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Crueldade e terror comandados por Moro no Pará confirmam o que disse Gilmar: “Moro usou métodos de tortura para forçar delações”

As notícias que chegam do Pará são aterrorizantes e criam uma dúvida sobre quem é pior, mais cruel e mais perigoso na sua irracionalidade, se Moro ou Bolsonaro.

O que se configura nos presídios do Pará é a própria caracterização configurada das torturas da ditadura militar. Os métodos, as formas, ignorando qualquer direito dos presos podem são um sinal claro das razões que estavam sob o desconhecimento da sociedade revelados por Gilmar Mendes como metodologia que Moro, na Lava Jato, usou para induzir, à força, a entregar seus alvos, como foi feito com Lula na delação, depois de um longo período na prisão, de Léo Pinheiro, ex-diretor da OAS.

Esses fatos trágicos que ocorrem nos presídios do Pará, que estão sendo denunciados pela imprensa em geral, dão a dimensão do caráter nenhum de Sergio Moro, do canalha que sempre foi imantado como herói pela Rede Globo.

Essa descoberta seria fatal. Ninguém que seja tão ou mais ordinário quanto Bolsonaro, que homenageia torturadores e milicianos, aceitaria ser Ministro da Justiça se não fosse tão ou mais perverso que o presidente de um governo a quem Moro serve.

Nada é por acaso, ninguém está nisso de graça. O padrinho político de Wilson Witzel é Marcelo Bretas, da Lava Jato carioca e Moro é Ministro da Justiça de Bolsonaro. Por aí, vê-se que esses mundos estão interligados e se interfecundando em suas práticas fascistas, o que mostra que a Lava Jato comete crimes para, supostamente, combater crimes, o que também disse Gilmar Mendes nesta segunda-feira (07) no Roda Viva.

E não é isso que faz a milícia na hora de vender “proteção” para a sociedade? E não foram os milicianos que apoiaram a candidatura de Bolsonaro e Witzel? E os dois não estão até o pescoço envolvidos com essa turma?

Pois é, o fascismo é um pacote e Moro mostrou, nos presídios do Pará, uma face desse embrulho.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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El País: Brasil só terá paz política se deixarem Lula voltar às Urnas

“Não importa quem Lula poderia enfrentar na disputa. E se Lula vencesse a eleição? Neste caso, estaria com a razão quando insiste em que uma série de abusos o impediu de concorrer à Presidência em 2018, por medo de que ele as vencesse. E se perdesse? Então, isto significaria que sua força política, na qual continua acreditando e apostando, se desgastou depois das peripécias judiciais e o período de prisão”, diz o colunista e escritor Juan Arias.

É impossível que o Brasil retome a normalidade política sem que antes sejam devolvidos os direitos políticos ao ex-presidente Lula, que foi retirado à força de uma disputa presidencial que venceria em primeiro turno por um ex-juiz que se tornou ministro de seu oponente. A opinião é do colunista e escritor Juan Arias, um dos principais jornalistas do El Pais.

“O Brasil não terá paz política nem social enquanto não deixarem Lula testar sua força ou sua fraqueza nas urnas. A palavra está com os magistrados e será necessária uma série de malabarismos legais para que o ex-presidente popular possa disputar as eleições presidenciais de 2022. Contra Bolsonaro? Contra seu maior adversário, o ex-juiz e hoje ministro da Justiça, Sergio Moro?”, escreve Arias, em seu artigo.

“Não importa quem Lula poderia enfrentar na disputa. E se Lula vencesse a eleição? Neste caso, estaria com a razão quando insiste em que uma série de abusos o impediu de concorrer à Presidência em 2018, por medo de que ele as vencesse. E se perdesse? Então, isto significaria que sua força política, na qual continua acreditando e apostando, se desgastou depois das peripécias judiciais e o período de prisão. A verdade é que tenho muito medo que este país não volte a uma normalidade política enquanto não permitirem ao velho sindicalista voltar a testar sua força como o Sansão bíblico”, aponta ainda o colunista.

