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Caso Marielle chega mais perto do clã Bolsonaro

Quem deu a notícia foi o próprio Bolsonaro, antecipando-se aos fatos, para justificar uma suposta perseguição.

É interessante como Bolsonaro, tão bem informado, antecipa um fato tão grave, mas não teve informantes tão eficazes para alertá-lo que morava no mesmo condomínio e a 50 passos de um miliciano assassino e traficante de armas dos mais perigosos do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa, justamente o assassino de Marielle.

Não se sabe quem redigiu a estratégia de Bolsonaro que tenta ocupar a cena antes que ela ganhe dimensão.

Está clara a preocupação de Bolsonaro com as revelações que vem por aí do caso Marielle. Mais claro ainda está a constatação de que ele tem informações privilegiadas das investigações, o que por si só já é uma aberração e, diante de uma atitude como essa em que se mostra preocupado, marcando cada passo do processo, Bolsonaro amplia ainda mais o ambiente de desconfiança que recai sobre ele e seus filhos.

Por isso a necessidade de correr para os microfones e holofotes antes dos fatos. Não se importaria em saber em que pé está a investigação se não tivesse alguma coisa a ver com o que está sendo investigado. Isso é evidente.

Na realidade, não precisa ser um grande desenhista para traçar a estratégia de Bolsonaro, pois ela já vem traçada e colorida em sua fala.

Isso faz lembrar uma conversa que tive com um velho amigo, no último domingo, que acabara de chegar dos EUA. Ele me disse, saiu esse rolo de Bolsonaro e Marielle num jornal americano. Quem me mostrou a matéria foram meus vizinhos quando cheguei do trabalho. Sabendo que sou brasileiro, quando me mostraram a foto do condomínio de Bolsonaro que era o mesmo do assassino de Marielle, perguntaram gargalhando, advinha quem mandou matar a adversária política da família do presidente do seu país?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: O terceiro gol de Gabigol contra o bolsonarismo: Witzel, o fascista, é solenemente ignorado pelo artilheiro

O terceiro gol de Gabigol.

Antes de qualquer coisa, temos que lembrar que a torcida do Flamengo e as favelas e periferias do Rio se confundem, tanto que quando o Flamengo vence, a própria torcida canta que tem festa na favela, favela esta que é tratada pelo governo bolsonarista de Witzel como o principal laboratório do fascismo, aonde basta ser negro para que vire alvo prioritário e imediato de sua polícia, de seus atiradores de elite, “para acertar na cabecinha”, como disse o próprio Witzel, eleito na onda fascista do bolsonarismo.

Pouco importa se Bolsonaro e Witzel andam se estranhando numa disputa política antecipada para 2022, é uma guerra de vigaristas por poder, pelo comando da facção fascista. O que, em certa medida, está sendo bom, porque, nessa guerra, Witzel tem ajudado a mostrar cada vez mais o quanto a família Bolsonaro está envolvida até o pescoço no assassinato de Marielle e Anderson.

Marielle, negra, que veio da favela, se ainda morasse lá, seria uma vítima potencial da política genocida desse monstro surgido no seio do bolsonarismo mais criminoso. Aliás, ao lado do PM Daniel Silveira e Rodrigo Amorim, Witzel vibrou quando os dois bolsonaristas quebraram a placa em homenagem à Marielle, para o delírio de uma classe média nazista que acha mesmo que o racismo está na moda com a chegada de Bolsonaro e Witzel ao poder.

Então, Gabigol que já tinha feito dois gols, fez o terceiro gol de placa quando, literalmente esmerdou Witzel que, numa cena patética, ajoelha a seus pés e é solenemente desprezado pelo artilheiro.

O camisa 9 rechaçou a bajulação do governador do Rio de Janeiro. O jogador ignorou o gesto do político.

Assista ao vídeo:

https://www.facebook.com/guaranisdeoniire/videos/504227753513507/?t=4

E a torcida canta “Eu só quero é ser feliz…”

 

 

*Foto: Et Urbs Magna

 

 

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As mais novas dúvidas em torno da investigação do assassinato de Marielle

Na mais recente reviravolta em torno das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, um porteiro do condomínio Vivendas da Barra mudou seu depoimento sobre um dos acusados de envolvimento direto nos homicídios.

Marielle e Anderson foram mortos no dia 14 de março de 2018.

Na quarta-feira (20), o funcionário — de nome não divulgado oficialmente — afirmou à Polícia Federal que errou ao ter dito em dois depoimentos à Polícia Civil do Rio de Janeiro, em outubro, que o ex-policial militar Élcio Queiroz foi autorizado a entrar no condomínio, horas antes dos assassinatos, por alguém na casa do então deputado federal Jair Bolsonaro. Mais especificamente, alguém que ele identificou com a voz do “Seu Jair”.

Mas por que o porteiro mudou sua versão, se o próprio anotou na planilha de acessos ao condomínio em 14 de março de 2018 que Queiroz iria à casa 58, onde Bolsonaro morava, em vez da casa 66, onde morava o policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de efetuar os disparos contra Marielle e Anderson?

E por que nenhuma das linhas de investigação chegou a um possível motivo para os crimes?

Veja abaixo lacunas e perguntas sem respostas que surgiram em torno da investigação.
Por que os motivos do crime ainda não foram identificados?

Depois de um ano e seis meses de investigação, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal chegaram em setembro formalmente a um suspeito de ser o mentor dos assassinatos: Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ).

