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O Protegido

Eduardo Cunha, que volta ao centro do debate nacional depois que se descobriu, através do Intercept, que Moro não permitiu que ninguém bulisse em seus celulares, porque seria capaz de desenhar em detalhes o golpe contra Dilma e toda uma trama de corrupção envolvendo Temer, Aécio e mais da metade do Congresso que cassou a presidenta eleita, é praticamente um caso à parte nos ágeis dedos de Moro para apontar quem deveria ser degolado e quem deveria ser protegido.

Primeiro, é preciso lembrar que Cunha jamais foi investigado pela Lava Jato, nem em Curitiba, sob o comando de Sergio Moro e nem no Rio de Janeiro sob o comando de Marcelo Bretas.

Aí começa uma trama cabulosa de uma espécie de PCC do judiciário curitibano sobre a qual ninguém da grande mídia fala, a começar pelo fato de que Cunha foi denunciado pelo Ministério Público Federal da Suíça, não do Brasil.

A serpente do Congresso, como era chamado ou o dono da República, como a Globo o classificava, foi denunciado pelos procuradores suíços com uma fartura impressionante de provas, mostrando que foram rastreadas 23 contas do super corrupto em quatro países, ativos oriundos de propinas que transitaram por bancos em Cingapura, Suíça, Estados Unidos e Benin.

Não se tratava de um caso pequeno que merecesse 15 anos de condenação se compararmos, por exemplo, com Sergio Cabral, condenações que somam mais de 100 anos.

Começam então os questionamentos: por que a Globo não continuou de olhos fixados em Cunha como fica em Lula? Seria por que na semana do golpe contra Dilma os Marinho ofereceram a ele um almoço na sede do império midiático? Sim, porque até o mundo abissal noticiou o fato, já que estava nas mãos de Cunha a tarefa de deferir o golpe fatal na democracia brasileira, o que sempre causou uma alegria incontrolável em quem tem o DNA dos Marinho.

Sendo assim, torna-se mais cabuloso ver que o chefe do PCC curitibano, Sergio Moro, fez um mimo em Cunha, “atestando” a inocência de sua esposa, Claudia Cruz, que gastou em cartões de crédito, somente em sapatos, mais de R$ 1 milhão, mesmo que todas as contas laranja, descobertas pelo Ministério Público Federal da Suíça e revelado que as contas estavam em nome dela. Fato que nem burro de carroça engoliu.

A voz desautorizadora de Moro aos procuradores da Lava Jato sobre a quebra de sigilo telefônico de Eduardo Cunha nos obriga a indagar, inclusive sobre o comportamento parcimonioso de Teori Zavaski, o paizão da Lava Jato, que dava pito em Moro, o filho playboy, sem jamais puni-lo pelos seus crimes, como foi o caso do vazamento criminoso de Moro para a Globo (sempre ela, a cadela do fascismo brasileiro) da conversa da presidenta Dilma com o ex-presidente Lula e as conversas privadas de Marisa Letícia e seus filhos com Lula, que nada tinham a ver com o processo.

O Intercept tem mostrado que Moro é uma espécie de Cunha do judiciário, mas a afinidade dos dois parece romper essa barreira, tanto que, além da pena pra lá de branda, Moro tirou de Bretas o caso Cunha, que naturalmente seria dele, para levá-lo para Curitiba e ficar sob a proteção de suas asas.

As conversas de Moro e Dallagnol reveladas pelo Intercept, praticamente confirmam a super proteção de Moro com o político mais corrupto da história do Brasil que, repito, jamais foi investigado pela Força-tarefa da Lava Jato, quando até os mais bobocas dos mortais sabiam que ele era uma espécie de banco 24 horas dos piores corruptos da história do Congresso. Cunha praticava a sua agiotagem a céu aberto, no banco da praça para quem quisesse ver, porque sabia que tinha as costas quentes com Moro e os Marinho, proprietários da Orcrim que criou e patenteou a grife Lava Jato.

