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Segundo Valeixo, Bolsonaro disse: ‘Quero um diretor-geral na PF com mais afinidade comigo’

O delegado Maurício Valeixo, ex-chefe da Polícia Federal, afirmou, durante o depoimento prestado na manhã desta segunda, 11, na sede da corporação em Curitiba, que o presidente Jair Bolsonaro lhe disse que não tinha nada ‘contra a sua pessoa’, mas queria um diretor-geral com quem tivesse mais ‘afinidade’.

A oitiva do homem de confiança do ex-ministro Sérgio Moro no inquérito sobre suposta interferência do presidente na PF teve início às 10h10 da manhã e ainda não terminou.

O depoimento de Valeixo foi agendado para a manhã desta segunda, após determinação do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, relator da investigação que apura as acusações feitas por Moro a Bolsonaro quando anunciou sua saída do governo. O decano atendeu a pedido do procurador-geral da República Augusto Aras e determinou ainda a oitiva de outros quatro delegados, três ministros e da deputada Carla Zambelli.

Também estão previstas para esta segunda as oitivas do delegado Ricardo Saadi, ex-chefe da PF no Rio, e do diretor da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem Rodrigues. Os depoimentos estão marcados para as 15h no edifício sede da corporação em Brasília.

 

 

*Com informações do DCM

 

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Diretor-geral da PF escolhe novo superintendente do Rio, fora da lista de Bolsonaro

Tácio Muzzi vai substituir Carlos Henrique Oliveira, promovido a número dois da cúpula do órgão.

O diretor-geral da Polícia Federal, Rolando de Souza, definiu na noite desta terça-feira (5) o delegado Tácio Muzzi como novo superintendente do Rio de Janeiro.

O nome do policial não estava entre indicados de Jair Bolsonaro.

Houve pressão interna para que o nome do novo superintendente não tivesse ligação com a família do presidente e que fosse de um delegado respeitado internamente, na tentativa de afastar suspeitas.

A escolha teve o aval do ainda atual chefe do órgão no estado, Carlos Henrique Oliveira, que foi promovido a número dois da PF em situação que gerou desconfiança.

Muzzi ficou de superintendente interino no ano passado por cinco meses após explodir a crise em agosto, quando o presidente da República pediu, pela primeira vez, a troca da chefia no Rio.

Na época, ele era o braço-direito de Ricardo Saadi, que deixou o cargo depois de Bolsonaro anunciar sua demissão em uma das entrevistas matinais no Palácio da Alvorada.

A troca da chefia no estado nesta segunda (4), revelada pelo Painel, foi um dos primeiros atos do novo diretor-geral e levou a mais um capítulo de crise no órgão.

Em depoimento no último sábado (2), Sergio Moro relatou pressão de Bolsonaro para mudanças na cúpula da PF e na superintendência do Rio.​

O presidente havia sugerido nomes ao ex-ministro, Muzzi não estava entre eles.

Rolando está com sua diretoria definida.

O novo chefe do Rio tem no currículo investigações consideradas importantes, como a que terminou na prisão do deputado estadual e ex-chefe da Polícia Civil do Rio Álvaro Lins. Durante a Lava Jato, ele chefiava a equipe de combate à corrupção.

Fora da PF, o delegado foi diretor do Depen (Departamento de Penitenciária Nacional) e diretor-adjunto do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional).

 

 

*Com informações da Folha

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Moro em queda livre

O que perdeu em prestígio no governo, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, também perdeu em relevância no Twitter. Embora ainda seja o bolsonarista mais citado na rede social, o ex-juiz tem visto as menções ao seu nome despencarem mês a mês. De junho a setembro, o número de citações a Moro caiu em linha reta, passando de 9,3 milhões para 2 milhões. Com isso, ao menos entre os tuiteiros, Moro perdeu o status de superministro e se aproximou do patamar de outras figuras relevantes do governo, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), citado 1,3 milhão de vezes no mês passado. Os dados são da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (Dapp-FGV), que, a pedido da piauí, monitora desde o início do ano as citações a políticos e figuras ligadas ao governo Bolsonaro no Twitter.

