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Em Davos, Paulo Guedes defendeu a privatização do ensino público no Brasil

Em Davos, Paulo Guedes, respondendo uma pergunta sobre sua agenda para a juventude e combate à desigualdade, voltou a defender seu programa privatista de vouchers, neste caso para o ensino na primeira infância.

O ministro da economia segue a mesma cartilha neoliberal que a secretária da educação de Trump, Betsy DeVos, sua principal inspiração para a agenda de ataques contra a educação básica pública.

A secretária possui um histórico que se destaca pelo avanço na privatização de inúmeras escolas nos EUA, destinando bilhões da receita pública para o pagamento destes vouchers e para escolas com gestões privatizadas, representando os interesses do mercado na destruição da educação pública americana.

Até o jornal New York Times apresenta DeVos como uma das pessoas “mais apaixonadas pela ideia de afastar os dólares públicos das escolas públicas tradicionais”, atuando tanto em defesa dos cheques educação quanto da privatização da gestão das escolas.

O programa pró-mercado de vouchers defendido por Guedes, como colocado outro artigo do mesmo jornal, não produziram o tipo de grandes melhorias na realização acadêmica que os reformadores orientados para o mercado originalmente prometeram.”

Pelo contrário, nos Estados onde as medidas privatizantes foram tomadas, como em Michigan, o desempenho dos alunos piorou, e diversas pesquisas indicaram a falácia de que uma maior competição no sistema de ensino significa um aumento da qualidade e muito menos um combate à desigualdade, pelo contrário.

Paulo Guedes, disse que “nos Estados Unidos tudo é permitido, exceto o que é proibido. No Brasil, tudo é proibido, exceto o que é permitido“.

A frase pronta serviu para defender uma maior descentralização de recursos – logo seu desvio para o mercado – ao dizer que esse controle estatal dos recursos é a fonte da corrupção. Por isso defendeu disse que “(…) vamos apoiar um gigantesco [programa de] vouchers para a educação nos primeiros estágios.

Experiências recentes em São Paulo, que aprovou na Câmara um projeto de vouchers para creches, provam o contrário. O programa Mais Creche envolverá gastos à prefeitura de quase 300 milhões de reais, que irão diretamente para o bolso do setor privado. Não há combate algum contra a corrupção, já que muitas das entidades com fins lucrativos ou ONGs que participam destas associações público-privadas são denunciadas por simples fachada para o desvio de milhões da educação infantil.

O mais irônico é que esta proposta de Guedes foi apresentada como parte de um suposto combate à desigualdade, ao ser questionado pela plateia sobre a agenda dos países para os jovens e o combate à desigualdade social. Não só na economia como na educação, recorre à velha e submissa defesa dos modelos americanos, da mesma forma que sempre faz Bolsonaro.

 

 

*Com informações do Esquerda Diário

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Não são só japoneses, indianos que repudiam Bolsonaro, ele é apontado no mundo todo como inimigo

Bolsonaro, em última análise, pode ser considerado o peido do planeta, pois aonde vai, é malquisto e representa o que há de mais retrógrado na civilização contemporânea, seja por instituições globais, países e povos.

Bolsonaro é uma tragédia e, com sua imagem deteriorada, arrasta a imagem do Brasil para o buraco e para o isolamento internacional.

É um psicopata com instintos selvagens, daí suas declarações estúpidas que inspiram outras ainda mais estúpidas, como a de Guedes em Davos, culpando os pobres pela devastação promovida por grileiros, madeireiros e outras milícias rurais pela devastação, com queimadas criminosas e desmatamentos que não cessam e, muito menos são combatidas pelo governo.

Bolsonaro é um cão raivoso que pode apanhar o que for que, na primeira oportunidade, vai atacar se não lhe colocar um focinheira. Não consegue se descolar da milícia carioca e, menos ainda, do seu passado de envolvimento com a pirataria rural formada por pistoleiros que exterminam índios e grileiros que, por sua vez, expulsam comunidades que formam o povo da floresta.

O sujeito é mau, não conseguiu sequer passar de tenente, arranjou uma patente de capitão depois que o exército, a fórceps, arrancou-lhe a farda. Agora vê generais saudosos da ditadura rendidos aos encantos de alguém que nem as Forças Armadas aturaram como soldado que conseguiu, no máximo, o apelido de cavalão.

Essa é a honraria do sujeito que preside o país e que, por conta desses generais de mercado que vivem do fetiche da guerra fria como velhotes saudosos da virilidade juvenil, perdem a noção da própria condição atual e fazem discursos que beiram à demência senil.

Aqui não se fala somente do general tapado que vive dando tapas na mesa, Augusto Heleno não está sozinho nessa, Mourão é tão imbecil quanto, assim como Sérgio Etchegoyen e o hipócrita Villas Bôas, que fizeram parte da sabotagem para promover o golpe contra Dilma, como Jucá já havia pronunciado.

