O comentário fundamental de tantos que eu li sobre João Gilberto, num festival de paspalhices conceituais, não veio, não foi colocado na cena. Muito se falou do imponderável, mas nada se falou do essencial, daquilo que traduz a alma de um artista. No caso de João Gilberto, a essência de sua batida, de sua harmonia e de toda a estética que o cercava era pelo simples fato de ser um brasileiro e, como tal, captar do cosmos nativo aquilo que era precisou para consagrar sua obra.
No Brasil, sobretudo depois de 1960, exalta-se demais coisas importantes, mas sem qualquer importância na obra de um artista, como é o caso do jazz. Isso é uma espécie de grilagem cultural. Um artista do peso de João Gilberto seria inadmissível se não fosse essencialmente brasileiro, porque este é o fato indivisível, a obra e o meio. O artista retira o novo do que o povo concebe como novo. Não tem como um artista exilar-se do seu meio, pois, sem ele, um conjunto de qualidades e expressões cria-lhe uma alma de pedra, sem lhe dar o verdadeiro mérito que é carregar consigo a força misteriosa de um observador que traduz em sua arte o sentido criativo do seu povo.
Então, fere-se com redondilhas retóricas o caráter essencial de uma cultura. João Gilberto empregou em sua obra toda a escala melódica que caracteriza a obra brasileira. Na realidade, João Gilberto representa a verdadeira vitória daquilo que dá a tônica da música brasileira, não importando ser bossa nova, samba, choro, frevo e tantas linguagens musicais deste Brasil macunaímico que não se impõe por uma característica, mas por uma livre e aguda emancipação de qualquer caráter definitivo.
Há na essência da obra de João Gilberto os terreiros, as bandas de coreto, as orquestras, o maior e mais completo conjunto de sons de geografia genérica. Não interessa se o João Gilberto era baiano, carioca, capixaba, gaúcho e etc., isso é uma leitura que, ao invés de buscar a razão da riqueza de sua obra, busca nomenclaturas.
Ora, em João há a batida do coco, da chula raiada, do partido alto, do jongo, do congo, maracatu, do tambor de mina, de crioula, enfim, há tudo o que está na essência do Choro, naqueles vários formatos de samba que traduzem a natureza de nossa música com um estupendo caráter libertário.
“Tenho certeza que o Moro não dorme direito, que o Dallagnol não dorme direito”, disse Lula ao reafirmar sua inocência em entrevista concedida nesta quarta-feira (03).
Preso há mais de um ano e quatro meses nas dependências da Superintendência da Policia Federal, em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva procura manter-se atualizado sobre a conjuntura política do país e do mundo por meio dos canais que são a ele autorizados. Sem acesso a internet, pode acessar canais de TV aberta e receber informações por meio de arquivos em pen drives, papeis impressos ou relatos de seus advogados, assessores, amigos e companheiros de partido. Com essas limitações e a privação de liberdade, a leitura e as conversas tornaram-se algumas de suas práticas mais cultivadas.
Na manhã desta quarta-feira (3), Lula recebeu o Sul21 para uma entrevista exclusiva. O ex-presidente chegou escoltado por um agente da Polícia Federal à sala reservada para as entrevistas no prédio da Polícia Federal. O protocolo do encontro previa apenas um cumprimento rápido do entrevistado com os entrevistadores. A conversa iniciou logo e se estendeu por cerca de uma hora e quarenta e cinco minutos. No início da entrevista, Lula estava mais interessado em falar sobre os fatos políticos mais recentes da vida política nacional, em especial o caso da Vaza Jato, com a revelação de mensagens envolvendo o ministro Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato. Publicamos a seguir a primeira parte dessa conversa, onde Lula também fala sobre aquilo que considera sérias ameaças à soberania que pairam sobre o país.
Entrevista
Preso há mais de um ano e quatro meses nas dependências da Superintendência da Policia Federal, em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva procura manter-se atualizado sobre a conjuntura política do país e do mundo por meio dos canais que são a ele autorizados. Sem acesso a internet, pode acessar canais de TV aberta e receber informações por meio de arquivos em pen drives, papeis impressos ou relatos de seus advogados, assessores, amigos e companheiros de partido. Com essas limitações e a privação de liberdade, a leitura e as conversas tornaram-se algumas de suas práticas mais cultivadas.
