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Viúva Porcina e a volta dos que não foram

Ex-atriz global, que aceitou se submeter ao projeto neofascista de Bolsonaro, deve sair humilhada do governo federal. “Não foi por falta de aviso”, diz Zé de Abreu, e com toda razão. Ela praticamente assumiu que já está fora do governo, chutada do governo, com certeza, por ordem de seus filhos delinquentes.

O presidente da Funarte, Maestro Dante Mantovani, aquele pirado que disse que o rock é satânico, abortista, foi demitido por Regina e, agora, reconduzido ao cargo pelo clã.

Para piorar, o Secretário Executivo da Funarte é, nada mais nada menos que um assessor de Carluxo na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Ele entende tanto de cultura quanto Bolsonaro de economia.

Completando o decalque de Fernando Hollyday, Sergio Nascimento, da Fundação Palmares que disse que ‘a escravidão foi boa para os negros’, vocalizando o racismo do Bolsonaro, esculachou com a namoradinha do Brasil nas redes sociais. Regina virou chacota até entre os comentaristas da Globo, sua casa durante muitas décadas e com quem rompeu contrato para bolsonariar e se deu mal.

Regina Duarte não tem somente uma visão ideológica torta, mostrou-se inúmeras vezes perversa e com características neofascistas, sem falar de seu total desleixo com grandes artistas que morreram recentemente, como Aldir Blanc e seu colega Flávio Migliaccio.

Regina foi engolida pelo gabinete do ódio, ódio que ela nutriu contra o povo brasileiro ou a qualquer coisa que cheirasse a pobre. Ela ergueu busto para Bolsonaro comprando todas as suas ideias nefastas, além de sua participação deprimente como agitadora de gado, com sua “graça” natural como cabo eleitoral do golpe contra Dilma.

A fatura chegou de forma magnífica. Uma provinciana matuta que sai do comando da cultura por uma baforada dos nazistas, produzidas pelos filhos de Bolsonaro, os mesmos que hoje são denunciados por toda a imprensa como delinquentes que fazem com que Bolsonaro vire a República de cabeça para baixo para livrá-los da cana dura.

É desse filão de aspectos que a eterna Porcina foi humilhada, possivelmente num quadro em que sua personagem viveu o pior drama pessoal como figura viva do pensamento e do modelo representado por essa lama chamada governo Bolsonaro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Quando Moro dizimou de 5 a 7 milhões de empregos no Brasil, a turma da carreata da morte o chamou de herói

Essa gente manjada da carreata da morte acha que não conhecemos a cara dela. Antes, esses aecistas, hoje bolsonaristas, tinham não só Moro e Aécio como heróis, mas também Cunha e até Temer.

Ou alguém já se esqueceu das faixas “somos milhões de Cunha” e aquela foto histórica da turma do MBL, PSDB, do clã Bolsonaro com Cunha em seu gabinete com uma faixa dizendo, “pelo Brasil livre da corrupção”?

Essa gente toda foi para as ruas pedir a cabeça de Dilma irmanada com um complô montado com Aécio que queria que o Congresso travasse todas as pautas do executivo, o que foi feito. Cunha passou a soltar uma pauta bomba por dia para explodir o orçamento do governo e Moro destruiu as maiores empreiteiras no Brasil, produzindo mais de 5 a 7 milhões de desempregados com a sua organização criminosa chamada Lava Jato.

Isso, sem falar que Dilma enfrentava o reflexo de uma crime mundial que jogou no chão os preços das commodities, mas sobretudo do petróleo, o que acabou gerando uma crise econômica que produziu um PIB negativo um ano depois do Brasil, com ela na presidência, viver o pleno emprego e o maior poder de compra do salário da história. Ou seja, Dilma foi covardemente sabotada com a ajuda luxuosa de Temer que, há pouco tempo, confessou o golpe contra Dilma no Roda Viva.

Alguém viu essa turma, que hoje se diz preocupada com a quebra da economia em função da quarentena, promovendo carreata da morte, reclamando de Aécio, Cunha e Temer pela sabotagem contra a economia? Não.