 

 

*Com informações do 247

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Moro, o ministro da justiça, compartilha matéria fake

O herói mandrake aprendeu rápido com o clã Bolsonaro, especialista em mentira por atacado.

Moro, em crise de abstinência de holofotes da Globo, sapecou em seu twitter um site daqueles que, se não inventam noticias, fabricam fatos.

Como disse Leandro Demori, do Intercept Brasil: “Moro bateu mais um fundo do poço ao compartilhar esse site. O próximo é o Terça Livre. Depois vem alguma porcaria do tipo Folha Brasil. Perdeu qualquer compostura”.

O fato é que a grande lenda do combate à corrupção é um tremendo personagem fantasia que a cada dia se transforma em mais um pesadelo para a classe média histérica. O lendário gaiato está fazendo muita gente que apostou nos seus super poderes mastigar, seca e crua, a mentira que prometia abalar a terra, com sua capa e espada de justiceiro germânico.

Com isso, as pessoas vão entendendo que a missão de Moro, enfeitada de condecorações, era produzir factoides e flashes angulosos para se vender como o juiz de cacete em punho contra os corruptos, mas que agora vive escorregando em todas as cascas de banana.

Na realidade, Moro voltará de onde veio. O herói de barro, de tão rudimentar, nem para cerâmica serve, daí este “ato falho” de compartilhar um site mais mandrake do que o próprio, saído do laboratório bolsonarista para lhe render homenagens que a Globo, hoje, já não pode lhe render com aqueles quadros mágicos no Jornal Nacional.

O grave dessa história é que Moro, hoje, é o Ministro da Justiça compartilhando dados mentirosos em seu louvor em praça pública num coreto fake news, mostrando como esse governo de milícias não tem o menor zelo pela justiça.

https://twitter.com/demori/status/1178466244632223744?s=20

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Mudo sobre 39 kg de cocaína na comitiva presidencial, Moro chuta que juízes estão com medo de decretar prisão de traficantes

Sim, Moro é o Ministro da Justiça e Segurança Pública que se calou diante de 39kg de cocaína apreendidos pela polícia espanhola, sendo transportados pelo avião oficial que fazia parte da comitiva de Bolsonaro.

Mas o que ele falou sobre isso?

Nada! Mudo! quieto! calado!

Então, qual o sentido desse seu post, senão o de mentir sobre esse “Leio na imprensa”?

Que imprensa?

Que fonte ele apresentou para dar esse bico de que juízes estão deixando de decretar a prisão preventiva de assaltantes de bancos e traficantes de drogas por receio de serem punidos pela nova lei de abuso de autoridade, após a derrubada dos vetos do Presidente?

Nenhuma.

Pior, debaixo do nariz de Moro, neste sábado (28), em Curitiba, quatro adolescentes foram executados, depois de rendidos, pela Rotam, no bairro Parolim.

Algum comentário de Moro? Não!

Para piorar ainda mais, a lei de abuso de autoridade a que ele se refere, só entrará em vigor em 2020, mas Moro faz uma afirmação dessas.

É por essas e outras que o New York Times, o jornal mais importante do mundo, chamou Moro de imoral, ilegal e sujo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo, íntegra do discurso na ONU: Bolsonaro infla Moro que retribui com elogios ao chefe

“Discurso assertivo na ONU, pontos essenciais, soberania, liberdade, democracia, abertura econômica, preservação da Amazônia, oportunidades e desenvolvimento para a população brasileira”, descreveu o ministro da Justiça, que vem sendo fritado pelo governo, mas hoje foi citado no discurso vergonhoso de Bolsonaro nas Nações Unidas.

O ministro da Justiça, Sergio Moro, rasgou elogios ao discurso do chefe, Jair Bolsonaro, durante a abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira 24. Em postagem no Twitter, Moro chamou a fala de “discurso assertivo”.

Fritado pelo governo Bolsonaro nas últimas semanas, quando perdeu autoridade na Polícia Federal, e ganhando uma sobrevida com a permanência de Maurício Valeixo no comando da corporação, Moro teve seu nome citado no discurso.