A partir de interceptações telefônicas feitas numa investigação paralela à da Polícia Civil do Rio, a Polícia Federal apontou que Brazão era ligado ao chamado Escritório do Crime, grupo de milicianos e matadores de aluguel que tem sua base em Rio das Pedras, favela na zona oeste da cidade. E os assassinatos podem ter sido, segundo essa linha de investigação, executados por integrantes dessa milícia.

Mas ainda não está claro qual seria a relação entre Brazão e os acusados de executar o crime. E tampouco se sabe qual seria a motivação dele para desejar a morte da vereadora.

Segundo a denúncia da PGR, que havia solicitado à Polícia Federal que investigasse possível interferência na apuração estadual dos assassinatos, a investigação do vínculo entre Brazão e o Escritório do Crime vem sendo dificultada pelo fato de o grupo criminoso ter ligações com membros da Polícia Civil.

Raquel Dodge

Denúncia assinada pela então PGR Raquel Dodge apontou um possível mandante do crime.

Cinco pessoas foram acusadas de atrapalhar a investigação, entre elas um policial militar e um delegado federal.

Investigadores afirmam que Brazão buscava desviar o curso da apuração para longe de si e em direção ao miliciano Orlando Oliveira Araújo, conhecido como Orlando Curicica, e o vereador Marcelo Moraes Siciliano, e chegou a ser bem-sucedido nessa estratégia por cerca de um ano. Siciliano e Brazão disputam controle político na zona oeste do Rio.

A então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, argumentava que as lacunas sobre motivos do crime e os possíveis mandantes justificavam a federalização do caso, ou seja, que a investigação saísse do âmbito estadual do Rio de Janeiro e passasse à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.

“O eventual fracasso da persecução criminal do mandante imporia a responsabilização internacional do Estado brasileiro”, afirmou Dodge à época.

O advogado de Brazão, Ubiratan Guedes, negou qualquer envolvimento do cliente nas mortes de Marielle e Anderson e classificou a denúncia da PGR de sensacionalista.

Por que Marielle entrou na mira dos criminosos?

O crime teria sido “meticulosamente planejado” nos três meses anteriores, segundo o Ministério Público fluminense. Isso significa que Marielle passou a ser um alvo antes mesmo de completar um ano como vereadora.

Segundo a denúncia, “é inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia”.

Ela havia sido a quinta candidata a vereadora mais votada nas eleições municipais de 2016 do Rio, com 46.502 votos, em sua primeira disputa eleitoral.

Na Câmara, era uma das relatoras de uma comissão criada em fevereiro para monitorar a intervenção federal de segurança pública no Estado do Rio. Também presidia a Comissão de Defesa da Mulher e havia proposto projetos de lei voltados à defesa de direitos de minorias e a assistência social.

Entre eles estavam a criação de espaço de acolhida de crianças durante a noite, enquanto seus pais estudam ou trabalham, uma campanha permanente de conscientização sobre assédio e violência sexual, um estudo periódico de estatísticas sobre mulher atendidas por serviços públicos da cidade, a oferta de assistência técnica gratuita em habitação para famílias de baixa renda e um dia de combate à LGBTfobia.

Giniton Lages, chefe da Delegacia de Homicídios da Capital, responsável pela investigação, afirmou que um dos acusados de participação direta no crime, Ronnie Lessa, tem “obsessão por personalidades que militam à esquerda”.

Giniton Lages, chefe da Delegacia de Homicídios do Rio, em coletiva de imprensa

Segundo o delegado Giniton Lages (foto), um dos acusados, Lessa, tem ‘obsessão por personalidades que militam à esquerda’.

Essa interpretação foi corroborada pela promotora Simone Sibilio. Para ela, os acusados agiram por “motivo torpe” e Lessa teria matado a vereadora por “repulsa” a sua atuação política. Anderson teria sido incluído como alvo para dificultar a solução do crime.

O MP-RJ não excluiu, no entanto, que tenha havido outras motivações, nem que o crime tenha sido encomendado por outras razões.

O general Richard Nunes, secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, disse ao jornal O Estado de S. Paulo, que Marielle teria sido morta a mando de milicianos. O motivo seria a crença de que a vereadora poderia interferir em interesses relacionados à grilagem de terras e construções irregulares de edifícios na zona oeste do Rio, principal área de atuação destes grupos paramilitares na cidade.

Milícias são grupos armados irregulares formados muitas vezes por integrantes e ex-integrantes de forças de segurança do Estado, como policiais, bombeiros e agentes penitenciários. E assumem por meio da força o controle territorial de áreas ou mesmo bairros inteiros e coagem moradores e comerciantes a pagarem por proteção.

Em que pé está a investigação agora?

A investigação conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio apontou dois acusados de terem participado diretamente dos assassinatos. Élcio Queiroz, que teria dirigido o carro usado no crime, e Ronnie Lessa, que teria feito os disparos.

O processo está próximo do desfecho na primeira instância da Justiça.

A fase seguinte seria voltada à busca pelos mandantes e pelos motivos do crime.

Mas menções pontuais recentes à família Bolsonaro ao longo da investigação sobre os assassinatos realimentaram os debates em torno da federalização dessas duas fases da investigação — a ideia é defendida, entre outros, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

“Vendo esse novo episódio, em que se busca politizar indevidamente, na minha avaliação, claro que será decidido pela Justiça, mas o melhor caminho para uma investigação exitosa é a federalização”, disse o ministro em entrevista à rádio CBN.