Na manhã desta quarta-feira (3), Lula recebeu o Sul21 para uma entrevista exclusiva. O ex-presidente chegou escoltado por um agente da Polícia Federal à sala reservada para as entrevistas no prédio da Polícia Federal. O protocolo do encontro previa apenas um cumprimento rápido do entrevistado com os entrevistadores. A conversa iniciou logo e se estendeu por cerca de uma hora e quarenta e cinco minutos. No início da entrevista, Lula estava mais interessado em falar sobre os fatos políticos mais recentes da vida política nacional, em especial o caso da Vaza Jato, com a revelação de mensagens envolvendo o ministro Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato. Publicamos a seguir a primeira parte dessa conversa, onde Lula também fala sobre aquilo que considera sérias ameaças à soberania que pairam sobre o país. Nos próximos dias, publicaremos o conteúdo completo dessa conversa.
Sul21: Gostaria de começar por um dos fatos mais recentes da conjuntura que é a chamada Vaza Jato, com a divulgação de mensagens envolvendo o então juiz Sergio Moro, o procurador Deltan Dallagnol e outros procuradores ligados à Operação Lava Jato. Hoje ministro da Justiça, Sergio Moro esteve ontem (2) na Câmara dos Deputados falando sobre o assunto. Ao mesmo tempo que nega a veracidade dos conteúdos divulgados, ele diz que, mesmo que fossem verdadeiros, não trariam nada demais. Nesta audiência, Moro não reconheceu, mas também não negou, que o jornalista Glenn Greenwald esteja sendo investigado pela Polícia Federal pela publicação das mensagens no The Intercept. Como o senhor, que também foi alvo de vazamento de comunicações, está avaliando esse caso e o significado do que foi divulgado até agora?
Lula: Estamos vivendo um momento sui generis no Brasil. O Moro está se transformando em um boneco de barro. Ele vai se desmilinguir. Como Moro e a força tarefa da Lava Jato, envolvendo procuradores e delegados da Polícia Federal, inventaram uma grande mentira para tentar me colocar aqui onde estou, eles agora têm que passar a vida inteira contando dezenas e dezenas de mentiras para tentar justificar o que eles fizeram, tudo isso com muita sustentação da Globo. A Globo faz um esforço incomensurável para manter a ideia de que os vazamentos são falsos, são obra de hackers, etc. Mas ela não se preocupou com isso quando divulgava vazamentos ilícitos que recebia do Dallagnol e do Moro. Minha família que o diga.
Agora, eles tentam passar para a sociedade a ideia de que, quem está criticando o Moro, é contra a investigação de corrupção. Temos a oportunidade de colocar esse debate em dia. Em primeiro lugar, um juiz não combate a corrupção. Quem combate a corrupção é a polícia. O Ministério Público acusa e o juiz apenas julga. E o juiz não deve julgar com base na cara do réu, mas sim com as informações que ele tem nos autos do processo, avaliando se são verdadeiras ou mentirosas. Eu não estou falando do conjunto da Lava Jato porque se alguém roubou tem que estar preso. Foi para isso que o PT, tanto no meu governo quanto no governo da Dilma, criou todos os mecanismos jurídicos para colocar ladrão na cadeia.
Eles agora tentam salvaguardar o comportamento do Moro e da força tarefa acusando os que são contra eles de serem favoráveis à corrupção. O dado concreto aqui é que estou falando do meu caso e no meu caso eu posso olhar para você como se estivesse falando para o Moro e dizer “Moro, você é mentiroso. Dallagnol, você é mentiroso e os delegados que fizeram o inquérito são mentirosos. Eu sei que é difícil e duro falar isso. É uma briga minha, um cidadão de 73 anos de idade, contra o aparato do Estado, contra a Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público e uma parte do Poder Judiciário. Somente quem sabe que eu estou dizendo a verdade é o Moro, o Dallagnol, o delegado que fez o inquérito e Deus.
Para José Carlos Portela Junior, é possível que os interesses dos Estados Unidos tenham motivado Moro e os procuradores da Lava Jato.
Os novos diálogos entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e procuradores da operação Lava Jato revelados pelo The Intercept Brasil e o jornal Folha de S.Paulo neste domingo (7), mostram que houve a deliberada ação de vazar trechos de delação de executivos da Odebrecht que estavam sob sigilo para atingir o governo da Venezuela. As conversas que ocorreram em agosto de 2017 revelam que o objetivo do grupo era político, deixam claro que os envolvidos sabiam da irregularidade que estavam cometendo e mais: reforçam a suspeita de atuação do governo dos Estados Unidos por trás da condução da Lava Jato.
“Não é à toa que Sergio Moro e Deltan se reuniram nos Estados Unidos várias vezes, iam fazer cursos que ninguém sabe muito bem quais eram, e depois voltavam e a Lava Jato se desenvolvia de uma maneira muito estranha, bombardeando e atacando sempre forças progressistas”, disse em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual, o advogado criminalista José Carlos Portela Junior.