Então, o que esperar de um caldo desse em que um Ministro da Justiça e Segurança Pública como Moro, apresenta-se como combatente da corrupção e tráfico de drogas, sendo parte de um governo em que o presidente é envolvido até a medula com o cartel da milícia, fato sabido pelo mundo inteiro, que governa a cidade e o estado do Rio de Janeiro.

Não há panos quentes que façam com que a mídia segure tantas tragédias promovidas por Bolsonaro para salvar o projeto de desmonte do país impulsionado por Paulo Guedes.

O projeto tucano, apoiado pela mídia, era para ser executado por Aécio, aquele corrupto que disse que mataria o próprio primo antes de delatá-lo.

É dessa gente e desse meio que surge esse troço repudiado por japoneses, por indianos e até por grandes capitalistas no mundo por ser frontalmente contrário a uma agenda global de desenvolvimento sustentável menos predador ao menos na aparência.

Então, dizer que povo A ou povo B repudia Bolsonaro, é chover no molhado. Surpresa seria se ele fosse benquisto em algum canto do planeta que não fosse a Casa Branca na qual ele se comporta como garçom de Trump.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro, de quem a palavra de hoje não vale amanhã e desmente a de ontem, lançou Moro à presidência para 2022

Quando se vê o colunismo contratado por Bolsonaro tentando colar com cuspe a aliança entre Bolsonaro e Moro, é porque ficou evidente que o que sustenta Bolsonaro ou ao menos o sustentou até aqui, é o ódio e não eleitores, muito menos eleitores fieis.

É nítido que, diante de tantos escândalos internacionais de Bolsonaro, fazendo o Brasil se tornar um pária, somado ao que já pipocou sobre suas relações criminosas de próprio punho com um imenso laranjal e nele uma relação parental com a milícia que comanda a mais alta cúpula da bandidagem carioca, seu eleitorado tenha se mostrado mais efêmero do que se imaginava.

Não é exatamente uma surpresa a migração do eleitorado tucano, no caso da última eleição, do eleitorado de Aécio, para o mundo encantado do baixo clero miliciano de Bolsonaro. Essa gente estava aí perdida com sangue nos olhos por ter amargado a quarta derrota política e suas posições de repúdio a pobres, negros e, com Bolsonaro, ganhou outros fermentos para fazer um pacote de iras que pudesse impulsionar qualquer candidato que freasse os avanços no debate sobre os direitos das minorias.

A guerra entre Bolsonaro e Moro, como se viu nas redes sociais, foi uma covardia. Moro massacrou Bolsonaro não exatamente pela estrela de Moro, mas pelo desgaste de Bolsonaro diante do seu eleitorado, que fingia estar casado com ele na alegria e na tristeza, na saúde e na doença e outros clichês do divino juramento.

O que ali foi revelado é um eleitor esbaforido por passar um ano cercando frango para justificar o injustificável festival de lambanças promovido por Bolsonaro em todas as áreas do governo, com desculpas que sabiam ser esfarrapadas, vindas do, também esfarrapado, astrólogo Olavo de Carvalho, vocalizadas pelo escritório do ódio comandado por Allan dos Santos sob a batuta dos filhos de Bolsonaro, principalmente por Carlos e Eduardo.

O fato é que a fake news, usada como estratégia na campanha de Bolsonaro, perdeu sua eficácia, em parte pelo abuso dessa prática criminosa e também pela própria incapacidade do governo de dar respostas concretas à sociedade brasileira dos seus problemas cotidianos que só se agravaram.

As pautas de Paulo Guedes ultraneoliberais, que são tucanas na essência, foram extremamente respaldadas pela mídia, porque atendem ao mesmo patrão do baronato midiático, o sistema financeiro, especuladores, rentistas, enfim à plutocracia.

Assim, Bolsonaro foi fazendo a impaciência silenciosa ou não confessada de seus eleitores que migraram do tucanato para o baixo clero para que, na primeira oportunidade, o chamasse de traidor, aproveitando a guerra entre ele e Moro, que é parte do governo, mas que os bolsonaristas de ocasião que são a quase totalidade de seu rebanho, vissem ali a oportunidade de expurgar um furúnculo com a justificativa de apoiar Moro e a Lava Jato em nome da velha falsa moral e do combate à corrupção.

Isso é muito pouco para sustentar Moro, até porque o último resultado divulgado do ranking internacional sobre a percepção da corrupção foi um soco no estômago dos hipócritas, porque fez o Brasil piorar 17 posições, mostrando que o combate à corrupção de Moro não passa de um slogan saído de alguma agência de marketing.

Isso abre uma nova perspectiva para que o país volte a respirar um mínimo de civilidade em 2020 com uma frente de esquerda capaz de unir o fragmentado campo progressista em torno de pautas concretas que se sobreponham ao receituário de ódio pelo ódio que se transformou em obelisco de uma direita sem projetos e, muito menos capaz de governar o país.