Ele se referia à informação de que um porteiro afirmou à Polícia Civil que Queiroz, um dos acusados de participação direta no crime, se dirigiu à casa do então deputado federal Bolsonaro horas antes dos assassinatos — o porteiro mudou sua versão nesta semana e negou seu próprio relato.

Sergio Moro

Moro defende que investigação dos assassinatos seja federalizada

Formalmente, o pedido de federalização cabe à Procuradoria-Geral da República pedir e a decisão fica a cargo do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Há ainda outros dois aspectos que fortalecem a hipótese de federalização, que poderia envolver tanto a fase atual da investigação (sobre quem executou o crime) quando a próxima (sobre os mandantes).

O primeiro é a tentativa de interferência nas investigações apontada pela PGR. A outra é a série de divergências e conflitos entre as investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público em âmbito estadual.

Familiares de Marielle são contrários à federalização. “Nós da família estamos acompanhando o desempenho dos policiais e promotores de perto e sabemos que o trabalho realizado por eles é positivo”, afirmaram em nota.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, também discorda da proposta. “A Polícia Federal não tem expertise nenhuma de crime de homicídio, não tem departamento de homicídios”, disse. Para ele, a mudança traria atrasos a essa fase da investigação sobre os acusados de participação direta do crime.

Por que o porteiro mudou seu depoimento?

O caso da testemunha que citou o nome do presidente durante as investigações veio à tona em uma reportagem do Jornal Nacional veiculada no dia 29 de outubro. Segundo ela, um porteiro do condomínio Vivendas da Barra disse em depoimento à Polícia Civil fluminense que Élcio Queiroz afirmou que iria à casa que pertence ao presidente.

Ao recebê-lo na guarita, o porteiro afirmou ter ligado para casa 58 para confirmar se o visitante poderia entrar, e alguém na residência autorizou a entrada do veículo, um Renault Logan. Em dois depoimentos à Polícia Civil do RJ, o porteiro disse ter reconhecido a voz de quem atendeu como sendo a do “Seu Jair”, segundo o Jornal Nacional.

Ele explicou que acompanhou a movimentação do carro de Queiroz pelas câmeras de segurança e viu que o carro tinha ido para a casa 66, onde morava Lessa.

O porteiro disse, então, ter ligado de novo para a casa 58, e que o homem identificado por ele como sendo “Seu Jair” teria dito que sabia para onde Élcio estava indo. Além desse depoimento, o registro manuscrito de entrada trazia o número da casa de Jair Bolsonaro ao lado da placa do carro do visitante.

Bolsonaro aparece de perfil e, atrás, com sua imagem projetada no telão

Polícia Federal ouviu porteiro depois que depoimento com menção ao presidente veio à tona.

Depois da veiculação da reportagem, o governo Bolsonaro pediu à Polícia Federal que ouvisse o porteiro.

Nesta quarta-feira (20), o porteiro recuou do depoimento que deu no mês anterior. Segundo o jornal O Globo, ele disse à Polícia Federal ter anotado errado o número da casa na planilha e que inventou o relato sobre “Seu Jair” para justificar o erro no registro do acesso.

Não está claro ainda se ele vai ser formalmente indiciado pela Polícia Federal sob acusação de falso testemunho.

Por que o MP não analisou a possibilidade de algum arquivo ter sido apagado do sistema de telefonia do condomínio?

No dia seguinte à veiculação da reportagem do Jornal Nacional sobre o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, promotoras do Ministério Público do Rio de Janeiro concederam entrevista a diversos jornalistas para refutar a versão do porteiro.

A promotora Simone Sibilio, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ, afirmou na ocasião que o sistema de gravação da portaria desmente o depoimento da testemunha.

“A pessoa que está na cabine liga para casa 65, e isso está comprovado pelas gravações. E a pessoa que atende na casa 65 é Ronnie Lessa.”

A Promotoria declarou que teve acesso aos áudios no dia 15 de outubro, ou seja, cerca de duas semanas antes da reportagem do Jornal Nacional ir ao ar. Mas o jornal O Estado de S. Paulo afirma que a perícia da promotoria só foi solicitada oficialmente às 13h05 de 30 de outubro, ou seja, no dia seguinte à veiculação da reportagem da Globo.

visão de satélite do condomínio.

Visão aérea do condomínio Vivendas da Barra.

Em nota, o Ministério Público nega que a “perícia foi realizada em apenas 2h30” e diz que o material começou a ser analisado no próprio dia 15, mas a conclusão foi priorizada a partir da veiculação da reportagem do Jornal Nacional.

Não está claro, também, se o sistema de interfones permite que o morador seja contatado por meio de seu telefone celular.

A condução do caso foi criticada por entidades de perícia. A Associação Brasileira de Criminalística disse ao jornal Folha de S.Paulo que, sem acesso à máquina em que os arquivos foram gravados, não é possível identificar se um arquivo foi apagado ou renomeado.

Em resposta ao veículo, as promotoras do grupo especial do MP disseram que não iriam se pronunciar porque as diligências em torno do caso estão sob sigilo.

O computador só seria apreendido no dia 7 de novembro para perícia.

Procurado pela BBC News Brasil, o Ministério Público do Rio de Janeiro não se pronunciou sobre as lacunas na investigação.

Por que Ronnie Lessa recebeu pelo celular uma foto da planilha de acessos da portaria?

Em 22 de janeiro de 2019, o Ministério Público e a Polícia Civil do Rio deflagraram a Operação Os Intocáveis, contra acusados de ligação com milícias.

