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Bolsonaro é pego em nova mentira ao dizer que que pode ser alvo de impeachment se vetar fundo eleitoral de 2 bilhões

Depois de fazer a cena ridícula do presidente austero, o pai de Flávio Bolsonaro (aquele que votou sem querer querendo para papar a grana) solta essa pérola, a de que pode ser alvo de impeachment se vetar fundo eleitoral de 2 bilhões.

Bolsonaro disse que ainda “não tomou uma decisão” sobre a sanção ou veto ao fundo público para financiamento de campanhas, mas vê risco de cometer crime de responsabilidade se modificar o valor do fundo, hipótese que pode levar a um processo de impeachment, e citou a necessidade de “preparar a opinião pública”.

Ele deve achar que todo mundo é bolsonarista e faz parte de seu rebanho de teleguiados.

Mas ele vem com o lero-lero de que “Se você for ler o artigo 85 da Constituição, se eu não respeitar a lei, eu estou incurso em crime de responsabilidade”

Quer dizer que só agora ele foi avisado disso.

Quem avisou, Queiroz ou Adélio?

Ele finge esquecer que o valor de R$ 2 bilhões para o fundo foi sugerido pelo próprio governo ao enviar para o Congresso o projeto do Orçamento de 2020.

 

*Da redação

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Freixo: Bolsonaro despachava no gabinete de Flávio e Queiroz às sextas

“Jair Bolsonaro, às sextas-feiras, quando deputado federal, era assíduo frequentador do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa. Trabalhava de lá. Ele sempre controlou os mandatos dos filhos com pulso muito forte. Inclusive havia um rodízio de pessoas e parentes entre os gabinetes. Há indícios de que esse vínculo criminoso com ex-policial Fabrício Queiroz não começa, nem termina com Flávio, mas envolve toda família.”

A declaração é do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que foi colega de legislatura de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio e presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito das Milícias, na mesma casa, em 2008. Ele afirma que a instalação de uma CPI das Milícias no Congresso Nacional ganhou força após a operação do Ministério Público do Rio de Janeiro envolvendo o primogênito do presidente da República e, hoje, senador, além do “faz-tudo” da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, e ex-assessores do gabinete de Flávio – entre eles, parentes da ex-esposa de Jair.

De acordo com o MP, há indícios de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro, organização criminosa.

“Bolsonaro ataca exatamente as instituições que investigam os crimes em que sua família estaria envolvida. O presidente trata o caso como “pequeno”. Mas não é o presidente que determina o tamanho da denúncia contra seus filhos, mas os órgãos que o investigam – órgãos, esses que ele ataca para que não investiguem seus filhos”, diz Freixo.

Para ele, que ainda tem que andar escoltado por ter presidido essa CPI, se dinheiro público foi parar nas mãos de um chefe de um grupo de extermínio como o “Escritório do Crime”, acusado de envolvimento na execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o caso é de cadeia. “Daí, torna-se necessário perguntar: onde realmente ficava o Escritório do Crime?”

Como você avalia as acusações do presidente Jair Bolsonaro ao Ministério Público do Rio de Janeiro, de servir aos interesses do governador Wilson Witzel, em resposta às investigações envolvendo seu filho, Flávio?

A família Bolsonaro está envolvida com o que há de pior no Rio de Janeiro, que são as milícias. O nome Bolsonaro, hoje, mais do que um laço familiar, é um laço criminoso. Isso precisa ser muito bem investigado. O descontrole do presidente com os jornalistas, na frente do Palácio da Alvorada, na manhã desta sexta, combina com a gravidade da denúncia contra a sua família.

Bolsonaro se elege dizendo que não fazia parte da política. Por isso, sempre atacou o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público, todas as instituições, para criar uma ilusão de que estava fora da política. Mas nunca esteve, pelo contrário, fazia parte da pior política possível – que é a política do toma-lá-dá-cá, da corrupção, do desvio de dinheiro público, do vínculo com o crime.

Ele ataca exatamente as instituições que investigam os crimes que sua família estaria envolvida. O presidente trata o caso como “pequeno”. Mas não é o presidente que determina o tamanho da denúncia contra seus filhos, mas os órgãos que o investigam – órgãos, esses, que ele ataca para que não investiguem seus filhos.

Esse vínculo com crimes do qual você fala incluem vínculos com milícias?

O Ministério Público diz que Flávio Bolsonaro é chefe de quadrilha. E um comandante dessa quadrilha é Queiroz, já tão conhecido da sociedade brasileira. Alguém que mexeu com milhões de reais em dinheiro ilícito vindo dos gabinetes da família Bolsonaro e tem ligação direta com milícia – e não sou eu quem está dizendo isso, mas o MP.

Uma das pessoas homenageadas por Flávio Bolsonaro, que contava com relações com o Queiroz, que tinha parentes empregados, inclusive como “laranjas”, dentro do gabinete do então deputado estadual, é Adriano Nóbrega, hoje, um foragido da Justiça por chefiar um grupo de extermínio. Jair Bolsonaro sempre defendeu as milícias. Mas, ao que parece, as relações são mais profundas do que isso.

Quem colocou Queiroz no cargo para comandar a quadrilha? Foi o Flávio, que tinha poucos anos de idade quando Jair conheceu o ex-policial ou foi o próprio presidente? Jair Bolsonaro, às sextas-feiras, quando deputado federal, era assíduo frequentador do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa. Trabalhava de lá. Ele sempre controlou os mandatos dos filhos com pulso muito forte. Inclusive havia um rodízio de pessoas e parentes entre os gabinetes. Há indícios de que esse vínculo criminoso com ex-policial Fabrício Queiroz não começa, nem termina com Flávio, mas envolve toda família.

