Falar em proteger a Amazônia, para Bolsonaro é o pior dos insultos. Este é seu principal projeto de poder.
“Não pega fogo floresta úmida. Ninguém fala na Austrália. Pegou fogo na Austrália toda, ninguém fala nada. Cadê o sínodo da Austrália? O papa Francisco falou ontem que a Amazônia é dele, do mundo, de todo mundo”, se esgoela o padroeiro dos milicianos.
Bolsonaro também atacou o Greenpeace
”Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo”, disparou o miliciano ocupante do Planalto, durante coletiva, ao ser questionado pela imprensa a respeito de uma nota emitida pela organização denunciando suas armações em prol das milícias incendiárias de madeireiros, garimpeiros, grileiros que querem dominar a Amazônia para exploração ilegal na floresta.
Bolsonaro pode não ter, como não tem um projeto para o país, mas para as milícias e cartéis, sejam urbanos ou florestais, Bolsonaro briga por eles porque tem interesse direto nesse negócio e não é de agora, como mostra seu histórico ligado à extração ilegal na Amazônia, assim como seu caso de amor com o Rio das Pedras e o Escritório do Crime do miliciano Adriano da Nóbrega.
O sem moral Moro e o chiliquento General Heleno, trocaram figurinhas no twitter depois que Moro foi corretamente espinafrado por Glauber Braga. Digo corretamente, porque o que Glauber diz no vídeo abaixo, Moro acaba de confirmar tirando o corpo fora em proteção à família Bolsonaro, na verdade, piorando ainda mais a situação dela, quando diz que não tem nada com o assunto da morte do miliciano Adriano da Nóbrega e que isso é um problema da polícia da Bahia.
Quando Glauber, como explica no vídeo, chama Moro de capanga da milícia, é disso que ele está falando, Moro escolhe os casos e as ações usando o aparelho do Estado, ou seja, o Ministério da Justiça e Segurança Pública para blindar o clã Bolsonaro.
Moro se contradisse mais tarde ao que disse na Câmara, que não interfere no trabalho da PF e, agora, acaba de dizer que seu ministério não vai se envolver na morte do miliciano e que isso não é assunto federal e sim, do estado da Bahia, quando, na verdade, nem essa fuga ele pode utilizar, já que foi uma ação combinada entre as polícias do Rio de Janeiro e da Bahia.
Mas isso não deixa de confirmar o que Glauber muito bem apontou sobre a malandragem do capanga da milícia.
Por outro lado, o general caduco que vive dando chilique e tapa na mesa, em defesa do molecote que vive de proteger miliciano no Ministério da Justiça, fez o discurso do “civilizado” soando como piada pronta.
Deputados da base do governo ficaram revoltados com as verdades que @Glauber_Braga disse a Sérgio Moro: o ex-juiz é capanga de miliciano. E nós do PSOL não vamos baixar a cabeça para gente assim.pic.twitter.com/LkyLMpZqLB
Sou do tempo em que chamavam-se as pessoas de senhor e senhora e os erros dos outros de equívocos.Usava-se muito por favor ou por gentileza nas frases.Alguns infelizmente, ainda bem que de deputados a absoluta minoria,perderam muito da urbanidade.Grato pela solidariedade Ministro https://t.co/Ol7F1vVgYC
Depois de ver seu nome ser exaltado pelos políticos de cabresto do bolsonarismo, Moro foi descabelado e sua imagem engomadinha foi devidamente amarrotada pelo deputado Glauber Braga (Psol), qualificando-o como capanga da milícia e capanga da família Bolsonaro.
Uma síntese perfeita para um hipócrita, cretino que vai à Câmara dos Deputados posar de defensor de combate à corrupção e, na vida real, é um mero capataz do Palácio do Planalto, agindo, como bem disse Glauber, como capanga da milícia e do clã do seu chefe.
Totalmente transfigurado, Moro não argumentou nada, apenas disse que Glauber é um desclassificado por só atacar. No entanto, Glauber foi didático ao lembrar a Moro que, ele, na hora de aprofundar a investigação contra Flávio Bolsonaro, disse que não podia federalizar um caso que estava nas mãos da justiça carioca. E Glauber seguiu mostrando a Moro o quanto ele é mentiroso e hipócrita, porque, poucos dias atrás, ele usou a PF para livrar Flávio de dois crimes, assim como pressionou o porteiro do condomínio de Bolsonaro a mudar a versão e dizer o que Moro queria para livrar a cara de Bolsonaro e Carlos.
Mais uma vez, Glauber faz um gol de placa nas costas do vigarista, do ministro pilantra que não deu um pio sobre o assassinato, na Bahia, do miliciano Adriano da Nóbrega, comparsa há décadas da família Bolsonaro, com provas que não cabem na caixa preta que Moro tentou construir para blindar os acéfalos que governam o país.