Na fala de Bolsonaro, o ministro apareceu como símbolo do combate à corrupção, em meio a um governo rodeado de escândalos criminosos que envolvem os filhos, Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, elogios a milicianos e ainda pessoas próximas da família envolvidas no assassinato da vereadora Marielle Franco.

Assista à íntegra do discurso:

 

 

*Com informações do 247

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A prisão de Witzel é o único caminho para acabar com o necropopulismo

Não basta questionar erros da política de segurança pública, como se fosse uma mera discussão de conceitos. Os assassinatos são de responsabilidade objetiva de governantes que estimulam a violência policial.

A Polícia Militar é uma organização militarizada e, portanto, submetida à disciplina e obediência à hierarquia. E o chefe maior, em última instância é o governador do Estado. Foi o que me explicou, certa vez, uma major da PM de São Paulo que defendera uma tese de mestrado sobre a violência policial.

Era governo Alckmin e a violência da PM já impressionava. Cada declaração do governador, enaltecendo a violência contra o crime, deixava de cabelo em pé os oficiais da PM mais responsáveis, pois sabiam que as palavras bateriam direto na linha de frente.

No baixo clero da corporação, PM respeitado é o que matou em serviço. Com estímulo adicional do chefe dos chefes, a situação foge do controle.

Quando assumiram o governo, três irresponsáveis – o governador do Rio Wilson Witzel, o de São Paulo, João Dória Jr e o Ministro da Justiça Sérgio Moro – assumiram o necropopulismo, o populismo em torno do discurso da morte, defendendo o excludente de ilicitude, eximindo policiais de responsabilidade por mortes no trabalho. Como consequência óbvia, explodiram os assassinatos cometidos por policiais. As palavras inspiram e dão confiança para seguir matando, por contar com a impunidade.

Em Pernambuco, houve ênfase na apuração de crimes de sangue. Despencaram os indicadores de mortes por policiais.

Simples assim.

No Rio de Janeiro, a cadeia do sangue tem três partes.

Parte 1 – um governador sociopata que autorizou a guerra interna. Não apenas defendeu o excludente de ilicitude, como passou a comemorar as mortes por policiais.

Parte 2 – uma PM inerte.

Em São Paulo, pelo menos, a PM tentou controlar a explosão de violência através do trabalho da ouvidoria e da corregedoria. No Rio, com uma PM infiltrada pelas milícias, ocorreu o contrário. Apesar das dezenas de testemunhas aprontando um PM como responsável pelo assassinato de uma menina de 8 anos, a nota oficial da Polícia Militar alegou que não havia nenhuma evidência da participação de PMs no assassinato da menina.

Parte 3 – uma justiça militar corporativa

Ao jogar para a justiça militar a punição de crimes de militares, mesmo contra civis, o governo Temer ajudou a sancionar a selvageria.

Não dá como tergiversar no tema, sem abrir mão de qualquer resquício de civilização no país. Ou se passa a responsabilizar diretamente governantes que incitam à violência, e exigir a punição exemplar dos militares que cometem os crimes, ou os massacres continuarão.

Não basta questionar erros da política de segurança pública, como se fosse uma mera discussão de conceitos. Os assassinatos são de responsabilidade objetiva de governantes que estimulam a violência policial.

Witzel tem que ser responsabilizado criminalmente, como o foram os comandantes de campos de concentração, das tropas nazistas, os generais de Mussolini, os capangas de Baby Doc, os verdugos do stalinismo.Só a punição do verdadeiro assassino acabara com o necropopulismo de políticos sociopatas como Witzel.

 

 

*Luis Nassif/GGN

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Moro aplaude a polícia no Rio pelo assassinato da menina Agatha de 8 anos.

Quem disse que Moro ficou em silêncio sobre o assassinato praticado pela polícia carioca contra mais uma criança?