Bolsonaro, nesse seu vai e vem em relação à pasta da Segurança Pública, anunciando que a tiraria das mãos de Moro e depois recuando da decisão, desdizendo o que disse, acabou não só lançando a candidatura do xerife de Curitiba para 2022, como deu oportunidade aos bolsonaristas de dizerem que estão de saco cheio com o ex-mito e exorcizá-lo de seu corpo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Economia

Raio X do Caged: A falsa comemoração de números trágicos de emprego, por Luis Nassif

A toda crise aguda se segue um processo rápido de recuperação, a menos que seja provocado por descontroles nas contas externas.

As manchetes foram vibrantes: “Brasil gera 644 mil empregos formais em 2019, melhor resultado em 6 anos”

Reflete dois fenômenos. O primeiro, a necessidade de destacar notícias positivas na economia. A segunda, a queda brutal da dimensão das expectativas no país.

Compare a euforia de Rogério Marinho, braço direito de Paulo Guedes, no Twitter. Agora, debruce-se sobre o quadro real.

A toda crise aguda se segue um processo rápido de recuperação, a menos que seja provocado por descontroles nas contas externas. No caso brasileiro, a recuperação não ocorreu até hoje. A tragédia econômica é fruto dos gênios das finanças, Joaquim Levy, Henrique Meirelles e Paulo Guedes.

Em comum, os três colocaram em prática a mesma receita econômica, de proceder a choques fiscais, tarifários, sem deixar a economia com nenhuma alavanca de crescimento.

Vamos a outras maneiras de ler os dados.

O CAGED mede o emprego formal no Brasil.

Em 2019, houve a criação de 644.029 empregos formais, daí a manchete retumbante. O setor que mais empregou foi Serviços; o que menos empregou foi a Administração Pública.

Mas se esticar a análise para 2014, percebe-se o tamanho da tragédia brasileira. De lá para cá houve a redução de 1.314.571 empregos formais. Desse total, a Indústria de Transformação – aquela com mais efeito multiplicador na economia – desempregou 1.094.1253 pessoas. Dos 8 setores da economia, 5 registraram saldo negativo e em apenas 3 a geração de empregos foi positiva.

https://i0.wp.com/jornalggn.com.br/sites/default/files/2020/01/raio-x-do-caged-a-falsa-comemoracao-de-numeros-tragicos-de-emprego-por-luis-nassif-caged02.jpg?w=580&ssl=1

Mas não apenas isso. De 2014 para cá, a PEA (População Economicamente Ativa) aumentou 7,23%. Para manter o mesmo nível de 2014, o estoque de empregos formais deveria estar em 41,7 milhões de carteiras assinadas: está em apenas 39 milhões, ou 6,54% abaixo de onde deveria estar.

Medindo-se apenas o estoque total de emprego, sem o indexador de crescimento da PEA, percebe-se que houve uma recuperação do emprego formal, a partir de 2016. Mas com a nova lei trabalhista, houve queda no estoque total. A diferença foi para a informalidade.

Nessa composição negativa, o baque maior, além da Indústria de Transformação, foi na Construção Civil.

Quando se abre pelos subsetores, percebe-se que o maior dinamismo veio do comércio ou de empresas de serviços.

Mas o ponto central de comparação é quando se junta, pelo IBGE, os dados de desemprego e precarização do trabalho. Ai a tragédia se completa, e a relação sobre a Força de Trabalho salta de 23,7% em 2014 para 47,7% em 2019.

 

*Com informações do GGN

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Dilma detona Paulo Guedes: entreguista!

A ex-presidente Dilma Rousseff diz que o governo Bolsonaro está jogando a pá de cal no desmonte das empresas nacionais promovido pela Lava Jato.

“Bolsonaro desfecha novo golpe contra empresas nacionais. Política de destruição do setor se aprofunda com abertura do mercado a empresas estrangeiras, anunciada pelo ministro da Economia, na Suíça”, afirmou.

Ontem, em Davos, Paulo Guedes anunciou que acabará com qualquer medida que garanta a preferência nas contratações feitas pelo poder público no Brasil.

Guedes, mais tarde, usou o mesmo argumento da Lava Jato. “Vai acabar com a corrupção”, afirmou, como se empresas estrangeiras fossem dirigidas por anjos.

Em janeiro de 2017, no governo Temer, a Petrobras decidiu convidar apenas estrangeiras para participar da licitação para a construção da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), projetada para receber o gás natural produzido no pré-sal da Bacia de Santos.

Um levantamento realizado pelo DCM mostrou que todas elas já tinham sido denunciadas por corrupção.

É o caso da norte-americana Bechtel Corporation, a quarta por ordem alfabética da lista da Petrobras, que tinha se declarado culpada num processo por corrupção.

