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União da Ilha coloca Bolsonaro em seu devido lugar, na privada

A sofrível narrativa de Alex Escobar e Fátima Bernardes sobre o carro alegórico da União da Ilha em que Bolsonaro aparece em várias situações fazendo literalmente merda em várias privadas, foi “interpretado” como poder privado, o que não deixa de ser também verdade, afinal quem segura esse ser mundialmente repudiado são os interesses escusos do neoliberalismo.

Mas ficou nítido que o casal que apresenta o desfile das escolas de samba, na Globo, preferiu fazer um “julgamento” enviesado de que os vários Bolsonaro que aparecem sentados em privadas, representam a iniciativa priva, ou seja, se quiseram esconder Bolsonaro, inclusive com uma imagem distante do carro alegórico, os globais, Alex Escobar e Fátima Bernardes fizeram uma emenda muito pior do que o soneto, na tentativa de impedir o que foi consagrado na avenida em quase todas as escolas, que Bolsonaro é um cancro para a sociedade brasileira e que seu governo é uma tragédia generalizada de A a Z, da economia à justiça, passando pela educação, saúde, meio ambiente, cultura, entre outros ministérios.

Sem dúvida, essa foi a imagem mais desmoralizante para Bolsonaro, que não só desanca o fascista incompetente, como também seus ministros, cada um mais imbecil que o outro, para produzir esse festival de sandices que estão levando o país à insolvência institucional.

Certamente, esse registro entrará para os anais da história como a maior sacaneada que um Presidente da República já sofreu no Brasil.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro sobre ambientalistas: “Se um dia eu puder, os confino na Amazônia”

Fala do presidente veio em defesa de projeto de lei que permite mineração em terras indígenas, que deve chegar ao Congresso em breve.

Na solenidade de 400 anos de Governo, o presidente Jair Bolsonaro comentou, nesta quarta-feira 05, que, se um dia puder, confinaria todos os “ambientalistas, esse pessoal do meio ambiente” na Amazônia.

A fala veio quando Bolsonaro estava defendendo o projeto de lei assinado por ele na ocasião, que altera a Constituição para permitir a exploração de terras indígenas a fins de mineração e outras atividades econômicas. Uma provável resistência do Congresso ao projeto fez com que o presidente criticasse os ambientalistas.

“Esse projeto do ministro das Minas e Energia, que depende do Congresso… [eles] vão sofrer pressão desses ambientalistas, esse pessoal do meio ambiente. Se um dia eu puder, eu os confino na Amazônia, já que gostam tanto do meio ambiente, e deixam de atrapalhar os amazônidas aqui de dentro das áreas urbanas”, declarou Bolsonaro.

No início de seu discurso, Bolsonaro exaltou que indígenas têm “coração, sentimentos, alma, desejos, necessidades, é tão brasileiro como nós”, para depois justificar que a exploração de territórios demarcados poderia ser benéfica para a economia. Para o presidente, é uma questão de vieses diferentes.

“Tem algum problema comprar ouro, pedras preciosas, de modo que elas possam ser lapidadas dentro do Brasil e não serem vendidas como commodities comuns? É um viés”, afirmou Bolsonaro.

A Constituição Federal proíbe a atividade de mineração em terras indígenas sem a aprovação do Congresso, que não mexeu no assunto desde 1988. Além disso, é necessária uma consulta prévia com as comunidades indígenas antes de quaisquer decisão, afirma o parágrafo 3º do artigo 231:

“O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei”.

O evento contou com todos os ministros de Estado e demais figuras públicas. O mote principal era que o Brasil “já mudou” nos 400 dias de governo, concluídos nesta terça-feira.

No primeiro ano de governo Bolsonaro, os índices de desmatamento da Amazônia bateram recordes de séries históricas e acumularam polêmicas. No discurso, o presidente não comentou sobre o combate à destruição da floresta.

 

 

*Com informações da Carta Capital

 

 

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Bolsonaro vira chacota ONU por seu “Dia do Fogo” na Amazônia ganhando o prêmio “fóssil do dia”.