Naquele mesmo dia, Ronnie Lessa recebeu de sua mulher uma foto da planilha de registro de visitantes do condomínio Vivendas da Barra com a frase “Liga para o Élcio (Queiroz)”. Lessa respondeu: “OK”.

Não está claro o motivo pelo qual ela teria enviado a imagem da planilha da portaria para o marido.
foto da planilha

Uma das hipóteses aventadas pela polícia é de que essa imagem serviria de álibi para ambos negarem à polícia que tinham se encontrado no dia do assassinato.

Dias depois do envio do foto, Lessa e Queiroz prestaram depoimento e negaram envolvimento com o crime. Eles só seriam presos em março sob acusação formal de terem matado Marielle e Anderson.
Por que a menção a Bolsonaro demorou tanto para ser investigada?

A Promotoria afirmou que a planilha de acessos ao condomínio só se tornou parte da sua investigação em outubro, quando os investigadores enfim conseguiram acessar o celular de Ronnie Lessa. O aparelho havia sido apreendido em março, mas estava bloqueado por senha desde então.

A mesma planilha já havia sido analisada pela polícia. Só que o MP diz que os policiais checaram apenas os registros ligados à casa 65/66 (de Lessa), ainda que o nome “Élcio” e a placa do carro que ele usava estivessem registrados ali para a casa 58 (de Bolsonaro).

Foi só quando a imagem no celular de Lessa veio à tona que o Ministério Público diz ter se dado conta da menção à casa do presidente. E assim, como o cargo de presidente tem foro privilegiado, a promotoria teve então de informar o Supremo Tribunal Federal sobre o caso.

Ronnie Lessa e Elcio Queiroz

Ao jornal Folha de S.Paulo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que o episódio é um “factoide” e descartou a mudança de foro.

Dois dias depois que o porteiro mudou sua versão, Moro afirmou que o envolvimento do nome do presidente na investigação é “um total disparate”.

O presidente Bolsonaro estava em Brasília no dia do assassinato de Marielle e Anderson. Os registros da Câmara dos Deputados provam isso. Sendo assim, ele argumenta que seria impossível que ele tivesse em casa para autorizar a entrada de Queiroz no condomínio.

Ouvido pela polícia, o acusado Élcio Queiroz também negou ter se dirigido à casa do presidente e atribuiu a informação a um erro de registro do porteiro.

A menção a Bolsonaro ainda faz parte das investigações?

Em sua defesa, Bolsonaro também passou a acusar o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de manipular a investigação do assassinato de Marielle para tentar destruir sua reputação.

“Acabaram as eleições e ele botou na cabeça que quer ser presidente. Direito dele e de qualquer um de vocês. Mas ele também botou na cabeça destruir a reputação da família Bolsonaro. A minha vida virou um inferno depois da eleição do senhor Wilson Witzel, lamentavelmente”, afirmou.

Witzel negou as acusações e disse que vai processar Bolsonaro. “São acusações levianas. Ele está acusando um governador de Estado de manipulação. A polícia do Rio de Janeiro é independente. O senhor Bolsonaro passou dos limites”, disse o governador.

Bolsonaro também reagiu a citações na investigação ao nome de seu filho Carlos, que também mora no condomínio Vivendas da Barra.

Nas últimas semanas, a Polícia Civil fluminense ampliou as buscas por testemunhas de um bate-boca entre o filho do presidente, que é vereador do Rio de Janeiro, e um assessor de Marielle Franco em 2017. Os gabinetes eram vizinhos no nono andar da Câmara.

Flavio e Carlos Bolsonaro, em foto de 2018
Presidente afirmou que há uma tentativa de implicar o filho Carlos (à dir.) na investigação do caso

O parlamentar se irritou quando ouviu um assessor da vereadora afirmar em conversa no corredor da Casa que o filho do presidente era fascista.

Carlos Bolsonaro já havia prestado depoimento à polícia sobre o episódio em abril de 2018 na condição de testemunha. Segundo ele, a própria Marielle, com quem disse ter um relacionamento “respeitoso e cordial”, interveio para acalmar os ânimos, encerrando a discussão.

Para Bolsonaro, o novo interesse da polícia na discussão mostra que agora “tentam envolver o Carlos” no assassinato e o filho seria um “imbecil” se tivesse recebido em sua casa um dos acusados do crime.

Segundo o presidente, “parte de alguns no Brasil quer jogar para cima de mim a possibilidade de eu ser um dos mandantes do crime da Marielle”.

 

 

*DA BBC Brasil

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Bolsonaro, amigo de tantos milicianos, só não conhecia Ronnie Lessa que morava na mesma rua a 50 metros de sua casa?

Para quem não sabe ou nunca prestou atenção, um passo largo corresponde a um metro, o que significa que Bolsonaro não só morava no mesmo condomínio, como na mesma rua e a 50 metros de Ronnie Lessa, o assassino de Marielle. Ou seja, a 50 passos.

Como foi dito pela Folha, “da varanda da casa de Ronnie é possível ver o quarto da filha de Bolsonaro,”

O filho mais novo de Bolsonaro namorou a filha de Ronnie Lessa, mas ele jura de pés juntos que não tinha a menor ideia de quem é o miliciano, nunca tinha visto e nem ouvido falar.