Se hoje, ao invés de Bolsonaro, Lula fosse o presidente, essa mesma pequena burguesia bugigangueira se manifestaria a favor de uma quarentena de um ano para prejudicar o governo de Lula. Alguma dúvida?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Os três poderes da República viraram escarradeira: STF é rejeitado por 39% da população; Bolsonaro 36% e o Congresso, 45%

Se o assunto é o mesmo nas três instituições que apontam uma grande rejeição da população no executivo, legislativo e judiciário, é porque as instituições faliram.

Não por acaso, os presidentes das três casas estiveram diretamente envolvidos no golpe contra Dilma, o que se mostrou, depois, um golpe ainda maior contra os trabalhadores, contra os pobres, contra o próprio país submetido, dia após dia, aos interesses do grande capital.

Mas essa gente parece que não entendeu o significado da revolução digital, achando que, expelindo um governo popular e arrotando projetos de “modernização”, faria o povo ingerir os remédios que não são simplesmente amargos, são venenos que matam a sociedade como um todo.

O Datafolha traz esses dados: STF é reprovado tanto quanto Bolsonaro, mas menos que Congresso, diz Datafolha. Para 39% da população, atuação do Supremo é ruim ou péssima; presidente tem 36% de reprovação, e Legislativo, 45%.

Fala-se aqui do STF, que vem se desgastando desde a farsa do mensalão, mas o governo Bolsonaro e esse congresso tão servil aos interesses das grandes corporações estão apenas há um ano no poder. Os dois, depois da xaropada de que seriam a renovação, mostram-se o mais retumbante fracasso institucional da história do país no período de um ano. Isso não é pouca coisa, é fumo e forte que mela qualquer tentativa de manobra conceitual, mesmo tendo a mídia como principal aliada na destruição da economia brasileira, a ponto de receber elogios e agradecimentos do charlatão Paulo Guedes.

Aliás, charlatanismo é o forte desse quadro político porque passa o Brasil. Um Ministro da Justiça que mais se parece um capanga da milícia, vendido como herói nacional e apenas um caso de sua omissão já o desmoraliza por completo, que é o caso Queiroz/Flávio Bolsonaro.

O guru conceitual desse governo não é ninguém menos que Olavo de Carvalho, uma das figuras mais explicitamente mau-caráter que já se ouviu falar. Ele sempre se valeu de teorias ridículas, típicas dos charlatães que combatem uma ordem secreta de globalistas e outros inimigos imaginários para se criar uma narrativa estúpida até mesmo para os estúpidos.

O resultado é essa escarradeira em que se transformaram as instituições brasileiras. E todos agora têm vontade de cuspir nas Vossas Excelências.

Está aí Bolsonaro que não deixa mentir, desapontando até os mais bobalhões do frenesi homofóbico, racista, misógino e assassino.

As Forças Armadas, por mais que queiram negar, foram colocadas em um plano de submissão nunca visto dentro e fora do governo. Elas se transformaram numa espécie de criado mudo de Bolsonaro, o mesmo capitão expulso do exército, por ambição, picaretagem, garimpo e outras agiotagens características do presidente miliciano.

O que sobrou do Brasil, além do crescimento das milícias e a perpetuação da fome e da miséria?

Essa gente pensa o quê, que estamos em 1964 em que o monopólio da comunicação estava a serviço da ditadura?

Os veículos são os mesmos, Globo, Folha, Estadão e etc., só que, do outro lado tem uma sociedade que ainda se choca com embates dentro de seus próprios espaços de discussão em redes sociais. Mas já caminha de forma acelerada na identificação de seus inimigos, mesmo que por vias tortas e cada vez mais vai se opondo ao sistema imposto pelo 1% formado pelos “donos da terra” que comandam o executivo, o legislativo e o judiciário e que desemboca nessa desastrosa avaliação que a sociedade faz deles.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro, como Presidente, é fruto da ganância da elite brasileira

Não se retoma aqui o que já foi exaustivamente dito sobre a campanha suja que levou Bolsonaro ao poder, mas da falta de limite que rege a ganância da elite brasileira que é, em última análise, quem produziu o processo da desnaturação da democracia brasileira, atingindo, sobretudo, a classe média, por ser esta, intelectualmente, a mais frágil e não ter a menor compreensão de seus direitos como cidadã, transformando-se em mero componente do sistema de competitividade.