Da BBC
“Batizada de COP25, a Conferência do Clima deste ano da Organização das Nações Unidas (ONU) reuniram quase 29 mil pessoas a partir desta segunda-feira (2) em Madri.

A COP25 será liderado por três mulheres: a ministra espanhola Teresa Ribera, a presidente da conferência Carolina Schmidt e a chefe da ONU para o Clima, Patricia Espinosa.

Líderes políticos, diplomatas ligados ao clima, especialistas e ativistas se reunirão nas próximas duas semanas na Espanha para discutir as mudanças climáticas sob um senso crescente de urgência.

Bolsonaro e Trump faltarão ao evento

Mais de 50 chefes de Estado devem comparecer à Conferência do Clima na capital espanhola, mas o presidente americano, o republicano Donald Trump, não está entre eles.

De todo modo, o país estará representado, entre outros, por uma delegação do Congresso dos Estados Unidos liderada pela democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes.

Ainda que a presença dela tenha sido elogiada, há pressão por ações concretas dos dois polos políticos dos EUA.

“Os americanos ainda são, historicamente, os maiores responsáveis por essa emergência climática, e mesmo políticos democratas nunca se comprometeram em assumir suas responsabilidades”, afirmou Jean Su, do Centro de Diversidade Biológica dos Estados Unidos.

Jair Bolsonaro tampouco irá ao evento na Espanha. Sob crescente pressão internacional em razão do aumento do desmatamento na Amazônia, o governo enviará uma delegação chefiada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve um aumento de 29,5% no ritmo do desmatamento da Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019.

Bolsonaro tem criado polêmicas com ambientalistas e chefes de Estado desde a campanha eleitoral de 2018.

Depois de eleito, enviou ao Congresso medida para fundir a pasta do Meio Ambiente com a Agricultura — mas a proposta foi rejeitada. Mesmo assim, alterações na estrutura do órgão fizeram com que o Meio Ambiente perdesse quase 20% de seus analistas. Já no Ibama, os sinais emitidos por Brasília e a falta de dirigentes nas unidades do órgão fizeram com que o número de multas caísse apesar do aumento do desmatamento.

Apesar de ter entrado em confronto direto com países europeus sobre o financiamento de ações e programas ambientais na Amazônia, o governo brasileiro pretende levar à COP25 uma série de propostas para o financiamento estrangeiro de medidas de preservação ambiental.

Em agosto deste ano, a Noruega suspendeu seus repasses ao Fundo Amazônia depois que o governo brasileiro decidiu alterar o funcionamento do fundo e extinguir do comitê que definia os critérios para o uso do dinheiro arrecadado.

O Fundo Amazônia foi criado em 2008. Desde então, a Noruega aplicou R$ 3,2 bilhões com este objetivo, e a Alemanha doou outros R$ 200 milhões.”

O vexame de Bolsonaro e do Brasil no evento.

UOL: O humor pode ser uma potente arma de denúncia e cobrança por ação. Pois foi com humor — cheio de pitadas ácidas de sarcasmo e ironia — que a CAN (Climate Action Network, ou Rede de Ação pelo Clima, em tradução livre para o português) concedeu ao Brasil nesta terça (03) o prêmio “Fóssil do Dia” (ou “The Fossil of the Day” awards), entregue aos países que têm a pior atuação na COP.

 

 

*Com informações do Uol/BBC

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Depois de Bolsonaro acusar a Venezuela, barris da Shell são encontrados em praias do Nordeste contendo óleo cru

Trata-se de um governo estúpido e qualquer tipo de respeito em análises e notícias vão se perdendo na medida em que as declarações vão se provando altamente ideologizadas, recheadas de achismos e ódio. Bolsonaro insinuou e seu ministro do Meio Ambiente disse que o óleo que atingiu diversos estados do nordeste e o rio São Francisco, teria vindo da Venezuela.

O pior de tudo foi ver a Marinha analisar que a óleo dos barris encontrados no litoral de Sergipe não se trata do mesmo que se espalhou pelo litoral brasileiro.

Isso, por que os barris são da Shell e não tem origem alguma de qualquer “regime socialista”, como insinuou Arthur Weintraub, que é assessor da presidência da República e irmão do ministro da educação, Abraham Weintraub.