Falar disso não é politizar o caso. Quem está politizando o caso é Jair Bolsonaro, tentando diminuir e impedir investigações e acusar os órgãos competentes para isso.

Você que já investigou milícias no Rio, o que significa a proximidade do gabinete de Flávio com o líder do Escritório do Crime?

Se as investigações comprovarem que dinheiro público – e é bom sempre lembrar que o dinheiro era público – foi parar nas mãos de Adriano Nóbrega através de gabinete de Flávio, daí torna-se necessário perguntar: onde realmente ficava o Escritório do Crime? Quem comandava o verdadeiro Escritório do Crime? Seria Adriano ou Bolsonaro. Pode ser que o verdadeiro Escritório do Crime não tenha Adriano como líder, mas o líder seja outro. Se dinheiro público foi parar nas mãos de um chefe de grupo de extermínio através da família Bolsonaro, isso é um caso de cadeia.

A gente está diante de uma crise muito grave na República brasileira. Não é admissível que uma família de políticos esteja envolvida com a milícia neste grau. É importante dizer que milícias comandam vasto território no Rio, fazem extorsão contra pessoas, é responsável por milhares de homicídios.

Quem colocou Queiroz lá? O Queiroz obedecia a quem de verdade? O Queiroz operou esses milhões em nome de quem? Por que esse cheque de R$ 24 mil, que Bolsonaro diz ser retorno de empréstimo de Queiroz, parou na conta da primeira-dama? Qual a relação que esse grupo tinha com a milícia em termos de domínio territorial? Se dinheiro foi mesmo para o Adriano Nóbrega, pagou quais serviços? Qual serviço que o Adriano poderia devolver à Família Bolsonaro?

O que o Congresso Nacional deve fazer diante dessas novas informações?

Já havia um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as milícias. Após o recesso parlamentar, isso vai ganhar força. Flávio Bolsonaro pedir no Supremo para não ser investigado é uma vergonha, uma confissão de culpa, praticamente. Não basta os elementos que mostram que a loja de chocolate do então deputado e, hoje, senador era usada para lavagem de dinheiro. Não dá para reduzir chamando de “rachadinha” apenas. É crime, é quadrilha, é grupo mafioso.

Fui presidente da CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio de janeiro. Em uma Comissão Estadual, você investiga a questão territorial. No Congresso Nacional, o principal é investigar relações políticas. Que redes políticas se elegem com essas milícias? A milícia é o único grupo criminoso que transforma domínio territorial em eleitoral, que tem projeto de poder político. Quando um grupo familiar alimenta e é alimentado por milícias, isso é uma ameaça democracia.

 

 

*Leonardo Sakamoto/Uol

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Seu Jair da casa 58 é o verdadeiro chefe de Queiroz

Em 2016, Donald Trump disse que nem um flagrante de homicídio abalaria a fidelidade de seus eleitores. “Eu poderia atirar em alguém no meio da Quinta Avenida e não perderia nenhum voto, ok? É incrível!”, gabou-se.

Ao que tudo indica, Jair Bolsonaro acredita dispor dos mesmos superpoderes. Só isso pode explicar o fato de o presidente ter se referido às investigações conduzidas pelo Ministério Público do Rio como “pequenos problemas”.

O presidente disse ontem que não tem “nada a ver” com o vaivém de dinheiro no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. É uma versão capenga, porque as principais decisões tomadas ali passavam pelo chefe do clã.

Jair é um velho parceiro de Fabrício Queiroz, apontado como operador da “rachadinha” do Zero Um. Quando os dois ficaram amigos, Flávio tinha apenas 3 anos. O ex-PM estava lotado no gabinete do filho, mas seu verdadeiro chefe era o pai.

“Conheço o senhor Queiroz desde 1984. Nós somos paraquedistas. Nasceu ali, e continua, uma amizade”, disse Bolsonaro quando o escândalo veio à tona. Em maio, ele contou que o amigo lhe pediu ajuda quando enfrentava “problemas” na polícia. “Aí ele começou a trabalhar conosco”, relatou, usando a primeira pessoa do plural.

Queiroz depositou R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. O presidente atribuiu os repasses a um empréstimo informal. Nunca explicou por que o ex-PM precisaria de sua ajuda financeira — de acordo com o Coaf, ele movimentou R$ 7 milhões em três anos.

O amigo de Bolsonaro recebeu ao menos R$ 203 mil da mãe e da mulher do miliciano Adriano da Nóbrega, hoje foragido da polícia. As duas estavam penduradas no gabinete do Zero Um, que condecorou o ex-capitão do Bope quando ele estava preso por homicídio. O dinheiro passou por contas de Adriano antes de ser devolvido a Queiroz.

De acordo com o Ministério Público, Flávio usava uma loja de chocolates para lavar dinheiro da “rachadinha”. Ontem ele citou o negócio para justificar uma série de repasses suspeitos. Segundo o senador, o sargento que depositou R$ 21,2 mil em sua conta gastou tudo com doces. Se atirasse em alguém na rua, Trump teria uma desculpa mais criativa.

 

*Por Bernardo Mello Franco (O Globo)

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O PM Chocólatra de Flávio Bolsonaro

Segundo a Época, o sargento da Polícia Militar Diego Ambrósio, que pagou um boleto de R$ 16,5 mil do apartamento de Flávio Bolsonaro, e foi um dos alvos da busca e apreensão de ontem feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, passou a quinta-feira em contato com o Bradesco, pedindo ao banco extratos que o permitam provar que ele não faz parte do esquema de desvio de dinheiro público de que Flávio é suspeito.

