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Deputado governista diz: “Se tentar um novo Chile, movimento popular será esmagado por Bolsonaro”

Após o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, fazerem referência ao Ato Institucional 5 (AI-5) em caso de radicalização da esquerda, um parlamentar da base governista diz que qualquer movimento popular que se valha de armas será “esmagado” pelo presidente Jair Bolsonaro. Um dos líderes da bancada evangélica, o deputado Lincoln Portela (PL-MG) diz que essa será reação do governo em caso de conflito armado, a exemplo do que ocorreu em países vizinhos, como Chile, Bolívia e Colômbia.

Considerado um dos mais moderados da frente parlamentar evangélica, Lincoln acredita que a situação não chegará a esse nível no Brasil. Mas adverte. “Não acredito porque vem uma força esmagadora do Bolsonaro. Ele vem com tudo se houver um movimento, que será esmagado. Reprimido totalmente. Mas eles não querem isso. Nem os sindicatos querem”, ressaltou o deputado mineiro, que está em seu sexto mandato consecutivo.

Lincoln explica que a intenção do governo não é “esmagar” manifestações pacíficas, mas aquelas que descambarem para a violência, seja com pedras, armas brancas ou de fogo. Nessa hipótese, segundo ele, entrarão em ação a Força Nacional de Segurança e, em último caso, o Exército.

“Se a motivação se for a do Chile, da Colômbia, esse tipo de mobilização que está acontecendo por aí, não se iluda, que será reprimida contundentemente. E mais, 50% da população vai apoiar, porque não quer isso para o Brasil. Os 30% que não são direita nem esquerda, mas contra o radicalismo, também vão se levantar, porque vão querer defender o patrimônio deles. Quem quer sua casa apedrejada?”

Se a esquerda puser milhões de pessoas nas ruas sem partir para a violência, não haverá repressão, pois o direito à livre manifestação de pensamento será respeitado, afirma o deputado. “O confronto é uma arte que você pode fazer no campo das ideias. A esquerda tem toda liberdade para fazer a mobilização dela pacífica, como foi o movimento ‘Passe livre’, que depois foi adulterado por infiltrações”, disse.

 

 

*Com informações do Congresso em Foco

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Vídeo – Guedes: se o dólar chegar a 5, pego 100 bilhões de reservas (deixados por Lula e Dilma) e compro 500 bilhões de reais

O mundo anda dando voltas muito rápido nesses tempos de revolução digital.

Depois de ver Sardenberg, da Globo, repetir todo santo dia que o Brasil não quebra porque Lula e Dilma deixaram quase 400 bilhões de dólares em reservas, temos Paulo Guedes aqui num vídeo, ao vivo e a cores, dizendo que não tem medo do dólar chegar a 5 reais porque ele pegaria 100 bilhões dessa reserva e compraria 500 bi de reais.

Só para refrescar a memória:

Sardenberg é aquele que dizia que o PT quebrou o Brasil e que o pré-sal só existia na propaganda do PT, e Paulo Guedes é o mesmo que repete sem parar e sem corar que o PT destruiu a economia do país.

Isso, porque junto com Moro, a Globo martelou sem parar que o PT tinha quebrado a Petrobras.

Lógico que, depois que a Petrobras sacou 60 bilhões à vista para comprar uma das partes mais importantes do pré-sal num leilão que estava reservado às grandes multinacionais que não deram as caras, a farsa de que o “PT quebrou a Petrobras” saiu completamente de cena.

Assim, vão caindo rapidamente, uma a uma, as farsas montadas pelos golpistas vocalizadas pela grande mídia pós-verdade.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: ‘Estuprador é você’ Performance de feministas chilenas contra o estupro viraliza

Mulheres chilenas viralizaram nas redes sociais com a performance feminista “Un Violador en Tu Camino”, em português “Um estuprador em seu caminho”. O protesto foi realizado pelo Coletivo LasTesis, em ação pelo Dia do Combate à Violência Contra a Mulher, em 25 de novembro. Centenas de mulheres se reuniram na Plaza de Armas, em Santiago.

O vídeo com o flash mob denuncia o machismo, o patriarcado e a cultura do estupro. Com vendas pretas nos olhos, as mulheres reproduzem uma coreografia ensaiada e entoam frases como “o estuprador é você”. No refrão, o grito de protesto é ainda mais claro e afirma “o Estado opressor é um macho estuprador”.

