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Luiz Eduardo Soares: ‘As instituições estão sendo corroídas pelo fascismo’

Para ex-secretário Nacional de Segurança Pública, “ultradireita no poder” destruiu autonomia dos órgãos de investigação, como as polícias e o Ministério Público.

Para o ex-secretário de Segurança, órgãos têm atritos internos causados pela ascensão conservadora.

Até que ponto as instituições, como Polícia Federal e Ministério Público, estão livres para investigar no Brasil presidido por Jair Bolsonaro (sem partido)? A pergunta surge após a morte de Adriano Magalhães da Nóbrega, acusado de chefiar a milícia Escritório do Crime e de ter ligações com a família Bolsonaro, em ação conjunta das polícias da Bahia e do Rio de Janeiro.

Para o ex-secretário nacional de Segurança Pública, o antropólogo Luiz Eduardo Soares, há um boicote principalmente interno. Nóbrega era considerado peça fundamental para entender a ligação da família Bolsonaro com as milícias. A relação envolveu inclusive emprego de sua esposa e mãe no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. O ex-secretário vê indícios de queima de arquivo ou, então, “um nível de incompetência tremendo” alguém procurado nacionalmente acabar morto.

Segundo Soares, não é possível dizer que “as instituições estão funcionando” enquanto existe uma onda fascista e integralista nestes ambientes, que combatem quem pensa diferente, segundo o ex-secretário. “Saíram do armário não só os conservadores, que sempre existiram e predominaram essas instituições, mas saíram as adesões que beiram o fascismo, com declarações de ultradireita”, define.

Em setembro do ano passado, Bolsonaro ignorou a lista tríplice ao indicar Augusto Aras como novo procurador-geral da República em substituição a Raquel Dodge. Pela tradição, três nomes são indicados pela ANPR (Associação Nacional de Procuradores da República), mas o presidente decidiu escolher uma pessoa de perfil conservador e que seria mais alinhado às ideias dele.

Apesar disso, para o secretário, atacar a autonomia das instituições que têm como prerrogativa investigar nem precisa de influência direta do presidente. “Dado o atual quadro que estamos vendo, nem seria preciso que houvesse grandes operações do Executivo para pressionar”, afirma Luiz Eduardo.

Confira a entrevista:

Ponte – O quanto o presidente Jair Bolsonaro tem influenciado na autonomia de investigação, seja da Polícia Federal, seja do Ministério Público?

Luiz Eduardo Soares – É difícil precisar. Em primeiro lugar, não podemos idealizar a autonomia como algo real, que tenha se realizado em algum momento e agora esteja sendo reduzido. Por exemplo, é claro e indiscutível que no período da Dilma [Rousseff, ex-presidenta], houve uma autonomia jamais vista. Isso constatamos pelo que aconteceu, não é preciso uma reflexão sofisticada para deduzir isso. A PF agiu e não houve qualquer tipo de perseguição. Sabemos que naquele período isso efetivamente aconteceu em larga escala, mas a situação usual, mais costumeira, não é aquela indicada na Constituição. É a de restrição, de pressões. Se baixarmos a bola e entendermos que a realidade é muito complicada e se dá em um espécie contínua de tensões, produzindo resultado que variam para lá ou para cá, já começamos a pensar de maneira mais interessante, real. O segundo ponto: veja como as próprias instituições vão se amoldando ao momento político conjuntural nas suas guerras internas. É importante salientar que se evite a pensar a instituição e o que lhe está exterior, o poder do Executivo, por exemplo, porque no interior dessas instituições há conflitos.

Como identificar isso?

Luiz Eduardo Soares – Veja o caso do MP: no Rio de Janeiro, uma promotora foi afastada depois de fazer uma perícia apressada, depois de poucas horas, sem tê-lo feito antecipadamente, logo depois de matéria da Rede Globo, Jornal Nacional, que indicava que um porteiro tinha dito, depois negou…[Soares se refere à informação de que no dia da morte de Marielle Franco, Élcio de Queiroz, apontado como um dos assassinos da vereadora, teria ido ao condomínio do presidente e chamado por ele]. A promotora se apressou [Simone Sibilio afirmou que a versão do porteiro era mentirosa], depois se descobriu que ela fizera campanha para o Bolsonaro. E não são poucas as referências que tenho de amigos no interior do Ministério Público e do Judiciário do RJ que são impressionantes. Saíram do armário não só os conservadores, que sempre existiram e predominaram essas instituições, mas saíram as adesões que beiram o fascismo, com declarações de ultra direita.

Isso gera atropelos?

Luiz Eduardo Soares – Claro! E aí você tem: se entre eles há uma exposição tão clara, nítida, já não mascaram, não têm pudor, tem um grupo do MP pela Sociedade, movimento Promotores e Procuradores pela Sociedade, o manifesto deles após vitória do Bolsonaro, ano passado, com uma plataforma dizendo os pontos que eles lutariam e eram os que o próprio governo federal defende. Então não é preciso nenhuma pressão externa. O MP tem a característica de ser muito fragmentado e individualizado, isso é até uma virtude porque garante liberdade dos profissionais, mas não significa que espontaneamente eles não assumam ideologia e, no caso hoje do Brasil, o que é assustador é que dentro do MP há valores a serem cultuados explicitamente ligados à tradição fascista ou integralista, se quisermos tornar mais nacional o debate. O mesmo acontece no Judiciário. Estava conversando com amigos juízes e eles estão assombrados como isso está acontecendo sem qualquer pudor. Dado esse quadro, nem seria preciso que houvesse grandes operações do executivo para pressionar.

 É a influência dessa onda ultra conservadora?

Luiz Eduardo Soares – As máquinas institucionais estão sendo corroídas e degradadas pelo fascismo. É uma coisa impressionante. Quando as pessoas dizem “as instituições estão funcionando”, eu me pergunto ao que elas se referem, se a algumas providências que são tomadas, mas não se percebe que sob as providências eventualmente positivas que aparecem e indicariam o pleno funcionamento democrático das instituições, por dentro, há guerras gravíssimas. E se há alguma decisão positivas, há por outro lado outras tantas, talvez nem tão visíveis, que são chocantes, perturbadoras. Isso está acontecendo. Não podemos dizer que as instituições deixaram de existir e estão conduzidas pelo fascismo, nem que estão firmes e fortes, funcionando. Há uma conflagração ideológica. Para saber para onde isso pende seria preciso uma bola de cristal. Não sabemos o que vai acontecer. Hoje é o clima de grande tensão e disputa no interior da Polícia Federal, o que sempre houve.

Ocorria no passado?

Luiz Eduardo Soares – No caso da PF, era menos marcado pela ideologia e mais pelo corporativismo. Por exemplo, até início de 2019, e depois de alguma maneira isso arrefeceu porque as bandeiras ideológicas bolsonaristas se impuseram, porque havia suposição comum de que haveria grandes trunfos corporativos, ganhos seriam grandes. Uma expectativa que saciou essa voracidade. Até início de 2019, ouvi de amigos que poderia haver tragédia, clima entre agentes e delegados que se cruzam em corredores armados, com nível de ódio entre eles imenso. Isso tudo, de alguma forma, foi adiado porque houve tendência de apoio em comum ao Bolsonaro que criou uma expectativa favorável do ponto de vista corporativo. No fundo, o que predomina é uma ideologia em comum ultradireitista. E vemos que essas instituições estão tomadas por esse viés. Temos um MP diluído e uma predominância hard-conservadora. O Judiciário do mesmo jeito e a PF, que é mais difícil dizer, mas muito marcada por esses valores. Como isso tudo impacta? A ver.