O então vice-presidente foi condenado a 42 meses de prisão, por ter pago 5,2 milhões de dólares em propinas para manipular o processo de licitação para contratos de energia com uma estatal do Egito.

A inglesa Amec Foster Wheeler tinha sido acusada pelo Comitê de Proteção do Petróleo do Azerbaijão de operar “com violações da lei”. A acusação principal era a de não respeitar regras trabalhistas no país e sonegar impostos.

A proteção a empresas nacionais é uma prática comum no mundo desenvolvido. Em 2017, por exemplo, quando autorizou a construção de dois oleodutos nos Estados Unidos, Donald Trump assegurou que as compras deveriam ser feitas em empresas instaladas no território americano.

“Insisto em que, se vamos construir oleodutos, que as tubulações sejam construídas nos Estados Unidos”, disse. “Vamos construir nosso próprio oleoduto, nossos próprios canos, como nos bons tempos”, acrescentou.

Para Dilma Rousseff, o anúncio de Paulo Guedes representará menos empregos no Brasil e mais empregos no exterior.

“É a pá de cal no desmonte promovido pela Lava Jato na engenharia nacional”, escreveu em sua página no Facebook. “Pior. O governo abre mão de ter uma política de compras públicas que leve em conta os brasileiros. A concorrência pode estrangular diversos setores empresariais”, finalizou.

No último ano de normalidade de seu governo, em 2014, o Brasil teve a menor taxa de desemprego da história do Brasil — menos de 5%, hoje está acima de 11%.

Depois de 2014, com o movimento político em curso para derrubá-la, a economia foi inviabilizada, e a então presidente não conseguiu aval do Congresso para fazer os ajustes necessários.

Os brasileiros mais pobres pagaram a conta.

E agora vão pagar de novo, caso o governo Bolsonaro leve adiante sua proposta de dar o mercado brasileiro de presente para os tubarões do capitalismo mundial.

 

 

*Joaquim de Carvalho – DCM

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Tratar investidores internacionais como idiotas, culpando os pobres pelo desmatamento, foi a maior burrice de Guedes

Paulo Guedes, em Davos, achou que estava num clube militar falando para abestados que tratam a questão ambiental com piadinhas e preconceitos, como fez Bolsonaro na Hebraica contra índios e quilombolas.

Imaginou que, culpando os pobres pelo desmatamento no Brasil, arrancaria da plateia risadinhas, aplausos e gritos de “mito”, como ocorreu com Bolsonaro em 2018 no interior do clube da Hebraica no Rio de Janeiro.

A conexão entre grilagem e desmatamento é o grande problema do Brasil que se agravou muito com a chegada de Bolsonaro à Presidência totalmente comprometido com os criminosos da floresta.

Disso o mundo inteiro já sabe.

Os donos das terras são os que desmatam. Gente rica, violenta e perigosa, mas sobretudo aliada política de Bolsonaro.

Como isso é feito, por quem, a quais interesses serve e quais são as consequências sociais e ambientais desse crime incentivado pelo governo Bolsonaro, também já é sabido pelos investidores internacionais que estão se negando a investir no Brasil enquanto Bolsonaro não parar de incentivar a depredação da natureza.

Guedes desrespeitou o Fórum com sua tola acusação de que ‘a fome provoca nos pobres a necessidade de cometer crimes ambientais para sobreviverem’.

É muita falta de seriedade de um governo que trata o mundo como uma população de bobocas quando todos em Davos sabem os valores de quem destrói a teia da vida, ao tornar a vida de povos tradicionais e a natureza produtos baratos e, muitas vezes, desprezíveis na grande cadeia econômica que o desmatamento predatório incentivado por Bolsonaro produz.

O desmatamento é um dos mais graves problemas ambientais da atualidade, pois, além de devastar as florestas e os recursos naturais, compromete o equilíbrio do planeta em seus diversos elementos, incluindo os ecossistemas, afetando gravemente também a economia e a sociedade.

Mas Paulo Guedes achou por bem tratar essa, que é a principal agenda da economia global em Davos, com galhofa e sentiu o amargo do refluxo contra seu discurso e quanto isso pode custar ao Brasil.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Governo Bolsonaro passou a defender ‘agressividade sobre a natureza’, diz especialista

O Fórum Econômico de Davos começa nesta terça-feira (21) e a questão ambiental será abordada em mais eventos do que os temas econômicos. O presidente Bolsonaro se recusou a ir a Davos, e é o ministro da Economia, Paulo Guedes, quem representa o Brasil no Fórum.

Na edição deste ano, o relatório produzido pelo centro de estudos que organiza o Fórum elencou os eventos climáticos, a perda de diversidade e incidentes como vazamentos de petróleo e contaminação radioativa, como as maiores preocupações a serem debatidas.