As coisas entre Cunha, Globo e Moro não cessam aí, seria muita ingenuidade acreditar nisso. Aqui foram colocadas somente algumas pulgas magras para reavivar a memória de toda a trama que envolve o golpe contra Dilma, a gigantesca montanha de corrupção de quem a derrubou e os garantes que o rato tinha fora do Congresso.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Ao vivo: CNMP julga requerimentos contra Dallagnol

Três requerimentos da pauta de hoje do CNMP têm como alvo o procurador da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol. Não se sabe se o caso relacionado às mensagens será julgado hoje.

Deltan Dallagnol será julgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), na sessão de abertura após o recesso judiciário, nesta terça-feira (13). É o que indica a pauta de julgamento do órgão para a data de hoje, que inclui também outros 150 itens de análise. Acompanhe ao vivo.

três deles têm como alvo o procurador da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol. Um dos requerimentos é do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que deve ser adiado a pedido do próprio parlamentar.

O outro, movido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, não tem relação direta com as mensagens divulgadas pelo The Intercept, mas por ataques do procurador contra ministros da Corte em entrevista à radio CBN, em agosto de 2018.

Há uma terceira representação que esta ligada às reportagens do The Intercept Brasil, mas havia sido arquivado. os conselheiros podem pedir a reabertura do caso, sem a confirmação de que, mesmo que volte à pauta, seja julgado na sessão de hoje.

 

*Com informações do GGN

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Trocas

Por Leandro Fortes

Em uma transmissão ao vivo, pela internet, Jair Bolsonaro, presidente da República, perguntou a Sérgio Moro, ministro da Justiça, se ele iria fazer “troca-troca” com Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.

Troca-troca, vocês sabem, é revezamento de sexo anal entre homens que, no caldeirão de hormônios da adolescência masculina, tanto pode ser um fato como uma ofensa.

Ocorre que, ali, não eram adolescentes descobrindo a sexualidade, nem muito menos colegiais sacaneando uns aos outros. Eram três homens adultos, autoridades da República, em meio a um teatro de absurdos só possível em um país à deriva.

Bozo, como os três filhos, a ministra Damares e o guru deles todos, Olavo de Carvalho, tem fixação anal – isso é um fato. Todos, em momentos os mais diversos, já se mostraram ocupados com o cu alheio, aliás, como os evangélicos que dão apoio político ao governo.

O fato novo é a presença de Sérgio Moro, nessa roda, submetido, agora, a mais essa humilhação como condição para se manter no cargo.

Desmascarado como juiz parcial, chefe, de fato, da Força Tarefa de procuradores da Lava Jato, restou a Moro ficar, a qualquer preço, no Ministério da Justiça.

Fora do governo, sem toga nem foro privilegiado, poderá acabar no Irajá. Ou em Tremembé.

Por isso, engoliu a piada do presidente demente em seco, com um sorriso amarelo estampado na boca sem lábios, enfiado, outra vez, na triste moldura de camisas negras que voltou a usar.

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Vazamento: “O barraco tem nome e sobrenome. Raquel Dodge”, assim classificada pela Lava Jato

“Caros. O barraco tem nome e sobrenome. Raquel dodge”. A frase, escrita pelo procurador Januário Paludo a seus colegas da Operação Lava Jato em um chat do Telegram em 11 de março deste ano, é emblemática da cáustica avaliação que a força-tarefa de Curitiba tem da procuradora-geral que os comanda. As conversas dos procuradores, enviadas ao The Intercept por uma fonte anônima e analisadas em conjunto com EL PAÍS, apontam que Dodge, o posto mais alto do Ministério Público, era vista como uma espécie de inimiga interna pela própria operação. E que os procuradores chegaram a discutir a possibilidade de repassar informações secretamente a jornalistas para pressioná-la a liberar ao STF delações, entre elas, a de Léo Pinheiro, da construtora OAS, uma testemunha-chave de casos que incriminam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A relação estreita que, de acordo com os procuradores, existe entre Gilmar Mendes e Raquel Dodge é o cimento que constrói o muro de desconfiança e desdém que separa Curitiba da procuradora-geral da República. É um sentimento que vem desde o começo da gestão dela, em setembro de 2017. Em 20 de junho daquele ano, dias antes de Dodge ser apontada para o cargo pelo então presidente Michel Temer, Dallagnol diz aos colegas: “Bastidores: – Raquel Dodge se aproximou de Gilmar Mendes e é a candidata dele a PGR”, escreve o procurador. Em outra conversa, já em 2018, o coordenador da Lava Jato afirma que Dodge só não confronta Mendes porque “sonha” com uma cadeira no Supremo assim que seu mandato na PGR terminar.