Lógico, cada indivíduo acredita que, nessa lógica “meritocrática”, terá os méritos superiores aos dos concorrentes.

Mas o fato é outro. As conquistas dos trabalhadores estão sendo mutiladas e o resultado está na própria filosofia de Paulo Guedes ou do presidente do Banco Central, que se disse preocupado com os pobres, mas quer ajudá-los sem atrapalhar a vida dos ricos.

Paulo Guedes foi mais sincero quando disse não ter a menor preocupação com a ampliação do fosso social criado por suas políticas para garantir mais lucros aos banqueiros, rentistas e que a esquerda é que convoque Fidel Castro para dar um jeito na desigualdade que se agravou e muito nesse um ano de governo Bolsonaro. Aliás, não se ouviu da boca do presidente, nesse tempo todo, a palavra povo uma única vez.

Muito sensível com a vida dura dos empresários, mesmo passando a vida mamando nas tetas gostosas do Estado, somado a uma rede de milicianos e seus familiares num assombroso cartel, Bolsonaro mostra sensibilidade somente com o setor privado. Ninguém na mídia pode dizer que isso é uma gigantesca piada, porque hoje ela está nas mãos dos banqueiros, os principais sócios do governo Bolsonaro, os garantes que silenciam o judiciário, a PGR, os militares sobre suas opiniões a respeito do que se tem de notícia de corrupção e crime desse governo.

O Brasil nunca viu as suas instituições tão capturadas pelos donos do dinheiro grosso que, em um ano, ficaram bem mais ricos e, principalmente mais satisfeitos em ver que os brasileiros estão mais pobres. Sim , porque a elite brasileira não é só gananciosa, é mesquinha, antinacionalista e se regozija tanto com o aumento de sua riqueza quanto com o aumento da pobreza no país.

Chega-se a acreditar que essa desigualdade, que é hoje das maiores do mundo, traz muito mais frisson à elite do que o seu próprio acúmulo.

Somente isso justifica o ódio a Lula, já que não houve perdas para os grandes empresários e banqueiros em seu governo, ao contrário, com o Brasil despontando como a 6ª maior economia do mundo, eles ganharam como nunca. Mas mesmo de forma residual, com os pobres se beneficiando da divisão dessa riqueza, com uma série de programas sociais contra a miséria e a fome, a elite se rebelou e patrocinou o golpe contra Dilma e a condenação política de Lula.

Bolsonaro, que é uma combinação política da escória do baixo clero no Congresso, uma espécie de Eduardo Cunha de segunda, transformou-se em Presidente da República. E parece, que quanto mais os crimes de Bolsonaro e sua família são revelados, a elite acha que ele é o homem certo no lugar certo e na hora certa para produzir lucros recordes aos ricos numa economia estagnada entre a recessão e o desemprego galopante, a precarização da mão de obra e o bico como emblema desse pensamento ultraliberal.

A elite quer é que o Estado continue pesando a sua mão, com seus esquadrões da morte fardados, contra negros e pobres nas periferias e favelas do Brasil, assim como o extermínio de índios, pois é isso que faz de Bolsonaro o seu sonho de consumo. A elite brasileira até hoje não conseguiu aceitar a abolição da escravatura, mesmo que isso represente o atraso que o país vivia e a decadência econômica que isso representava.

Estamos diante de um impasse, as instituições completamente falidas para impor regras que funcionem como focinheiras dessa elite selvagem, esperando que o povo, por um motivo qualquer, uma hora rompa o cercado e aconteça nas ruas o estouro da boiada, como se vê em muitos países da América Latina.

É bom sempre frisar que Bolsonaro, no conjunto de sua obra em um ano, retratou com fidedigna precisão, a elite brasileira.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Filhos, nora, ex-esposa e parentes, vizinho, envolvidos com o cartel, mas Bolsonaro não tem nada com isso

A pergunta agora nem é mais quem da família não faz parte do cartel do clã montado por Bolsonaro e Queiroz, juntos há 35 anos. Já apareceu todo mundo, do vovô ao cachorrinho, todos fazem parte da mesma cadeia montada pelo cartel Bolsonaro-Queiroz.