O economista e professor de Economia Ecológica da Universidade Federal do Ceará, Fábio Sobral, em entrevista à Sputnik Brasil, declarou que o presidente Jair Bolsonaro teve uma participação “insuficiente” no Fórum de Davos no ano passado e o tema ambiental deve tê-lo feito se afastar para enviar jogar o ministro Paulo Guedes.

“O Brasil ficou marcado internacionalmente como um país que passou a desrespeitar a natureza, a permitir a não punir as agressões a ambientalistas, nações indígenas, aos defensores do meio ambiente. E também ficou marcado pelas falas do presidente ao atacar Greta Thunberg, e também atacar Leonardo DiCaprio, e organizações não-governamentais, quando tais organizações foram acusadas de atearem fogo contra a Floresta Amazônica, em declarações absurdas, descontroladas”, afirmou.

“Eu acho que esse governo perdeu o senso da realidade. Ele passa a discutir o mundo de uma maneira agressiva, passa a defender a agressividade sobre a natureza”, acrescentou o especialista.

De acordo com o economista Fábio Sobral, o descaso do Brasil com o meio ambiente contradiz a ideia de enviar Paulo Guedes com um propósito de vender o Brasil para grandes investidores, tendo em vista as tendências do mercado de dar atenção aos problemas climáticos.

“Ele [Bolsonaro] e o ministro Ricardo Salles desenvolvem um programa de abandono da proteção ambiental, de desmonte dos órgãos de fiscalização, de favorecimento do setores desmatadores do meio ambiente, e aí ele coloca o Paulo Guedes como alguém que vai ‘vender o Brasil para grandes investidores'”, disse.

Fábio Sobral destacou que o Brasil tem se afastado cada vez mais das “regras da própria existência do mercado internacional, que passa a exigir cada vez mais a responsabilidade ambiental”.

“O funcionamento da economia a partir dos próximos anos será cada vez mais desenhado pela questão ecológica. Se você devasta um rio, a possibilidade dos gastos posteriores com esta devastação de um rio, de uma floresta, que são extremamente necessários para o funcionamento da natureza [..] isso traz tamanhos gastos e prejuízos, que lidar hoje com a economia sem compreender o papel da natureza é um suicídio”, frisou o economista.

 

 

*Com informações do Sputnik

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Intercept, em novo vazamento, revela as relações promíscuas entre Mainardi, do Antagonista, e Dallagnol

‘Tentemos ser generosos, rs’

Lava Jato usou site O Antagonista para interferir na escolha do presidente do Banco do Brasil – e a parceria entre os dois não começou aí

Mensagens secretas da Lava Jato

Site parou de publicar notícias sobre escândalo de corrupção a pedido de Dallagnol e procurou MPF para saber quem apoiar na sucessão de Janot.

Procuradores da Lava Jato agiram politicamente – usando o site O Antagonista como porta-voz – para interferir na escolha do presidente do Banco do Brasil no governo Bolsonaro. Em fins de 2018, a força-tarefa municiou com documentos o site comandado pelos jornalistas Diogo Mainardi, Mario Sabino e Claudio Dantas para alimentar notícias que evitassem que o ex-presidente da Petrobras Ivan Monteiro ocupasse a presidência do banco. Monteiro era o nome mais forte entre os cotados para assumir o BB, uma escolha do ministro da Economia Paulo Guedes – a ele era dado o crédito por ter salvado as contas da Petrobras.

O caso é o exemplo mais escandaloso de uma relação promíscua entre o grupo comandado por Deltan Dallagnol e os jornalistas do Antagonista – mas nem de longe o único, como mostram as conversas no aplicativo Telegram que foram entregues ao Intercept por uma fonte anônima e fazem parte da série Vaza Jato, que já publicou 84 reportagens em parceria com os veículos Folha de S. Paulo, El País, Bandnews FM, Veja, BuzzFeed News, Agência Pública e UOL.

A leitura das conversas deixa claro que a Lava Jato e O Antagonista se veem como parceiros. O site abre mão da função primordial do jornalismo – fiscalizar o poder e os poderosos, aí incluídos procuradores e juízes – e recebe em troca informações em primeira mão. Os procuradores também interferiram, ao menos uma vez, diretamente na direção editorial do site.

O comentarista Diogo Mainardi, dono e editor do site, acatou pedido de Dallagnol e parou de publicar notícias sobre um escândalo de corrupção que envolvia a Mossack Fonseca, um escritório de advocacia suspeito de abrir empresas offshore no Panamá.

Mainardi também deu dicas de investigação a Dallagnol, que seguiu as pistas do comentarista e em seguida informou-o – em tom lamentoso – de que o caso estava fora da alçada da operação.

Em outro caso, os diálogos mostram também que a Lava Jato acreditou num boato repassado por Claudio Dantas para pedir – sem autorização da justiça – a quebra do sigilo fiscal de uma nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2016. Para isso, os procuradores acionaram informalmente um contato na Receita Federal. Nada foi encontrado contra ela, que jamais foi indiciada ou acusada de crimes.

