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Bolsonaro toma uma sonora vaia em Aparecida do Norte

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi vaiado e aplaudido por três vezes durante as celebrações pelo dia de Nossa Senhora Aparecida, hoje, no Santuário Nacional dedicado à santa, na cidade paulista de Aparecida.

As vaias, e aplausos, muito mais vaias que aplausos, ocorreram simultaneamente em dois momentos: quando Bolsonaro entrou na basílica e quando seu nome foi anunciado pelo irmão Carlos Cunha, que conduzia a missa.

Arcebispo critica “tradicionalismo”

Durante o sermão da missa especial, pela manhã, o arcebispo dom Orlando Brandes pediu proteção à vida, focando sua palavra na proteção da Amazônia. O religioso invocou os fiéis a ajudar na proteção da vida, buscar os afastados e ocupar os espaços vazios. Ao subir o tom crítico aos políticos, Brandes falou em “dragão do tradicionalismo” e disse que a direita é “violenta” e “injusta”.

“Temos um dragão do tradicionalismo. A direita é violenta, é injusta, estamos fuzilando o papa (Francisco), o Sínodo (da Amazônia), o Concílio do Vaticano II, parece que não queremos vida”, afirmou o arcebispo durante o sermão. “Nas escrituras, o dragão é o demônio, é o diabo, é o mal que desorganiza tudo. Satanás também tem as suas comunidades, grupos do mal, que tentam e atentam contra a vida.”

Em sua fala, ele também pediu para que Nossa Senhora Aparecida livre os brasileiro do mal.

“Para que, no Brasil, nossas crianças não morram mais com bala perdida, nossos jovens não se suicidem e nossos idosos tenham um lugar de dignidade para viver e sobreviver ao dragão do pecado.”

“Dragão do tradicionalismo”

Sobre o “dragão”, dom Brandes analisou que o caminho para a corrupção está sendo facilitado, o que, segundo o religiosa, aumenta as desigualdades sociais em um momento em que os brasileiros sofrem com o desemprego e a violência.

 

 

*Com informações do Uol

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PSL ataca Bolsonaro e pede auditoria da sua campanha

Os ataques da Jair Bolsonaro a seu próprio partido podem se tornar um tiro pela culatra. Após o primeiro pedir auditoria nas contas da legenda, o partido comandado por Luciano Bivar decidiu fazer o mesmo e pode determinar a abertura da campanha presidencial para “abrir as vísceras” do processo.

“Logo após o presidente Jair Bolsonaro e 21 parlamentares terem pedido ao PSL acesso às contas do partido\ para auditoria, o comando da legenda decidiu contra-atacar. Vai pedir auditoria nas contas da campanha presidencial do ano passado. Nas palavras de um integrante do PSL, foi iniciado um processo que deixará ‘as vísceras do partido expostas”, informa o jornalista Gerson Camarotti, em reportagem publicada no G1.

Leia, abaixo, reportagem da Reuters sobre a crise de Bolsonaro com seu partido:

ITAGUAÍ, Rio de Janeiro (Reuters) – Após os desentendimentos com o comando do PSL chegarem a novas temperaturas máximas esta semana, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que “o nosso partido é o Brasil”.

Ao discursar na cerimônia de início da integração do submarino Humaitá, Bolsonaro que os inimigos internos são mais terríveis que os externos.

“O destino do nosso país quem os fará seremos todos nós, juntos e unidos, porque lá fora cada vez mais pensam em nos colocar numa situação de colonizados e não permitiremos”, disse o presidente.

“Como político eu digo: o nosso partido é o Brasil. Temos inimigos dentro e fora do Brasil e os de dentro são os mais terríveis e os de fora nós venceremos com tecnologia, disposição e meios de dissuasão”, acrescentou.

Em um tom de voz mais elevado e parecendo se dirigir ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que estava no palco principal, afirmou que trabalha para que seu sucessor no futuro receba um país melhor do que dele recebeu.

“Trabalho para que quem por ventura no futuro —de forma ética, moral e sem covardia— venha assumir o destino da nação encontre nossa pátria numa situação bem melhor do que encontrei no corrente ano”, afirmou Bolsonaro.

Na terça-feira, o presidente chegou a falar para um apoiador esquecer seu partido, o PSL e afirmou que o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar, está “queimado para caramba”. No dia seguinte, procurou minimizar a situação, afirmando que “briga de marido e mulher, de vez em quando acontece”. [nL2N26T0QJ][nL2N26U1QX]

Já a relação com Witzel, que se beneficiou da onda Bolsonaro para ser eleito governador no ano passado, esfriou desde que o ex-juiz deu indícios de que pretende disputar a eleição presidencial em 2022.