Piada também é perguntar se Moro não sabia de nada, já que o PP, ex-partido de Bolsonaro na época áurea da Lava Jato, foi o partido mais denunciado pela Força-tarefa.

Então, se tem alguém que conhece bem os intestinos do esquema político de Bolsonaro com todo o tipo de pilantragem, esse alguém é Moro.

Estamos diante de um impasse, o Presidente da República está no epicentro do furacão Queiroz que varreu o país nesta quarta-feira, expondo as vísceras do clã, suas ramificações familiares e a milícia Escritório do Crime, a mesma que matou Marielle.

Não se tem notícia de coisa parecida na história da humanidade. E o aparelho judiciário do Estado brasileiro, diante desse perigosíssimo cartel, tem por obrigação dizer a que veio, porque se isso não custar a cabeça de Bolsonaro, do ponto de vista político e criminal, acabou a República.

O país, que já não sabe mais aonde termina parte de sua polícia e começa a milícia, tendo o Presidente da República como o principal personagem dessa liga, já está no inferno. Resta saber se as tais instituições que estão funcionando, como a mídia adorava falar na época do golpe contra Dilma, vão de fato funcionar agora para combater os verdadeiros criminosos desse país que estão no topo do poder ou será que é o porteiro do seu Jair quem vai novamente pagar o pato?

Até agora toda a família Bolsonaro está muda, apoplética e sem saber o que dizer. O mesmo acontece com Moro e os generais boquirrotos que cercam o Presidente e adoram dar declarações falso moralistas, estes também estão num silêncio profundo. O PGR, Augusto Aras, é outro que não deu as caras, assim como ninguém que cerca o universo de Jair Bolsonaro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Emir Sader: Chegou a hora do “Fora Bolsonaro!”

Eleições manipuladas de maneira brutal levaram à presidência um governante ilegítimo. Como recompensa à direita – especialmente o grande empresariado e os meios de comunicação – ele governa para os ricos, ataca todos os direitos da massa da população, desmonta o Estado, projeta a imagem mais retrógrada do Brasil no mundo. O ministro da Economia prepara outro pacote brutal, para contemplar o grande capital, que tolera tudo o que se faz com o pais, contanto que seus interesses privatizantes sejam promovidos.

A esquerda, o campo democrático, os movimentos populares, ficaram deslocados. Foram derrotados, mesmo se por uma operação de manipulação brutal. A iniciativa passou às mãos do governo, que combina um devastador projeto ultraneoliberal com declarações e atos de extrema-direita, que se voltam contra os direitos da maioria – trabalhadores, mulheres, jovens, negros, LGBT, ecologistas e todos os que se identificam com a democracia e os direitos de todos.

O pior governo que o país já teve se comporta como se não tivesse sido eleito, porque a direita prefere qualquer governo – até esse, aventureiro, miliciano, lumpen – a um governo do PT, se considera livre para proclamar e atuar conforme suas preferências pessoais e as do seu estreito núcleo familiar. Atua como se a maioria do país o acompanhasse ou lhe tivesse delegado o direito de governar conforme suas idiossincrasias pessoais.

O silêncio cúmplice do Judiciário, já criminosamente complacente com o golpe contra a Dilma, com a condenação sem provas do Lula, com a eleição fraudada do atual presidente, volta a se manifestar agora, diante das maiores arbitrariedades. Tanto da exaltação do AI-5, quanto do sequestro de provas, obstruindo escandalosamente a apuração da acusação que envolve o atual presidente na morte da Marielle de maneira direta.

Amplia-se o arco dos setores democráticos escandalizados com esses comportamentos. Pela primeira vez, setores que nunca haviam considerado essa hipótese, passam a falar de impeachment. Razões jurídicas já AI-5, haviam várias, mas nunca se havia acumulado tantas e nunca havia chegado aos limites atuais, tanto nas declarações de um dos filhos do presidente, quanto na ação confessa dele mesmo.