Em troca do jornalismo chapa-branca, Dallagnol passava informações privilegiadas ao site. Isso fica claro numa mensagem num chat privado de 30 de agosto de 2018, em que o procurador diz o seguinte, ao entregar em primeira mão a Claudio Dantas dados que haviam sido pedidos pelo jornal El País: “Nao estamos passando pra mais ng agora”. Tratava-se de uma resposta da operação a um depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran, um crítico da Lava Jato, na Espanha.

Nos diálogos, Claudio Dantas se mostra um bom parceiro dos servidores públicos que, pela ética da profissão, ele deveria fiscalizar. O jornalista perguntou aos procuradores, em junho de 2017, quem a Lava Jato apoiaria na eleição da categoria para o cargo de procurador-geral da República, o chefe do MPF, o Ministério Público Federal. Dantas desejava se alinhar aos procuradores para, em suas palavras, “apoiar [o nome] certo”. Em resumo: o editor do site queria entrar em campanha com a Lava Jato.

Fundado por jornalistas que ajudaram a dinamitar a credibilidade da maior revista semanal do país, a Veja – ao torná-la um panfleto antipetista e ingrediente crucial na crise que afundou a editora Abril –, O Antagonista é bancado pela Empiricus, uma consultoria de investimentos que espalha panfletos catastrofistas (e habitualmente furados) em busca de clientes e já foi multada por propaganda enganosa.

Mesmo com tal currículo, o site se tornou porta-voz da Lava Jato e, principalmente, de Sergio Moro. A própria Veja, em uma carta ao leitor publicada em julho do ano passado, fez uma autocrítica pela fase em que alçou Moro à condição de herói nacional imune a críticas. Na mesma edição, a revista publicou reportagem em parceria com o Intercept mostrando ilegalidades cometidas pelo então juiz da Lava Jato.
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Claudio Dantas e Sergio Moro em entrevista do ministro a O Antagonista realizada em dezembro de 2019. GIF: Reprodução/YouTube/Canal O Antagonista

‘a hora de lembrar deles’

Uma batalha silenciosa estava em curso no embrionário governo de transição de Jair Bolsonaro nos últimos dias de novembro de 2018. Em disputa, a presidência do Banco do Brasil. Paulo Guedes, o “super-ministro” da Economia, gostaria de entregar o cargo a Ivan Monteiro, então presidente da Petrobras. Mas a preferência do “posto Ipiranga” incomodava a “área política” do então futuro governo – comandada por Onyx Lorenzoni, ex-deputado federal e atual chefe da Casa Civil do Planalto.

O político do DEM gaúcho era o então chefe da equipe de transição governamental. Lorenzoni e Dallagnol eram muito próximos. Quando deputado, foi Lorenzoni que encampou e relatou as Dez Medidas contra a Corrupção na Câmara, gestadas por Dallagnol e que se tornaram uma obsessão dele. Nem a certeza de que o político estava envolvido em corrupção, como mostramos em agosto, afastou o procurador do ex-deputado.

As mensagens trocadas via Telegram não deixam claro porque – e, questionado a respeito, Dallagnol se recusou a responder –, mas no fim de tarde de 21 de novembro de 2018 ele enviou ao grupo do Telegram Filhos do Januario 3 uma reportagem da Folha que citava a insatisfação de Onyx Lorenzoni com o então presidente da Petrobras Ivan Monteiro. O procurador acionou os colegas em busca de informações que pudessem desabonar Monteiro.

21 de novembro de 2018 – Grupo Filhos do Januário 3

Deltan Dallagnol – 17:55:49 – Caros, o que temos do Monteiro mesmo?
Dallagnol – 17:56:04 – https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/11/nomeacao-de-monteiro-para-bb-enfrenta-resistencia-da-area-politica-de-bolsonaro.shtml
Athayde Ribeiro Costa – 17:56:49 – De concreto nada: mas uns manuscritos apreendidos com Bendine sao mt suspeitos
Dallagnol – 17:58:04 – Vc consegue identificar? Se forem públicos, essa é a hora de lembrar deles
Dallagnol – 17:58:15 – Se SUPRIMIDO ou alguém puder separar seria ótimo
Jerusa Viecili – 17:58:20 – https://www.oantagonista.com/brasil/presidente-bolsonaro-pergunte-moro-quem-seria-o-ivan/
Costa – 17:58:34 – Ja pedi pra levantar
Viecili – 17:58:46 – antagonista é mais rapido
Viecili – 17:58:49 – hehehe
Dallagnol – 17:59:25 – kkk
Dallagnol – 17:59:43 – Tem mais coisa Tatá?
Costa – 17:59:43 – Mas tem outrso
Dallagnol – 17:59:47 – boua
Costa – 17:59:52 – mando dps
Januário Paludo – 18:01:02 – Noticia velha. https://www.oantagonista.com/brasil/exclusivo-ivan-monteiro-e-carta-fora-baralho/
Viecili – 18:02:10 – hahahahaha
Viecili – 18:02:28 – já caiu graças aos manuscritos que Isabel e eu encontramos na casa do bendine
Costa – 18:02:38