Entre todos esses órgãos, a PF virou alvo de ameaças ao longo de 2019 por parte do presidente. Como isso interfere no trabalho?

Luiz Eduardo Soares – Mas é claro que afeta. “Posso mexer nisso? Não, deixa para lá porque senão minha carreira está em xeque”. Evidente que se cria um clima de instabilidade, incerteza e de terror. Se algum momento houve um sentido de proteção, “faça o seu trabalho e der o que der vai haver proteção, pode ir adiante, cumpriremos nosso papel de instituição da República”. Se em algum momento isso teve próximo de acontecer, nós estamos distante desse momento. Não quer dizer que não haja grandes profissionais, mas claro que isso acua até os bons profissionais.

É a sensação de que não se tem uma sombra protetora.

Luiz Eduardo Soares – Exato, agora é o contrário. Posso imaginar a situação sobretudo dos responsáveis, delegados, superintendentes. Quem vai ousar?

Como encara toda a situação envolvendo o Adriano Magalhães da Nóbrega, ligado à família Bolsonaro, desde as investigações, de ter ficado fora da lista de mais procurados até a sua morte?

Luiz Eduardo Soares – É claro que não podemos cravar com certeza absoluta, isso só seria possível com um tipo de investigação que eu não tenho nem ideia para fazer, então não posso dizer com certeza absoluta. A imensa probabilidade, de acordo com experiência que tenho, de quem acompanha a saga, é de que há elementos de queima de arquivo. É impossível você ser obrigado a matar uma pessoa numa situação dessas. O que um equipe faz se você sabe que precisa capturar um indivíduo com vida? Deixa essa pessoa esgotar a munição, esgotar utilização de arma, estar sozinha, impedir que haja canais que viabilizem reprodução da situação, luz, água, etc. Com cerco no interior, em duas semanas não seria preciso isso. Em dez dias, uma semana… Quando o sujeito diz que não tem mesmo alternativa acabaria se entregando. Essa história de “ele resistiu” é uma coisa completamente inverosímel. É absurdo. Ou é um nível de incompetência tremendo e não seria de se esperar em um caso assim como esse, tão grave, tão importante para o país todo. Ou então é, de fato, uma oportunidade de queimar arquivo. Isso acontece todos os dias no Brasil.

Qual ligação o Adriano tinha com o caso da Marielle Franco e com a família Bolsonaro?

Luiz Eduardo Soares – Com o caso Marielle, não tenho informação. Em relação à família [Bolsonaro], tudo. Ele está sendo buscado como um pivô, figura chave na história. Quais são as relações da família Bolsonaro com as milícias? Sabemos que há inúmeras no discurso, na prática de premiação, nas alianças, na criação de nichos eleitorais, nos gabinetes, são inúmeras. Esse sujeito é um dos líderes desse processo de formação de milícias e sempre esteve ligado à família. É uma história comum. Estávamos no fio da meada da potencialmente biografia criminosa familiar. Essa é uma peça absolutamente chave. Só o fato de ele ter fugido naquelas circunstâncias já é muito suspeito. É muito evidente que havia alguma proteção, informação privilegiada. Quando o Lessa [Ronnie Lessa, PM da reserva e integrante de milícia], assassino que está preso acusado de atirar na Marielle [Franco], foi preso às 5h, estava preparando a fuga. Ou seja, tinha sido informado sobre a prisão. Aquilo é a prova que foi por um triz que não fugiu. Há elementos infiltrados, há divisões aí. Os milicianos são policiais, as milícias não são desassociadas da polícia, a política não é desassociável disso tudo… É muito difícil isolar um núcleo a ponto de que não haja vazamento, de que haja efetivamente independência, autonomia.

 

 

*Da Ponte

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O silêncio covarde de Moro sobre a morte de Adriano da Nóbrega, o miliciano ligado ao clã Bolsonaro

Do vovô ao cachorrinho, todo mundo da família de Adriano da Nóbrega se empregou no gabinete de Flavio Bolsonaro.

Bolsonaro e o seu primogênito, Flávio, foram as pessoas que mais deram Oscar para um dos criminosos mais frios do Brasil, que diziam gostar de matar suas vítimas à facada.

Caveira, como era conhecido pelo seu Escritório do Crime, estava na lista da Interpol, mas não estava na de Moro.

Agora, o super-Ministro da Justiça e Segurança Pública, que passou 5 anos latindo e babando raiva de petistas, está de focinheira colocada pelo seu dono ligado umbilicalmente ao miliciano morto no domingo (9), na Bahia.

Ninguém espera que a família Bolsonaro abra a boca sobre o caso, nem mesmo Eduardo, que estava na Bahia na hora da morte de Adriano, está sendo cobrado pela mídia que dê uma declaração que justifique sua estadia lá durante dois dias.

Mas Moro, que vive agora dependurado no twitter elogiando ações policiais em todo o Brasil em busca de apoio para a sua candidatura, não abrir o bico sobre a ação conjunta entre a polícia carioca e a baiana que culminou na queima de arquivo do personagem principal que liga Bolsonaro à morte de Marielle é, no mínimo, passar recibo de que o Ministro, que defendia total transparência das autoridades públicas contra o PT, aceita e abana o rabinho para a mordaça que lhe impuseram.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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O envolvimento óbvio da família Bolsonaro com as milícias que mataram Marielle

Xadrez de Bolsonaro, Marielle e de como está sendo sua blindagem, por Luis Nassif

Juntando todos os pontos, chega-se ao envolvimento dos Bolsonaro. Mas a cobertura hesita em ir até o fim.

Ponto 1 – o envolvimento óbvio da família Bolsonaro com as milícias que mataram Marielle.

Ponto 2 – o jogo de acomodamento da mídia. Vai até determinado ponto, para mostrar alguma independência. Mas recua imediatamente, quando percebe que bateu em matéria sólida, capaz de afundar o barco Bolsonaro.

É o caso, agora, da surpresa com a morte do ex-capitão Adriano Nóbrega, chefe do escritório do crime, depois de ter ignorado solenemente indícios veementes da ligação dos Bolsonaro com o crime e de ter se calado com a blindagem de Queiroz, o elo explícito dos Bolsonaro com as milícias.

Tema – o Coitus Interruptus da Globo

No dia 29 de outubro de 2019, o Jornal Nacional divulga a informação bombástica sobre a entrada, no condomínio de Bolsonaro, de Élcio Queiroz, o motorista que guiou o carro que conduziu Ronnie Lessa, o assassino de Marielle.

A reportagem dizia que o porteiro admitiu duas vezes que a autorização foi dada pela casa 58, de Bolsonaro. Depois de entrar, o carro rumou para a casa 66, de Ronnie Lessa.