Chegou a hora de colocar o tema do “Fora Bolsonaro” na ordem do dia! Cada vez mais é insuportável, não somente para a esquerda, mas para todos os que sentem seus direitos atacados e vilipendiados diariamente, que sentem o país ser representado de maneira totalmente grosseira e indevida por quem faz passar por posição do país o que são suas posturas trogloditas. Ele tripudia sobre os valores mais elementares que a grande maioria da população preza, como se não houvesse limites para o que ele faz e diz. Ofende a democracia, os direitos de todos, a cultura, a sensibilidade da grande maioria, a imagem do país no mundo.

A esquerda não pode mais ficar paralisada, limitar sua ação a denúncias. Os exemplos do Equador e do Chile demonstram que pode haver chispas que façam incendiar a floresta, com tanto que se convoque o povo a reagir, a não aceitar as medidas antipopulares do governo. O estilo de trabalho de massas do campo popular precisa mudar, precisa aprender da experiência desses dois países, precisa fomentar a rebeldia, a desobediência civil, a rejeição dos atos do governo.

Convocar ao “Fora Bolsonaro”, ao “Ele não”, não basta, representa convocar ao espírito de rebeldia do povo, da juventude, dos estudantes, das mulheres, dos negros, de todos os que são vilipendiados por esse governo. Não se pode permanecer na rejeição passiva. Aderir a iniciativas de impeachment é dizer ao país que é possível e desejável um Brasil sem esse cara e sua gangue na presidência. Não importa se se consiga. Não importa, caso ele seja expulso, se dê continuidade ao fundamental das suas políticas. O Collor foi derrotado e não pudemos terminar com seu modelo neoliberal, continuado por Itamar e FHC. Mas foi uma vitória popular impedir que ele continuasse na presidência.

É chegada a hora de começar a lutar pelo “Fora Bolsonaro”! De proclamar diariamente que o país não o suporta mais, que o povo não aguenta mais o sofrimento das medidas que ele impõe a todos, que os estudantes não toleram mais o que ele faz com a Educação e com o país, que o mundo da cultura quer sair pra rua para impedir os retrocessos que impõem ao Brasil. É responsabilidade da esquerda difundir um sentimento de rebeldia, de “basta”, de “chega”, de “não aguento mais”, que setores sempre mais amplos sentem.

Se não, a esquerda não estará à altura das circunstâncias que vive dramaticamente o país. Não reconquistaremos a democracia, não conseguiremos libertar o Lula, sem um ambiente de conflagração geral, de mobilização geral, de generalização do clima de rebeldia que a situação atual requer.

 

 

*Emir Sader/247

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Elio Gaspari esmiúça o papel da Lava Jato no golpe contra Dilma

O que tem de revelador no artigo de Elio Gaspari, neste domingo (15) no Globo, intitulado, “Moro desculpou-se, mas não se arrependeu”, não são as trocas de mensagens da Lava Jato, pois como ele mesmo diz, a Folha já havia feito essa revelação.

O que Gaspari faz com perfeição é mostrar com detalhes as filigranas de uma operação moldada por Moro e os procuradores da Lava Jato para derrubar o governo Dilma.

O interessante é que esse artigo é publicado um dia depois da revelação assombrosa de Janaína Paschoal em seu twitter, quando confessa que Dilma sofreu um golpe, com uma única frase “alguém acha que a Dilma caiu por problema contábil?”.

Gaspari soube em seu artigo traduzir com precisão a manobra macabra que estava por trás daquele vazamento que Moro fez para a Globo da conversa entre a presidenta Dilma e Lula, que resultou no impedimento da posse de Lula como Ministro-chefe da Casa Civil e, seis meses depois, a derrubada de um governo legitimamente eleito nas urnas.

Mais do que valer a pena ler o artigo, ele indica um caminho. Na verdade, o caminho natural das coisas, buscar os efeitos concretos da Lava jato na fonte para se entender não só o golpe em Dilma, mas a prisão de Lula e como a Lava Jato mergulhou o país nessa coisa abominável que se chama governo Bolsonaro, da qual Moro é parte.