No Twitter, Moro não atingia um patamar tão baixo desde abril, quando foi lembrado 1,1 milhão de vezes. Em junho, mês em que começaram a ser divulgadas as conversas vazadas da Operação Lava Jato, o ministro atingiu um recorde de 9,3 milhões de menções. De lá para cá, esse número caiu constantemente: passou para 6,3 milhões em julho, depois 3,1 milhões em agosto, e, por fim, 2 milhões de citações em setembro.

A queda vertiginosa no número de menções se explica, em parte, pelo esfriamento das discussões em torno dos vazamentos da Lava Jato. O procurador e chefe da operação, Deltan Dallagnol, protagonista das mensagens publicadas pelo site The Intercept, também encolheu de tamanho no Twitter. Em agosto, foi mencionado 1,4 milhão de vezes na rede. Já em setembro, teve pouco mais que um terço disso (518 mil menções).

A esse fator, soma-se a desidratação de Moro no governo. De início alçado ao posto de superministro, com “carta branca” para comandar a pasta da Justiça, o ex-juiz foi desautorizado várias vezes por Bolsonaro nos últimos meses. Em agosto, o presidente interferiu na Polícia Federal, fazendo pressão para que o superintendente do órgão no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, fosse substituído. Houve resistência dentro da instituição, e Bolsonaro voltou ao ataque. “Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral [da PF]”, afirmou. Definir a chefia da Polícia Federal é, por tradição, uma atribuição do ministro da Justiça.

Ainda que não viva seus melhores dias, Moro manteve, em setembro, o posto de bolsonarista mais citado no Twitter. Ficou à frente dos três filhos do presidente – Eduardo (1,3 milhão), Carlos (952 mil) e Flavio (805 mil) –, que encabeçam a lista de membros do governo mais mencionados. No acumulado do ano, o ministro da Justiça foi lembrado 26 milhões de vezes. Os três irmãos Bolsonaro, juntos, tiveram 22 milhões de menções.

O principal mobilizador do governo, depois de Moro, continua sendo Eduardo Bolsonaro. O filho 03 do presidente teve um pico de menções em julho, quando Bolsonaro anunciou que o indicaria para o posto de embaixador do Brasil em Washington. Desde então, Eduardo teve uma queda, mas voltou a crescer em setembro, assim como seus irmãos. Carlos, tuiteiro contumaz, tem um comportamento estável nas redes e consegue relevância pelo engajamento e pela frequência de suas publicações. E Flavio foi muito citado, mais uma vez, por questões associadas ao Judiciário: a CPI da Lava Toga, que gerou um racha dentro do PSL, e o seu novo pedido para suspender as investigações do caso Queiroz.

O ranking dos cinco bolsonaristas mais citados no Twitter inclui ainda o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). Os dois são atores políticos relevantes na rede. O ministro, afeito a ataques à esquerda e à imprensa – e por isso muito retuitado pelos filhos do presidente –, tem sido mais lembrado que figuras centrais do bolsonarismo, como o guru da extrema direita Olavo de Carvalho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

A deputada Carla Zambelli vem numa reta de crescimento desde janeiro. Virou uma das vozes mais ouvidas do governo na Câmara dos Deputados, passando de um patamar de cerca de 200 mil menções para 800 mil nos últimos meses. Sua rival e correligionária, Joice Hasselmann (PSL-SP), por outro lado, faz o caminho contrário. De julho a setembro, Hasselmann viu as citações ao seu nome despencarem para um terço do que eram: de 325 mil menções, passou a 212 mil em agosto, e, por fim, 115 mil no mês passado.