A manifestação acontece em meio a crise que implodiu no Chile desde o último mês. Segundo informações da Revista Fórum, foram registrados cerca de 70 casos de abusos sexuais cometidos por policiais contra mulheres detidas.

No instagram, o Coletivo LasTesis divulga novas convocatórias para que mulheres se reúnam em diversos locais no Chile.

Assistam aos vídeos:

https://www.facebook.com/carla.motto/videos/10220000510098416/

https://www.instagram.com/p/B5TzGYlFqen/

O patriarcado é um juiz
Que nos castiga por nascer
E nosso castigo
É a violência que você não vê

O patriarcado é um juiz
Que nos castiga por nascer
E nosso castigo
É a violência que você não vê

É o feminicídio
Impunidade para o assassino
É a desaparição
É o estupro

E a culpa não era minha, nem de onde eu estava, nem de como me vestia
E a culpa não era minha, nem de onde eu estava, nem de como me vestia
E a culpa não era minha, nem de onde eu estava, nem de como me vestia
E a culpa não era minha, nem de onde eu estava, nem de como me vestia

O estuprador era você
O estuprador é você
São os pacos [policiais militarizados]
Os juízes
O Estado
O presidente

O Estado opressor é um macho estuprador

O Estado opressor é um macho estuprador

O estuprador era você
O estuprador é você

Dorme tranquila
Menina inocente
Sem se preocupar com o bandoleiro
Que o seu sonho
Doce e sorridente
Será velado por um amante policial

O estuprador é você
O estuprador é você
O estuprador é você
O estuprador é você

 

 

*Com informações do GGN

*Reprodução/Facebook/Carla Motto

 

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Juízes do TRF-4 abusaram de seu poder. É corrupção judicial, diz Glenn Greenwald

O jornalista Glenn Greenwald disse que TRF-4 incorreu em ‘corrupção judicial’. Ele tuitou: “o TRF-4 violou conscientemente a lei – precedente estabelecido por um tribunal superior (STF) – para fins puramente políticos: forçar o STF a anular sua decisão. Os juízes que violaram a lei estão abusando de seu poder. É corrupção judicial. Moro é culpado disso e o TRF-4 tb”.

Veja o twitter de Glenn Greenwald:

 

 

*Com informações do 247

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O chapeiro Eduardo Bolsonaro comeu cocô achando que era carne de hambúrguer e culpou Leonardo DiCaprio por incêndio na Amazônia

Depois de culparem o porteiro no caso da Marielle, agora o clã afirma que Leonardo DiCaprio doou USD 300.000 para a ONG que tocou fogo na Amazônia, a ONG @WWF pagou R$ 70.000 pelas fotos da floresta em chamas.

Filho do seu Jair, da casa 58, do condomínio miliciano Vivendas da Barra, diz também que Macron e Madonna foram mais espertos, só pegaram na internet umas fotos tiradas décadas atrás de alguma floresta pegando fogo e postaram.

E tem trouxa que acha mesmo que aquela facada fake, sem sangue que Adélio “desferiu” em Bolsonaro e a cicatriz são verdadeiras.

Pilantra, o zero três tenta pegar carona nos policiais corruptos do Pará contra ONGs em que brigadistas foram presos acusados de provocarem as queimadas.

Cerca de 180 entidades ambientalistas e de direitos humanos se manifestaram contra a prisão dos brigadistas, que tiveram a prisão revertida no final da tarde desta quinta-feira 28.

O delegado, de tão vigarista, foi afastado do caso pelo governador, mas Eduardo Bolsonaro soltou esse balão no dia em que seu irmão Flavio Queiroz Bolsonaro, perdeu de 8 a 3 no Supremo, será investigado e, certamente, condenado.

O problema aqui é que o Brasil está sofrendo retaliações internacionais pelo “dia do fogo”, comandado pelo Palácio do Planalto e Bolsonaro, de tão queimado, nem os conservadores de outros países querem posar ao lado do queima-filme, o que reflete na fuga de investidores internacionais, afetando diretamente a disparada do dólar.