 

*Da redação

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Onda de falências varre o país de Bolsonaro, levando empresários até ao suicídio

Incapazes de aprender, eles embarcam em mais uma canoa furada ao apoiar o fim da previdência solidária. Se aprovada, a proposta do governo vai retirar bilhões de reais das mãos do consumidor, causando a virtual extinção do mercado interno.

Em pouco mais de um mês, pelo menos dois empresários cometeram suicídio.

No final de junho Luís Antônio Scussolino, dono de uma fábrica de moveis, em Rio Claro, interior de São Paulo, foi encontrado enforcado na sua indústria. O fato aconteceu após Scussolino ter demitido todos os empregados e encerrado as atividades de sua empresa.

A outra morte, de Sadi Gitz, empresário gaúcho, proprietário de uma indústria de cerâmica em Sergipe, foi mais dramática. Gitz disparou contra a própria cabeça, no dia quatro de julho, em um evento em que estavam presentes o governador do Estado e o ministro das Minas e Energia.

O motivo do suicídio dos dois empresários foi o mesmo: a falência de suas empresas, provocada pela violenta quedas nas vendas que atinge todo o país.

Um passeio pelas ruas das grandes e médias cidades do Brasil revela que a angústia capaz de levar dois empresários de regiões tão distantes a uma atitude tão drástica, como é tirar a própria vida, está sendo comum em todo o país. Por todos os lados, há lojas fechadas, indústrias paralisadas e aumenta o exército de desempregados e empreendedores individuais (neologismo para camelôs).

Os dados oficiais indicam um constante declínio nas vendas em todos os setores. Matéria do G1, do último dia sete, sugere que a situação dos empresários que dependem do mercado interno tende a piorar. Segundo o veículo, o Brasil enfrenta um problema em cadeia, diante da fraqueza da economia. Ainda segundo o portal, “com um desempenho modesto do consumo e o desemprego ainda alto, o varejo está sem fôlego e compra cada vez menos da indústria, que já sofre com o aumento indesejado dos estoques”.

O G1 conclui que com o comércio comprando menos, a indústria terá que eliminar os estoques excedentes antes de retomar a produção. Somente depois da venda dos estoques é que poderá voltar a produzir, o que gera um ciclo perverso: a indústria e o comercio demitem e aumentam o contingente de desempregados. E desempregado, que também é consumidor, sem dinheiro, não compra.

Os empresários acreditaram que a Lava Jato e o golpe contra Dilma iriam regenerar o país e trazer prosperidade. Depois apoiaram a reforma trabalhista, na ilusão de que ela seria uma fórmula mágica para recuperar o mercado. Finalmente, apostaram suas fichas na eleição de Bolsonaro. Na fé de que o novo presidente traria a prosperidade, se prepararam: a indústria produziu estoques para vender a partir da posse de Bolsonaro e o varejo encheu suas prateleiras esperando o prometido tempo de vacas gordas.

O resultado foi desastroso. Parece, porém, que os empresários brasileiros emburreceram, depois da proliferação dos cursos de MBA no país. Eles não aprenderam com a experiência. Não conhecem uma velha regra dos negócios e da vida: errar uma vez é humano, errar duas vezes é falta de sorte, errar três vezes é burrice.

E parece que os empresários brasileiros pretendem errar uma quarta vez, ao apoiar a extinção da previdência solidária.

Extinção da previdência solidária prejudica os empresários

Ninguém tem dúvidas de que a extinção da previdência solidária é uma crueldade contra a maioria da população e não corta privilégios, como promete. O que poucos percebem, no entanto, é que a proposta, apresentada pelo governo Bolsonaro e que está sendo votada em Brasília, caso aprovada será mais um duríssimo golpe contra o mercado interno brasileiro. Isso significa que o sacrifício de gerações de brasileiros não irá contribuir para a recuperação da economia do país, como insiste Paulo Guedes, o corretor de valores instalado na cadeira de ministro da Fazenda.

Como a reforma trabalhista, que foi empurrada garganta abaixo da maioria da população, com a garantia de que era uma medida severa, mas necessária, para recuperar a economia, a dilaceração da previdência também vai retirar bilhões de reais do mercado de consumo, o que abala ainda mais a economia do Brasil.