Já a Universidade Federal do Sergipe concluiu, em análises químicas, que o óleo encontrado junto aos barris é o mesmo que espalhou no mar.

O fato dos barris serem da Shell não exclui a origem venezuelana do óleo, já que a Venezuela é um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

Os barris contêm inscrições e etiquetas que podem ajudar a identificar a embarcação de onde caiu ou foi despejado o petróleo que causou um desastre ecológico no litoral brasileiro.

Os barris contêm a inscrição “Argina S3 30”, um lubrificante da marca Shell, além de etiquetas da multinacional de petróleo. Como o que havia dentro deles era óleo cru e não lubrificante, os investigadores acreditam que apenas foram reaproveitados pela empresa que fazia o transporte do óleo venezuelano.

A descoberta dos barris trás mais dúvidas que certezas mas, serve como alerta para pessoas do governo se comportem com o decoro exigido pelo cargo. Não cabe a um ministro e ao próprio presidente que torne público qualquer juízo contra qualquer país, ou pessoa, antes que haja provas sobre fatos tão graves a ponto de criar incidentes diplomáticos.

“A Shell Brasil esclarece que o conteúdo original dos tambores localizados na Praia da Formosa, no Sergipe, não tem relação com o óleo cru encontrado em diferentes praias da costa brasileira. São tambores de óleo lubrificante para embarcações, produzido fora do país. O IBAMA está ciente do caso.”

 

 

*Com informações do A Postagem

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TRF-3 julga nesta quarta processo bilionário que opõe Moro a Bolsonaro

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região analisa nesta quarta-feira (9/10) um processo de mais de R$ 2,3 bilhões sobre o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD). A peculiaridade do caso está no antagonismo entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o presidente Jair Bolsonaro.

O fundo é vinculado ao Ministério da Justiça e é gerido pelo Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. No TRF-3, o recurso foi interposto pelo Ministério Público Federal, em Campinas (SP), e é contra decisão que pediu para separar os recursos do FDD. A liminar impedia impedir que o dinheiro fosse para “reserva financeira da União”.

Reportagem da ConJur mostrou que os valores arrecadados pelo fundo, que deveriam servir para a reparação dos danos, têm sido usados pela União para inflar a conta do superávit primário.

Em março deste ano, Moro compareceu à reunião do Conselho e agradeceu ao MPF pelos esforços em descontingenciar os valores. Ele defendeu que o dinheiro seja gasto “de forma eficiente e efetiva para os fins a que se destinam”.

De acordo com o processo, a União diz que o valor que será destinado
ao fundo neste ano “será superior ao orçamento global de despesas
discricionárias de diversos órgãos”, como a Advocacia-Geral da União, ministérios da Cultura, Direitos Humanos, entre outros.

Voto-vista
Segundo o desembargador Fábio Prieto, em voto-vista, o sistema do fundo de direitos difusos é burocrático e praticamente contraria o exercício da cidadania.

O dinheiro vem principalmente das multas aplicadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a empresas condenadas por formação de cartel.

Para o magistrado, o crescimento das verbas do fundo mostrou um problema grave do modelo: “Bilhões podem ser gastos, em nome de valores sensíveis como o meio ambiente, o patrimônio histórico e outros, sem que o contribuinte e cidadão tenha qualquer controle direto sobre a eficácia das escolhas e de sua real execução”.

O magistrado apontou ainda que só a verba liberada pela tutela de urgência, que agora está suspensa pela liminar, é superior a toda proposta orçamentária do Supremo Tribunal Federal.

“Parece indiscutível que tal abertura temática e finalística levou o FDDD à condição de autêntica instância de governança paralela aos poderes legítimos dos representantes do povo na definição de políticas públicas e na destinação de recursos orçamentários — os parlamentares e os integrantes do Poder Executivo”, considerou o desembargador.

Além disso, Prieto afirmou que há um modelo de “troca de cadeiras”, em que as próprias entidades que compõem o conselho têm projetos aprovados por ele mesmos, como também mostrou a ConJur. O magistrado criticou o feito, considerando que “é flagrantemente imoral, ineficiente, inconstitucional”.