No dia 5 de agosto, às 14h35, Moro escreveu mensagem no aplicativo Telegram para Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. “Talvez seja o caso de tornar pública a delação dá Odebrecht sobre propinas na Venezuela. Isso está aqui ou na PGR?”, sugeriu o ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL).
Deltan respondeu: “Não dá para tornar público simplesmente porque violaria acordo, mas dá pra enviar informação espontãnea [à Venezuela] e isso torna provável que em algum lugar no caminho alguém possa tornar público” (o Intercept publicou os diálogos exatamente como foram escritos, incluindo erros de digitação).
Sem querer fazer alguma acusação leviana, o professor de Processo Penal na UniCuritiba e membro do coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia acredita que não levará muito tempo para que as motivações de Moro e dos procuradores da Lava Jato em atingir o governo da Venezuela sejam sejam melhor compreendidas. “O que levou um juiz brasileiro a querer desestabilizar o regime da Venezuela? Isso é muito estranho, isso tem um projeto político muito maior por trás, que não é um mero projeto político de um juiz e procuradores do Paraná. Há algo muito maior por trás e nós vamos descobrir isso, acho, num futuro bem próximo”, acredita Portela, destacando ainda o projeto geopolítico por trás da Lava Jato, que se expandiu para o Equador e o Peru.
Entre os “resultados” decorrentes da Lava Jato, Portela Júnior destaca a influência nas eleições de 2018 e lembra que o escândalo do Wikileaks já havia revelado os interesses dos Estados Unidos no Brasil.
Deltan Dallagnol era esperado nesta terça-feira (9) na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Diante da recusa parlamentares articulam novo pedido de informações ao procurador.
Depois do episódio do Deputado Glauber Braga com Moro na Câmara, Dallagnol mascou. Como diz o ditado popular, “divindades e demônios têm origem comum nas trevas, quando o sol raia, desdemoniza-se o coisa ruim”.
Este é o caso de Dallagnol depois que a luz penetrou nas sombras da Lava Jato descortinou um grande espetáculo que até os morcegos, acostumados com noites escuras, assombraram-se.
Na verdade, com a rotacão da terra que produz a noite, e esta, as sombras, também produz a aurora e o esplandecer da luz. Diante disso e não tendo como refugiar para os antros onde dormem os ratos, Dallagnol, de astro da Lava Jato, vive certamente o seu pior pesadelo na vida, aprisionado pelas revelações do Intercept.
Na realidade, a grande traíra de Dallagnol foi a própria língua. Ali todos os malefícios produzidos pela Lava Jato foram e serão ainda revelados pelo Intercept na margem oposta em que se encontravam os heróis forjados pela mídia.
Imagino como está a relação de Dallagnol com o travesseiro. Sua fuga da Câmara revela o tamanho da tragédia que sua jornada enfrentará daqui por diante. Ele pode fugir hoje, amanhã, mas em algum momento o congresso o alcança e o religioso hipócrita será devidamente desmascarado diante da opinião pública, assim como Moro e os demais integrantes da força-tarefa.
Trecho do documento enviado por Dallagnol à Câmara dos Deputados
“Diante disso, muito embora tenha sincero respeito e profundo apreço pelo papel do Congresso Nacional nos debates de natureza política que realiza e agradeço o convite para neles participar, acredito ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações sobre mensagens de origem criminosa, cuja veracidade e autenticidade não reconhecemos, e que vêm sendo usadas para atacar a Operação Lava Jato”,
Justo no dia em que completa um ano que Moro tratorou a constituição, chutou as leis, censurou o desembargador Rogério Favreto, impedindo a PF de cumprir sua determinação, deu ordem aos juízes do TRF4 para não soltarem Lula, isso em plenas férias, Fachin, na terra da república de Curitiba, solta estas pérolas:
“ninguém está acima da lei”. “Juízes também cometem ilícitos e devem ser punidos. Juiz algum tem uma Constituição para chamar de sua. Juiz algum tem a prerrogativa de fazer de seu ofício uma agenda pessoal ou ideológica. Se o fizer, há de submeter-se ao escrutínio da verificação”.
O ministro acrescentou que o raciocínio se aplica também aos integrantes do Ministério Público (MP). Ele disse que o órgão deve buscar punição a quem descumprir a lei. Entretanto, isso deve ocorrer dentro do que estabelece a Constituição e o Estado Democrático de Direito.
