É perceptível o nível de precariedade da atual gestão da cultura no governo federal quando um sujeito como Olavo de Carvalho se transforma num tutor da pasta, mais que isso, cobrando reparação pública de Regina Duarte sobre outros indicados seus na pasta da secretaria, como se vê aqui escrito pelo próprio Olavo em seu facebook sobre ela:
“Pode ser só uma fofoca da Veja e do Anta, mas, se a Regina Duarte quer mesmo se livrar de indicados do Olavo de Carvalho, a pessoa principal que ela teria de botar para fora do Ministério seria ela mesma. Ao cogitar do seu nome para o posto, a primeira opinião que o sr. presidente da República quis ouvir a respeito foi a minha.
Ela decerto não me deve gratidão nenhuma por isso, mas me deve — e estou cobrando em público — uma confirmação ou desmentido desse zunzum.”
Ou seja, temos uma secretária de cultura submetida a um tribunal de segurança de sujeito desqualificado que ainda cobra dela a manutenção de seus indicados, possivelmente sob pena de tirá-la na hora que quiser.
Essa é mais uma tragédia do Brasil atual. A pasta da cultura brasileira, que deveria ser uma coisa tão séria por se tratar da própria identidade do povo, capturada por um charlatão que confessa publicamente seus interesses ocultos nos destinos da pasta, extorquindo, segundo ele, a sua indicada, a secretária Regina Duarte.
Se isso não é uma desmoralização pública, eu não sei o que é. O fato é que, se Regina Duarte não der uma resposta, também pública, a esse acinte autoritário de um demente com arroubos fascistas, ela assumirá o papel de marionete do que existe de mais podre num governo que é a própria expressão da putrefação.
*Carlos Henrique Machado Freitas