 

 

*Com informações do Conjur

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Vídeo – Urgente! Greenpeace invade casa de embaixador brasileiro em Paris, que hospeda Ricardo Salles

O Greenpeace invadiu a residência do embaixador brasileiro, onde está hospedado o ministro do Meio Ambiente. As portas foram bloqueadas, ninguém entra ou sai do imóvel.

O protesto acontece na embaixada em Paris.

m uma ação de protesto contra a política do governo de total descaso em relação ao meio ambiente, o Greenpeace invadiu, na manhã desta quinta-feira (26), a casa do embaixador brasileiro em Paris, na França, onde está hospedado Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro.

A manifestação é contra as práticas de destruição da Amazônia e do meio ambiente brasileiro. O grupo usou apitos e buzinas com o objetivo de atrapalhar a reunião que Salles realizou com executivos de grandes empresas.

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Mundo já mandou a fatura pelos crimes ambientais de Bolsonaro, o que custará caro ao Brasil

Cúpula do clima da ONU tira país de discursos sobre o tema.

O governo Bolsonaro comete um erro grave na política ambiental que resultará em menos investimentos estrangeiros no Brasil e possivelmente na suspensão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Vai sair caro esse isolamento brasileiro na arena internacional.

O último fato negativo foi a exclusão do Brasil dos discursos de abertura da cúpula do clima da ONU _evento convocado pelo secretário-geral da entidade, António Guterres, para a próxima segunda, véspera da abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York.

O Brasil deveria ter lutado para participar dessa cúpula da ONU, mas o Itamaraty adota política negacionista em relação à mudança climática e refuta dados da realidade sobre o aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia neste ano. Esse negacionismo ambiental trará prejuízo econômico a empresas e trabalhadores brasileiros.

Os sinais emitidos pelo presidente da República e pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, são negativos para o público mundial. Bolsonaro deverá discursar na abertura da Assembleia-Geral da ONU na terça. Se mantiver a linha negacionista, o presidente piorará ainda mais a imagem do Brasil no exterior e afastará mais negócios do país.

Fundos de investimentos que administram R$ 65 trilhões pediram que o governo brasileiro dê mais atenção ao meio ambiente. Em nove meses, houve um desmonte das políticas ambientais construídas nos últimos 30 anos.

Jair Bolsonaro e o ministro Ricardo Salles atuam contra o meio ambiente. Essa é a realidade percebida globalmente. O mundo está vendo e já percebeu isso. As consequências virão porque o Brasil, que tem peso geopolítico para ser superpotência ambiental, está cometendo um terrível erro estratégico que prejudicará a nossa economia.

 

*Do blog de Kenned Alencar

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Brasil cumpriu apenas uma das 163 recomendações feitas na ONU

Às vésperas de estreia de Bolsonaro nas Nações Unidas, sociedade civil apresenta levantamento à entidade sobre “sucateamento” do Estado, retrocessos institucionais e caráter “autoritário” do governo.

GENEBRA – O Brasil cumpriu apenas uma das 163 recomendações realizadas pelos governos estrangeiros na ONU em relação a suas políticas de direitos humanos, incluindo áreas como violência policial, saúde, meio ambiente e educação.

A constatação faz parte de um levantamento publicado por cerca de 25 ongs e entidades que, ao longo de anos, acompanharam o comportamento de diferentes governos brasileiros. O esforço foi liderado pelo Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos,não foi oficialmente entregue à ONU.

Em 2017, o Brasil passou por uma sabatina na ONU, destinada a avaliar as políticas de direitos humanos no país.

Na ocasião, governos de todo o mundo apresentaram 246 recomendações ao país. Dessas, as ongs e entidades da sociedade civil avaliaram 163 sugestões concretas e concluíram que, em 142 casos, o governo simplesmente as ignorou.

20 delas foram parcialmente cumpridas e apenas uma foi plenamente adotada. Os resultados do levantamento serão apresentados nesta quinta-feira, em um evento na ONU, em Genebra.

Um padrão de amplo desrespeito às recomendações foi registrado em temas como discriminação contra mulheres e violência contra pessoas negras.