Em entrevista exclusiva à coluna de Guilherme Amado, enquanto mexia em 160 folhas de extratos fornecidas pelo banco, o chocólatra Ambrósio deu sua versão sobre o pagamento e sobre os repasses feitos por ele ao então deputado estadual e a dois ex-funcionários do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa.

Segundo ele, o pagamento do boleto foi um favor a Flávio, feito durante o churrasco de comemoração que eles faziam pelo resultado inesperado que o amigo tivera na eleição municipal de 2016.

Mas durante a entrevista, Ambrósio se enrolou e disse não se lembrar exatamente como foi reembolsado por Flávio, mas depois entrou em contato para informar ter lembrado que Flávio o pagou os R$ 16 mil em espécie, e ele usou o dinheiro para pagar contas de sua empresa de serviços de segurança, a Santa Clara.

O outro repasse, cujo valor ele não identificou, diretamente na conta da loja Kopenhagen de Flávio, teria sido referente à compra de panetones.

Ambrósio fala também de Fabrício Queiroz e da acusação de que ele intimidou moradores de Copacabana para contratar sua empresa de segurança: “Conheci logo o Queiroz, não tinha como uma pessoa conhecer o Flávio e não conhecer o Queiroz, porque o Flávio só tinha um motorista full time. Qualquer lugar a que o Flávio ia, era o Queiroz que ia. Não existia a possibilidade de a pessoa conhecer o Flávio e não conhecer o Queiroz.”

E segue: O Queiroz tinha um status, trabalha como motorista do Flávio, da família Bolsonaro, uma família que tinha grande chance de crescer dentro da política. Você vê ele [Queiroz] com um diferencial. Nesse meio tempo, o conheci, criei vínculo de amizade como criei com o Flávio, porque a relação com Flávio e Queiroz era junto. Estavam juntos. Não tinha como chamar o Flávio e não ver o Queiroz.

É, logo ali na esquina. Falei: “Flávio, 2016 e a gente sair de uma festa para pagar uma conta, está de sacanagem? Paga no seu telefone”. Ele falou que o aplicativo dele não conseguia, porque para pagar tem de ter autorização. Aí nós estávamos nessa confraternização do fim de campanha, tomando uma cerveja, comendo um churrasco, e eis que ele me vem: “Olha, vamos embora que eu tenho de passar ali no Itaú antes que feche. Eu tenho que pagar uma conta”. Falei: “Pô, não é plausível você interromper um churrasco para encarar 40 minutos de fila num banco em 2016”. Não é verdade? Eu não sabia nem que conta era. Ele falou: “Tenho de pagar um carnê do financiamento do meu apartamento. Vence hoje, e o valor é alto, um dia de juros é coisa de R$ 1000”. Aí eu falei: “Faz o seguinte: Vou tentar pagar aqui na minha conta. Era outro nome, né? Se eu conseguir pagar, amanhã você me dá o dinheiro”. Fui e paguei na minha conta, beleza. E ele me ressarciu. Não consigo te precisar como ele me ressarciu. Eu estou agora com os meus extratos aqui. Estou tentando ver se foi transferência, se me deu o dinheiro em mãos, se me pagou um pedaço num dia e outro pedaço no outro. Porque ele também precisaria ir a um banco sacar o dinheiro. Ter aquele dinheiro disponível. Porque não é uma quantia de R$ 500 que você tem na carteira. Aí as pessoas fazem esse estardalhaço em falar que eu paguei uma conta de R$ 16 mil ganhando R$ 4 mil. Só que as pessoas esquecem que eu sou sócio de uma empresa, e a minha vida é pautada nos ganhos da minha empresa, entendeu?

Que dia foi isso?

O pagamento da cobrança do Flávio foi dia 3 de outubro, e nesse dia meu saldo bancário terminou negativo em R$ 21.147, por conta dessa transferência. No outro dia, eu supri o meu saldo com uma transferência de R$ 20.450, da conta da empresa para a minha conta. E provavelmente o Flávio me restituiu. Como foi? Não lembro. Tem muito tempo, isso. Mas ele me restituiu porque, meu irmão, não dou dinheiro para homem. Dou até para mulher, mas para homem não dou. Nesse dia, 3 de outubro, fiquei devendo R$ 21 mil, cara. (Mais tarde, Ambrósio entrou em contato para dizer que se lembrou que Flávio pagara a ele em dinheiro e, com esse dinheiro, ele pagou contas de sua empresa.)

Você não consegue ver nos dias seguintes a esse pagamento a entrada, transferência, depósito que você fez na conta?

Não, não tem. Mas ele me restituiu com certeza, irmão. Ele não ficou me devendo. A forma como ele me pagou, se foi em dinheiro, se foi um dia depois, dois dias depois, se parcelou, se transferiu para minha conta, estou procurando. Se estiver na conta, está aqui, mas não consigo te precisar, porque estou com um maço de 200 papéis aqui, estou totalmente perdido.

A entrada, transferência, depósito que fez na conta?

Não tem. Mas ele me restituiu, com certeza. Ele não ficou me devendo. A forma como ele me pagou , se foi dinheiro, se foi um dia depois, dois dias depois, se parcelou, se transferiu para a minha conta, estou procurando. Se estiver na conta, está aqui. Mas não consigo precisar, porque estou com um maço de 200 papéis, que estou totalmente perdido. Seria interessante frisar a transferência de R$ 16.564,81 no dia 3, e no próprio dia 3, minha conta fechou com débito em R$ 21.147,68. Não paguei juros porque, como sou funcionário público, tenho dez dias sem juros no banco. E no outro dia, recebi alguns depósitos na minha conta e complementei com R$ 21.450 da minha empresa. Tirei da minha conta da empresa e transferi para mim.