Bendine e Monteiro são próximos. Mas Monteiro – que foi levado à petrolífera por Bendine e chegou a presidi-la durante o governo Temer – jamais foi indiciado ou acusado de cometer qualquer crime pela Lava Jato. Após ordenar a assessores a busca pelos documentos, Dallagnol enviou quatro arquivos a Claudio Dantas, do Antagonista, que vinha em campanha aberta para que Monteiro não tivesse assento no governo Bolsonaro.

Àquela altura, como deixam claro os diálogos, O Antagonista já publicara várias notas tentando implodir a nomeação de Monteiro no governo Bolsonaro – boa parte delas assinadas por Claudio Dantas. Ainda que o procurador Januário Paludo acreditasse que o então comandante da Petrobras era carta fora do baralho, Dallagnol preferiu se precaver. Na madrugada, o procurador voltou a abastecer o jornalista:

Dantas, no fim das contas, nunca postou o material que Dallagnol lhe enviou para incriminar Monteiro. Não seria preciso. Àquela altura, Guedes já escolhera Rubens Novaes para comandar o Banco do Brasil, como informou a Folha. A ala política comandada por Onyx Lorenzoni, o amigo de Dallagnol, venceu. Com ajuda da Lava Jato.

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‘Claudio Dantas que me passou a informação’

A força tarefa preparava, no início de 2016, seu passo mais ousado até ali: a fase da operação que obrigaria Lula a prestar depoimento no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Nos primeiros dias de janeiro, a operação receberia de Claudio Dantas uma informação que, mesmo desacompanhada de provas, levou os procuradores a fuçar sem autorização judicial os dados fiscais de Marlene Araújo Lula da Silva, nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo as conversas, Dantas disse ao procurador Januário Paludo, um dos veteranos da Lava Jato, que Marlene teria recebido da empreiteira OAS um imóvel no novo terminal de passageiros do aeroporto internacional de Guarulhos. A fé da Lava Jato em seus porta-vozes na imprensa bastou para que Paludo dissesse aos colegas que pediria informalmente à Receita Federal – ou seja, sem controle judicial – uma devassa na vida de Marlene, como Intercept e Folha de S. Paulo já mostraram.

13 de janeiro de 2016 – Grupo 3plex

Januário Paludo – 15:31:00 – Olá meninos. Acabei de chegar em Curitiba. Estou quebrado por que vim de carro. Amanhã de manhã estarei aí. Conseguiram poder para o Jonatas fazer a pesquisa da nota do lula?
Julio Noronha – 15:32:13 – Oi Januário! Que bom que você chegou! Estamos ansiosos por sua volta!!!1
Athayde Ribeiro Costa – 15:32:31 – estamos com sauddes januario
Noronha – 13:32:41 – Pesquisa sobre a Marlene?
Paludo – 16:02:44 – Isso
Paludo – 16:02:44 – Marlene lula da Silva. Tem que ver a dói com nome de solteira.
Paludo – 16:03:14 – E aquisição em guarulhos aeroporto.
Noronha – 16:04:53 – Vou pedir aqui agora
Paludo – 16:06:54 – A oas teria doado. E foi quem fez a obra de ampliação.v
Paludo – 16:07:41 – Acho que se a informação for quente temos uma boa probabilidade.
Paludo – 16:08:24 – Pode ter sido mera concessão de área.
Paludo – 16:09:15 – Hoje o local estaria locado para o restaurante Rascal.
Noronha – 16:09:22 – Maravilha! Pode ser uma boa mesmo
Paludo – 16:09:50 – O Claudio Dantas que me passou a informação.

‘suspenda informações’

No final de dezembro de 2015, O Antagonista publicou quatro notas que colocavam empresas offshore no rol de suspeitos da Lava Jato – leia aqui, aqui, aqui e aqui. Não se tratou de uma investigação jornalística do site – notório pelas notas telegráficas e publicações no estilo “Fulano de tal foi ao Twitter para…” –, mas de um vazamento de inquéritos em andamento na Polícia Federal, como ficaria claro pela reação dos procuradores.

Horas depois da última nota publicada, um dos diretores do site, Diogo Mainardi, recebeu mensagens de Dallagnol pelo Telegram. O coordenador da Lava Jato queria que o site parasse de publicar notícias sobre offshores “em benefício do interesse social da investigação”. O procurador se arvorava o direito de definir o que era melhor para a sociedade e, em troca, acenava com a promessa de informações exclusivas no futuro.