A suposta aproximação com o ministro do STF, no entanto, é só uma das queixas da Lava Jato de Curitiba com Dodge. Para os procuradores liderados por Dallagnol, a procuradora-geral é um obstáculo incontornável também por ser dona da caneta que tanto libera orçamento à força-tarefa como envia ao Supremo os acordos de delações premiadas que envolvem autoridades com foro privilegiado, como a de Léo Pinheiro. Curitiba depende de Dodge de uma forma ainda mais fundamental: já em contagem regressiva para deixar a PGR em 17 de setembro, é ela que determinará se a força-tarefa continuará existindo no ano que vem, uma vez que a atual autorização expira em 9 de setembro.

No mapa dos embates entre Brasília e Curitiba, o que mais aparece nas mensagens como um ponto nevrálgico dessa relação é a morosidade de Dodge para homologar os acordos de delação, o combustível que manteve a Lava Jato acesa durante seus cinco anos. Peças-chaves da investigação, como Léo Pinheiro, o empreiteiro da OAS que incriminou o ex-presidente Lula em sua primeira condenação, o caso do triplex, ainda não tiveram suas delações validadas pelo STF. Assinado em dezembro de 2018 com a PGR, o acordo de Léo Pinheiro não foi, até hoje, enviado por Dodge ao Supremo.

Procurada, a assessoria de imprensa da PGR afirmou que “não se manifesta acerca de material de origem ilícita” ou sobre acordos de delação, “que possuem caráter sigiloso”. A força-tarefa da Lava Jato também afirmou à reportagem que não faria comentários. Em outras ocasiões, disse que “não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes nas últimas semanas. O material é oriundo de crime cibernético e tem sido usado, editado ou fora de contexto, para embasar acusações e distorções que não correspondem à realidade”.

Nos bastidores, discute-se que o empreiteiro da OAS teria citado membros do STF em seu relato, e que a procuradora-geral planeja postergar a decisão para a próxima gestão. “Russia acabou de perguntar se evoluiu LP“, questionou o procurador Athayde Ribeiro Costa, no chat OAS-Curitiba–acordo, em 28 de junho de 2018. Ele se referia a um questionamento do juiz Sergio Moro, apelidado de Russo pela força-tarefa, sobre a delação de Léo Pinheiro. “Pessoal, advogados de outros potenciais colaboradores ligando querendo saber da evoluçao das negociaçoes. Brasilia precisa resolver nossas pendencias, senao esse povo todo vai fazer acordo com a PF”, respondeu a procuradora Jerusa Viecili, referindo-se ao fato de que as defesas poderiam buscar a Polícia Federal diretamente para fechar uma delação premiada. Neste e em outros diálogos, o EL PAÍS optou por manter todas as frases com a grafia original, sem nenhuma edição.

Procurador Athayde Ribeiro Costa inicia a conversa referindo-se a um questionamento do juiz Sergio Moro, apelidado de Russo pela força-tarefa, sobre a delação de Léo Pinheiro. Procuradores conversam sobre possibilidade de perder delações para a Polícia Federal por falta de resposta da PGR.