Das 20 propostas sobre o sistema prisional, por exemplo, o Brasil cumpriu parcialmente apenas uma delas e não deu resposta a 19 recomendações. No que se refere à violência policial, o governo ignorou onze das doze propostas. Das oito recomendações sobre tortura, o Brasil não implementou cinco delas. Nos direitos trabalhistas, foram nove recomendações e oito delas ignoradas. Na Educação, das 15 recomendações recebidas, 14 não foram cumpridas.

Numa avaliação entregue às Nações Unidas nesta semana, a sociedade civil é clara: “a história recente do país aponta para uma série de retrocessos institucionais, seja em matéria de participação democrática, desenvolvimento sustentável ou direitos humanos”.

“O cenário que estamos vivendo desvelou no país evidente aumento da violência de gênero, das discriminações, das desigualdades e do discurso de ódio”, alertaram.

“Ao longo dos últimos três anos, a pobreza voltou a crescer, assim como a mortalidade infantil e materna, sinais evidentes de retrocesso socioeconômico. Seguindo a política de austeridade de longo prazo da Emenda Constitucional 95/2016, o governo subsequente continua reduzindo o orçamento social, contingenciando verbas para a Educação e a Saúde Pública, afetando de forma direta a população em situação de vulnerabilidade e as ciências, e alargando ainda mais a desigualdade socioeconômica no país”, apontam.

Em março de 2019, o novo governo cortou quase R$ 30 bilhões para manter a meta fiscal, sob o argumento de controle do déficit público. Em julho, mediante a queda da previsão de crescimento, fez-se novo contingenciamento, próximo a R$ 1,5 bilhão.

“Todos esses cortes têm impacto sobre a educação, a saúde, a assistência social, habitação e o meio ambiente, áreas fundamentais para o desenvolvimento sustentável e a garantia de direitos através de instituições fortes e eficientes”, apontam.

“O sucateamento do Estado como estratégia de governo mostra sinais de enfraquecimento da credibilidade institucional”, constatam.

Meio Ambiente

Um dos principais alertas se refere à política ambiental, classificada pelas entidades como “trágica”.

“O governo ressuscitou a obsoleta ideia de quase um século atrás que vê o desenvolvimento econômico na Amazônia associado ao desmatamento, à exploração desenfreada dos recursos naturais finitos, e à apropriação de terras indígenas homologadas em lei”, disseram. “A narrativa sobre destruir a natureza para construir crescimento econômico através de monocultura atropela direitos adquiridos e o bom senso contemporâneo, particularmente diante de uma emergência climática global”, alertaram.

“No entanto, o atual governo adota em seu discurso conspiratório a tese de que a agenda ambiental no Brasil estaria atrelada a “interesses ideológicos de esquerda” e de organizações não governamentais, nacionais ou internacionais; e que seriam prejudiciais à produção e ao desenvolvimento do país, sem considerar ou debater o modelo de desenvolvimento sendo proposto e suas externalidades negativas, desde o nível local ao mundial”, apontam.

“A (des)política ambiental do governo favorece o avanço do agronegócio sobre terras públicas, territórios e áreas de conservação, da exploração dos bens comuns, sobretudo para a mineração, a pecuária extensiva e a exploração criminosa da madeira, patrocinando através de discursos e ações a perda de direitos”, denunciam.

Moral

A sociedade civil também destaca como, em relação aos direitos humanos, há um “retrocesso evidente e alarmante”. Tal cenário “desafia e compromete” a ampliação da política de direitos humanos no país. Um exemplo seria a recente intervenção no Conselho Nacional de Direitos Humanos, “confirmando a posição autoritária do Governo Federal como prática reincidente”.

“Outra questão importante é que o governo tem apostado fortemente em um regime despótico de significação, explorando uma visão distorcida da moral e dos costumes que aplicam critérios de seletividade aos direitos humanos – elegendo “humanos de bem” em oposição a “bandidos e quem os defendem”, advertem.

