Paulo, com um índice da Bovespa que ultrapassou a marca de 100.000 pontos pela primeira vez em sua história, terminando 2019 com uma alta espetacular de 35% em um ano.

Diante disso, Le Monde pergunta: “As ‘Bolsonomics’ – o nome dado às medidas econômicas adotadas pelo executivo – são eficazes?”. A questão divide economistas, acrescenta o correspondente do Le Monde no Rio de Janeiro, Bruno Meyerfeld, que assina o texto.

“Eu me oponho totalmente a esse governo no meio ambiente, na diplomacia, no tratamento das minorias… Mas, na economia, tenho que admitir que a linha é boa”, observa Renato Fragelli Cardoso, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), citando, em particular, o mérito de duas medidas: a drástica redução dos gastos públicos (com um déficit reduzido pela metade em relação às previsões) e, sobretudo, a grande reforma previdenciária, adotada no final de outubro de 2019.

Mercado financeiro

A reforma, que estabelece pela primeira vez uma idade legal de partida, deve economizar R$ 800 bilhões em dez anos. Ele encantou os mercados financeiros. “Estamos esperando por essa reforma há 25 anos. Devolve credibilidade econômica ao Brasil. É um choque psicológico real “, disse Fragelli Cardoso ao Monde.

No entanto, nem todo mundo entende dessa maneira. “Esse crescimento é uma ilusão total: estamos apenas acompanhando a recessão de 2015-2016, período em que o PIB caiu 7,5%”, estima Eduardo Fagnani, professor de economia da Unicamp. “Além disso, o crescimento de 2% em um país em desenvolvimento como o Brasil é extremamente baixo. A verdade é que ainda estamos em uma economia em crise”, diz o economista ao jornal francês.

Apesar de um real baixo (a moeda perdeu quase 10% do seu valor em relação ao dólar em um ano), nem tudo vai bem na balança comercial. Em 2018, o país sofreu as consequências da crise vivida por seu vizinho argentino, um grande importador de produtos manufaturados. Como resultado, o superávit comercial de Brasília caiu quase 20% em 2019, para o nível mais baixo desde 2015, passando de US$ 52 bilhões em 2018 para US$ 42 bilhões.

Pobreza extrema

“Muitos investidores relutam em investir no Brasil do altamente imprevisível Bolsonaro”, diz Le Monde. “No total, € 3,3 bilhões de ativos detidos por estrangeiros foram vendidos e retirados dos mercados financeiros no Brasil em 2019, de acordo com dados da Bolsa de Valores de São Paulo. A decolagem do índice Bovespa seria, portanto, principalmente o trabalho de investidores locais”, explica.

Se o desemprego está em queda, escreve o Le Monde, o país continua sendo o campeão mundial da desigualdade: 1% da população monopoliza quase 30% da riqueza, de acordo com o “Relatório sobre desigualdades globais 2018″.

Em constante aumento desde 2015, a pobreza extrema atinge 13,5 milhões de cidadãos, que sobrevivem com menos de R$145 reais por mês.

“Diante dessa situação muitas vezes crítica, o governo pensa apenas em implementar seu projeto ideológico ultraliberal que alimenta a desigualdade e não se preocupa com o padrão de vida da população”, denuncia Eduardo Fagnani.

Desafios para 2020

Para 2020, Guedes planeja privatizar ou vender ações estatais em quase 300 empresas com recursos públicos (incluindo a muito emblemática gigante da produção elétrica Eletrobras), tudo com um ganho estimado de € 33 bilhões. O governo também planeja realizar várias reformas explosivas, incluindo uma simplificação tributária e outra ainda mais arriscada que afeta a estabilidade dos funcionários públicos.

“O jogo não vai ser fácil” para o ministro da economia Paulo Guedes, avalia Le Monde, lembrando que sua política é questionada por ministros ligados às Forças Armadas, com uma tradição mais estatista, e também pelo “influente e hábil” presidente da Câmara dos Deputados, o centrista Rodrigo Maia.

Além disso, destaca o jornal, em 2020, “a desaceleração global poderá pesar bastante sobre a economia brasileira, que é altamente dependente das exportações”. “De Brasília, observamos com ansiedade a guerra comercial sino-americana (os dois primeiros parceiros comerciais do país), mas também um possível confronto militar no Oriente Médio que provavelmente aumentará perigosamente o preço do petróleo.”

 

 

*Com informações do Ópera Mundi