A reportagem dava a dica para o álibi de Bolsonaro: naquele dia ele estava em Brasília e, portanto, não poderia ter recebido a ligação. Nem se preocupou em analisar as características do sistema de telefonia do condomínio, para saber se permitia ou não transferência para celulares.

Naquela madrugada, Bolsonaro fez um live com ataques pesados e ameaças à Globo.

Logo depois, seu filho Carlos Bolsonaro divulgou um vídeo mostrando o sistema de telefonia do condomínio e uma gravação no horário de entrada do carro de Élcio, na qual o porteiro supostamente liga para a casa de Ronnie, não para a casa 58.

A Globo recua, solta uma nota se explicando e não volta mais ao tema, ignorando todas as informações que surgiram posteriormente, reforçando sua tese.

As ligações da família Bolsonaro com as milícias do Rio não se resumem apenas a votos de louvor na Assembleia Legislativa. É uma ligação umbilical, que passa pelas rachadinhas, e pela ampla defesa política das milícias pelo então deputado federal Jair Bolsonaro.

Em entrevista à BBC internacional, declarou: “Elas oferecem segurança e, desta forma, conseguem manter a ordem e a disciplina nas comunidades. É o que se chama de milícia. O governo deveria apoiá-las, já que não consegue combater os traficantes de drogas. E, talvez, no futuro, deveria legalizá-las”.

Peça 2 – hipóteses iniciais sobre os Bolsonaro e Marielle

Havia as seguintes coincidências, que apontei no artigo “Juntando as peças do dia 14/03/2018 na vida de Bolsonaro”

Primeiro, vamos aos fatos objetivos:

1 – Um twitter de uma jornalista respeitável, Thais Bilenky, no dia 14 de março, informando que Bolsonaro seguiria para o Rio por estar com problemas de intoxicação.
2 – O depoimento do porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, dizendo ligou para Bolsonaro para obter autorização para a entrada de Elcio Queiroz no condomínio. E a anotação no papel indicando a casa de Bolsonaro como destino.
3 – A sessão da Câmara mostrando que, naquele dia, Bolsonaro estava lá, participando das sessões.
4 – O sistema de telefonia do condomínio, que permite transferir ligações para celulares.
5 – Posteriormente, vazamentos aos Bolsonaro de trechos da investigação de interesse deles, mais a identificação de dois promotores como bolsonaristas ativos, mostrando acesso da família às investigações.

Teoria do fato

Em cima desses dados, formulei uma hipótese – repito, hipótese – sobre o que teria ocorrido naquele dia.

Bolsonaro articulou uma reunião com Ronnie Lessa (do Escritório de Crime) e Elcio Queiroz para o dia 14, no Condomínio Vivendas da Barra.

Preparou um álibi para faltar à sessão daquele dia na Câmara Federal. A jornalista Thais Belinski foi informada de que ele iria voltar para o Rio de Janeiro por um problema de intoxicação alimentar. Era um álibi curioso: viajar intoxicado, podendo descansar e ser tratado em Brasilia.

Naquele dia, trocando ideias com assessores, Bolsonaro se deu conta de que a ida para o Rio de Janeiro poderia expô-lo. Assim, decidiu ficar na sessão da Câmara, onde apareceu sem nenhum sinal de quem estava intoxicado. A reunião no Condomínio foi mantida com os demais participantes.

Ao chegar ao condomínio, Élcio deu o número da casa de Bolsonaro. O porteiro ligou para o celular anexado ao número, Bolsonaro atendeu em Brasília e autorizou a entrada. E Élcio rumou para a casa de Ronnie Lessa, que fica na mesma rua da casa de Bolsonaro, cerca de duas ou três casas depois.
Quando a reunião foi identificada, após perícia no celular de Ronnie Lessa, os Bolsonaro foram informados por aliados infiltrados nas investigações, que atrasaram a perícia a fim de permitir que as provas fossem alteradas.

Peça 3 – as evidências que surgiram

Nos dias seguintes, outros indícios começaram a aparecer, fortalecendo as hipóteses apresentadas, implicando fortemente os Bolsonaro, e sendo solenemente ignorados pelas investigações e pela própria mídia.
As postagens apagadas de Bolsonaro

No dia da morte de Marielle, Bolsonaro pai almoçou na residência do deputado Carlos Manato, correligionário do Espírito Santo. Comentários no post do almoço comprovam que, naquele dia, foram apagados todos as postagens de Jair Bolsonaro no Facebook.

A presença de Carlos no condomínio

Mais que isso, quando foi divulgado o depoimento do porteiro, sobre a entrada no condomínio do motorista que conduziu Ronnie Lessa para o assassinato de Marielle, a primeira reação de Carlos Bolsonaro foi dizer que não estava no condomínio naquela hora. Apresentou, inclusive, publicação do Diário Oficial do Município, para comprovar que estava em sessão.

Pouco depois, no entanto, admitiu, por descuido, que estava no condomínio na hora em que os assassinos de Mariella estavam reunidos. A confissão involuntária ocorreu quando mostrava o vídeo com as chamadas recebidas pelos porteiros do condomínio. Uma das chamadas era para sua casa, às 17 horas. Para mostrar que a chamada era inócua, Carlos clicou o arquivo e apareceu a voz do porteiro informando que havia chegado um Uber para levá-lo. Estava ali a comprovação, que foi amplamente ignorada pela imprensa.

Nos dias seguintes, Carlos foi obrigado a apagar todas as suas postagens e aceitou-se passivamente a explicação de que a razão foi a irritação do pai com um comentário dele sobre a administração.

O sistema de telefonia que ligava para celular

O principal álibi de Bolsonaro, para rebater a versão do porteiro, de que o motorista tinha pedido autorização na casa de Bolsonaro, é que estava em Brasília naquele momento. Logo em seguida, mostramos aqui (com base no depoimento de um visitante do condomínio) que o sistema interno não tinha interfone. As chamadas eram remetidas para os telefones fixo ou celular dos moradores.

Logo depois, um blog do Rio de Janeiro comprovou que o sistema de telefonia do condomínio permitia essas transferências de ligação.

As informações foram completamente ignoradas pela imprensa. As investigações sequer procuraram levantar as chamadas para celular e os registros do sistema.

Peça 4 – as interferências nas investigações

Em nenhum momento o MPE do Rio de Janeiro solicitou uma perícia real no equipamento de telefonia do condomínio.

Logo após a matéria da Globo com o depoimento do porteiro, o Ministério Público Estadual convoca uma coletiva e informa sobre uma falsa perícia, feita em tempo recorde, que teria desmentido o porteiro. Não houve perícia alguma no equipamento, mas apenas a constatação de que o áudio divulgado por Carlos Bolsonaro (com o porteiro ligando para a casa de Ronnie Lessa, e não a de Bolsonaro), era verdadeiro. Não foi periciado se foi incluído no sistema depois.

Posteriormente, descobriu-se que a promotora chefe das investigações era bolsonarista ativa.

A Polícia Federal empreendeu uma ofensiva inédita de intimidação do porteiro, para que mudasse seu depoimento, mostrando a face mais ostensiva do estado policial.