 

 

*Com informações da Revista Piauí

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Moro quer punir agentes da PF que investigarem qualquer aliado de Bolsonaro

Em meio à interferência de Jair Bolsonaro no comando da PF, o ministro da Justiça. Sergio Moro, determinou que a “imediata apuração dos fatos no âmbito administrativo e criminal, com a identificação dos responsáveis” por uma suposta fraude em uma investigação que teria entre os alvos o aliado de primeira hora do clã Bolsonaro e possível candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, o deputado Hélio Negão (PSL-RJ). Ação de Moro evidencia que a PF está se tornando uma espécie de polícia política do atual governo.

Em meio à interferência de Jair Bolsonaro no comando da Polícia Federal, o ministro da Justiça. Sergio Moro, determinou que a PF abra uma “imediata apuração dos fatos no âmbito administrativo e criminal, com a identificação dos responsáveis” por uma suposta fraude de agentes em uma investigação que teria entre os alvos o aliado de primeira hora do clã Bolsonaro e possível candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, o deputado Hélio Negão (PSL-RJ).

Pedido de investigação de Moro foi aberto no primeiro dia “das férias” do diretor-geral da PF, Mauricio Valeixo – que já foi ameaçado de exoneração por Bolsonaro caso não atendesse a ordem para demitir o superintendente da PF no Rio, Ricardo Saadi – e evidencia que o curso político dado à corporação pelo atual governo. No ofício enviado ao diretor-geral em exercício da PF , Disney Rossetti, Moro também exige ser informado dos “desdobramentos” da investigação.

A crise na Policia Federal

foi aberta após a revista Veja e o jornal Folha de S. Paulo publicarem reportagens de que uma investigação contra Hélio Negão estaria em curso, o que teria desagradado Bolsonaro e o levado a intervir diretamente no comando da corporação.

Segundo reportagem do jornal O Globo, Moro teria argumentado que de, acordo com a Folha de S. Paulo, o nome de Hélio Negão teria sido incluído na investigação “com o aparente intuito de manipular o governo federal contra a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro”, evidenciando o conteúdo político da nova investigação.

 

 

*Com informações do 247

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Superintendente da Polícia Federal do Rio é exonerado e Bolsonaro reduz PF em nome fantasia

O superintendente da PF (Polícia Federal) do Rio, Ricardo Saadi, foi exonerado do cargo. A demissão foi publicada na edição de hoje do DOU (Diário Oficial da União).

A unidade do Rio chegou a gerar uma crise entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a PF. Bolsonaro anunciou a saída de Saadi em meados de agosto, o que foi consumado hoje. A publicação no DOU foi assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Luiz Pontel.

No início da semana, o ministro da Justiça, Sergio Moro, visitou a sede da PF fluminense.

Saadi é especialista em investigações sobre crimes financeiros e recuperação de ativos da corrupção no exterior.

“Quem manda sou eu”

A interferência de Bolsonaro iniciou uma crise entre o presidente e a PF, com ameaça de entrega em massa de cargos. A ameaça não assustou Bolsonaro, que, diante da reação, ameaçou trocar o diretor da corporação, passando por cima de Sergio Moro, seu ministro da Justiça. “Quem manda sou eu”, disse Bolsonaro, em mais de uma ocasião.

A diretoria da corporação negou, em nota, que Saadi estivesse saindo por problemas de produtividade e informou ainda que o substituto dele no Rio não seria o indicado por Bolsonaro, mas o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, atual superintendente em Pernambuco.

O nome do substituto definitivo, porém, ainda não saiu.

 

*Com informações do Metrópoles

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A obsessão de Bolsonaro pelo Porto de Itaguaí

O presidente Jair Bolsonaro conseguiu em pouco tempo abalar três das principais instituições encarregadas de prevenir, investigar e coibir crimes de corrupção, evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Sua intervenção na sucursal fluminense da Polícia Federal pôs o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o diretor geral da PF, Maurício Valeixo, em maus lençóis. Exigências muito peculiares de remoção dos funcionários da Receita Federal no porto de Itaguaí e na Barra da Tijuca provocaram início de rebelião geral na cúpula do órgão e a demissão do subsecretário João Paulo Ramos Fachada. Bolsonaro mais uma vez se imiscuiu no Coaf e o transferiu para o Banco Central, prometendo blindá-lo da “política” com funcionários de carreira, sem cumprir a promessa. E demora para substituir o Procurador-Geral da República, pois está em busca de alguém que não seja “xiita” em relação ao ambiente e a outros temas de seu repertório de obsessões.