Você, na ocasião, não estranhou que ele tivesse esse valor, com um salário de deputado não tão maior assim? O salário de um deputado estadual, hoje, 2019, são R$ 25 mil brutos.

É, não… Eu não, não… Assim, se ele tinha uma prestação aprovada no nome dele… Eu nem lembro. Hoje se fala que era no nome da esposa, né? Mas eu não sabia. Não lembro se era no nome dele ou da Fernanda. Não lembro. Eu sei que eu paguei a conta. Mas o Flávio tem um rendimento alto, né? Já era deputado. Ele tinha a empresa dele, eu sei que ele tem lá a loja de chocolate. A esposa dele também trabalha. Ela é dentista, salvo engano foi militar, tem rendimentos. Então quando tem uma prestação de R$ 17 mil para vencer, eu não sei, né? Não é da minha alçada. Mas não vi estranheza nenhuma nisso. Até porque era uma coisa particular dele. Eu estava quebrando um galho para ele. Não dá para fazer uma auditoria financeira da minha vida para lembrar de tudo. Eu estava fazendo um favor para um amigo.

De 2016 para cá, você trabalhou na campanha do Flávio? Em 2018 também?

É. De 2016 para cá, eu estava cedido em uma secretaria de Estado daqui do governo. Aí disseram agora que eu fiz dois depósitos, transferências, para ex-assessores dele, nesse mesmo ano de 2016. Não tem isso também? É o Fernando Pessoa, o designer gráfico dele, e o (Marcos) Domingos, um sargento da PM. O Fernando me ajuda muito em identidade visual na minha empresa, fez alguns serviços para mim. Eu não posso precisar se foi isso. De repente comprei alguma coisa, paguei alguma coisa para ele, ou transferi um dinheiro para ele, para dar tipo um agrado em um serviço que ele fez para mim. Não sei, mas tenho uma relação de amizade com o Fernando.

Você conheceu o Fernando por meio do Flávio?

Eu o conheci no gabinete. Por coincidência, ele mora em Nova Iguaçu, vizinho da minha cidade, Mesquita. Quase todo final de semana eu estava em Mesquita ou tomava uma cerveja com o Fernando. Pagode, entendeu? Aí, três anos depois, a pessoa vai me ligar e falar assim: “Você fez uma transferência de X para o Fernando em 2016?”. Pô, meu querido, nem sei se eu fiz. Mas é bem provável. O cara é meu amigo. Não lembro. Será que foi alguma conta de um almoço que eu reembolsei depois? E o Domingos é um policial amigo meu, olha que interessante, ele estava nessa reunião em que conheci o Flávio, em 2010. O Domingos é um policial que foi lotado no gabinete do Flávio. Só que o Domingos é meu amigo de 15 anos. Trabalhamos juntos em 2007 no 19. Em 2010, o Domingos participou dessa reunião junto com inúmeros policiais que organizei ali em Mesquita, para o Flávio e para o Jair. Tenho foto dessa reunião com o Domingos, entendeu? É uma forma de eu mostrar que minha relação com o Domingos não é dali do gabinete. Eu conheço o cara há dez anos. “Ah, mas por ventura depois ele veio trabalhar”. Isso foi caso forçado. Ele e um monte de gente, pô.

O pagamento foi Domingos foi o quê?

Eu não sei precisar, porque foi um único… Falam como se eu tivesse feito transferências pontuais mensais, quando na verdade foi uma única transferência, que eu nem sei se existiu. Eu tenho de olhar aqui, nos extratos, e assim que eu tiver o valor, data certinho, eu te mando. (Depois da entrevista, Ambrósio enviou valores estimados dos depósitos, e disse ter lembrado que o valor para Domingos era referente a uma caixa de som).

Você não sabe o que foi?

Olha, eu liguei para o Domingos para perguntar, e ele falou que eu nunca transferi nada para ele. Só que o Domingos tem 280 quilos. A gordura está tomando conta do cérebro dele. Então ele não lembra qual o tipo de hambúrguer do McDonald’s que ele comeu ontem, quanto mais o que aconteceu em 2016. Você já viu que o cara magro arrasa os gordinhos, né? (risos).

Você não tem certeza de nenhum dos dois depósitos. O do Fernando, você supõe que seja uma remuneração por um serviço que ele fez para você, e o do Domingos você não lembra nem sequer se houve. É isso?

Alguma coisa que ele ajustou para mim, alguma identidade visual da minha empresa, entendeu? Naquela época eu não tinha o serviço de marketing que eu tenho hoje. Ele ali fazia o serviço, fez alguma coisa para mim, e eu dei um agrado para ele, efetuei o pagamento. Alguma coisa desse tipo. Eu acredito que seja. Pô, é uma covardia, né? O que você fez em julho de 2016…

Como você avalia a condução do caso Queiroz, a defesa do Flávio até aqui?

Ele tem essa tática de empurrar com a barriga. Não funciona. Vou muito ao encontro. Estou procurando a imprensa para dar meu depoimento, dos fatos. É isso que eu quero mostrar.

Quando seu nome apareceu na história, você ligou para ele?

Não tenho contato com o Flávio há mais ou menos… Quando ele foi para Brasília, o contato acabou, porque eu não vou para lá, não sou remunerado por ele, não trabalho por ele, não vou pagar R$ 4 mil numa passagem para falar: “Oi, Flávio, tudo bem?”. Quando ele vem para o Rio, algumas vezes pontuais coincidiam com a minha folga, e eu falava: “E aí, Flávio, está no Rio?” “Estou no Rio, vou no evento tal”. “Vou te buscar”.

Ainda não falou com ele sobre esse episódio?