“Por esta via o governo tem insuflado a intolerância e a violência na sociedade brasileira. Tal discurso tem inclusive se manifestado em espaços internacionais, alterando a posição histórica tradicional do Brasil em matéria da garantia e ampliação dos direitos humanos. A posição brasileira em relação à orientação para o conceito de gênero, como algo essencialmente biológico, é um exemplo desta mudança que desafia a razoabilidade”, declararam.

“Enquanto assistimos bravatas do Presidente da República contra a convivência pacífica entre os povos e as diferenças, diversos projetos de lei na Câmara dos Deputados buscam institucionalizar a intolerância, reduzir direitos, e retirar a responsabilidade do Estado em prover serviços públicos de qualidade, incluindo projetos do Poder Executivo com amplo viés criminológico, como o “Pacote Anticrime” que amplia a violência institucional do aparato de segurança pública ou o Decreto das Armas”, denunciam.

“O oximoro das duas medidas mostra a falta de bom senso do atual governo, colocando em questão sua capacidade de governar sem a destruição da civilidade nacional. Este é o risco que o projeto de um Brasil democrático, desenvolvido e voltado à garantida dos direitos humanos corre no momento”, apontam.

Resultados

No que se refere às recomendações sobre o fortalecimento das instituições de direitos humanos, o levantamento constata que nenhuma das sete orientações apresentadas ao Brasil foi cumprida. “Pelo contrário, houve um ataque e uma intervenção no Conselho Nacional de Direitos Humanos, enfraquecendo sua autonomia como prevê os Princípios de Paris”, disseram.

O mesmo cenário foi registrado no capítulo sobre os defensores de direitos humanos.

Nenhuma das doze recomendações foi implementada, inclusive aquelas que tratavam da proteção a lideranças indígenas.

“Em diferentes ocasiões, Bolsonaro afirmou que as ONG indigenistas são um obstáculo para o plano do governo de integrar estes povos à sociedade brasileira, e que manipulam os índios para que reivindicarem terras”, disseram. “Bolsonaro também declarou que seu governo acabaria com toda forma de ativismo no Brasil. Reiterou por várias vezes que não fará nenhuma demarcação de terras indígenas”, declararam.

O grupo lembra que, em 2018, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos já chamou a atenção no seu relatório para “o clima de deslegitimação, ameaça, intimidação, violência e criminalização de defensoras e defensores de direitos humanos”.

Victoria Tauli Corpuz, relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, relatou que “a impunidade generalizada em relação aos assaltos, assassinatos e intimidação de povos indígenas, particularmente no contexto das ações dos povos indígenas para fazer valer seus direitos sobre suas terras, e anda juntamente com a criminalização dos líderes indígenas.” Ela chegou ao ponto de considerar o Brasil como “de longe, o país mais perigoso do mundo para defensores dos direitos humanos de grupos indígenas.”

De fato, o Brasil ignorou todas as 31 recomendações sobre discriminação e violência contra povos indígenas feitas na entidade.

“O Estado brasileiro não demonstrou nenhum esforço em cumprir tais recomendações”, denunciaram. “Ao contrário, suas ações têm caminhado no sentido oposto, contribuído para o agravamento do quadro de discriminação e violência contra os povos indígenas.

O atual presidente brasileiro, em manifestações públicas, tem disseminado informações preconceituosas que ferem os direitos humanos dos povos indígenas e reforçam o racismo que os vitima”, disseram.

“O presidente comparou as Terras Indígenas (TI) a zoológicos, os índios que nelas habitam a animais em cativeiro, e declarou a necessidade de integrar estes povos, que estariam em uma ‘situação inferior’, ao ‘Brasil de verdade”‘, destacaram.

“O governo também tem feito sucessivas críticas à extensão das Terras Indígenas, em especial na Amazônia brasileira, e ao ‘prejuízo’ que resultaria da impossibilidade de exploração econômica de tais territórios, afirmando que não demarcará nenhuma terra indígena e que proporá a abertura das mesmas para mineração, garimpo e arrendamento”, completaram.

As recomendações sobre meio ambiente também foram ignoradas, segundo o levantamento.