Reportagem de Rodrigo Viga Gaier

 

 

*Com informações do 247

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O Brasil para, pobreza dispara, mas bancos lucram R$ 109 bilhões em 12 meses, maior valor em 25 anos

A economia do Brasil parou e a pobreza disparou.

Ninguém compra roupas, moveis, carros, eletrodomésticos.

Lojas, restaurantes, shoppings vazios’, vendas varejo, Agosto/julho:restrito +0,1%;ampliado 0,0%. Zero!

Catadores de material reciclável se multiplicam a olhos vistos e moradores de rua ganham cada vez mais espaços na paisagem das cidades pequenas, médias e grandes.

Mas Bancos batem recorde de lucros.

Corte de verba para a saúde e educação por ‘falta de recursos’, ataque à pensão de viúvas pobres, desemprego em massa, são apenas alguns sintomas dessa distopia bolsonarista.

Mas os bancos lucraram R$ 109 bilhões entre julho de 2018 e junho de 2019, informou hoje o diretor de Fiscalização do BC (Banco Central), Paulo Souza, durante a apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira.

Esse é o maior lucro nominal (sem considerar a inflação) em 25 anos, desde o lançamento do Plano Real, em 1994.

Os dados mostram que o resultado é 18,4% superior ao lucro de R$ 92 bilhões registrado entre julho de 2017 e junho de 2018.

Que país se desenvolve com uma coisa dessas?

O governo Bolsonaro trabalha sistematicamente para dar lucros ao sistema financeiro.

Paulo Guedes nunca escondeu que não tem o menor apego pelo desenvolvimento, pela geração de empregos ou preocupação com os pobres.

Ele está feliz com os banqueiros enchendo as burras de dinheiro enquanto o restante da economia naufraga.

 

*Da redação

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Fim da Embraer: Boeing vai parar fábricas da Embraer e dar férias coletivas aos funcionários

A Embraer, vendida à empresa americana Boeing, anunciou hoje férias coletivas para mais de 15 mi funcionários da empresa brasileira. Ironicamente, o anúncio do início do fim da Embraer se dá no mesmo dia em que depois de Bolsonaro liquidar a Base de Alcântara e diversas riquezas nacionais para bajular Donald Trump, o Brasil recebeu um sonoro não dos EUA para a entrada na OCDE.

O trabalho será interrompido entre os dias 6 e 20 de janeiro para a transmissão de comando nas unidades de produção no Brasil. A decisão foi recebida com apreensão pelos trabalhadores que não engoliram a história de “transição de comando”.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, que representa a maior parte dos trabalhadores da empresa que agora pertence aos EUA, afirma que os empregados são contra as férias coletivas.

A direção do sindicato também tem tentado agendar com a direção da empresa uma reunião para negociação da situação na Embraer, a fim de garantir a permanência dos funcionários após o fim do processo de aquisição pela Boeing.

A entidade acrescentou que a decisão da empresa “causa apreensão entre os trabalhadores, preocupados com as medidas que a nova direção da companhia eventualmente possa tomar”.

Representantes da Embraer não puderam comentar o assunto de imediato.

 

*Com informações do A Postagem

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Trump sacrifica Brasil para atingir seus objetivos

Na esperança de criar um impasse e evitar a expansão da OCDE, governo Trump trai promessa com o Brasil e entrega proposta que inclui apenas a adesão de Argentina e Romênia na entidade com sede em Paris.

GENEBRA – A decisão do governo dos EUA de não endossar a entrada do Brasil na OCDE, revelada pela agência Bloomberg, escancara a dimensão de amadorismo do governo de Jair Bolsonaro.

Ajudamos Donald Trump a atacar seus inimigos, apresentamos propostas na ONU contra a Venezuela à pedido da Casa Branca, abandonamos uma posição histórica na OMC ao lado dos países emergentes e até escrevemos nossos discursos na Assembleia Geral das Nações Unidas usando as mesmas palavras. Acreditamos tanto na promessa que há quem diga que soltamos um “eu te amo” nos bastidores.

Em troca, seriamos os aliados preferenciais. E até promovidos para o clube dos países ricos, a OCDE. Isso foi o que Trump disse ao presidente brasileiro em março.