Ainda não. Não falo com o Flávio há exatamente seis meses. Sem trocar telefone nem WhatsApp, porque ele é senador, o filho do presidente, chegar nele é uma coisa quase impossível. Não vou lá para falar com ele, porque tenho minhas demandas de trabalho aqui também. Não tenho disponibilidade nem de tempo, nem de dinheiro. Mas quando vem para o Rio, algumas vezes dentro desse ano, me incorporei na equipe dele para ter a oportunidade, dar uma abraço, perguntar como está, a amizade continua.

Você, nesse período todo em que o conhece, nunca foi lotado em nenhum gabinete dele?

Nunca trabalhei diretamente com ele. Nunca.

Você já indicou alguém para trabalhar com ele alguma vez?

Não.

Você foi investigado por intimidar moradores de Copacabana para que contratassem serviços de segurança?

Isso foi na parte da empresa. Explico tudo. Pode perguntar.

Quando criou a empresa?

Criei em 2014. Ela trabalha especificamente com três serviços: terceirização com serviço de portaria, portaria e vigia; limpeza; e instalamos alarmes, segurança eletrônica. Instalamos alarmes em condomínios, alarmes antiarrombamento. Basicamente.

Ela começou com esse escopo todo ou foi ganhando?

Você monta a empresa e, de acordo com a demanda, você vai acoplando. Já estou na minha quarta alteração contratual. Vai aparecendo uma oportunidade de trabalho, não está no seu escopo, você inclui serviços. As pessoas falam que operei serviço de segurança, o que nunca houve. Nunca houve. Operei serviço de portaria, terceirização de serviço de portaria, monitoramento de bens de pessoas com controle de acesso, instalação de serviço eletrônica.

Quando fala portaria, o que quer dizer especificamente?

Trabalho com condomínio.

Guarita?

É, condomínio. Porteiro, vigia, vigia noturno, limpeza de condomínio, qualquer serviço eletrônico, a minha empresa trabalha. Portão, porta automatizada, câmeras, sistema de alarme, aquela cerca que toca alarme. A empresa se chama Santa Clara Serviços.

Como se chegou a essa história sobre moradores de Copacabana?

Chegou ao Globo uma denúncia de que está havendo intimidação de moradores por parte de empresas de segurança. A acusação repetia aquela velha história: “Se você não me contratar, vou fazer isso, isso e isso”. Expliquei para o repórter que minha empresa trabalhava e nisso saiu uma matéria no Globo, vinculando meu nome e o nome da empresa. Abriu um inquérito policial militar. Esse inquérito durou seis meses e foi arquivado por falta de materialidade. Em contrapartida, peguei carta de referência de todos os meus clientes e apresentei na Corregedoria, fizeram contato com todos os meus clientes, perguntando se algum foi ameaçado, todos os outros foram a meu favor dizendo que nunca, dizendo que eu prestava um serviço que tinha proposto e foi arquivado. Não fui nem repreendido nesse inquérito, porque eles pediram toda a documentação da empresa. A minha vida, tudo foi devassado. Não perdi um cliente.

Nesses anos de relacionamento com o Flávio, ele alguma vez te indicou algum cliente, te ajudou de alguma maneira na empresa?

Nunca. Poderia ter indicado, mas nunca (risos).

Como policial, como avalia essa suspeita de que existe ligação do Flávio, da família Bolsonaro, com a milícia?

Vejo com perplexidade, porque não participo diariamente da vida de Flávio. Tenho uma relacionamento de amizade e isso tudo é fato novo para mim. As pessoas que são arroladas podem sentar do meu lado numa mesa que não sei nem quem são.

O Adriano da Nóbrega (suposto miliciano homenageado por Flávio), por exemplo, você não conhecia?

Não conheci e não conheço. Não sei se é alto, se é baixo, se é gordo ou se é magro. Nunca nem trabalhei com ele, nunca cruzei com ele. Conheço pessoas que conhecem ele, por conta do vínculo profissional. É um policial mais antigo do que eu, que já trabalhou em determinado batalhão. Mas eu nunca vi ele.

Desde que essa história veio à tona, um ano, você alguma vez esteve com o Queiroz?

Não. Quando ele se afastou eu nunca mais tive contato com ele.

Então você não sabe responder à pergunta que o Brasil inteiro quer saber: onde está Queiroz?

Onde está Queiroz… (risos). Infelizmente não vou poder te responder. Eu também não sei. Queria até encontrá-lo, para falar com ele, pois fizeram uma situação… O Brasil está numa situação muito difícil, o investigado passa a ser sentenciado em última instância. O cara é crucificado midiaticamente e aí ele já é execrado.

Mas o caso dele tem complicadores que vão além de uma mera crucificação, como você está colocando, não?

Sim, está ficando (complicado). Mas, no curso de uma denúncia, um inquérito investigativo, a gente só tem um meio que é o acusatório. Você só se defende do processo. Então a pessoa acusa, acusa, acusa, acusa e joga na mídia. Só aparecem as acusações.

Mas ele foi chamado inúmeras vezes para depor e não se apresentou.

Sim.

E o repasse para a conta da loja de Flávio?

Todo ano, eu presenteio meus clientes, funcionários e amigos. Como qualquer empresa faz. Tem umas que dão chaveiro. Tem outras que dão calendário. E eu dou panetone da Kopenhagen. E o Flávio tinha acabado de inaugurar a loja, 2015 ou 2016, se não me engano, eu numa dessas saídas com ele falei: “Flávio, vou presentear, vou comprar os panetones lá”.

Você estava na inauguração?

Não tava! Eu não tinha esse vínculo diário. Encontrava ele esporadicamente e eu também tenho três filhos, né, meu parceiro? Tem que correr muito atrás.