Isso, para uma pessoa comum, já não seria verossímil, mas no caso de Bolsonaro é uma história que não desce pela goela de ninguém. E a coisa começa a assumir aspectos mais relevantes quando Bolsonaro encena o desconhecimento de um miliciano sendo ele, praticamente, um paraninfo da milícia carioca.

Ninguém chegaria de graça a uma conclusão de que ele está de alguma forma envolvido com o assassino de Marielle. Afinal, Queiroz, o seu faz tudo, que Bolsonaro fez o possível para que não fosse encontrado, é miliciano e amigo dele há 35 anos. Empregou nos gabinetes da família um número incontável de parentes de milicianos ou os próprios como laranjas.

É uma rachadinha? Sim, mas com contornos mais criminosos que o habitual. Afinal de contas, a teta que brindava a família Bolsonaro, não brindava laranjas comuns, mas milicianos. Sem falar que Bolsonaro, assim como seus filhos, nunca escondeu de ninguém que não só admirava como também defendia as práticas das milícias. Estão no youtube vários vídeos de Bolsonaro exaltando as milícias.

Não se sabe na história da política brasileira de alguém que tenha condecorado tantos milicianos como os Bolsonaro. Mas num engodo daqueles impossíveis de engolir, ele diz que justamente Ronnie Lessa, o assassino de Marielle, adversária política da família, do Psol, partido que sempre combateu as milícias, Bolsonaro diz não saber de quem se trata.

Pois bem, tente contar essa história para uma criança de 5 anos e vê se ela acredita numa barbaridade dessa.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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O faro de Carluxo falhou logo com seu vizinho Ronnie Lessa?

Hoje, deparei-me no twitter com hashtag #Carlostemrazao.

Curioso, fui ver o que era, afinal, também me chamo Carlos.

Entrando, vi que foi um pombo criado por Eduardo Bolsonaro com a seguinte mensagem:

“COMO SER ODIADO?

Absolutamente todos os vagabundos e traíras foram, antes de descobertos, apontados por Carlos como tais.

Seu faro para pilantra e vagabundo nunca pode ser desprezado. Dá para escrever um livro só com as trairagens.
#CarlosTemRazao”

Fui no google para ver sinônimos de vagabundo e encontrei bandido e este me mostrou outros sinônimos como: malfeitor, assaltante, bandoleiro, cangaceiro, criminoso, delinquente, facínora, ladrão, marginal, pirata, pistoleiro, salteador, sequestrador.

Eu acho que o assassino de Marielle, Ronnie Lessa, que é vizinho de Carluxo no condomínio Vivendas da Barra, enquadra-se nesse leque de adjetivos.

Talvez pela proximidade quase umbilical da família Bolsonaro com milicianos tenha feito Carluxo olhar, mas não farejar perigo morando ao lado de um, que por acaso também é traficante de armas e foi apontado como o assassino de Marielle e Anderson.

Talvez seja também porque, no mundo da milícia, todos tenham o mesmo cheiro e como Carluxo, praticamente, cresceu convivendo com o miliciano Queiroz, o faz tudo de seu pai há 35 anos, fora as inúmeras condecorações que a família já deu a milicianos, assim como empregos laranjas nos gabinetes do quarteto Bolsonaro, Jair, Flávio, Eduardo e o próprio Carluxo, ele achou em seu faro fino que o cheiro de Ronnie Lessa era familiar e, então, deu de ombros.

Convenhamos, com um vizinho desses, que tudo indica é pai de uma menina que namorou o seu irmão mais novo, não dá para ignorar o faro, ele está debaixo do nariz. Além disso, o porteiro disse que, quando interfonou para o Seu Jair, perguntando se poderia permitir a entrada de Élcio Queiroz que participou do assassinato de Marielle, ele não foi para a casa 58 de Seu Jair, mas para a casa de Ronnie Lessa. O que chamou a atenção do porteiro pelas câmeras internas, ligando novamente para o Seu Jair que, por sua vez, disse a ele que sabia para onde Élcio estava indo.

Bom, se Carluxo não farejou o Ronnie Lessa, farejou o perigo que Bolsonaro corria com a memória da secretária eletrônica da portaria, correndo para pegá-la e não se sabe se adulterou, mas buliu em todo o arquivo.

Dito isso, fica a pergunta: Carluxo não farejou Ronnie Lessa, seu vizinho no condomínio porque não o considera bandido ou toda vez que entra no condomínio Vivendas da Barra, seu nariz entope e perde o seu faro demolidor?

São essas coisas que têm que ser esclarecidas, senão dá a entender que o faro de Carluxo para encontrar bandidos é seletivo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Pontos chave que podem ligar Bolsonaro à morte de Marielle

Por Luis Nassif

Gastou-se esforço para um objetivo inútil. Se Bolsonaro havia comparecido à sessão na Câmara naquele dia, é evidente que não estava no Rio. A questão a ser investigada era outra.

Uma das maiores fragilidades da mídia, ainda hoje, é a cobertura de fatos continuados complexos. São coberturas tão frágeis que, às vezes, passam a ideia de cumplicidade com o suspeito, quando, na maior parte dos casos, são frutos de um amadorismo geral.

Em geral, a cobertura concentra-se no dia a dia, na descoberta de fatos novos. Mas não existe uma sala de situação, alguém de fora do fragor do dia a dia juntando os fatos, formulando hipóteses direcionando a cobertura para esclarecer pontos chave.

No meu livro “Jornalismo dos anos 90” descrevo várias dessas situações, a mais emblemática das quais foi a CPI dos Precatórios.