Ao fazer uma virulenta campanha eleitoral contra a corrupção, quem votou no presidente poderia esperar que ele esteja fazendo uma reorganização geral do aparato anticorrupção visando um ou mais objetivos que o conduza a exercer melhor suas funções:

Aprimorar as estruturas da Polícia Federal e da Receita, de forma a torná-las mais eficientes e mais transparentes;

Sofisticar os instrumentos de investigação de crimes do colarinho branco, lavagem de dinheiro, rastreamento dos recursos das organizações criminosas etc;

Melhorar o cerco nas fronteiras à entrada de drogas, contrabando de cigarros e mercadorias, especialmente armas;

Fazer com que esses órgãos possam dispor da melhor tecnologia para vigiar aeroportos, fronteiras secas e portos e equipamentos de detecção de drogas, armas, fugitivos da Justiça, imigrantes ilegais dedicados à criminalidade etc;

Facilitar a especialização e dotar de recursos necessários as forças-tarefa encarregadas de combater o crime organizado e a corrupção;

Agilizar os processos entre a identificação de crimes de evasão fiscal, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, pedofilia e as providências legais, reduzindo

a burocracia e aperfeiçoando a legislação;

Equipar a Receita e a Polícia Federal com o estado da arte da tecnologia para combater fraudes financeiras, transferência de recursos ilegais, rastreamento eletrônico de operações suspeitas com instituições financeiras;

Promover a transparência possível nas ações da Receita e de outros órgãos encarregados da repressão a desvio de recursos públicos e evasão fiscal, tornando públicas as ações desenvolvidas, os resultados obtidos em cada etapa e as providências cabíveis para sua prevenção;

Estabelecer uma política de tolerância zero em crimes contra o patrimônio público, como corrupção, suborno, acobertamento de ilícitos e assemelhados;

Criação de sistemas para proteger servidores públicos e cidadãos que denunciem de boa-fé atos de corrupção.

Bolsonaro, porém, não parece preocupado com nada disso, mas com algo bem diferente. Antes de tudo, quer impedir que os órgãos que investigam os supostos malfeitos de seu filho, Flavio — suspeito de rachadinha de salários com funcionários de seu gabinete e de ligações com as milícias — desempenhem seu papel a contento. Esse foi o objetivo do anúncio da substituição do superintendente da PF no Rio, Ricardo Saadi, e da tentativa de imposição de um substituto. Bolsonaro se irrita apenas com a corrupção “dos outros”.

Mais incisiva e pública foi a atuação do presidente ao queixar-se de “devassa” da Receita contra si e seu irmão Renato Bolsonaro, um exagero notório — a Receita cobrava apenas parcela não paga de baixo valor sobre um parcelamento em curso. E definitivamente estranha foi a pressão para remover o delegado da Receita no porto de Itaguaí, na qual há um sujeito oculto, o “entorno do presidente”. Não se sabe qual o interesse do Planalto ali. O delegado José Nobrega de Oliveira fez uma limpeza nas operações de Itaguaí, região controlada pelas milícias, de onde seguem drogas para a Europa e entram armas.

Na maior parte das ações desorganizadoras do aparato de Estado estão motivos pessoais de Bolsonaro, em contrariedade à impessoalidade que a Constituição exige de um presidente. A insistência nesse caminho, no qual já foi longe, deverá lhe trazer graves problemas institucionais.