Depois da fala de Glauber, o tempo fechou e a sessão na Câmara foi encerrada, com Moro, novamente, tendo que sair fugido, porque não tem como se defender do indefensável.
Parabéns ao Deputado Glauber pela forma direta com que fuzilou o cínico Moro.
O sujeito, metido a esperto, tropeçava na língua de 5 em 5 minutos.
Hans River, um muquirana digital contratado por uma firma canalha para fazer serviço sujo para a campanha de Bolsonaro, foi convocado pra ir à CPMI das fake-news e, ao ser inquirido, quis ser mais esperto que ele mesmo. Ele se deu mal, porque é burro e se comprometeu ainda mais do que já estava comprometido.
Em determinado momento, Hans ofereceu seu celular para ser periciado, mas na hora em que pediram para ele assinar um documento se comprometendo a entregar, o malandrão disse que não tinha mais celular.
Em outro momento, o esperto disse que fez campanha para um deputado que nem candidato foi.
O sujeito é despreparado até para ser 171, não deu uma dentro e, agora, encrencado, sonhando que os pilantras que criaram a indústria de fake-news para Bolsonaro vão livrar a sua cara.
Isso sem falar no pior. Em tabelinha com o miliciano 03 do clã Bolsonaro, Eduardo, o mesmo que foi para a Bahia no dia em que mataram o comparsa da família, Adriano da Nóbrega, do Escritório do Crime, Hans River atacou de forma baixa a jornalista da Folha, dizendo que ela propôs a ele sexo em troca de informações.
Agora, a deputada federal Lídice da Mata (PSB), relatora da CPMI das Fake News, disse à imprensa que acionará “imediatamente” o Ministério Público para que sejam tomadas “as devidas providências” em razão do depoimento, realizado nesta terça-feira (11), por Hans River Rio Nascimento, ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows.
“Houve um depoimento falso. É preciso que, imediatamente, o Ministério Público investigue e tome as devidas providências.”
“Ele vai ter que provar tudo o que disse. Desde o início, eu estava desconfiada. Ele quis criar problema com alguns, sem nenhuma razão. O Rui Falcão em momento algum o chamou de favelado. Ele tentou forjar ali uma acusação de racismo”, comentou Lídice da Mata (PSB), referindo-se à confusão na comissão antes do início do depoimento — a oposição tentou, sem sucesso, fazer com que a oitiva fosse realizada em sessão secreta.
Para a relatora, River denunciou um crime ao confessar o uso de cadastros não autorizados para os disparos de mensagens em massa durante as eleições de 2018.
“Me deu a impressão de ser uma coisa combinada, uma ação de rede social, o que é algo extremamente ruim. Ele fez declarações inconsistentes. A todo instante, perguntávamos se ele tinha ciência de que mentir na CPMI resultaria punições. Não podemos ficar em silêncio diante disso. Alguns queriam uma medida extremada ontem, que decretasse a prisão dele, mas o presidente da CPMI foi precavido.” disse ela.
Trocando em miúdos, o esperto dançou e o clã Bolsonaro, que já está atolado até o pescoço na morte de Marielle e, agora, do miliciano Adriano da Nóbrega, viu-se num inferno político e criminal ainda mais profundo.
Bolsonaro faz de tudo para fugir do assunto que pode lhe tirar o mandato, seu envolvimento com os grupos criminosos mais violentos do país, as milícias. Tanto que o miliciano Adriano da Nóbrega, amigo e comparsa de longa data da família Bolsonaro no esquema de corrupção da Alerj, onde seus familiares trabalhavam através de Flávio, assim como no gabinete do, ainda deputado, Bolsonaro em Brasília.
Adriano foi executado como queima de arquivo, quanto a isso, não há a menor dúvida. Eduardo Bolsonaro foi para a Bahia dois dias antes da execução do miliciano e lá permaneceu até o serviço ser entregue.
O que mais interessa a Bolsonaro, e não duvidem, a boa parte da grande mídia, é tentar abafar o inabafável caso.
Bolsonaro vendeu a alma ao mercado não mais para governar, mas para se safar e safar os filhos da cadeia.
Se o miliciano foi morto, mas o Itaú bateu recordes de lucro, então, o mercado manda suas ordens para a imprensa, “deixa o homem trabalhar”, porque ele tem cumprido um papel perfeito de Robin Wood às avessas.
O empresariado está feliz porque não quer viver do setor produtivo e sim do especulativo. Assim está bom para todos da aristocracia financeirista. Então, pra que mexer em time que está ganhando?
A mídia, por ordem dos banqueiros, já abandonou o caso, sobrando somente a esquerda para se somar à sociedade e cobrar das autoridades respostas concretas sobre crimes e assassinatos que envolvem as milícias e o clã Bolsonaro.