Para quem sabe ler, pingo é letra. Para quem sabe como Moro trabalha nas sombras, de forma dissimulada, seu recado no twitter foi de apoio à polícia que assassinou Ágatha, uma menina de oito anos.

Moro, frio como é, e covarde como também é, ainda diz no seu twitter aos assassinos da polícia, de forma subliminar: “Estamos aqui também”.

Observem o horário de seu último post no twitter e o que está explícito em seu conteúdo. Nesse momento, ele já sabia que a Ághata estava morta e não deu um pio sobre isso, como quem consentiu o assassinato e ainda incentivou a polícia carioca e o governador Witzel, que a essa altura eram repudiados nas redes sociais:

Em cinco anos de Lava Jato e vazamentos seletivos de Moro para a mídia, aprendeu-se o “modus operandi” dele, sem falar do que hoje se sabe pela Vaza Jato do Intercept e, principalmente ao rever Moro tomando o depoimento de Lula e, ao juntar as peças, elas vão se encaixando e mostrando que ele age friamente contra quem ele considera inimigo.

Na matéria por ele compartilhada no twitter, está o grande detalhe de sua frieza: “PRF apreende 48 pistolas e 1.830 munições que abasteceriam comunidades do Rio de Janeiro”

Aonde morava e foi assassinada Ághata?

Justamente em uma da comunidades que a manchete escolhida por Moro exalta.

Ora, sabe-se bem como as manchetes da mídia nos jornais, revistas e telejornais foram cirurgicamente usadas por Moro e seu bando para assassinar reputações e condenar seu “inimigos políticos”, sem necessidade de provas.

Não foi isso que se viu no vazamento que mostra que Dallagnol que, sabendo que não tinha provas contra Lula, alerta que a mídia seria determinante para condená-lo pela manchete e não pelas provas, já que eles não as tinham?

Pois é, é esse jogo que Moro usa agora contra uma criança de oito anos, assassinada pela polícia. Se ela é da comunidade que receberia um carregamento de armas, é porque ela também é culpada por morar aonde mora, não a polícia de Witzel e, muito menos o incentivo de Bolsonaro para a polícia miliciana matar pretos e pobres nas favelas, não importando a idade.

Bolsonaro é presidente de um governo fascista do qual Moro é o Ministro da Justiça e Segurança Pública.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Os interesses ocultos na conivência das autoridades com os crimes que envolvem o clã Bolsonaro, Moro e Witzel

Moro, o Ministro da Justiça e Segurança Pública que faz vista grossa para os assassinatos em série de inocentes nas favelas do Rio é, assim como Witzel, um ex-juiz.

Witzel é afilhado político de Bretas, juiz da Lava Jato no Rio. Bretas teve papel determinante na sua eleição quando vazou uma delação sem provas contra Eduardo Paes.

Witzel é caroneiro de milicianos que quebraram a placa de rua com o nome de Marielle,  vinculando seu nome ao de Bolsonaro, vizinho do assassino de Marielle.

Esses são só alguns atestados da falência da institucionalidade no Brasil capturada pelas classes dominantes que explica essa cólera desencadeada contra negros e pobres que assistimos no Brasil, mas principalmente nas favelas do Rio como “providência radical para solução do combate ao tráfico de drogas”.

O Estado como um todo é cúmplice desse novo cativeiro no Brasil, cativeiro este que, como disse o brilhante intelectual Milton Santos, em uma palestra sobre preconceito, marca a ferro e fogo a organização civilizatória no Brasil: “O modelo cívico brasileiro é herdado da escravidão, tanto o modelo cívico cultural como o modelo cívico político. A escravidão marcou o território, marcou os espíritos e marca ainda hoje as relações sociais nesse país. Mas é também um modelo cívico subordinado à economia, uma das desgraças desse país. No Brasil, a economia decide o que de modelo cívico é possível instalar. O modelo cívico residual em relação ao modelo econômico que se agravou durante os anos do regime autoritário e se agrava perigosamente nessa chamada democracia brasileira. São as corporações que utilizam o essencial dos recursos públicos e essa é uma das razões pelas quais as outras camadas da sociedade não têm acesso às condições essenciais de vida, aos chamados serviços sociais. No caso dos negros é isso o que se passa – e o que dizer também do comportamento da polícia e da justiça, que escolhem como tratar as pessoas em função do que elas parecem ser”.