Serão duramente afetados, além dos trabalhadores, todos os empresários pequenos, médios e grandes que dependem do mercado interno, na indústria, comércio ou serviços. Com ainda menos dinheiro nas mãos dos consumidores, em função do desemprego, do subemprego e, agora, da dificuldade obter o benefício da aposentadoria, que para a maioria será em média de valor menor do que atualmente, a volta do cipó de aroeira vai atingir o lombo dos empresários produtivos do país.

A metáfora da volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar cabe aqui, porque a maioria dos empresários, iludidos, apoia a dilapidação da previdência, acreditando nos colunistas do falso jornalismo dos veículos antigos. Tudo bem que a maioria dos empresários não saibam que quase todos esses colunistas são financiados por bancos – os únicos beneficiados pela destruição do regime previdenciário atual. Com ou sem capitalização, os cidadãos comuns – trabalhadores e a maioria dos empresários – serão empurrados para as previdências privadas vendidas pelos bancos, para compensar a fragilização do sistema oficial de aposentadoria e proteção social.

O ambiente será semelhante ao do sistema de saúde, no qual o SUS é frequentemente sabotado, para que os brasileiros com algum recurso sejam obrigados a recorrer aos planos de saúde privados. Na medida em que aumenta a população usuária dos planos privados de saúde, o atendimento é cada vez pior (já pensam em fazer consultas online) e mais caro.
Só o sistema financeiro será beneficiado e os bancos são cruéis

Só o sistema financeiro será beneficiado e os bancos são cruéis

No caso da previdência privada, é fácil de imaginar como os usuários desse sistema serão tratados pelos bancos – principalmente se o regime geral for o de capitalização: com a mesma truculência de juros altíssimos que o sistema financeiro opera seus serviços, como cartão de crédito, cheque especial e empréstimos diversos.

A crise atual, que começou em 2008 e ainda persiste em todo o mundo, é um bom exemplo do que são os bancos. O crash econômico mundial foi provocado pelas instituições financeiras, que se aproveitaram de um ambiente no qual os controles regulatórios tinham sido removidos – os responsáveis por essa política irresponsável foram Ronald Reagan e Margaret Thatcher, na década de 1980. A bomba foi sendo armada e explodiu uma geração depois.

Usando seu imenso poder econômico e, principalmente, político, os bancos safaram-se da destruição que causaram, sacrificando alguns anéis. Além do simbólico Lehman Brothers, cerca de 380 pequenos e médios bancos quebraram nos Estados Unidos. Os verdadeiramente grandes sobreviveram e foram resgatados com a privatização de dinheiro público do contribuinte estadunidense. Para essas instituições gigantescas, a crise acabou sendo boa, pois eles se capitalizaram com dinheiro público e viram o mercado ser ampliado para eles, com a remoção dos pequenos e médios concorrentes.

Apesar da publicidade caríssima dos bancos, que tentam vender uma imagem simpática, uma pesquisa feita por um instituto europeu, nos anos 1990 e apresentada em uma aula do MBA de Gestão Estratégica de Empresas, da FACE-UFMG, em 1997, revelou que as pessoas, quando andam pelas ruas, tendem a caminhar mais rápido quando passam na porta de um banco. O significado desta pesquisa é que as pessoas tendem a rejeitar inconscientemente os bancos.

Se não há mercado as empresas quebram

Os empresários, que dependem do mercado interno, serão também duramente afetados pelas novas regras da previdência.

As pessoas terão mais dificuldade para obter seus benefícios e suas aposentadorias serão menores do que hoje. Isso significa que bilhões de reais serão retirados do mercado de consumo. Por mais que as empresas passem a ter alguns benefícios fiscais, elas serão tragadas pela virtual extinção do mercado de consumo. O que os empresários vão perder, em termos de queda nas vendas, não compensa o que poderão ganhar.

Sem consumidores, ninguém vende. Quem não vende, quebra. É uma regra simples do mercado, que estranhamente parece ter sido esquecida pelos empresários brasileiros, depois da proliferação dos cursos de MBA no Brasil.