Mas nada disso ocorreu. Uma carta enviada pelo governo americano para o secretário-geral da entidade, Angel Gurria, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, indicou que a Casa Branca prefere começar a expansão da OCDE apenas com Argentina e Romênia.

Nos bastidores, os americanos continuam dizendo aos brasileiros que a candidatura do País é apoiada por eles. Mas a realidade em Paris é diferente. Não há nem prazo e nem plano.

A carta é resultado de semanas de negociações. Depois de uma reunião desastrosa em julho, a OCDE não conseguiu definir como seria sua expansão. Gurria buscava uma resposta e, depois de gestões, recebeu uma carta no final de agosto. Nela, Pompeo trairia o Brasil.

No fundo, observadores acreditam que o problema não seja exatamente o Brasil. Mas sim a própria expansão da OCDE. A Casa Branca não quer essa ampliação e, de forma consciente, sugeriu na carta a entrada de apenas um europeu. Isso tudo sabendo que a UE não aceitaria a proposta.

Para Bruxelas, é fundamental que os dois países que fazem parte do bloco também estejam na OCDE. Portanto, além de Romênia, a Bulgaria também deveria entrar ao mesmo tempo.

Resultado: o processo se estagnou e não há, por enquanto, qualquer tipo de solução.

Quem perde, por enquanto, é a gestão de Ernesto Araújo, fervorosos defensor de um alinhamento automático com os EUA.

Enquanto isso, na OMC, o Brasil abriu mão de ser tratado como país em desenvolvimento em futuros acordos. Isso já teve consequências. Um diplomata brasileiro que iria presidir as negociações sobre os subsídios à pesca teve seu nome vetado pela Índia. Motivo: a aproximação excessiva do Brasil aos EUA.

Resultado: fizemos o trabalho sujo ao longo dos meses para os americanos. E, na hora de ir buscar o pagamento, fomos avisados que a retribuição fica para a próxima.

Na Síria, sem os curdos, os americanos jamais teriam derrotado o Estado Islâmico. Quando não precisaram mais dessa população, anunciaram que estavam retirando os soldados que os protegiam contra os turcos. Em poucos dias, mais de 60 mil curdos tiveram de abandonar suas casas diante dos ataques turcos.

Foram traídos.

Resta esperar que, assim como ocorreu com os militares em 1964 ou com Eurico Dutra nos anos 40, o novo governo logo se dê conta que uma suposta aliança automática com os EUA jamais trouxe um benefício ao Brasil. Jamais.

 

 

*Jamil Chade/Uol

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Anunciado por Bolsonaro, como grande vitória do seu governo, EUA voltam atrás e se recusam a endossar entrada do Brasil na OCDE

Resumindo, em menos de trinta dias, Trump deu um segundo fora em Bolsonaro.

Como tudo o que está ligado ao governo Bolsonaro, anunciado com todo o foguetório nas redes sociais, fracassa com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se recusando a endossar a tentativa do Brasil de ingressar na Organização de Cooperação e Desenvolvimento (OCDE). Trata-se de uma reversão após meses de apoio público das principais autoridades, inclusive do próprio Trump.

Em carta enviada ao secretário-geral da OCDE Angel Gurria, em 28 de agosto, o secretário de Estado Mike Pompeo rejeitou um pedido para discutir mais ampliações do clube dos países mais ricos.

Ao invés da Brasil, Argentina e Romênia terão apoio americano. E a tal aproximação do Brasil com Washington que Bolsonaro tanto bufou, mostra-se um retumbante fracasso, não pela falta de vergonha em lamber as botas de Trump, mas sim pelo que disse Lula sobre a posição servil de Bolsonaro a Trump: “ninguém gosta de puxa-saco”. Como sempre, Lula acerta na mosca.

 

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Bolsonaro diz que não há plano B para a economia, o que ele não disse é que não há plano algum, só entreguismo

Andei fazendo as contas de gente da minha geração que se meteu na perigosa sanha do empreendedorismo e me deparei com uma triste realidade: praticamente, todos os que tentaram a “sorte grande”, quebraram a cara.

Ninguém que eu me lembre de ter montado algum negócio, sobreviveu. Inclusive muitos que hoje defendem a iniciativa privada como solução para o país. Vai entender um troço desses.

Mas há coisa pior na minha geração. São os herdeiros das vacas gordas. Em Volta Redonda, onde a CSN, enquanto estatal, ostentava uma das maiores rendas per captas do país, depois da criminosa privatização de FHC, a cidade mergulhou de cabeça no ostracismo econômico, na decadência cultural e social e daí nunca mais saiu.