Moro, nesses cinco anos de Lava Jato, causou uma convulsão jurídica para, através de suas cambalhotas retóricas, prender Lula sem provas.
E o que fez Fachin diante desse descalabro do judiciário brasileiro? Não só passou a mão na cabeça de Moro como também fantasiou-se de aliado da constituição para ajudar Moro a puxar a brasa para a sua maquete de poder.
Ora, Fachin falar uma coisa dessas, justo no dia em que os jornais estampam que Jobim disse textualmente que Lula é inocente e que o STF foi omisso com os abusos da Lava Jato de Moro?
Só de fiado que Moro tem pendurado com a justiça, e jamais foi julgado, perde-se a conta.
Moro é um monumento de crimes contra a constituição e, por isso mesmo ganhou estátua de bronze da Globo e congêneres. Agora, vem Fachin, que sempre lhe estendeu tapete vermelho no STF, com esse amontoado de frases de efeito a la Cármen Lúcia?
Um novo julgamento do habeas corpus de Lula se aproxima. Deve-se acreditar em qual Fachin, nesse que discursou como guardião da constituição ou no que, nas sombras dos bastidores da Lava Jato é comemorado como sendo alguém que está totalmente no bolso dos procuradores e do juiz?
Segundo o jurista Nelson Jobim, os vazamentos publicados pelo Intercept Brasil comprovam que Sérgio Moro teve uma conduta inadequada como juiz federal no Paraná.
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal concedeu entrevista ao jornalista Wellington Ramalho, do Uol, disse que a Corte falhou em não conter os excessos da Lava Jato e que “são controversos em termos de prova”. Ele afirmou acreditar na inocência de Lula.
Jobim afirmou ainda que os vazamentos publicados pelo Intercept Brasil evidenciam que o ex-juiz Sérgio Moro teve uma conduta inadequada como juiz federal no Paraná.
Perguntado sobre a situação de Lula, Jobim respondeu:
“Os processos dele são controversos em termos de prova. Eu, particularmente, não creio que ele tenha participado efetivamente dessas coisas (casos de corrupção). Houve uma onda em relação ao problema do PT. E mudou o quadro. Hoje caminhamos para uma posição de centro-direita, de direita. Agora tem esses processos todos e essa decisão que tem que ser tomada pelo Supremo Tribunal no segundo semestre, quer em relação ao habeas corpus quer em relação ao problema da prisão em segunda instância ou prisão em trânsito em julgado. É possível que ele (Lula) venha a ser beneficiado com isso. Além do mais, ele já tem aquela redução da pena”.
Sobre a imparcialidade de Sergio Moro em relação ao julgamento de Lula, Jobim conclui:
“É difícil afirmar. Examinando isto que aparece nessas notícias do Intercept, que ao que tudo indica são corretas e verdadeiras, ele teve uma conduta não adequada para um juiz de direito. Em hipótese alguma, poderia um juiz de direito ter contatos com o Ministério Público ou mesmo com a defesa para orientar procedimentos. Isso não é nada bom. Seja qual for a solução que se dê para o processo judicial, fica a pecha do envolvimento do juiz no sentido de orientar e comandar a acusação”.
Crise econômica e a falta de perspectiva para a retomada do crescimento, fazendo com que o Brasil beire à recessão, levaram a imprensa internacional a tratar como real a possibilidade de queda do ministro da Economia, Paulo Guedes; agências de notícias como Bloomberg, Reuters e Capital Economics apontam que os seguidos dados negativos, em seis meses do governo Jair Bolsonaro, evidenciam os riscos de que a “a maior economia da América Latina está escorregando para a recessão”, o que pode resultar na saída de Guedes do governo.
A crise econômica e a falta de perspectiva para a retomada do crescimento, fazendo com que o Brasil beire à recessão, levaram a imprensa internacional a tratar como real a possibilidade de queda do ministro da Economia, Paulo Guedes. Agências de notícias como Bloomberg, Reuters e Capital Economics apontam que os seguidos dados negativos, em seis meses do governo Jair Bolsonaro, evidenciam os riscos de que a “a maior economia da América Latina está escorregando para a recessão”.
Para a Bloomberg, a “queda na indústria é vista como evidência de recessão”, o que também é reforçado pela análise da Capital Economics, que afirma que “há boa chance de que o PIB tenha se contraído pelo segundo trimestre consecutivo”.
A Reuters destaca que “após seis meses, auréola do guru Paulo Guedes escorrega” e com a economia entrando em recessão “ninguém acredita” em uma retomada do crescimento neste ano, como o ministro havia prometido, mesmo que a reforma da Previdência seja aprovada pelo Congresso.