A esquerda não pode ter outro foco. A bola está quicando, a morte do Adriano da Nóbrega não consegue abafar a relação criminosa entre o Palácio do Planalto e Rio das Pedras.
Por outro lado, a direita que apoia Bolsonaro vai inundar os noticiários com centenas ou milhares de caminhões fumacê, porque Bolsonaro atende aos interesses do famoso 1% dos brasileiros mais ricos que está ganhando rios de dinheiro com o vigarista.
O foco tem que ser apenas um, desbaratar essa quadrilha do inferno mais baixo da bandidagem brasileira que se fundiu com o cargo mais alto da República para, juntos, seguirem irmanados na prática de crimes de toda ordem.
Aras quer por que quer que o caso do miliciano morto, Adriano da Nóbrega, ligado à família Bolsonaro, saia do Rio e vá para as mãos de Moro, Ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro.
Procurador-geral avalia que há novos elementos para federalizar Caso Marielle.
Para Augusto Aras, a morte do ex-PM Adriano da Nóbrega, fortalece o pedido para que as investigações do caso sejam tornadas federais. Isso porque envolve fatos novos ligados às milícias. Justifica
O insistente pedido do PGR ainda vai ser analisado pelo STJ.
A ficha de Adriano Magalhães da Nóbrega, morto no último domingo (9), numa ação da polícia na Bahia, inclui acusações de homicídio qualificado, organização criminosa e envolvimento com a família do presidente da República Jair Bolsonaro.
Seria um dos líderes de organização criminosa com atuação nas comunidades da Muzema, Rio das Pedras e arredores. A ele caberia, em tese, a atribuição de coordenar e manter sob controle todas as empreitadas criminosas, podendo-se destacar as afetas ao ramo imobiliário (venda e locação ilegais de imóveis; grilagem de terras; extorsão a moradores e comerciantes com cobranças ilegais de taxas por alegados “serviços” prestados pelo grupo criminoso; ocultação de bens cuja aquisição se daria com proventos das atividades ilícitas; falsificação de documentos públicos; pagamento de “propina” a agentes públicos; atividades de agiotagem; utilização a partir de ligações clandestinas de serviços de água e energia e demais atividades que garantem a dominação dos territórios.
Em 2007, a esposa de Adriano, Danielle, foi empregada no gabinete de Flávio Bolsonaro e suas mãe contratada pelo próprio Jair Bolsonaro.
Isso explica a insistência de Aras entregar o caso nas mãos de Moro, feitor do Palácio do Planalto.
Em novembro de 2011, o capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Adriano Magalhães da Nóbrega comandava uma operação noturna com o objetivo de desmontar um acampamento criado por traficantes em um trecho da Floresta da Tijuca localizado entre as favelas da Rocinha e do Vidigal, na zona sul do Rio.
Não era fácil caminhar por aquelas matas. As trilhas foram criadas por ex-soldados do Exército que possuem treinamento de sobrevivência em selva e acabaram cooptados pelas facções criminosas.
“Passamos horas caminhando em meio à mata quando vi o capitão Adriano surgir do nada. Ele parecia um fantasma, todo de preto, com o rosto coberto por uma balaclava [espécie de gorro que vai do topo da cabeça ao pescoço] e óculos de visão noturna. Se quisesse teria nos tocaiado, sem dificuldade”, afirmou ao UOL um oficial da Polícia Militar do Rio de Janeiro que participou daquela operação.
Todos sabíamos de histórias do envolvimento dele com a contravenção. No fundo, a gente tinha medo dele. O cara parecia um psicopata. Diziam que ele gostava de matar com faca, mas nunca o vi matar ninguém.
As declarações revelam a mistura de admiração e temor que muitos policiais fluminenses demonstram ainda hoje pelo “Capitão Adriano”. O Ministério Público do Rio denunciou o ex-PM por comandar uma milícia na zona oeste do Rio e o chamado “Escritório do Crime”, grupo de matadores de aluguel que tem como clientes preferenciais chefes do jogo do bicho carioca.
Há suspeitas de que membros do Escritório do Crime estejam envolvidos no atentado que resultou nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
Capitão Adriano estava foragido desde o dia 22 de janeiro de 2019. Mais de um ano depois, em 9 de fevereiro de 2020, o ex-PM foi localizado e morto em um confronto com forças de segurança da Bahia.
Expulso da PM
Capitão Adriano entrou para a PM fluminense no ano de 1996. Quatro anos depois, concluiu o curso de operações especiais do Bope.