A consequência do estrago foi que os herdeiros dos negócios dos pais também quebraram devido a privatização da CSN, mas também em função do final da era militar, no governo Sarney e seus planos econômicos, assim como os dos governos, Collor e FHC, que empurraram o país para o caos total. Cada um com seu plano mirabolante, tipo o de Paulo Guedes que, na realidade, não é plano nenhum, é a mesma receita neoliberal da economia do Estado diminuto, contando com o “espírito animal” do empresariado brasileiro, privatizando, cultuando o mercado, reduzindo o Estado e mutilando cidadanias.

Tudo isso junto, formou no passado, como forma agora, uma papa de desmonte, entreguismo, pobreza do país e miséria do povo.

Dia desses, Delfim Neto disse, na Globo, duas coisas fundamentais: a primeira é que as pessoas acreditam que economista é cientista e, a segunda, o banqueiro sempre volta ao local do crime.

E é exatamente a isso que estamos assistindo com Paulo Guedes como timoneiro da economia que nos remete ao samba de Paulinho da Viola, “Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar”.

O Brasil está entregue, única e exclusivamente, aos interesses do sistema financeiro, do rentismo e da agiotagem, assim como na era FHC. Por isso, Bolsonaro tem total apoio do PSDB em suas reformas. É isso que eles chamam de promoção, de oportunidade. E não importa a festa que se faça na mídia, o cotidiano dos brasileiros indica que o país está na beira do barranco e que o governo de Bolsonaro, um capitão de milícia vindo do baixo clero, não tem a menor capacidade de lidar com essa situação que ele também ajudou a nos enfiar.

Paulo Guedes é banqueiro, sua especialidade é ganhar dinheiro com capital especulativo. Nunca se preocupou com o bem estar do povo, com o indivíduo, com os cidadãos desse país que fará o país. Por isso, suas conversas sobre a economia estão longe de ter qualquer plano, nem A, nem B, nem C e nem D.

A desgraça do Brasil está aí. Uma população inteira subordinada a uma economia de mercado, emparedada entre o modelo residual desse sistema que lhe resta e o modelo em si que lhe oprime e lhe empobrece.

Bolsonaro e Guedes, dois perdidos num governo sujo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Lava Jato e o desmonte do Brasil

Carta Maior: Pochmann passeia o drone sobre a montanha desordenada de ruínas onde antes havia um país em construção. Na placa: ‘Demolidora Moro & CIA’

Marcio Pochmann: “Estranha coincidência: descoberta do pré sal colocaria o Brasil na OPEP, empreiteiras brasileiras respondiam por + de 3% do setor de construção civil do mundo; Embraer despontava na aviação comercial, submarino nuclear e indústria militar em alta. Tudo isso ruiu com a lava jato.”

Argentina e Brasil convergem na trajetória de queda na desigualdade de renda e na taxa de desemprego até 2015, quando cresce mais aceleradamente na terra Brasilis, coincidindo, inclusive, com o aumento na rentabilidade dos bancos. Será que Temer e Jair combinaram com Macri?

Desinvestimento na Petrobrás contribuiu para elevar o desemprego em até 2,5 milhões de trabalhadores que perderam suas vagas no complexo do petróleo e gás. Para cada 1 real de investimento da Petrobrás, o PIB nacional aumenta R$1,2. Nordeste seria a região + afetada positivamente.

Setor externo brasileiro pode estar antecipando o quadro de piora internacional e seus impactos negativos na economia brasileira. Nos primeiros 9 meses, o saldo comercial já é 19% inferior ao mesmo período de 2018. Para este ano todo, a estimativa indicaria a queda de até 28%.

A retórica do Brasil acima de tudo se desmancha na concretude da continência para a bandeira estadunidense, do Trump como guru, da Embraer para a Boeing, de Alcântara para a Nasa, do petróleo do pré-sal da Petrobrás para as estrangeiras (Exxon, Chevron e outras) e muito mais.

Volta do receituário neoliberal faz com que a indústria brasileira diminua em 15%, enquanto no mundo ela aumenta em 10%. No caso da quantidade de bilionários, o contrário ocorre, com a sua redução no mundo e a elevação no Brasil. A plutocracia tirou o PT justamente para isso.

 

 

*Por Marcio Pochmann

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Namore alguém que olhe para você como Bolsonaro olha para o fundo partidário

O que está em jogo no sai não sai de Bolsonaro do PSL, é o controle dos fundos partidário e eleitoral.