Daí a tentativa tresloucada do gênio de transformar o ator americano em bode expiatório, o que vai gerar mais pancadaria internacional contra o clã incendiário.

https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1200038467176189958?s=20

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Enquanto Bolsonaro reduz salário mínimo, Heloísa Bolsonaro diz que passa ‘perrengue’ com salário de R$ 33 mil de Eduardo

Além do salário, filho do presidente ganha auxílio-moradia ou apartamento de graça para morar e mais de R$ 30 mil para gastar no dia a dia.

Heloísa Bolsonaro , esposa do deputado federal Eduardo Bolsonaro , disse em um vídeo que passa “perrengue” com o salário do marido. O filho do presidente ganha R$ 33.763 por mês, além de auxílio-moradia ou apartamento de graça para morar, verba de mais de R$ 30 mil por mês para gastar com alimentação, aluguel de veículo e escritório e ressarcimento de gastos médicos.

Nos vídeos feitos no Instagram, Heloísa, afirmou que não trabalha e que pretende retomar a independência financeira . A esposa do deputado também disse que investe o dinheiro do casal em viagens.

“Não nos falta nada, a vida é muito boa com a gente. A gente consegue fazer viagens nas férias e jantar bem com os amigos… Não estou reclamando, só quero que vocês entendam que não é esse luxo. A gente não fica andando de iate e barco à toa, de jatinho, de primeira classe… a gente passa muito perrengue também. Quando a gente vai pros Estados Unidos, economiza. A gente foi pro Havaí, mas nosso almoço era US$ 2 ou US$ 3, no mercadinho… ficava até mais magrinha, maravilha”, declarou Heloísa.

A psicóloga contou que faz faxina em casa quando não pode contratar o serviço de um profissional e reclamou de gastar R$ 60 com uma manicure para fazer as unhas.

 

 

*Com informações do Último Segundo

 

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STF forma maioria para liberar repasse de dados sigilosos sobre Flávio Bolsonaro

Corte já tem 7 votos a favor de compartilhamento entre Receita e Ministério Público sem restrições.

A decisão do Supremo sobre Recurso Extraordinário que trata do compartilhamento de dados da Receita Federal e da Unidade de Inteligência Financeira com órgãos de investigação, como Polícia e Ministério Público, deve sair nesta quinta, mas já há maioria para liberar o repasse de dados sigilosos sobre Flavio Bolsonaro.

Alexandre de Moraes não endossou as restrições de Toffoli, observando, no caso da UIF, que, se o MP pedir dados complementares, precisa abrir um Procedimento Investigativo Criminal (PIC) ou solicitar a abertura de inquérito.

Trocando em miúdos: a investigação sobre Flávio Bolsonaro certamente será retomada e não há dúvidas, implicará todo o clã Bolsonaro inclusive o pai de todos, Jair Bolsonaro.

Não era isso que estava em votação. Mas a votação atinge diretamente Flavio Bolsonaro.

 

*Da redação

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O racismo oficial do governo Bolsonaro na boca de Sérgio Nascimento de Camargo

Usar um negro como escudo dos racistas a favor do racismo, não é novidade no Brasil.

Sérgio Nascimento de Camargo, que Bolsonaro colocou para presidir a Fundação Palmares, é um negro como Fernando Holiday e Helio Negão.

Os três gozam da simpatia de todos os racistas brasileiros, por negarem que exista preconceito contra os negros no Brasil.

Mas Sérgio Nascimento de Camargo aumentou o tom racista para ser o representante oficial de Bolsonaro na Fundação Palmares, como ele mesmo faz questão de frisar.

Militante de direita já defendeu o fim do feriado da Consciência Negra e atacou Taís Araújo e Marielle Franco, assim como Martinho da Vila e Lázaro Ramos, como não poderia ser diferente, como é comum no racista, atacou também o principal alvo dos racistas, Zumbi dos Palmares.

Isso, sem falar no maior de todos os disparates dessa figura que afirmou, que a escravidão no Brasil fez bem aos negros.

Sergio é filho do jornalista, escritor, poeta, Oswaldo de Camargo que tem uma obra vasta sobre a importância dos negros na construção da sociedade brasileira.