No chat, os procuradores reclamam que Dodge sairia de férias entre 3 e 17 de julho, sem resolver “pendências” relacionadas ao acordo. Pela agenda publicada no site do MPF, a procuradora, de fato, tirou férias no período: entre 4 e 18 de julho. No dia seguinte, o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, propõe aos colegas, no mesmo chat, pressionar Dodge “usando” a imprensa “em off”, passando informação a jornalistas sem se identificar, uma estratégia várias vezes cogitada pelo procurador nas mensagens. “Podemos pressionar de modo mais agressivo pela imprensa”, propõe. Outra opção era encostar Dodge contra a parede e apresentar um prazo limite para o encaminhamento. “A mensagem que a demora passa é que não tá nem aí pra evolução as investigações de corrupção, se queixa. “Da saudades do Janot”, encerra.

Como estratégia à lentidão da PGR em responder aos acordos de delação, Dallagnol propõe aos colegas pressionar Dodge “usando” a imprensa “em off”

Os motivos da saudade do ex-procurador-geral ficam evidentes nas mensagens entre Dallagnol e Rodrigo Janot. O antecessor de Dodge mantinha uma relação bem diferente com o coordenador da força-tarefa, ao menos nas conversas mantidas pelo Telegram. Em 16 de julho de 2015, Dallagnol atribui a Janot o sucesso da Operação Politeia, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços do ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) e outros políticos com foro privilegiado. “Janot, o maior diferencial é que Vc, por características pessoais, permitiu que esse trabalho integrado acontecesse, a começar pela criação da FT e todo apoio que deu e dá ao nosso trabalho. Vc merece um monumento em nossa história. Grande abraço, Deltan”, escreveu. O coordenador da força-tarefa mostra nas mensagens uma relação mais próxima com o chefe, a quem parabeniza por artigos publicados na imprensa, convida para eventos, divide preocupações, responde prontamente e agradece: “Obrigado por confiar em nós”, escreveu Dallagnol em maio de 2016. Janot não se mostra tão entusiasta nas respostas. Frequentemente, respondia com joinhas (👍👍👍).

Dallagnol atribui a Janot o sucesso da Operação Politeia, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços do ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) e outros políticos com foro privilegiado

Em meio a tantos dissabores, que nos grupos de procuradores também aparecem como decepção pela forma como Dodge encampa ou não demandas sobre benefícios e salários na carreira, a categoria também olha para o futuro. “É chegada a hora de construir alternativas de médio/longo prazo, porque o curto prazo será mais do que já temos. E o café da RD já está sendo servido no palito de tão frio”, diz o procurador João Carlos de Carvalho Rocha, em dezembro de 2018, em referência a Dodge. A gestão da procuradora-geral se encerra no dia 17 de setembro e agora o destino das grandes decisões do Ministério Público está nas mãos de Jair Bolsonaro. Cabe ao presidente anunciar seu sucessor, o que ele promete fazê-lo nos próximos dias e avisa que, pela primeira vez em 16 anos, pode apontar alguém fora da lista tríplice dos mais votados entre os procuradores. Caberá ao escolhido conseguir o que, para Dodge, pareceu impossível: reconciliar a procuradoria-geral com a Lava Jato.

Procuradores debatem decisão de Dodge de ir contra a criação de uma fundação com recursos de multa bilionária paga pela Petrobras aos EUA, que seria gerida pela força-tarefa da Lava Jato.

 

*do El País

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Lava Jato planejou buscar na Suíça provas contra Gilmar Mendes

Procuradores discutiram usar caso de Paulo Preto, operador do PSDB, para reunir munição contra ministro, mostram mensagens enviadas ao ‘The Intercept’. Diálogos no Telegram mostram o empenho da força-tarefa pelo impeachment do magistrado.

Procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba fizeram um esforço de coleta de dados e informações sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, com o objetivo de pedir sua suspeição e até seu impeachment. Liderados por Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, procuradores e assistentes se mobilizaram para apurar decisões e acórdãos do magistrado para embasar sua ofensiva, mas foram ainda além. Planejaram acionar investigadores na Suíça para tentar reunir munição contra o ministro, ainda que buscar apurar fatos ligados a um integrante da Corte superior extrapolasse suas competências constitucionais, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem. A estratégia contra Gilmar Mendes foi discutida ao longo de meses em conversas de membros da força-tarefa pelo aplicativo Telegram enviadas ao The Intercept por uma fonte anônima e analisadas em conjunto com o EL PAÍS.