O Ministro da Justiça Sérgio Moro não incluiu o chefe do Escritório do Crime, Adriano Nóbrega, na lista de criminosos procurados, alegando que seu caso não demandava cooperação com outros estados.

No mesmo momento, uma cooperação da Polícia Civil do Rio com a da Bahia cercava e calava Adriano para sempre.

Depois de ter consagrado a condução coercitiva, de ter levado coercitivamente até 32 funcionários sérios de um banco público, nem Ministério Público, nem Polícia, conseguiram, até agora, um depoimento de Queiroz, o elo maior de ligação dos Bolsonaro com as milícias.

Ontem, foi assassinado Adriano Nóbrega que, antes de morrer, afirmava que seria alvo de “queima de arquivos”.

Peça 5 – as explicações para o descaso

Não é pouca coisa. É um presidente da República – e seu grupo – suspeito de participação no assassinato de uma vereadora. Mais que isso, com um conjunto de medidas visando facilitar o comércio de armas, o enfraquecimento das alfândegas, a cooptação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, a compra da mídia.

O recuo dos grupos de mídia do 1º time se deve ou à intimidação ou à lógica de permitir o fortalecimento de Bolsonaro, para que ele entregue as tais reformas.

Em qualquer caso, uma clara marcha para a insensatez.

 

 

*Luis Nassif/GGN

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Vídeo: Marcelo Freixo escancara a ambição de Moro no combate às milícias

Freixo foi ao ponto, Moro, quando coloca no mesmo balaio tráfico e milícia, quer dar a entender à sociedade que, quando prende traficantes, está prendendo milicianos, quando a realidade é bem outra.

Na verdade, Moro usa a publicidade de combate ao tráfico de drogas para fugir do tema e, consequentemente fugir da ação, pois, do contrário, seria obrigado a desembocar qualquer investigação sobre milícia no condomínio Vivendas da Barra. Isso é tudo o que Moro não quer, vide a pressão que exerceu sobre o porteiro do condomínio para que mudasse a versão.

Por isso também Moro quis federalizar o caso Marielle, mas não quer federalizar o caso do miliciano Queiroz/Flávio Bolsonaro. Se estivesse mesmo interessado em combater a milícia e não jogando aleatoriamente no balaio do tráfico para se esquivar de sua escancarada omissão sobre esse tipo particular de crime, o primeiro caso que ele deveria atuar, é o de Queiroz, miliciano que opera até hoje como uma espécie de PC Farias da família Bolsonaro.

Marcelo Freixo coloca os pingos nos Is e não deixa dúvidas sobre o padrão Moro de “combate à milícia”

“É evidente que milícias e o tráfico de drogas são organizações criminosas, mas o ministro da Justiça Sergio Moro dizer que são as mesma coisa e apenas “muda um pouco o perfil” é um erro elementar. As milícias transformam o domínio territorial em domínio eleitoral, elegem um monte de gente, vereadores, deputados, senadores, como o ministro bem sabe, isso é mero detalhe? As milícias têm projeto de poder, frequentam palácios, isso é detalhe?

O que Moro trata como detalhe revela o tamanho de seu desconhecimento sobre Segurança Pública. Há mais de um mês entreguei uma cópia do relatório da CPI das Milícias ao ministro, parece que ele não leu o documento”. (Marcelo Freixo)

https://www.facebook.com/MarceloFreixoPsol/videos/408667859933409/?t=47

 

*Da redação

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Indulto presidencial: Bolsonaro dá presente de Natal a criminosos de farda

A um mês da posse, Jair Bolsonaro fez um anúncio solene aos brasileiros. “Garanto a vocês, se houver indulto para criminosos neste ano, certamente será o último”, assegurou.

O Supremo Tribunal Federal julgava a validade do perdão concedido por Michel Temer. Pelo Twitter, o presidente eleito avisou que a Corte não precisaria mais se preocupar com o assunto. A partir de 2019, o tradicional indulto natalino viraria coisa do passado.

Qualquer criminoso tem que cumprir sua pena de maneira integral. Essa é a nossa política”, reforçou, no dia seguinte. Após uma formatura militar, Bolsonaro repetiu que não assinaria novos atos de perdão. “Minha caneta continuará com a mesma quantidade de tinta até o final do mandato em 2022. Sem indulto”, sentenciou.

Se a vida no Brasil vale pouco, a palavra do presidente vale menos ainda. Bolsonaro não esperou nem um ano para descumprir o que prometeu.

Ontem ele editou o indulto mais generoso dos últimos tempos. Anistiou policiais condenados por homicídio culposo, que agiram fora das hipóteses de legítima defesa.

O decreto beneficia até os agentes de segurança que mataram em dias de folga.

É um presente de Natal para milícias e esquadrões da morte, que sempre contaram com a simpatia do clã presidencial.

O decreto beneficia até os agentes de segurança que mataram em dias de folga. É um presente de Natal para milícias e esquadrões da morte, que sempre contaram com a simpatia do clã presidencial.

A família Bolsonaro costuma reservar um lugar na ceia para criminosos de farda.

O ex-sargento Fabrício Queiroz, que assinava cheques para a primeira-dama, era campeão de “autos de resistência” na Cidade de Deus.

O ex-capitão Adriano da Nóbrega, condecorado na cadeia pelo primeiro-filho, é apontado como chefe de um grupo de extermínio.

O indulto será concedido ao fim de um ano em que a polícia bateu recordes de letalidade. Só no Estado do Rio, foram registradas 1.546 mortes de janeiro a outubro.

É o maior número desde o início da série histórica, em 1998.

Agora a matança tende a aumentar com incentivo presidencial.

 

 

 *Bernardo Mello Franco/O Globo

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O PM Chocólatra de Flávio Bolsonaro

Segundo a Época, o sargento da Polícia Militar Diego Ambrósio, que pagou um boleto de R$ 16,5 mil do apartamento de Flávio Bolsonaro, e foi um dos alvos da busca e apreensão de ontem feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, passou a quinta-feira em contato com o Bradesco, pedindo ao banco extratos que o permitam provar que ele não faz parte do esquema de desvio de dinheiro público de que Flávio é suspeito.

Em entrevista exclusiva à coluna de Guilherme Amado, enquanto mexia em 160 folhas de extratos fornecidas pelo banco, o chocólatra Ambrósio deu sua versão sobre o pagamento e sobre os repasses feitos por ele ao então deputado estadual e a dois ex-funcionários do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa.

Segundo ele, o pagamento do boleto foi um favor a Flávio, feito durante o churrasco de comemoração que eles faziam pelo resultado inesperado que o amigo tivera na eleição municipal de 2016.

Mas durante a entrevista, Ambrósio se enrolou e disse não se lembrar exatamente como foi reembolsado por Flávio, mas depois entrou em contato para informar ter lembrado que Flávio o pagou os R$ 16 mil em espécie, e ele usou o dinheiro para pagar contas de sua empresa de serviços de segurança, a Santa Clara.

O outro repasse, cujo valor ele não identificou, diretamente na conta da loja Kopenhagen de Flávio, teria sido referente à compra de panetones.