O que parece é que, no Brasil hoje, os pobres e negros vivem uma situação muito pior do que a da cidadania mutilada, no trabalho, na remuneração, nas oportunidades de promoção e na sua moradia. O que está claro nas favelas é que os negros e pobres perderam por completo o direito de ir e vir, que as crianças vão crescer sem imaginar que isso existiu, porque já na infância são tolhidas de qualquer resquício de cidadania.

Resumindo, hoje, nas favelas, os negros e pobres não têm sequer o direito de pedir para serem tratados com dignidade porque correm o risco de serem sumariamente fuzilados pela polícia de Witzel, a seu mando.

Mas como se chegou a isso? Como esses crimes do Estado se estruturaram? Não há mais garantia de nada, isso está claro com a própria prisão de Lula, sem provas, pelo atual Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, integrante de um governo repudiado no mundo por seus crimes ambientais na Amazônia.

O que se quer aqui chamar a atenção é para o fato de como tudo isso está ligado, como as classes dominantes destruíram a institucionalização e como o país está refém de uma falange neofascista que, estimulada pelo ódio, não se importa em assassinar negros e pobres, como fizeram com uma criança de oito anos.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

 

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Guerra explícita de Moro com o governo: Fernando Bezerra diz que ação da PF foi retaliação de Moro

A PF cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Os policiais também estiveram no gabinete do filho dele, o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE). A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Roberto Barroso.

Segundo informações da PF, Bezerra e seu filho teriam recebido ao todo R$ 5,538 milhões em vantagens indevidas repassadas por quatro empreiteiras.

A defesa de Fernando Bezerra Coelho, líder do governo Jair Bolsonaro no Senado, diz, na Folha, que o Senador foi alvo, hoje, de operação da Polícia Federal “por sua atuação política combativa em relação a alguns pontos do pacote anticorrupção, encabeçado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro”, diz a Folha.

O advogado de Bezerra, disse ao jornal que “declaração recente de seu cliente, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo’ na qual diz, “ao comentar uma possível troca no ministério, que Moro pode ser esquecido em 60 dias” : “Essa declaração pode ter contribuído para a retaliação política”, afirmou o advogado André Callegari.

O ataque direto a Moro tem a seguinte e simples consequência prática. Se Jair Bolsonaro não afastar seu líder, o endossa, inclusive, no ataque contra seu Ministro da Justiça.

Claro que , se afastar, estará endossando Moro contra o Senado e a Câmara, avessos às propostas moristas, e fazendo o que não quer: dando mais poder ao ex-juiz.

Portanto, será que alguém duvida que o advogado do líder de Bolsonaro não agiu sem o respaldo de seu cliente, E que o senador não agiu sem o aval de seu chefe.

 

 

*Com informações do DCM

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Lula e o Prêmio Sakharov: o mais importante prêmio de direitos humanos da Europa

O eurodeputado francês está a recolher assinaturas para candidatar Luiz Inácio Lula da Silva ao mais importante prémio europeu de direitos humanos. Se for bem-sucedido, o ex-presidente brasileiro ficará acompanhado de Nelson Mandela, Xanana Gusmão, Guillermo Fariñas ou, mais recentemente, Malala.

Emmanuel Maurel quer ver Lula da Silva receber o Prémio Sakharov. O eurodeputado francês chegou a candidatar-se à liderança do Partido Socialista francês, mas a derrota no congresso de abril de 2018 seria determinante para a decisão de se desvincular do partido, meses mais tarde. É membro fundador do partido Esquerda Republicana Socialista, no qual milita desde o ano passado.

Entrevistado em Bruxelas pelo DN, o político francês considera que Lula da Silva foi alvo de um julgamento “forjado” à medida dos interesses dos seus opositores. Além do mais, entende que por ser o “modelo de uma geração”, o antigo presidente brasileiro já deveria receber uma distinção, que deixaria “a Europa honrada”.