 

*Matéria continua no https://theintercept.com/2020/01/20/lava-jato-antagonista-deltan-parceria/

 

 

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A Cara da Impunidade

No Brasil, o ódio cresce a olhos vistos. As relações entre pastores evangélicos, policiais e milícias ficam cada vez mais evidentes.

As instituições, assim como a mídia, seguem fazendo cálculos econômicos da situação do país e, enquanto Bolsonaro mantiver esse modelo em que os recursos públicos e as reformas são destinados a beneficiar a elite econômica do país, sua impunidade estará garantida.

Se por um lado, entende-se que Bolsonaro não é causa e sim consequência de uma elite econômica do setor público e privado, por outro, não se tem a mais vaga ideia de qual o tamanho desse buraco e o quanto o comando desse sistema fascista, que tem como brasão a suástica neoliberal, está disposto a se aprofundar.

Há uma nítida falência institucional no Brasil, porque todo o sistema dentro do Estado está rendido e cooptado pela lógica do grande capital, por isso a prioridade de Bolsonaro é alimentar as grandes corporações. O resto, o resíduo, a sobra e as migalhas são destinados ao restante da sociedade.

Grosso modo, essa é a cartilha que Paulo Guedes apresentou a Bolsonaro para que o fantoche se mantenha de pé, blindado em casos escabrosos como o de Queiroz, o assassinato de Marielle e os esquemas cotidianos de corrupção revelados até pela mídia subalternizada pelo mercado dentro do governo.

O último e talvez o mais perigoso seja o da Secom, porque se parece muito com a máquina de propaganda nazista que usava os recursos públicos para fortalecer a imagem de Hitler, ao mesmo tempo em que se envolvia em pesados esquemas de corrupção.

Fica difícil afirmar aonde fica o rabo e o focinho desse monstro que a elite criou para entregar não só a cabeça dos trabalhadores na bandeja, segregar ainda mais os pobres e miseráveis, mas entregar as riquezas naturais, que são patrimônio do povo, a corporações transnacionais, seja em terras indígenas, como prepara Bolsonaro um novo ataque a terras demarcadas, seja tirando da Petrobras o direito de ter a preferência nos leilões do pré-sal.

Daí a impunidade de Bolsonaro, daí a percepção da sociedade de que o Brasil, do ponto de vista institucional, está à deriva, imóvel, sem mostrar qualquer sombra de reação contra o que assistimos e que tem apavorado cada vez mais o mundo.

Mas parece que a embriaguez é tanta, inclusive dos generais que o rodeiam, pela certeza da impunidade, que esse totalitarismo, que envolve corrupção e crimes, não se intimida nem com o isolamento internacional do Brasil que cresce a olhos vistos.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Paulo Guedes provoca um apagão no INSS

Em junho passado, o ministro Paulo Guedes apresentou uma fórmula mágica para reduzir gastos. Ele informou que o governo deixaria de fazer concursos para substituir os servidores que se aposentam.

“Nas nossas contas, 40% dos funcionários públicos devem se aposentar nos próximos cinco anos. Então você não precisa demitir. Basta desacelerar as entradas que o excesso vai embora”, explicou.

No discurso de Guedes, a medida ajudaria o governo a equilibrar o caixa e alcançar o sonhado trilhão de reais. No mundo real, produziu um colapso administrativo e ressuscitou a fila do INSS.

Só no ano passado, o órgão perdeu mais de seis mil servidores. A debandada era prevista desde que a reforma da Previdência começou a tramitar no Congresso. Agora a falta de quadros é usada para justificar o apagão no atendimento.

Quase dois milhões de brasileiros esperam respostas do INSS. Além dos pedidos de aposentadoria, estão parados processos de auxílio-doença, licença-maternidade e benefício de prestação continuada.

Ontem Jair Bolsonaro anunciou a convocação de militares da reserva, que receberão adicional de 30%. Além de não resolver o problema, o presidente vai aproveitar a crise para fazer outro agrado à sua base eleitoral.

O governo não se preparou porque não quis. Há cinco meses, as procuradoras Eliana Pires Rocha e Anna Paula Coutinho pediram à Justiça Federal que obrigasse o INSS a preencher as vagas ociosas. A ação apontava a necessidade de oferecer “atendimento digno” e o risco de “sucateamento” da Previdência”.

Como nada foi feito, as filas continuaram a crescer. “A situação aqui é dramática. As reclamações estão se avolumando, e as pessoas não sabem a quem recorrer”, relata o procurador Julio José Araújo Junior, que atua na Baixada Fluminense.

Em agosto, ele abriu inquérito para apurar a pane nas agências. Sua clientela é composta de gente pobre, que depende dos benefícios para sobreviver. “As respostas têm sido muito insatisfatórias. Ninguém assume a responsabilidade pelas filas”, conta.

 

*Bernardo de Mello Franco/O Globo