Ambrósio fala também de Fabrício Queiroz e da acusação de que ele intimidou moradores de Copacabana para contratar sua empresa de segurança: “Conheci logo o Queiroz, não tinha como uma pessoa conhecer o Flávio e não conhecer o Queiroz, porque o Flávio só tinha um motorista full time. Qualquer lugar a que o Flávio ia, era o Queiroz que ia. Não existia a possibilidade de a pessoa conhecer o Flávio e não conhecer o Queiroz.”

E segue: O Queiroz tinha um status, trabalha como motorista do Flávio, da família Bolsonaro, uma família que tinha grande chance de crescer dentro da política. Você vê ele [Queiroz] com um diferencial. Nesse meio tempo, o conheci, criei vínculo de amizade como criei com o Flávio, porque a relação com Flávio e Queiroz era junto. Estavam juntos. Não tinha como chamar o Flávio e não ver o Queiroz.

É, logo ali na esquina. Falei: “Flávio, 2016 e a gente sair de uma festa para pagar uma conta, está de sacanagem? Paga no seu telefone”. Ele falou que o aplicativo dele não conseguia, porque para pagar tem de ter autorização. Aí nós estávamos nessa confraternização do fim de campanha, tomando uma cerveja, comendo um churrasco, e eis que ele me vem: “Olha, vamos embora que eu tenho de passar ali no Itaú antes que feche. Eu tenho que pagar uma conta”. Falei: “Pô, não é plausível você interromper um churrasco para encarar 40 minutos de fila num banco em 2016”. Não é verdade? Eu não sabia nem que conta era. Ele falou: “Tenho de pagar um carnê do financiamento do meu apartamento. Vence hoje, e o valor é alto, um dia de juros é coisa de R$ 1000”. Aí eu falei: “Faz o seguinte: Vou tentar pagar aqui na minha conta. Era outro nome, né? Se eu conseguir pagar, amanhã você me dá o dinheiro”. Fui e paguei na minha conta, beleza. E ele me ressarciu. Não consigo te precisar como ele me ressarciu. Eu estou agora com os meus extratos aqui. Estou tentando ver se foi transferência, se me deu o dinheiro em mãos, se me pagou um pedaço num dia e outro pedaço no outro. Porque ele também precisaria ir a um banco sacar o dinheiro. Ter aquele dinheiro disponível. Porque não é uma quantia de R$ 500 que você tem na carteira. Aí as pessoas fazem esse estardalhaço em falar que eu paguei uma conta de R$ 16 mil ganhando R$ 4 mil. Só que as pessoas esquecem que eu sou sócio de uma empresa, e a minha vida é pautada nos ganhos da minha empresa, entendeu?

Que dia foi isso?

O pagamento da cobrança do Flávio foi dia 3 de outubro, e nesse dia meu saldo bancário terminou negativo em R$ 21.147, por conta dessa transferência. No outro dia, eu supri o meu saldo com uma transferência de R$ 20.450, da conta da empresa para a minha conta. E provavelmente o Flávio me restituiu. Como foi? Não lembro. Tem muito tempo, isso. Mas ele me restituiu porque, meu irmão, não dou dinheiro para homem. Dou até para mulher, mas para homem não dou. Nesse dia, 3 de outubro, fiquei devendo R$ 21 mil, cara. (Mais tarde, Ambrósio entrou em contato para dizer que se lembrou que Flávio pagara a ele em dinheiro e, com esse dinheiro, ele pagou contas de sua empresa.)

Você não consegue ver nos dias seguintes a esse pagamento a entrada, transferência, depósito que você fez na conta?

Não, não tem. Mas ele me restituiu com certeza, irmão. Ele não ficou me devendo. A forma como ele me pagou, se foi em dinheiro, se foi um dia depois, dois dias depois, se parcelou, se transferiu para minha conta, estou procurando. Se estiver na conta, está aqui, mas não consigo te precisar, porque estou com um maço de 200 papéis aqui, estou totalmente perdido.

A entrada, transferência, depósito que fez na conta?

Não tem. Mas ele me restituiu, com certeza. Ele não ficou me devendo. A forma como ele me pagou , se foi dinheiro, se foi um dia depois, dois dias depois, se parcelou, se transferiu para a minha conta, estou procurando. Se estiver na conta, está aqui. Mas não consigo precisar, porque estou com um maço de 200 papéis, que estou totalmente perdido. Seria interessante frisar a transferência de R$ 16.564,81 no dia 3, e no próprio dia 3, minha conta fechou com débito em R$ 21.147,68. Não paguei juros porque, como sou funcionário público, tenho dez dias sem juros no banco. E no outro dia, recebi alguns depósitos na minha conta e complementei com R$ 21.450 da minha empresa. Tirei da minha conta da empresa e transferi para mim.

Você, na ocasião, não estranhou que ele tivesse esse valor, com um salário de deputado não tão maior assim? O salário de um deputado estadual, hoje, 2019, são R$ 25 mil brutos.

É, não… Eu não, não… Assim, se ele tinha uma prestação aprovada no nome dele… Eu nem lembro. Hoje se fala que era no nome da esposa, né? Mas eu não sabia. Não lembro se era no nome dele ou da Fernanda. Não lembro. Eu sei que eu paguei a conta. Mas o Flávio tem um rendimento alto, né? Já era deputado. Ele tinha a empresa dele, eu sei que ele tem lá a loja de chocolate. A esposa dele também trabalha. Ela é dentista, salvo engano foi militar, tem rendimentos. Então quando tem uma prestação de R$ 17 mil para vencer, eu não sei, né? Não é da minha alçada. Mas não vi estranheza nenhuma nisso. Até porque era uma coisa particular dele. Eu estava quebrando um galho para ele. Não dá para fazer uma auditoria financeira da minha vida para lembrar de tudo. Eu estava fazendo um favor para um amigo.

De 2016 para cá, você trabalhou na campanha do Flávio? Em 2018 também?

É. De 2016 para cá, eu estava cedido em uma secretaria de Estado daqui do governo. Aí disseram agora que eu fiz dois depósitos, transferências, para ex-assessores dele, nesse mesmo ano de 2016. Não tem isso também? É o Fernando Pessoa, o designer gráfico dele, e o (Marcos) Domingos, um sargento da PM. O Fernando me ajuda muito em identidade visual na minha empresa, fez alguns serviços para mim. Eu não posso precisar se foi isso. De repente comprei alguma coisa, paguei alguma coisa para ele, ou transferi um dinheiro para ele, para dar tipo um agrado em um serviço que ele fez para mim. Não sei, mas tenho uma relação de amizade com o Fernando.

Você conheceu o Fernando por meio do Flávio?