Nesta entrevista, Emmanuel Maurel deixa ainda críticas à atuação do atual presidente brasileiro Jair Bolsonaro, tanto do ponto de vista interno, em relação à Amazónia, como a nível internacional, tendo em conta a forma “mal-educada” como se referiu à primeira-dama francesa.

Quais são as razões que o levam a propor o nome de Lula da Silva para o mais importante prémio de Direitos Humanos a nível europeu?
Primeiro, Lula, para mim e para muitas pessoas da minha geração, sempre foi um modelo. É alguém que conseguiu, com a força do seu trabalho e com determinação, juntar pessoas muito diferentes, para implementarem uma política de redução das desigualdades no Brasil que era muito importante na época. Lembro-me também da sua luta pela educação. Portanto, Lula era, só por si, um presidente exemplar. Seguidamente, considero que o julgamento com o qual foi confrontado é, pelo menos, controverso ou até escandaloso. Porque hoje temos muitas evidências para provar que estávamos perante algo falsificado por opositores políticos, que queriam eliminá-lo completamente. Além disso, observo que o novo ministro da Justiça – nada mais do que o juiz Sergio Moro – condenou Lula e foi promovido por Bolsonaro. Acima de tudo, há uma situação de emergência. Hoje Lula está preso em condições difíceis. Falamos de uma mudança de prisão, para uma prisão de direito comum, onde a sua segurança não está absolutamente garantida.

E, por isso, acha que ele deve receber o Prémio Sakharov?
Penso que a Europa ficaria honrada em defender esse ex-presidente, mesmo que tenha discordâncias com ele. O problema não é esse. A questão é que não pode usar-se a justiça para fins políticos e eliminar completamente os opositores. Então, acho que ele tem todas as qualidades necessárias na situação atual para receber esse prémio.

Para si, a ausência de justiça na prisão de Lula é uma evidência?
Se quiser, hoje, todos concordam em dizer – ou pelo menos, a maioria dos observadores – que o julgamento foi uma fraude. Foi “cozinhado” [bidonné], como dizemos em francês.

Parece pôr em causa o princípio da separação de poderes, no Brasil.
Não. Eu não digo isso. Não conheço o Brasil o suficiente para dizer que não acredito na separação de poderes. Mas sabe que em muitos países no mundo, inclusive na Europa, há a tentação de alguns líderes para instrumentalizar a justiça. Não é apenas no Brasil. Dá-se o caso de no Brasil ser espetacular, porque temos um presidente Bolsonaro, que tem um superego e diz tudo o que lhe passa pela cabeça. E, nesse caso, deixa entender claramente que também é para se livrar de um opositor político. Estamos numa fase muito preocupante, em que o presidente do Brasil multiplica as provocações e nomeadamente contra minorias sexuais ou contra os povos indígenas. Ele comporta-se de forma grosseira enquanto chefe de Estado. Viu recentemente o que sucedeu em Biarritz. De qualquer forma, em relação a Biarritz, presumo que ainda há uma mensagem política para ser enviada da Europa. Porque o Brasil é um país grande, um país amigo, e estamos inconsolavelmente tristes por ver que atualmente é liderado por alguém tão próximo das teses da extrema-direita.

Como avalia a vontade do povo brasileiro para mudar tão radicalmente, depois dos mandatos de Lula da Silva e de Dilma Rousseff?
Não acho que isso seja algo específico do Brasil. De certa forma, há a mesma coisa nos Estados Unidos, a eleição de Trump. Com o nosso ponto de vista europeu, pode ser difícil de compreender, mas se mergulharmos um pouco na realidade americana, entenderemos que existe uma espécie de forma de ressentimento por parte das classes populares, que se consideravam esquecidas. No Brasil é um pouco diferente, é entre a classe média. Houve um debate sobre o descontentamento. E não estou a dizer que o povo brasileiro não deva eleger quem quiser. Não é essa a questão. O problema é que na maneira de agir do senhor Bolsonaro prevalecem as provocações sucessivas. E este é um risco que existe para a democracia em geral. Também é nosso dever alertar as pessoas.