Luciano Bivar disse que a declaração de Bolsonaro sobre o partido foi “terminal” e que o presidente “já está afastado” da sigla.

Em entrevista à Andreia Sadi, Bivar disse que não sabe o que se passa na cabeça de Bolsonaro.

“A fala dele foi terminal, ele já está afastado. Não disse para esquecer o partido? Está esquecido.”

E concluiu: “O que pretendemos é viabilizar o país. Não vai alterar nada se Bolsonaro sair, seguiremos apoiando medidas fundamentais. A declaração de ontem foi terminal, ele disse que está afastado.

Não estamos em grêmio estudantil. Ele pode levar tudo do partido, só não pode levar a dignidade, o sentimento liberal que temos e o compromisso com o combate à corrupção.”

Bivar é o exemplo de picaretagem deslavada falando em “combate à corrupção” que virou moda nesse país.

Bolsonaro já deixou claro que, sem a fortuna dos fundos partidário e eleitoral, não sai do partido, dizendo que isso é briga de casal.

O fato é que os aliados que ainda sobram para Bolsonaro, buscam uma alternativa, diante da possibilidade de saída do PSL.

Ontem, segundo o Globo, Bivar, disse que Bolsonaro já está “afastado”, mas Bolsonaro afirma que não sai de livre e espontânea vontade do PSL.

No caminho da bagunça do partido, apenas duas questões preocupam, o resto é conversa mole:

a destinação do fundo partidário a que o PSL tem direito, e a possibilidade de perda de mandato de deputados que troquem de legenda no meio da legislatura. Ou seja, é briga de picaretas pelo butim partidário.

Essa é a “nova política” que Bolsonaro e seu partido de milicianos venderam ao país e está prestes a implodir, para o bem geral da nação.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro pode deixar a fazenda, difícil é levar o rebanho, dizem advogados

Bolsonaro agiu de forma inconsequente para tentar se afastar das denúncias de corrupção sobre seu partido, antecipando sua saída da legenda e criando um problema para parlamentares que desejam segui-lo. Ou adotou uma estratégia arriscada a fim de criar uma justificativa, no médio prazo, para que a transferência de seus aliados venha junto com a manutenção do mandato, do tempo de rádio e TV e do dinheiro dos fundos públicos. A avaliação é de dois advogados eleitorais ouvidos pelo blog sob o compromisso de anonimato devido ao envolvimento no caso.

Poucos acreditam que Bolsonaro permaneça muito tempo no PSL. Da mesma forma, quase ninguém que acompanha a política nacional daria o Oscar de melhor ator ao presidente – pois não soou acidental a gravação em que aparece falando mal do PSL e de seu presidente, Luciano Bivar, ao atender um grupo de fãs. A questão foi de timing (ou a falta dele). Bolsonaro pode deixar a fazenda a qualquer momento. “Mas devido a questões legais será difícil levar o rebanho”, afirmou um dos especialistas ouvidos.

Quando o Supremo Tribunal Federal criou a obrigatoriedade da fidelidade partidária, o Tribunal Superior Eleitoral gerou uma resolução que descreve quatro razões que configurariam uma justa causa para desfiliação em cargos proporcionais (deputados federais, estaduais e distritais e vereadores). Ou seja, casos em que o parlamentar dá tchauzinho para a sua antiga legenda e leva junto o mandato, o tempo de rádio e TV e a fatia no fundo partidário.

São eles: grave perseguição pessoal, desvio reiterado do programa partidário, fusão ou incorporação do partido e a criação de um novo partido.

Para um dos advogados ouvidos pelo blog, isso destampou o inferno. Basicamente, o TSE disse que quem quisessem sair, bastaria criar algo novo. E quase uma dezena de siglas foram criadas. O ministro Gilmar Mendes chegou a reclamar disso, ao afirmar que toda vez que o STF e o TSE tentam corrigir o sistema, eles o pioram.

Grandes partidos do Congresso Nacional, com medo de perderem gente (e dinheiro) resolveram colocar isso em lei e mudar o entendimento, segundo um dos advogados. Tiraram a quarta hipótese (saída par a criação de um novo partido). E afirmaram que, mesmo com a justa causa, o parlamentar não pode levar tempo de rádio e TV e dinheiro nas outras três hipótese, apenas o seu mandato.

Outro advogado ouvido afirma que a constitucionalidade dessas mudanças estão sendo debatidas na Justiça, mas não há decisão do STF até agora.