Aí você comprou panetone…

Aí comprei o panetone… Passa-se uma imagem de que eu faço transferência mensais para a loja do Flávio. As transferências foram em novembro, dezembro e janeiro. Porque eu faço uma compra entre 100, 120 panetones. E eu, na amizade, falo com o Flávio que vou comprar com ele mas para ele parcelar essa porra em três vezes por favor. Aí dou um cheque em novembro, outro em dezembro e outro em janeiro. E isso é facilmente comprovado no perfil da minha empresa no Instagram. Teve um ano que botei quase 60 fotos de clientes recebendo. E esse ano já estou distribuindo de novo.

Esse ano você comprou de novo na loja do Flavio?

Não, comprei de outra loja. E não comprei nem por causa disso. Porque não comprei: meu contato com o Flávio está cada vez mais difícil, a comodidade que eu tinha era o contato direto com ele, e, p…, a loja dele é lá no Via Parque e minha empresa é em Copacabana. Vamos combinar.

Você lembra quantos panetones comprou naquele ano?

Olha, todo ano eu compro numa média de 100 a 120. Agora, como foi a forma de pagamento: depósito na conta dele. Nunca dei dinheiro em espécie.

Na conta da empresa?

Isso, na conta da empresa. Ou fui algum depósito? Não lembro. Se saiu da conta da minha empresa ou da minha conta pessoal, não posso te dizer. Mas foi tudo proveniente para esse tipo de conta. Este ano, estou preocupado porque ontem levaram a lista de pessoas que eu tinha que entregar panetone.

Você se refere à busca e apreensão?

É, a operação de busca e apreensão levou. Levou minha listagem de entregas deste ano. Eu vou entregando, dando o ok. Eu vou pedir para minha secretária tirar uma foto da minha sala com os panetones para entregar neste ano. Já foram comprados.

 

 

*Eduardo Barretto, Naomi Matsui e Daniel Salgado/Época

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A ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle e os quarenta parentes

Não poderia deixar a história dessa figuraça chamada Ana Cristina Siqueira Valle, a 02 de Bolsonaro, sem comentar suas traquinagens moralistas com a turma do Vem pra Rua aqui da região Sul Fluminense.

Ela, que sassaricava aqui nas cidades próximas a Resende, como Volta Redonda, Barra Mansa e etc., era anunciada nos microfones dos caminhões como uma celebridade da nova política e da moral da família brasileira.

A mulher era uma “mita”. Não se sabe como será a sua vida a partir de agora nas bandas de cá depois dessa desmoralização pública e em rede nacional dela e da parentada toda, envolvidas no cartel de lavagem de dinheiro de Queiroz e Flávio Bolsonaro.

Lanço aqui um desafio para quem provar que conseguiu gravar todos os nomes da penca de parentes que ela pôs no esquemão que movimentou praticamente R$ 5 milhões, até onde sabe o Ministério Público. Pelo jeito, cabe muito mais denúncia nessa caixa preta resendense.

A fieira é longa e o grau de parentesco da garganta é múltiplo.

Possivelmente, a ex-celebridade vai enfiar a viola no saco e desencarnar de qualquer ato público, porque essa é a autêntica hipócrita, daquela que é pura emoção em nome da ética.

Eu vi como brotava moral da boca dessa infeliz e como oxigenava ou contaminava os devotos de Bolsonaro nas bandas de cá. A 02 é uma portenta para vender seus versos ensaiados com falas angulosas para sair do jeito que queria nas fotos espalhadas depois de cada evento.

Por isso acho que será complicado para a matriarca dos bolsominions sul fluminenses ser engolida até por seus aliados.

Na verdade, ela vai entrar numa profunda decadência depois de ter virado assunto principal, sobretudo nas esquinas de Resende.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: Bolsonaro jogou uma “pica do tamanho de um cometa” no colo do filho Flávio

O senador Flávio Bolsonaro está assando em praça pública após a operação de busca e apreensão do Ministério Público do Rio de Janeiro vasculhar endereços vinculados a ele, ao “faz-tudo” da família, Fabrício Queiroz, e a ex-assessores dele na Assembleia Legislativa do Rio. Entre os alvos, parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro.

A expectativa seria a de que o presidente da República estivesse sentindo, com toda essa movimentação, um misto de ansiedade e remorso. Ansiedade por que a “pica do tamanho de um cometa”, previsto por Queiroz, está chegando com potencial cataclísmico contra seu governo. Remorso pelo fato da origem da relação entre o clã Bolsonaro e o ex-assessor ser Jair, não Flávio. Foi o, agora, presidente que o colocou lá para ajudar a organizar a coisa toda. Teria, portanto, ajudado a jogar o próprio filho na fogueira.

Mas pelas declarações dadas, nesta quinta (19), remorso foi substituído pelo reflexo de auto sobrevivência. Bolsonaro não quis comentar o caso e tirou o corpo fora. “Eu falo por mim. Problemas meus podem perguntar que eu respondo. Dos outros, não tenho nada a ver com isso”. Os “outros”, no caso, são seu primogênito que “herdou” um problema chamado Queiroz do pai.

O ex-assessor atuava, a partir do gabinete da Alerj, para organizar o esquema que tomava de volta parte dos salários de funcionários. A imprensa já mostrou, diversas vezes, a existência de fantasmas que “trabalhavam” nos outros mandatos do clã. A hipótese é de que Queiroz estaria cuidando de uma holding dos gabinetes do clã.

De acordo com dois deputados do Rio com os quais o blog conversou, o agora presidente utilizava, eventualmente, o gabinete do filho 01 na Alerj para despachar, às sextas-feiras, enquanto deputado federal. Não cabe a ele, portanto, nem o benefício da dúvida quanto às atividades ilícitas que ocorriam no gabinete onde Queiroz trabalhava.