Na corporação, fez amizade com Fabrício de Queiroz, que trabalhou como assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), quando este foi deputado estadual. Anos depois, Queiroz indicou a mãe e a mulher de Capitão Adriano para trabalhar no gabinete do filho mais velho do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Adriano chegou a ser homenageado por Flávio Bolsonaro com a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa. Era o ano de 2005, e ele estava preso sob acusação de cometer homicídio.
Nessa mesma época, o ex-“caveira” (membro do Bope) começou a atuar como segurança para familiares do falecido bicheiro Valdomiro Paes Garcia, o Maninho. No serviço irregular, que resultou em sua expulsão da PM decidida pela Justiça do Rio no ano de 2014, ele se envolveu na disputa fratricida pelo espólio do contraventor.
De acordo com testemunhos incluídos nos autos da investigação interna conduzida pela PM do Rio, obtidos pelo UOL, Capitão Adriano participou de ao menos oito homicídios entre os anos de 2006 e 2009, a mando do contraventor José Luiz de Barros Lopes. Conhecido como Zé Personal, ele era casado com uma filha de Maninho.
“Em geral, as vítimas desses assassinos têm alguma relação com o crime e a Polícia faz vista grossa. Adriano não é o primeiro a prestar esse tipo de serviço. Outros policiais já fizeram o mesmo e praticamente todos tiveram o mesmo fim: a morte”, afirmou um delegado da Polícia Civil do Rio, que pediu para não ser identificado.
Um bom matador é sempre útil. E Adriano é um dos melhores, talvez o melhor atualmente. Delegado de Polícia Civil do Rio a respeito de Capitão Adriano.
A ficha de serviços mostra que Capitão Adriano recebeu treinamento de elite durante sua trajetória como PM. Entre os cursos em que se formou, estão os de sniper (atirador de elite), operações táticas especiais e segurança especial para autoridades.
Em 2001, Adriano Magalhães da Nóbrega concluiu curso de sniper em São Paulo.
Aficionado por armas e horas na “deep web”
Os relatos ouvidos pela reportagem e documentos de seu processo de expulsão da PM classificam Capitão Adriano como “caçador de gente”. Ele pode passar dias isolado em meio à Floresta da Tijuca ou, em busca de aprimoramento, horas em chats na chamada “deep web” (sites que não estejam indexados em mecanismos de buscas). É descrito como um aficionado por armas, equipamentos tecnológicos, treinamentos militares e jogos com simulações de combates.
“Os equipamentos dele eram pessoais, ele sempre aparecia com alguma novidade tecnológica. Foi com ele que vi pela primeira vez um bloqueador de sinal, hoje chamado de misturador, que impede o funcionamento de celulares ou GPS. Ele tinha comprado num site na internet”, diz o oficial da PM.
Mesmo um assassino altamente capacitado pode errar, como revelou às autoridades o pecuarista Rogério Mesquita, homem de confiança de Maninho e também envolvido na disputa pelo espólio do bicheiro. No começo de 2007, Zé Personal havia decidido matar Guaracy Paes Falcão, o Guará. Vice-presidente da escola de samba Salgueiro e primo de Maninho, Guará era visto como um rival pelo controle de pontos de jogos da organização criminosa. Ele incumbiu o Capitão Adriano de executar a tarefa.
Na primeira tentativa de matá-lo, o ex-caveira e seus comparsas seguiram um carro semelhante ao de Guará, um Peugeot preto. Em certo trecho da estrada Grajaú-Jacarepaguá, interceptaram e dispararam contra o veiculo. Só então os assassinos perceberam que se equivocaram e um casal foi morto por engano. O capitão havia “feito merda”, como afirmou Zé Personal.
O segundo atentado atingiu o “alvo certo”. Na madrugada de 14 de fevereiro de 2007, Guará deixou a quadra da Salgueiro, na zona norte do Rio, em direção à sua casa em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. No banco de carona estava a sua mulher, Simone Moujarkian, 35, destaque da escola de samba. A viagem foi interrompida em frente à unidade do supermercado Guanabara, no bairro de Andaraí, quando os assassinos interceptaram o carro. Os atiradores acertaram 15 tiros de fuzil no Peugeot. Três disparos acertaram Guará; outros dois, Simone. Eles morreram no local.
Rogério Mesquita chegou a acusar Capitão Adriano de tentar assassiná-lo. O ex-PM foi absolvido pela Justiça por falta de provas. Em 24 de janeiro de 2009, o pecuarista foi morto a tiros a cerca de cem metros da Praia de Ipanema. Zé Personal teve o mesmo fim: em 17 de setembro de 2011, morreu quando frequentava um centro espírita na Praça Seca, na zona oeste do Rio.