E foi criada uma quarta nova hipótese: no último ano de seu mandato, durante uma janela de transferência, o parlamentar pode mudar de partido. A ideia é que se ele ou ela cumpriu o compromisso com o mandato e os eleitores, pode querer um novo rumo político e sair por outra agremiação política. Mas não vale para qualquer eleição – por exemplo, não seria beneficiado um deputado federal que queira sair candidato a prefeito, como é o caso de vários membros do PSL, em 2020.

De acordo com os advogados, a jurisprudência foi balizando o que são as três hipóteses. Na grave perseguição pessoal, por exemplo, estaria claro que ser excluído de órgãos do partido ou de comissões e mesmo receber menos recursos do fundo não seria o caso. Pois isso diria respeito à dinâmica interna de cada um, não cabendo à Justiça decidir.

Há casos em que o presidente de um diretório concorda que não há mais clima e fornece uma carta ao parlamentar de comum acordo. E a Justiça eleitoral tem aceito isso como prova da grave perseguição pessoal. “O que é bizarro”, na leitura de um dos advogados, “porque o cara pode comprar o mandato, por exemplo, dar R$ 50 mil para o presidente do diretório, e levar a carta”. Para ele, há indícios de que, no futuro, o TSE vai entender que isso não é válido.

Para os advogados, é difícil reconhecer a questão do desvio do programa partidário como justa causa para saída. Dizem que a tendência da Justiça não é ser paternalista com deputados que reclamam de qualquer coisa, mas obrigar que mostrem as mudanças profundas a partir das quais a convivência se tornou insuportável. Um deles cita o exemplo da saída da vereadora Soninha Francine, do PT em direção ao PPS, em 2007, quando esse argumento foi usado. “Adotou-se a justificativa da ética. Era a época do Mensalão. Mas o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo não julgou o caso. Sentou em cima do processo e deixou ela terminar o mandato. Não arriscou julgar a tese.”.

A justificativa que o governo está tentando construir é de que Bivar se recusa a dar transparência à gestão do PSL, bloqueando uma dissidência interna que estaria tentando construir um programa de compliance, segundo outro advogado, diretrizes e regras para que o partido cumprisse as normais legais e evitasse, detectasse e combatesse desvios.

Mas tentar criar uma justificativa a partir disso é algo complexo. Não é possível dizer ainda que há uma tentativa estrutural de impedir mais transparência e governança ao partido. E há um problema simples, segundo um dos especialistas ouvidos, o PSL vai prestar as contas de 2019 apenas em junho de 2020. Ou seja, não dá para dizer que descumpriu algo que ainda está em curso em uma situação em que rumos podem ser corrigidos.

Para garantir que deputados possam sair como candidatos do próximo partido de Bolsonaro, seja lá esse qual for, eles precisam sair até o início de abril do ano que vem.

Para os advogados ouvidos, os argumentos que os bolsonaristas têm, por enquanto, são fracos e dificilmente o TSE compraria isso – mesmo um TSE que tem sido simpático ao governo, como no caso da investigação incompleta sobre a aquisição por empresários simpáticos ao, hoje, presidente de envios maciços de mensagens via WhatsApp. Mas os deputados podem ficar fustigando publicamente isso para fazer com que Luciano Bivar e aliados adotem represálias contra eles, construindo, assim, o argumento da perseguição.

A Justiça Eleitoral, contudo, segundo os especialistas, não aceita que um parlamentar trate uma ofensa que sofrer como um bônus e guardá-lo para usar no futuro. “Se alguém mandou ele tomar no cu lá atrás e ele continuou convivendo por meses, essa justificativa não será aceita.” Fazer com que três dezenas de deputados saiam juntos vai demandar uma justificativa individual para cada um, o que é mais difícil. E sair aos pouquinhos não gera o clímax político que Bolsonaro e bolsonaristas querem.

O presidente da República pode deixar a qualquer momento o partido, para tentar se afastar das denúncias envolvendo a utilização de laranjas nas eleições. Reportagem de Camila Mattoso e Ranier Bragon, da Folha de S.Paulo, mostra que parte dos recursos foi usado para produzir material de campanha do seu ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio,ao cargo de deputado federal, mas também para Bolsonaro, pode ter catalisado esse processo. Ele pode ter pensado, estrategicamente, que jogar tudo no ventilador era a melhor coisa. Mas sua estratégia parece não ter tido tempo de analisar os impactos disso para seus aliados no Congresso Nacional. O que seria Bolsonaro sendo Bolsonaro.

 

 

*Do Blog do Sakamoto