 

*Do Valor Econômico

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Aparelhamento Bolsonarista

Aparentemente, a maneira de parar a Lava Jato era fazê-la de otária. Nada dessa coisa da esquerda confrontá-la abertamente. Nada de tentar desmontá-la em silêncio, como tentou Temer: o negócio era se eleger como campeão da luta contra os corruptos, colocar Moro no Ministério da Justiça, prometer-lhe uma vaga no STF, convocar passeata todo domingo contra a corrupção e, enquanto isso, aparelhar os tribunais, a Polícia, a Receita, o Coaf, todos os órgãos que foram responsáveis pelas investigações de corrupção da última década.

Bolsonaro conseguiu que Toffoli neutralizasse o Coaf e não deixou que Moro nomeasse gente sua para o órgão. Fez tudo isso enquanto convocava manifestações dizendo que o Coaf era a coisa mais importante de todos os tempos, que se o Coaf ficasse com Moro, o mundo acabaria. No fim, quem tirou o poder de Moro sobre o Coaf foi o próprio Bolsonaro.

Bolsonaro já deixou claro que só nomeará para Procurador-Geral da República quem aceitar ser submisso ao presidente. A tradição de escolher o mais votado da lista tríplice, defendida pela turma da Lava Jato, acabou, não tem mais, morreu, vai ver era comunismo aquilo.

E qual vai ser a desculpa para descartar qualquer nome que não aceite acobertar esquemas? A moral, é claro.

Cada vez que um candidato der sinais de que tem alguma mínima restrição às picaretagens de Bolsonaristas, eles vão inventar algum esquerdismo para o sujeito. Lembrem-se: o perfil oficial do Presidente da República compartilhou um texto que diz que Deltan Dallagnol é tão de esquerda quanto o PSOL. Se você for honesto, não se candidate à PGR sob Bolsonaro: em 15 minutos sua tia vai receber mensagem no Whatsapp dizendo que você defende distribuir mamadeira de pinto em creche.

E deixo aqui meus parabéns para quem foi domingo protestar contra o STF: começou a dar certo, o Toffoli já parou a investigação do Flávio.

Na semana passada o desmonte se acelerou na Receita e na Polícia federal.
O superintendente da Receita no Rio de Janeiro, Mário Dehon, foi atacado por autoridades investigadas e prontamente afastado por Bolsonaro, que também declarou que a Receita persegue sua família.

O superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, foi afastado por não interferir nas investigações sobre Flávio Bolsonaro. Bolsonaro achou que houve abusos na investigação, foi lá, e afastou o cara – Tudo isso enquanto seus apoiadores estão nas redes sociais pedindo para fechar o Congresso por causa da lei de abuso de autoridade.

E o Moro? Essa é a jogada mais impressionante, pela ousadia. Vários políticos tentaram neutralizar Moro, Mas só Bolsonaro foi arrojado o suficiente para neutralizá-lo, dando um cargo.

Desde então, Moro só perdeu poder, teve que silenciar sobre o caso Queiroz e é ridicularizado pelo Presidente da República sempre que possível. Pare de prestar atenção no Lula, Moro, esqueça o Greenwald: quem está te derrubando é o Jair.

Ainda não se sabe se o aparelhamento bolsonarista será bem-sucedido. A Polícia Federal, a Receita, os procuradores vão reagir. E parece cada vez menos provável que Moro termine o ano no cardo de ministro. Mas em termos de popularidade presidencial talvez não dê em nada: talvez a indignação toda tenha sido só mesmo cinismo.

 

*Por Celso Rocha de Barros – Folha – Servidor Federal e Doutor em Sociologia pela Universidade de Oxford (Inglaterra)

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Para se proteger do caso Queiroz, Bolsonaro interveio na PF e, por isso, pode sofrer impeachment

Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL, chamou a atenção para o fato de que, se Bolsonaro influenciou na queda do superintendente da PF do RJ para barrar as investigações do caso Queiroz, ele incorreu em obstrução criminal, atitude prevista na Lei do Impeachment.