Eu o conheci no gabinete. Por coincidência, ele mora em Nova Iguaçu, vizinho da minha cidade, Mesquita. Quase todo final de semana eu estava em Mesquita ou tomava uma cerveja com o Fernando. Pagode, entendeu? Aí, três anos depois, a pessoa vai me ligar e falar assim: “Você fez uma transferência de X para o Fernando em 2016?”. Pô, meu querido, nem sei se eu fiz. Mas é bem provável. O cara é meu amigo. Não lembro. Será que foi alguma conta de um almoço que eu reembolsei depois? E o Domingos é um policial amigo meu, olha que interessante, ele estava nessa reunião em que conheci o Flávio, em 2010. O Domingos é um policial que foi lotado no gabinete do Flávio. Só que o Domingos é meu amigo de 15 anos. Trabalhamos juntos em 2007 no 19. Em 2010, o Domingos participou dessa reunião junto com inúmeros policiais que organizei ali em Mesquita, para o Flávio e para o Jair. Tenho foto dessa reunião com o Domingos, entendeu? É uma forma de eu mostrar que minha relação com o Domingos não é dali do gabinete. Eu conheço o cara há dez anos. “Ah, mas por ventura depois ele veio trabalhar”. Isso foi caso forçado. Ele e um monte de gente, pô.

O pagamento foi Domingos foi o quê?

Eu não sei precisar, porque foi um único… Falam como se eu tivesse feito transferências pontuais mensais, quando na verdade foi uma única transferência, que eu nem sei se existiu. Eu tenho de olhar aqui, nos extratos, e assim que eu tiver o valor, data certinho, eu te mando. (Depois da entrevista, Ambrósio enviou valores estimados dos depósitos, e disse ter lembrado que o valor para Domingos era referente a uma caixa de som).

Você não sabe o que foi?

Olha, eu liguei para o Domingos para perguntar, e ele falou que eu nunca transferi nada para ele. Só que o Domingos tem 280 quilos. A gordura está tomando conta do cérebro dele. Então ele não lembra qual o tipo de hambúrguer do McDonald’s que ele comeu ontem, quanto mais o que aconteceu em 2016. Você já viu que o cara magro arrasa os gordinhos, né? (risos).

Você não tem certeza de nenhum dos dois depósitos. O do Fernando, você supõe que seja uma remuneração por um serviço que ele fez para você, e o do Domingos você não lembra nem sequer se houve. É isso?

Alguma coisa que ele ajustou para mim, alguma identidade visual da minha empresa, entendeu? Naquela época eu não tinha o serviço de marketing que eu tenho hoje. Ele ali fazia o serviço, fez alguma coisa para mim, e eu dei um agrado para ele, efetuei o pagamento. Alguma coisa desse tipo. Eu acredito que seja. Pô, é uma covardia, né? O que você fez em julho de 2016…

Como você avalia a condução do caso Queiroz, a defesa do Flávio até aqui?

Ele tem essa tática de empurrar com a barriga. Não funciona. Vou muito ao encontro. Estou procurando a imprensa para dar meu depoimento, dos fatos. É isso que eu quero mostrar.

Quando seu nome apareceu na história, você ligou para ele?

Não tenho contato com o Flávio há mais ou menos… Quando ele foi para Brasília, o contato acabou, porque eu não vou para lá, não sou remunerado por ele, não trabalho por ele, não vou pagar R$ 4 mil numa passagem para falar: “Oi, Flávio, tudo bem?”. Quando ele vem para o Rio, algumas vezes pontuais coincidiam com a minha folga, e eu falava: “E aí, Flávio, está no Rio?” “Estou no Rio, vou no evento tal”. “Vou te buscar”.

Ainda não falou com ele sobre esse episódio?

Ainda não. Não falo com o Flávio há exatamente seis meses. Sem trocar telefone nem WhatsApp, porque ele é senador, o filho do presidente, chegar nele é uma coisa quase impossível. Não vou lá para falar com ele, porque tenho minhas demandas de trabalho aqui também. Não tenho disponibilidade nem de tempo, nem de dinheiro. Mas quando vem para o Rio, algumas vezes dentro desse ano, me incorporei na equipe dele para ter a oportunidade, dar uma abraço, perguntar como está, a amizade continua.

Você, nesse período todo em que o conhece, nunca foi lotado em nenhum gabinete dele?

Nunca trabalhei diretamente com ele. Nunca.

Você já indicou alguém para trabalhar com ele alguma vez?

Não.

Você foi investigado por intimidar moradores de Copacabana para que contratassem serviços de segurança?

Isso foi na parte da empresa. Explico tudo. Pode perguntar.

Quando criou a empresa?

Criei em 2014. Ela trabalha especificamente com três serviços: terceirização com serviço de portaria, portaria e vigia; limpeza; e instalamos alarmes, segurança eletrônica. Instalamos alarmes em condomínios, alarmes antiarrombamento. Basicamente.

Ela começou com esse escopo todo ou foi ganhando?

Você monta a empresa e, de acordo com a demanda, você vai acoplando. Já estou na minha quarta alteração contratual. Vai aparecendo uma oportunidade de trabalho, não está no seu escopo, você inclui serviços. As pessoas falam que operei serviço de segurança, o que nunca houve. Nunca houve. Operei serviço de portaria, terceirização de serviço de portaria, monitoramento de bens de pessoas com controle de acesso, instalação de serviço eletrônica.

Quando fala portaria, o que quer dizer especificamente?

Trabalho com condomínio.

Guarita?

É, condomínio. Porteiro, vigia, vigia noturno, limpeza de condomínio, qualquer serviço eletrônico, a minha empresa trabalha. Portão, porta automatizada, câmeras, sistema de alarme, aquela cerca que toca alarme. A empresa se chama Santa Clara Serviços.

Como se chegou a essa história sobre moradores de Copacabana?

Chegou ao Globo uma denúncia de que está havendo intimidação de moradores por parte de empresas de segurança. A acusação repetia aquela velha história: “Se você não me contratar, vou fazer isso, isso e isso”. Expliquei para o repórter que minha empresa trabalhava e nisso saiu uma matéria no Globo, vinculando meu nome e o nome da empresa. Abriu um inquérito policial militar. Esse inquérito durou seis meses e foi arquivado por falta de materialidade. Em contrapartida, peguei carta de referência de todos os meus clientes e apresentei na Corregedoria, fizeram contato com todos os meus clientes, perguntando se algum foi ameaçado, todos os outros foram a meu favor dizendo que nunca, dizendo que eu prestava um serviço que tinha proposto e foi arquivado. Não fui nem repreendido nesse inquérito, porque eles pediram toda a documentação da empresa. A minha vida, tudo foi devassado. Não perdi um cliente.

Nesses anos de relacionamento com o Flávio, ele alguma vez te indicou algum cliente, te ajudou de alguma maneira na empresa?

Nunca. Poderia ter indicado, mas nunca (risos).

Como policial, como avalia essa suspeita de que existe ligação do Flávio, da família Bolsonaro, com a milícia?

Vejo com perplexidade, porque não participo diariamente da vida de Flávio. Tenho uma relacionamento de amizade e isso tudo é fato novo para mim. As pessoas que são arroladas podem sentar do meu lado numa mesa que não sei nem quem são.

O Adriano da Nóbrega (suposto miliciano homenageado por Flávio), por exemplo, você não conhecia?

Não conheci e não conheço. Não sei se é alto, se é baixo, se é gordo ou se é magro. Nunca nem trabalhei com ele, nunca cruzei com ele. Conheço pessoas que conhecem ele, por conta do vínculo profissional. É um policial mais antigo do que eu, que já trabalhou em determinado batalhão. Mas eu nunca vi ele.