Filho de colhedores de café analfabetos, Oswaldo de Camargo, aos 83 anos é coordenador de literatura do Museu Afro Brasil. Ou seja, Bolsonaro teve a clara intenção de afrontar militantes negros como o próprio pai Sergio, Oswaldo de Camargo.

Poderíamos traçar aqui a lista das cidadanias mutiladas nesse país através das oportunidades de ingresso negadas aos negros na remuneração do seu trabalho, nas oportunidades e promoções, na localização da maioria da moradia dos negros e, agora, mais do que nunca, a mutilação da circulação, o direito de ir e vir sem que seja, pelo simples fato de ser negro, abordado pela polícia, quando não morto por uma bala de fuzil de um agente do Estado, como aconteceu com a menina Ágatha de oito anos e tantos jovens negros, fatos que fazem do atual governo do estado do Rio de Janeiro o mais assassino da história.

Mas o que dá para entender no preconceito, racismo e discriminação propostos por Bolsonaro, através da nomeação de Sergio Nascimento de Camargo para a Fundação Palmares, é que nem a suposta cordialidade deve ser assegurada aos negros no Brasil, que fará individualidade e cidadania.

O negro tem que estar resumido à corporalidade como dado objetivo do racismo do governo Bolsonaro. O corpo do homem negro passa, a partir desse conceito, a ser considerado um inimigo oficial do Estado, sem direito à consciência e, muito menos a reivindicar alguma coisa.

A instrução superior não deve ser garantida, menos ainda a personalidade forte, ou seja, Bolsonaro quer um Estado de exceção aos negros, um apartheid tropical e, no máximo, a eles é permitida uma integração casual na sociedade. Tudo tem que ser visto, a partir de então, pelos olhos, pelo pensamento racista do Presidente da República.

O cálculo de colocar um negro para vocalizar o racismo doentio do psicopata que preside esse país, é simples, sendo ele um negro, pode usar os espaços e microfones oficiais para dizer à sociedade que o que se passa com os negros no Brasil não é racismo, não é preconceito, não é nada do que o movimento negro diz, mas sim uma vitimização, por que, aos olhos de Bolsonaro, tudo o que acontece de ruim aos negros é culpa dos próprios negros que, por sua vez, querem ser diferentes para viver de privilégios.

Com isso, não há dúvida de que a situação do racismo no Brasil vai piorar, e muito, porque Bolsonaro usa elementos característicos do nazismo para condenar os negros a uma condição inferior e afirmar, através de um projeto de imposição pró racista, a superioridade de uma minoria ínfima de brancos num país de maioria de negros.

Por isso Bolsonaro colocou Sergio Nascimento de Camargo na Fundação Palmares para lhe servir de boneco de ventríloquo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Itamaraty contraria Constituição e prega religião como política de Estado

O governo de Jair Bolsonaro afirma que uma das principais mudanças geradas pela nova administração do país foi colocar a religião no processo de formulação de políticas públicas. Foi assim que o secretário de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, embaixador Fabio Mendes Marzano, apresentou a visão de mundo do novo Itamaraty, um ano depois da chegada ao poder do governo de Jair Bolsonaro. Segundo ele, há ainda uma ameaça contra o cristianismo e a liberdade religiosa também precisa incluir a possibilidade de converter aqueles que não têm religião.

O diplomata foi um dos convidados para discursar nesta quarta-feira na conferência internacional organizada pelo governo de Viktor Orban, na Hungria, com o objetivo combater a perseguição sofrida por cristãos pelo mundo.

Em seu discurso, o representante do Itamaraty deixou claro a mudança radical na postura do Brasil em relação à fé e consolidou a guinada religiosa da diplomacia nacional.

Marzano, que falou em uma sessão dedicada à mudança de paradigma nas relações exteriores, seria interrompido com aplausos ao mencionar a necessidade de governos falarem abertamente sobre a fé. Segundo ele, se a a maioria da população é religiosa, não se deve considerar como agressivo tratar de religião, nem em fóruns nacionais ou internacionais.

Constituição de 1988 define Estado laico no Brasil

O caráter laico de um Estado implica, de uma forma geral, que leis, instituições e políticas públicas não podem ser definidas com base em uma religião. Nenhuma crença pode ser privilegiada e o espaço à descrença deve ser garantido e respeitado. Assim, os rumos políticos de um governo ou jurídicos de um país não podem ser determinados por considerações de fé.