Na guerra contra o ministro do Supremo, os procuradores se mostraram particularmente animados em 19 de fevereiro deste ano. “Gente essa história do Gilmar hoje!! (…) “Justo hoje!!! (…) “Que Paulo Preto foi preso”, começa Dallagnol no chat grupo Filhos do Januário 4, que reúne procuradores da força-tarefa. A conversa se desenrola e se revela a ideia de rastrear um possível elo entre o magistrado e Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, preso em Curitiba num desdobramento da Lava Jato e apontado como operador financeiro do PSDB. Uma aposta era que Gilmar Mendes, que já havia concedido dois habeas corpus em favor de Preto, aparecesse como beneficiário de contas e cartões que o operador mantinha na Suíça, um material que já estava sob escrutínio dos investigadores do país europeu.

“Vai que tem um para o Gilmar…hehehe”, diz o procurador Roberson Pozzobon no grupo, em referência aos cartões do investigado ligado aos tucanos. A possibilidade de apurar dados a respeito de um ministro do Supremo sem querer é tratada com ironia. “vc estara investigando ministro do supremo, robinho.. nao pode”, responde o procurador Athayde Ribeiro da Costa. “Ahhhaha”, escreve Pozzobon. “Não que estejamos procurando”, ironiza ele. “Mas vaaaai que”. Dallagnol então reforça, na sequência, que o pedido à Suíça deveria ter um enfoque mais específico: “hummm acho que vale falar com os suíços sobre estratégia e eventualmente aditar pra pedir esse cartão em específico e outros vinculados à mesma conta”, escreve. “Talvez vejam lá como algo separado da conta e por isso não veio” (…) “Afinal diz respeito a OUTRA pessoa”. A força-tarefa de Curitiba tem dito que não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes e repetiu à reportagem que o “material é oriundo de crime cibernético e tem sido usado editado ou fora de contexto, para embasar acusações e distorções que não correspondem à realidade”.

Nas mensagens, tudo começa porque Dallagnol comenta saber de “um boato” vindo da força-tarefa de São Paulo (FT-SP) de que parte do dinheiro mantido por Paulo Preto em contas no exterior pertenceria a Mendes. “Mas esse boato existe mesmo?”, pergunta o procurador Costa. “Pessoal da FT-SP disse que essa info chegou a eles”, responde Julio Noronha, em referência aos colegas paulistas.Procurada, a assessoria de imprensa do FT-SP afirmou que “jamais recebeu qualquer informação sobre suposto envolvimento de Gilmar Mendes com as contas no exterior de Paulo Vieira de Souza”. E também que “se recebesse uma informação a respeito de ministro do STF, essa informação seria encaminhada à PGR [Procuradoria Geral da República]”. E que “jamais passaria pela primeira instância para depois ir para a PGR”.

O artigo 102 da Constituição determina que os ministros do Supremo só podem ser investigados com autorização de seus pares, a não ser que apareçam em uma investigação já em curso, a chamada investigação cruzada. Caso seja este o caso, a competência é necessariamente da PGR. Para o procurador da República Celso Três, que atuou no início do caso Banestado, um marco contra a lavagem de dinheiro, e trabalhou diretamente com o ex-juiz Sergio Moro, os procuradores não cogitam nos diálogos apenas um atalho para chegar a Mendes. “É uma violação grave do devido processo legal”, afirma em entrevista ao EL PAÍS. Ele avalia que, nas conversas, os procuradores de Curitiba demonstraram intenção de desviar a finalidade da investigação, porque tinham autoridade para escrutinar o operador do PSDB, mas planejaram aprofundar essa colaboração com o intuito de atingir o ministro do Supremo. “Não estou defendendo Gilmar, mas está muito claro que estavam em seu encalço”.