Desde que essa história veio à tona, um ano, você alguma vez esteve com o Queiroz?

Não. Quando ele se afastou eu nunca mais tive contato com ele.

Então você não sabe responder à pergunta que o Brasil inteiro quer saber: onde está Queiroz?

Onde está Queiroz… (risos). Infelizmente não vou poder te responder. Eu também não sei. Queria até encontrá-lo, para falar com ele, pois fizeram uma situação… O Brasil está numa situação muito difícil, o investigado passa a ser sentenciado em última instância. O cara é crucificado midiaticamente e aí ele já é execrado.

Mas o caso dele tem complicadores que vão além de uma mera crucificação, como você está colocando, não?

Sim, está ficando (complicado). Mas, no curso de uma denúncia, um inquérito investigativo, a gente só tem um meio que é o acusatório. Você só se defende do processo. Então a pessoa acusa, acusa, acusa, acusa e joga na mídia. Só aparecem as acusações.

Mas ele foi chamado inúmeras vezes para depor e não se apresentou.

Sim.

E o repasse para a conta da loja de Flávio?

Todo ano, eu presenteio meus clientes, funcionários e amigos. Como qualquer empresa faz. Tem umas que dão chaveiro. Tem outras que dão calendário. E eu dou panetone da Kopenhagen. E o Flávio tinha acabado de inaugurar a loja, 2015 ou 2016, se não me engano, eu numa dessas saídas com ele falei: “Flávio, vou presentear, vou comprar os panetones lá”.

Você estava na inauguração?

Não tava! Eu não tinha esse vínculo diário. Encontrava ele esporadicamente e eu também tenho três filhos, né, meu parceiro? Tem que correr muito atrás.

Aí você comprou panetone…

Aí comprei o panetone… Passa-se uma imagem de que eu faço transferência mensais para a loja do Flávio. As transferências foram em novembro, dezembro e janeiro. Porque eu faço uma compra entre 100, 120 panetones. E eu, na amizade, falo com o Flávio que vou comprar com ele mas para ele parcelar essa porra em três vezes por favor. Aí dou um cheque em novembro, outro em dezembro e outro em janeiro. E isso é facilmente comprovado no perfil da minha empresa no Instagram. Teve um ano que botei quase 60 fotos de clientes recebendo. E esse ano já estou distribuindo de novo.

Esse ano você comprou de novo na loja do Flavio?

Não, comprei de outra loja. E não comprei nem por causa disso. Porque não comprei: meu contato com o Flávio está cada vez mais difícil, a comodidade que eu tinha era o contato direto com ele, e, p…, a loja dele é lá no Via Parque e minha empresa é em Copacabana. Vamos combinar.

Você lembra quantos panetones comprou naquele ano?

Olha, todo ano eu compro numa média de 100 a 120. Agora, como foi a forma de pagamento: depósito na conta dele. Nunca dei dinheiro em espécie.

Na conta da empresa?

Isso, na conta da empresa. Ou fui algum depósito? Não lembro. Se saiu da conta da minha empresa ou da minha conta pessoal, não posso te dizer. Mas foi tudo proveniente para esse tipo de conta. Este ano, estou preocupado porque ontem levaram a lista de pessoas que eu tinha que entregar panetone.

Você se refere à busca e apreensão?

É, a operação de busca e apreensão levou. Levou minha listagem de entregas deste ano. Eu vou entregando, dando o ok. Eu vou pedir para minha secretária tirar uma foto da minha sala com os panetones para entregar neste ano. Já foram comprados.

 

 

*Eduardo Barretto, Naomi Matsui e Daniel Salgado/Época

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01, 02, ou 03. Rogéria, Ana Cristina ou Michelle, qual das três mulheres se beneficiou mais do cartel Bolsonaro?

Uma coisa elas têm em comum, além do casamento com chefe do cartel, receberam Queiroz como bônus matrimonial.

Bolsonaro conhece Queiroz desde quando ele foi seu recruta na Brigada de infantaria paraquedista. Foi o próprio Bolsonaro que contou que conheceu Queiroz em 1984. Ou seja, são 35 anos dessa frutífera parceria.

Assim, as três mulheres de Bolsonaro se beneficiaram diretamente dessa sociedade.

Uma coisa é certa, é muito difícil de dizer qual das três cinderelas se beneficiou mais dos esquemas do cartel, já que até agora só se sabe de uma parte assombrosa das práticas do clã Bolsonaro.

O fato é que o cenário político no Brasil deu um triplo carpado em razão de um caso de corrupção que envolve a família presidencial que não para de jorrar escândalos desde esta quarta-feira (18).

É bom lembrar também que até a caseira da casa de praia dos Bolsonaros em Angra dos Reis, a Wal do Açaí, era registrada na Câmara Federal como empregada e tinha o salário pago pelo povo sem nunca ter conhecido Brasília.

Agora o Ministério Público diz que família de miliciano do “Escritório do Crime”, Adriano Magalhães da Nóbrega, sócio de Ronnie Lessa (vizinho de Bolsonaro que matou Marielle), repassou a Queiroz quase 20% do salário no gabinete de Flávio Bolsonaro. Isso mesmo, a mulher e mãe do ex-oficial do Bope, foragido desde janeiro, transferiram R$ 203 mil para assessor da família Bolsonaro.

É complicado dizer aonde começa uma mulher de Bolsonaro e termina a outra nessa teia de corrupção montada por ele e Queiroz há, pelo menos, 30 anos.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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MP do Rio revela detalhes de esquema de lavagem de dinheiro de Flávio Bolsonaro

Relatório do MP obtido pela revista Crusoé aponta que Flávio Bolsonaro e sua esposa compraram dois apartamentos em Copacabana para lavar dinheiro arrecadado por meio da “rachadinha” e os venderam por um valor 300% maior.

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e sua esposa, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, compraram em 2012 dois apartamentos em Copacabana para lavar o dinheiro obtido por meio da “rachadinha” – esquema ilegal de repasse de salários de assessores – que acontecia no gabinete do então deputado estadual na Assembleia do Rio de Janeiro (Alerj). As informações constam em um relatório do Ministério Público obtido pela revista Crusoé.

De acordo com o MP, os apartamentos foram comprados de um norte-americano, mas os imóveis pertenceriam, na verdade, a outro indivíduo dos EUA que não teria autorizado a transação. A Crusoé informa que chamou a atenção de promotores do MP o valor da compra e venda dos apartamentos para a efetivação do esquema de lavagem. Segundo as investigações, ambos os imóveis foram comprados por um valor 30% menor do que o antigo dono havia pago e, depois, foram vendidos por Flávio por um valor 300% maior.

O casal da família Bolsonaro, de acordo com a investigação, teria lucrado 292% na venda de um dos apartamentos e 273% no outro.

O MP apontou, no relatório, que Flávio e a esposa obtiveram uma “lucratividade expressiva” e “desproporcional”, já que a valorização dos imóveis na região, à época, foi de apenas 10%.