Desde o começo a cobertura de Brasília centrava fogo no dono do Banco Vetor, um pequeno banco carioca que vendia o peixe dos precatórios para governos estaduais e municipais.

Percebi que o esquema era grande demais para um banco de pequena expressão. Havia uma brecha na Constituição de 1988, para emissão de novas dividas por estados e municípios. Seriam autorizados para pagar passivos contraídos antes da Constituição. Em cima dessa brecha, o esquema consistia em levantar falsos passivos, inflá-los com correções monetárias e pedir autorização ao Senado para emissão de novos títulos da dívida. A autorização era da Comissão de Finanças do Senado – na época presidida pelo notório Gilberto Miranda, braço operacional do prefeito de São Paulo Paulo Maluf. Depois da emissão, os títulos circulavam no mercado por um valor irrisório, mudavam de mão várias vezes, até que uma instituição maior os adquiria por um valor largamente superior. Ali se dava o esquentamento da propina.

Portanto, era um esquema complexo, que envolvia empreiteiras, governantes, instituições financeiras.

Juntando todas as pontas, conclui que o esquema nasceu com Paulo Maluf que, depois, ofereceu para prefeitos aliados de cidades vizinhas. Mais tarde, deu-se conta do potencial e terceirizou para o Banco Vetor oferecer para outros estados.

À medida em que ia desvendando o esquema, passei a receber tiros de Fernando Rodrigues, repórter da Folha em Brasília, que tentava a todo custo desviar o foco de Maluf. No início, achei que era ciumeira de repórter local. Depois do caso Ambev – quando aliou-se a Egberto Batista (irmão de Gilberto) na divulgação de um falso grampo destinado a comprometer o julgamento do CADE sobre a fusão da Ambev -, e a cobertura do caso Cayman, percebi que seu envolvimento com Maluf era mais amplo.No final da cobertura, minhas hipóteses estavam corretas. Otávio Frias Filho, diretor de redação da Folha, me telefonou, então, achando que tinha descoberto a maneira de conduzir uma investigação original: sempre que a mídia, como um todo, falasse A, a cobertura fixaria em B.

Expliquei-lhe que não era tão simples assim. Todos que falassem A não seriam cobrados. Quem ousasse falar B, indo contra a maré, é que seria questionado. Por isso mesmo, teria que ter bastante segurança para sustentar posições contra majoritárias. Sugeri a criação de salas de situação para orientar futuras coberturas continuadas. Mas creio que a sugestão nunca foi acatada. Historicamente, a marca da cobertura jornalística era o imediatismo, o que rendesse manchetes no dia seguinte.

Dou essa enorme volta para analisar a cobertura de como foi o dia de 14 de março de 2018 – dia da morte de Marielle – na vida de Jair Bolsonaro.

O aparecimento do Twitter daquele mesmo dia, da jornalista Thais Bilenky, mencionando conversas com assessores de Bolsonaro, que teriam dito que ele faltaria a sessão e iria para o Rio, devido a uma intoxicação alimentar, suscitou enorme discussão. O Twitter não dizia que Bolsonaro estava no Rio. Dizia de sua intenção de ir ao Rio naquele dia, fato reforçado pela descoberta de que seu gabinete comprara duas passagens de avião para o Rio naquele mesmo dia.

Abriu-se enorme e inútil discussão: Bolsonaro estava ou não no Rio no dia da morte de Marielle? Gastou-se esforço para um objetivo inútil. Se Bolsonaro havia comparecido à sessão na Câmara naquele dia, é evidente que não estava no Rio.

A questão a ser investigada era outra.

Havia um enorme conjunto de evidências sobre sua intenção de estar no Rio naquele dia.

  • Havia o Twitter da repórter,
  • a compra das passagens e
  • o registro na portaria do condomínio de que Helcio Queiroz mencionara a casa de Bolsonaro para obter autorização de entrada.

E há informações – que a imprensa burocraticamente evita – de que o sistema de telefonia do condomínio permite transferência para celulares. Portanto, seria perfeitamente factível que o porteiro tivesse transferido a ligação de Élcio para o celular de Bolsonaro.

A questão central era outra: porque Bolsonaro recuou no último momento, na ida ao Rio? Ele deveria ou não estar presente na reunião em que Élcio e Ronnie Lessa planejaram a morte de Marielle?

Colocando o foco correto, a cobertura jornalística sairia dessa masturbação midiática para focar nos pontos centrais:

  • Buscar explicações dos assessores sobre as razões de Bolsonaro ter afirmado
  • que iria para o Rio devido a uma intoxicação alimentar, e ter participado da sessão da Câmara sem aparentar nenhum incômodo.
  • Confirmar se o sistema de telefonia do condomínio permitia ou não transferência para celulares, especialmente de Bolsonaro.
  • Entender porque razão Carlos Bolsonaro – que só usava a casa no condomínio para ir à praia nos fins de semana – estava no condomínio naquele dia.
  • Insistir na perícia técnica do equipamento que registra as ligações.
  • Ouvir vizinhos sobre o relacionamento de Ronnie Lessa com os Bolsonaro. É inverossímil que ambos, vizinhos, ligados às milícias, não se conhecessem ou não compartilhassem os mesmos visitantes.