O senhor faz parte de um grupo político, aqui no Parlamento Europeu, em que está incluída a Esquerda Nórdica Verde – portanto, com um objetivo ambientalista, de proteção do clima. Como é que avalia o que está a acontecer do outro lado do Atlântico, com importantes áreas da Amazónia a arder?
Sinto que, quer seja do lado dos Estados Unidos ou do Brasil, há uma tal perceção em relação ao meio ambiente, que eles dizem, “bem, se a catástrofe foi acontecer, então aproveitemos enquanto é tempo”. É uma atitude profundamente irresponsável. A desflorestação no Brasil tem consequências dramáticas não apenas para os brasileiros, mas para o planeta. E, certamente, para os sul-americanos. Em seguida, baseia-se num modelo económico agrícola amplamente obsoleto. Enormes fazendas, a produzir carne e mais carne, apesar de os especialistas do GIEC [Grupo Intergovernamental sobre a Evolução do Clima, na ONU] explicarem que a produção de carne cria muitos gases de efeito estufa. No Acordo de Paris, todos tentaram fazer uma série de compromissos. Seria bom que os cumprissem. Portanto, desse ponto de vista, Bolsonaro não faz o que tinha de fazer.

Vê o que está a acontecer na Amazónia como um problema técnico ou também como uma questão política, face à incapacidade de lidar com os incêndios?
Não é apenas técnico. Poucos dias antes dos primeiros incêndios, tínhamos grandes proprietários de terras a dizerem que, fosse como fosse, fariam muito trabalho de desflorestação. Eu creio que as autoridades não fizeram nada para o impedir, até o encorajaram. Hoje, porém, a situação é tão dramática que, pelo que entendi, o governo brasileiro começa a dar-se conta de que algo precisa ser feito. Então, não é um problema técnico, é amplamente um problema político. E, quando há um problema político, deve responder-se politicamente.

Jair Bolsonaro recusou a ajuda internacional para a Amazónia, anunciada na cimeira do G7. Na mesma altura, à distância, envolveu-se numa troca de palavras com Emmanuel Macron, num tom pouco usual na diplomacia entre países. Sendo um cidadão e político francês, considera que Macron soube gerir as provocações de Bolsonaro?
Se se está a referir às observações sobre a senhora Macron, não é uma coisa digna de um chefe do Estado. Um chefe do Estado deve ser um diplomata, deve ser racional, deve ser respeitador. Isso é verdade para todos os chefes do Estado do planeta, portanto, o senhor Bolsonaro comportou-se como uma pessoa muito mal-educada. Obviamente, presta um mau serviço até mesmo ao Brasil, que é um país muito grande e, além disso, um país amigo muito grande. Aquilo não se faz.

Bolsonaro sugere à Europa para usar o dinheiro oferecido ao Brasil para se reflorestar a si própria. Vê alguma razão nestas palavras?
Ele está muito mal informado, porque a Europa refloresta consideravelmente. Em França, por exemplo, há ainda mais florestas hoje do que no passado. Por isso, seria bom que ele pusesse os dossiês em dia, e procurar consultores que sejam sérios, já que a verdade é que hoje a Europa refloresta massivamente.

Voltando ao Prémio Sakharov, já tem o número de membros do Parlamento Europeu necessário para a candidatura? São necessários 40 deputados ou um grupo político…
Não, porque estamos no início do processo. Comecei isso há alguns dias, mas acho que há uma boa hipótese de conseguirmos. Porque as pessoas ainda se preocupam com o destino do presidente Lula.

Acredita numa oportunidade de tornar Lula da Silva um vencedor do prémio, aqui no Parlamento Europeu, com todas as divisões que há hoje nesta câmara?
Eu luto por isso. Vamos ver.

 

 

*Do Diário de Notícias