Na cadeia, homenageado: “dedicação e brilhantismo”
O primeiro caso de homicídio cometido pelo Capitão Adriano que veio a público foi registrado no ano de 2004. Um flanelinha que havia denunciado um esquema de extorsão praticado por PMs foi morto a tiros dentro de uma favela do Rio. Adriano chegou a ser condenado na primeira instância, mas o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou a sentença.
Foi durante esta época na cadeia que ele foi homenageado por Flávio Bolsonaro. De acordo com o então deputado estadual, o PM merecia ter a honraria por, entre outras razões, ter êxito ao prender 12 “marginais” no morro da Coroa, no centro, além de apreender diversos armamentos e 90 trouxinhas de maconha. Para Flavio, Adriano desenvolvia.
Um advogado que o defendeu nesse caso revelou ao UOL suas impressões ao encontrar o ex-caveira quando estava detido pelo crime em um batalhão da PM.
“Quando cheguei ele estava no dormitório, limpando um fuzil e uma pistola. As duas armas estavam desmontadas sobre uma mesa. Adriano lubrificava e secava com uma flanela cada peça. Era como se estivesse cuidando de um animal de estimação. Mal olhou nos meus olhos enquanto eu sugeria uma linha de defesa.”
Não parecia preocupado em momento algum, disse o defensor. Em meia hora ele terminou de limpar e montar as duas armas. “Me olhou num instante e disse que ninguém iria depor contra ele.”
“Esse cara era só mais um vagabundo, ligado ao tráfico”, disse ele ao advogado.
Adriano não faz a linha falastrão. O cara fala pouco, mas observa tudo à volta. É visível que ele não confia em ninguém ou em quase ninguém.
“Só o vi falar bastante num dia em que relembrava um treinamento de selva que fez no Exército. Ele se gabava que havia crescido no mato, que desde garoto se embrenhava na floresta e não teve dificuldade quando foi largado na mata sem comida e água”.
Adriano é chamado de “patrãozão” pelos milicianos
A trajetória de assassino pago por contraventores a chefe de milícia, após ser expulso da PM, pode ser considerada um “evolução” do Capitão Adriano no mundo do crime. A denúncia da Operações Intocáveis, que descreve como funciona o grupo paramilitar Escritório do Crime, revela o apreço que ele tem pelo silêncio.
“Cioso destacar o fato de o denunciado Adriano não falar ao telefone, bem como, delegar aos seus asseclas o gerenciamento dos negócios ilícitos provenientes das atividades criminosas desempenhadas pela organização criminosa, evitando assim qualquer tipo exposição”, afirma o MP do Rio.
Na denúncia, os promotores mostram como a milícia domina os bairros de Rio das Pedras, Muzema e seus arredores na zona oeste do Rio. Capitão Adriano é chamado de “patrãozão” pelos milicianos.
O grupo criminoso arrecada dinheiro com a extorsão de moradores e comerciantes da região, cobrando taxas referentes a “serviços” prestados, como segurança. Age também no ramo da agiotagem e detém o monopólio da venda do gás de cozinha, entre outras atividades.
A renda proveniente dessas ações criminosas financia os empreendimentos imobiliários ilegais na região. No último dia 12, dois prédios construídos de forma irregular desmoronaram na Muzema. Vinte e quatro pessoas morreram.
“Adriano prestava serviços também para empresários, políticos e até integrantes do Judiciário. Chega uma hora em que esses matadores querem rivalizar com os patrões. É aí que são mortos e substituídos por outros”, diz o delegado de polícia ouvido pelo UOL.
O ex-capitão [Adriano] sabe bem disso, sabe que hoje a vida dele vale pouco. Afinal, ele é um arquivo. Sabe muita coisa de gente importante.
Para ex-secretário Nacional de Segurança Pública, “ultradireita no poder” destruiu autonomia dos órgãos de investigação, como as polícias e o Ministério Público.
Para o ex-secretário de Segurança, órgãos têm atritos internos causados pela ascensão conservadora.
Até que ponto as instituições, como Polícia Federal e Ministério Público, estão livres para investigar no Brasil presidido por Jair Bolsonaro (sem partido)? A pergunta surge após a morte de Adriano Magalhães da Nóbrega, acusado de chefiar a milícia Escritório do Crime e de ter ligações com a família Bolsonaro, em ação conjunta das polícias da Bahia e do Rio de Janeiro.
Para o ex-secretário nacional de Segurança Pública, o antropólogo Luiz Eduardo Soares, há um boicote principalmente interno. Nóbrega era considerado peça fundamental para entender a ligação da família Bolsonaro com as milícias. A relação envolveu inclusive emprego de sua esposa e mãe no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. O ex-secretário vê indícios de queima de arquivo ou, então, “um nível de incompetência tremendo” alguém procurado nacionalmente acabar morto.