 

*Do GGN

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O STF ainda deve ao Brasil a prisão de Moro

Não é sem motivo que a milícia chegou ao poder. Não é sem motivo que o país assiste ao genocídio de negros e pobres nas periferias e favelas brasileiras, sobretudo no Rio de Janeiro. Não é sem motivo que os assassinos de Marielle hoje dão as cartas na conceituação de política pública de privatização e desmonte do país. Tudo isso e muito mais só foi possível porque, como disse Gilmar Mendes, o PCC, nascido no aparelho judiciário do Estado com o nome de Lava Jato, construiu bases recíprocas de práticas criminosas junto com a mídia.

Se o Brasil assistiu ao fuzilamento, com 80 tiros, de uma família pelo próprio exército brasileiro, o suicídio do reitor de uma universidade federal por falsas acusações de uma delegada da Lava Jato, crianças como Ágatha serem assassinadas com tiros de fuzil pela própria polícia, a culpa original é de Moro e sua Lava Jato. Moro como produto e, principalmente a Globo como propagandista do terror. Os ataques aos índios e quilombolas que se intensificaram porque esse governo foi eleito para sublinhar a linguagem de servos dos ricos e monstros contra os pobres, transformando assassinos em mitos, genocidas em escravos da dinâmica ensandecida de execução dos pobres não importando a idade, mas sim o lugar onde moram e, sobretudo, a cor da pele.

Somente assim o povo brasileiro elucidará e extirpará essa linguagem de “excludente de ilicitude” que passou a ser praticada no Brasil antes mesmo de ser votada e legalizada pelo congresso.

Esses assassinatos informais vêm da judicialização miliciana e seus conceitos sincronicamente produzidos pelas normas e nexos do entendimento que tomou conta da estrutura do Estado brasileiro, assim como o dia do fogo na Amazônia, promovido por grileiros, jagunços, garimpeiros e outros bichos soltos que se sentiram estimulados pelo chamado do Planalto e pela maneira absoluta da prática de crimes nesse país a partir dos pistoleiros da Lava Jato, assim como também não há diferença entre os atos na Amazônia e a atitude criminosa do governo federal em virar as costas para a calamidade do vazamento de óleo no litoral nordestino que, agora, chega ao litoral do Sudeste.

Claro que a liberdade de Lula é a pedra fundamental para que o país possa respirar ares democráticos, respeitar a constituição e a civilidade, dando um basta na selvageria bolsonarista que nasceu e se nutriu no lavajatismo curitibano, o mesmo que fez a fusão política entre Moro e Bolsonaro, entre a república de Curitiba e Rio das Pedras e que colocou Moro, um juiz corrupto, e Queiroz, um miliciano faz tudo de Bolsonaro, com a mesma patente.

Tudo isso ainda está aí e precisa ser objeto de uma asfixia para que o país volte a respirar democracia, justiça e direitos para todos.

A partir de agora não dá para imaginar Lula livre e Moro solto. O mesmo Moro que, com a farsa de se embalar como o herói do combate aos poderosos, hoje persegue o porteiro que denunciou à polícia que a voz de comando para que os milicianos que mataram Marielle entrassem no condomínio, é a do próprio Bolsonaro.

Então, esse juiz corrupto e ladrão, como bem disse o deputado Glauber Braga, que postulava chegar à Presidência da República ou mesmo a uma cadeira no STF, tem que ser freado e extirpado do mundo civilizado, preso e condenado por uma série de crimes que cometeu utilizando as instituições do Estado e que, agora, transformou-se em parceiro formal do maior núcleo político da bandidagem carioca para servir aos propósitos do patrão e aos seus próprios.

É nesse sentido que o STF tem que caminhar, além de anular todas as acusações, pela Lava Jato, que pesam sobre Lula e sobre tantos inocentes, colocando um fim na era de terror político em que o delito era praticado sob a orientação do juiz que concorreu com circunstâncias criminosas tão graves quanto as da milícia de quem, hoje, o juiz é um servo como ministro de Estado.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Porteiro trabalha há 13 anos no condomínio e disse que conhecia bem a voz do “Seu Jair”

Funcionário não era nenhum novato no emprego.

O porteiro que escreveu “casa 58” no caderno da portaria do Condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro e o acusado de matar Marielle Ronnie Lessa têm casa, não era nenhum novato no emprego.

Em seu depoimento, ele relatou que já estava havia 13 anos no Vivendas da Barra e, quando disse que a voz do outro lado da linha era do “seu Jair”, sabia do que estava falando, pois “conhecia bem” a voz de Bolsonaro.

Falando nisso, uma pergunta central ainda precisa ser respondida: com que objetivo um porteiro que trabalha há 13 anos no mesmo lugar iria comprar uma briga com o presidente da República e ou com um notório matador, Ronnie Lessa?

 

 

*Com informações da Época

 

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Carluxo posta foto com revólver do lado

O vereador do Rio de Janeiro e filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos, chamado de Carluxo nas redes, postou uma foto em seu Twitter trabalhando no computador em cima da cama com uma pistola ao lado. “Trabalhando na internet numa das filiais do…. meu Deus do céu! Tem que rir destes porcos!”, diz a legenda. O clá Bolsonaro é defensor de armas, seu irmão Eduardo publica com frequência fotos suas armado. No governo, uma das primeiras medidas de Bolsonaro foi flexibilizar o porte de armas.

Carlos Bolsonaro publica mensagens incompreensíveis nas redes sociais como essa. Nos comentários, os internautas perguntam se ele está na casa 58 ou na 36, já que o filho 02 do presidente mora no mesmo condomínio onde seu pai residia antes de assumir a presidência. Os números das casas viralizaram após a reportagem do Jornal Nacional afirmar que um dos assassinos de Marielle Franco e Anderson Gomes esteve no condomínio antes do crime. Segundo a matéria, o porteiro teria interfonado na casa 58 e o “Seu Jair” teria autorizado a entrada do motorista do carro Élcio Queiroz. O Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que o porteiro mentiu.