Desta forma, a dilapidação da previdência, junto com a reforma trabalhista, vindo depois que a Lava Jato destruiu os motores da economia brasileira – as grandes construtoras e a Petrobrás – sugere uma conspiração em grande escala contra o país. Todas essas medidas contribuem para jogar a economia do país em um estágio anterior até à Primeira Guerra Mundial, quando começou uma incipiente industrialização no Brasil, estimulada pela necessidade de substituir bens que deixaram de vir da Europa e Estados Unidos, envolvidos no conflito.

O Brasil, que chegou a ser a quinta economia do mundo, desabou e deve fechar o ano fora das Top 10. O pior é que a queda deve se manter, pois além do desmantelamento dos motores da economia e da virtual extinção do mercado interno, que são resultados da ação idiota e anti-Brasil da Lava Jato, as políticas recessivas dos governos Temer e Bolsonaro (que na economia são idênticos) não deram certo em lugar algum do mundo onde foram adotadas.

Portanto, é bom que os empresários da indústria, do comércio e dos serviços, que dependem do mercado interno, abram seus olhos, pois se o país continuar no rumo que está, as notícias de suicídios de empresários desesperados serão a cada dia mais comuns.

 

*Com informações do Nocaute

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A Bomba, por Leandro Fortes

“Bastaria (…) um único vazamento, para anular TODA a Operação Lava Jato, tirar Lula da cadeia e iniciar um processo judicial contra Moro e essa figuras lamentáveis que se criaram nesse lodo do MP. Mas os isentões, essa massa de caráter gelatinoso que apoiou o golpe contra Dilma que se diz abismada com as loucuras de Bolsonaro, acha que ainda é preciso uma bomba”.

Iniciou-se um movimento, dentro das redes, que mistura, num mesmo balaio, jornalistas isentões, arrependidos de última hora e a esquerda namastê em torno dos vazamentos do The Intercept Brasil.

Cada grupo, dentro de narrativas próprias, tenta jogar para baixo o impacto e a importância do conteúdo das mensagens porque, segundo eles, a montanha tem parido ratos – para ficar na utilização de um termo, em latim macarrônico, usado pelo ex-juiz Sérgio Moro, em seu desespero dissimulado.

Essa avaliação, partindo do princípio de alguma honestidade intelectual, só pode ser explicada pela naturalização do absurdo, no Brasil, pela mídia necrosada, por parte da sociedade que a consome e por certa esquerda desejosa de apoiar a Lava Jato para conquistar nacos do eleitorado conservador.

Os arquivos do Intercept mostram, com clareza absoluta, que Moro conduzia o Ministério Público, sem nenhum pudor, para condenar o ex-presidente Lula – a quem, como juiz, deveria julgar com imparcialidade.

Bastaria isso, num único diálogo, num único vazamento, para anular TODA a Operação Lava Jato, tirar Lula da cadeia e iniciar um processo judicial contra Moro e essa figuras lamentáveis que se criaram nesse lodo do MP.

Mas os isentões, essa massa de caráter gelatinoso que apoiou o golpe contra Dilma e, agora, se diz abismada com as loucuras de Bolsonaro, acha que ainda é preciso uma bomba.

A esquerda namastê, entre uma ciranda e outra, vai na onda. Esperavam mais, os anjos.

Moro indica testemunhas para Deltan Dallagnol que, por sua vez, dirige a delação e as benesses de Leo Pinheiro contra Lula, para garantir a farsa do triplex do Guarujá.

“Não pode parecer um prêmio pela condenação do Lula”, avisa Deltan, no mais recente vazamento, sobre a redução de pena do delator da OAS.

Isso! Não pode parecer que foi armação, sacanagem, crime.

E vem uma manada de babacas, noves fora os mentecaptos do bolsonarismo, pedir uma bomba, porque ainda está fraco.

Pelo que já foi revelado, era para essa gente estar toda na cadeia, eles sim, abrindo o bico para contar o que ganharam – e quem os pagou – para destruir a economia do País, tornar o Poder Judiciário um chiqueiro e transformar o Ministério Público de fiscal da lei numa mesa de pôquer de mafiosos.

 

*Por Leandro Fortes – 247