A Constituição brasileira de 1988 confirmou o caráter laico do estado, mesmo que não use o termo e cite em seu preâmbulo a frase “sob a proteção de Deus”.

Ela garante a liberdade de cada pessoa de escolher sua crença ou simplesmente de não ter nenhuma. Entre outros pontos reforçando essa postura, a Constituição também impede que um governo tenha uma relação de “aliança” com cultos religiosos ou igrejas, salvo no caso de interesse público.

No Artigo 19 da Constituição, fica vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

Para juristas, a incidência republicana na Constituição ainda serve como maneira de impedir que o estado seja orientado por ideários religiosos.

“Banimento politicamente correto”

“Um banimento parece existir sobre esse assunto”, disse Marzano no evento em Budapeste. “É como se falar abertamente de religião machucaria aqueles que dizem não ter uma religião, o que eu acho que é impossível”, afirmou.

“Portanto, o que temos de fazer é estressar que a liberdade religiosa não é somente o direito de praticar uma religião. Mas o direito de se manifestar, debater e defender a fé. E mesmo de tentar converter aqueles que não têm uma religião. Claro, não pela força. Mas os mostrando a verdade, a verdade real”. Fabio Mendes Marzano, secretário do Itamaraty.

Entre os participantes da conferência estão alguns dos principais aliados do regime de extrema-direita de Orban: os EUA de Donald Trump, os ultraconservadores da Polônia e o Brasil de Jair Bolsonaro.

Steve Bannon, ex-estrategista de campanha de Donald Trump e guru mundial conservador, era um dos convidados. Acabou cancelando sua participação.

ONGs de oposição acusam o governo Orban de ter organizado o debate para justificar sua política antimigração e manter a Hungria e a Europa “branca”.

O próprio governo de Budapeste admite que o debate está estreitamente ligado com a questão migratória. No primeiro dia da conferência, Orban alertou sobre o risco de seu país ser uma “rota da invasão islâmica” e que tem o “direito de defender sua cultura”.

Marzano disse que, em nome de Bolsonaro, estava “orgulhoso” em participar do evento e confirmou que existe uma “mudança de paradigmas” da política externa sob o novo governo.

Governo Bolsonaro defende fé e política juntos O embaixador fez questão de apontar para o fato de que a religião passou a fazer parte da elaboração de políticas públicas no Brasil.

“A religião e espiritualidade sempre tiveram um papel chave na vida de milhões de pessoas. Ao longo da história, a religião deu valores para diferentes sociedades. Não apenas forjou a arquitetura de nossas cidades. Mas moldou a forma que vivemos e nos relacionamos”, disse.

“No coração da família, que é a principal célula sobre a qual qualquer sociedade é construída, a religião nos permite conectar com a essência espiritual da humanidade”, insistiu.

“Uma das principais mudanças conduzidas pelo governo Bolsonaro foi exatamente colocar a religião no processo de formulação de políticas no Brasil”. Fabio Mendes Marzano, secretário do Itamaraty

“Isso foi feito em reconhecimento ao papel central que a religião tem na vida de milhões de brasileiros. Na forma que vivem, que se definem e buscam significado à sua existência”, explicou. A análise da diplomacia brasileira é de que, ao recorrer à religião, a cultura da paz e tolerância podem ser fortalecidas.

Itamaraty cita inimigos, mas não os identifica

O representante do Itamaraty criticou a falta de ação internacional diante da perseguição de cristãos. Segundo ele, os ataques contra locais de culto em muitos lugares do mundo mostram que o direito humano fundamental da liberdade de religião está cada vez mais sob ataque. Ele chegou apontar a liberdade de religião como “talvez o direito humano mais fundamental”.

A avaliação do governo é de que “esforços urgentes e concretos” precisam ser tomados e que o aumento dos ataques contra cristãos “deve nos deixar preocupados”.

Mas o embaixador também fez um alerta. “Essa perseguição que está ocorrendo não é um acidente. Ela está ocorrendo de uma forma sistemática e organizada, e muito bem planejada”, afirmou.

“Mas hoje, está sendo ameaçados na base, nos principais valores, por inimigos muito bem organizados”, disse, sem explicar quem seriam os adversários. Ao terminar a conferência, a coluna questionou quais seriam esses inimigos. Mas não houve uma resposta clara.