A intervenção de Jair Bolsonaro na troca do comando da Polícia Federal do Rio de Janeiro poderia levar o presidente a um impeachment. Quem chamou a atenção para o fato foi o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros.

Conforme aponta reportagem da Folha de S. Paulo, Ricardo Saadi foi demitido da função de superintendente da PF do Rio de Janeiro a pedido do presidente como uma tentativa do capitão da reserva de barrar as investigações do caso Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu filho, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que segundo o Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), realizou movimentações financeiras atípicas quando trabalhava no gabinete do filho do capitão da reserva.

“A Folha afirma que foi a apuração do caso Queiroz que levou à queda do superintendente da PF do Rio de Janeiro. Se isso for comprovado estaremos diante de um grave crime: obstrução de investigação criminal (Lei 12.850/2013). Nesse caso, Bolsonaro poderia ser alvo de impeachment”, escreveu Juliano Medeiros, que trouxe à tona o artigo da Lei do Impeachment que trata sobre a atitude do presidente.

“São crimes contra o cumprimento das decisões judiciárias: 1) impedir, por qualquer meio, o efeito dos atos, mandados ou decisões do Poder Judiciário”, diz o artigo.

O presidente do PSOL, contudo, ponderou: “Não quero dizer, com isso, que a estratégia da oposição deva ser a do impeachment nesse momento, quando não há ainda apoio expressivo dos demais partidos a essa opção. Apenas chamo a atenção para lembrar que, se comprovada a denúncia da Folha, teríamos mais um crime de Bolsonaro”.

A tentativa de Bolsonaro de escolher nome do novo superintendente, de acordo com Mônica Bergamo, vem causando insatisfação entre delegados. Um deles, inclusive, teria afirmado que não se recordar de nada parecido vindo de qualquer outro presidente desde a redemocratização do país.

“De acordo com um dos policiais, aceitar ingerência de Bolsonaro na PF significará o fim da corporação —que não seria o espaço apropriado para ele mostrar que pode mandar e desmandar”, escreveu a jornalista em sua coluna deste sábado (17) na Folha de S. Paulo.

O presidente estaria tentando, com a atitude, barrar as investigações em casos que envolvem sua família e Fabrício Queiroz. Detalhe que a Polícia Federal do RJ não tem nenhuma interferência direta nesses casos, que estão sob investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro e da PF em Brasília. Aos cuidados de Saadi estava o inquérito sobre um esquema dentro da Polícia Civil fluminense que tentava atrapalhar os trabalhos para elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Em um ponto os casos Queiroz e Marielle Franco se cruzam. A mulher e mãe de um dos suspeitos de terem executado a vereadora foi empregada no gabinete de Flávio Bolsonaro por Fabrício Queiroz. Mesmo tendo defendido diversas vezes em tribunais parlamentares a ação de milicianos, os Bolsonaro negam qualquer tipo de vínculo com os grupos criminosos.

 

 

*Com informações da Forum

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Mídia não consegue mais esconder mandos, desmandos e autoritarismo de Bolsonaro

O monstro ataca a cada com mais loucura e a mídia, sobretudo a Globo, não sabe mais o que fazer com a criatura que ela ajudou a criar.

Intervenção no comando da PF, aparelhamento da Receita Federal, censura no cinema, ataque às universidades, perseguição de jornalistas, nepotismo e eliminação da oposição. Esses são apenas alguns dos exemplos de um estado autoritário que a mídia tradicional já não consegue mais esconde.

Militares no comando de ministérios, perseguição à imprensa, ataques às universidades, nepotismo, aparelhamento de órgãos do governo, censura da cultura, discurso policialesco e anticomunista. Em qualquer livro escolar de Ensino Fundamental seriam essas as características básicas para descrever a ditadura militar brasileira e tantas outras que se espalharam pela América do Sul entre os anos 60 e 80.