Segundo Soares, não é possível dizer que “as instituições estão funcionando” enquanto existe uma onda fascista e integralista nestes ambientes, que combatem quem pensa diferente, segundo o ex-secretário. “Saíram do armário não só os conservadores, que sempre existiram e predominaram essas instituições, mas saíram as adesões que beiram o fascismo, com declarações de ultradireita”, define.
Em setembro do ano passado, Bolsonaro ignorou a lista tríplice ao indicar Augusto Aras como novo procurador-geral da República em substituição a Raquel Dodge. Pela tradição, três nomes são indicados pela ANPR (Associação Nacional de Procuradores da República), mas o presidente decidiu escolher uma pessoa de perfil conservador e que seria mais alinhado às ideias dele.
Apesar disso, para o secretário, atacar a autonomia das instituições que têm como prerrogativa investigar nem precisa de influência direta do presidente. “Dado o atual quadro que estamos vendo, nem seria preciso que houvesse grandes operações do Executivo para pressionar”, afirma Luiz Eduardo.
Confira a entrevista:
Ponte – O quanto o presidente Jair Bolsonaro tem influenciado na autonomia de investigação, seja da Polícia Federal, seja do Ministério Público?
Luiz Eduardo Soares – É difícil precisar. Em primeiro lugar, não podemos idealizar a autonomia como algo real, que tenha se realizado em algum momento e agora esteja sendo reduzido. Por exemplo, é claro e indiscutível que no período da Dilma [Rousseff, ex-presidenta], houve uma autonomia jamais vista. Isso constatamos pelo que aconteceu, não é preciso uma reflexão sofisticada para deduzir isso. A PF agiu e não houve qualquer tipo de perseguição. Sabemos que naquele período isso efetivamente aconteceu em larga escala, mas a situação usual, mais costumeira, não é aquela indicada na Constituição. É a de restrição, de pressões. Se baixarmos a bola e entendermos que a realidade é muito complicada e se dá em um espécie contínua de tensões, produzindo resultado que variam para lá ou para cá, já começamos a pensar de maneira mais interessante, real. O segundo ponto: veja como as próprias instituições vão se amoldando ao momento político conjuntural nas suas guerras internas. É importante salientar que se evite a pensar a instituição e o que lhe está exterior, o poder do Executivo, por exemplo, porque no interior dessas instituições há conflitos.
Como identificar isso?
Luiz Eduardo Soares – Veja o caso do MP: no Rio de Janeiro, uma promotora foi afastada depois de fazer uma perícia apressada, depois de poucas horas, sem tê-lo feito antecipadamente, logo depois de matéria da Rede Globo, Jornal Nacional, que indicava que um porteiro tinha dito, depois negou…[Soares se refere à informação de que no dia da morte de Marielle Franco, Élcio de Queiroz, apontado como um dos assassinos da vereadora, teria ido ao condomínio do presidente e chamado por ele]. A promotora se apressou [Simone Sibilio afirmou que a versão do porteiro era mentirosa], depois se descobriu que ela fizera campanha para o Bolsonaro. E não são poucas as referências que tenho de amigos no interior do Ministério Público e do Judiciário do RJ que são impressionantes. Saíram do armário não só os conservadores, que sempre existiram e predominaram essas instituições, mas saíram as adesões que beiram o fascismo, com declarações de ultra direita.
Isso gera atropelos?
Luiz Eduardo Soares – Claro! E aí você tem: se entre eles há uma exposição tão clara, nítida, já não mascaram, não têm pudor, tem um grupo do MP pela Sociedade, movimento Promotores e Procuradores pela Sociedade, o manifesto deles após vitória do Bolsonaro, ano passado, com uma plataforma dizendo os pontos que eles lutariam e eram os que o próprio governo federal defende. Então não é preciso nenhuma pressão externa. O MP tem a característica de ser muito fragmentado e individualizado, isso é até uma virtude porque garante liberdade dos profissionais, mas não significa que espontaneamente eles não assumam ideologia e, no caso hoje do Brasil, o que é assustador é que dentro do MP há valores a serem cultuados explicitamente ligados à tradição fascista ou integralista, se quisermos tornar mais nacional o debate. O mesmo acontece no Judiciário. Estava conversando com amigos juízes e eles estão assombrados como isso está acontecendo sem qualquer pudor. Dado esse quadro, nem seria preciso que houvesse grandes operações do executivo para pressionar.
É a influência dessa onda ultra conservadora?