Duas histórias merecem foco especial. Primeiro, o depósito no valor de R$ 24 mil na conta da, hoje, primeira-dama, Michelle Bolsonaro, por Fabrício Queiroz. Bolsonaro disse que era a devolução de parte de um empréstimo de R$ 40 mil, mas não deu provas e nem mostrou como o resto dos recursos foram devolvidos.

Isso reforça que estamos diante de um esquema familiar de “rachadinha”, envolvendo crimes de peculato, lavagem de dinheiro (usando loja de chocolates e compra de imóveis) e organização criminosa. E, provavelmente, de um assessor que pagava contas.

A segunda história é a relação do gabinete de Flávio e, portanto, do clã Bolsonaro com milícias e, mais especificamente, com o Escritório do Crime. A especialidade desse grupo não é vender “gatonet”, mas matar por encomenda para quem tem bastante dinheiro. Queiroz era próximo de Ronnie Lessa, preso pela acusação de executar a vereadora Marielle Franco e o seu motorista Anderson Gomes, e do foragido Adriano Nóbrega, apontado como chefe do Escritório do Crime. Até agora a investigação não trouxe o mandante das execuções.

Investiga-se o repasse de recursos, via Queiroz, a milícias em Rio das Pedras, à rede do grupo de matadores. Adriano e Ronnie, contudo, não são pés de chinelo, cobram caro pelo serviço. Não é, portanto, apenas o dinheiro de rachadinha que conectaria ambos grupos.

Há uma proximidade ideológica, tornada explícita nas condecorações que Flávio fez a eles, quando deputado na Alerj, e nos discursos de defesa de sua atuação criminosa que Jair proferiu no Congresso Nacional. O compartilhamento de visões de mundo pode ter aberto caminho também para o apoio político. Imagine as possibilidades trazidas a grupos de extermínio com amigos no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto?

A prisão de Flávio Bolsonaro, que já está sendo pedida por deputados federais da oposição, segue algo difícil, mas o início de um processo de cassação de mandato é mais plausível – com capacidade de travar um governo que não conta com uma vistosa recuperação econômica para ampará-lo. Depende daquilo que ainda será revelado e a consequente ojeriza a isso por parte da população nos próximos meses.

A repercussão disso é incalculável. E a contaminação, irreversível. Por que, nas responsabilidades do esquema familiar, onde se lê “Flávio”, deveríamos ler “Jair”.

 

*Com informações do Blog do Sakamoto

*Foto: Esmael de Moraes

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01, 02, ou 03. Rogéria, Ana Cristina ou Michelle, qual das três mulheres se beneficiou mais do cartel Bolsonaro?

Uma coisa elas têm em comum, além do casamento com chefe do cartel, receberam Queiroz como bônus matrimonial.

Bolsonaro conhece Queiroz desde quando ele foi seu recruta na Brigada de infantaria paraquedista. Foi o próprio Bolsonaro que contou que conheceu Queiroz em 1984. Ou seja, são 35 anos dessa frutífera parceria.

Assim, as três mulheres de Bolsonaro se beneficiaram diretamente dessa sociedade.

Uma coisa é certa, é muito difícil de dizer qual das três cinderelas se beneficiou mais dos esquemas do cartel, já que até agora só se sabe de uma parte assombrosa das práticas do clã Bolsonaro.

O fato é que o cenário político no Brasil deu um triplo carpado em razão de um caso de corrupção que envolve a família presidencial que não para de jorrar escândalos desde esta quarta-feira (18).

É bom lembrar também que até a caseira da casa de praia dos Bolsonaros em Angra dos Reis, a Wal do Açaí, era registrada na Câmara Federal como empregada e tinha o salário pago pelo povo sem nunca ter conhecido Brasília.

Agora o Ministério Público diz que família de miliciano do “Escritório do Crime”, Adriano Magalhães da Nóbrega, sócio de Ronnie Lessa (vizinho de Bolsonaro que matou Marielle), repassou a Queiroz quase 20% do salário no gabinete de Flávio Bolsonaro. Isso mesmo, a mulher e mãe do ex-oficial do Bope, foragido desde janeiro, transferiram R$ 203 mil para assessor da família Bolsonaro.

É complicado dizer aonde começa uma mulher de Bolsonaro e termina a outra nessa teia de corrupção montada por ele e Queiroz há, pelo menos, 30 anos.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Filhos, nora, ex-esposa e parentes, vizinho, envolvidos com o cartel, mas Bolsonaro não tem nada com isso

A pergunta agora nem é mais quem da família não faz parte do cartel do clã montado por Bolsonaro e Queiroz, juntos há 35 anos. Já apareceu todo mundo, do vovô ao cachorrinho, todos fazem parte da mesma cadeia montada pelo cartel Bolsonaro-Queiroz.

Piada também é perguntar se Moro não sabia de nada, já que o PP, ex-partido de Bolsonaro na época áurea da Lava Jato, foi o partido mais denunciado pela Força-tarefa.

Então, se tem alguém que conhece bem os intestinos do esquema político de Bolsonaro com todo o tipo de pilantragem, esse alguém é Moro.

Estamos diante de um impasse, o Presidente da República está no epicentro do furacão Queiroz que varreu o país nesta quarta-feira, expondo as vísceras do clã, suas ramificações familiares e a milícia Escritório do Crime, a mesma que matou Marielle.

Não se tem notícia de coisa parecida na história da humanidade. E o aparelho judiciário do Estado brasileiro, diante desse perigosíssimo cartel, tem por obrigação dizer a que veio, porque se isso não custar a cabeça de Bolsonaro, do ponto de vista político e criminal, acabou a República.