 

 

*Do El País

 

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Álvaro Dias, defensor da Lava Jato, é poupado de investigações pela Operação

Defensor da Lava Jato, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) já foi citado como beneficiário de propinas pagas em dois episódios investigados pela operação. Apesar disso, o parlamentar nunca foi oficialmente investigado pela força-tarefa.

A PGR (Procuradoria-Geral da República), órgão responsável por investigar parlamentares com foro privilegiado, declarou que não tem apurações a respeito de Dias. Questionado, o MPF (Ministério Público Federal) do Paraná informou que não comenta inquéritos que possam ter passado pelo órgão. Já a PF (Polícia Federal) de São Paulo, que trabalhou em um caso no qual Dias foi citado, não respondeu à reportagem, mas informou em documento que nunca investigou o senador.

Procurado pelo UOL, Alvaro Dias negou seu envolvimento em esquemas de pagamento de propinas e disse que citações de seu nome não passam de boatos com fins políticos. O senador disse nunca ter sido investigado pela Lava Jato justamente porque nunca houve fatos que justificassem a abertura de inquéritos sobre sua conduta.

Paranaense, Alvaro Dias tem se dedicado a denunciar o que ele chama de “tentativas de dinamitar a Lava Jato”. Essas tentativas, segundo ele, estão ligadas à publicação de diálogos mantidos entre o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba pelo site The Intercept Brasil, em parceria com outros veículos.

Eis a razão pela qual o senador é poupado.

 

*Com informações do Uol

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A República da Contravenção

“Sim, o Senado pode barrar meu filho, sim. Mas imagine que no dia seguinte eu demita o Ernesto Araújo e bote meu filho no Itamaraty. Ele não vai ser embaixador, ele vai comandar 200 embaixadores e agregados mundo afora. Alguém vai tirar meu filho de lá? Hipocrisia de vocês”. (Bolsonaro)

O Brasil está sob o comando de uma república de contraventores, de cavalgaduras, sobre isso não pairam dúvidas.

Como bem disse Saul Leblon (Carta Maior): “Quando você condensa o filme sobra a essência: só mesmo uma trapaça eleitoral, como a que foi costurada entre a mídia, a escória, o dinheiro e o judiciário, poderia alçar alguém tão ligeiramente desasnado à Presidência da República para distrair a plebe enquanto a elite assalta a nação”.

Não fosse a profunda simpatia da elite econômica pelo assalto ao patrimônio público que inspirou o belo talento dos senhores Aécio Neves, Eduardo Cunha e Michel Temer, não teria acontecido o golpe contra Dilma. Sem falar naquele que entorpece  de louvores a Globo, o líder da Orcrim de Curitiba, o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro. Afinal, o governo Bolsonaro que cada dia mais se mostra uma gangue de contraventores, só chegou lá pelo coro moral produzido pelos contraventores da Lava Jato.

Isso mesmo, a turma da força-tarefa, natural de Curitiba, é a própria contravenção do Estado brasileiro.

Junte os dois elementos, mais precisamente um governo ligado às milícias e um Ministério Público, judiciário e PF ligados a esse governo, está pronta a obra que vem transformando o país num cadáver econômico e a população num amontoado de gente vivendo sob o império da imoralidade, da violência e da estupidez.

É muito difícil definir o que acontece com o Brasil hoje. O cultivo artificial do ódio promovido pela mídia a mando do mercado produziu não só grandes rachas na sociedade, mas um descolamento total das instituições do Estado com a população, pois este está impregnado de contraventores.

Agora mesmo o Globo revela a teia de fantasmas consanguíneos do clã Bolsonaro. Talvez essa seja a expressão patológica mais viva depois das revelações fatais do Intercept sobre a ação criminosa dos procuradores e juiz da Lava Jato.

Diante de um quadro tão espinhento, sob todos os prismas, a queda de Bolsonaro vem ganhando em velocidade e corpo, uma sustança maiúscula. E o cenário se amplia a cada declaração de Bolsonaro e a cada vazamento do Intercept contra Moro e sua Orcrim.