Luiz Eduardo Soares – As máquinas institucionais estão sendo corroídas e degradadas pelo fascismo. É uma coisa impressionante. Quando as pessoas dizem “as instituições estão funcionando”, eu me pergunto ao que elas se referem, se a algumas providências que são tomadas, mas não se percebe que sob as providências eventualmente positivas que aparecem e indicariam o pleno funcionamento democrático das instituições, por dentro, há guerras gravíssimas. E se há alguma decisão positivas, há por outro lado outras tantas, talvez nem tão visíveis, que são chocantes, perturbadoras. Isso está acontecendo. Não podemos dizer que as instituições deixaram de existir e estão conduzidas pelo fascismo, nem que estão firmes e fortes, funcionando. Há uma conflagração ideológica. Para saber para onde isso pende seria preciso uma bola de cristal. Não sabemos o que vai acontecer. Hoje é o clima de grande tensão e disputa no interior da Polícia Federal, o que sempre houve.
Ocorria no passado?
Luiz Eduardo Soares – No caso da PF, era menos marcado pela ideologia e mais pelo corporativismo. Por exemplo, até início de 2019, e depois de alguma maneira isso arrefeceu porque as bandeiras ideológicas bolsonaristas se impuseram, porque havia suposição comum de que haveria grandes trunfos corporativos, ganhos seriam grandes. Uma expectativa que saciou essa voracidade. Até início de 2019, ouvi de amigos que poderia haver tragédia, clima entre agentes e delegados que se cruzam em corredores armados, com nível de ódio entre eles imenso. Isso tudo, de alguma forma, foi adiado porque houve tendência de apoio em comum ao Bolsonaro que criou uma expectativa favorável do ponto de vista corporativo. No fundo, o que predomina é uma ideologia em comum ultradireitista. E vemos que essas instituições estão tomadas por esse viés. Temos um MP diluído e uma predominância hard-conservadora. O Judiciário do mesmo jeito e a PF, que é mais difícil dizer, mas muito marcada por esses valores. Como isso tudo impacta? A ver.
Entre todos esses órgãos, a PF virou alvo de ameaças ao longo de 2019 por parte do presidente. Como isso interfere no trabalho?
Luiz Eduardo Soares – Mas é claro que afeta. “Posso mexer nisso? Não, deixa para lá porque senão minha carreira está em xeque”. Evidente que se cria um clima de instabilidade, incerteza e de terror. Se algum momento houve um sentido de proteção, “faça o seu trabalho e der o que der vai haver proteção, pode ir adiante, cumpriremos nosso papel de instituição da República”. Se em algum momento isso teve próximo de acontecer, nós estamos distante desse momento. Não quer dizer que não haja grandes profissionais, mas claro que isso acua até os bons profissionais.
É a sensação de que não se tem uma sombra protetora.
Luiz Eduardo Soares – Exato, agora é o contrário. Posso imaginar a situação sobretudo dos responsáveis, delegados, superintendentes. Quem vai ousar?
Como encara toda a situação envolvendo o Adriano Magalhães da Nóbrega, ligado à família Bolsonaro, desde as investigações, de ter ficado fora da lista de mais procurados até a sua morte?
Luiz Eduardo Soares – É claro que não podemos cravar com certeza absoluta, isso só seria possível com um tipo de investigação que eu não tenho nem ideia para fazer, então não posso dizer com certeza absoluta. A imensa probabilidade, de acordo com experiência que tenho, de quem acompanha a saga, é de que há elementos de queima de arquivo. É impossível você ser obrigado a matar uma pessoa numa situação dessas. O que um equipe faz se você sabe que precisa capturar um indivíduo com vida? Deixa essa pessoa esgotar a munição, esgotar utilização de arma, estar sozinha, impedir que haja canais que viabilizem reprodução da situação, luz, água, etc. Com cerco no interior, em duas semanas não seria preciso isso. Em dez dias, uma semana… Quando o sujeito diz que não tem mesmo alternativa acabaria se entregando. Essa história de “ele resistiu” é uma coisa completamente inverosímel. É absurdo. Ou é um nível de incompetência tremendo e não seria de se esperar em um caso assim como esse, tão grave, tão importante para o país todo. Ou então é, de fato, uma oportunidade de queimar arquivo. Isso acontece todos os dias no Brasil.
Qual ligação o Adriano tinha com o caso da Marielle Franco e com a família Bolsonaro?
Luiz Eduardo Soares – Com o caso Marielle, não tenho informação. Em relação à família [Bolsonaro], tudo. Ele está sendo buscado como um pivô, figura chave na história. Quais são as relações da família Bolsonaro com as milícias? Sabemos que há inúmeras no discurso, na prática de premiação, nas alianças, na criação de nichos eleitorais, nos gabinetes, são inúmeras. Esse sujeito é um dos líderes desse processo de formação de milícias e sempre esteve ligado à família. É uma história comum. Estávamos no fio da meada da potencialmente biografia criminosa familiar. Essa é uma peça absolutamente chave. Só o fato de ele ter fugido naquelas circunstâncias já é muito suspeito. É muito evidente que havia alguma proteção, informação privilegiada. Quando o Lessa [Ronnie Lessa, PM da reserva e integrante de milícia], assassino que está preso acusado de atirar na Marielle [Franco], foi preso às 5h, estava preparando a fuga. Ou seja, tinha sido informado sobre a prisão. Aquilo é a prova que foi por um triz que não fugiu. Há elementos infiltrados, há divisões aí. Os milicianos são policiais, as milícias não são desassociadas da polícia, a política não é desassociável disso tudo… É muito difícil isolar um núcleo a ponto de que não haja vazamento, de que haja efetivamente independência, autonomia.