Após o envolvimento do nome de seu pai no caso Marielle, Carlos tem se envolvido ativamente na defesa do presidente, acessando provas, atacando a TV Globo e o governador Wilson Witzel. “O (sic) mídia podre está toda unida em torno de mais uma narrativa boçal, ignorando os verdadeiros criminosos e forçando uma atmosfera de ruminantes espalhando achismos e boçalidades. Forçam uma imbecilidade se tornar um fato político em prol do sistema corrupto! Isso é Brasil”, disse em postagem deste sábado (2).

 

 

*Com informações da Forum

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Bolsonaro confessou obstrução da Justiça? Trabalho do MP-RJ está corrompido

Reinaldo Azevedo

A humilhação a que está sendo submetido o Ministério Público Estadual do Rio não tem precedentes. Já é histórica. E, convenham, leva as assinaturas das promotoras Simone Sibilio e Carmen Eliza, aquela que fez foto abraçada ao deputado Eduardo Amorim, o que quebrou a placa em homenagem a Marielle Franco, cujo assassinato investigava.

Sibilio arrumou uma perícia de última hora, mequetrefe, para dar uma entrevista coletiva no dia seguinte à reportagem do Jornal Nacional. O alvo: o porteiro. Agora, Jair Bolsonaro, ninguém menos, vem com uma novidade. Durante visita a uma concessionária, aonde foi comprar uma moto, para espanto geral, o presidente confessou:

“Nós pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de ano, a voz não é minha. Não é o seu Jair. Agora, que eu desconfio, que o porteiro leu sem assinar [sic] ou induziram ele a assinar aquilo? Induziram entre aspas, né? Induziram a assinar aquilo”.

Tudo é vazado em bolsonarês, como veem. Ele quis dizer “assinou sem ler”. Estruturas binárias costumam confundir certas consciências, o que pode ser ruim. Vai que se invertam, por exemplo, as posições do Bem e do Mal, do certo e do errado, do culpado e do inocente, né?

O presidente da República está confessando um ato que, em qualquer investigação, seria considerado obstrução da justiça? Estamos falando de uma prova do processo. Segundo Augusto Aras, procurador-geral da República, essas gravações já tinham sido entregues ao presidente do STF, Dias Toffoli, e, por seu turno, à PGR na forma de uma “notícia de fato”, a saber: o porteiro havia afirmado ter entrado em contato duas vezes com a casa 58 do condomínio Vivendas da Barra para informar a presença de Elcio Queiroz no local. E, segundo os dois depoimentos, falou com alguém com a voz de “seu Jair”.

REGISTRO EM LIVRO Mas não há apenas isso. Há também a foto do livro que registra a entrada de veículos no condomínio — feita pela mulher de Ronnie Lessa, acusado de dar os tiros que matou Marielle e o motorista Anderson Gomes — atestando que Queiroz pediu para visitar a casa 58.

Esse registro é contemporâneo ao ingresso do comparsa de Lessa no condomínio. Aras diz que a “notícia de fato” foi arquivada. Houve alguma apuração? Não que se saiba.

E qual a justificativa de Aras? As gravações contradiriam a afirmação do porteiro. Muito bem! Tais gravações tinham sido submetidas a algum exame técnico? Resposta: não! Tanto não tinham que doutora Sibilio deu um jeito de arrumar uma perícia a toque de caixa antes de dar a entrevista coletiva. Essa perícia é tão boa, mas tão boa!, que não apura a possibilidade de arquivos terem sido excluídos ou renomeados. Não é uma perícia, mas um deboche.

Na rota da humilhação e da desmoralização do Ministério Público do Estado do Rio, vem agora a confissão de Bolsonaro: “Nós pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de anos, a voz não é minha”.

“Nós”, quem?

Pegaram quando?

Desde quando o presidente estava, então, preparando uma resposta?

Isso se deu antes ou depois de membros do MP Rio — suponho que tenham sido as duas procuradoras — terem ido falar com Toffoli, em Brasília, sem o conhecimento do juiz estadual responsável pelo caso, o que é absolutamente heterodoxo?

IMAGINEM SE FOSSE COM LULA E O PT

Imaginem se procedimentos dessa natureza tivessem se dado com Lula e o PT. Ou, então, pensem em Dilma presidente dando uma entrevista, afirmando que, por conta própria, solicitou elementos de prova de um crime relacionado ao petrolão para fazer a sua própria perícia.

O caroço no angu cresce de tamanho.

Toda a equipe que investiga a morte de Marielle no Ministério Público do Estado do Rio tem de ser imediatamente afastada.

É preciso formar uma força-tarefa que preste contas à sociedade do que está em curso.

A investigação da morte de Marielle foi invariavelmente corrompida, corroída.

Foi envenenada por procedimentos heterodoxos.

Os demais promotores têm de vir a público manifestar seu inconformismo.

Ou entrarão para a história como coniventes com uma pantomima sinistra.

PS – Antes que Sergio Moro se assanhe de novo: a investigação tem de continuar a cargo da Polícia do Rio e do MP Estadual, mas todos os promotores envolvidos no caso têm de ser imediatamente afastados.

 

 

*Reinaldo Azevedo/Uol