A conferir os próximos capítulos desse trágico Brasil.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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Vídeo da palestra: ao admitir erro na omissão da palestra, Moro atesta a veracidade da Vaza Jato

Por ‘puro lapso’, Moro deixou de informar palestra em setembro de 2016. É como ele justifica.

Ministro minimiza omissão de palestras feitas enquanto juiz, especialmente uma pela qual recebeu de R$ 10 mil a R$ 15 mil, quase metade do seu salário.

Por “puro lapso”, o ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PSL), Sergio Moro, deixou de informar em sua prestação de contas uma palestra remunerada ministrada em setembro de 2016, quando era juiz responsável pelas ações da Lava Jato em Curitiba. É o que informa reportagem divulgada hoje (4) pelo The Intercept Brasil em parceria com o jornal Folha de S.Paulo.

Conforme a reportagem, trata-se de uma palestra contratada por um grupo de Comunicação gaúcho, o Sinos, que foi mencionada por Moro em uma mensagem que enviou ao procurador Deltan Dallagnol pelo aplicativo Telegram, em 22 de maio de 2017. A informação faz parte do pacote obtido pelo site The Intercept Brasil.

“Ano passado dei uma palestra lá para eles, bem organizada e bem paga”, escreveu o juiz. “Passa sim!”, respondeu Deltan, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

A palestra em questão, paga pelo dono do grupo, que reúne uma emissora de rádio e vários jornais na região do Vale do Sinos, lotou um teatro de Novo Hamburgo (RS) no dia 21 de setembro de 2016. Os 2.000 ingressos colocados à venda se esgotaram em 48 horas. Durante a palestra, uma pessoa da platéia chegou a ser perguntado a Moro quando Lula seria preso, como mostram vídeos postados nas redes sociais por pessoas que compareceram.

À Folha, uma fonte que participou da organização do evento afirmou que Moro recebeu um cachê entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. O valor corresponde a quase metade do salário do então juiz na época, que era de R$ 28,4 mil líquido.

Procurado pelo jornal, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), responsável pela revisão dos processos da primeira instância do Paraná, informou que Moro declarou ter participado de 16 eventos externos em 2016, incluindo nove palestras, três homenagens e duas audiências no Congresso Nacional.

A relação exclui a palestra em Novo Hamburgo e muitas outras, pelo jeito. Em junho do ano passado, a Agência Pública divulgou levantamento no qual encontrou notícias referentes a 12 cursos e palestras que Moro havia ministrado sem informar ao tribunal. Ele chegou a registrou cinco desses eventos depois, mas deixou de fora outros sete.

Na época, o jornal Valor questionou a assessoria de imprensa de Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba. A resposta foi que “as palestras ministradas pelo juiz não são remuneradas “. À Folha, a assessoria respondeu que o então juiz não havia declarado nenhuma remuneração pelas palestras informadas ao TRF-4 em 2016. “Estão todas sem constar valor recebido, entendendo-se como gratuitas”.

A dica de Moro foi aceita por Dallagnol, que palestrou em 15 de março no mesmo teatro de Novo Hamburgo. A plateia, porém, encolheu: apenas 600 ingressos foram vendidos. Em mensagem à sua mulher naquele dia, Deltan disse ter cobrado R$ 10 mil pela palestra, reduzindo seu cachê a um terço de sua tabela, de R$ 30 mil, embora a força-tarefa sustente que a maior parte das palestras não são remuneradas. E que quando são, “parte significativa dos valores é doada ou reservada para fins beneficentes e sociais”.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública minimizou a omissão de Moro. Afirmou à Folha que a omissão da palestra do ministro Sergio Moro na prestação de contas de suas atividades como juiz em 2016 pode ter sido um descuido e informou que a maior parte do cachê recebido foi doada a uma entidade beneficente.

E que o sistema eletrônico criado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para registro das atividades dos magistrados só começou a funcionar em 2017. “Para o período anterior, se não houve registro, foi por puro lapso”, afirmou a pasta ao jornal.

“Não havia qualquer conflito de interesse, e a palestra sobre enfrentamento da corrupção e a responsabilidade do setor privado foi na época bastante divulgada na imprensa”, acrescentou. “Nada havendo a esconder.”