“O Ministério do Meio Ambiente e seu Ministro tem atuado frontalmente contra o meio ambiente, alinhados com o agronegócio e indústrias com grandes impactos ambientais”, disseram. “Nessa gestão, foram extintos conselhos ambientais e foi suspensa a execução de convênios e termos de parcerias do Estado com as ONGs”, apontaram.

Um dos pontos ignorados foi a recomendação sobre o uso dos agrotóxicos nas atividades agrícolas. “O Brasil tem caminhado no sentido oposto às orientações sobre o uso desses produtos consolidadas por diversas relatorias especiais da ONU sobre direito à água, alimentação, saúde, dentre outros e, também, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)”, disseram.

 

*Por Jamil Chade – Uol

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Novo chefe do Ibama no Ceará é dono de fazenda de madeira

Um dos líderes do Movimento Direita Ceará, coronel Bezerra foi candidato a deputado federal pelo PSL no ano passado.

O novo superintendente do Ibama no Ceará, o coronel Ricardo Célio Chagas Bezerra, é dono de uma fazenda de exploração de madeira em Itupiranga, no interior do Pará. Filiado ao PSL, Bezerrinha, como é chamado, disputou a eleição no ano passado, obteve 13.000 votos e ficou como suplente de deputado federal. A nomeação dele foi assinada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e publicada no Diário Oficial da União no dia 2 de setembro.

Bezerra é dono da fazenda Arapari, localizada na rodovia Transamazônica, quilômetro 27, na altura de Itupiranga. Conforme os registros, a principal atividade econômica da fazenda é “extração de madeira em florestas plantadas”. Em seu perfil no Facebook, ele se descreve como um empresário da área de logística, que desenvolve “atividade agropecuária nos estados do Ceará e Pará”.

Na lista de bens declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bezerra figura como proprietário de dois terrenos, um avaliado em 3,5 milhões de reais e outro de 160.000 reais.

Graduado na Academia Militar das Agulhas Negas, Bezerra é coronel da reserva do Exército, com especialização em paraquedismo e guerra na selva. Ele foi comandante de batalhões no Pará e no Amazonas.

Durante a campanha, o seu principal slogan é que ele era o “único candidato do Ceará oficial do Exército brasileiro”. Ele também é um dos coordenadores do Movimento Direita Ceará, que apoiou a campanha do presidente Jair Bolsonaro pela região Nordeste.

No Facebook, o novo chefe do Ibama se mostra um crítico ferrenho de ONGs que atuam na região amazônica e das “notícias sensacionalistas” que relatavam aumento no desmatamento neste ano. No dia 23 de agosto, ele fez um post dizendo que todos os presidentes que antecederam Bolsonaro “lotearam nossa Amazônia com 100.000 Ongs”. “Safados, oportunistas, venderam nossas riquezas, nossa soberania. Traidores do povo e da nação”, escreveu. Na publicação, aparecem as imagens de Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma.

Em outra postagem, do dia 17 de agosto, Bezerra compartilhou uma imagem do ex-deputado Enéas Carneiro, morto em 2007, com a seguinte legenda: “A Europa não está preocupada com as árvores da Amazônia, eles querem o subsolo. Se fossem as árvores bastaria reflorestar as terras deles”. A publicação foi feita em meio à crise internacional que o governo enfrentou com as queimadas na região amazônica.

 

 

*Com informações do Blog do Noblat

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CNT/MDA: avaliação negativa do governo Bolsonaro dispara de 19% para 39,5%

Pesquisa divulgada hoje pela CNT/MDA revela que 39,5% dos brasileiros considera o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) como ruim ou péssimo. Em fevereiro, esta avaliação era feita por 19% dos entrevistados.

De acordo com o levantamento, 29,1% veem o governo como regular e 29,4% consideram ótimo ou bom. Foram realizadas 2.002 entrevistas entre os dias 22 e 25 de agosto, em 137 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

A pesquisa também mostrou que 53,7% das pessoas desaprovam o desempenho pessoal do presidente. Já os que aprovam são 41%.

Para os entrevistados, as áreas em que o governo está se saindo melhor são “combate à corrupção”, “segurança” e “redução de cargos e ministérios”, enquanto as três piores são “saúde”, “meio ambiente” e “educação”.