Busca e apreensão

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) cumpre na manhã desta quarta-feira (18) uma série de mandados de busca e apreensão em endereços de ex-assessores do ex-deputado estadual e atual senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Entre os alvos estão endereços do ex-PM Fabrício Queiroz, que seria o responsável por um suposto esquema de rachadinha no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e parentes da ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle.

As medidas cautelares foram pedidas na investigação sobre lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro público) no gabinete do filho de Jair Bolsonaro na Alerj.

 

 

*Com informações da Forum

 

 

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Num condomínio com milicianos, estelionatários, traficantes de armas e assassinos, Moro manda investigar o porteiro

Moro, atual Ministro da Justiça, (pode rir), que anda zanzando pelos corredores do Congresso para ver se consegue prender Lula novamente com a volta da prisão após condenação em 2ª instância, não para de ser esculachado pelos fatos.

Ultimamente, tem sido difícil até destacar um fato que seja mais grave que o outro.

Agora mesmo, a revista Época relata que Moro foi ao TSE tentar salvar a senadora Selma Arruda, a Moro de Saias, cassada por corrupção. O interessante é que a Época é das Organizações Globo e, no entanto, talvez porque Bonner não leia a revista da própria casa, essa notícia não tenha chegado ao Jornal Nacional, o que mostra a gravidade do fato.

A mesma revista, hoje, mostra Moro em uma posição completamente invertida, dizendo que vai dar de ombros ao assassinato de Marielle porque a família da mesma não quis federalizar o caso.

Caso porque Moro só se interessou depois que o nome de Bolsonaro foi citado no depoimento do porteiro, para pressionar o mesmo a mudar de versão, mas acabou mudando também de condição, a de testemunha para investigado.

Esse rapaz é uma sumidade. Imagina alguém do PT, na época da Lava Jato, fazendo lobby no TRF-4 pela absolvição de Lula. Aliás, confirmada a denúncia da ida de Moro ao TSE, Ivan Valente, do Psol, já cobrou explicações da justiça pela nítida tentativa de obstrução da justiça do, veja só, Ministro da Justiça, cometendo crime de responsabilidade por lobby dentro do próprio TSE.

O que, convenhamos, abre imediatamente um enorme caminho para que se indague se ele não fez o mesmo com os desembargadores do TRF-4 pela condenação de Lula, inclusive pela inexplicável sentença unânime nos dois julgamentos, parecendo o que realmente é, missa encomendada pelo ex-juiz da Lava Jato.

é intrigante como, com vários agentes da Polícia Federal dentro do condomínio de Bolsonaro para dar segurança ao Presidente e à sua família, esses agentes da PF, comandados por Moro, não perceberam o perigo que corria Bolsonaro morando a 50 metros da casa de Ronnie Lessa, miliciano assassino de Marielle e traficante internacional de armas pesadas que detinha, no momento de sua prisão, a posse 117 fuzis, explosivos e uma quantidade de munição que dava para fazer uns cem quadros como os que Moro e Bolsonaro foram agraciados por um artista que usou uma espécie de bico de pena para desenhar com cartuchos de balas de alto calibre os rostos dos dois, numa das obras mais macabras de que se tem notícia.

Mas o enredo macabro envolvendo Moro e a família Bolsonaro não se esgota aí. Agora se descobre que um outro morador do condomínio Vivendas da Barra é estelionatário e passou batido pela mesma segurança do Presidente da República.

Lembre-se, estamos falando de um presidente que, segundo consta no folclore político brasileiro, quase morreu no episódio em que Adélio Bispo furou a segurança de uns cinquenta agentes para, sozinho e com um físico minguado, elevar a mão por cima da barreira de segurança que cercava Bolsonaro e desferir uma facada sem sangue.

É muita comilança de mosca dessa gente que zela pela segurança do “mito”. Moro, diante de tantos fatos macabros do condomínio Vivendas da Barra, de onde saíram os assassinos de Marielle para executá-la, desconfiou de quem? Do Carluxo que correu para adulterar o registro da secretária eletrônica? Do seu Jair da casa 58 que atendeu por duas vezes o telefonema do porteiro a pedido do miliciano Élcio de Queiroz? Do estelionatário que comprou sua mansão com o dinheiro roubado de um ganhador da mega-sena? Do traficante internacional de armas que também é o assassino de Marielle? Não. Para Moro, o culpado por todos os fatos macabros, é o porteiro.

E o que fez Moro, além de ter transformado o porteiro em investigado? Sumiu com ele para que ninguém mais da imprensa se aproximasse dele.

Isso explica porque Moro segue sendo o herói dos bolsominions mais aferrados. Tudo isso sem falar das falcatruas de Moro na Lava Jato reveladas pelo Intercept.

Alguém ainda duvida do fim trágico da carreira política de Moro?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Vivendas da Barra ou Vivendas da Barra Pesada? Homem preso por desviar dinheiro da Mega-Sena também mora no condomínio

André Luiz Lobo, preso essa semana após desviar grandes quantias em dinheiro de um ganhador da Mega-Sena, morava no condomínio Vivendas da Barra, o mesmo de Jair Bolsonaro e do PM miliciano apontado como o assassino de Marielle, Ronnie Lessa.

Usuários das redes sociais já inventaram um apelido para o condomínio onde morava o presidente Jair Bolsonaro e sua família na Barra da Tijuca, na capital fluminense: “Vivendas da Barra Pesada”. Isso porque descobriu-se, nesta sexta-feira (13), que o condomínio de luxo, além de residência de Bolsonaro e do PM miliciano apontado como o assassino de Marielle Franco, Ronnie Lessa, era lar de um golpista que foi preso na quinta-feira (12) sob a acusação de desviar grandes quantias de um ganhador da Mega-Sena.

O jornal Extra noticiou o caso, sem dar destaque para mais essa “coincidência” no condomínio da família Bolsonaro. “O esquema foi descoberto pelo milionário quando o homem começou a aparecer com roupas e acessórios de luxo, e iniciou uma obra de R$ 4,5 milhões num condomínio de alto padrão na Barra da Tijuca”, diz a reportagem.

O homem em questão é André Luiz Lobo, que foi designado por um amigo, ganhador da Mega-Sena, como administrador de sua fortuna. Quantias milionárias foram subtraídas de sua conta e o milionário percebeu que os desvios partiam de André quando observou uma mudança repentina em seu padrão de vida.

“Após ser descoberto, André, segundo a investigação, passou a ameaçar testemunhas e pretendia fugir do país neste sábado. Ele foi preso nesta quinta-feira, através de um mandado de prisão temporária, expedido pela 17ª Vara Criminal da Capital. Em sua posse, foi apreendida uma arma de fogo, que, por estar registrada, foi devolvida. Numa das diligências feitas pelos policiais, eles descobriram que, apenas numa conta bancária, onde o vencedor da Mega-sena mantinha R$ 35 milhões investidos, após o registro da ocorrência, notou-se que, agora, restavam R$ 16 milhões. O prejuízo total ainda não foi calculado”, diz a matéria do Extra.

Confira a íntegra da matéria aqui.

 

 

*Com informações da Forum