 

 

*Jamil Chade/Uol

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Tribunal Penal Internacional de Haia investigará Bolsonaro por incitamento a genocídio e ataques sistemáticos a povos indígenas

Segundo o jornal inglês The Guardian, O Coletivo Brasileiro de Defesa dos Direitos Humanos (CADHu) e a Comissão de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns (Comissão Arns) entregaram uma “nota informativa” a Fatou Bensouda, promotor do tribunal internacional em Haia na quarta-feira. Ele solicitou uma “investigação preliminar do incitamento ao genocídio e ataques sistemáticos generalizados contra os povos indígenas” por Bolsonaro.

Bensouda solicitará informações de governos de estados brasileiros e de outros países, das Nações Unidas e de organizações intergovernamentais, ONGs, além  de outras fontes  para solicitar autorização para uma investigação.

O grupo não partidário de advogados, ex-ministros e ativistas da sociedade civil disseram ter dado esse passo drástico contra seu próprio presidente porque acreditavam que o Brasil enfrentava uma situação de emergência.

“Acreditamos que existem elementos que caracterizam o genocídio”, disse José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça.

Dias preside a Comissão Arns, um grupo de direitos humanos em homenagem ao falecido Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, que ajudou vítimas de repressão policial e política durante a ditadura militar no Brasil.

“É muito triste ver o presidente do Brasil enfrentar esse processo, mas é necessário proteger os direitos do nosso povo”, disse Dias. “Os passos que o governo está tomando me lembram os passos que a ditadura tomou.”

Desde que assumiu o poder em janeiro, Bolsonaro denegriu repetidamente os povos indígenas do Brasil – comparando-os com animais em zoológicos e “homens pré-históricos” – e supervisionou os esforços para desmantelar a Funai, a agência já subfinanciada que deveria proteger as mais de 300 tribos do Brasil. Ele também pressionou para abrir reservas indígenas para empresas de mineração.

O documento apresentado ao tribunal argumenta que “sob o pretexto de desenvolver a Região Amazônica, o governo Bolsonaro está transformando a política do governo em incentivo a ataques aos povos indígenas e suas terras”.

Diz que havia um “plano preconcebido” por trás dos “maus tratos e desrespeito” pelos direitos dos quase um milhão de indígenas no Brasil.

O resumo argumenta que Bolsonaro ataca a vida indígena tradicional porque está “dificultando os planos nacionais de desenvolvimento que o presidente pretende promover por meio de projetos de infraestrutura, empresas de mineração, atividades madeireiras e empreendimentos do agronegócio em regiões de floresta”.

Como resultado “as condições de vida e estilos de vida dos povos indígenas estão sendo destruídos pela poluição dos rios e invasão de suas terras por mineiros, madeireiros e grileiros”, diz o documento, observando o recente aumento de 29% no desmatamento anual – o mais alto taxa em uma década. Bolsonaro disse que depois que esses números devastadores surgiram, os incêndios e o desmatamento na Amazônia eram culturais e nunca terminariam.

“Estamos diante de um cenário de incitação a crimes contra a humanidade”, disse Eloísa Machado, professora de direito constitucional da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e membro do CADHu.

Na elaboração do documento, os advogados analisaram 33 comentários e decisões do presidente, incluindo a demissão de 21 dos 27 superintendentes da agência ambiental Ibama e os esforços de Bolsonaro para enfraquecer a Funai.

Eles também citaram a tentativa de Bolsonaro de desacreditar as estatísticas de seu próprio governo, que ele considerou “mentiras” depois que os números mostraram que o desmatamento da Amazônia brasileira subiu ao nível mais alto desde o início do atual método de monitoramento.
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“As ações, palavras e omissões de Bolsonaro sobre direitos ambientais no Brasil podem ser categorizadas como ataques a sua população civil”, diz o documento.

Machado disse que eles decidiram em um tribunal internacional porque qualquer investigação brasileira seria do procurador-geral – escolhido por Bolsonaro. “Nosso sistema de justiça nacional não é capaz de uma investigação independente e imparcial do presidente Jair Messias Bolsonaro”, disse ela.

 

 

*Matéria originalmente publicada no The Guardian