Ainda segundo a agência, diante da crise atual uma eventual saída de Guedes do ministério, “pode não ser o cenário de pesadelo dos investidores que já foi um dia”.
Sérgio Moro vai se afastar do Ministério da Justiça; autorização foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União; assessoria de Moro disse que ele vai tirar dias de férias entre 15 e 19 de julho; notícia do afastamento, nesta segunda, coincide com informação de site ligado a Moro de que a PF prepara prisões ligadas à Vaza Jato.
A autorização para o afastamento de Moro foi publicada nesta segunda-feira (8), no Diário Oficial da União. Ele vai ficar fora por alguns dias para tratar de assuntos particulares, segundo informações oficiais.
Enquanto isso, o secretário-executivo da Justiça, Luiz Pontel de Souza fica no cargo.
Ninguém precisou fazer profecia ou recorrer à tábua de logaritmos para saber que o famigerado governo Bolsonaro seria a tragédia que é. Isso não é predeterminar nada, nem cultuar rancor, como é comum na direita brasileira e, muito menos, obra da casualidade.
Tudo em Bolsonaro foi construído na base da fraude. Agora, quem dormiu com a coruja, descobre o tamanho da encrenca em que o país se meteu.
Bolsonaro, em seis meses de governo, regido pelo fígado, já que não tem cérebro, é um trágico e explosivo composto que leva o Brasil ao inferno econômico, social, político e cultural.
Ainda assim, mesmo os que são dados a prever limites para uma hecatombe, não arriscam a determinar os destinos dessa caduquice patrocinada pela escória da sociedade, pelos barões da mídia e pelos donos do dinheiro grosso.
Ontem, no Maracanã, parte da população mostrou o horror que sente de Bolsonaro, gente que pegou garupa na cruzada antipetista para inviabilizar o país.
O governo Bolsonaro é uma crise permanente, e a ressaca generalizada, idem.
Ainda hoje, mais um índice sobre o PIB brejeiro mostra mais uma queda em sua previsão.
Na sociedade existe um medo do que virá e o entendimento de que o governo que aí está, que cheira a enxofre, nasceu falido e só tem força para extorquir a sociedade, como é o caso da reforma da Previdência.
Pra completar, o Datafolha acaba de revelar que a população acha essa convulsão bélica, que chamam de presidente Bolsonaro, mais chulé que o Fernando Collor.
O Datafolha publicou nesta segunda-feira (8) pesquisa de avaliação de Bolsonaro em que só confirma as intensas vaias que ele recebeu ontem no Maracanã. E olha que o público que foi assistir ao final da Copa América pagou um preço alto pelo ingresso, valor que somente a classe economicamente dominante pode pagar, classe esta em que imensa maioria ajudou a elegê-lo.
Para 33% dos entrevistados, o presidente faz um trabalho ruim ou péssimo. Para 31%, regular, e para outros 33%, ótimo ou bom.
Pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (8), aponta que após seis meses de governo Jair Bolsonaro é o presidente em primeiro mandato com a pior avaliação desde Fernando Collor de Mello, em 1990, de acordo com informações da Folha de S.Paulo.
Para 33% dos entrevistados, o presidente faz um trabalho ruim ou péssimo. Para 31%, regular, e para outros 33%, ótimo ou bom. É o mesmo cenário de três meses atrás, no levantamento anterior.
Depois de seis meses, Collor tinha uma aprovação igual à de Bolsonaro (34%), mas 20% de rejeição. Todos os outros presidentes em primeiro mandato desde então aparecem melhor avaliados.
Outro recorte aponta que vem caindo a expectativa positiva em relação a seu governo. De abril para cá, foi de 59% para 51% a parcela de entrevistados que preveem uma gestão ótima ou boa. A ideia de que será regular subiu de 16% para 21%, enquanto o pessimismo ficou estável na margem de erro (23% para 24%).
Os dados refletem o entendimento das realizações do presidente. Para 61%, ele fez menos do que o esperado, enquanto 22% consideram o desempenho previsível. Já 12% avaliam que ele superou a expectativa.
Desempenho
No período, piorou a imagem do desempenho de Bolsonaro como mandatário.
O índice de quem acreditam que ele age como um presidente deveria se comportar caiu de 27% para 22%. Já os que acham que ele não tem tal comportamento oscilou de 23% para 25%.
A pesquisa foi realizada nos dias 4 e 5 de julho e ouviu 2.860 pessoas com mais de 16 anos, em 130 cidades. Ela tem uma margem de erro de dois pontos percentuais.