Questionado sobre o valor do cachê recebido, o ministério disse que se trata de uma “questão privada”, mas afirmou que a maior parte foi doada para uma entidade beneficente dias antes da palestra.

 

*Com informações da Rede Brasil Atual

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Raquel Dodge, de olho no cargo, protege Dallagnol

“A Procuradora-Geral da República não convocou, nem fez reunião na quinta-feira, nem em qualquer outra data anterior ou posterior, com o propósito de afastar o Procurador Deltan Dallagnol de seu ofício ou da Lava Jato”, diz trecho da nota da PGR.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou uma nota, na qual deixa claro que Raquel Dodge está protegendo Deltan Dallagnol, após escândalo da Vaza Jato. Apesar das pressões e da possibilidade cada vez mais concreta dele ser afastado da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Dodge o defendeu.

Ela diz que, exceto na hipótese de Dallagnol desejar, não é possível retirá-lo do comando da força-tarefa da operação.

“A Procuradora-Geral da República Raquel Dodge não sofreu qualquer pressão de qualquer tipo para determinar a medida de afastamento referida na matéria, de quem quer que seja, e tampouco convocou, ou realizou reunião de emergência para discutir o assunto na quinta-feira dia 1º ou em qualquer data anterior ou posterior.

Mais do que isso, esclarece que o princípio constitucional da inamovibilidade é garantia pessoal do Procurador Deltan Dallagnol, estabelecida no artigo 128-I-b, de não ser afastado dos processos da Lava Jato, dos quais é o promotor natural, na condição de titular do ofício onde tramitam todos os processos deste caso, e junto do qual atuam os demais membros da Força Tarefa Lava Jato, designados pela Procuradora-Geral da República Raquel Dodge.

Em suma, a Procuradora-Geral da República não convocou, nem fez reunião na quinta-feira, nem em qualquer outra data anterior ou posterior, com o propósito de afastar o Procurador Deltan Dallagnol de seu ofício ou da Lava Jato”.

 

 

*Com informações da Forum

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Lula tem que ser libertado ou o STF será duplamente desmoralizado

Num dia de novas revelações explosivas do Intercept que implicam dois ministros do supremo e um juiz do STJ, o STF impõe duas derrotas a Bolsonaro; a decisão de que Funai continua responsável pela demarcação de terras indígenas e não ficará subordinada ao Ministério da Agricultura e Barroso interpela Bolsonaro que terá que explicar insinuações sobre pai do presidente da OAB. Sem falar que Alexandre de Moraes cortou as asas dos procuradores da Lava Jato.

Logicamente que isso abre uma enorme possibilidade dos ventos mudarem a favor de Lula.

Quem, em juízo perfeito, pode imaginar que, nesse mar de lama promovido pelo califado de Moro, somente Lula seria realmente julgado e condenado com seriedade e honestidade?

Após as revelações de que Dallagnol atuou para investigar Dias Toffoli, Alexandre de Moraes mandou suspender investigações da Receita Federal contra ministros e outros membros da Corte reagiram, sinalizando que reconhecem a autenticidade das conversas divulgadas; série de reportagens aponta para um atuação parcial de Moro na Lava Jato, e a suspeição do ex-juiz no caso Lula deve ser analisada pelo mesmo STF ainda em agosto.

Ora, se quase todos os ministros do STF já reconhecem a veracidade das conversas vazadas pelo Intercept, a manobra de Moro e seus capangas da Lava Jato foi escancarada.

Isso, de imediato deveria por fim ao sequestro de Lula e anular todas as acusações arranjadas pela milícia curitibana.

Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello também reagiram, sem questionar a autenticidade das conversas. “As revelações da Folha explicitam os abusos perpetrados pela denominada força-tarefa. E reclamam as providências cabíveis por parte de órgãos de supervisão e correição.

Lula tem que ser imediatamente libertado, do contrário o STF estará completamente desmoralizado.

 

Por Carlos Henrique Machado freitas