Estes aspectos, no entanto, estão sendo observados em 2019 no governo Jair Bolsonaro, cuja nuance autoritária foi minimizada por um bom tempo pela imprensa tradicional brasileira, que agora, passados quase oito meses de governo, tem mudado a postura de tentar pintar um cenário democrático no país e não consegue mais esconder o teor ditatorial de Bolsonaro.

Neste sábado (17), os principais veículos de comunicação do país destacam mandos e desmandos do presidente que derrubam qualquer tese de que a democracia estaria sólida no Brasil. O jornal Estadão, por exemplo, mancheta na capa de sua edição impressa que a intervenção de Bolsonaro gera crise na Receita e na Polícia Federal. A Folha de S. Paulo, por sua vez, destaca em seu site que a interferência do capitão da reserva na troca do comando da Polícia Federal no RJ pode motivar uma demissão coletiva de delegados. Já o portal G1, da Globo, dá destaque para o fato de que Bolsonaro anunciou que o governo não vai financiar filmes com temática LGBT.

A crise na Polícia Federal se dá pelo fato de que o presidente determinou a demissão do Ricardo Saadi, até então superintendente da PF do Rio de Janeiro. Ao comentar a demissão, Bolsonaro afirmou que “que quem manda sou eu” e ainda aventou a possibilidade de nomear para o posto um nome “amigo”, Alexandre Saraiva, que comanda a PF no Amazonas.

Já na Receita a indignação está no fato de que Bolsonaro determinou a demissão Mário Dehon, chefe do órgão no Rio de Janeiro, devido ao fato de que ele se recusou a nomear delegados estaduais indicados pelo clã Bolsonaro. Funcionários do órgão anunciaram repúdio à exoneração e encampam uma mobilização que pode resultar em greve.

A intervenção na área da Cultura ficou clara quando, em julho, o capitão da reserva informou que a Agência Nacional de Cinema (Ancine) seria extinta caso não tivesse “filtro” – que, neste caso, é o mesmo que censura. Esta semana, Bolsonaro concretizou seu autoritarismo para com a área quando anunciou que a agência não vai financiar três produções com temática LGBT que tentam captar recursos.

 

*Com informações da Forum

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Por autoritarismo de Bolsonaro, Delegados da PF e chefes da Receita Federal ameaçam pedir demissão em massa

Não bastasse a declaração de que o governo está quebrado, sem poder pagar sequer a comida dos soldados do exército, outras duas bombas mostram que o estágio de colapso do governo Bolsonaro entrou em estado de podridão.

Enquanto a economia naufraga em apenas sete meses de governo, formiga dentro do corpo do Estado uma rebelião inédita de delegados e superintendes da Polícia Federal e chefes da Receita Federal.

Delegados da Polícia Federal em todo o país já estariam, como reação à interferência de Jair Bolsonaro no órgão, cogitando um pedido de demissão coletivo. As informações são da jornalista Mônica Bergamo.

Na quinta-feira (15), Ricardo Saadi foi demitido da função de superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro a pedido do presidente. Após o anúncio, questionado se havia partido dele mesmo a decisão de demitir Saadi, Bolsonaro afirmou apenas que “quem manda sou eu” e que “não interessa o motivo”.

Em outro motim, segundo o Estadão, os seis subsecretários da Receita Federal ameaçam entregar os cargos caso as indicações políticas na superintendência do Rio de Janeiro e em outros postos sejam efetivadas.

O efeito da entrega de cargos, relata o jornal, poderá ser em cascata.

O motivo é que o chefe da Receita Federal no Rio, Mário Dehon, foi informado por Marcos Cintra de que será exonerado a pedido de Jair Bolsonaro.

A demissão foi ordenada porque Dehon não quis nomear delegados estaduais indicados por familiares de Bolsonaro.

Ou seja, a corrosão ligeira do governo Bolsonaro nunca foi tão intensa e real. Parece que a palavra “basta” virou moda dentro do próprio governo.