Ministro não colocou o nome de Nóbrega em lista dos procurados da PF, mas sabia de operação na Bahia.
No último domingo (9), Adriano Magalhães de Nóbrega, ex-capitão do Bope, foi assassinado em Esplanada, na Bahia, após uma operação policial que devia prendê-lo, mas que teria terminado em uma troca de tiros, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
O jornal Folha de S. Paulo informou nesta segunda-feira (10), que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, sabia da operação. Segundo o jornal, a pasta comandada pelo ministro cogitou a possibilidade de enviar um helicóptero para dar suporte à polícia baiana, responsável pela operação.
Acusado de comandar milícias em Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, Nóbrega era procurado pela Justiça brasileira desde janeiro de 2019, mas ficou de fora da lista com os criminosos mais procurados do país, divulgada por Moro no dia 30 de janeiro.
No dia seguinte à divulgação da lista, a ausência do miliciano levou o PSOL a anunciar que convocaria o ministro Sérgio Moro para que ele prestasse esclarecimentos ao Congresso.
Relação com Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz
O ex-policial militar estava escondido na fazenda de Gilsinho da Dedé, vereador do PSL em Esplanada (BA). O partido é peça-chave para entender o caso que culminou em uma mandado de prisão expedido contra Nóbrega em janeiro de 2019.
Até novembro de 2018 quando ainda era filiado ao PSL – partido do qual se desligou em outubro de 2019 – o senador Flávio Bolsonaro (sem partido), empregava a mãe e a esposa de Adriano de Nóbrega em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), pois era deputado estadual.
O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPE-RJ) aponta Nóbrega como um dos responsáveis pelo chamado “Escritório do crime”, de onde teria partido o plano para assassinar a vereadora Marielle Franco.
Homenageado por Flávio Bolsonaro na Alerj em 2003, oportunidade em que recebeu a medalha Tiradentes, mais alta honraria fluminense, Nóbrega é amigo de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador, acusado de recolher parte dos salários dos funcionários do gabinete do político, prática conhecida como “rachadinha.” Os dois trabalharam juntos no 18 Batalhão da Polícia Militar.
Ainda de acordo com a investigação do Ministério Público, as contas de Nóbrega teriam sido utilizadas por Queiroz para fazer depósitos das rachadinhas.
Paulo Emílio Catta Preta, advogado de Nóbrega, anunciou que seu cliente tinha medo de ser assassinado. Seria, segundo o ex-militar, uma “queima de arquivo”. “Ele falou que estava temendo pela vida dele, porque ele tinha certeza, segundo ele me disse, que esta operação para prendê-lo verdadeiramente, mas era para matá-lo”, explicou o defensor, em entrevista ao portal G1.
Do vovô ao cachorrinho, todo mundo da família de Adriano da Nóbrega se empregou no gabinete de Flavio Bolsonaro.
Bolsonaro e o seu primogênito, Flávio, foram as pessoas que mais deram Oscar para um dos criminosos mais frios do Brasil, que diziam gostar de matar suas vítimas à facada.
Caveira, como era conhecido pelo seu Escritório do Crime, estava na lista da Interpol, mas não estava na de Moro.
Agora, o super-Ministro da Justiça e Segurança Pública, que passou 5 anos latindo e babando raiva de petistas, está de focinheira colocada pelo seu dono ligado umbilicalmente ao miliciano morto no domingo (9), na Bahia.
Ninguém espera que a família Bolsonaro abra a boca sobre o caso, nem mesmo Eduardo, que estava na Bahia na hora da morte de Adriano, está sendo cobrado pela mídia que dê uma declaração que justifique sua estadia lá durante dois dias.
Mas Moro, que vive agora dependurado no twitter elogiando ações policiais em todo o Brasil em busca de apoio para a sua candidatura, não abrir o bico sobre a ação conjunta entre a polícia carioca e a baiana que culminou na queima de arquivo do personagem principal que liga Bolsonaro à morte de Marielle é, no mínimo, passar recibo de que o Ministro, que defendia total transparência das autoridades públicas contra o PT, aceita e abana o rabinho para a mordaça que lhe impuseram.