O país, que já não sabe mais aonde termina parte de sua polícia e começa a milícia, tendo o Presidente da República como o principal personagem dessa liga, já está no inferno. Resta saber se as tais instituições que estão funcionando, como a mídia adorava falar na época do golpe contra Dilma, vão de fato funcionar agora para combater os verdadeiros criminosos desse país que estão no topo do poder ou será que é o porteiro do seu Jair quem vai novamente pagar o pato?

Até agora toda a família Bolsonaro está muda, apoplética e sem saber o que dizer. O mesmo acontece com Moro e os generais boquirrotos que cercam o Presidente e adoram dar declarações falso moralistas, estes também estão num silêncio profundo. O PGR, Augusto Aras, é outro que não deu as caras, assim como ninguém que cerca o universo de Jair Bolsonaro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Queiroz virou peru de natal

Independente do resultado final da operação desta quarta-feira (18), envolvendo o cartel do clã Bolsonaro, uma coisa é certa, se esse castelo de cartas não desabar agora, estará por um fio com mais essa corrosão provocada por um processo lento de infiltração, mas fatal.

Na verdade, o caso Queiroz já destruiu por completo a imagem dos Bolsonaro com defensores do rigor até da violência contra quem eles julgam ser um fora da lei.

Talvez esteja no julgamento do que é legal ou ilegal, que o clã se veja diante de uma eminente derrocada.

É fato que os brasileiros estão céticos com o ministério Público comandado Por Augusto Aras e a Polícia Federal comandada por Sergio Moro e, para piorar, tendo Bolsonaro como chefe dos dois.

Mas é isso, água empossada, quando represada, arruma um jeito de se infiltrar, corroer as estruturas, produzir mofos e a coisa vai deteriorando até não resistir e desabar.

Um ano de caso Queiroz pouco falado na mídia, mas bastante cobrado nas redes sociais, fez um rombo na canoa dos Bolsonaro.

Mesmo que ainda não se saiba o que se conseguiu de material incriminatório na busca e apreensão pelas autoridades competentes, só a operação em si já revela as interconexões da cabeça do clã com o sistema operacional do cartel. Certamente, isso produzirá desdobramentos, porque, se chegou até aqui nesse caso, ele começou com um cheque de R$ 25 mil depositado por Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Hoje, está aí produzindo, por pressão da sociedade nas redes sociais, uma devassa preliminar no sistema montado há décadas por Bolsonaro e Queiroz, já que são parceiros há mais de 35 anos. E não tem como atingir alguém dentro dessa operação que não faça um estrago no próprio Bolsonaro. Até porque, pelo que parece, o cartel caminhava muito bem no escuro, muito mais pela impunidade que essa caixa preta produziu do que por um sistema sofisticado.

O que o Ministério Público fez hoje foi abrir a caixa de esgoto e vasculhar o que há de mais podre no submundo entre o legislativo e a milícia no esquema de laranjas e fantasmas.

Trocando em miúdos, Queiroz é o peru de natal. Resta saber quem mais vai compor a ceia que, se for à vera essa operação, terá escândalo de fartura para enfeitar a mesa.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Moro diz que não aceita ser cobrado pela solução do caso Marielle

Estranha essa posição de Moro, pois foi ele que colocou os seus gorilas de confiança para forçar o coitado do porteiro a mudar a versão sobre seu depoimento que envolvia diretamente Bolsonaro no caso.

Na verdade, Moro não quer ser cobrado de nada que envolva o nome  de Bolsonaro em qualquer forma de crime ou ilegalidade. Ele não quis saber da violação de Carlos e Jair Bolsonaro na memória da secretária eletrônica da portaria do condomínio Vivendas da Barra e ainda correu para dizer que Bolsonaro não fez nada de errado, da mesma forma que achou perfeitamente natural o miliciano Queiroz depositar um cheque de R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, ao passo que mostra completo desinteresse em encontrar o Queiroz e elucidar o caso de sua relação espúria com Flávio e o imenso laranjal que envolve a família Bolsonaro e os familiares de milicianos.

Moro também se mantém mudo sobre a responsabilidade da entrada de 39kg de cocaína no avião da FAB que fazia parte da comitiva de Bolsonaro, não dá um pio sobre o caso. Ele é Ministro da Justiça particular de Bolsonaro, nada que atinja o governo ou o próprio Bolsonaro, ele vai querer investigar, pois já sabe no que vai dar.

É esse sujeito que anda pelo Congresso pressionando parlamentares para, numa afronta à decisão do STF e da própria Constituição, voltar a prisão após condenação em segunda instância.

Parece que Moro está num caminho sem volta, como na mentira que construiu contra Lula, só que de forma diametralmente oposta para defender a impunidade de Bolsonaro.

Na realidade, Moro faz isso em causa própria, pois sabe que, se for desmascarada toda essa armação em torno do clã Bolsonaro, ele será tragado junto, o que acaba com seu projeto de disputar a Presidência em 2022.

O fato é que Moro tenta de alguma forma se esquivar do tsunami envolvendo Bolsonaro no caso Marielle, dizendo que, se fosse federalizado o caso, ele estaria comprometido. E sabe-se o compromisso que ele teria, o de engavetar as investigações e anunciar que o caso não tem solução ou quem sabe dizer que quem mandou matar a Marielle foi o porteiro.

Essa gente perdeu completamente a vergonha na cara e o cinismo passou a ser o modus operandi de quem tenta se agarrar ao que existe de mais imoral para seguir tocando a vida como se nada de grave envolvesse essa escória que governa o país e que o Ministro da Justiça trabalha como um leão de chácara.

Essa posição de Moro no caso Marielle diz muito sobre o envolvimento do clã.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas